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NEXO DE CAUSALIDADE

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NEXO DE CAUSALIDADE 29/07/13 
Nexo causal é o elo que se estabelece entre a conduta e o resultado 
naturalístico. Considera-se causa determinante todo ato que leva à produção do 
resultado naturalístico. 
Teoria da equivalência dos antecedentes (art. 13) ou teoria da conditio 
sine qua non – nessa teoria toda ação ou omissão que antecede o resultado deve ser 
considerada causa determinante. A lei estabelece valor aos atos que antecedem. 
Contudo, nem todos os atos possuem relevância penal, podendo ser excluído do 
desdobramento causal por meio do processo hipotético de eliminação. Se determinado 
comportamento não gera consequências em relação à obtenção do resultado, poderá ser 
excluído, pois não possui relevância penal. Não se admite o regressus ad infinitem, 
levando-se em conta a teoria da equivalência dos antecedentes, pois esta deve-se situar 
exclusivamente em plano físico, resultando da aplicação da lei natural da causa e efeito. 
(para efeitos de responsabilidade penal, aplica-se a imputação subjetiva, onde o agente 
deve agir com dolo ou culpa. 
 Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a 
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria 
ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Causas concausas – é toda condição que atua paralelamente à conduta 
interferindo no processo causal. Podem também ser chamadas de: 
• Causas dependentes – são aquelas que têm origem na conduta e 
levam à produção do resultado. Ex: após dar o tiro, ocorre a falência 
dos órgãos, que leva ao óbito – resultado. 
• Causas independentes – são aquelas que estão fora do desdobramento 
causal da conduta produzindo por si só o resultado naturalístico. 
As causas independentes dividem-se em: 
�� Absolutamente independentes – são aquelas que têm origem totalmente 
independentes da conduta. O advérbio de modo “absolutamente” serve para designar 
que a causa não partiu da conduta, mas de fonte totalmente diversa. Além disso, por 
serem independentes, tais causas atuam como se tivessem por si só produzido o 
resultado, situando-se fora da linha de desdobramento causal da conduta. Ex: após 
envenenar a vítima, esta vem a morrer por qualquer outra razão. 
 
30/07/13 
�� Relativamente independentes – como são causas relativamente independentes, 
produzem por si só o resultado, não se situando dentro di desdobramento causal da 
conduta. Contudo, por serem relativas encontram sua origem na própria conduta 
praticada pelo agente. 
As causas absolutamente independentes se dividem em: 
1. Preexistente - quando a causa efetiva é anterior à concorrente; Exemplo: 
"X" atirou contra "Y", às 20:00h, mas às 19:00h "Y" já estava envenenado, 
chegando a óbito em razão deste envenenamento. Por qual crime "X" 
responderá? Por ser uma causa absolutamente independente preexistente, 
responderá por tentativa de homicídio 
2. Concomitante: quando a causa efetiva ocorre ao mesmo tempo que a 
concorrente; Exemplo: Às 20:00h, "X" está envenenando "Y". Na mesma 
hora entra uma quadrilha no local do crime e mata "Y". Por qual crime 
"X" responderá? Por ser uma causa absolutamente 
concomitante, "X" responderá por homicídio na forma tentada e os 
sujeitos que integram a quadrilha pelo crime de homicídio consumado. 
3. Superveniente: quando a causa efetiva é posterior à concorrente. Exemplo: 
Às 19:00h "X" deu veneno para "Y'. Às 08:00h, caiu um lustre na cabeça 
de 'Y", o qual morreu em razão de traumatismo craniano. Neste caso, por 
ser causa absolutamente superveniente, "X", que ministrou o veneno, vai 
responder por tentativa de homicídio. 
 
As causas relativamente independentes se dividem em: 
1. Preexistente: quando a causa efetiva é anterior à concorrente. Exemplo: 
"X" desfere golpes de faca contra um hemofílico. Como ele já era portador 
dessa doença, a causa é relativamente independente preexistente. "X" 
responderá pelo crime de homicídio consumado. Ressalte-se que, nesse 
caso, é imprescindível que ele o agente saiba que a vítima era hemofílica. 
2. Concomitante: quando a causa efetiva ocorre ao mesmo tempo que a 
concorrente.Exemplo: "x" desfere um tiro contra "Y", este, vendo que a 
bala vem em sua direção sofre uma ataque cardíaco. Por qual crime 
responde "X"? Por ser uma causa relativamente independente 
concomitante, responderá por crime de homicídio consumado. 
3. Superveniente: quando a causa efetiva é posterior à concorrente. Aqui, 
trabalha-se com o art. 13,§1º, do Código Penal. 1) "por si só" produz o 
resultado: a causa efetiva sai da linha de desdobramento da causa do risco 
concorrente (diante de uma causa efetiva imprevisível). Exemplo: "X" 
sofre um tiro, daí necessitou ir ao hospital. Lá o teto cai e em razão desse 
evento a vítima morre. Quem deu o tiro, responderá por tentativa. 2) "não 
por si só" produz o resultado: a causa efetiva está na linha de 
desdobramento causal normal do risco concorrente (diante de uma causa 
efetiva previsível). Exemplo: "X" sofre um tiro, que submeteu-se a uma 
cirurgia, oportunidade em que ocorreu um erro médico e em razão desse 
evento a vítima morre. Erro médico é "não por si só". Quem deu o tiro 
responde pelo crime consumado. 
Nas causas relativamente independentes não mais se aplica a causalidade 
simples, mas sim a causalidade adequada. Somente haverá imputação do resultado ao 
agente se, no conjunto das causas fosse sua conduta, consoante as regras de experiência 
comum, a mais adequada para a provocação do resultado concorrente. 
Nas hipóteses ligadas as causas relativamente independentes, em princípio, 
não há ruptura do nexo causal, portanto o agente responderá pela ocorrência do 
resultado. Contudo na hipótese das causas supervenientes, apesar da origem comum, há 
ruptura do nexo de causalidade, neste caso o agente não responde pelo resultado. 
Nos casos de complicações cirúrgicas ou infecção hospitalar, determina a 
jurisprudência que o agente deverá responder pelo resultado. 
 
TIPICIDADE 
O direito penal brasileiro tem como base o princípio da legalidade, conforme 
a Constituição Federal. 
Tipicidade é o estudo de tipo penal, que é o modelo descritivo das condutas 
humanas criminosas criadas pela lei penal, com a finalidade de garantia da liberdade e 
paz social. O modelo penal é meramente descritivo, uma vez que descreve as condutas 
contrárias à liberdade social. 
 
Elementos do tipo penal 
1. Núcleo – é o verbo incriminador – infinitivo, impessoal. 
2. Descrição ou referencias ao sujeito atípico – funcionário público, mãe. 
3. Referencias ao sujeito passivo – recém nascido 
4. Referencias à lugar , tempo, modo de execução, meios empregados e em 
alguns casos o fim especial visado pelo agente. Ex: repouso noturno, 
tocaia, fim libidinoso. 
05/08/13 
• Tipo Penal Incriminador – normas descritivas 
• Tipo penal permissivo ou justificante – causas de exclusão de ilicitude 
• Tipo penal explicativo – trata-se do enquadramento, amoldamento ou 
integral correspondência de uma conduta praticada no mundo real ao 
modelo descritivo constante da lei 
Adequação típica – é o enquadramento da conduta à um tipo penal. A 
doutrina considera sinônimo. 
Há duas espécies de adequação: 
• Subordinação imediata – justaposição automática. Conduta = tipo 
penal. 
• Subordinação mediata – não ocorre automaticamente a justaposição 
da conduta com o tipo penal, ou seja, não ocorre a perfeita 
correspondência sendo necessária a utilização de outra norma que 
visa promover a extensão do tipo penal até alcançar a conduta. 
 
Tipo fundamental e tipo derivado. 
Tipo fundamental ou básico: é a imagem mais simples oferecida pelo tipo 
penal, presente no caput do artigo, contudo elementos essenciais para a existência do 
crime, sem os quais não há crime. Ex: matar alguém art.121CP, por isso conhecido 
como homicídio simples. 
Tipo derivado: são aqueles que se formam a partir do tipo básico mediante o 
destaque de circunstancias que agravam ou atenuam o crime. Em regra, situam-se nos 
parágrafos do tipo penal. Ex: art 121, § 2º CP qualificador, ou § 1º CP previlegiador. 
 
 
Espécie de Tipo Penal 
Tipo Penal normal: é aquele que possui apenas elementos objetivos. 
(descritivos). 
Tipo Penal anormal: neste tipo penal, além do elemento objetivo contém 
também elementos subjetivos e normativos. (Ex: rapto – revogado). 
 
Elemento objetivo: refere-se ao aspecto material do fato. Existem 
concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma. Ex: o verbo 
incriminador, o lugar, o tempo, etc... 
 
Elemento normativo: neste elemento, o significado não se extrai da mera 
observação, sendo necessária a realização de um juízo de valoração jurídico, social, 
cultural, histórico, político e religioso, bem como de qualquer outro campo do 
conhecimento humano. 
 
Elemento subjetivo: este elemento pertence ao campo psicoespiritual e ao 
mundo da representação do autor. Trata-se de uma intenção existente na realização do 
crime, ou seja, uma finalidade específica na prática do crime. 
 
CRIME DOLOSO 12/08/13 
Elemento subjetivo – pessoa = vontade 
Elemento objetivo - fatores ± vontade 
 
Tipo - dolo 
 - culpa 
 
Em direito penal, analisar o caput, em tese toda conduta é dolosa, raramente 
há a possibilidade de culpa. Só há tipo culposo com previsão legal, no código. 
 
O crime doloso pode ser classificado como elemento subjetivo do tipo (ou 
psicológico do tipo). Quando falamos de dolo, é a intenção na prática da conduta, a 
conduta é um dos elementos do fato típico, portanto dolo é elemento do fato típico. 
(pela teoria causalística, o dolo é parte da culpabilidade) 
 
Conceito de dolo – é a vontade e a consciência de realizar os elementos 
constantes do tipo legal, ou seja, é a vontade manifestada pela pessoa de realizar a 
conduta. 
 
Teorias do dolo 
• Teoria da vontade: dolo é a vontade de praticar a conduta e obter o resultado. 
• Teoria da representação: dolo é a vontade de praticar a conduta prevendo a 
possibilidade do resultado ocorrer, sem contudo, desejar. Para esta teoria, 
para haver crime doloso basta ter previsão da possibilidade da ocorrência do 
resultado para o comportamento ser considerado doloso. 
 
Teoria do assentimento: para esta teoria, dolo é a previsão do resultado, com 
a aceitação dos riscos reproduzidos, para esta teoria não basta representar, é preciso 
aceitar como indiferente a produção do resultado. 
 
*O código brasileiro adota as teorias do art.18, I. CP. 
 Art. 18 - Diz-se o crime: 
 Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco 
de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Observações: 
Teoria da vontade: dolo indireto. (atiro porque quero matar) 
Teoria do assentimento: dolo indireto, dolo alternativo ou dolo eventual. 
(Pratica a conduta assumindo o risco do resultado) 
 
Espécies de dolo 
• Dolo antecedente (Luiz Flávio Gomes): (é a intenção que antecede a prática 
do crime doloso. A mera intenção que leva à prática do crime doloso). 
Ocorre quando um ato doloso que antecede o crime, já possui relevância 
penal. No Brasil existe apenas uma hipótese dessa espécie de dolo que é a 
embriaguez pré-ordenada (embriagar-se para acontecer o crime). 
• Dolo direto: vontade de praticar a conduta e produzir o resultado, contudo, 
aceita a possibilidade de produzi-lo – dolo eventual – quando a gente age de 
forma indiferente com relação ao resultado, ou não se importa em produzir 
este ou aquele resultado – dolo alternativo. 
• Dolo de dano: vontade de produzir lesão ao bem jurídico tutelado. 
• Dolo de perigo: vontade de expor o bem jurídico a perigo de lesão. 
• Dolo genérico: vontade de praticar a conduta sem finalidade específica. 
• Dolo específico: vontade de praticar a conduta visando um fim especial. 
(nessa espécie, no tipo penal, deve estar presente o elemento subjetivo). 
 
Elemento subjetivo do injusto 13/08/13 
Elemento subjetivo do injusto é a visão da escola alemã que é sinônimo de 
dolo específico, provindo da escola italiana. 
Dolo direto de 1º grau: que ocorre com relação à finalidade principal. 
Dolo direto de 2º grau: é aquele que ocorre em relação aos efeitos 
secundários e necessários para a ocorrência do crime, (efeitos colaterais). 
O dolo direito de 1º grau é o dolo direto, e o dolo direto de 2º grau é o dolo 
indireto. 
 
DOLO DIRETO – ATENTADO À BOMBA 
DOLO INDIRETO – MATAR MAIS QUE O ALVO 
 
Dolo geral: ou erro sucessivo, ou arrebatio causae. Erro = falsa percepção 
da realidade. Há uma equívoca percepção da concepção do crime. A consumação não 
aconteceu no momento da conduta, mas em momento posterior. Ex: considerar a vítima 
morta, mas não estando, no momento da ocultação do cadáver. 
 
CRIME CULPOSO 
Culpa é a omissão de atenção, cautela ou negligencia normalmente 
empregadas para prever ou evitar o resultado antijurídico. (ilicitude) – Nelson Hungria. 
Culpa ocorre quando há um ato voluntário que determina um resultado 
involuntário. Culpa é o elemento normativo da conduta. Trata-se de elemento normativo 
porque sua existência depende da comparação que se faz entre um comportamento do 
agente no caso concreto e aquele que seria o comportamento praticado pelo homem 
médio. 
 19/08/13 
O fato típico no crime culposo tem mais três elementos: 
Tipicidade: o crime culposo é uma exceção na figura incriminadora, ou seja, 
a regra básica é que o comportamento criminoso seja doloso e somente ocorrerá a 
hipótese do crime culposo se no tipo penal estiver expressamente previsto. Se no tipo 
penal não estiver expressa a previsão na há figura culposa. Ex: art 155, CP. 
 Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
* O que é excepcionalidade di crime culposo? 
É uma exceção a regra que é somente crimes dolosos. 
Previsibilidade objetiva: é a possibilidade de qualquer pessoa dotada de 
prudência mediana, em prever o resultado. Refere-se ao comportamento do homem 
médio. 
• Ausência de previsão: não prever o que qualquer um teria previsto. 
• Quebra do dever objetivo de cuidado: é imposto e esperado que as pessoas 
na prática de suas atividades normais a realizem de forma cuidadosa ou 
zelosa, se isto não ocorrer gera a ocorrência do crime culposo. 
Hipóteses de Quebra do dever objetivo de cuidado 
• Imprudência: ação descuidada – comportamento positivo. Ex: dirigir em alta 
velocidade. 
• Negligência: comportamento negativo – não fazer o que deveria fazer. Ex: 
ausência de manutenção nos freios. 
• Imperícia: culpa técnica – o agente demonstra-se inabilitado de fato, para o 
exercício de determinada arte ou profissão, embora possua habilitação legal 
para a realização desta arte ou profissão. 
 
Graus de Culpa 
Grave – falta de atenção elementar. 
Leve – falta de atenção exigida ao homem médio. 
Levíssima – é aquela decorrente da falta de atenção extraordinária, (acima do 
esperado do homem médio) sem punição. 
Os graus servem para efeito imposição de pena. Cada grau é punido de uma 
forma, mais leve ou mais pesada. 
Compensação do crime culposo: para efeitos penais, condutas culposas não 
se compensam. DP não admite compensação. 
 
 
Espécies de crime culposo 
• Culpa inconsciente: culpa sem previsão, significa que o agente não prevê 
aquilo que era previsível. É a mais comum, é a figura do crime culposo. 
• Culpa consciente: nesta figura culposa, o agente prevê o resultado, embora 
não o aceite (culpa com previsão). Nesta modalidade criminosa o agente se 
vale da sua destreza ou habilidade. Ex: atirador de facas.CULPA CONSCIENTE NÃO ACEITA O RESULTADO 
DOLO EVENTUAL ACEITA O RESULTADO DE FORMA INDIFERENTE 
 
Culpa imprópria, ou por extensão, ou por equiparação ou por assimilação: é 
aquela em que o agente, por erro de tipo inescusável, supõe estar diante de uma causa de 
justificação que lhe permite praticar um fato típico licitante. Ex: ferir o filho que chega 
de madrugada pensando ser um ladrão. 
 
CRIME PRETERDOLOSO OU PRETERINTENCIONAL 
 20/08/13 
 
Crime doloso + crime culposo = crime preterdoloso. 
 
Quando se estuda esta figura, obrigatoriamente tem-se que estudar os crimes 
qualificados pelo resultado. 
 
CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO 
 
CONDUTA 
RESULTADO 
AGRAVADOR 
culpa culpa 
dolo dolo 
culpa dolo 
dolo culpa 
 
Os crimes qualificados pelo resultado são aqueles em que o legislador, após 
descrever a conduta típica, acrescenta-lhe um resultado, com a finalidade de agravar a 
pena, (aumento abstrato da pena). 
Crime preterdoloso: (dolo+culpa) – é aquele em que o agente realiza conduta 
dolosa, mas acaba produzindo um resultado mais grave do que o pretendido, em razão 
de intensificação culposa. Portanto, podemos dizer que neste crime há dolo no 
antecedente e culpa no conseqüente. 
 
ERRO DE TIPO 26/08/13 
No DP é muito comum situações ligadas a erro. Ignorar a regra não é 
admitido em direito, admite-se errar. 
De acordo com o art. 20, CP, é o desconhecimento ou a falsa idéia de uma 
situação de fato, um dado da realidade ou uma relação jurídica, descrita no tipo legal 
como seus elementos, suas circunstancias ou como dados irrelevantes. Portanto a 
denominação correta seria erro sobre situações descritas no tipo. 
O erro de tipo possui duas formas: 
• Erro de tipo essencial: aquele que incide sobre elementares e circunstancias 
do tipo. 
• Erro de tipo acidental: é aquele que incide sobre dados secundários e 
irrelevantes da figura típica. 
 O erro de tipo essencial ocorre quando o agente não tem qualquer condição 
de perceber e compreender a natureza criminosa do fato. Significa que o agente não 
sabe que está praticando o crime, quando este erro incorrer da elementar, ou perceber a 
existência de uma circunstancia. Esse erro incide sobre tal situação importante para o 
tipo, se o erro não existisse o agente não teria cometido o crime, ou pelo menos, não 
naquelas circunstâncias. 
 
Tipo penal: Elementos – essência do fato criminoso, onde está descrito. 
 Circunstâncias – acessórios. 
 
Características do erro de tipo essencial 
Nessa espécie de erro de tipo impede o agente de conhecer o caráter 
criminoso do fato, ou de conhecer a circunstancias. 
Há duas formas de erro de tipo essencial: 
• Erro de tipo essencial invencível, inevitável, desculpável ou 
escusável: nessa forma de erro o agente não poderia ter irritado a sua 
ocorrência, nem mesmo com o emprego de uma diligencia mediana 
(cautela acima dos homens médios). 
• Erro de tipo essencial vencível, evitável, indesculpável ou 
inescusável: esta forma de erro poderia ser evitada se o agente 
houvesse empregado mediana prudência. 
 
Consequência jurídica: o erro de tipo essencial que recai sobre a elementar 
sempre excluirá o dolo, independentemente da forma de erro, pois o agente não sabia 
que estava cometendo o crime, por desconhecer a existência da elementar, jamais 
poderia praticá-lo (equivoco). 
Se o erro for invencível, além de excluir o dolo, deverá excluir também a 
culpa, pois para que o erro ocorresse seria necessária a realização de cautela 
extraordinária, ou seja, além do esperado para o homem médio. 
Já o erro de tipo essencial vencível exclui o dolo, contudo poderia ter sido 
evitado, pois o agente deveria ter empregado mediana cautela, como não o fez, deverá 
responder a título de culpa. 
 
ERRO DE TIPO PERMISSÍVEL OU SOBRE AS DESCRIMINANTES 
PUTATIVAS 27/08/13 
As descriminantes são as excludentes de ilicitude, também conhecidas com 
justificativas. 
Ocorre nas hipóteses em que o agente imagina estar presente uma das 
hipóteses de exclusão de ilicitude, contudo não está. Ex: pessoa que imagina estar 
agindo em legítima defesa quando na realidade é o agressor. 
 
Conseqüência jurídica: é a mesma da existência do erro de tipo essencial 
sobre elementares. 
Sempre se afasta o dolo; se dor evitável afasta o dolo e subsiste a culpa; se 
for inevitável afasta o dolo e a culpa. 
 
Hipótese de erro de tipo evitável: andando pela rua, uma pessoa coloca a 
mão no bolso e se dirige em sua direção, você pensa que ela está armada e a ataca. 
Hipóteses de erro de tipo acidental: nessa hipótese de erro recai sobre dados 
irrelevantes da figura típica, ou seja, em regra não influi na existência do crime. 
Se o objeto da ação típica imaginada equivale ao real, o erro será irrelevante, 
por tratar-se de um puro erro nos motivos. Esta espécie de erro poderá ocorrer nas 
seguintes hipóteses: 
• Erro sobre o nexo de causalidade (arrebatio causae ou dolo geral). 
• Erro sobre o objeto material do crime (erro in persona e erro in 
objeto) 
• Erro sobre o modo de exceção do crime (arrebatio ictus) 
Em todas as hipóteses de erro não geram conseqüências penais. Apesar do 
erro existir, o agente responde como se não tivesse existido. 
 
Erro sobre o objeto: é o erro que recai sobre a coisa do crime. Este erro é 
absolutamente irrelevante na medida em que não traz qualquer conseqüência jurídica. 
Ex: subtrair sacas de café pensando serem sacas de feijão. 
Erro sobre pessoa: nessa hipótese de erro há uma confusão mental do agente 
criminoso que confunde a vitima que pretende atingir com uma terceira pessoa. Este 
erro é irrelevante pois as causas agravantes ou atenuantes ligadas a pessoa que se 
pretendia atingir se transportam para a efetiva vitima. Ex. arrebatio ictus. 
 
CRIME CONSUMADO 02/09/13 
É o tipo de crime que preencheu todos os elementos do tipo penal. 
Os tipos penais incriminadores estão descritos na modalidade de crime 
consumado. 
Crime exaurido: é aquele que após a consumação permanecerá produzindo 
efeitos. 
Dependendo do tipo de crime, a consumação irá ocorrer quando do resultado 
naturalístico (crime natural, crime culposo) ou de mera atividade (crimes formais, mera 
conduta). 
No Iter criminis existe uma nebulosa entre a preparação e a execução, trata-
se de um momento de difícil determinação, pois para se determinar esta mudança deve-
se analisar a prática do 1º ato idôneo e inequívoco para a consumação do delito (1º ato 
de ataque ao bem jurídico). 
 
EXECUÇÃO -> iter criminis -> CONSUMAÇÃO 
Em algumas hipóteses poderá ocorrer a não consumação do crime ou pela 
vontade do agente ou circunstâncias alheias a sua vontade. 
 
Não consumação – vontade do agente 
 - circunstancias alheias a vontade do agente 
TENTATIVA 
A tentativa é a não consumação do crime por circunstancias alheias a 
vontade do agente - art.14,II, CP – tem como elementos portanto, o inicio da execução, 
a não consumação por circunstancias alheias a vontade do agente. 
 
Formas de tentativa 
• Tentativa perfeita ou acabada (crime falho): na tentativa perfeita o agente 
pratica todos os atos de execução, contudo o crime não se consuma por 
circunstancias alheias a sua vontade. Ex: dar veneno ao desafeto, e após este 
ter sido envenenado é socorrido e salvo. 
• Tentativa imperfeita ou inacabada: ocorre quando há uma interrupção no 
processo executório, ou seja, o agente não chega a praticar todos os atos de 
execução do crime, o agente efetua apenas um disparo e é impedido por 
terceiros de continuar a agressão. 
A aplicação da pena na tentativa está amparada por duas teorias: 
• Teoria subjetiva: para esta teoria a tentativa deve ser punida da mesma forma 
que o crime consumado, pois o que vale é a intenção.• Teoria objetiva: para essa teoria a tentativa deve ser punida de forma mais 
branda do que o crime consumado, pois causou um mal infinitamente menor. 
TEORIA ADOTADA PELO CP. 
A pena do crime tentado será a pena do crime consumado, menos a redução 
de 1/3 a 2/3 da pena. 
Para se determinar o quanto será reduzido, deve se determinar a consumação 
do crime, quanto mais próximo da consumação menor a redução e maior a pena. Quanto 
mais distante menor a pena e maior a redução. Para efeitos de redução a tentativa branca 
será aquela que obterá a maior redução. 
• Tentativa branca: é aquela em que não há lesão ao bem jurídico tutelado. Ex: 
dar 5 tiros e não acertar nenhum. 
Quanto mais próxima da consumação, maior a pena, independente se ela é 
perfeita ou imperfeita. 
 
Crimes que não admitem tentativa 
1. Crime culposo: na culpa imprópria é possível. 
2. Crime preterdoloso. 
3. Crime que a lei só pune quando ocorre a consumação. 
4. Contravenções penais. 
5. Crimes omissos próprios 
6. Crimes em que a tentativa é punida da mesma forma que o crime 
consumado – art. 353 CP. 
 
ARREPENDIMENTO EFICAZ E DESISTENCIA VOLUNTÁRIA 
São espécies de tentativa abandonada ou qualificada. Nestas hipóteses na há 
consumação do crime pela própria vontade do agente, ao contrário da tentativa em que 
não há consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente. Na desistência 
voluntária ocorre quando o agente por sua própria iniciativa interrompe o ato de 
execução que havia iniciado, impedindo, com isso, a consumação do crime. O agente 
poderia prosseguir, mas resolve não levar adiante a empreitada criminosa. A desistência 
ocorre durante a execução. 
Arrependimento eficaz ocorre quando o agente, tendo já esgotado todos os 
meios de que podia lançar mão para alcançar o resultado pretendido, impede, contudo, 
que ele se concretize. Nesta hipótese o agente já esgotou a execução, porém não obteve 
a consumação. 
Conforme estabelece o art. 15, CP, o agente somente será responsabilizado 
pelos atos já praticados. Trata-se de uma forma de exclusão de tipicidade (ocorre a 
mudança do tipo penal). No caso de arrependimento eficaz, somente terá validade se 
não ocorrer a consumação, caso contrário o agente responderá pelo crime beneficiando-
se de uma atenuante. 
Tanto o arrependimento quanto a desistência não precisam ser espontâneos, 
basta serem voluntários (não precisa querer, basta fazer). 
 Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução 
ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave 
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o 
recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do 
agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
Trata-se de causa de diminuição de pena que ocorre nos crimes cometidos 
sem violência ou grave ameaça (dolosos), em que o agente, voluntariamente repara o 
dano ou restitui a coisa, até o recebimento da denuncia ou queixa. 
São quatro requisitos para que ocorra o arrependimento posterior: 
1. Que o crime seja praticado sem violência ou grave ameaça (dolosos). No 
caso de crimes culposos em que há violência é plenamente possível a 
aplicação deste instituto, pois a violência não é o meio de execução do crime 
(lesão corporal). 
2. Ressarcimento do dano ou restituição da coisa: ambos devem ser integrais, 
ou seja, devem abranger todo o prejuízo sofrido pela vitima, se for 
meramente parcial, não caracteriza arrependimento posterior,mas uma causa 
atenuante. 
3. Deve haver voluntariedade na conduta do agente, significa que a restituição 
ou reparação do dano deve ocorrer de forma voluntária, ou seja, isento de 
coação, independendo da espontaneidade. 
4. A reparação do dano ou a restituição da coisa de ocorrer até o recebimento 
da denuncia ou queixa. Trata-se de um requisito temporal, ou seja, até o 
momento que o juiz receberá a denuncia ou queixa (petição inicial da ação 
penal), se o fato ocorrer após caracterizar uma forma de atenuante do crime e 
não arrependimento posterior. 
 
Somente caberá arrependimento posterior quando a ocorrência, apresentar os 
4 requisitos. 
No arrependimento posterior deverá ocorrer uma redução de pena que irá 
variar de 1/3 a 2/3. O critério para se determinar o quanto será reduzido é a maior ou 
menor sinceridade ou espontaneidade do ato do agente e a maior celeridade na 
reparação ou restituição da coisa. 
 
CRIME IMPOSSIVEL 
- tentativa inidônea, inadequada ou quase crime – 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por 
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
Ocorre crime impossível quando apesar de haver, decisivamente uma 
conduta, visando a prática de um crime, este jamais irá se consumar, por ineficácia 
absoluta do meio empregado ou pela impropriedade absoluta do objeto material. 
Ineficácia absoluta do meio dá-se quando este, por sua própria essência ou 
natureza é incapaz, por mais que se reitere o seu emprego, de produzir o evento a que 
está subordinada a consumação do crime (dar açúcar no lugar de veneno tentando matar 
alguém). 
Improbidade absoluta ocorre em dois casos: 
• Quando o bem jurídico visado pelo agente não existe 
• Quando o bem jurídico, nas circunstâncias em que se encontra, torna 
inviável a consumação do crime (aborto em mulher não grávida). 
 
TEORIA DA RESPONSABILIDADE PELO CRIME IMPOSSIVEL 
• Teoria sintomática – se o agente demonstra periculosidade deverá ser 
punido. 
• Teoria subjetiva – deverá o agente ser punido, pois revelou vontade de 
delinqüir. 
• Teoria objetiva – o agente não deverá ser punido, pois objetivamente não 
ocorreu qualquer perigo. Esta teoria divide-se em: 
1. Objetiva pura: jamais será punido o agente que praticar fato em que a 
ineficácia ou a improbidade sejam absolutas ou relativas (caracteriza crime 
impossível). 
2. Objetiva temperada: somente ocorrerá crime impossível quando a ineficácia 
do meio, quando normalmente opto para o resultado, falha no caso concreto, 
como vulgarmente acontece com armas que negam fogo. 
 
Periculosidade é o potencial ofensivo que o agente possui para a prática de 
conduta danosa. 
Há improbidade relativa do objeto quando o bem jurídico existe, mas por 
circunstâncias fortuitas, não é lesado, (punguista que coloca a mão no bolso esquerdo da 
vítima, sendo que o dinheiro está no bolso direito), nestas hipóteses o agente responderá 
por tentativas. 
O CP BRASILEIRO ADOTOU A TEORIA OBJETIVA. 
 
ILICITUDE 10/09/13 
É a contradição entre a conduta e o ordenamento jurídico, consistindo na 
prática de uma ação ou omissão ilegal. A ilicitude defere de injusto. Ilícito é a 
contrariedade entre o fato e a lei, isto é a realização de um comportamento proibido por 
lei. Ex: matar alguém. 
Injusto é a contrariedade do comportamento em relação ao sentimento social 
de justiça, ou seja, aquilo que o homem médio tem por certo ou por justo. 
Ex: Caracteriza ilícito o ato de praticar o jogo do bicho (contravenção penal). 
Para efeitos de sentimentos de justiça a sociedade é extremamente tolerante 
com relação a esta prática (caracteriza-se comportamento justo, o que não afasta a 
ilicitude do fato). 
 
Injusto 
Exemplo: prostituição caracteriza comportamento que causa repulsa social, 
contudo não é comportamento ilícito, neste caso não há que se falar em 
responsabilidade penal. 
O sentimento social de justiça jamais poderá revogar uma lei, pois trata-se de 
mero costume, e costume não revoga lei, o que revoga lei é outra lei. 
Com relação ao ilícito esse não possui graus, diferente do injusto que poderá 
possuir graus dependendo da intensidade da repulsa da conduta do agente. 
Exemplo:Caso de estupro é um ilícito. 
 
Espécies de Ilicitude 
• Formal: mera contrariedade de fato ao ordenamento legal (ilícito) – 
adora no Brasil 
• Material: contrariedade do fato em relação ao sentimento comum de 
justiça (injusto) 
Todo fato típico em princípio é ilícito salvo se não houver uma causa que lhe 
retire a ilicitude. 
A tipicidade é um indicio da ilicitude. 
 
Causas excludentes de ilicitude 16/09/13 
A causas excludentes de ilicitude podem ser legais, que está prevista em lei, 
ou supra legais, quando são aplicadas analogicamente diante da falta de previsão legal. 
A excludente de ilicitude são as normas penais permissivas, significa que 
trona lítico o comportamento ilícito. Excepcionalmente estas normas admitem a 
analogia (in bonan partem) 
As excludentes de ilicitude estão previstas no art 23 (excludentes genéricas) 
ocorre que dentro dessas 4 excludentes apenas duas possuem regulamentação as outras 
hipóteses elas são aplicadas por meio de uma construção doutrinária. 
No estado de necessidade e na legitima defesa o legislador estabelece 
requisitos de aplicabilidade – art 24 e 25, CP. 
Com relação ao estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do 
direito somente a doutrina estabelece requisitos. 
Todas as excludentes de ilicitude admitem excesso que nada mais é que um 
crime. 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato I - em estado de necessidade; 
 II - em legítima defesa; 
 III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
 Excesso punível 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo 
excesso doloso ou culposo. 
Estado de Necessidade 
Ensina Brasilheu Garcia: “Assinala-se esta causa de exclusão de 
criminalidade pela presença de dois interesses lícitos em colisão”. Existem dois direito – 
ambos com iguais razões para subsistir. Encontram-se, porém, em choque, um não pode 
continuar a existir se o outro sobreviver para que um permaneça é necessário que o 
outro sucumba. 
Exemplo: Dois náufragos com apenas um colete salva vidas. 
Conceito: 
Causa de exclusão de ilicitude da conduta de que não tendo o dever legal de 
enfrentar o perigo, sacrifica um bem jurídico para salvar outro, próprio ou alheio, 
ameaçado por situação de perigo atual ou iminente não provocado dolosamente pelo 
agente, cuja perda não era razoável exigir. 
 
Teorias referentes à natureza jurídica do Estado de Necessidade. 
1. Teoria Unitária: para esta teoria estado de necessidade é sempre 
uma causa de exclusão de ilicitude – ADOTADA PELO CP. 
2. Teoria Diferenciadora: se o bem jurídico sacrificado for de igual 
valor ao saldo, o estado de necessidade somente exclui a culpabilidade. 
 
Requisitos do Estado de Necessidade 
1. Situação de perigo: Situação de perigo atual é aquele que está 
ocorrendo, perigo iminente é o que está para acontecer. A lei apenas estabelece 
perigo atual, o perigo iminente é admitido por uma construção jurisprudencial. 
2. O perigo deve ameaçar direito próprio ou alheio: Proteção de bem 
jurídico próprio ou de terceiros, não havendo necessidade de relação jurídica 
entre as partes e não necessita de autorização. O bem jurídico deve possuir 
proteção pelo ordenamento legal, pois se não possuir não há confronto de bens, 
portanto, não há o estado de necessidade. 
17/09/13 
3. O perigo não pode ter sido causado dolosamente pelo agente. Para 
a pessoa (agente) alegar estado de necessidade não poderá com seu 
comportamento ter criado situação de perigo. Segundo Damásio, se a situação de 
perigo for criada culposamente admite-se a alegação de “Estado de 
Necessidade”, se for criada dolosamente, neste caso não é permitido. 
4. Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo. Se a lei 
determina ao agente o dever de enfrentar situação de perigo, deverá este tentar 
salvar o bem ameaçado, sem destruí-lo ou destruir qualquer outro, ou mesmo 
que para isso tenha que correr riscos inerentes a sua função. Ex: salva vidas. 
Trata-se de requisito relativo, não absoluto, ou seja, admite execução, 
pode aquele que tem o dever jurídico de enfrentar o perigo alegar estado de 
necessidade, quando a situação de perigo demonstrar que o sacrifício será 
inevitável. 
 
Conduta Lesiva 
1. Inevitabilidade de comportamento: significa que somente 
poderá ocorrer o sacrifício do bem jurídico quando não houver outra forma ou 
meio de salvar o bem jurídico. 
Não se admite o chamado “commodus discesssus”, ou seja, a saída 
mais cômoda, devendo a destruição do bem jurídico ocorrer quando o sacrifício 
for absolutamente inevitável. 
2. Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado: significa 
que, deve ser razoável sacrificar o bem para salvar outro. A lei não fala em 
valores de bens jurídicos, ela diz que o sacrifício seja razoável. 
A razoabilidade não se refere ao agente, mas ao homem médio. 
Se o sacrifício não for razoável, falta um dos requisitos do estado de 
necessidade, portanto há crime, podendo o juiz na hora da aplicação da pena 
diminuí-la de 1/3 a 2/3 
3. Conhecimento da situação justificante: significa que não basta 
preencher os requisitos, é necessário que esteja acobertado pela excludente (deve 
estar ciente que esta em estado de necessidade e não que esta praticando crime). 
Esses são requisitos do estado de necessidade, tem que somar todos esses 
requisitos. O Estado de necessidade admite hipóteses do excesso (desnecessária 
intensificação de uma conduta inicialmente justificada). Significa que ele está em 
estado de necessidade e vai alem do permitido. Este excesso poderá ser doloso ou 
consciente quando o agente conscientemente ultrapassa os limites legais (neste caso 
responderá por crime doloso). Poderá ser ainda culposo, onde o agente responde a 
título de culpa. 
 
Formas de Estado de Necessidade 
1. Estado de necessidade defensivo: ocorre quando a agressão é 
dirigida contra o provocador dos fatos. 
2. Estado de necessidade agressivo: ocorre quando o agente destrói 
bem jurídico pertencente a terceiro inocente. 
 
Legítima Defesa 23/09/13 
A legitima defesa é uma forma de auto tutela ou auto defesa onde o Estado 
possibilita que as pessoas venham a se defenderem de uma agressão injusta sem que 
isso caracterize um crime. Ninguém é obrigado a suportar o injusto. Legitima defesa é 
uma causa de exclusão de ilicitude consistente em repelir injusta agressão, atual ou 
iminente a direito próprio ou alheio, usando moderadamente dos meios necessários – 
artigo 25, CP. 
 
Requisitos 
1. Agressão injusta: é um ataque ao bem jurídico tutelado. Agressão 
somente poderá ser realizada por seres humanos. 
Exemplo: Se o animal caracterizar meio de execução será legítima defesa se 
você matá-lo. 
Injusto: ser injusto é ser contra o ordenamento jurídico, é ilícito. 
A injustiça deve ser valorada objetivamente, significa que independe da 
capacidade do agente. 
Mesmo sendo imputável o agressor é possível a legitima defesa. 
2. Agressão atual e iminente: atual é que está ocorrendo. Iminente que 
está para acontecer (futuro próximo). 
3. Agressão a direito próprio ou de terceiro: direito próprio é quando a 
pessoa se auto defende. Terceiros, não há necessidade de autorização ou relação 
jurídica. É possível a realização de legitima defesa com relação ao próprio terceiro. 
Exemplo: bater em um suicida para impedir que ele venha por fim a própria vida. 
4. Meios necessários: determina a lei que deverá ser utilizada, o meio 
menos lesivo colocado a disposição do agente. Dentro deste requisito apesar da lei não 
tratar explicitamente da proporcionalidade deverá também este elemento compor a 
legitima defesa (proporcionalidade significa meios eficazes e suficientes para repelir a 
agressão). Se o meio for desnecessáriopara afastar a agressão injusta, caracteriza 
excesso. 
1. Moderação: caracteriza-se moderação o emprego dos meios necessários 
dentro do limite necessário para afastar a agressão. A moderação deverá ser valorada, 
levando em conta a situação concreta. 
2. Conhecimento da situação justificante: se na cabeça do agente ele queria 
cometer o crime e não se defende mesmo que por coincidência caracteriza uma 
excludente de ilicitude, não poderá por esta ser beneficiado. 
24/09/13 
3. Excessos: trata-se da desnecessária intensificação de um comportamento 
anteriormente justificável. O excesso caracteriza crime. Este crime poderá ser doloso 
(excesso de dolo) ou culposo (excesso de culpa). 
Poderá eventualmente o excesso ser considerado exculpante, ou seja, nas 
hipóteses de erro de tipo permissivo e inevitável. (olhar erro de tipo) 
 
Estrito Cumprimento do Dever Legal 
Está excludente de ilicitude é direcionado ao servidor público (pois este 
possui o dever legal de agir, objetivo justificar um comportamento inerente a sua 
função, ou seja, ninguém pode ser punido por um ato ligado a sua atividade funcional. 
Ex: uso de moderada força para realização de prisão quando o agente criminoso age 
com resistência. O dever legal será imposto por lei, regulamento ou qualquer outro ato 
administrativo, desde que de caráter geral. Se o ato administrativo for de caráter 
específico, ou seja, direcionado ao agente poderá caracterizar obediência hierárquica e 
não estrito cumprimento do dever legal. Esta excludente somente terá validade quando o 
agente portar-se dentro dos rígidos limites da lei, estando fora caracteriza excesso. 
 
Exercício Regular do Direito 
Esta excludente possibilita a prática de determinados comportamentos dentro 
dos limites legais, lei em sentido amplo sendo penal ou extrapenal. 
Exemplo: no exercício do poder familiar moderado castigo corpóreo sem 
que este caracterize crime. No caso da violência esportiva essa é plenamente possível 
desde que realizada dentro dos limites permitido pelo esporte (lutas). 
Se o exercício for irregular do direito desaparece a excludente. 
Se o comportamento for abusivo caracteriza excesso nas modalidades 
culposas, mesmo coisa que as demais. 
Em casos de intervenções cirúrgicas ou médicas caracteriza-se exercício 
regular do direito. 
 
Ofendículos (as) 
São aparatos facilmente perceptíveis destinados a defesa de propriedade ou 
de qualquer outro bem jurídico. 
A natureza jurídica deste instituto é exercício regular do direito. Contudo, 
para uns doutrinadores caracteriza legitima defesa pré-ordenada, uma vez que os 
aparatos estão armados com antecedência, mas só serão utilizados no momento da 
agressão. 
Animais, como cachorros são considerados ofendículos. 
Esses aparatos devem observar a segurança pública, pois se terceiro inocente 
vier a ferir-se gera responsabilidade penal do proprietário. 
 
Defesa Mecânica Pré-disposta 01/10/13 
Trata-se de aparatos com a mesma finalidade do ofendículo, o que diferencia 
estes institutos é que estes aparatos são ocultos enquanto que os ofendículos são 
facilmente perceptíveis. Ex: alarme 
Tanto os ofendículos quanto a defesa mecânica pré-disposta devem ser 
instalados de forma a não causar riscos a terceiros inocentes, pois se forem instalados de 
forma precária e imprudente podem ocasionar graves tragédias – isto caracteriza crime. 
 
Consentimento do Ofendido 
Essa excludente está prevista na lei penal italiana. Trata-se de causa de 
exclusão de ilicitude supra legal, não está prevista em lei. 
Consentimento do ofendido é uma causa excludente de ilicitude, onde o 
titular de bem jurídico disponível autoriza terceiro a praticar ato ilícito, sem que esse ato 
caracterize crime. 
Requisitos cumulativos 
1. O titular do bem jurídico seja agente capaz. 
2. O consentimento para prática do ato deverá ocorrer antes ou durante. 
3. O bem jurídico lesionado deverá ser disponível. 
Ausente qualquer um desses requisitos caracteriza crime. 
 
Culpabilidade 
A culpabilidade trata-se de um juízo de censurabilidade realizado sobre uma 
pessoa que pratica um fato típico e ilícito. 
Trata-se de pressuposto de imposição de pena. De uma forma mais simples 
poderíamos conceituar culpabilidade como a possibilidade de declarar culpado o autor 
de fato típico e ilícito (se o agente errou, por esta razão deve ser punido). 
A finalidade da culpabilidade esta ligada a imposição de pena. 
Para que exista culpabilidade há necessidade da existência de 3 requisitos. 
1. Imputabilidade 
2. Potencial conhecimento da ilicitude do fato 
3. Exigibilidade de conduta diversa 
Esses requisitos estão ligados a teoria normativa pura da culpabilidade, 
teoria está ligada a teoria finalista da ação, todo comportamento é direcionado a um fim, 
Esta teoria se desdobra em teoria estrita da culpabilidade e teoria limitada da 
culpabilidade. O que diferencia as duas é o tratamento dispensado as descriminantes 
putativas (erro de tipo permissivo). A teoria adotada nesse desdobramento é a teoria 
limitada da culpabilidade, onde as descriminantes putativas são tratadas como erro de 
tipo, art 20, § 1˚ e não como erro de proibição art 21, CP. 
 
Imputabilidade 
A imputabilidade possui conceito negativo, ou seja, a lei penal não define os 
imputáveis, mas sim os inimputáveis e por exclusão, que, não for inimputável é 
imputável. 
Conceito 
Imputável é todo aquele que possui capacidade de entender o caráter ilícito 
do fato e de determinar-se conforme esse entendimento. 
 
Elementos da Imputabilidade 
• Elemento intelectivo: entender 
• Elemento volitivo: portar-se conforme esse entendimento. 
Ausente um desses elementos o agente será inimputável. 
 
 
 
Causas excludentes da imputabilidade 07/10/13 
 Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em 
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento. 
• Doença mental: é a perturbação mental de qualquer homem. Exemplo: 
psicose, loucura, paranóias, etc. Nesta classificação equiparam-se os dependentes 
patológicos de substâncias psicotrópicas (drogas, estimulantes, etc). 
• Desenvolvimento mental incompleto: é o desenvolvimento que ainda não 
se concluiu. Trata-se de elemento de ordem biológica voltada a fatores intelectivos 
(menores de 18 anos). A esta categoria equiparam-se os silvícolas inadaptados à vida na 
sociedade civil (depende de perícia para determinar essa incapacidade). 
• Desenvolvimento mental retardado: trata-se dos casos dos oligofrênicos, 
que se classificam em débil mental, idiotas e imbecis (essas criaturas possuem 
maturidade intelectiva reduzidíssima. Nesta categoria equiparam-se aos surdos-mudos, 
quem em conseqüência da sua anomalia não possui capacidade de entender e auto 
determinar-se. 
• Embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior. 
 
Critério de determinação da imputabilidade 
• Critério biológico: para esse critério considera-se imputável o agente que 
possui perturbação mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, pouco 
importando se no momento do crime o agente não possui capacidade de entender e de 
portar-se conforme esse entendimento. Este sistema não foi plenamente adotado por 
nosso ordenamento, pois biologicamente somente serão inimputáveis os menores de 18 
anos – art 27, CP (pouco importa sua capacidade de entendimento ou de 
autodeterminação).• Critério psicológico: para esse critério só interessa se o agente no 
momento da pratica do crime possuía capacidade de entendimento ideal por 
autodeterminação, pouco importando a causa. Sistema não adotado no Brasil. 
• Critério biopsicológico: para esse critério considera-se imputável aquele 
que, no momento da pratica do crime não tinha capacidade de entender o caráter 
criminoso do fato ou de auto determinar-se de acordo com esse entendimento, em razão 
de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Sistema adotado 
por nosso ordenamento. A conseqüência jurídica é a imposição de medida de segurança 
(internação em hospital de tratamento de custódia ou tratamento ambulatorial. 
 
Embriaguez 
É a intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool ou substancia de 
efeitos análogos, cujas conseqüências variam de pequena excitação até o estado de 
paralisia e coma. 
 
Fases da Embriaguez 
• Excitação – estado de euforia 
• Depressão – confusão mental e irritabilidade 
• Sono – dormência profunda e perda do controle sobre as funções 
fisiológicas. 
A embriaguez será considerada incompleta quando ocorrer a primeira fase 
apenas. Será considerada completa quando ocorrer as outras duas fases. 
 
Espécies de Embriaguez 
• Não acidental: voluntária, ocorre quando o agente possui a intenção de 
embriagar-se 
• Culposa: ocorre quando o agente não quer embriagar-se, mas seu 
comportamento culposo acaba colocando-o nessa situação, em decorrência a seu 
descuido. Nestas hipóteses independentemente de completa ou incompleta, não retirar a 
capacidade do agente (jamais exclui a imputabilidade). 
• Embriaguez pré-ordenada ou actio libera in causa: Nesta hipótese de 
embriaguez o agente se embriaga coma finalidade de praticar crimes. Não exclui a 
imputabilidade, pelo contrário, agrava a pena. Trata-se da única hipótese de dolo 
antecedente existente no Brasil. 
• Embriaguez patológica: é aquela que é equiparada a doença mental, 
recebendo o mesmo tratamento, portanto neste caso exclui a imputabilidade. 
• Embriaguez acidental: ocorrente de caso fortuito ou força maior. Caso 
fortuito são fatores que independe da vontade do agente, já a força maior é o emprego 
de coação. 
Se a embriaguez for completa nessas hipóteses exclui a imputabilidade, se 
for incompleta diminui a pena de 1/3 a 2/3. 
 
Emoção e Paixão 08/10/13 
Emoção e paixão não afastam a imputabilidade, poderá servir como 
atenuante da pena dependendo das circunstancias. Emoção é um sentimento abrupto, 
repentino, como um vulcão que entra em erupção. Paixão é um sentimento duradouro e 
profundo que vai-se enraizando na alma humana. A ira é considerada em sentimento 
momentâneo, portanto uma emoção. O ódio recalcado é algo duradouro que retrata a 
paixão. 
 
Semi Imputabilidade ou responsabilidade Penal 
Diminuída: o agente considerado semi imputável também é conhecido como 
fronteiriço, considera-se todo aquele que tem perda de parte da capacidade de 
entendimento e de autodeterminação em decorrência de doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado. 
A competência jurídica não afasta a imputabilidade, porem poderá o juiz ao 
aplicar a pena reduzir de 1/3 a 2/3, ou se preferir, substituir a pena por medida de 
segurança (nunca as duas, pena ou medida de segurança) – Sistema Unitário. 
 
Potencial Consciência da Ilicitude do Fato 
Neste elemento, o que se verifica é o conhecimento do caráter injusto do ato, 
da consciência de que está fazendo algo de errado, em contrariedade ao que todos 
consideram como justo. 
Esta ligado a consciência do certo e do errado, do justo e do injusto, devendo 
ao gente entender que sua conduta era ilícita. 
Presente este elemento, estará presente a culpabilidade do agente. 
O que exclui este elemento é o erro de proibição. 
No erro de proibição o equívoco está ligado a interpretação da lei penal, ou 
seja, o agente pensa que seu ato é licito quando na realidade é ilícito (pensa que a lei 
permite quando na realidade a lei proíbe). Exemplo: a eutanásia onde o gente 
equivocadamente pensa que pode praticá-la, quando na realidade caracteriza crime. 
O erro de proibição se divide em evitável ou escusável. 
• Escusável: ocorre quando o agente não tinha condições de conhecer o 
caráter ilícito do fato em decorrência das circunstancias do caso concreto. A 
conseqüência jurídica neste caso é: como o agente não tinha como saber que o fato era 
ilícito, inexiste o potencial conhecimento da ilicitude, neste caso afasta a culpabilidade, 
ficando o agente isento de pena. 
• Inescusável ou evitável: embora o agente desconhecesse que o fato era 
ilícito, ele tinha condições de saber, dentro das circunstancias que seu comportamento 
contrariava a lei. 
Se ele possuía esta condição, ou seja, potencial consciência de ilicitude, 
possui culpabilidade, contudo, em decorrência do erro terá uma redução de pena de 1/6 
a 1/3. 
 
Exigibilidade de Conduta Diversa 21/10/13 
Este elemento baseia-se no princípio da evitabilidade, ou seja, só podem ser 
punidas as condutas que poderiam ser evitadas. 
Tem como fundamento jurídico a liberdade de escolha das pessoas, ou seja, 
o livre arbítrio. 
No caso da inevitabilidade da conduta, está não tem força para excluir a 
vontade, que subsiste como força propulsora da conduta, mas certamente a vicia, de 
modo a tornar incabível qualquer censura ao agente. Em nosso Direito penal temos duas 
hipóteses: 
1. Coação Moral e Resistida: Coação é o emprego de violência ou grave 
ameaça para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa. 
Espécies: 
• Coação Física: emprego de força física. 
• Coação Moral: emprego de forte ameaça 
A coação física poderá afastar a conduta enquanto que a coação moral 
poderá afastar a exigibilidade de conduta diversa. 
 
A coação moral divide-se em: 
� Resistível: quando o agente tem condições de resisti-la, nesse 
caso há culpabilidade, contudo na pena imposta o agente faz jus a uma atenuante 
genérica. Art 65, “III”, c. 
� Irresistível: quando a coação não tiver condições de resistir, 
neste caso há requisitos de vontade, mas o gente não será culpado (isenta de 
pena). 
Exemplo: O caso de gerente de bando que tem sua família 
seqüestrada e é feito de refém no banco para roubar o caixa, ele fingiu de amigos 
da família. 
• Obediência Hierárquica: esta vinculação depende de uma relação de 
direito administrativo. 
A obediência a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico 
torna viciada a vontade do subordinado e afasta a exigibilidade de conduta diversa. 
A ordem de superioridade é a manifestação de vontade do titular de função 
publica a um funcionário que lhe é subordinado. Esta ordem pode ser legal ou ilegal. 
 
Consequências: 
Se a ordem foi ilegal: 
1. Se o subordinado sabe que a ordem é ilegal responde pelo crime. 
2. Se a ordem não é manifestamente ilegal, ou seja, o subordinado 
não tinha como conhecer a ilegalidade exclui a exigibilidade de conduta diversa, 
ficando o agente isento de pena. Se a ordem é manifestamente ilegal, mas o 
subordinado supõe ser legal incorre em erro de proibição, neste caso evitável, 
portando responderá pelo crime com reduzida. Art 21, CP. 
Se a ordem for legal: se a ordem for legal o agente age em estrito 
cumprimento do dever legal, portanto não há crime, uma vez que esta prevista como 
causa de excludente de ilicitude. 
 
 
 
 
By Flavia e Erika.

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