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Métodos e Técnicas de Pesquisa - ! Nadya Araujo Guimarães Aula 1 - 2005 AULA 4 OS DESENHOS DE PESQUISA Roteiro da aula 1. Por que planejar a pesquisa? 2. Principais tipos de desenhos de pesquisa - Quantitativos ou qualitativos - Transversais ou longitudinais - Exploratórios, descritivos ou explicativos 3. Os desenhos de tipo quantitativo: - Quando são úteis? - Quais são requisitos? Métodos e Técnicas de Pesquisa - ! Nadya Araujo Guimarães Aula 1 - 2005 I - POR QUE PLANEJAR A PESQUISA? (Selltiz et al) Para organizar as condições da coleta e da análise de dados, tendo em conta os critérios de: 1. Significação dos dados para o objeto da pesquisa 2. Qualidade da informação produzida 3. Economia do processo II - OS TIPOS DE DESENHOS DE PESQUISA II.A - SEGUNDO A NATUREZA DO OBJETO 1. Institucional: análise de organizações, de costumes e mores; 2. Histórica: análise de processos de transformação, de constituição e reprodução de instituições, sociedades, valores ou estruturas sociais; 3. Atitudinal: estudos de opinião e de disposições dos indivíduos tendo em vista a conduta social; 4. Axiológica: estudos de ideologias e valores sociais; 5. Estrutural: análise de estruturas sociais. Métodos e Técnicas de Pesquisa - ! Nadya Araujo Guimarães Aula 1 - 2005 II. B - SEGUNDO A PADRONIZAÇÃO E FORMA DE ABORDAGEM: ESTUDOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS (Berthier) Estudos qualitativos Estudos quantitativos Unidades de observação abordadas em profundidade (intensiva) Unidades de observação abordadas em extensão (extensiva) Pré-estruturação mínima Pré-estruturação máxima Exemplo típico: Entrevistas abertas Exemplo típico: Questionários padronizados Predomínio da expressão livre do respondente Predomínio de respostas previamente estruturadas Número reduzido de casos observados (unidades de observação) Grande número de casos (unidades de observação) II. C - SEGUNDO O MODUS FACIENDI: 1. descrição densa (etnografia) 2. estudos de caso 3. estudos de comunidade 4. documental 5. biográfica 6. surveys amostrais 7. análise de dados agregados Métodos e Técnicas de Pesquisa - ! Nadya Araujo Guimarães Aula 1 - 2005 II.D – SEGUNDO O TIPO DE USO DO TEMPO: ESTUDOS TRANSVERSAIS E LONGITUDINAIS (Berthier) ESTUDOS TRANSVERSAIS ESTUDOS LONGITUDINAIS Visam caracterizar um determinado aspecto de uma população num momento dado do tempo Visam caracterizar as transformações de fenômenos no tempo Estudo experimental clássico: Grupo experimental é especialmente criado (submetido a um estímulo ou situação) para ser comparado a um grupo de controle (privado do estímulo). Grupos escolhidos aleatoriamente (ex.: placebos) Estudos de séries temporais (estudos de tendências): Repetição de análises de tipo transversal em momentos distintos e significativos para o estudo (ex.: evolução da renda média dos assalariados) Estudos quase-experimentais: Grupos similares (ou emparelhados) no ponto de partida que se diferenciam por participar (ou não) de uma dada ação Estudo tipo painel: sucessivas enquetes realizam-se com uma mesma amostra de indivíduos em momentos significativos de tempo (ex.: formação de opinião política) Estudos de indivíduos-típicos: unidades de observação escolhidas por serem representativas de uma situação/condição (ex.: demitidos, militantes) Estudo de coorte: grupo definido por haver partilhado um mesmo tipo de experiência (ex.: coorte dos egressos de uma instituição ou ano). Pesquisa acompanha a coorte em momentos significativos de tempo Métodos e Técnicas de Pesquisa - ! Nadya Araujo Guimarães Aula 1 - 2005 II. E - SEGUNDO OS OBJETIVOS DO ESTUDO: EXPLORATÓRIOS, DESCRITIVOS E EXPLICATIVOS (Selltiz et al, Padua) 1. ESTUDOS EXPLORATÓRIOS: a. voltados para formular um problema mais preciso de pesquisa ou para o desenvolvimento de novas hipóteses b. => planejamento flexível de pesquisa c. + máxima amplitude possível da observação d. => suas limitações: maior risco de erro e dificuldades de comparabilidade com outros estudos (dado o seu menor rigor e/ou sistematicidade) 2. ESTUDOS DESCRITIVOS: a. estão voltados para apresentar precisamente características de uma situação ou grupo (com hipóteses ainda pouco refinadas); b. => são mais específicos e organizados que os estudos exploratórios, c. seus resultados com freqüência são de tipo “diagnóstico” (verificam taxonomias) d. => estudos comprometidos com a precisão das caracterizações (logo se requer elevada confiabilidade das medidas quantitativas) Métodos e Técnicas de Pesquisa - ! Nadya Araujo Guimarães Aula 1 - 2005 3. ESTUDOS EXPLICATIVOS (OU QUE VERIFICAM HIPÓTESES CAUSAIS): a. supõem que as medidas sejam, além de precisas e confiáveis, b. construídas a partir de modelos que permitam demonstrar relações de causalidade, c. sendo por isto mesmo construídos com base na lógica das explicações científicas i. => requerimentos de verificação lógica (consistência entre as proposições que integram o modelo explicativo) e ii. => requerimentos de verificação empírica (correspondência das proposições do modelo com a realidade empírica) Métodos e Técnicas de Pesquisa - ! Nadya Araujo Guimarães Aula 1 - 2005 III. A ANÁLISE QUANTITATIVA III.A - OBJETIVOS (Boudon) . Recolher informações comparáveis . Obtidas para um mesmo conjunto de unidades observadas III. B – VANTAGENS DA ANÁLISE QUANTITATIVA: 1. permite formular generalizações a respeito de uma população a partir de uma amostra relativamente pequena 2. permite um controle mais preciso de erros (de explicação, de interpretação, de observação, etc.) 3. pode permitir o estudo de tendências e a formulação de prognósticos mais seguros 4. permite o teste de hipóteses de modo mais conclusivo. III.C - LIMITES DA ANÁLISE QUANTITATIVA (ou vantagens da análise qualitativa): 1. Pouco adequada ao estudo de casos exemplares: sejam excepcionais, sejam típicos 2. Pouco adequada à melhor compreensão dos significados culturais em jogo. Métodos e Técnicas de Pesquisa - ! Nadya Araujo Guimarães Aula 1 - 2005 III.D – PROBLEMAS QUE PODEM SER SUBMETIDOS (COM VANTAGENS) À ANÁLISE QUANTITATIVA: 1. aqueles cujos significados culturais já se encontram explicitados 2. aqueles que podem ser formulados com clareza em termos de relações entre variáveis 3. aqueles que podem ser direta ou indiretamente mensurados 4. aqueles cuja complexidade não permite uma resolução intuitiva.
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