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LESÃO E MORTE CELULAR APOPTOSE: Morte celular programada em tecidos normais como uma forma de regulação da população celular. Do grego “cair fora” introduzida em 1972. É uma forma distinta de morte celular (morte programada) � Manifestada pela condensação da cromatina � Fragmentação do DNA Cuja a função é de: � Deleção de células no desenvolvimento normal � Organogênese � Funcionamento imune É responsável por vários eventos fisiológicos e patológicos: - Destruição programada das células durante a embriogênese. - Involução hormônio-dependente do adulto: - atresia folicular ovariana - regressão da mama após a lactação - descolamento das células endometriais durante o ciclo menstrual - Descamação celular do epitélio da cripta intestinal - Morte celular em tumores - Morte de células imunológicas ( Linfócitos B e T ) - Histologicamente: não há inflamação no local, em contraste a necrose. LESÃO CELULAR LETAL SUB-LETAL MORTE NECROSE PROCESSOS ADAPTATIVOS Dist de crescimento DEGENERAÇÕES Irreversível reversível Hidrópicas Gordurosa Hialinas Mucóides Glicogênica CALCIFICAÇÃO A P O P T O S E Corpo apoptótico em carcinoma em língua. MORTE CELULAR: Perda irreversível das atividades integradas da célula com conseqüente incapacidade de manutenção de seus mecanismos de homeostasia, isto é, perda do “equilíbrio” da célula com o seu meio. NECROSE: É a ação degradativa progressiva de enzimas sobre a célula letalmente lesada levando a uma digestão enzimática da célula e desnaturação de proteínas, que ocorrer após a morte celular. Etiologia das necroses: A etiologia da necrose envolve todos os fatores relacionados às agressões, podendo ser agrupadas em agentes físicos, agentes químicos, agentes biológicos, Imunes e Distúrbios Nutricionais. 1) Agentes físicos: Ex.: traumatismos mecânicos variações de temperatura variações repentinas de pressão atmosférica radiações ionizantes, que produzem radicais livres 2) Agentes químicos: compreendem substâncias tóxicas Ex.: - Drogas, que podem produzir lesões celulares - venenos biológicos - arsênico, álcool, medicamentos, detergentes, fenóis - substâncias de uso diário: - poluentes ambientais - inseticidas - herbicidas etc. 3) Agentes biológicos: Ex.: - vírus - parasitos - bactérias - protozoários - fungos 4) Mecanismos Imunes: Ex.: - Reação anafilática - Enfermidades auto-imunes 5) Distúrbios Nutricionais: Ex.: - Deficiências nutricionais, especialmente def. vitamínicas - Excesso de alimentos MECANISMO DE AGRESSÃO CELULAR Morfologia Microscópica - As mudanças se dão, principalmente, nos núcleos, os quais apresentam alteração de volume e de coloração à microscopia óptica. Essas alterações são denominadas de: - Alterações nucleares: 1) Picnose(gr. "Picnos" = espessamento) : o núcleo apresenta um volume reduzido e torna-se hipercorado, tendo sua cromatina condensada; característico na apoptose; 2) Cariorrexe (gr. "Rhexes" = Ruptura) : a cromatina adquire uma distribuição irregular, podendo se acumular em grumos na membrana nuclear; há perda dos limites nucleares; 3) Cariólise ou cromatólise(gr. "lysis" = dissolução) : há dissolução da cromatina e perda da coloração do núcleo, o qual desaparece completamente. Alterações citoplasmáticas: - Inibição de enzimas da fosforilação oxidativa - Desconexão da fosforilação oxidativa - Hipoglicemia - Hipoxia Produção de ATP -Produção de Radivais livres -Ativação do complemento - Resposta imune Função da membrana -Toxinas exógenas -Acúmulos de produtos tóxicos endógenos Alterações genéticas Alterações metabólicas Células morfologicamente normal e funcionalmente anormal Acúmulos citoplasmáticos anormais Ausência de produção de ATP Lise da memb. celular Ausência de proteínas vitais Falha das reações metabólicas vitais MORTE CELULAR - Anomalias Genéticas herdadas - Anomalias Genéticas adquiridas Aumento da acidofilia citoplasmática: devido ao desacoplamento ribossômico (Diminuição de RNA no citosol), ao aumento de acido láctico no citosol, e à desnaturação de cadeias peptídicas com incremento de cargas negativas. Granulação citoplasmática: devido a tumefação e posterior ruptura de organelas (principalmente mitocôndrias e REL). Homogeneização citoplasmática: com a lise das organelas e coagulação das proteínas forma-se uma massa opaca e acidófila, vista principalmente nas necroses coagulativas. Ruptura da membrana celular: com liberação do material intracelular, formando uma massa indistinta eosinofílica homogênea, vista principalmente nas necroses de caseificação. Características Macroscópica: � Perda da cor do tecido, que fica pálido � Perda da elasticidade do tecido, que torna-se friável � Os músculos assumem um aspecto de “carne cozida” Tipos de Necrose: Padrões Morfológicos 1) Necrose de Coagulação É o tipo mais comum de necrose podendo ser chamada de Necrose Isquêmica. macroscopicamente: - Amarelo pálido - Sem brilho - Limites mais ou menos precisos de forma irregular ou triangular, dependendo do órgão atingido e do tipo de circulação. Em 99% das vezes é dependente da obstrução de ramo arterial em órgão com circulação terminal. � Na sua grande maioria a necroses de coagulação é observadas nos Infartos: - Coração - Rim, - Baço - Tumores de crescimento rápido Podemos observar: Preservação do contorno básico da célula coagulada por pelo menos alguns dias. - O aumento da acidose intracelular - desnatura as proteínas estruturais e enzimáticas -bloqueia a proteólise da célula "O processo de necrose coagulativa é característico da morte provocada por hipóxia células, em todos os tecidos exceto no cérebro”. Exemplos: � Infarto do miocárdio � Necrose focal da placenta bovina na Brucelose � Necrose focal em ruminantes em infecções pelo Fusobacterium Baço – Infarto de origem vascular Músculo esquelético Necrose de Coagulação – Microscópica 2) Necrose de Liquefação Ao contrário da necrose de coagulação o tecido morto se encontra liquefeito. � Resulta da ação de enzimas hidrolíticas - Com dissolução enzimática rápida e total do tecido morto. - Favorecida pela estrutura e constituição do mesmo. � É característica de infecções bacterianas focais: - Presença de grande quantidade de neutrófilos e outras células inflamatórias (os quais originam o pus). O pus é o resultado da agressão celular por agentes que evocam reação inflamatória supurativa. - Quando localizado é denominado: Abscesso - Se difuso,sem limites definidos: Flegmão - Se em cavidade pré-formada, como toráxica, vesícula biliar, etc é denominado: Empiema � É encontrada, principalmente, no Tecido Nervoso que é rico em lipóides, água e enzimas lisossomais e pobre em proteínas, apresenta pouca capacidade de coagulação, o que facilita a sua liquefação e amolecimento. Microabscesso 3) Necrose Caseosa ou de Caseificação Características: Estrutura semelhante a “caseum” (queijo branco e fresco) - Apresenta- se como: � Massa amorfa e esbranquiçada � Sem brilho e consistência pastosa � Friável e seca � Microscopicamente, o tecido exibe uma massa amorfa composta predominantemente por proteínas. - É frequente em focos de infecções crônicas granulomatosas: � Tuberculose bovina ( Mycobacterium bovis) � Linfadenite caseosa dos ovinos (Corynebacterium pseudotuberculosis) � Tularemia ( Pasteurellatularensis) Tuberculose pulmonar exsudativa com extensa necrose caseosa Necrose caseosa em tuberculose pulmonar. Esse tipo de necrose é caracterizado pela perda dos contornos celulares, diferentemente da necrose por coagulação. No citoplasma, bastante eosinofílico, notam-se também vacuolizações (setas). 4) Necrose Gordurosa enzimática � Necrose Enzimática Tuberculose intestinal � Esteatonecrose É uma forma de necrose do tecido adiposo na qual a gordura é desdobrada pela ação de lipases pancreáticas. Mecanismo: Lesão liberação de Lipases pancreáticas células adiposas liberando os triglicerídeos, que são hidrolisados pela lipase pancreática, produzindo Ácidos Graxos liberados se combinam com o Cálcio para produzir áreas brancas saponificadas. Ocorre: � No tecido peripancreático (pancreatite aguda) � No tecido gorduroso da glândula mamária Necrose enzimática gordurosa (NE) em pâncreas. Há intensa liberação de lipases nesse órgão, as quais podem atingir o próprio tecido adiposo pancreático, destruindo-o. Corte longitudinal de pâncreas exibindo extensa área de necrose enzimática (NE). 5) Necrose hemorrágica: Quando há presença de hemorragia no tecido necrosado. É mais uma denominação macroscópica do que microscópica. Exemplos: � Necrose hemorrágica no pulmão (geralmente por embolia) � Necrose hemorrágica no cérebro 6) Necrose Gomosa: Necrose do tecido inflamado em resposta ao agente causador da sífilis ( Treponema Pallidum) Características: Encontrada especialmente na sífilis congênita, tardia ou terciária A área necrótica apresenta-se compacta, uniforme e elástica 7) Necrose fibrinóide (Degeneração fibrinóide) : É representada por alteração granular, eosinofílica da parede vascular, o tecido necrótico adquire uma aspecto hialino, semelhante a fibrina. Pode aparecer: � Nas paredes dos vasos � Na úlcera péptica � Em casos com Lúpus � Poliartrite Necrose fibrinóide (NF) em úlcera péptica (estomacal). O tecido necrosado apresenta um aspecto hialino e está rodeado por infiltrado inflamatório (IC) (HE, 100X). 8) Necrose Gangrenosa (Gangrena) As gangrenas são necroses que ocorrem com: Isquemia Liquefação (as custas de bactérias e leucócitos onde as bactérias geralmente são anaeróbicas levando a putrefação do tecido necrótico) É encontrada em tecidos de fácil acesso para as bactérias saprofíticas, tais como: � Pele � Pulmão � Intestino � Glândula mamária Tipos de Gangrena : Seca, Úmida e Gasosa Gangrena Seca: Desidratação dos tecidos necrosados secos e duros, semelhante a múmias Mumificação Localização em extremidades como: � Nariz � Orelha � Membros Características: � Não apresentando o fator “dor” � Apresentando macroscopicamente, linha demarcatória entre a área normal e o tecido necrosado � Cor pode variar de amarelo esverdeado à pardo enegrecido, em decorrência da decomposição local da Hemoglobina Etiologia : � Causa isquêmica causada através do congelamento ou vasoconstricção. � Gesso e bandagens muito apertadas; � Ocorre fisiologicamente no Cordão Umbilical A causa da necrose por coagulação foi uma obstrução arterial aguda: Gangrena seca, em área que sofreu necrose coagulativa. Superfície externa de membro fixado em formol. Gangrena Úmida: Etiologia: Causada por isquemia e liquefação (proliferação de microrganismos). Ocorre preferencialmente: Nos pulmões: Pneumonias agudas por aspiração de corpos estranhos; Mucosa uterina: Metrite purulenta e/ou morte fetal; Intestino: Evolução de apendicites e colecistites graves; Glândula mamária: Mastite aguda por coliformes e/ou estafilococos ���� É geralmente fatal, devido ao quadro de Toxemia Sistêmica. Gangrena úmida Gangrena Gasosa É também conhecida como "Gangrena enfizematosa", "gangrena crepitante" ou "gangrena bolhosa". • Quando o microrganismo infectante produz gás, como o Clostridium. Característica: Ação de bactérias anaeróbias gasógenas sobre o tecido necrosado São causadas por bactérias anaeróbicas produtoras: � De gás (H2, CO2, CH4, NH3, SH2), � E ácido acético. � De ácido butírico (de onde o odor característico de manteiga rançosa) Conseqüências das Necroses O tecido necrótico comporta-se como um corpo estranho (devido à liberação de Antígenos escondidos), provocando uma reação inflamatória na tentativa de eliminar a área necrosada. Absorção: Se a área afetada for mínima. Fagocitose por Macrófagos. Gangrena úmida Drenagem: Se área for próxima à vias excretoras ou se ocorrer fistulação (Ruptura e drenagem de abscessos/necrose coliquativa). Cicatrização: Proliferação fibroblástica e substituição do parênquima necrótico por tecido conjuntivo fibroso. Calcificação distrófica: Deposição de sais de cálcio no tecido morto. Comum na necrose caseosa. Encistamento ou Seqüestro: Formação de pseudo-cistos, quando a área de necrose é ampla limitando a absorção. Comum nas necroses do cérebro. Diferenças básicas entre apoptose e necrose: Características APOPTOSE Morte Celular Programada NECROSE Morte Celular Acidental Estímulo Fisiológico (Ativação de um relógio bioquímico, geneticamente regulado) ou patológico. Patológico (Agressão ou ambiente hostil). Ocorrência Acomete células individuais, de maneira assincrônica. Eliminação seletiva de células. Acomete um grupo de células. Fenômeno degenerativo, conseqüência de lesão celular severa e irreversível. Reversibilidade Irreversível, depois da ativação da endonuclease. Irreversível, após o "ponto de não retorno"- Deposição de material floculento e amorfo na matriz mitocondrial. Morfologia: • Célula Enrugamento, projeções digitiformes da membrana celular e formação de corpos apoptóticos.Tumefação celular, perda da integridade da membrana e posterior desintegração. Adesões entre células e Membrana Basal Perda (precoce) Perda (tardia) Liberação de enzimas lisossômicas Ausente. Presente. Fagocitose pelas células da vizinhança Presente, antes mesmo da lise celular ("Canibalismo celular"). Ausente - Macrofagocitose pode ocorrer, após a lise celular. Formação de cicatrizes Ausente. Pode ocorrer, se a área de necrose for ampla. MORTE SOMÁTICA Conceito: Morte do indivíduo como um todo. Quando é que um indivíduo morre? 1) Perda de consciência 2) Desaparecimento dos movimentos e do tônus muscular 3) Parada dos movimentos respiratórios e batimento cardíaco 4) Perda da ação reflexa a estímulos táteis, térmicos e dolorosos 5) Parada de função cerebrais Alterações Cadavéricas Após a morte, existe uma série de alterações seqüenciais: 1) Algor Mortis (frio da morte) 2) Rigor Mortis (Rigidez cadavérica) 3) Livor Mortis (manchas cadavérica) 4) Alterações Oculares 5) Putrefação Livor Mortis (manchas cadavérica) Livor Mortis (manchas cadavérica) Rigor Mortis (rigidez cadavérica) Rigor Mortis (Rigidez cadavérica) Livor Mortis (manchas cadavérica) Putrefação Alterações Oculares Caso Clínico 1 Paciente de 60 anos, diabético, com traumatismo, inchaço e dor na região genital, febre alta. Exames de laboratório indicam uma leucocitose maior que 50.000 cel/mm3. Exame microbiológico esclarece uma flora bacteriana mista (Gram + e -). Diagnóstico: Gangrena de Fournier. Terapêutica: Extirpação cirúrgica e administração dede antibioticoterapia. Evolução: Boa resposta do paciente. Putrefação CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS DEPÓSITOS DE CALCIO: CALCIFICAÇÃO É um processo que ocorre normalmente na formação dos ossos e cartilagens. - Essas alterações induzem a uma deposição anormal de sais de cálcio e outros sais minerais heterotopicamente, ou seja, em locais onde não é comum a sua deposição. A calcificação patológica é definida por se localizar fora do tecido ósseo ou dental, em situações de alteração da homeostase e da morfostase. ���� O mecanismo das calcificações patológicas segue o mesmo princípio das calcificações normais. Dependendo da situação envolvida em cada alteração funcional ou morfológica do tecido, podem-se distinguir três tipos de calcificação heterotópica: Distrófica, Metastática, Litíase ou Idiopática. 1- CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA � Ocorre devida a lesão do próprio tecido. � Encontrada principalmente nos tecidos com necrose dos tipos: Caseosas, Coagulação, Gordurosa. � Raramente apresenta-se na necrose liquefativa. � Sua presença é quase frequente nos ateromas. � Podem ser vista nas valvas cardíacas lesadas por febre reumáticas ou por processos degenerativos do envelhecimento . � O mecanismo exato ainda não é bem conhecida, sendo que os processos parece ser muito semelhante ao de ossificação. � A alteração no pH local no tecido lesado, faz o organismo depositar cálcio para neutralizar-la. Embora na maioria das vezes não produza sintomas clínicos (a não ser que se desenvolva em pontos críticos (coronárias, valvas cardíacas) desempenha um importante papel no diagnóstico radiológico. EX: Mamografia revela microcalcificação é um sinal sugestivo de câncer na mama. A pinça destaca uma placa de ateroma calcificada, que se desloca da túnica íntima (PI). Esse quadro caracteriza um estágio avançado de ateroesclerose. Mamografia com microcalcificação Pontos de calcificação (basofílicos) na camada íntima da aorta em um processo avançado de ateroesclerose. (HE, 200X). 2- CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA Cálcio mobilizado de outras áreas, depositando-se a distância, Cálculos cerebrais, podendo ser provocada por Toxoplasmose congênita Febre reumática e obliteração das comissuras. Espessura irregular das valvas. � Se deve ao aumento do cálcio circulante (hipercalcemia). É portanto encontrado: � Aumento do parato-hormônio ( Hiperparatiroidismo) � Excesso de vitamina D � Aumento da mobilização do cálcio ósseo (ex: destruições de ossos por tumores) O cálcio circulante aumentado se deposita em tecidos normais, acentuando-se mais nos locais onde houver tecidos lesados. - Doença de Addison (produção insuficiente dos hormônios da glândula supra- renal). - São exemplos de hipercalcemia moderada com possibilidade de calcificação metastática. A calcificação metastática é originada de uma hipercalcemia. Essa situação pode ser devida à remoção de cálcio dos ossos (comum em situações de cânceres e inflamações ósseas, imobilidade, hiperparatireoidismo) ou à dieta excessivamente rica desse íon. 3- CALCULOSE OU LITÍASE Calcificação em estruturas tubulares diferentes de vasos sanguíneos. � Não difere muito dos padrões de formação da calcificação distrófica. � Sua particularidade reside no fato de se localizar em estruturas tubulares. � Esse núcleo se desloca para a luz do ducto, onde cresce devido a sucessivas incrustrações ao redor de sua estrutura. � A calculose pode levar à obstrução, à lesão ou à infecção de ductos, principalmente do pâncreas, da glândula salivar, da próstata e dos tratos urinário e biliar. Hidronefrose secundária devido a calculose Calculos de Oxalato de cálcio Presença de calcificações distróficas em ducto (D) de parótida (A), supostamente derivados de um cálculo (setas) (HE, 100X). Calculose pode levar à obstrução, à lesão ou à infecção de ductos, principalmente do pâncreas, da glândula salivar, da próstata e dos tratos urinário e biliar. CÁLCULOS URINÁRIOS (Urolitíase): A maioria dos cálculos renais é composta de Oxalato de cálcio e de Oxalato de fosfato. Fatores determinantes • Aumento da concentração do soluto na urina • pH urinário baixo, resultando em em baixa solubilidade do soluto • Baixa ingestão de líquido (estase urinária) • Infecção persistente Natureza dos cálculos • 80% de Oxalato de cálcio e de fosfato (Hipercalcemia) • 15% de Fosfato de magnésio, de amônia e de cálcio (Microorganismos que degradam a uréia, tornando a urina alcalina) • 4% de ácido úrico (Hiperuricemia, Ex: Gota) • < 1% de cistina (Defeitos genéticos de transporte tubular) • Gota é uma doença caracterizada pela elevação de ácido úrico no sangue e surtos de artrite aguda secundários ao depósito de cristais de monourato de sódio. São muito característicos regiões volumosas localizadas nos cotovelos. Apesar de não ser comum, quando aparecem na cartilagem do ouvido são úteis para diagnóstico de gota. Diagnóstico tardio e os que não se tratam têm cristais de monourato de sódio depositados nas articulações, tendões e cartilagens. LLIITTÍÍAASSEE DDAA VVEESSÍÍCCUULLAA BBIILLIIAARR A quebra-pedra (Phyllantus niruni) inibe a formação de cálculos renais e facilita sua expulsão (Ciência Hoje, 2004) A formação dos cálculos ocorre pela adesão de pequenas partículas minerais às paredes do túbulo renal, um canal finoque constitui cada néfron. Chá de quebra-pedra reduz a adesão de cristais de oxalato de cálcio às paredes do túbulo renal, porque reverte sua polaridade. "Os cristais se prendem à parede celular porque há uma atração elétrica entre ambos", a química esclarece. "Os cristais têm carga positiva, e a parede celular, negativa. O Phyllantus niruri parece mudar a polaridade da carga dos cristais, e inibir assim sua adesão ao túbulo renal." DEGENERAÇÃO CELULAR Conceito: Alterações do metabolismo celular, usualmente reversíveis (ainda que o ponto de não retorno seja indefinido e o grau de reversibilidade varie conforme o tipo e a intensidade do processo) ocorrendo perda da habilidade de manter o estado de homeostase normal ou adaptado. Sistemas celulares mais vulneráveis à agressões: Membrana celular Alt. na permeabilidade de membrana e na pressão osmótica Respiração aeróbica ß ATP e pH, Ý Ca+2, ativação de enzimas líticas Síntese de enzimas e proteínas hipobiose e ß metabolismo, ß potencial de adaptação Integridade genética ß Síntese de RNA, enzimas e proteínas Nomenclatura: Acrescentar o sufixo "OSE" ao termo designativo do órgão ou tecido afetado. Podemos classificar as degenerações (lesões reversíveis) de acordo com o acúmulo de substâncias intra ou extra-celular: 1) Água: Degeneração hidrópica 2) Lípides: Degeneração gordurosa 3) Proteínas: Degenerações hialinas 4) Muco: Degenerações mucóides 5) Carboidratos: Degeneração glicogênica Degeneração Hidrópica (edema celular) Conceito: Lesões celulares que causa como efeito o acúmulo de água no citoplasma. Macroscopia: - O órgão encontra-se Pálido - Corre o aumento de volume e peso - Perda de brilho - Após o corte o parênquima sobrepõe-se à cápsula Microscopia: - Aumento do volume celular, com alteração da proporção citoplasma/núcleo - Vacuolização citoplasmática Polpa normal, sem degeneração. Patogenia: ↓ O2 → ↓ Respiração mitocondrial → ↓ ATP: → Atividade da Bomba de Na/K, com ↑ Na+ ↓ K+ (Tumefação celular) → Síntese e reciclagem de fosfolípides → Perda de fosfolípides e da integridade da membrana com ↑ Ca+2 e ativação de enzimas líticas - Fosfolipases, proteases, ATPases e Endonucleases → ↑ Respiração anaeróbica, com ↑ de lactatos e ↓ pH (acidofilia citoplasmática com perda dos grânulos da matriz, condensação da cromatina nuclear). Etiologia: Hipóxia, infecções bacterianas e virais, hipertermia, intoxicações endógenas e exógenas, etc... Degeneração Gordurosa (esteatose) Definição: Acúmulo anormal de lípides no interior das células. É encontrada principalmente de túbulos renais, hepatócitos, e fibras do miocárdio. Características macroscópicas: Notar o deslocamento do núcleo celular devido ao acúmulo hídrico intracitoplasmático (setas) (HE, 200X). a. As modificações no volume e coloração do órgão afetado dependerão da causa da esteatose e da quantidade de lípide acumulado. b. Geralmente ocorre aumento de volume, menor consistência (órgão mais pastoso), maior friabilidade e coloração amarelada, além da presença de gorduras emulsionadas na faca ao corte. c. No fígado: Aumento de volume e peso (as vezes de 1,5 para 3 a 6 Kg, no ser humano) com bordas abauladas e consistência amolecida, coloração amarelada, superfície externa lisa e brilhante. Fígado com esteatose Etiopatogenia: Kwashiorkor FFA (ácidos graxos livres) Degeneração Hialina Conceito: Qualquer material que ao microscópio óptico, representa-se homogeneamente corado em róseo pela HE. � Na patologia clássica, são classificadas como processos degenerativos dependente de metabolismo protéico alterado, com conseqüencia acúmulo de proteínas. � Hoje sabe-se que nem sempre o distúrbio é do metabolismo protéico, e nem sempre o processo traduz conceitualmente uma degeneração. Pode ocorrer: Pulmão: Síndrome da angústia respiratória das crianças e adultos Pâncreas: Hialinização das ilhotas de Langerhans na diabetes Paredes de Vasos: Hipertenção arterial, glomerulonefrites, lúpos eritrematosos � PROTEÍNAS (Amiloidoses) - Gotículas de reabsorção nos túbulos renais proximais (proteinúria) - Aumento da síntese de imunoglobulinas (Corpúsculos de Russel) - Defeitos do dobramento (Transporte e secreção defeituosos; Toxicidade às proteínas anormais) Degeneração Hialinas (DH) Extracelulares (conjuntivo-vasculares) • DH propriamente dita • Amiloidose Intercelulares • DH goticular • Corpúsculo de Russell • Corpúsculo de Councilman-Rocha Lima • DH de Mallory • DH na deficiência da alfa-1 – antitripsina • DH de crooke • D. Cérea de Zenker Na patologia clássica pode-se classificar Degenerações Mucóides Conceito: Lesões celulares que causa como efeito o acúmulo excessivo de muco no interior das células. Pode ocorrer: � Acontece nas células epiteliais que produzem muco; � Nas inflamações das mucosas ( inflamação catarral); � Em alguns cânceres, como do estômago, intestino e ovário. Degenerações Glicogênica Conceito: Acúmulo anormal intracelular de glicogênio. Características macroscópicas: Pouco significativas. Sem lesão aparente macroscopicamente ou um discreto aumento de volume e palidez. Causas: Hiperglicemias: Alimentares, por lesão no SNC por narcóticos, por adrenalina ou por diabete mellitus. Glicogênio em células epiteliais no sistema renal e ilhotas de Langerhans (Diabetes mellitus) - Distúrbios genéticos (Glicogenoses) PIGMENTOS E PIGMENTAÇÃO PATOLÓGICA Pigmentação Patológica • O acúmulo anormal de pigmentos ou a sua diminuição também são indicativos de que a célula sofreu agressões. • Uma pigmentação anormal é mais um sinal de perda da homeostase e da morfostase celular, portanto, é patológica. A pigmentação patológica pode ser exógena, ou endógena. 1 - PIGMENTAÇÃO EXÓGENA A pigmentação exógena pode ser dividida nos seguintes tipos: a) SIDEROSE: Pigmentação por óxido de ferro. Cor: ferrugem. b) ANTRACOSE: Pigmentação por sais de carbono. A antracose em si não gera grandes problemas, mas sua evolução pode originar disfunções pulmonares graves. c) ARGIRIA: Pigmentação por sais de prata. Geralmente é oriunda por contaminação sistêmica por medicação. Cor: acinzentada a azul-escuro e enegrecida se a prata sofrer redução. d) BISMUTO: Atualmente é rara de ser vista, sendo comum na terapia para sífilis. Cor: enegrecida. Hepatócitos normais Glicogenose hepática e) TATUAGEM: Feita por sais de enxofre, mercúrio, ferro e outros corantes. A fagocitose, feita por macrófagos. Cor: varia conforme o tipode pigmento presente. Antracose em linfonodo de trabalhador de mina Siderose Paul Karason com a anomalia da pele (argiria). TATUAGEM POR AMÁLGAMA: As áreas de coloração azulada na mucosa bucal decorrente da introdução de partículas de amálgama na mucosa; Essa introdução pode ser devida a lesão na mucosa no local da restauração no momento de inclusão do amálgama na cavidade. Tatuagem recente Tatuagem antiga TATUAGEM POR AMÁLGAMA Tatuagem por amálgama (seta) Corte histológico da tatuagem, em que se observa o pigmento acastanhado sobre as fibras colágenas e a parede dos vasos sangüíneos (seta) (HE, 400X) 2- PIGMENTAÇÃO ENDÓGENA Pigmentação por pigmentos produzidos dentro do corpo. • A pigmentação endógena pode ser dividida em dois grupos: grupo dos pigmentos hemáticos ou hemoglobinógenos, oriundos da lise da hemoglobina, e grupo dos pigmentos melânicos, originados da melanina. a) PIGMENTOS HEMÁTICOS OU HEMOGLOBINÓGENOS Esses pigmentos se originam da lise na hemoglobina, originando os pigmentos denominados de hemossiderina e bilirrubina. Pigmentação por pigmentos produzidos dentro do corpo. Pigmento de desgaste ou envelhecimento (Lipofucsina = marrom) Pigmento produzido por melanócitos (Melanina = preto) Pigmento derivado da hemoglobina (Hemossiderina-ferritina) Equimose (hemoglobina – hemossiderina + biliverdina + bilirrubina) Sobrecarga sistêmica de ferro (Hemossiderose) Acúmulo extracelular de bilirrubina (Icterícia) Bilirrubina (Cirrose biliar) Hemossiderose pulmonar Icterícia PIGMENTOS MELÂNICOS Como diminuição localizada da pigmentação melânica tem-se: ALBINISMO: Forma recessiva e autossômica; localizada principalmente na região do crânio; os melanócitos encontram-se em número normal, mas não produzem pigmento. Fragmento de pele em que nota a hiperpigmentação da camada basal do epitélio (cabeça de seta) e pigmentos melânicos presentes no tecido conjuntivo subjacente. Esse quadro é compatível com efélide ou sarda (HE, 200X). VITILIGO: • Comum nas mãos; • Causada pela diminuição da quantidade de melanócitos produtores de pigmento na epiderme, • Manifestando-se clinicamente como manchas apigmentadas. DISTÚRBIOS DE CRESCIMENTO 1. Atrofia • Redução no volume e na função de uma célula ou órgão. • Resultante da resposta adaptativa da célula ao estresse persistente. • ↓ de suas funções. • ↓ do volume. Pode ser causado por: • Desuso ou diminuição de trabalho • Diminuição do Suprimento sangüíneo • Insuficiência de nutrição • Interrupção de sinais tróficos • Envelhecimento • Por Compressão 1.1 Atrofia por desuso: - Forma mais comum da atrofia Ex: - Imobilização de um membro engessado - Por paralisia, devido a falta de inervação ( Poliomielite, Repouso prolongado) Poliomielite Repouso prolongado 1.2 Atrofia por Insuficiência de nutrientes - Inanição a nutrição inadequada associada a doença crônica, infecção crônica ou câncer levam a atrofia do órgão e da musculatura esquelética. Ex: Caqueixa dos pacientes cancerosos internados; Prisioneiros em campos de concentração; Crianças e adultos de região onde a fome é endêmica. Bíceps normal Bíceps atrofiado 1.3 Atrofia por interrupção de sinais tróficos Relacionado com a perda de estímulo hormonal ou nervoso. Ex: • Atrofia do endométrio devido a redução do níveis de estrógeno na menopausa. • Insuficiência hipofisária ( do hormônio folículo-estimulante –FSH). • Desnervação leva a atrofia do músculo esquelético (poliomielite). • Trauma por lesão de nervos ou medula. 1.4 Atrofia por envelhecimento Causada por diminuição de nutrição e oxigenação. Ex: Aterosclerose tendo como consequência a diminuição de alguns órgão (músculos, cérebro e coração) 1.5 Atrofia por compressão Acomete determinados órgãos em conseqüência da compressão por coleções líquidas ou por outras estruturas. Ex: Neoplasia benigna de tiróide causando atrofia do parênquima tiroidiano. 2. HIPERTROFIA (hiper = excesso; trofia = nutrição): Anorexia Marasmu É o aumento do volume das células, o que conduz conseqüentemente a aumento do volume do órgão. O ↑ do volume celular é resultante de maior síntese protéica. Pode ser classificado como: 2.1 Hipertrofia fisiológica Ex: Aumento do útero na gravidez; Aumento da musculatura em trabalhadores braçais. 2.2 Hipertrofia Patológica - Decorre devido a estímulos patológicos. Ex: - Hipertrofia patológico do ventrículo esquerdo por esforço e pelo aumento de trabalho necessário para vencer um obstáculo criado por estenose da valva aórtica. - Hipertrofia do macrófago devido ao aumento da atividade fagocitária. - Megaesôfago chagástico (a) Coração normal e Hipertrofia do músculo cardíaco em resposta a uma valvulopatia. (b) Cortes histológicos de tecido cardíaco normal. (c) Histologia do músculo cardíaco hipertrofiado. 3. HIPERPLASIA (hiper = excesso; plasia= formação): Aumento do número de células parenquimatosas, que mantêm seu tamanho e funções normais. Porém, o tecido ou órgão hiperplásico tem seu volume aumentado, bem como sua função. Comum em células lábeis ou estáveis. Ex: Reação inflamatória; Processo regenerativos; Estímulos Hormonais; Estímulos de Trabalho. Obs: Está bastante relacionado com a hipertrofia. Pode ser classificado como: Fisiológica, Compensatória, Patológica, Reacional e Congênita. 3.1 Hiperplasia fisiológica – Decorrente de estímulo fisiológico, como ação hormonal. Ex: Hiperplasia da mama e do útero durante a puberdade e a gravidez. Crescimento do endométrio após o período menstrual. 3.2 Hiperplasia compensatória ou vicariante Ex: Hepatectomia parcial; Nefroctomia unilateral ( o rim permanece sofre um processo de hipertrofia e hiperplasia) Orquiectomia. Prometeu 3.3 Hiperplasia patológica Geralmente são resultantes de estímulação hormonal excessiva. Ex: Hiperplasia nodular da próstata (Baixa de testosterona e aumento de estrógeno); Neoplasia benigna em glândulas endócrinas controladas pela hipófise, sofre hiperplasia quando entra em hiperfunção. Útero. Processo: Hiperplasia e hemorragia do endométrio (metrorragia) Orquiectomia 3.4 Hiperplasia Reacional Ex: Hiperplasia do tecido conjuntivo-vascular na cicatrização ( proliferação de fibroblastos e vasos capilares) Hiperplasia do epitélio formando verrugas na pele e na mucosa, devido a infecção do HPV. 3.5 Hiperplasia Congênita Aparecem durante a vida intra-uterina como a macrossomia fetal. Aumento no tamanho das células em um tecido, seguido de aumento da capacidade funcional HIPERTROFIA HIPERPLASIA Aumento do número de células em um tecido, decorrente de divisão celular aumentada Hipertrofia fisiológica do músculo esquelético em resposta ao exercício. Hiperplasia Reacional4. METAPLASIA (meta = mudança; plasia= formação): - Quando uma célula adulta passa a adquirir características de outro tipo de célula adulta. Pode se desenvolver em tecidos expostos a prolongados traumatismos ou a irritações crônicas. Ex.: A célula cilíndrica dos epitélios respiratórios pode adquirir características de célula escamosa (semelhante a do epitélio cutâneo). Esse processo é denominado de metaplasia escamosa. 5. DISPLASIA (dis = diferente; plasia = formação): Organização anormal ou uma diferenciação desordenada de células ou tecidos presentes em um órgão. Pela OMS a displasia é uma lesão na qual parte da espessura do epitélio é substituída por células com vários graus de atipia. Ex: Displasia do epitélio da cérvix uterína. Metaplasia escamosa da bexiga urinária devido a cálculos urinários Epitélio escamoso estratificado Epitélio de transição Observação : Não confundam anomalia com atrofia ! AADDAAPPTTAAÇÇÕÕEESS CCEELLUULLAARREESS ÀÀ DDOOEENNÇÇAA Anencefalia INFLAMAÇÃO Conceito: É a reação local dos tecidos à agressão, seja ele antigênico (bactéria, fungo) ou não (arranhão, queimadura). Etapas fundamentais: - Alterações do calibre vascular (aumento do fluxo sanguíneo); - Emigração dos leucócitos (acúmulo de células no foco da lesão); - Alterações estruturais da microvasculatura (Emigração das proteínas plasmáticas) Fluídos inflamatórios: • Exsudato (Líquido extravascular inflamatório com alta concentração de proteínas, restos celulares). • Transudato (Fluído com baixo nível protéico (albumina), basicamente plasma sanguíneo). • Pus (exsudato purulento rico em leucócitos mortos e agentes infecciosos). Classificação da Inflamação Quanto ao tempo de duração: • Inflamação aguda (Curta duração e inespecífica) • Inflamação crônica (Longa duração e específica) Inflamação Aguda Características: Ocorre como uma resposta inespecífica caracterizada por uma série de alterações que tende a limitar os efeitos da agressão. Sinais “cardinais” - Rubor - Calor - Tumor - Dor - Perda da função Resposta inflamatória imediata e inespecífica do organismo diante de uma agressão (tendo um curso rápido de poucos minutos até poucos dias). Etapas fundamentais: � Vasodilatação - ↑ do fluxo sangüíneo; � Emigração das proteínas plasmáticas (Exsudato/Transudato); � Emigração dos leucócitos no foco da lesão. Inflamação crônica: É considerada aquela de duração prolongada (semanas – anos), com inflamação ativa, destruição tecidual e tentativas de reparação concomitantes, diante da permanência do agente agressor. Fatores desencadeadores: - Infecções persistentes (Ex: Treponema pallidum na Sífilis); - Exposição prolongada a agentes tóxicos (Ex: Silicose, Saturnismo); - Auto-imunidade (Ex: Lupus eritematoso) Características Histológicas Inflamação aguda - Vasodilatação (Edema) - Exsudato - Neutrófilos - Macrófagos - Monócitos - Polimorfonucleados Inflamação crônica - Infiltração de células mononucleadas (linfócitos e plasmócitos); - Destruição tecidual (áreas de necrose); - Tentativa de reparação (Regeneração, cicatrização ou fibrose) - Outras células (mastócitos e eosinófilos) Classificação: Como resposta, o hospedeiro pode variar na quantidade e tipo dos componentes de uma inflamação crônica, devido a natureza do agente agressor. Podendo assim ser classificado em: • INFLAMAÇÃO CRÔNICA INESPECÍFICA • INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA INFLAMAÇÃO CRÔNICA INESPECÍFICA: - Não há predominância de um tipo celular - Em geral, são observados linfócitos, plasmócitos e macrófagos em quantidades variadas - Não sugere sua etiologia Padrão específico de inflamação crônica encontrado em doenças imunes e infecções crônicas (Ex: tuberculose). Área focal de inflamação granulomatosa. É formado particularmente por uma miscelânea de células da resposta inflamatória aguda e crônica + as células epitelióides e gigantes. O tipo celular predominante é um macrófago modificado (Célula epitelióide) e Células multinucleadas gigantes (Tipo corpo estranho ou Langerhan). PADRÕES MORFOLÓGICOS NA INFLAMAÇÃO: Inflamação serosa - extravasamento de líquido ralo proveniente do soro sanguíneo. Ex: Herpes simples, queimaduras) Inflamação Fibrinosa - ocorre em grandes extravasamentos vasculares deixando passar moléculas maiores (fibrina). Típico de inflamação em cavidades (pericardite, pleurite). Inflamação supurativa ou purulenta - grandes quantidades de pus (neutrófilos, células necróticas e líquido de edema e certos microorganismo, Ex: estafilococcus). Geralmente formam-se ABSCESSOS (coleções localizadas de exsudato purulento). REPARAÇÃO CELULAR Regeneração e Cicatrização Conceitos Reposição de tecidos e células lesadas ou necróticos, por novos elementos sadios, oriundos: - do epitélio adjacente: Reepitelização - do parênquima adjacente: Regeneração Reposição de tecido idêntico ao perdido sem modificação na relação Parênquima /Estroma - Comum em órgãos com células lábeis e estáveis e rápida reabsorção. - do estroma : Cicatrização Tipo mais freqüente de reparação, caracterizado pela neoformação de tecido conjuntivo fibroso (cicatriz), substituindo as células parenquimatosas perdidas; alteração na relação Parênquima/Estroma. Escara (ferida por trauma crônico) Fatores que influenciam na reparação : - Capacidade regenerativas das células. Células Lábeis, Estáveis e Permanentes. - Grau de destruição: Quanto maior a histólise, menor a possibilidade de regeneração e maior a de cicatrização. - Tipode inflamação: Quanto maior a duração do processo inflamatório menor a possibilidade de regeneração. A presença de infecção e/ou de corpo estranho diminui as chances de regeneração. - Fatores locais: Irrigação e inervação; O tamanho e a localização da lesão. Espermatozóide Endotélio Neurônios Cicatrização Conceito: "Reposição de tecido destruído por conjuntivo neoformado não especializado". Para que possa haver cicatrização completa, são necessárias: a) Eliminação do agente agressor b) irrigação, nutrição e oxigenação. Esses fatores, é que determinam o equilíbrio de eventos que compõem a cicatrização, eventos esses divididos didaticamente em três fases: FASES DA CICATRIZAÇÃO 1. Fase de demolição - Liberação de mediadores químicos da inflamação - Células inflamatórias dirigem e removem detritos celulares, bactérias, corpos estranhos - Retração do tecido (50% a 70%), resultante da ação dos miofibroblastos. 2. Fase de crescimento do tecido de granulação: Cessação da agressão Formação de coágulo Feridas (horas) Restituição epitelial (1 a 3 dias) Reação inflamatória (1 a 7 dias) Formação de tecido de Granulação (neovascularização e fibroplasia) Dissolução de exsudatos e restos celulares Reabsorção via linfática e/ou via fagocitose (PMN e MØ) Cicatrização por 1a intenção (Fusão dos tecidos de granulação) Devascularização e cicatrização colagenosa (20 a 30 dias) MMeeccaanniissmmoo ggeerraall ddaass rreeppaarraaççõõeess ((ffaasseess)):: - Proliferação de fibroblastos e de células endoteliais dos capilares vizinhos à zona agredida. - Secreção de fibras colágenas. Clinicamente, observa-se, no local da lesão, grânulos avermelhados e brilhantes, os quais correspondem aos brotos vasculares, TTeecciiddoo ddee ggrraannuullaaççããoo 3. Fase de maturação ou fibroplasia: - Ocorre proliferação de fibroblastos e deposição de colágeno, que comprime os capilares neoformados, diminuindo a vascularização (desvascularização). - Ao final, tem-se, com a colagenização, uma cicatriz acelular relativamente clara, que pode atenuar ou mesmo desaparecer clinicamente. • CICATRIZAÇÃO POR 1ª INTENÇÃO: Quando o reparo se faz com o mínimo de produção do tecido conjuntivo. Quando o reparo se faz com a produção mais evidente do tecido de granulação. CCIICCAATTRRIIZZAAÇÇÃÃOO PPOORR 22ªª IINNTTEENNÇÇÃÃOO:: Cicatrização por segunda intenção após extração dentária. Devido ao emprego de uma má técnica de sutura, Cutting Scarification QUADRO COMPARATIVO - CICATRIZAÇÕES Característica diferencial 1a intenção 2a intenção Tipo de Ferida Linear, Pouco traumatizada com perda mínima de substância Irregular, traumatizada, com perda de substância (úlceras) Contaminação não contaminada Contaminada ou não Intensidade da reação inflamatória Menor Maior Formação de tecido de granulação Menor Maior, as vezes exuberante Volume da cicatriz final Menor Maior, as vezes com formação de quelóide Retração cicatricial Menor Maior Perda de células especializadas Menor Maior Tempo de Resolução Menor Maior QUELÓIDE O Quelóide é uma manifestação exagerada na cicatrização de lesões na pele. Sendo mais comum na pele do tórax na parte da frente do corpo ou anterior, por que a pele é mais espessa. hialinização de algumas fibras colágenas (setas) (HE, 400X). Corte histológico de quelóide em que se nota intensa deposição colagênica (HE, 100X). QQUUEEIIMMAADDUURRAASS Hiperemia Hiperemia Hiperemia Hiperemia dérmicadérmicadérmicadérmica Necrose Necrose Necrose Necrose epidérmicaepidérmicaepidérmicaepidérmica Hiperemia Hiperemia Hiperemia Hiperemia dérmicadérmicadérmicadérmica Exsudato Exsudato Exsudato Exsudato fibrinosofibrinosofibrinosofibrinoso Necrose da derme e epidermeNecrose da derme e epidermeNecrose da derme e epidermeNecrose da derme e epiderme 2o grau 3o grau 1o grau QQUUEEIIMMAADDUURRAASS Síndrome de Fornier
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