Buscar

climas globais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PRINCIPAIS REGIMES CLIMÁTICOS 
 
 
Texto: Prof. Carlos Magno Ribeiro 
Gráficos: Prof. Wellington Lopes Assis 
 
Em uma primeira aproximação pode-se incluir os climas em três grandes grupos. É evidente que 
esta tentativa de classificação não está isenta de falhas e imperfeições. Trata-se, entretanto, de um esforço 
sem maiores pretensões e somente para fins didáticos. Os grupos são: o dos climas intertropicais, os 
extratropicais e os climas semi-áridos e áridos. 
 
I - OS REGIMES INTERTROPICAIS 
 
Os climas localizados na faixa das latitudes baixas, intertropicais, são dominados por uma 
significativa radiação solar, bem distribuída no correr do ano. A altura do sol acima da linha do horizonte, ao 
meio dia, varia pouco durante as quatro estações do ano. Já nos trópicos ela chega aos 90º no solstício de 
verão1 e a mais ou menos 45º, no solstício de inverno. É evidente que nas latitudes mais baixas a variação é 
ainda menor. Os resultados mais imediatos da forte insolação são o balanço térmico positivo, temperaturas 
elevadas e amplitudes térmicas anuais pequenas, menores que as diárias. 
 
Os regimes térmicos e pluviométricos e, subsidiariamente o hígrico, a insolação efetiva, a 
nebulosidade, são determinados pela atuação dos sistemas atmosféricos intertropicais: a Zona de 
Convergência lntertropical (ZCIT), os alísios, os anticiclones subtropicais e as monções. Superpostos a estes 
sistemas de circulação geral da atmosfera, sistemas transientes, de mesoescala, com suas características, 
seus movimentos, suas trajetórias, são responsáveis por alterações e variações temporais e espaciais dos 
climas intertropicais. Isto significa dizer que os climas não são determinados apenas pela ZCIT e depressões 
equatoriais, pelos alísios e anticiclones subtropicais. Parte dos fenômenos meteorológicos, dos tipos de 
tempo, são gerados pelos sistemas transientes, frentes polares, linhas de instabilidade, ondas de leste e 
ciclones tropicais. 
 
CLIMA EQUATORIAL 
 
É o domínio das baixas pressões, dos doldruns, da ZCIT. É caracterizado por ventos fracos, 
calmarias e instabilidades. O regime térmico é marcado pela ausência de contrastes (FIG.1). A amplitude 
térmica anual é muito pequena e não há temperaturas excessivas. O período mais quente coincide com os 
meses menos chuvosos. As chuvas são abundantes e bem distribuídas, com elevado número de dias de 
chuva. Frequentemente há dois máximos separados por dois mínimos pluviométricos. As variações entre os 
meses é também significativa. Um exemplo deste regime é Fonte Boa (AM) ou Kuala-Lampur (Malásia). 
 Na periferia das regiões equatoriais ou nas áreas em que a ZCIT não atua durante todo o ano 
surge um pequeno período seco de um a três meses. Esta variação constitui o clima sub-equatorial. Manaus 
(FIG.2) é um bom exemplo desta variação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 Este ângulo determina o solstício que dá início ao verão do hemisfério e ocorre em um único momento nos dois 
trópicos. 
CINGAPURA - 1º 18' N; 103º 50' E / 9 metros
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
(mm)
MANAUS - 3º 08' S; 60º 01' W / 42 metros
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
(mm)
FIG. 1: CLIMA EQUATORIAL FIG.2: CLIMA SUBEQUATORIAL 
CLIMAS TROPICAIS 
 
É o domínio das altas pressões subtropicais, dos alísios e até mesmo da ZCIT. Os ciclones tropicais 
(tufões, furacões), as frentes polares, as ondas de leste, os alísios quando submetidos a ascensão orográfica 
ou aumento do atrito nos litorais, são responsáveis pelas chuvas e bruscas mudanças de tempo. O volume 
anual de chuvas varia bastante nas regiões tropicais, o mesmo vale para o número de dias de chuva. O 
máximo pluviométrico coincide com o verão e o auge da estação seca com o inverno. Trata-se, pois, de um 
regime pluviométrico marcado pela alternância de estações. É o que ocorre nas regiões monçônicas (FIG.4 e 
FIG.6), embora o mecanismo atmosférico gerador seja diferente. As médias térmicas, além do geralmente 
menores, registram um declínio no inverno. Portanto, a amplitude térmica anual, ainda pequena, é maior que 
a do clima equatorial. O mês mais quente, resultado de uma fraca nebulosidade e de urna forte insolação, 
pode ocorrer na primavera e não no verão. Cuiabá (FIG.3) é um típico clima tropical. Uma importante 
variação do clima tropical é encontrada nas costas tropicais leste dos continentes submetidos aos alísios: 
leste do Brasil (FIG.5), da Rep. Malgaxe, SE da África, Havaí etc. São regiões chuvosas sem ou quase nula 
estação seca, chuvas abundantes e pequena amplitude térmica anual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 II - OS REGIMES EXTRATROPICAIS 
 
Os climas extratopicais caracterizam-se por uma notável variação sazonal da altura do sol e que 
aumenta com a latitude. Por exemplo, uma localidade situada a 60º Lat. tem o sol a cerca de 53º de altura ao 
meio dia no solstício de verão e a 6º no solstício de inverno. Convém lembrar que nesta última estação os 
raios solares chegam somente até o Circulo Polar. Os resultados disto são uma forte amplitude na 
quantidade de energia incidente e uma forte amplitude térmica anual. Essa amplitude é bastante atenuada 
nas regiões litorâneas submetidas a uma persistente circulação oceânica - nos climas oceânicos. As 
amplitudes diárias são bem menores que as anuais. O tipo de tempo, o ritmo pluviométrico, a nebulosidade, 
a insolação efetiva destas latitudes são explicadas pela atuação dos anticiclones subtropicais, ventos de 
Oeste, depressões, anticiclones polares e árticos, oceânicos e continentais, pelas frentes frias. A temperatura 
é um dos principais elementos de distinção climática. Contudo a distribuição e os valores anuais de chuva (e 
neve) são variados. 
FIG.3: CLIMA TROPICAL 
CUIABÁ - 16º S 56' W / 165 metros
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
(mm)
FIG.4: CLIMA TROPICAL MONÇÔNICO 
FIG.5: CLIMA TROPICAL LITORÂNEO 
ILHEUS - 14,48ºS e 39,04ºW
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
(mm)
MADRAS- 13º N 80º E / 16 metros
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
(mm)
FREETOWN - 9º N 13' E / 25 metros
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
(mm)
FIG.6: CLIMA TROPICAL MONÇÔNICO 
CLIMAS SUBTROPICAIS 
 
Há dois tipos climáticos nestas latitudes. O primeiro é predominade nas costas leste dos continentes 
(SE dos EUA, Sul do Brasil (FIG.7), SE da China, etc). É o clima subtropical úmido, chuvas abundantes e 
bem distribuídas pelas quatro estações. Os verões são quentes (22ºC a 26ºC) e os invernos brandos. Eles 
conhecem contudo invasões de frentes e massas polares responsáveis por quedas significativas de 
temperatura e formação de gelo. As amplitudes anuais são elevadas. Atlanta é um exemplo de clima 
subtropicaldo sudeste dos EUA. O outro tipo é o mediterrâneo. Ocorre na parte oeste dos continentes, 
Califórnia, centro do Chile, sul da África, sudoeste da Austrália e na região litorânea do Mediterrâneo. Do 
ponto do vista da temperatura, este tipo não é diferente do anterior. A diferença marcante está nos totais e no 
regime das chuvas. As chuvas são concentradas no inverno. O verão é quente e seco. É a estação em que 
as condições de tempo são geradas pela expansão dos anticiclones subtropicais (tempo quente seco, sem 
nuvens, ensolarado e com máximas que chegam a 40ºC). As depressões e frentes polares de trajetória 
oceânica (de oeste) são responsáveis pelo tempo fresco, úmido e chuvoso de inverno-primavera. A 
amplitude térmica anual é elevada e a diária também o é, porém esta é menor que aquela. No Velho Mundo, 
o clima mediterrâneo transforma-se gradualmente em climas semi-áridos, para leste e para o sul. Nice 
(FIG.8), na França, e um representante deste regime climático. Outro exemplo é o de Atenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLIMAS TEMPERADOS 
 
Neste amplo domínio, e com uma visão simplista, pode-se admitir a existência de três tipos de clima, 
em um contínuo de difícil, se não impossível delimitação: temperado oceânico, transição e continental. É o 
que ocorre na Eurásia, entre as latitudes de mais ou menos 40º a 65º de latitude. O clima temperado 
oceânico (FIG. 9) está sujeito às incursões de sistemas atmosféricos de oeste, depressões, frentes e 
massas polares oceânicas. Por essa influência oceânica, a amplitude térmica anual é pequena, os verões 
são brandos e os invernos são suaves, com médias mensais sempre positivas. O número dos dias de gelo é 
reduzido, pouca neve e de curta duração. A umidade relativa é elevada. Sobretudo no inverno, a 
nebulosidade e a frequência de nevoeiro são elevadas. As chuvas, além de abundantes, são bem 
distribuídas, mas com tendência a um máximo no inverno e redução no verão. Os nevoeiros e as chuvas 
persistentes e finas não apresentam frequência tão elevadas quanto se supõe. Valentia, na Irlanda é um bom 
exemplo do clima temperado oceânico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NICE - 43,65ºN e 7,20ºE
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC
)
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
(m
m
)
PORTO ALEGRE - 30ºS E 51ºw
0
5
10
15
20
25
30
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC
)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
(m
m
)
FIG.7: CLIMA SUBTROPICAL FIG.8: CLIMA MEDITERRÂNEO 
LONDRES - 51ºN e 0º
0
5
10
15
20
25
30
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
(mm)
FIG.9: CLIMA TEMPERADO OCEÂNICO 
BUCARESTE - 47ºN e 19ºE
-5
0
5
10
15
20
25
30
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
(mm)
FIG.10: CLIMA TEMPERADO DE TRANSIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na Europa e Ásia, diferentemente da América do Norte, o relevo possibilita uma degradação do 
oceânico para o continental rigoroso. Bucareste (FIG.10), Praga, são alguns exemplos de climas 
temperados de transição e Moscou, Kirov (FIG.11), Kiev (FIG.12), e estações mais a leste, são modelos de 
climas continentais. Estes caracterizam-se pelo aumento da amplitude térmica anual, com o aumento das 
médias de verão e redução significativa das médias de inverno que passa a ser rigoroso, com médias 
negativas. Os totais anuais de chuva são, ás vezes, inferiores aos do oceânico, porém, a diferença está no 
regime anual. Elas estão concentradas no verão. No inverno, a estabilidade do ar, a menor penetração dos 
sistemas perturbados de oeste, o domínio de anticiclones polares inibem a pluviosidade. Apesar de pequena 
espessura, a neve pode persistir por mais tempo. Mais para o centro-sul da Asia, esta modalidade degenera-
se chegando ao deserto temperado continental. 
 
CLIMAS POLARES 
 
Os climas polares, aqui inclui-se a transição subpolar, são dominados por sistemas anticiclônicos 
polares oceânicos e continentais e depressões. A grande variação da duração do dia, a pequena amplitude 
térmica diária completam a caracterização geral desta zona climática. O clima subpolar apresenta verões 
frescos e não isentos de gelo. Os invernos são muito longos porém relativamente suave, ramente a média do 
mês mais frio é inferior a – 5ºC. A média térmica anual e positiva. As chuvas são abundantes e bem 
distribuídas, com tendência para um máximo no outono-inverno. A umidade do ar é elevada. Os ventos frios, 
frequentes. Todas estas características tornam o clima subpolar desagradável para o homem. As ilhas do 
Atlântico Sul (FIG.13), Orcadas do Sul e Georgia do Sul, por exemplo, constituem modelos deste clima, outro 
exemplo, Jan Mayen (FIG.14), no Atlântico Norte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POLAR OCEÂNICO 
 
Os invernos são mais rudes que no tipo antecedente (subpolar), a média anual é negativa. O mês 
mais frio do ano tem médias inferiores a –10,0ºC. As chuvas, pouco volumosas em termos absolutos, são 
bem distribuídas. A umidade e elevada. 
 
POLAR CONTINENTAL 
 
Os invernos são muito rigorosos e longos (duram de 8 a 9 meses). O frio é obstáculo às atividades 
FIG.12: CLIMA TEMPERADO CONTINENTAL 
KIEV - 50,40ºN e 30,40ºE
-10
-5
0
5
10
15
20
25
30
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
(mm)
FIG.11: CLIMA TEMPERADO CONTINENTAL 
KIROV - 58,65ºN e 49,60ºE
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
(mm)
FIG.13: CLIMA SUBPOLAR 
GRYTVIKEN - 54,40ºS e 36,50ºW
-2
0
2
4
6
8
10
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
(mm)
JAN MAYEN - 70,93ºN e 8,60ºW
-6
-4
-2
0
2
4
6
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
(mm)
FIG.14: CLIMA SUBPOLAR 
humanas. As chuvas são escassas (como em todos os tipos continentais, elas estão concentradas no verão). 
O verão, curto e fraco, é mais quente que no oceânico mas também não está isento do gelo. Para Köppen, 
são climas polares todos aqueles em que a média do mês mais quente não ultrapassa 10ºC. Outra 
característica importante é a permanência do subsolo congelado, “permafrost”. A longa permanência da neve 
no solo, a fraqueza do verão, a baixa evapotranspiração e o permafrost fazem com que sejam frequentes 
solos saturados ou pantanosos. Kanin-nos na URSS e Coppermine (FIG.16) são exemplos de climas polares 
oceânicos e continental, respectivamente. Vostok (FIG.17), base científica russa no planalto antártico possui 
um clima polar continetal rigoroso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III - OS REGIMES CLIMÁTICOS ÁRIDOS E SEMI-ÁRIDOS 
 
Os climas áridos e semi-áridos, antes de tudo, distinguem-se pela notável escassez e irregularidade 
das chuvas e por déficits hídricos que podem perdurar em até 12 meses do ano. Há climas áridos e semi-
áridos zonais (os desertos quentes tropicais e subtropicais) e os azonais (os de abrigo, os continentais, o NE 
brasileiro). Além dos diferentes fatores climáticos que geram diferentes regimes pluviométricos, há que se 
ressaltara dificuldade que é a delimitação entre deserto, semi-deserto, clima mediterrâneo ou tropical. 
 
DESERTOS TROPICAIS QUENTES 
 
Estão associados aos anticiclones subtropicais com sua subsidência. Caracterizam-se pela forte 
insolação (3500 a 4000 horas anuais de insolação efetiva), umidade relativa baixa, temperaturas médias 
mensais elevadas, amplitudes térmicas diárias muito acentuadas, o que ocorre, com menor intensidade, com 
as anuais. A evaporação é, conseqüentemente, elevada. Os desertos verdadeiros têm 12 meses secos. As 
chuvas além de muito escassas são de extrema irregularidade. Quase sempre apresentam regime torrencial. 
Assuam e Luxor (FIG.18), no Egito, pode ser considerado um exemplo de deserto quente. 
 
DESERTOS COSTEIROS 
 
Localizados também nas latitudes subtropicais, nos litorais oeste da África, da América do Sul. São 
nitidamente influenciados por massas do ar que se formam sobre águas oceânicas frias próximas. Essas 
massas, úmidas porém estáveis, geram clima úmido, com frequentes nevoeiros porém com extrema 
escassez de chuvas, podendo ocorrer vários anos sem elas. São exemplos deste clima, o litoral peruano 
(FIG.19), os desertos ocidentais do Marrocos e Mauritânia e da Namíbia na África. 
 
DESERTOS DE ABRIGO 
 
Totalmente azonais, ocorrem nas bacias intramontanas, onde a circulação é descendente e 
portanto, inibidora da formação de chuvas (efeito Föhn). Estes desertos ocorrem nas Montanhas Rochosas, 
nos Andes (FIG.20), nos platôs tibetanos. Um bom exemplo é o famoso Vale da Morte nos SW dos EUA. 
 
DESERTOS FRIOS OU TEMPERADOS FRIOS 
 
São desertos continentais, isto é, resultantes de uma ausência de influência oceânica. O regime 
térmico e o pluviométrico são marcadamente continentais. Os invernos são muito frios (às vezes com médias 
mensais negativas), a água precipita-se na forma de neve. Os verões são muito quentes. As amplitudes 
COOPERMINE - 67,80ºN e 115,10ºW
-35
-30
-25
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
(mm)
FIG.16: CLIMA POLAR CONTINENTAL 
VOSTOK - 78,45ºS e 106,80ºE
-80,0
-70,0
-60,0
-50,0
-40,0
-30,0
-20,0
-10,0
0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
(ºC)
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
(mm)
FIG.17: CLIMA POLAR CONTINENTAL 
diárias são também elevadas. As chuvas escassas e irregulares podem ocorrer em todas estações. No 
verão, o balanço hídrico é negativo. O inverno é também desfavorável pelo seu rigor. A primavera é um 
período mais favorável ás atividades agrícolas. A amplitude anual chega a 40ºC. Esse clima, numa visão 
mais simples, pode ser considerado o agravamento da continentalidade dos climas temperados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMI-ÁRIDO 
 
Os climas semi-áridos, com duração e intensidade da estação seca diferentes, são formas de 
transição para outros climas. Entre o mediterrâneo típico e o Saara e entre este deserto e o clima tropical 
africano, por exemplo, há o seguinte gradiente climático: mediterrâneo semi-árido, semi-árido com tendência 
mediterrânea, deserto com tendência mediterrânea, desértico, desértico de tendência tropical, semi-árido 
tropical e o tropical. Port-Said, Tombuctu são exemplos do climas semi-áridos. O semi-árido brasileiro é 
também uma degradação do clima tropical (FIG.21). Na verdade tratam-se de três regimes pluviométricos 
diferentes, o do Nordeste setentrional com o máximo no outono; o do Nordeste Oriental com máximo no 
inverno; e o Nordeste Meridional com o máximo no verão. Assim, não se trata de uma transição para climas 
mais áridos zonais mas de uma semi-aridez azonal. A altitude ameniza os ganhos térmicos em alguns climas 
semi-áridos (FIG.22). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIG.18: DESÉRTICO TROPICAL QUENTE 
LIMA - 12,10ºS e 77,90ºW
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
(mm)
FIG.19: DESÉRTICO COSTEIRO 
LUXOR - 25,67ºN e 32,70ºE
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
(mm)
ANTOFAGASTA - 23,43ºS e 70,40ºW
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
(mm)
FIG.20: DESÉRTICO DE ABRIGO 
CABROBÓ - 08,25ºS e 39,20ºW
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
(mm)
FIG.21: TROPICAL SEMI-ÁRIDO 
CARACAS - 10,50ºN e 66,90ºW / 1043m
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
(ºC)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
(mm)
FIG.22: TROPICAL SEMI-ÁRIDO – Influência da Altitude

Outros materiais