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A aquisição de linguagem pela pessoa surda

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A aquisição da linguagem no ser humano constitui-se a partir da interação primeiramente com o grupo familiar e depois no âmbito social; a criança constrói sua identidade interagindo e se expressando por meio da língua. 
A aquisição da linguagem pelo surdo também se realiza por meio da interação com as pessoas e o meio do qual faz parte. É essencial que essa interação aconteça na primeira língua da criança surda- libras- , a partir da qual os estímulos para a aquisição da linguagem devem ocorrer. É importante que a estimulação para a aquisição da linguagem ocorra desde a detecção da surdez, pois quanto mais cedo, maiores serão as possibilidades de desenvolver a linguagem adequadamente. Portanto, neste aspecto, a família tem um papel de suma importância.
Segundo Pettito e Marantette, as vocalizações são interrompidas nos bebês surdos assim como as produções manuais são interrompidas nos bebês ouvintes, pois o input favorece o desenvolvimento de um dos modos de balbucia , assim , podemos compreender que tanto bebês ouvintes quanto bebês surdos apresentam balbucio oral e manual até um determinado tempo.
É importante salientar três aspectos fundamentais para a aquisição da linguagem da criança surda: contato com a língua de sinais, contexto familiar, contexto espacial, interação com outras crianças, etiquetas com o nome dos objetos, fotos da família .
A alfabetização de crianças surdas decorre de processos específicos da surdez e da aquisição da língua de sinais. A aquisição da linguagem é primordial para a alfabetização da criança surda, e nesse sentido o grupo familiar possui papel de grande importância, especialmente nos primeiros anos de vida da criança, consequentemente, outros personagens exercem papéis e cooperam para o desenvolvimento da criança, principalmente com o ingresso na escola e noutros espaços sociais. Na fase escolar, período marcado pela aprendizagem formal e intencional, a criança surda, por meio da língua de sinais, tem acesso às informações, estabelece relações e constrói significados. 
Na fase de alfabetização, a criança surda precisa ter acesso ao conhecimento de forma eficaz, razão pela qual as propostas devem ser claras, concretas e com recursos visuais; a internalização das informações ocorrerá na medida em que o docente de libras estiver atento, pois o mundo desta criança tem uma conotação visual maior em razão da surdez. 
É por meio da linguagem que a criança desenvolve o pensamento e outras relações cognitivas; por isso precisa de aulas com distintos materiais visuais, que sirvam para estimular e proporcionar maior propriedade na aquisição do conhecimento por meio da língua de sinais. 
No processo de aprendizagem alguns objetivos metodológicos são imprescindíveis: explorar as funções do apontar para que a criança inicie e se habitue a fazer relações; priorizar o “olhar”, especialmente trabalhando o foco, para que centre a atenção na atividade que esta desenvolvendo; usar expressões faciais e corporais; desenvolver estratégias para resolução de problemas; ampliar constantemente o vocabulário; explorar do alfabeto manual e as configurações.
Existem inúmeros recursos visuais que enriquecem o ensino dos surdos e que facilitam a aquisição da língua e o aprendizado. O aluno internaliza os conceitos e constrói significados, sendo imprescindíveis os recursos visuais nesse processo.Quadros, sugere algumas possibilidades: fichário, dicionário libras/português, dicionário configuração de mão, caixa de gravuras, caixa com historias em sequência.
O ato de avaliar pode se configurar como mais uma possibilidade de aprendizagem. Entretanto, o processo de avaliação do surdo requer o entendimento sobre seu modo de parender, como processa as informações, sistematiza o conhecimento e expressa o que pensa e entende. É importante compreender que a avaliação extrapola as dimensões somatórias, classificatórias ou eliminatórias; pode sim, ser entendida como uma oportunidade re rever, ressignificar, qualificar, ampliar ou aprimorar o que se aprendeu. Para avaliar o aluno surdo, é essencial verificar, observar e analisar todos os aspectos, estando atento às particularidades de cada aluno surdo. Outrossim, estão em fase de construção os processos de ensinar e aprender e, consequentemente, o processo de avaliação; não há modelos prontos, que determinem a melhor forma de ensinar e avaliar. 
Portanto, a aquisição da linguagem pela criança surda, necessita muito de aperfeiçoamentos, principalmente por parte dos profissionais da educação, ou seja, é muito complexo as metodologias a serem desenvolvidos, trabalhados, pois professores da escola regular, na grande maioria, estão totalmente despreparados, para este tipo de educação inclusiva. Entretanto, o processo de desenvolvimento da linguagem da criança surda, apresenta etapas, fases, da qual deverão ser respeitadas, para assim a criança desenvolver gradativamente, de forma natural, a aprendizagem.

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