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Guia para Hackear Línguas - Benny Lewis

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Guia para hackear línguas
Benny Lewis
por
Conteúdo
SOBRE O AUTOR............................................................................................... 7
SOBRE A TRADUTORA......................................................................................8
INTRODUÇÃO....................................................................................................9
Parte 1: Mentalidade......................................................................................11
Motivação.......................................................................................................13
Por qué você está aprendendo esta língua?..............................................15
A primeira impressão é a que fica..............................................................17
Mas eu vou cometer erros!..........................................................................20
A atitude certa..............................................................................................22
Não ter nascido com talento natural ........................................................25
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Conteúdo
Parte 2: Plano de ação...............................................................................28
Missão..........................................................................................................29
Passos necessários....................................................................................32
Miniobjetivos...............................................................................................34
Definindo os seus alvos..............................................................................36
Fazendo um diário linguístico....................................................................39
Parte 3: Comunicando-se a partir do primeiro dia..................................42
Quando estarei pronto para falar a língua...............................................43
Uma língua é mais do que input e output.................................................46
- 3 -
Conteúdo
Comunicação não-verbal............................................................................49
Como se comunicar com nativos tendo aprendido muito pouco...........52
Imersão em casa / no país.........................................................................57
Imersão falada.............................................................................................60
Entrando no esquema de falar imediatamente........................................64
Frustração necessária................................................................................68
Hack para ultrapassar a falta de familiaridade com uma língua 
estrangeira..................................................................................................70
É importante cometer erros!......................................................................74
Triagem de estudos.....................................................................................76
Superando o platô........................................................................................79
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Conteúdo
Parte 4: Falando com os nativos.............................................................82
É só pedir...................................................................................................83
O aspecto humano....................................................................................86
Tímido demais para falar........................................................................90
Conectores de conversação....................................................................94
Aprendendo várias línguas.....................................................................97
 
Parte 5: Recursos de aprendizado.......................................................100
Melhorando a memória..........................................................................101
Associação de imagens.........................................................................103
Usando música para lembrar frases...................................................108
Criando tempo .......................................................................................111
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Conteúdo
Jeitos grátis de encontrar nativos sem viajar..................................115
Recursos online....................................................................................119
Parte 6: Problemas linguísticos particulares..................................124
Por que é que eles precisam de gênero?..........................................125
Vocabulário instantâneo....................................................................127
Reduzindo o sotaque...........................................................................130
Entrevistas...........................................................................................132
Conclusão.............................................................................................133
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 SOBRE O AUTOR
Meu nome é Benny (Brendan) Lewis. Sou um vegetariano de Cavan, Irlanda, e não bebo. Eu me 
defino um “technomad” -- um globetrotter em tempo integral e usuário de tecnologia. 
Tive muitos outros empregos nos últimos dez anos, incluindo professor de inglês, professor de 
matemática, professor de francês e espanhol, fotógrafo, recepcionista de Albergue da Juventude, 
guia turístico, gerente de uma loja de ioga, assistente de primeiros socorros, engenheiro 
eletrônico e muitos outros. Antes desta tentativa de me sustentar com as vendas deste guia, fui 
tradutor free-lance. 
O meu objetivo é ganhar o suficiente com as vendas deste guia, e com meu trabalho como 
“personal trainer de línguas”, para conseguir viver confortavelmente por 3 meses em Moscou e 
outros 3 em Tóquio (infelizmente, as duas capitais mais caras do mundo!) para aprender russo e 
japonês. Até lá, vou continuar escolhendo destinos mais baratos para as minhas missões 
linguísticas de 3 meses. 
Tenho certeza de que o conteúdo deste livro, as suas traduções, as worksheets e as entrevistas 
podem ajudar você, pois estas ideias mudaram completamente a minha vida durante a última 
década e abriram um mundo imenso de aprendizado de línguas e de comunicação com as 
pessoas ao redor do mundo.
Obrigado pela sua compra e divirta-se hackeando a sua língua-alvo!
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SOBRE A TRADUTORA
Leticia [inserir mais 4 sobrenomes] Dáquer é carioca, casada com um italiano, com uma filha de 
um ano e meio e morando no interior do Zair... quer dizer, da Itália, desde 2002. Formada em 
medicina, nunca trabalhou como médica. Na Itália, trabalhou como secretária em uma empresa 
que reciclava cartuchos para impressora, fez um estágio chatíssimo em uma companhia de 
seguros, vendeu salame de javali e Brunello di Montalcino em uma loja no centro de Assis, deu 
muita – MUITA – aula de inglês e trabalhou como tradutora interna em uma agência, onde 
conheceu o Brendan. Junto com várias outras pessoas à beira de um ataque de nervos, 
abandonou correndo a agência assim que pôde e foi assim que começou a trabalhar como 
tradutora freelance. Hospedou muitos couchsurfers antes da Carolina nascer.
A paixão pelas línguas é coisa antiga, e felizmente ela leva jeito, pois não tem a mínima 
disciplina para estudar. Sua maior tristeza é não falar francês, coisa que está prestes a ser 
corrigida com a ajuda deste guia. Ela também gosta de viajar, é leitora e comedora compulsiva, 
gosta de malhar, mantém um blog e tem um cachorro chamado Legolas.
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INTRODUÇÃO
Quando fiz 21 anos, a única língua que eu falava era inglês. Eu tinha estudado alemão e irlandês 
na escola, mas minhas notas eram baixas nas duas matérias. Isso significa que eu me 
considerava totalmente sem jeito para línguas e simplesmente aceitava que nunca falaria nada 
além de inglês pelo resto da vida. Sou formado em engenharia eletrônica.No entanto, eu me mudei para a Espanha depois de formado e amei tanto a cultura que decidi 
que queria conhecê-la melhor entendendo pessoas espanholas de verdade, e não só as que 
falavam inglês.
Em seis meses eu tentei muitas coisas para aprender espanhol, na maioria das vezes só de 
maneira casual, e quase sempre só usando cursos normais. Depois desse tempo todo eu ainda 
só conhecia algumas palavras, frases e regras gramaticais – nada de muito útil. Um dia, decidi 
me dedicar realmente ao projeto e tentei algumas abordagens não convencionais que nunca são 
recomendadas pela maioria dos cursos.
Foi assim que nasceu o método para hackear línguas! 
Tenho certeza de que não sou o único hacker de línguas por aí. Muitos outros antes de mim 
também aprenderam línguas rapidamente. Encontrei muitas desssas pessoas nas minhas viagens 
e aprendi muito com elas, e esse guia inclui entrevistas com algums dos estudantes de línguas 
mais conhecidos da internet para ouvir o que eles têm a dizer sobre abordagens que os 
ajudaram a aprender muitas línguas mais rapidamente e com mais eficiência do que os 
estudantes médios.
Este guia inclui algumas das lições mais importantes que eu aprendi na minha jornada linguística 
até hoje. Compartilhando as minhas dificuldades, espero poupar outros estudantes das 
frustrações que tive que enfrentar até chegar a este ponto. Muitas pessoas passam anos 
estudando uma língua sem jamais conseguir falar nada além do básico, e eu quero ajudá-las.
A minha teoria é que você pode começar a falar a língua imediatamente, e em alguns meses você 
poderá falar muito bem se aprender do jeito certo. O conteúdo deste guia inclui algumas das 
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muitas possibilidades e métodos gratuitos disponíveis para qualquer um que quiser atingir 
rapidamente o estágio de ser capaz de conversar com nativos em uma língua estrangeira, tanto 
no exterior quanto na sua cidade natal.
A sensação de entender de verdade uma cultura graças à capacidade de falar com pessoas reais 
desta cultura está ao alcance de muitas pessoas. Espero que os conselhos nestas páginas (e em 
áudio) ajudem você a realizar este sonho!
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Parte 1
Mentalidade
Parte 1
Mentalidade
Uma jornada de mil quilômetros começa com um único passo, e aprender uma língua é uma 
verdadeira viagem!
Você obviamente tomou a decisão mais importante de todas nesta viagem – o compromisso de 
aprender. Mas para onde você vai a partir daqui vai depender de muitos fatores. 
Já passei por este processo várias vezes na última década, e tomei algumas decisões boas (e 
algumas muito ruins) em termos de falar línguas. Aprendi alguma coisa com todas elas, e 
continuo aprendendo. 
Neste guia, vou descrever com precisão o que foi que me permitiu aprender uma língua nova e 
chegar a ser fluente nela em um período muito curto de tempo.
Estou escrevendo este guia como se eu estivesse falando comigo mesmo quando tinha 21 anos; 
pouco à vontade com estranhos, inseguro sobre as minhas capacidades de fazer muitas coisas e, 
sobretudo, convencido de que jamais falaria uma língua estrangeira. 
A minha jornada ao longo dos últimos sete anos tem sido sensacional (e continua sendo), e eu 
não mudaria o que eu vivi por nada desse mundo. Mas tudo teria sido muito mais fácil e 
divertido se eu tivesse tido acesso às informações deste guia. Eu teria perdido menos tempo 
também.
Estar aberto para aprender como falar uma língua fluentemente em um curto período de tempo 
não é só uma questão de quais materiais de estudo você usa e quanto você aprende, mas é 
fortemente influenciado pela sua atitude e motivação.
Para se preparar para dar grandes passos em uma língua, você absolutamente precisa ter a 
mentalidade certa. As melhores técnicas de aprendizado do mundo e os cursos mais caros 
seriam e vêm sendo desperdiçados com pessoas com a mentalidade errada.
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Parte 1
Mentalidade
Motivação
Simplesmente querer aprender uma língua não é suficiente. 
Sinto muito, mas praticamente todo mundo gostaria de falar uma língua estrangeira se não 
desse tanto trabalho. Na verdade, acho que nunca conheci alguém que não “quisesse” falar outra 
língua.
Com nada além de um interesse casual, você tem poucas chances de conseguir muito em pouco 
tempo. Já encontrei zilhões de expats e de pessoas em programas de estudos de férias de verão 
que não conseguem nada de concreto mesmo depois de meses ou anos de exposição a uma 
língua.
Isso acontece porque elas não precisam aprender. Usam a sua própria língua (por exemplo, 
inglês) com todos os seus amigos, com seus namorados ou namoradas, maridos ou mulheres ou 
filhos, em todos os seus e-mails, em todos os livros que lêem e em todos os programas de TV e 
filmes aos quais assistem (baixados da Internet ou não).
Expats frequentemente não se imergem completamente na língua ou na cultura do outro país, o 
motivo pelo qual não aprendem apesar de meses ou anos de exposição. Mas isso é bom para 
estudantes de línguas que não vivem em países onde se fala a língua-alvo!
Se expats conseguem criar uma bolha linguística para si mesmos no exterior para conservar a 
sua própria língua-mãe, por que o resto de nós não consegue criar bolhas linguísticas para 
aprender uma nova língua?
A resposta é simples – você não quer isso o suficiente. Por exemplo, falar espanhol com o seu 
namorado ou namorada que vai viajar com você para a América do Sul não é “necessário”, 
porque é mais fácil falar a língua com a qual vocês dois estão acostumados. Seria estranho falar 
outra língua.
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Parte 1
Mentalidade
Uma das maiores revelações que eu tive em termos de aprender línguas foi esta ideia de mudar 
o aspecto de “vontade” para uma necessidade. Como eu fiz isso no mundo real é assunto para 
mais tarde. Por enquanto, é importante perceber essa diferença crucial.
Quando você precisa falar uma língua, isso é mais do que só esperar casualmente conseguir 
falá-la algum dia. É um desejo genuíno de que essa língua preencha completamente a sua vida, 
inclusive chegando a dominá-la. Este nível de investimento não é uma coisa com a qual 
estudantes casuais estão acostumados.
RESUMINDO:
Mude a sua mentalidade de querer para precisar
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Parte 1
Mentalidade
Por que você está aprendendo esta 
língua
Muitos são os motivos pelos quais uma pessoa pode querer falar uma língua, e estes motivos 
variam de pessoa a pessoa. 
Talvez você queira descobrir as suas raízes? Você é apaixonado por viagens? Você quer passar 
em uma prova? Ou de repente você simplesmente tem muito interesse em línguas e em expandir 
seus horizontes.
Estas motivações são excelentes a longo prazo, mas para ser sincero elas não vão ajudar você a 
conseguir ser fluente rapidamente.
Cada uma destes motivos é vago e não tem um limite de tempo específico (ou muito distante). 
Você pode ter um grande motivo que simplesmente não pode ser quebrado em pedaços 
possíveis de atingir, e é isso que torna impossível medir o seu progresso.
É por esse motivo que o meu objetivo final não é o meu objetivo final, por assim dizer 
(normalmente o meu objetivo final é a fluência). Em vez disso, eu crio projetos a (muito) curto 
prazo que são realistas e que me dão uma sensação de progresso e de realização.
Isto cria pressão e uma necessidade de atingir algo tangível a curto prazo. Esta necessidade 
simplesmente não está presente na maioria dos cursos de línguas. Provas e testes são modos 
razoavelmente úteis de criar uma necessidade, mas a maioria dos cursos acadêmicos não estão 
realmente ligados a um uso real da língua. Ótima gramática e vocabulário não significam que 
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Parte 1
Mentalidade
você vai conseguir se comunicar, e já conheci muitas pessoas que tinham altos níveis 
acadêmicos em uma língua que elas ainda não se sentiam preparadas parafalar.
Embora o meu objetivo final possa ser algo do tipo “fluente em três meses”, meus objetivos a 
curto prazo são coisas como “comprar um chip para celular hoje à tarde”, “aprender palavras 
relacionadas à internet para poder assistir a uma palestra na Wikipedia e entender o sentido 
geral”, ou “ser capaz de chegar até o meu hotel a partir do aeroporto sem usar inglês”.
Estes objetivos não requerem meses de investimento. São muito específicos e é possível se 
preparar para eles em poucas horas até mesmo logo no começo do aprendizado de uma língua, 
usando as técnicas que vou explicar mais tarde. 
Se você atingir o seu objetivo, não importa se você tropeçar, fizer uma pausa, não entender tudo 
ou mesmo frustrar a outra pessoa (coisa que aconteceu comigo só muito raramente, e que vou 
explicar como evitar). Você terá atingido o que quis.
RESUMINDO:
Tenha objetivos práticos a curto prazo com relação à sua língua-alvo.
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Parte 1
Mentalidade
A primeira impressão é a que fica
Você pode pensar (especialmente se você já seguiu algum curso acadêmico ou até mesmo os 
mais modernos cursos com software ou online) que aprender uma língua envolve 
prevalentemente duas coisas: gramática e vocabulário. Isso não é verdade.
Na minha opinião, o aspecto mais importante relacionado a ser capaz de falar uma língua é a sua 
confiança na sua própria capacidade de usar a língua.
Você pode dar motivos técnicos pelos quais alemão ou chinês ou sueco ou russo ou sei lá qual é 
a língua “mais difícil” do mundo, mas isso é uma perda de tempo. Não importa qual língua você 
está aprendendo, ela será a língua mais difícil para você se você continuar se concentrando no 
que a torna difícil. Ela será sempre tão difícil quanto você acha que ela é.
Já encontrei várias pessoas potencialmente mais “naturalmente” inteligentes do que eu, e no 
entanto elas fazem pouco progresso em uma segunda língua porque a única coisa que fazem é 
uma lista dos motivos que as impedem de falá-la.
Essas pessoas se concentram constantemente nestes assuntos desagradáveis, de modo que a 
atitude delas com relação à língua está completamente errada. Um hacker de línguas faz 
exatamente o contrário e se concentra nos pontos positivos já no início.
Para ilustrar isso, imagine: 
Vou apresentar você a um amigo meu, mas antes eu vou falar um pouco sobre ele. Digo que ele 
detesta crianças, não é confiável, solta gases quando está nervoso e tem uma risada muito 
irritante. Tudo isso pode ser verdade, mas seria muito mau da minha parte fazer isso e arruinar a 
chance dele de causar uma boa impressão inicial. Também significa que você vai ficar um pouco 
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Parte 1
Mentalidade
apreensivo e talvez não muito interessado em conhecê-lo melhor, já que você já sabe algumas 
dessas coisas ruins sobre ele.
E então eu vou para outra pessoa e falo com ela sobre esse mesmo cara – digo que ele trabalha 
na NASA, que é muito gentil, tem um ótimo senso de humor, e conta muitas histórias 
interessantes sobre as suas viagens pela África trabalhando em obras de beneficiência, todas 
coisas que também são verdade. Neste caso, meu amigo seria muito bem recebido e faria 
sucesso imediatamente. No final das contas, seus novos amigos acabariam descobrindo algumas 
das partes desagradáveis da sua personalidade, mas as aceitariam como parte do pacote que 
essa pessoa é. Aceitariam esses defeitos como fazem os amigos.
Por que não podemos fazer a mesma coisa com línguas?
Eu vejo uma língua como um amigo que quero conhecer melhor, em vez de um inimigo que 
preciso conquistar. Encontro qualquer desculpa para fazer com que ela saia bem na foto, e 
defenderei a sua honra se for insultada. Na última parte deste guia eu dou uma lista dos motivos 
pelos quais alguns aspectos das línguas (vocabulário, gênero etc) são fáceis de aprender. 
Línguas com estas características são minhas amigas e eu quero que você veja o lado positivo 
delas.
Por exemplo, se você me disser que francês é muito difícil porque tem palavras masculinas e 
femininas [coisa que não existe na língua inglesa, NdT], eu vou dizer que francês é fácil porque 
tem uma quantidade imensa de vocabulário parecida com o inglês, e vou responder ao seu 
argumento dizendo que as terminações das palavras ajudam muito bem a lembrar o que é 
masculino e o que é feminino.
Se você me disser que algumas línguas asiáticas têm regras estranhas de entonação, eu vou 
dizer que essas regras não são tão ruins se você olhar para elas especificamente para ver como 
podem ser fáceis. E vou continuar dizendo que (na sua maioria) elas não têm casos, gênero de 
palavras, conjugações, concordância de adjetivos, ordens de palavras complicadas ou outras 
características difíceis que outras línguas possuem.
E nessas outras línguas eu vou dar motivos pelos quais essas características não são tão ruins. O 
que quer que seja necessário para retratar a língua na qual eu estiver atualmente interessado 
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Parte 1
Mentalidade
como não tão difícil. Se você tirar onda com o meu amigo pelas costas dele, eu vou defendê-lo 
como qualquer bom amigo faria. Se você quer que a sua língua-alvo seja sua amiga, trate-a 
como uma amiga.
Esta tem sido uma das maiores razões por trás do meu sucesso em aprender línguas 
rapidamente, e a maioria das pessoas que vêem a situação de fora simplesmente presumem que 
você é mais inteligente do que elas, porque para você a língua é fácil. Mas essa é uma mudança 
de mentalidade, e não de QI.
RESUMINDO:
Pare de pensar sobre como a sua língua-alvo é difícil! Isso não vai levar você a lugar nenhum! 
Concentre-se nas coisas positivas!
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Parte 1
Mentalidade
Mas eu vou cometer erros!
É claro que os aspectos “difíceis” de uma língua não podem ser ignorados. É por isso que eu 
sugiro olhar para eles de maneira diferente e apreciá-los.
No entanto, não importa o quanto você olhe para uma língua, leva tempo para se acostumar a 
aspectos que são diferentes na sua própria língua. Isso significa que cometer erros é inevitável.
Se você aceitar isso, então nos estágios iniciais você nem vai ter que se preocupar muito sobre 
aprender a parte mais difícil de uma língua. É muito melhor pegar o espírito da coisa, ou seja, 
entender o jeito que a língua é usada, do que pegar o espírito da gramática.
Por exemplo, se uma pessoa que está aprendendo inglês ignorasse as diferenças entre sujeito e 
objeto e dissesse “Esse telefonema é para eu” (em vez de para “mim”), eu poderia perfeitamente 
desculpá-la se ela só estivesse estudando inglês há poucas semanas. Aliás, eu ficaria 
impressionado com o fato da pessoa estar dizendo alguma coisa, considerando o pouco tempo 
investido.
Você deve se concentrar em dizer o que quer dizer e em entender a maior parte do que estão 
dizendo para você.
Se o estudante acima tivesse passado meses estudando gramática primeiro e depois de seis 
meses soubesse que se diz “mim” em vez de “eu”, ele não teria atingido nada de muito 
interessante em termos de comunicação. Ele pode estar falando melhor, mas dizer uma frase 
incorreta depois de uma semana de estudo pelo menos significa que ele está se comunicando, 
apesar do pouco investimento em termos de tempo. 
Afinal de contas, línguas servem para a gente se comunicar! Mesmo que você estiver estudando 
para uma prova, se você não entender este tópico a língua vira uma simples lista de regras de 
gramática e tabelas de vocabulário. Isso não é uma língua; uma língua é um modo de se 
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Parte 1
Mentalidade
comunicar com as pessoas, e mesmo se você não fizer isso 100% perfeitamente no início, você 
com certeza vai conseguir se comunicar.
Então, cometa erros e não se preocupe com eles! Não dá para aprender a andar com segurança 
sem tropeçar algumas vezes.
Também é essencial usar os erros como oportunidade de aprender, e não como obstáculos. Eu 
gosto de simplesmente “deletar” os erros da minha memória seeu tiver aprendido alguma coisa 
com eles, e assim vejo o caminho que deixei para trás como nada além de progresso.
RESUMINDO: 
Erros são uma parte natural do processo de aprendizado. Aceite que eles irão acontecer e saiba 
que isso não impedirá você de se comunicar.
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Parte 1
Mentalidade
A atitude certa
Durante meus anos de aprendizado de línguas, já encontrei muitos outros estudantes e vi alguns 
deles aprenderem muito mais rápido do que eu. E eu, logicamente, aprendi muito com eles.
Infelizmente, muitas pessoas que encontrei aparentemente não estão conseguindo aprender 
línguas (se não fosse assim um guia como este não precisaria ser escrito). E quer saber? Eu 
aprendi muito com elas também. Aprendi exatamente como você não deve estudar uma língua.
Quer saber o que quase todas essas pessoas têm em comum? Elas se concentram nos aspectos 
negativos da língua que estão aprendendo. O copo delas (ou, mais apropriadamente, a língua 
delas) está meio vazio em vez de meio cheio. 
Sinto muito se parece que estou simplificando demais as coisas, mas eu acredito sinceramente 
que essa é uma das maiores diferenças entre estudantes de línguas que conseguem aprender e 
os que não conseguem. É importante ser realista, mas os slackers de línguas [os desertores de 
línguas, NdT] (o oposto dos hackers de línguas) se concentram nestes detalhes de maneira quase 
obsessiva. 
Desertores de línguas encontram maneiras muito criativas de justificar por que o desafio de 
aprender uma língua não é possível para eles. Aparecem com uma lista dos motivos que os 
impedem de aprender (ou que impedem você de aprender, se eles forem “generosos” o 
suficiente para compartilhar esta negatividade quando ouvirem falar do seu projeto), e quando 
vêem que alguém conseguiu o que eles afirmam que é impossível, eles simplesmente dizem que 
a pessoa é uma exceção ou um gênio. Isso é pura preguiça.
Quando eles fazem uma lista das diferentes partes de uma língua (os muitos casos das línguas 
eslávicas, o gênero nas línguas latinas, os tons nas línguas asiáticas etc), eles sempre vão 
lembrar a você o quanto essas coisas são difíceis. E quer saber? Tecnicamente eles têm razão – é 
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Parte 1
Mentalidade
realmente preciso trabalhar duro para aprender estes aspectos com os quais você não tem 
intimidade, e o copo realmente está meio vazio. Isso não está errado. 
Eles podem continuar e dar evidências que provam como o processo é difícil. Por exemplo, eles 
tentaram estudar uma língua na escola por mais de dez anos mas não a falam, de modo que 
aprender uma língua rapidamente não é possível. Tecnicamente, eles não estão “errados”. 
Mesmo se eles disserem a você que a língua que você está estudando é a “mais difícil do mundo” 
eles não estão errados! Toda língua é a mais difícil do mundo se você a encarar dessa forma. 
“Difícil” é relativo, como grande ou bonito, e depende do observador. 
Mas usar esta lógica maluca e ficar obcecado com a dificulade do processo não vão ajudar você a 
conseguir coisa nenhuma. Por isso, é lógico, a minha sugestão é a de que o seu copo esteja meio 
cheio. Otimismo e uma atitude positiva são aspectos cruciais do hackeamento de línguas.
Normalmente eu não classifico os aspectos de uma língua como difíceis, eles são simplesmente 
diferentes. E como uma língua é minha amiga, eu vou mais além e digo a você que língua ótima 
ela é, conforme eu descrevi acima. 
Você vai receber “más notícias”, e precisa aprender a filtrar essas coisas para ficar só com os 
fatos essenciais, em vez das opiniões sobre o nível de dificuldade. 
Por exemplo, quando eu fiquei sabendo que em tcheco existem sete casos, eu poderia ter 
passado o maior tempão reclamando desses casos malditos (e já encontrei muitas pessoas que 
fazem isso). Só que isso não ajuda nada! Juro a você que nem toda a reclamação do mundo vai 
ajudar você a falar fluentemente. É uma pena, porque muitas pessoas são ótimas reclamadoras.
Qualquer coisa que impedir você de progredir deve ser eliminada, e ser pessimista está bem no 
alto dessa lista! 
No caso do tcheco, eu simplesmente pensei “então tá” e comecei a falar usando os casos errados 
no início, mas estudei para melhorar, e procurei por situações-padrão para me ajudar a estudar 
melhor.
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Parte 1
Mentalidade
E quer saber? Eu superei a coisa e fui capaz de usar todos os sete casos em conversas com 
bastante segurança. 
Este é outro motivo pelo qual eu tendo a me concentrar muito pouco na gramática durante os 
estágios iniciais. Assusta um pouco ver quantas coisas precisam ser estudadas, então eu pulo 
diretamente para a fase de falar (sabendo perfeitamente bem que estou cometendo um monte de 
erros), e volto para a gramática mais tarde. Quer saber o que acontece? A gramática deixa de ser 
um monstro que precisa ser derrotado e se torna interessante porque eu já estou familiarizado 
com ela. 
Tornar a gramática mais divertida do meu próprio jeito garante que, conforme eu faço 
progressos, eu me sinta positivo sobre a coisa toda, o tempo todo. Esta positividade cria um 
efeito bola de neve que me dá o impulso necessário para que eu continue a melhorar. 
Não importa se você acha que consegue ou não consegue: você tem razão - Henry Ford
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Parte 1
Mentalidade
Não ter nascido com talento natural 
Esta é outra mentalidade muito popular que impede as pessoas de aprender línguas: o fato de 
que elas não têm jeito para a coisa, ou que não têm a sorte de ser ricas/inteligentes/livres. 
É muito fácil olhar para alguém como eu, ou muitas outras pessoas que conseguiram aprender 
línguas estrangeiras, e simplesmente dizer que temos um talento natural ou somos sortudos. Na 
verdade, eu também fazia isso, até que passei a realmente tentar aprender uma língua. Hoje em 
dia o meu conceito de sorte e talento são muito diferentes. 
Você pode falar de genética e vantagens em termos de background, mas no final das contas não 
importa qual desculpa você me der, alguém já superou esse problema antes de você e conseguiu 
atingir os seus sonhos. A diferença é que essas pessoas tentaram muito, mas muito mesmo, ou 
então descobriram maneiras inteligentes de contornar os seus problemas. A maioria dos 
segredos dessas pessoas não são tão secretos, você só precisa encontrar a história delas ou 
descobrir o seu próprio caminho. 
Para ilustrar o que eu estou dizendo, vou contar rapidamente a história verdadeira de uma 
pessoa com problemas incríveis mas que mesmo assim conseguiu aprender francês, alemão, 
grego e latim e conseguir muitas outras coisas.
Ela nasceu no Alabama, nos EUA, em 1880, e estudou no Radchliffe College, a parte feminina de 
Harvard. Naquela época, a maioria das mulheres dificilmente saía da sua cidade natal nem fazia 
nada além de casar e ter filhos, e qualquer outra coisa provavelmente teria sido menos comum 
ainda no Alabama. 
Ela também escreveu um livro que foi traduzido para 25 línguas, conheceu todos os presidentes 
americanos do seu tempo e ficou amiga de Alexander Graham Bell e Mark Twain.
- 25 -
Parte 1
Mentalidade
Coisa para burro, não? É fácil pensar que ela nasceu com sorte – a maioria das pessoas nunca 
conseguiria essas coisas, especialmente uma mulher da sua época. De repente ela simplesmente 
era sortuda? 
Não exatamente. Ela conseguiu tudo isso e muito mais apesar de ser surda e cega desde os 18 
meses, e mal conseguia falar. O nome dela era Helen Keller. 
Você consegue imaginar como a vida dela deve ter sido difícil? Eu definitivamente não consigo 
nem começar a imaginar. A sua história mostra que em vez de ficar dizendo a si mesma que ela 
era uma vítima e comentando toda hora como a vida é injusta, como muitas pessoas teriam feito 
no lugar dela, ela viveu uma vida incrível e conseguiu coisas incríveis. Como todos os seres 
humanos, ela deve ter tido momentos de fraqueza, mas ela continuou mesmo assim. 
Não interessa o que está impedindovocê de fazer progressos, você pode superar este obstáculo. 
Toda vez que eu tenho dúvidas e penso que um dos meus sonhos é “impossível”, como falar 
uma língua estrangeira sobre a qual eu não sei nada ou viajar com muito pouco dinheiro etc, eu 
penso em pessoas como ela, que conseguiram muito mais apesar de obstáculos muito mais 
absurdos, e como as minhas desculpas são patéticas em comparação. Existem centenas de 
exemplos, e cada problema tem uma solução, se você for criativo o suficiente. O problema não é 
o problema em si, é a pessoa que o está enfrentando e quanto ela levam a sério o objetivo de 
superá-lo. 
Não importa qual é a sua desculpa: se você se dedicar o suficiente você vai encontrar um jeito de 
superá-la. 
Tudo isso faz parte da mudança de perspectiva que me ajudou a fazer tanto progresso em 
termos de línguas nos últimos anos. Em vez de classificar as pessoas como sortudas ou 
azaradas, talentosas ou não, você precisa ver como você pode conseguir as coisas que essas 
pessoas “sortudas” conseguiram. 
Às vezes as pessoas realmente têm vantagens que facilitam as coisas, mas isso é um problema 
delas, não seu. Pois você tem outras vantagens que milhões de outras pessoas não têm. É 
possível encontrar o seu próprio caminho para qualquer objetivo, e fluência em uma língua 
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Parte 1
Mentalidade
definitivamente é um deles. Não existem ferraduras da sorte, alinhamento dos astros ou bruxaria 
nesse caso.
Mais tarde aqui no guia vou dar exemplos de sugestões para contornar problemas típicos, como 
não ter tempo suficiente, participar de conversas mesmo sem falar muito etc. 
No entanto, se você tiver dúvidas cruéis (é casado(a) com filhos, tem dívidas, tomou bomba em 
línguas na escola etc) que na sua opinião vão dificultar as coisas, pense o quanto é provável que 
outras pessoas tenham tido os mesmos problemas que você mas conseguiram resolvê-los.
RESUMINDO: 
Má sorte, talento ou genes não são boas desculpas para não aprender uma língua. É possível 
superar qualquer desafio para atingir o seu objetivo se você ralar o suficiente.
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Parte 2
Plano de ação
Parte 2
Plano de ação
Missão
O meu objetivo final normalmente é fluência, ou às vezes (mais recentemente) reduzir o sotaque. 
Mas, para começar, a maioria das pessoas ficaria mais do que feliz em ter como objetivos iniciais 
conseguir conversar em um nível básico ou intermediário.
No entanto, não importa qual for o seu objetivo, você precisa de um plano de ação. Em vez de 
uma resolução de ano novo, ou, pior ainda, um “eu gostaria” ou “eu espero”, eu tenho missões.
Isso é mais do que simplesmente usar outras palavras; uma missão é um plano de ação urgente 
para atingir o seu objetivo, e o processo envolvido é completamente diferente.
Tenho certeza de que você já teve objetivos que tentou alcançar antes – parar de fumar, entrar 
para uma academia, parar de ver televisão, usar as escadas em vez do elevador etc. Algumas 
dessas resoluções significam uma mudança radical de hábitos e muitas pessoas não percebem o 
quanto isso é difícil de manter.
Existem dicas interessantes sobre estudos de 30 dias na entrevista com Scott Young; dê uma 
olhada na entrevista para ter uma outra visão sobre como quebrar tarefas aparentemente difíceis 
em partes menores e mais fáceis de realizar.
O problema com um objetivo do tipo falar fluentemente em três meses, seis meses, um ano é 
que é vago demais e não tem nenhuma estratégia incorporada. Já encontrei muitas pessoas cuja 
resolução de ano novo era falar espanhol, francês etc e quase nunca conseguem.
Isso é porque essas pessoas não definiram “falar”, e porque o fim do ano está sempre tão longe 
que elas podem continuar deixando o trabalho para “depois”. Mesmo se escolherem um prazo 
mais curto, podem continuar não fazendo nada além de dizer a si mesmas que gostariam de 
falar a língua.
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Parte 2
Plano de ação
Você precisa de uma estratégia. Este guia oferece estratégias particulares que funcionaram para 
mim, mas um número imenso de estudantes de línguas usaram maneiras diferentes e muito 
inteligentes (como os que eu entrevistei). O que todos nós temos em comum não é 
necessariamente uma estratégia propriamente dita, mas o fato de que TEMOS estratégias. Todos 
nós temos um plano e o seguimos direitinho. Até mesmo alguém com uma estratégia pouco 
eficiente (e vamos combinar que nenhuma estratégia é perfeita) consegue muito mais do que 
alguém com ótimas ideias que nunca são implementadas.
Se você ler esse guia inteiro e ouvir todas as entrevistas e terminar com uma ideia do que 
significa aprender uma língua, vou me sentir como se nada de importante tivesse realmente 
acontecido. Você tem que aplicar essas estratégias. Estou falando sério!
Nesse exato momento, faça um programa para os próximos meses e para os objetivos realistas 
que você quer atingir na língua que está estudando. Você quer ser capaz de entender a maior 
parte do que aparece na televisão dentro de seis meses? Escreva! Quer ser capaz de durar pelo 
menos 20 segundos em uma conversa com um nativo e continuar a falar com confiança? Escreva!
Eu incluí alguns exercícios nas worksheets deste guia para ajudar você, e este é uma deles. 
Imprima a tarefa ou escreva à mão, mas não escreva no seu computador. Ter algo escrito em um 
papel na sua escrivaninha ou no seu bolso pode ser um excelente lembrete para manter você 
concentrado nos seus objetivos.
Sou totalmente a favor de tecnologia, mas ter alguma coisa no mundo físico faz toda a diferença 
do mundo. Aquela folha de papel com a minha lista de objetivos que eu colei com fita adesiva na 
minha mesa não vai sair dali, nem mesmo quando eu desligar o meu computador.
Se você ainda não começou a escrever, por que ainda está lendo isso aqui?
A essa altura do campeonato você já deveria ter escrito os seus objetivos! Não estou brincando; 
comece agora e adicione coisas ou refine a sua lista se vir alguma coisa interessante neste guia, 
mas seja bem claro com relação ao seu objetivo e use o seu plano.
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Parte 2
Plano de ação
Resumindo:
Nem mesmo as melhores ideias do mundo têm algum valor se não forem implementadas.
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Parte 2
Plano de ação
Passos necessários
Depois que você já estiver com o seu objetivo final em mente, o melhor modo para criar uma 
estratégia é quebrá-lo nas partes necessárias para alcançá-lo.
Veja o objetivo final como uma coisa definitiva. Vai acontecer e ponto final, então trabalhe de 
trás para frente para ver os passos lógicos que teriam ajudado você a atingir o objetivo. Livre-se 
da ideia de talvez e trabalhe duro para fazer a coisa acontecer.
Usando o exemplo que eu dei agora há pouco, se você quiser entender programas de televisão 
você vai ter que garantir que escutar seja o ponto forte da sua missão. Você pode ir direto ao 
ponto e começar a assistir a séries de televisão logo no início, criando uma situação do tipo 
matar ou morrer (este método vem funcionando com Khatzumoto, nas entrevistas), ou talvez 
você prefira escutar material preparado para quem está aprendendo a língua, para tornar o início 
mais fácil e se acostumar com um falar mais lento (eu pessoalmente misturo as duas técnicas, o 
que não significa absolutamente que este seja o método “melhor”, só que para mim é o mais 
agradável). Cada uma destas abordagens tem suas próprias vantagens e razões, mas o que é 
importante é que você esteja verdadeiramente dedicado a ela.
Para a abordagem mais “hardcore”, você vai precisar dedicar um pouco de tempo todos os dias 
para se expôr à língua o mais que puder, e se certificar de estar fazendo alguma coisa 
ativamente para aumentar a sua compreensão. Baixe ou grave os programas de televisão de 
modo que estejam sempre prontos para assistir, assim você não vai ter a desculpa de perder um 
episódio.
Para a abordagem gradual, você temque ter o seu material preparado e se dedicar mais ainda 
para ter certeza de que pode estudá-lo rapidamente. Arquivos de áudio básicos e falados muito 
lentamente não ajudam muito a entender diálogos reais e naturais, mas quando a dificuldade é 
aumentada gradualmente mas rapidamente eles podem ajudar muito. Você pode reduzir o 
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Parte 2
Plano de ação
tempo total fazendo isso de maneira intensiva (já que o que você está fazendo é mais fácil) de 
modo que você possa começar a praticar o seu objetivo final (ver televisão) muito antes do seu 
prazo. 
Este é só um exemplo; qualquer que seja o seu objetivo final, divida-o nos passos necessários 
para que você saiba que vai fazer progressos todos os dias.
Quando você tiver um certo tempo reservado todos os dias, você poderá passar para o próximo 
passo, os MINIOBJETIVOS.
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Parte 2
Plano de ação
Miniobjetivos
Um miniobjetivo é um alvo que você pode atingir em uma sessão.
O problema com ter como alvo falar bem algum dia, ou até mesmo daqui a um ano, é que estes 
prazos estão distantes demais para serem sentidos como reais, e portanto podem facilmente ser 
ignorados. Você precisa de prazos, mesmo que eles só estejam dentro da sua própria cabeça. E 
os melhores prazos são os iminentes. É difícil ser mais próximo que HOJE.
Em vez de ter como objetivo um dia ter um vocabulário amplo, aprenda todas as palavras 
relativas ao corpo humano (por exemplo) dentro de 30 minutos. O que vem funcionando muito 
bem para mim é usar um contador bem visível – quando estou trabalhando no computador, 25% 
da minha tela são ocupados pela contagem regressiva digital, com os segundos piscando 
constantemente para mim, para eu não esquecer!
Em vez de ter como objetivo eliminar o seu sotaque, trabalhe em como pronunciar o “r” direito 
durante os próximos três dias, estudando as posições da língua, repetindo vídeos de prática no 
YouTube e pedindo a nativos para corrigir você (pessoalmente ou usando o Skype).
Todas estas partes funcionam juntas para você atingir o seu objetivo final, e são muito possíveis 
de atingir se você conseguir dar essa dedicação a curto prazo. É fácil simplesmente dizer que 
algumas pessoas são gênios para línguas, quando o que elas fazem na verdade é uma grande 
quantidade destas tarefas fáceis. Quando colocados juntos, todos os MINIOBJETIVOS funcionam 
para chegar ao objetivo final quando são programados corretamente, mas cada tarefa 
individualmente é perfeitamente possível de ser atingida por qualquer um.
Com uma estratégia muito eficiente e dedicação genuína ao projeto, as suas esperanças se 
tornam uma missão.
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Parte 2
Plano de ação
RESUMINDO:
Divida os seus planos mensais/semanais em pedaços menores que podem ser atingidos imediatamente.
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Parte 2
Plano de ação
Definindo os seus alvos
Um dos aspectos mais importantes da sua missão é ser muito específico com relação ao seu 
objetivo. Você quer entender o que escuta no rádio? Não é suficiente – diga que você quer 
entender pelo menos metade do que está sendo dito e conseguir explicar o que ouviu para 
alguém depois.
Talvez você quer conseguir se virar durante a sua primeira semana em um país? É um bom alvo, 
mas, novamente, é vago demais para ser um objetivo verdadeiro. Seja específico! Você 
especificamente quer saber dizer as frases para pedir direções, pedir comida em um restaurante 
etc, entender várias respostas, conseguir lembrar de palavras básicas, ou o que quer que seja 
que você estiver planejando. 
Se você não conseguir descrever o seu alvo em detalhes, ele não é um alvo – não é nada mais do 
que uma ideia nebulosa e que não vai ajudar você se você quiser um plano de ação para alcançá-
lo.
Ter uma resposta curta é ótimo, mas você precisa saber o que isso significa para você mesmo. 
Por exemplo, o meu objetivo tende a ser fluência. Esta é a resposta rápida que eu dou às 
pessoas. No entanto, eu tenho uma definição muito específica deste termo para mim mesmo e 
tento fazer com que outras pessoas também o façam, pelo menos para elas mesmas.
Se o seu objetivo também for atingir a fluência, você pode cair na armadilha que pega muita 
gente: imaginar que fluência é igual a perfeição. Tentar falar perfeitamente é um erro, porque 
pela própria natureza do termo você nunca vai conseguir alcançá-la. É desencorajador e não 
ajuda nada ter um alvo tão vago e grande que você simplesmente jamais vai atingir.
Então, o que significa fluência para mim? É claro, pessoas diferentes definem esta palavra de 
maneiras diferentes. Mas até onde eu sei, fluência não significa falar perfeitamente, falar como 
um nativo nem conseguir falar sobre qualquer assunto na sua língua-alvo.
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Parte 2
Plano de ação
Eu não sou capaz de falar sobre “qualquer assunto” em inglês, então você pode apostar que o 
meu objetivo não é falar sobre qualquer assunto em outras línguas. Seria ótimo, mas é pouco 
realista e desnecessário. Se um grupo de meninas começar a falar sobre sapatos ou um grupo de 
arquitetos conversar sobre edifícios de estilo barroco, ambos os grupos vão usar palavras que eu 
não conheço (nomes de marcas e terminologia técnica), e apesar disso eu posso dizer que sou 
um falante nativo de inglês. Também admito que se não fosse o corretor gramatical automático, 
este documento estaria cheio de erros. Se a perfeição não é possível nem para nativos, por que 
então seria um alvo possível para nós, humildes estudantes?
Para mim, “fluente” pode ser dividido em várias partes até chegar em coisas nas quais eu posso 
mirar. Começando pela definição oficial (gosto de usar o dicionário Oxford English):
1 falar ou escrever de maneira articulada e natural. 
2 (diz-se de uma língua) usada com facilidade e precisão.
Como você pode ver, isso não envolve nenhuma perfeição ou equivalência a falantes nativos. 
Usada com facilidade e precisão é algo que nós pobres humanos podemos realmente atingir.
Para ser ainda mais específico, eu considero que estou falando uma língua fluentemente se 
conseguir me fazer entender sem cometer muitos erros (mas mesmo assim cometendo erros), 
entender quase tudo o que me dizem em uma conversa normal, e seguir falantes nativos que 
conversam entre si se não estiverem falando sobre assuntos muito específicos que eu 
normalmente não falaria na minha própria língua.
Para mim, fluência é, talvez, 90-95% de “perfeição”, um nível excelente a ser alcançado e do qual 
pode-se ter muito orgulho. Estes 5-10% a mais não são necessários para a maioria das pessoas, 
especialmente a curto prazo. Meu objetivo é reduzir este percentual o mais que puder a longo 
prazo, mas em menos de um ano 90% de perfeição é perfeitamente atingível se você se dedicar o 
suficiente.
Se você conseguir se dedicar ao seu projeto linguístico em tempo integral, isso pode ser obtido 
em poucos meses.
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Parte 2
Plano de ação
É por isso que quando você estiver definindo os seus objetivos de aprendizado, você tem que ser 
o mais específico possível: número de meses, exatamente o que significa conversação 
básica/intermediária/fluente para você, número de segundos durante os quais você pretende ser 
capaz de conversar com alguém sem ter que perguntar o significado de uma palavra – não 
importa qual for o seu objetivo, defina-o.
Se você simplesmente tentar aprender uma língua sem saber exatamente para onde está indo e 
no que deve se concentrar (falar? entender? ler? ter confiança para falar?), vai ser muito difícil 
chegar lá. “Falar a língua x bem” não é um objetivo e não possibilita a criação de um plano de 
ação. Com um destino na cabeça você pode conseguir traçar um caminho para chegar até lá e se 
concentrar em uma boa estratégia para ter certeza de que irá conseguir. 
Então qual é o seu verdadeiro objetivo? A Worksheet 2 requer uma definição precisa. Escreva o 
máximo que puder!
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Parte 2
Plano de açãoFazendo um diário linguístico
Muito do que eu digo neste guia se baseia em mais de sete anos de aprendizado aplicado de 
línguas, mas há algumas coisas que eu aprendi até mesmo no ano passado.
Uma delas é que é muito mais fácil ter sucesso se você mantiver um diário linguístico. Ele vai 
servir para documentar o seu progresso em uma língua e compartilhar as suas dificuldades com 
outros que estão passando pelos mesmos problemas. Quando você enfrenta a sua jornada 
sozinho, é muito mais fácil perder o objetivo de vista e até mesmo a motivação.
“Falar em público” sobre a sua missão vai dar aquele pouquinho de pressão a mais, se você 
blogar sobre o assunto. Se muitas pessoas acabarem começando a ler o seu blog, a sua 
estratégia vai ganhar uma outra dimensão pois você sempre vai ter alguma coisa nova para 
postar quando atualizar o blog.
Repetindo: simplesmente ler este guia e ouvir os arquivos de áudio não vão levar você muito 
longe a não ser que você aplique o que foi sugerido. É por isso que vou sugerir novamente que 
você comece agora mesmo um diário linguístico (ou seja, um blog). Vá até 
http://www.wordpress.com , clique em “sign up now” para abrir uma conta grátis, pense em um 
nome interessante para o blog (baseado nos objetivos linguísticos – este espaço não vai servir 
para compartilhar vídeos de gatinhos no YouTube!) e quando entrar na tela principal do painel de 
controle, depois do log in, escreva um “post novo” para que o seu post de introdução seja 
semelhante à resposta que você deu na worksheet que define o seu objetivo. Tudo isso pode ser 
feito em alguns minutos.
Se privacidade for um problema para você, então comece um diário escrito ou crie um novo 
documento de Word para registrar a sua jornada, mas se comprometa a atualizá-lo de maneira 
consistente. O maior problema com este tipo de procedimento, no entanto, é a falta de feedback 
e de possível encorajamento, coisas que você consegue com um blog. Para conseguir que mais 
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Parte 2
Plano de ação
pessoas leiam o que você escreve, poste coisas interessantes que você for descobrindo conforme 
aprende a sua língua-alvo, e que possam ajudar os outros. Basicamente é isso o que eu venho 
fazendo para conseguir que outras pessoas me ajudem com as minhas tarefas difíceis. Se não 
fosse pelo meu blog, eu não teria conseguido fazer tantos progressos no ano passado.
Antes do ano passado eu até fiz bom progresso, mas às vezes eu me dedicava menos porque 
ficava com preguiça. Agora, quando tenho a tentação de tirar uma semana de férias, eu lembro 
que a minha grande atualização mensal está a poucos dias de distância e eu tenho que ter 
alguma coisa para mostrar! Também mencionei dificuldades particulares que venho tendo e 
obtive respostas fantásticas e vários links para ótimos recursos que fizeram com que eu 
aprendesse muito mais rapidamente e com mais eficiência.
O número de leitores não importa. Nas primeiras semanas só umas poucas dúzias de pessoas 
liam o meu blog, e já era o suficiente para eu não querer desapontá-las. Como você consegue 
que outras pessoas leiam o seu blog? Comente no blog delas. Isto também tem a vantagem de 
expor você à história de outras pessoas.
Não se preocupe em “escrever bem” – simplesmente escreva do jeito que você fala. Eu poderia 
ter começado o meu blog anos atrás, mas não o fiz porque eu ficava pensando em como a minha 
nota baixa em inglês onze anos atrás afetava o jeito com o qual eu me exprimo hoje.
Então, o seu diário linguístico está pronto? Você já escreveu o seu primeiro post? Não? Tudo 
bem, eu espero...
...
Ainda estou esperando. Não se preocupe, eu não vou a lugar nenhum! Minimize esta janela ou 
coloque o documento impresso de lado e vá para o seu computador, entre no link acima ou em 
qualquer outro para começar o seu diário linguístico, e escreva o primeiro post.
Pronto? Ótimo!
Com atitude positiva, um plano de ação e uma plataforma para fazer um diário do seu 
progresso, você está completamente pronto para começar.
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Parte 2
Plano de ação
Chega dessa conversa motivacional. Está na hora de começar a entrar realmente de cabeça na 
língua! Na próxima parte vou explicar por que e como você pode falar uma língua a partir do 
primeiro dia.
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Parte 3
Comunicando-se a partir do primeiro dia
Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
Quando estarei pronto para falar a 
língua?
Muitas das coisas que eu descobri e que estou compartilhando com vocês neste guia na verdade 
são simplesmente “bom senso” originário das perspectivas de muitos estudantes de línguas. 
Conversando com outros estudantes de línguas experientes (escute as entrevistas com alguns 
poliglotas famosos que vêm com o guia para confirmar), vi que algumas das coisas sobre as 
quais eu vivo falando, como atitude positiva, certas técnicas de estudo etc, são comuns a muitos 
estudantes de línguas eficientes.
No entanto, pode ser que nós discordemos sobre alguns assuntos, e um deles é quando você 
deve começar a falar. Outras pessoas obtiveram sucesso ao aprender línguas esperando antes de 
falar, mas até onde eu sei a maioria dessas pessoas fizeram progressos mais lentos do que eu 
faria justamente por causa disso. Um dos meus entrevistados, Moses McCormick, também teve 
sucesso no seu aprendizado falando logo no primeiro dia.
O problema está associado à sensação de sentir pronto. Faz sentido pensar que enquanto você 
não tiver um vocabulário básico suficiente e pelo menos uma noção rudimentar da gramática e 
uma compreensão mínima das respostas, você simplesmente não vai estar pronto para falar a 
língua.
Tá bom... mas mesmo quando você tiver tudo isso, ainda vai precisar de um ajuste fino para se 
livrar dos erros gramaticais e aprender expressões idiomáticas, gírias e melhorar o seu sotaque. 
Então é melhor esperar até que tudo isso esteja presente para que você esteja pronto?
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
Talvez... Mas aí você ainda não vai ter a capacidade ideal de escrever formalmente e usar as 
palavras exatas, e também existem referências culturais como programas de televisão e música 
que você ainda não vai conhecer.
Está vendo aonde eu quero chegar? Com a quantidade certa de lógica você nunca vai estar 
pronto para falar. A coisa mais triste é que muitas pessoas que eu encontro estão enquadradas 
nessa maneira de pensar. Posso honestamente dizer que já encontrei pessoas com um 
conhecimento muito maior do que o meu sobre como uma língua em particular funciona, e no 
entanto eu falo mais e melhor do que elas.
A ideia de perfeccionismo que eu mencionei antes não ajuda nada porque você nunca vai 
conseguir alcançá-la. Você nunca vai estar cem por cento pronto para falar uma língua.
Quando eu pergunto a estes outros estudantes quando exatamente eles estarão prontos, recebo 
respostas pouco satisfatórias e muito vagas, do tipo “você vai saber quando estiver”, e eu acho 
que isso encoraja as pessoas a esperar mais ainda.
Então, se você ainda não tiver percebido, eu acho que você está pronto para falar a língua A 
PARTIR DO PRIMEIRO DIA. É por isso que eu sempre consegui aprender a falar línguas mais 
rapidamente – porque eu começo a falá-la mais cedo.
Na minha opinião, isso não é nada além de matemática pura. Se você falar mais, então mesmo 
considerando o mesmo período de tempo você vai melhorar as suas capacidades de conversação 
mais do que os outros, simplesmente porque você está praticando mais.
Uma crítica contra esta abordagem é a “fossilização” dos erros. Já que você logicamente vai 
cometer muitos erros, existe uma preocupação de que você simplesmente nunca venha a 
desaprender estes erros e fique falando errado para sempre. Eu acho que isso é uma 
simplificação imensa do quanto as pessoas são inteligentes.
Realmente é mais difícil se acostumar a dizer certas partes de umalíngua de maneira diferente 
quando você está habituado a dizê-las de um certo modo – e esta é a maior vantagem que eu 
vejo do método de esperar antes de falar, já que você vai se acostumar a falar corretamente a 
partir do primeiro dia em que começar a falar.
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
Apesar disso, ter maior dificuldade em se livrar destes erros mais do que compensa a velocidade 
em que você vai realmente ser capaz de se comunicar. 
RESUMINDO: 
Livre-se do conceito de “pronto” e comece a falar imediatamente.
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
Uma língua é mais do que input e 
output
É muito importante entender que se comunicar é o objetivo de falar uma língua! Não é 
impressionar pessoas com a sua tabela de conjugações memorizada, nem usar a palavra certa 
quando outra conseguiria mandar a mesma mensagem, não é nem pensar que se expor a uma 
língua por tempo suficiente significa que você acabará falando. Se você quiser ser capaz de falar 
uma língua, então você precisa se concentrar no motivo pelo qual a língua existe.
Uma língua existe para se comunicar. 
Isto leva à seguinte pergunta: como você pode falar se não souber nada? 
Existe uma teoria que diz que é possível reduzir qualquer sistema complexo a inputs e outputs – 
eu fazia isso o tempo todo quando era engenheiro para ilustrar representações de aparelhos 
eletrônicos.
Fico surpreso ao ver que algumas pessoas fazem isso com humanos que estão aprendendo 
línguas. Aparentemente elas representam o inteiro processo conforme o esquema abaixo, o que 
para mim é uma simplificação ridícula da realidade: 
1. Pegue um ser humano com zero capacidade de se comunicar na língua estrangeira. 
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
2. Adicione input a este humano sob a forma de vocabulário e gramática, ou então grandes 
quantidades de exposição passiva à língua estrangeira, para prepará-lo. 
3. Repita o passo 2 por muito tempo (anos ou décadas).
4. “Um dia” este humano será capaz de falar em um um nível satisfatório.
A tentação de acreditar nisso é muito grande, já que para muitas pessoas esta é a maneira 
sensata de encarar o aprendizado de uma língua. Você simplesmente não consegue dizer nada 
se nunca tiver ouvido antes. Você precisa de input para ser capaz de produzir output. Você não 
vai conseguir falar logo no começo porque há tantas coisas que você ainda não aprendeu.
De acordo com essa lógica, se alguém conseguir falar uma língua na primeira semana de 
aprendizado, essa pessoa só pode ser um gênio ou ter alguma fórmula mágica para conseguir 
adquirir todo o vocabulário e a gramática dos quais ela precisa em uma velocidade surreal.
Eu não tenho a tal fórmula mágica e não sou um gênio. Posso garantir que depois da minha 
primeira semana eu ainda não sei uma IMENSA quantidade das coisas cruciais necessárias para 
falar uma língua direito. Mesmo assim, eu consegui me comunicar quase inteiramente na tal 
língua várias vezes. 
É por isso que eu não vejo o sistema conforme a representação acima. Eu não sou uma caixa 
esperando a entrada de input para que eu possa produzir output. Não sou simplesmente 
“humano sem língua X”, e você também não é.
Você já tem uma vantagem inicial. É impossível começar a aprender uma língua “a partir do 
zero”. 
Às vezes, os motivos pelos quais você consegue se comunicar mais rápido são muito óbvios. 
Falantes de inglês reconhecem muitas palavras em muitas outras línguas (coisa que vou explicar 
melhor na última parte do guia) e existem semelhanças entre muitas outras línguas.
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
Foi mais fácil para mim falar italiano logo na minha primeira semana na Itália porque eu já falava 
espanhol, que é bem parecido. Foi mais fácil para mim começar a falar alemão porque eu já tinha 
estudado um pouco na escola.
No entanto, houve outras ocasiões nas quais eu não tinha absolutamente nenhuma familiaridade 
com a língua e mesmo assim fui capaz de me comunicar muito nos estágios iniciais.
Por exemplo, na minha primeira semana em Praga eu consegui fazer quase tudo do que eu 
precisava em tcheco, sem nenhum estudo anterior. Depois de umas poucas semanas de estudos 
“light” de tailandês, o fim de semana em que eu realmente tentei falar não foi tão ruim e 
consegui fazer muitas coisas básicas usando a língua, embora eu só estivesse tentando falar há 
um ou dois dias. Consegui fazer isso não me concentrando no que eu não sabia, mas sim 
(conforme já mencionei na primeira seção) nas coisas que eu sabia. Antes mesmo de começar eu 
já tenho muito mais “input” esperando dentro de mim do que a descrição acima sugere.
Nesta seção eu vou dar várias ideias para mostrar a você que você realmente pode se comunicar 
muito eficazmente já na sua primeira semana de aprendizado de uma língua!
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
Comunicação não-verbal
Quando alguém diz que deveríamos aprender línguas como os bebês, devido ao processo mais 
natural envolvido, eu costumo concordar, e a maior parte deste guia promove este tipo de 
processo. No entanto, existe uma diferença imensa entre adultos e bebês – adultos já sabem 
como se comunicar com os outros. A imensa maioria destes meios de comunicação são 
internacionais e são não-verbais.
Você simplesmente não deve subestimar a importância dos métodos de comunicação não-verbal 
que você já aprendeu até agora como ajuda para facilitar os estágios iniciais de aprendizado de 
uma língua com a qual você não está familiarizado.
Um estudo da UCLA sugere que até 93% da comunicação usada para expressar sentimentos e 
atitudes, por exemplo, são determinados por “deixas” não-verbais. Mais especificamente, sete 
por cento são determinados pelas palavras usadas, 38% pela qualidade, entonação e volume da 
voz e 55% por comunicação não-verbal.
É difícil ser tão precisos, mas cerca de sete por cento da comunicação sendo representados pelas 
palavras que usamos é muito, muito pouco. É claro que sete por cento às vezes constituem a 
maioria da parte essencial da comunicação, mas tenho certeza de que sou tão “fluente” quanto 
possível nos outros 93 por centro para garantir que tenho uma vantagem. Esta estatística é 
específica para a expressão de sentimentos e atitudes, mas muitos outros aspectos da 
comunicação em teoria seguem padrões semelhantes.
Esta vantagem é o segredo para aprender línguas muito mais rapidamente, na minha opinião. É 
olhar para além da trajetória até a fluência, e especialmente é ter a capacidade inicial de falar 
como simplesmente adquirir vocabulário, gramática e exposição a uma língua. Peço desculpas 
pelos floreios (só um minutinho que vou ali abraçar uma árvore... Pronto, voltei!) mas esta 
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
vantagem é o aspecto humano das línguas que é largamente ignorado pela maioria das pessoas, 
que vêem a coisa de uma maneira quase robótica, “input x output”. 
Isto não significa que eu faço mímica e dancinhas para mostrar o que quero dizer, mas sim que 
sou capaz de exprimir o que eu preciso dizer quase sem nunca precisar usar inglês, já no 
primeiro dia em que eu tento falar uma língua. Na próxima seção vou dar vários exemplos para 
ilustrar isso.
Mas primeiro tente imaginar o que eu posso estar querendo dizer com comunicação não-verbal. 
A coisa mais óbvia é, é claro, se exprimir com o seu corpo. Você não conhece a palavra que 
significa “beber”? Faça o gesto de beber um copo invisível de água ou cerveja. Quer mostrar que 
você não gosta de alguma coisa? Faça uma careta e vire o rosto para o outro lado fazendo cara 
de nojo. Em particular, este último exemplo é internacional, pois é assim que os bebêsnormalmente reagem de maneira instintiva. 
Sim, eu sei que existem exemplos de sinais que não são internacionais – mexer a cabeça para 
cima e para baixo é o equivalente de fazer não com a cabeça nos Balcãs, o polegar levantado 
quer dizer o mesmo que o terceiro dedo levantado em alguns países etc, mas a imensa maioria 
da comunicação não-verbal é comum a todas as culturas.
Tenho certeza de que algumas pessoas irão responder me dando uma lista com mais exemplos, 
mas esta atitude ainda faz parte da modalidade do copo meio-vazio que eu mencionei na 
primeira seção. É claro que há diferenças, mas a grande maioria é igual.
Linguagem corporal, postura, olhares, expressões faciais, gestos, toques (ombros, mãos, 
tapinhas nas costas etc), mudar o tom e o volume das palavras que você está dizendo – existem 
zilhões de maneiras que podemos usar para nos comunicar que não dependem das palavras que 
utilizamos.
Um sorriso para quebrar o gelo inicial, um latido para mostrar que você está falando de um 
cachorro, a testa franzida e uma expressão de desconforto enquanto aponta para uma parte do 
corpo para indicar que está sentindo dor – você não precisa de palavras para nada disso.
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
Não estou dizendo que estes métodos são flexíveis o suficiente para substituir a comunicação 
verbal real, mas é importante notar que você não está começando do zero. Você não é uma caixa 
esperando para receber input. Você é um ser humano, já capaz de se comunicar de muitas 
maneiras, e só precisa refinar a maneira de fazer isso melhor na cultura ou língua em questão.
Está na hora de dar alguns exemplos!
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
Como se comunicar com nativos tendo 
aprendido muito pouco
“Tá bom, chega de teoria!”, estou ouvindo você exclamar! Está na hora de mostrar o que eu 
quero dizer.
Antes de começar a decorar qualquer coisa, normalmente carrego um frasário no meu bolso 
durante as primeiras semanas em um determinado país. Isto permite que eu procure o que quero 
dizer e repita para mim mesmo antes de dizer. (“Como eu faço para chegar até... ?”, “Quero 
um.... por favor” etc). Vou dar mais detalhes sobre como eu guardo na memória por mais tempo 
estas frases pouco familiares na seção Recursos. 
Isto não faz parte de input ou output, já que você está basicamente só lendo em voz alta o que o 
seu livro diz sem necessariamente entender a estrutura da frase e as palavras principais. Desde 
que você ler direito a fonética sugerida ou tiver uma compreensão básica de tons (para línguas 
não-europeias), você vai conseguir dizer algo que de alguma maneira lembra o que você quer 
dizer para o nativo. 
Com um frasário detalhado e um dicionário (ou uma app no seu smartphone), se você procurar a 
frase antes de dizê-la, há uma imensa quantidade de coisas que você conseguirá comunicar 
desta forma, especialmente se você aceitar o fato de que estará cometendo erros e de que terá 
que se limitar a usar algumas poucas palavras isoladas. 
É claro que isso não funciona a longo prazo, mas é um dos aspectos principais que permitem 
que eu “entre” no clima de falar uma língua imediatamente. Pode ser artificial, mas estou me 
comunicando inteiramente usando este “truque”. Eu também procuro palavras ou frases que eu 
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
provavelmente vou ouvir como resposta para garantir que vou entender a resposta que vão me 
dar. É claro que você não vai conseguir conversar desta maneira, mas você definitivamente vai 
conseguir se virar, e isso já é uma grande coisa para o primeiro dia.
No meu primeiro dia em qualquer país, eu consigo fazer todas as coisas essenciais que quiser 
usando um frasário e um dicionário razoavelmente bom para ajudar com as palavras que eu não 
encontrar no frasário. Não vou ter frases completas, mas vou conseguir exprimir todas as 
informações básicas e cruciais usando estes livros como muletas temporárias. Se você precisar 
fazer algumas perguntas, tente memorizar as frases (vou falar mais sobre este assunto mais 
tarde).
Este exemplo mostra que você pode realmente se comunicar (embora de maneira muito limitada) 
na língua sem um input concentrado. O seu input vira output imediatamente. Você pode fazer 
isso até um certo nível em muitas línguas, especialmente as línguas mais próximas da sua.
As línguas europeias, que não têm tons distintivos para as palavras, tornam isto supersimples. 
Você pode fazer qualquer pergunta imaginável, armado somente com uma transcrição para 
saber como a frase deve ser lida em voz alta (que é como a maioria dos frasários funciona). Você 
não vai soar elegante e o seu sotaque vai ser bem óbvio, mas você vai estar se comunicando. 
Se você não consegue a “perfeição” nem depois de 30 anos de estudos, então por que vai 
precisar dela no seu primeiro dia?
Os próximos exemplos mostram a importância do contexto e da extrapolação. Não 
necessariamente formas de comunicação, mas aspectos cruciais dos mecanismos que se passam 
na sua cabeça nos bastidores da comunicação, independentemente de “quanto” da língua você 
aprendeu. Pensar só um pouquinho já me ajudou muitas vezes mais do que aprender tabelas de 
casos nominativos, acusativos ou dativos.
No meu primeiro dia em Berlim, ainda lutando para transformar o meu nível de aprendizado 
escolar em algo útil, eu queria comprar um chip para o meu iPhone. Eu queria ter certeza de que 
a rede 3G estava funcionando antes de sair da loja, de modo que o funcionário me deu 
instruções sobre como configurar o telefone.
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
Esta conversa estava muito além do que a maioria das pessoas estariam dispostas a encarar, no 
meu nível. Com certeza o que eu mencionei antes, ou seja, perguntas básicas e respostas 
básicas, seria o melhor que eu poderia esperar?
É claro que não! Isto seria ignorar a inteligência básica, adulta que todos nós temos.
Ele disse um monte de palavras que eu simplesmente não entendi e depois falou “... Netzwerk, 
Mobiles Datennetzwerk”. Familiarizado com a interface do meu iPhone, estes termos me 
pareceram muito parecidos com “...Network, Cellular Data Network” (“Rede, Rede de Dados”), e 
eu sabia que para chegar até este menu eu precisava ir para “Settings, General” [Configuração, 
Geral] antes. Ele provavelmente tinha dito estas palavras antes, mas não entendê-las não me 
impediu de fazer o que ele estava pedindo que eu fizesse.
O objetivo deste exemplo não é mostrar que “Netzwerk” parece com “network”, mas que eu 
extrapolei o significado de palavras que eu não entendia me baseando no contexto. É claro, 
conhecer o menu do iPhone ajuda, mas a maioria das coisas sobre as quais você fala são coisas 
com as quais você está familiarizado de alguma forma. Mesmo se você não reconhecer um 
vocabulário específico, muitas vezes a própria situação vai mostrar a você a direção certa. Neste 
caso, entender só 20% da informação pode levar você a extrapolar 100% do significado!
Estes são só exemplos curtos – na verdade existem milhares de outros.
Observar a linguagem corporal, por exemplo, me ajudou a me integrar rapidamente em outros 
países, e em muitos lugares da Europa (onde a cor da pele não me identifica como estrangeiro), 
as pessoas acham que eu sou local por causa das roupas que eu uso, da minha postura, da 
expressão no meu rosto, do volume e do tom das palavras que eu digo etc, coisas nas quais 
muitos outros expats nunca tentaram se concentrar e que no final das contas sempre os 
identificam como estrangeiros.
É claro que depois que eu começar a falar mais do que uma ou duas palavras tudo isso muda, 
mas já houve casos em que eu cruzava com pessoas no prédio onde estava morando e dizia só 
bom dia(de alguma maneira dizendo estas duas palavras sem um sotaque muito óbvio) e essas 
pessoas passavam semanas pensando que eu era do mesmo país. 
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
Esta coisa de agir como um local é uma forma de comunicação em si, e termina encorajando a 
pessoa a falar comigo na sua própria língua, embora eu a fale muito menos do que elas falam a 
minha língua, inglês.
Estas habilidades são mais difíceis de descrever, e vêm simplesmente do fato de prestar mais 
atenção às fontes oblíquas de informações em vez de nos concentrar totalmente na 
compreensão das palavras propriamente ditas.
Em vez de sugerir que você vá aprender estas coisas, fique feliz de me ouvir dizer que você já as 
sabe! Mesmo quando você está falando com outra pessoa no telefone na sua própria língua e a 
linha é barulhenta, de baixa qualidade, impedindo que você não entenda algumas partes da 
conversa, você consegue ter certeza do que a pessoa está dizendo.
Em particular, isto acontece com palavras “preenchedoras” que não adicionam informações 
novas, como tipo, sabe como é, por favor etc. De fato, mais tarde vamos usar estas palavras (veja 
Conectores de Conversação). No entanto, se você não ouvir ou entender estas palavras, você não 
vai estar perdendo nenhuma informação essencial.
Outra situação que ilustra isso: você já tentou ver um filme ou falar com alguém na sua língua 
mas em outro dialeto ou sotaque? Já houve casos em que eu vi filmes americanos ou até mesmo 
algum episódio dos Simpsons e me deparei com palavras ou expressões que eu simplesmente 
ainda não conhecia.
Você acha que eu apertei a pausa e fui pesquisar o termo, e não continuei a assistir enquanto 
não sabia exatamente o que significava? É claro que não – na maioria das vezes eu consegui 
entender o significado a partir do contexto. Quando eu fui aos EUA pela primeira vez, ouvi 
muitas palavras e expressões novas que eu nunca tinha encontrado antes, mas elas apareciam 
entre tantas camadas de contexto que o seu significado era bem óbvio. Eu nunca estudei 
formalmente nenhuma destas palavras, mas o contexto me ensinou o suficiente para que eu não 
tivesse praticamente nenhuma dificuldade em falar com as pessoas de um outro país.
Na verdade, na minha infância eu aprendi a maior parte do meu vocabulário de inglês a partir do 
contexto. De vez em quando havia brincadeiras para aprender os nomes dos animais etc, mas a 
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
imensa maioria da minha língua-mãe foi adquirida a partir do seu uso no contexto em vez de a 
partir de uma lista de palavras com as suas definições e explicações.
Neste caso é fácil, pois eu já conheço a língua, mas o mesmo princípio também se aplica a 
línguas estrangeiras.
Mais um exemplo: em muitos países, fazendo compras no supermercado e talvez esperando só 
ouvir o preço total das minhas compras quando vou pagar, frequentemente me fazem alguma 
pergunta que eu não entendo completamente.
Supermercados no mundo inteiro aparentemente têm cartões de descontos, e normalmente eu 
não os faço. Mas muitas vezes eles perguntam se você tem o tal cartão, e isso é muito comum 
em muitos países. Nos estágios iniciais, no máximo eu entendo “... você tem... cartão...” e 
percebo, a partir do tom da frase (que é parecido na maioria das línguas europeias), que se trata 
de uma pergunta.
Como a situação normalmente não requer que eu tenha nenhum outro cartão (é lógico que não 
posso ter um cartão de descontos para idosos, também não se trata de cartão de crédito porque 
estou pagando em dinheiro etc), posso praticamente com certeza extrapolar que estão falando 
do tal cartão do supermercado. A situação me diz quais palavras estão sendo ditas, mesmo 
quando eu não entendo as palavras propriamente ditas.
De modo que, sim, é possível entender mais do que você imagina, e dizer mais do que você 
pensa, mesmo que você esteja aprendendo a língua só há poucos dias.
Desta maneira eu posso fazer uma das sugestões mais importantes de todas para aqueles que 
querem seriamente fazer progressos rapidamente: imersão – o mais cedo possível e não 
importando onde você está, e vou falar disso na próxima sessão.
RESUMINDO: A comunicação se baseia em muitas coisas: linguagem corporal, tom e volume da 
voz, extrapolação, dizer palavras ou expressões que você pode não compreender completamente 
e contexto. Estas modalidades não-verbais de comunicação podem ajudar você a falar a língua 
com nativos mesmo quando você só tiver aprendido um pouquinho dela.
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
Imersão em casa / no país
Antes de entrar no assunto imersão, tenho que ressaltar que eu não estou necessariamente 
falando de voar para um determinado país. É possível fazer uma imersão dedicada (embora em 
tempo parcial) no seu próprio país de origem. A história de Khatzumoto aprendendo japonês em 
nível profissional em só um ano e meio e antes mesmo de ir ao Japão (veja as entrevistas) é um 
dos muitos exemplos de sucesso deste método.
Eu prefiro pensar em imersão da mesma forma com que penso em fluência. O nível envolvido em 
ambas depende especificamente da sua definição, e é melhor pensar em ambas essas coisas 
baseando-se nos seus equivalentes metafóricos. Fluência é como um rio que flui. Não 
necessariamente (na verdade quase nunca) se trata de água pura, e às vezes ele forma meandros 
em torno do relevo em vez de se mover em uma linha reta. Da mesma forma, falar fluentemente 
não significa perfeição.
A imersão é a mesma coisa – quando você se imerge em água você pode ficar totalmente imerso 
e passar praticamente o dia inteiro embaixo d’água (presumivelmente com aparelhos de 
mergulho para respirar) ou você pode se jogar na água, nadar um pouco no fundo e depois subir 
de novo para respirar. Você também esteve imerso desse jeito.
Infelizmente, o que muitas pessoas fazem (em termos de línguas) é molhar o pezinho na água, 
decidir que está um pouco fria demais e voltar no dia seguinte e repetir a operação. Elas acham 
que entrar na água muito lentamente vai ajudar seu corpo a se acostumar melhor.
É só água, você não vai se machucar! Pule logo! Molhar o pé na água não vai ajudar você a nadar, 
e estudar um pouquinho de gramática de vez em quando não vai ajudar você a falar de verdade.
Continuando com a metáfora, ir ao país onde se fala a língua simplesmente não é suficiente. Já 
cansei de ver expats que moram em outro país há anos e ainda falam pateticamente pouco a 
língua local. É como viver em um submarino com ar condicionado e achar que você está tendo a 
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Parte 3
Comunicando-se a 
partir do primeiro 
dia
mesma experiência de um mergulhador. Tecnicamente você está no fundo do mar, mas não está 
se molhando nem um pouquinho.
A imersão depende pouco da sua localização geográfica e muito mais do seu nível de dedicação. 
Você tem que dedicar o máximo de tempo possível ao seu projeto. Se não fizer assim, você 
simplesmente não vai estar se dedicando o suficiente.
Não estou dizendo que você tem que dedicar todo o seu tempo – se não estiver no exterior, você 
vai ter que trabalhar, estudar etc (presumivelmente na sua própria língua), e mesmo que estiver 
no país onde se fala a língua que você está estudando, pode ser que você tenha que trabalhar 
em um emprego no qual você tenha que usar a sua própria língua. Isso não ajuda, mas 
infelizmente faz parte do mundo real para a maioria das pessoas.
No entanto, tirando fora o tempo absolutamente necessário na sua própria língua, fazer coisas 
na sua própria língua quando você poderia facilmente estar usando a língua que está estudando 
é uma perda de tempo. A verdadeira imersão acontece quando você faz o máximo dessas coisas 
que conseguir na sua língua-alvo.
Você

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