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16679_CIÊNCIA POLÍTICA SLIDES AULAS

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CIÊNCIA POLÍTICA
Prof. José Marques Filho
Conceito de Ciência
ARISTÓTELES
STO TOMÁS DE AQUINO
Ciência tinha por objeto os 
princípios e as causas
Assimilação da mente dirigida ao 
conhecimento
Ramo do conhecimento 
humano que tem princípios 
e leis próprias
Classificação
Ciências Exatas
Ciências Humanas
Matemática
Física
Química
Biologia
Economia
Sociologia
Direito
Noções de Ciência Política
O significado de Política
A definição clássica de política foi legada pelos 
antigos gregos:
Segundo Aristóteles:
O conceito de política é derivado 
do adjetivo polis (politikós), que 
significa tudo que refere à cidade
Tudo que é urbano
O conceito de política é também 
empregado para indicar a atividade 
ou conjunto de atividades que têm, 
de algum modo, como termo de 
referência, a polis, isto é, o ESTADO
Aristóteles considerava o homem 
um “animal político, definindo-o 
assim: só “porque o homem vive na 
polis – e porque a polis vive nele.
O conceito de POLÍTICA
como praxis humana está 
intimamente relacionado 
com a noção de PODER
O filósofo alemão CARL SCHMITT 
concebeu uma ideia maniqueista 
da política, reduzindo-a à distinção 
“amigo – inimigo” 
Para Schimitt , “o inimigo político 
não necessita ser moralmente mau, 
nem esteticamente feio”
A política pode também ser definida 
“como a atividade através da qual são 
conciliados os diferentes interesses, 
dentro de uma determinada unidade de 
governo, dando a cada um deles uma 
participação no poder, proporcional à sua 
importância para o bem estar e a 
sobrevivência de toda a comunidade”
Segundo o jurista alemão Hermann 
Heller, na linguagem usual os termos 
POLÍTICA E POLÍTICO foram ampliado:
Política eclesiástica
Política econômica
Política militar
Política organizacional
etc.
Entretanto o que todas essas formas de política têm 
em comum é:
Desenvolver e aplicar poder social 
organizado, ou seja, que o seu poder nasce 
e mantém-se mediante a cooperação 
humana dirigida por uma ordenação 
regular comum, na qual determinados 
indivíduos cuidam do estabelecimento e 
segurança da ordenação, assim como da 
atuação unitária do poder de tal modo 
concentrado
Mais do que nunca torna-se necessário 
que a política seja compreendida pelo 
homem comum, tornando mais do que 
nunca atual a poesia de Brecht “ o 
analfabeto político”
“O pior analfabeto é o analfabeto político, ele não 
ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos 
políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço 
do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do 
sapato e do remédio dependem das decisões 
políticas. O analfabeto político é tão burro que se 
orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. 
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política 
nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior 
de todos os bandidos, que é o político vigarista, 
pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e 
multinacionais.”
É nesse sentido que a política 
merece ser altamente louvada, pois:
Ela deve constituir a preocupação do 
homem livre, e sua existência é a 
verificação da liberdade
CIÊNCIA POLÍTICA
A ciência política é uma ciência social que 
estuda o exercício, a distribuição e a 
organização do poder na sociedade
Procura estudar os fatos políticos, que envolvem tanto 
acontecimentos e processos políticos, como o 
comportamento político que se expressa concretamente 
na interação social, como por exemplo:
•Processos eleitorais
•Resposta da população às decisões políticas tomadas pelas 
autoridades
•Constituição e dinâmica de partidos políticos e dos grupos de 
pressão
•Organização das diferentes formas de governo
•Funções exercidas pelas autoridades
O objeto da ciência política
Conforme alguns estudiosos, há diferentes concepções 
sobre o objeto de estudo da ciência política.
Para 
alguns 
É A CIÊNCIA DO PODER
Para 
outros
É A CIÊNCIA DO 
ESTADO
Analisando as diversas posições, Duverger conclui 
que só a definição ampla da ciência política pode 
ser aceita:
É A CIÊNCIA DO PODER SOB 
TODAS AS SUAS FORMAS
TEORIA GERAL DO ESTADO – NOÇÕES
É uma disciplina de síntese, que sistematiza 
conhecimentos jurídicos, filosóficos, 
sociológicos, políticos, históricos, antropológicos, 
econômicos, psicológicos, valendo-se de tais 
conhecimentos para buscar o aperfeiçoamento 
do Estado, concebendo-o, ao mesmo tempo, 
como um fato social e uma ordem, que procura 
atingir os seus fins com eficácia e com justiça.
A Evolução da Ciência 
Política
A Ciência Política
• relaciona Estado, governo, Direito, 
sociedade e política
• surgiu na Idade Média, quando da 
organização dos feudos em 
comunidades maiores e mais bem 
organizadas
Nicolau Maquiavel
(1469-1527)
• Abandono dos fundamentos teológicos –
busca de generalizações a partir da própria 
realidade .
• Conjugando fatos de épocas diversas, chega a 
generalizações universais, criando, assim, a 
possibilidade de uma ciência política.
• O Estado Moderno fundado no terror (medo)
Jean Bodin(1530-1596)
• Teorizou um Estado unitário já existente.
• Estado é o poder: absolutismo.
• O poder determina o Estado, não o povo
Thomas Hobbes (1588-1679)
• “O homem é o lobo do homem”
• O Estado é necessário para mediar as 
relações humanas
• O Estado surge através de um contrato, 
como meio de evitar o extermínio do 
homem por ele mesmo.
• O pacto cria um Estado absoluto
• A fim de garantir sua propriedade 
privada, o homem limita a sua liberdade.
• O contrato cria a sociedade e o Estado.
• O homem já existe antes da formação da 
sociedade.
• O Estado é soberano somente quando sua 
autoridade vem do contrato social.
John Locke (1632-1704)
• Distingue a sociedade civil do Estado 
(público e privado), por exemplo:
– a propriedade, através da herança, se 
transmite hereditariamente
– o poder político deve ter uma origem 
democrática
• Trata-se de uma concepção mercantil de 
Estado.
John Locke (1632-1704)
Emmanuel Kant (1724 - 1804)
• A soberania pertence ao povo.
• Somente é cidadão politicamente ativo 
aquele que for independente, ou seja, que 
tiver posses.
• Somente é livre quem for proprietário (de 
terras).
• A lei é sagrada, é crime até discuti-la.
• A soberania popular depende e é 
delimitada por alguns direitos naturais.
• A burguesia, na teoria de Kant, fica 
plenamente representada através do 
parlamento.
• Cabe ao parlamento defender os 
interesses da burguesia.
Emmanuel Kant (1724 - 1804)
J.-J. Rousseau (1712 - 1778)
• O homem é naturalmente bom, mas 
é corrompido pela civilização.
• Somente o contrato social constitui 
a sociedade.
• A assembleia é o órgão soberano.
• A soberania pertence ao povo, e este 
é quem participa da assembleia.
• Os governantes são apenas os 
comissários do povo.
• Só há liberdade se houver igualdade.
• Nega os 3 poderes (de Montesquieu) e 
afirma o poder da assembleia.
• O obstáculo à teoria de Rousseau é a 
dificuldade da sessão permanente da 
assembleia.
J.-J. Rousseau (1712 - 1778)
Charles Tocqueville (1805-1859)
• É liberal.
• Vive um dilema entre a concepção 
liberal e a democrática:
–a liberdade exige a desigualdade 
(direitos da burguesia).
–a liberdade baseia-se na igualdade.
Georg W. F. Hegel (1770 - 1831)
• Não há sociedade civil sem que haja um 
Estado.
• Não há povo sem que haja um Estado, 
pois este funda aquele e não vice-versa.
• Soberania é estatal.
• O Estado absorve a sociedade civil.
• Estado e sociedade distintos só no 
conceito.
A Crítica de Karl Heinrich Marx 
(1818 - 1883)
• Comunismo utópico.
– após a igualdade jurídica deve ocorrer umarevolução econômica
– sem a igualdade econômica, a igualdade jurídica é 
mera aparência, porque consolida as 
desigualdades reais
• Sociedade civil e Estado estão 
entrelaçados, um é a expressão do outro.
• A sociedade (conjunto das relações 
econômicas) explica:
–o surgimento do Estado
– seu caráter
–a natureza de suas leis, etc.
• O Estado se forma de acordo com as 
tendências das relações econômicas 
estabelecidas no Estado
A Crítica de Karl Heinrich Marx 
(1818 - 1883)
Origem do Estado segundo 
Friedrich Engels (1820 - 1895)
• A formação das famílias e da sociedade 
marcham juntas:
– a sociedade se organiza com base na distinção 
entre sexos e suas respectivas funções, visando 
suas necessidades econômicas
• A propriedade surge com a formação e 
apropriação de rebanhos (caça).
• A herança torna a sociedade patriarcal.
• Por diferenças entre a estirpe a sociedade
entra em crise e surge o Estado para
dominar a sociedade.
• Surgem, assim, as classes e a luta de classe
• O Estado é a confissão de que a sociedade
chegou num nível de desenvolvimento em
que a luta de classes se tornou perigosa.
Origem do Estado segundo 
Friedrich Engels (1820 - 1895)
• O Estado burguês:
– se autorregula (constituição)
– atua por vontade própria
• tudo isto para manter o “status quo”, e também 
a dominação sobre a sociedade
• Um problema na teoria de Engels é que 
ele não trata de quais os meios de 
produção essenciais e como se organizam.
Origem do Estado segundo 
Friedrich Engels (1820 - 1895)
Concepção de Estado em Marx?
• Marx não desenvolve uma concepção 
de Estado
• Existem questões fundamentais em 
Marx, de método/concepção, sobre 
as quais deve ser construída a teoria 
marxista de Estado
ORIGEM DA SOCIEDADE
Idéia da Sociedade Natural :
Afirma a existência de fatores naturais
determinando que o homem procure a
permanente associação com outros homens,
como forma normal de vida.
Prof. José Marques Filho 41
ORIGEM DA SOCIEDADE
Idéia da Sociedade Natural :
A sociedade é o produto da conjugação de um
simples impulso associativo natural e da
cooperação da vontade humana.
Filósofos: Aristóteles, Santo Tomás de Aquino,
Cícero, Oreste Ranelletti.
Idéia do Contrato Social :
Sustenta que a sociedade é o produto 
de um acordo de vontades, ou seja, de 
um contrato hipotético celebrado entre os 
homens.
Filósofos : 
Thomas Hobbes,John Locke, Montesquieu 
e Rousseau.
Atualmente, predomina a idéia de que a 
sociedade é resultante de uma necessidade 
natural do homem, sem excluir a 
participação da consciência e da vontade 
humana.
A SOCIEDADE E SEUS ELEMENTOS 
CARACTERÍSTICOS
É comum que um grupo de pessoas, mais ou 
menos numeroso, se reúna em determinado 
lugar em função de algum objetivo comum. 
Prof. José Marques Filho 45
A SOCIEDADE E SEUS ELEMENTOS 
CARACTERÍSTICOS
Tal reunião, mesmo que seja muito grande o 
número de indivíduos e ainda que tenha sido 
motivada por um interesse social relevante, 
não é suficiente para que se possa dizer que 
foi constituída uma sociedade.
É necessário alguns elementos encontrados 
em todas as sociedades:
• Uma finalidade ou valor social;
• Manifestações de conjunto ordenadas;
•O poder social;
FINALIDADE SOCIAL
Deterministas : 
Explicam a finalidade social como sendo 
condicionada a leis naturais, sujeitas ao 
princípio da causalidade, não havendo a 
possibilidade de se escolher um objetivo e de 
orientar para ele a vida social.
Finalistas :
Sustentam ser possível a finalidade social, por 
meio de um ato de vontade, ou seja, 
livremente escolhida pelo homem. O homem 
tem consciência de que deve viver em 
sociedade e procura fixar, como objetivo da 
vida social, uma finalidade condizente com 
suas necessidades fundamentais e com aquilo 
que lhe parece ser mais valioso.
A finalidade social é considerada um bem 
comum por ser algo, um valor, um bem 
que todos considerem valioso. 
“O bem comum consiste no conjunto de 
todas as condições de vida social que 
consintam e favoreçam o 
desenvolvimento integral da 
personalidade humana.”(Papa João XXIII, 
Encíclica, II, 58).
ORDEM SOCIAL E ORDEM JURÍDICA
Em face dos objetivos a que elas estão 
ligadas, e tendo em conta a forma de que 
se revestem, bem como as circunstâncias 
que se verificam, as manifestações de 
conjunto devem atender a três requisitos:
Reiteração
Ordem 
Adequação
REITERAÇÃO
É indispensável que os membros da sociedade se 
manifestem em conjunto reiteradamente, pois só através da 
ação conjunta continuamente reiterada o todo social terá 
condições para a consecução de seus objetivos.
O que verdadeiramente importa é que, permanentemente a 
sociedade, por seus componentes, realize manifestações 
de conjunto visando a consecução de sua finalidade.
Como é evidente, para que haja o sentido de conjunto e 
para que se assegure um rumo certo, os atos praticados 
isoladamente devem ser conjugados e integrados num todo 
harmônico, surgindo aqui a existência de ordem.
ORDEM
Ordem natural : está submetida ao princípio 
da causalidade. Sempre que há uma condição, 
ocorrerá a mesma conseqüência, não 
podendo haver qualquer interferência que 
altere a correlação.
Ordem social ou humana : estão nesta, 
compreendidas todas as leis que se referem 
ao agir do homem; se aplica ao princípio da 
imputação onde a condição deve gerar 
determinada conseqüência, mas pode não 
gerar.
É classificada em:
Norma moral : 
são normas reconhecidas por todos como desejáveis 
para a boa convivência, e, sendo contrariada por alguém, 
este não pode ser compelido a proceder de outra forma, 
mesmo que incorra no desagrado de todos.
Norma jurídica :
pressupõe uma relação de direitos e deveres, ligando 
dois ou mais indivíduos, atribuindo ao predicado ou a 
terceiro a faculdade de exigir o seu cumprimento ou a 
punição do ofensor.
Convencionalismos sociais : 
inclui preceitos de decoro, etiqueta, moda, cortesia, etc. 
ADEQUAÇÃO
Cada indivíduo, cada grupo humano, e a própria 
sociedade no seu todo, devem sempre ter em conta as 
exigências e as possibilidades da realidade social, para 
que as ações não se desenvolvam em sentido 
diferente daquele que conduz efetivamente ao bem 
comum, ou para que a consecução deste não seja 
prejudicada pela utilização deficiente ou errônea dos 
recursos sociais disponíveis.
O PODER SOCIAL
Características do poder:
Socialidade :
O poder é um fenômeno social, jamais podendo ser 
explicado pela simples consideração de fatores 
individuais.
Bilateralidade : 
O poder é sempre a correlação de duas ou mais 
vontades, havendo uma que predomina.
ANARQUISMO
O anarquismo tem adeptos já na Grécia 
antiga, no séc. V e VI a.C., com os 
filósofos chamados cínicos – para os 
quais deve-se viver de acordo com a 
natureza, sem a preocupação de obter 
bens, respeitar convenções ou submeter-
se às leis ou às instituições sociais . 
Prof. José Marques Filho 57
ANARQUISMO
Os estóicos
Exaltavam as virtudes morais e 
preconizavam, também, a vida 
espontânea de conformidade com a 
natureza.
ANARQUISMO
O epicurismo 
Que exaltava o prazer individual e 
conseqüente recusa às imposições 
sociais.
Verificando-se as configurações atuais 
do poder e seus métodos de atuação, 
chega-se à seguinte síntese:
60
•O poder reconhecido como necessário, 
quer também o reconhecimento de sua 
legitimidade, o que se obtém mediante o 
consentimento dos que a ele se 
submetem;
• Embora o poder não chegue a ser puramente 
jurídico, ele age concomitamente com o 
direito, buscando uma coincidência entre os 
objetivos de ambos;
• Há um processo de objetivação, quedá 
procedência à vontade objetiva dos 
governados ou da lei, desaparecendo a 
característica do poder social;
Prof. José Marques Filho 63
• Atendendo a uma aspiração à 
racionalização, desenvolveu-se uma técnica 
do poder, que o torna despersonalizado 
(poder do grupo, poder do sistema), ao 
mesmo tempo em que busca meios sutis de 
atuação, colocando a coação como forma 
extrema;
AS SOCIEDADES 
POLÍTICAS
Considerando as respectivas 
finalidades, podemos 
distinguir duas espécies de 
sociedades:
As de fins particulares 
Quando tem finalidade definida, voluntariamente 
escolhida por seus membros. Suas atividades 
visam, direta e imediatamente, àquele objetivo 
que inspirou sua criação, por um ato consciente 
e voluntário
66
As de fins gerais 
Cujo objetivo, indefinido e genérico, é criar as condições 
necessárias para que os indivíduos e as demais 
sociedades que nelas se integram consigam atingir seus 
fins particulares. A participação nestas sociedades quase 
sempre independe de um ato de vontade;
As sociedades de fins gerais são comumente denominadas 
sociedades políticas, cujas, são todas aquelas que, visando 
a criar condições para a consecução dos fins particulares 
de seus membros, ocupam-se da totalidade das ações 
humanas, coordenando-as em função de um fim comum.
ORIGEM DO ESTADO 
Inúmeras teorias tentam explicar a origem do 
Estado. Elas, na grande maioria, se contradizem. O 
assunto realmente é muito difícil, tendo por razão, 
a ausência (escassez) de elementos certos e 
seguros sobre a história. 
Assim é que todas as teorias são alicerçadas em 
simples hipóteses. 
As principais teorias da origem do Estado são:
(1) A teoria da origem familiar que se divide em duas 
correntes: a corrente chamada patriarcal e a corrente 
chamada matriarcal, também conhecida por 
matriarcalística; 
(2) A teoria de ordem patrimonial; e 
(3) A teoria da força. Observamos que nestas teorias o 
problema da origem do Estado é analisado sob o ponto de 
vista histórico-sociológico. 
ORIGEM FAMILIAR 
É de fundo bíblico, pois apoia-se na 
história da humanidade sobre um casal 
originário: 
Corrente Patriarcal: 
Estado deriva de um núcleo familiar. A autoridade 
suprema pertencia ao varão mais velho, o patriarca. Para 
Robert Filmer cada família primitiva se ampliou e deu 
origem a um Estado. Esta teoria tem como apoio 
fundamental: a bíblia, o direito romano e Aristóteles.
Corrente Matriarcal: 
Para Bachofen e outros, a primeira organização familiar teria 
sido baseada na autoridade da mãe. O professor Sahid
Maluf (Teoria Geral do Estado) afirma: “o matriarcado, 
precedeu realmente ao patriarcado, na evolução social. 
Entretanto, é a família patriarcal a que exerceu crescente 
influência, em todas as fases da evolução histórica dos 
povos ” 
ORIGEM PATRIMONIAL 
Para alguns autores, essa teoria teve origem indicada 
no livro II de “A República” de Platão. Um Estado nasce 
das necessidades dos homens; ninguém basta a si 
mesmo, mas todos nós precisamos de muitas coisas. 
Como temos muitas necessidades e faz-se mister 
numerosas pessoas para supri-las, cada um vai 
recorrendo à ajuda deste para tal fim e daquele para 
outro; e, quando esses associados e auxiliares se 
reúnem todos, numa só habitação, o conjunto dos 
habitantes recebe o nome de cidade ou Estado
DA FORÇA (violência ou conquista − 
poder dos fortes sobre os fracos):
A superioridade da força de um grupo 
social permite submeter um grupo mais 
fraco, dando origem ao surgimento do 
Estado (dominantes e dominados). 
CONCEITO DE 
ESTADO
Existe duas orientações para se 
conceituar ESTADO
ESTADO
NOÇÃO DE 
FORÇA
NATUREZA 
JURÍDICA
Existe um conceito de Estado que 
deve ser eliminado
Estado é a nação politicamente organizada
Espécie de comunidade
É uma sociedade
Estado não é nação
NOÇÃO DE FORÇA
DUGUIT
HELLER
BURDEAU
GURVITCH
ESTADO É UMA FORÇA MATERIAL 
IRRESISTÍVEL
ESTADO É UNIDADE DE DOMINAÇÃO
ESTADO É UMA 
INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PODER
ESTADO É O MONOPÓLIO DO 
PODER
Mantem a tônica da idéia de PODER
NATUREZA JURÍDICA
As teorias de Natureza Jurídica NÃO ignoram a 
presença da FORÇA no ESTADO
Também não ignoram o fato de que este é uma 
sociedade política
RANELLETTI Estado é um povo fixado num 
território e organizado sob um 
poder supremo originário de 
império, para atuar com ação 
unitária os seus próprios fins 
coletivos
DEL VECCHIO
Estado “é a unidade de um 
sistema jurídico que tem em si 
mesmo o próprio centro 
autônomo e que é possuidor da 
suprema qualidade de pessoa”
GERBER
ESTADO
PESSOA 
JURÍDICA
Seu funcionamento 
está subordinado a 
regras jurídicas
Alemanha –
Sec. XIX
JELLINEK
“corporação territorial 
dotado de um poder de 
mando originário
é uma ordenação jurídica 
de pessoas
HANS KELSEN
Fixa uma noção puramente jurídica 
do Estado
ESTADO É UMA ORDEM COATIVA 
NORMATIVA DA CONDUTA 
HUMANA
CONCLUSÃO
ESTADO É A ORDEM JURÍDICA 
SOBERANA QUE TEM POR FIM 
O BEM COMUM DE UM POVO 
SITUADO EM DETERMINADO 
TERRITÓRIO
Nesse conceito está implícito os conceitos de: 
Soberania, Território e Povo
Soberania O poder de decidir em última instância 
sobre a atributividade das normas (sobre a 
eficácia do direito)
Sinônimo de independência
Expressão de poder jurídico mais alto, 
significando que, dentro dos limites da 
jurisdição do Estado, este é quem tem o 
poder de decisão em última instância, sobre 
a eficácia de qualquer norma jurídica.
TERRITÓRIO
Se SOBERANIA indica o poder mais alto, 
TERRITÓRIO, indica onde esse poder seria 
efetivamente o mais alto
Território não chega a ser, portanto, 
um componente do ESTADO, mas é o 
espaço ao qual se circunscreve a 
validade da ordem jurídica estatal
POVO
População não é povo. População é mera expressão numérica, 
demográfica ou econômica
Nação também não é povo. Nação é a expressão de povo como 
unidade homogênea
O povo é o elemento que dá condições ao ESTADO para formar e 
externar uma vontade.
Deve se compreender como povo o conjunto dos 
indivíduos que, através de um momento jurídico, se 
unem para constituir o Estado, estabelecendo com 
este um vínculo jurídico de caráter permanente, 
participando da formação da vontade do Estado e do 
exercício do poder soberano.
Povo, no sentido jurídico, não é o mesmo 
que população, no sentido demográfico. 
Povo é aquela parte da população capaz de 
participar, através de eleições, do processo 
democrático, dentro de um sistema variável 
de limitações, que depende
de cada país e de cada época.
Paulo Bonavides
CONSTITUIÇÃO E PODER CONSTITUINTE
Segundo Celso Ribeiro Bastos (Curso de 
Teoria do Estado e Ciência Política) o Poder 
constituinte “... pode ser considerado como 
uma forma especial de produção jurídica, 
cuja função precípua é criar a lei básica de 
uma sociedade (a Constituição)”.
Para Celso Ribeiro Bastos, o poder constituinte é
exercido apenas em situações muito excepcionais,
a exemplo de grandes crises sociais, econômicas ou
políticas, ou até mesmo pela formação originária
de um Estado. Nestas hipóteses, a inexistência de
uma Constituição (em caso de criação de um
Estado novo) ou a imprestabilidade das normas
constitucionais vigentes para manter a situação sob
sua regulação, levam a necessidade de emergir este
Poder constituinte.
TITULARIDADE E EXERCÍCIO DO PODER 
CONSTITUINTE
Nas democracias, o titular do poder constituinte
é o povo que elege, através de eleições diretas,
os seus representantes para que, em seu nome,
elaborem uma nova Constituição. E o seu
exercício se dá através da assembléia nacional
constituinte, composta por representanteseleitos democraticamente pelo povo, para a
elaboração do novo Texto Constitucional.
MODALIDADES DE PODER CONSTITUINTE
O Poder Constituinte se divide em:
• PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
• PODER CONSTITUINTE DERIVADO
O poder constituinte originário cria uma 
nova ordem jurídica, seja através da 
primeira Constituição de um Estado, seja 
através de uma nova Constituição
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
Com a promulgação de uma nova
Constituição há uma ruptura com o
ordenamento jurídico anterior e, em
conseqüência, inicia-se uma nova ordem
jurídica constitucional que não encontra
limites no direito positivo anterior.
Portanto, o poder constituinte originário é
inicial, ilimitado, incondicionado e
autônomo.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO
O poder constituinte derivado ou reformador é aquele
que altera a Constituição vigente, através do processo
legislativo nela previsto. Segundo Celso Ribeiro Bastos
(Curso de Teoria do Estado e Ciência Política ), “ele é,
no fundo, tido por constituinte em virtude de o
produto da sua atividade, vale dizer, a emenda
constitucional, passa a beneficiar-se da mesma força
hierárquica da Constituição”.
O Poder constituinte derivado é limitado, subordinado
e condicionado.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
EMENDADOR.
As emendas constitucionais objetivam a alteração 
da Constituição vigente dependendo, portanto, de 
um processo legislativo especial previsto no 
próprio Texto Constitucional. Acrescente-se ainda 
que, as emendas constitucionais devem respeitar 
as limitações materiais (cláusulas pétreas) 
impostas pela Carta Magna.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR
O poder constituinte revisor é aquele que
permite a revisão de dispositivos constitucionais,
através de um procedimento mais flexível que
aquele exigido para a aprovação de emendas
constitucionais, de modo a adaptar o Texto
Constitucional à novas necessidades.
PODER CONSTITUINTE DECORRENTE
O poder constituinte decorrente é o poder que 
os Estados-membros receberam da Constituição 
Federal para elaborarem e aprovarem suas 
próprias Constituições estaduais, desde que 
respeitadas as regras impostas pelo Texto 
Constitucional.
FINALIDADE E FUNÇÕES DO ESTADO
ESTADO E DIREITO. 
PERSONALIDADE JURÍDICA DO 
ESTADO
Segundo Dalmo de Abreu Dallari 
(Elementos de Teoria Geral do Estado. 31ª 
ed.: São Paulo: Saraiva, p. 123), a 
concepção de Estado como pessoa jurídica 
é atribuída aos contratualistas e constitui 
um avanço no amparo da coletividade 
dotada de interesses diversos das 
vontades de cada um de seus membros. 
Apesar da grande contribuição desta 
concepção foram necessários alguns séculos 
para se admitir a necessidade de proteção 
jurídica dos direitos fundamentais e comuns 
a toda a coletividade
A partir do século XIX, os publicistas
alemães passaram a estudar essa questão 
que, de essencialmente política, foi aceita 
como objeto da dogmática jurídica.
Publicista: Aquele que é versado em direito público ou escreve sobre a matéria.
A Ciência do Direito, enquanto se destina ao estudo sistemático das normas, 
ordenando-as segundo princípios, e tendo em vista a sua aplicação, toma nome de 
Dogmática Jurídica, que é como a teoria positiva do Direito;
Segundo Dalmo de Abreu Dallari (in ob. 
cit.) as teorias sobre o tema se dividem 
em:
1) Ficcionistas
2) Realistas
1) Ficcionistas: admitem a idéia de 
Estado como pessoa jurídica, mas 
como resultado de uma ficção ou de 
um artifício.
Para SAVIGNY o Estado é uma pessoa jurídica, 
mas sua personalidade jurídica é concebida 
como mera ficção, sendo que, apenas os 
indivíduos poderiam ser considerados como 
sendo sujeitos de direito.
A partir do século XX, HANS KELSEN também 
considera o Estado como um produto da ficção, 
como personificação da ordem jurídica.
2) Realistas: de acordo com as teorias 
criadas por publicistas alemães, o Estado 
é visto como um organismo biológico, 
sendo comparado, inclusive, a uma 
pessoa grande.
Em 1837, ALBRECHT afirmou: “Ainda nos 
veremos obrigados a representar o Estado 
como uma pessoa jurídica”.
GERBER, por sua vez, reconheceu que “... a 
personalidade jurídica do Estado seja um 
meio de construção jurídica”, negando, 
todavia, que seja uma ficção jurídica. 
Sustenta, assim, que o Estado é um 
organismo moral, não- palpável (organicismo 
ético).
GIERKE reconhece o Estado como uma 
pessoa capaz de fazer valer sua vontade, 
através de órgãos próprios (teoria do 
órgão).
LABAND sustenta que o Estado é 
uma pessoa jurídica organizada, com 
vontade própria, tendo capacidade 
para participar de uma relação 
jurídica.
A Teoria de JELLINEK 
A Teoria de JELLINEK acaba resultando 
num dos principais fundamentos do 
Direito Público. 
JELLINEK demonstra que, se o Estado é uma 
unidade coletiva, ou seja, uma associação, 
não pode ser considerado uma ficção, “... 
mas uma forma necessária de síntese de 
nossa consciência que, como todos os fatos 
desta, forma a base de nossas instituições”, 
não sendo, tais unidades coletivas, menos 
capazes de alcançar subjetividade jurídica 
que os indivíduos humanos.
Ao analisar estas teorias ALEXANDRE 
GROPPLI demonstra que o Estado é 
chamado de pessoa jurídica, através de um 
processo de abstração que permite que 
sejam considerados os elementos reais, 
concretos, existentes no Estado, sem 
precisar compará-lo a uma pessoa física, 
explicando que a vontade não tem vida 
física.
Os opositores das teorias que aceitam 
o Estado como pessoa jurídica são os 
NEGATIVISTAS:
Nesse contexto, MAX SEYDEL nega a 
personalidade jurídica do Estado, 
sustentando que “... não existe vontade 
do Estado, mas vontade sobre o Estado, 
sendo este apenas objeto de direito 
daquela vontade superior”.
Neste ponto DONATI sustenta que o 
governante é o portador da soberania e 
da subjetividade estatal, concluindo, 
assim, que a personalidade real do 
Estado é a personalidade destes 
governantes.
DUGUIT, por sua vez, não aceita a teoria da 
personalidade jurídica do Estado, 
concebendo o Estado apenas “... como uma 
relação de subordinação entre os que 
mandam e os que são mandados, ou 
então, como uma cooperação de serviços 
públicos organizados e dirigidos pelos 
governantes”.
Finalmente, DALMO DE ABREU DALLARI, 
demonstra a importância em aceitar a teoria da 
personalidade jurídica do Estado, como concebida 
pelos publicistas alemães. 
Segundo os publicistas alemães não há 
necessidade de se recorrer a uma ficção 
para “... encontrar o meio de que se vale o 
Estado para formar e externar sua 
vontade, pois os órgãos estatais são 
constituídos de pessoas físicas”. Assim 
sendo, as pessoas físicas quando agem 
como órgão do Estado, exteriorizam a 
vontade deste órgão
Assim sendo, a aceitação do Estado como 
pessoa jurídica e, portanto, da existência 
desta vontade estatal, segundo Dallari, é 
necessária para evitar uma ação arbitrária 
do Estado em relação aos interesses 
coletivos.
ESTADO LIBERAL, ESTADO SOCIAL E 
ESTADO TOTALITÁRIO.
1. Estado Liberal
No Estado liberal o ser humano é 
livre para atingir as opções 
fundamentais. 
Segundo Celso Ribeiro Bastos, “O Estado 
liberal, também chamado por alguns de 
Estado constitucional, é o que vai procurar, 
com a maior eficiência até hoje conhecida, o 
atingimento da liberdade no sentido do não-
constrangimento pessoal.”
“É o coroamento de toda luta do indivíduo 
contra a tirania do Estado. Tem dois 
fundamentos principais: a história política 
da Inglaterra e, do ponto de vista teórico, o 
Iluminismo francês do século XVIII”.
Era do Iluminismo (ou simplesmente Iluminismo 
ou Era da Razão) foi um movimento cultural de 
elite de intelectuaisdo século XVIII na Europa, 
que procurou mobilizar o poder da razão, a fim 
de reformar a sociedade e o conhecimento 
prévio. Promoveu o intercâmbio intelectual e foi 
contra a intolerância e os abusos da Igreja e do 
Estado.
O Estado liberal pressupõe a mínima 
presença do Estado, razão pela qual não se 
reconhece nenhum benefício na intervenção 
estatal na regulação da economia.
Esta “não intervenção” não se deu apenas 
no campo econômico, mas também na área 
religiosa, na moral e na política
Adam Smith
Segundo Celso Ribeiro Bastos 
“Do Estado se espera muito pouco: 
basicamente que organize um exército para 
defender a sociedade contra o inimigo 
externo. Que assegure a boa convivência 
internamente mediante a Polícia e o 
Judiciário, incumbidos de aplicar as leis civis 
e as leis penais. Tudo o mais, saúde, 
educação, previdência, seguro social, será 
atingido pela própria atividade civil”.
A liberdade de contratação estabelecida 
entre o empregado e o empregador, não foi 
capaz de garantir o bem estar social dos 
trabalhadores, 
“(...) já que o desnível de força 
socioeconômica era muito acentuado”.
Negociação entre o Leão e o Coelho
Assim sendo, concluiu-se pela 
necessidade da presença estatal 
“(...) para suprir omissões, para coibir 
abusos e para empreender objetivos não 
atingíveis pela livre iniciativa”
o que leva ao surgimento do Estado 
Social.
Segundo Ivo Dantas o rompimento com o 
Estado liberal não implica na aceitação do 
Estado socialista. 
Assim sendo, “(...) um novo padrão ideológico 
é aceito, intermediário do Liberal e do 
Socialista, a que doutrinariamente se tem 
preferido denominar de Estado Social”.
Ivo Dantas. Instituições de direito 
constitucional brasileiro. 2ª ed. rev. aum. 
Curitiba: Juruá, 2001.
O liberalismo econômico desenvolveu-se 
durante toda a Revolução Industrial do século 
XVIII e XIX. Portanto, em que pese as suas 
falhas em diversos campos, contribuiu para a 
garantia das liberdades fundamentais, 
especialmente para a livre expressão do 
pensamento, para as liberdades de locomoção 
e associação e para o direito de propriedade.
2. Estado social
No Estado social, o Estado, num primeiro momento, 
passa a regular a economia através:
1) “(...) da edição de normas disciplinadoras da 
conduta de agente econômicos”
2) e, num segundo momento, passa a fazer parte da 
própria atividade econômica, seja através da criação de 
empresas com este fim, ou mediante a participação do 
capital em empresas privadas.
Paulo Bonavides demonstra que o Estado social 
difere-se do Estado proletário que o socialismo 
marxista tenta criar, na medida em que
“(...) ele conserva sua adesão à ordem capitalista, 
princípio cardeal a que não renuncia”. Assim, “ao 
invés da omissão do Estado ou de sua presença 
total na vida econômica e social, temos liberdade 
individual condicionada a ação do poder público 
objetivando satisfazer as necessidades da 
sociedade como um todo”.
3. Estado Totalitário
É o modelo que se contrapõe ao 
Estado liberal. No Estado totalitário o 
governo é absoluto e o poder é 
ilimitado.
O Estado totalitário existiu não apenas na 
Antiguidade no período dos grandes 
Impérios, mas também nos séculos XVII e 
XVIII na Prússia (Frederico I) e na França 
(jacobinos).Entretanto, segundo Celso 
Ribeiro Bastos esta modalidade de Estado 
surgiu no século XX, através das ideologias 
fascistas e comunistas.
Ideologias / fascistas / comunistas / Jacobinos 
Ideologia é um conjunto de idéias ou pensamentos de 
uma pessoa ou de um grupo de indivíduos. A ideologia 
pode estar ligada a ações políticas, econômicas e sociais.
O termo ideologia foi usado de forma marcante pelo 
filósofo Antoine Destutt de Tracy. 
O conceito de ideologia foi muito trabalhado pelo 
filósofo alemão Karl Marx, que ligava a ideologia aos 
sistemas teóricos (políticos, morais e sociais) criados pela 
classe social dominante. De acordo com Marx, a 
ideologia da classe dominante tinha como objetivo 
manter os mais ricos no controle da sociedade.
O comunismo (do latim communis - comum, 
universal) é uma ideologia política e 
socioeconômica, que pretende promover o 
estabelecimento de uma sociedade 
igualitária, sem classes sociais e apátrida, 
baseada na propriedade comum e no 
controle dos meios de produção e da 
propriedade em geral. Karl Marx postulou 
que o comunismo seria a fase final na 
sociedade humana, o que seria alcançado 
através de uma revolução proletária.
Fascismo é uma doutrina totalitária 
orbitando a extrema-direita 
desenvolvida por Benito Mussolini no 
Reino de Itália, a partir de 1919 e 
durante seu governo (1922–1943 e 
1943–1945).
Principais características e ideias do fascismo:
- Totalitarismo: o sistema fascista era 
antidemocrático e concentrava poderes totais nas 
mãos do líder de governo. Este líder podia tomar 
qualquer tipo de decisão ou decretar leis sem 
consultar políticos ou representantes da sociedade. 
- Nacionalismo: entre os fascistas era a ideologia 
baseada na ideia de que só o que é do país tem 
valor. Valorização extrema da cultura do próprio país 
em detrimento das outras, que são consideradas 
inferiores.
- Militarismo: altos investimentos na produção de 
armas e equipamentos de guerra. Fortalecimento 
das forças armadas como forma de ganhar poder 
entre as outras nações. Objetivo de expansão 
territorial através de guerras.
- Culto à força física: Nos países fascistas, desde 
jovens os jovens eram treinados e preparados 
fisicamente para uma possível guerra. O objetivo 
do estado fascista era preparar soldados fortes e 
saudáveis.
- Censura: Hitler e Mussolini usaram este dispositivo 
para coibir qualquer tipo de crítica aos seus governos. 
Nenhuma notícia ou ideia, contrária ao sistema, 
poderia ser veiculadas em jornais, revistas, rádio ou 
cinema. Aqueles que arriscavam criticar o governo 
eram presos e até condenados a morte.
- Propaganda: os líderes fascistas usavam os meios 
de comunicação (rádios, cinema, revistas e jornais) 
para divulgarem suas ideologias. Os discursos de 
Hitler eram constantemente transmitidos pelas 
rádios ao povo alemão. Desfiles militares eram 
realizados para mostrar o poder bélico do governo.
- Violência contra as minorias: na Alemanha, por 
exemplo, os nazistas perseguiram, enviaram para 
campos de concentração e mataram milhões de 
judeus, ciganos, homossexuais e até mesmo 
deficientes físicos.
- Anti-socialismo: os fascistas eram totalmente 
contrários ao sistema socialista. Defendiam 
amplamente o capitalismo, tanto que obtiveram apoio 
político e financeiro de banqueiros, ricos comerciantes 
e industriais alemães e italianos.
GIRONDINOS E JACOBINOS
Os Girondinos representavam a alta 
burguesia e queriam evitar uma participação 
maior dos trabalhadores urbanos e rurais na 
política.
"Os jacobinos foram os mais radicais partidários 
da Revolução de 1789, que apesar de liderarem a 
França apenas por um ano, entre 1793 e 94, 
deixaram uma marca de audácia e sanguinarismo 
que espantou o mundo. Procuraram conciliar a 
democracia de massas com um direção política 
centralizada, tirânica; o voto universal com a 
decisão única, a virtude republicana coletiva com 
o cultivo do talento privado. Foram apontados 
como o primeiro grupo revolucionário moderno, 
inspirador de uma série de outros movimentos do 
seu tempo, estendo sua influência e exemplo até 
aos bolcheviques russos de 1917."
Os Jacobinos representavam a baixa 
burguesia e defendiam uma maior 
participação popular no governo. Liderados 
por Robespierre e Saint-Just, os jacobinos 
eram radicais e defendiam também 
profundas mudanças na sociedade que 
beneficiassem os mais pobres. Os jacobinos 
eram ogrupo político mais radical da 
Convenção
Em 1795, os girondinos assumem o poder 
e começam a instalar um governo burguês 
na França. Uma nova Constituição é 
aprovada, garantindo o poder da 
burguesia e ampliando seus direitos 
políticos e econômico. 
Celso Ribeiro Bastos ensina que 
“(...) há algumas constantes em todo o 
totalitarismo: 
1) a existência de dogmas cuja validade 
ninguém pode pôr em causa; 
2) a idéia messiânica de uma pessoa ou de 
uma classe social; 
3) a identificação do partido dominante 
com a sociedade e um terror organizado 
por parte do Estado”.
Assim sendo, neste modelo (totalitarismo) o 
Estado não respeita os direitos individuais, 
pretendendo, até mesmo, controlar as 
mentes humanas.

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