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DELEGADO CIVIL DIURNO CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Penal - Geral Professor: André Estefam Aulas: 31 e 32 | Data: 23/10/2015 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO TEORIA DA PENA (Continuação) 1. Penas Proibidas pela CF 2. Espécies de Pena – Arts 32 e seguintes, CP. 2.1. Penas Privativas de Liberdade 2.2. Penas Restritivas de Direitos 2.3. Penas de Multa 3. Dosimetria da Pena 3.1. Circunstâncias Judiciais TEORIA DA PENA (continuação) 1. Penas Proibidas pela CF Estão previstas no art. 5, XLVII, CF/88: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; Pena de morte, salvo em caso de guerra declarada (CPM): A pena de morte em tempo de paz foi extinta no código de 1890. Pena de caráter perpetuo: O STF e STJ em medida de segurança precisa observar o limite a pena máximo cominada ao crime. Pena de trabalho forçado: O que veda é um trabalho em forma de pena. Página 2 de 6 Cruéis: Com o intuito de preservar a integridade física e moral do preso, proibiu a Constituição Federal a aplicação de penas cruéis. Ex.: Proíbe-se o decepamento da mão do ladrão, a castração do condenado pelo crime de estupro etc. Banimento: Expulsão do nacional. 2. Espécies de Pena – Arts 32 e seguintes, CP. a) Pena Privativa de Liberdade: (PPL) - Arts 33 à 42, CP. b) Penas Alternativas: Penas Restritivas de Direito (PRD), art. 43 a 48 e Pena de Multa, art. 49 à 52, CP. 2.1. Penas Privativas de Liberdade (PPL): a) Reclusão: O regime inicial de cumprimento da pena pode ser no aberto, semiaberto ou fechado. Prioridade na execução (art. 76, CP). Efeito especifico da condenação (art. 32, II). Medida de segurança cabível como internação. Interceptação telefônico, só para investigar atos punidos com reclusão. b) Detenção: O regime inicial de cumprimento de pena pode ser o aberto ou o semiaberto (lembrar que na execução pode haver a regressão para o fechado. Mas sempre será o início ou aberto ou semiaberto). Medida de segurança cabível como internação ou tratamento ambulatorial c) Prisão Simples: Previsto na Lei de Contravenções Penais. Regime Fechado Semiaberto Aberto LOCAL DE CUMPRIMENTO Estabelecimento de segurança máxima ou média. Colônia penal ou equivalente. Casa do albergado (nos finais de semana e nos dias úteis, salvo no horário de trabalho). TRABALHO LEP: interno, no estabelecimento prisional, em algumas exceções externamente. LEP: interno, na colônia, e em algumas exceções externamente. Trabalha seguindo as regras comuns, onde arrumar emprego. REMIÇÃO (Art. 126 a 130 da LEP) Direito de descontar 1 dia de pena para Trabalho ou estudo. Trabalho ou estudo. Estudo. Página 3 de 6 cada 3 dias de trabalho e/ou estudado. Detração (art. 42, CP): é o computo na Pena Privativa de Liberdade ou na medida de segurança do tempo de prisão ou internação provisória. Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. Pergunta: É possível utilizar o tempo de prisão provisória em processo no qual houve absolvição para descontar pena imposta em outro processo? Resposta: Em regra não pode, pois a princípio gera um credito ao sentenciado. Mas pode acontecer quando o fato pelo qual o sentenciando foi condenado é anterior ao tempo em que ficou preso. Limite de cumprimento de Pena Privativa de Liberdade (art. 75, CP): Máximo de cumprimento de 30 anos (Súmula 715, STF), mas os cálculo de benefícios adota como parâmetro o total da pena imposta e não os 30 anos. Vale lembrar que esse limite de 30 anos pode ser ultrapassado, quando sobrevier nova condenação por fato praticado durante o cumprimento da pena. A nova condenação será soma com a pena restante. (Ex.: faltava 10 anos, e o condenado cometeu um homicídio na cadeia sendo condenado por 15 anos, então, ele cumpre os 10 restante + os 15 anos da nova condenação. Mas lembrando que ai não pode passar mais 30 anos). SÚMULA 715 STF - A PENA UNIFICADA PARA ATENDER AO LIMITE DE TRINTA ANOS DE CUMPRIMENTO, DETERMINADO PELO ART. 75 DO CÓDIGO PENAL, NÃO É CONSIDERADA PARA A CONCESSÃO DE OUTROS BENEFÍCIOS, COMO O LIVRAMENTO CONDICIONAL OU REGIME MAIS FAVORÁVEL DE EXECUÇÃO. Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido. Página 4 de 6 2.2. Penas Restritivas de Direitos Previstas nos Arts 43 à 48, CP. a) Espécies: 1) prestação pecuniária; 2) prestação inominada; 3) perdas de bens e valores; 4) prestação de serviços (entidades social); 5) interdições temporárias de direitos; 6) limitação de fim de semana. b) Aplicação: Caráter substitutiva. Primeiro aplica a pena privativa de liberdade e depois preenchidos os requisitos legais, o juiz substitui a PPL por PRD. c) Requisitos Legais para a Substituição: 1) condenação por crime culposo: circunstâncias judicias favoráveis 2) condenação por crime doloso: Cumulativos - Circunstâncias judiciais favoráveis - A PPL não pode ultrapassar 4 anos - Crime praticado sem violência ou grave ameaça contra a pessoa. - Não reincidência em crime doloso. (Salvo, quando a medida for socialmente recomendável, e desde que a reincidência não seja no mesmo tipo penal). 2.3. Penas de Multa: a) Espécies: 1) Cominada no tipo penal 2) Multa vicariante ou substitutiva (mesmo entendimento da substituição da PPL por PRD, ou seja, mesmos requisitos anteriores, mas a pena privativa tem que ser até 1 ano). Página 5 de 6 b) Aplicação: Sistema do dia-multa (origem código criminal do império de 8930). Sistema bifásico em que o juiz adota o seguinte caminho: primeiro calcula o número de dias-multas (de 10 dias até 360 dias) e depois fixa o valor (1/30 até o 5 vezes o salário mínimo, podendo triplicar, chegando então 15 vezes o salário mínimo) unitário para cada dia-multa o valor dia-multa só será verificado em reais após o transito, pois precisa ver qual é o valor do salário mínimo na época do crime, mais a correção até o transito. c) Cobrança da multa: Após o transito em julgado intima-se o sentenciado a pagar em 10 dias (art. 50). Se o sentenciado não pagar realiza-se a execução da multa, expedindo-se uma certidão, a multa é inscrita na dívida ativa da Fazenda e move-se uma execução “fiscal” (Art. 51). Quem é parte para ajuizar a execução da multa é a procuradoria da fazenda (sumula 521, STJ – faz 15 anos que oSTJ entende isso). Obs.: Se na execução fiscal o sentenciado morrer antes de pagar a multa, não pode passar para os ascendentes, com fundamento no art. 5, XLV e art. 107, I, extinguindo a punibilidade. 3. Dosimetria da Pena Princípio da individualização da pena (art. 5, XLVI, CF) Art. 5. (...) XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; Sistema trifásico: 1) Pena-base: circunstâncias judiciais 2) Pena provisória: agravantes e atenuantes 3) pena definitiva: causas de aumento e diminuição de pena Obs.: Precisa observar o princípio do “non bin in idem”: o mesmo dado empírico ou concreto não pode ser valorado mais de uma vez, de maneira a receber mais de uma natureza jurídica na dosimetria da pena. (Ex.: crime de aborto e agravar a pena por ser crime contra gestante. Ser gestante já está no crime de aborto, não podendo agravar). Página 6 de 6 3.1. Circunstâncias judicias: a) Culpabilidade: não é a mesma do IMPOEX (pressuposto da pena). É o grau de censurabilidade do gato praticado ou gravidade concreta do fato prático. Atua como medida da pena base.
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