DCDiurno PenalGeral AEstefam Aulas35e36 031015 RKardous

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DELEGADO CIVIL DIURNO 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
 
MATERIAL DE APOIO 
Disciplina: Direito Penal – Parte Geral 
 Professor: André Estefam 
Aulas: 35 e 36 | Data: 03|10|15 
 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
 
1. SURSIS 
1.1. Requisitos 
2.1. Condições 
3. Espécies de Sursis 
4. Livramento Condicional 
 
CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE – arts. 107 ao 120, CP. 
 
1. Morte do Agente 
2. Anistia graça e indulto 
3. Retratação 
4. Perdão Judicial 
____________________________________________________________________________________ 
TEORIA DA PENA 
1. SURSIS 
Suspensas condicional da penal. Ou seja, o cumprimento da pena fica suspenso. De pois de concluir a 
dosimetria da pena, depois de obter a pena concreta, é que o juiz examine a aplicação do Sursis. 
1.1. Requisitos 
a) Objetivo: 
- Pena aplicada que não ultrapasse 2 anos. 
- Não cabimento de pena alternativa: se a pena de prisão pode ser substituída por pena alternativa, o juiz precisa 
aplicar a pena alternativa, só se não haver a opção da pena alternativa é que o juiz aplica o sursis. 
b) Subjetivo: 
- Circunstâncias judiciais favoráveis 
- Não reincidente em crime doloso, salvo de a condenação anterior for de multa. 
2.1. Condições 
a) legais: 
 
 
 
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- Diretas: art. 78, §1º, CP. Submeter-se durante o primeiro ano do benefício a prestação de serviços a comunidade 
ou limitação de fim de semana (lembrar que o período de sursis é o chamado período de prova, e vai de 2 a 4 
anos) 
- Indiretas: causas de revogação. Art. 81, “caput”, e §1º, CP. Reparar o dano. 
b) Judiciais: 
Tem que respeitar as aptidões do sentenciado e adequar ao fato, a dignidade humana e respeitar os 
direitos fundamentais não atingidos pela sentença. 
- Se cumprir o benefício do sursis: a pena é extinta 
- Se o benefício do sursis for revogado: o sentenciado precisa cumprir a pena concreta. Ou seja, cumpri toda a 
pena, pois o sursis apenas suspende a pena, e não computa. 
3. ESPÉCIES DE SURSIS 
3.1. Simples: 
- regra 
- estudado anteriormente 
3.2. Especial: 
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará 
sujeito à observação e ao cumprimento das condições 
estabelecidas pelo juiz. 
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo 
impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste 
Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir 
a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, 
aplicadas cumulativamente: 
a) proibição de frequentar determinados lugares; 
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem 
autorização do juiz 
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, 
para informar e justificar suas atividades. 
 
Se o sentenciado houver reparado o dano até a sentença e as circunstâncias judiciais forem inteiramente 
favoráveis o juiz não aplica a prestação de serviço ou limitação de fim de semana no primeiro ano, mas as 
condições do art. 78, §2º, CP 
3.3. Etário e humanitário: 
 
 
 
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Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior 
a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) 
anos, desde que: 
 § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 
quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde 
que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões 
de saúde justifiquem a suspensão. 
- etário: condenado com maior de 79 anos 
- humanitário: por razoes de saúde 
- nesses casos o sursis é cabível em condenações de até 4 anos. Ou seja, o período de prova é de 4 a 6 anos. 
4. LIVRAMENTO CONDICIONAL 
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional a 
condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 
(dois) anos, desde que: 
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for 
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; 
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em 
crime doloso; 
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução 
da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e 
aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho 
honesto; 
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o 
dano causado pela infração. 
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de 
condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não 
for reincidente específico em crimes dessa natureza. 
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido 
com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do 
livramento ficará também subordinada à constatação de 
condições pessoais que façam presumir que o liberado não 
voltará a delinqüir. 
Soma de penas 
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem 
somar-se para efeito do livramento. 
Especificações das condições 
Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica 
subordinado o livramento. 
 
 
 
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Revogação do livramento 
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser 
condenado a pena privativa de liberdade, em sentença 
irrecorrível: 
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; 
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste 
Código. 
Revogação facultativa 
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o 
liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da 
sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou 
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. 
Efeitos da revogação 
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente 
concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação 
por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na 
pena o tempo em que esteve solto o condenado. 
Extinção 
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não 
passar em julgado a sentença em processo a que responde o 
liberado, por crime cometido na vigência do livramento. 
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, 
considera-se extinta a pena privativa de liberdade. 
 
É uma forma de promover a antecipação de liberdade do preso definitivo. 
4.1. Requisitos 
a) Objetivo: 
- Condenação a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos 
- Cumprimento parcial da pena (+ de 1/3 para o não reincidente em crime doloso e bons antecedentes. + de ½ 
para reincidente em crime doloso. + 2/3 se cumpre pena de crime hediondo ou equiparado.) O reincidente em 
hediondo não tem direito ao livramento. 
b) Subjetivo: art. 83 
Obs.: Falta grave não interrompe o período aquisitivo para obter o livramento condicional. Vide Súmulas 439 e 
441 do STJ. 
Súmula 439 STJ - Admite-se o exame criminológico pelas 
peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. 
 
 
 
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Súmula 441 STJ - A falta grave não interrompe o prazo para 
obtenção de livramento condicional. 
No livramento condicional cabe a remição pelo estudo. 
 
2) CONDIÇÕES: 
Período de prova: restante da pena 
a) legais: 
- Diretas: art. 132, LEP 
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que 
fica subordinado o livramento. 
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações 
seguintes: 
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para 
o trabalho; 
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; 
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem 
prévia autorização deste.§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre 
outras obrigações, as seguintes: 
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à 
autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; 
b) recolher-se à habitação em hora fixada; 
c) não frequentar determinados lugares. 
d) VETADO 
 
- Indiretas: causas de revogações, ou seja, comportamentos que não podem ser praticados pelo sujeito senão ele 
não recebe o benefício (art. 86 e 87, CP). 
b) Judiciais: art. 85, CP. 
- Se cumprir as condições do livramento: pena extinta 
- Se revogar o livramento: o sentenciado será novamente recolhido para cumprir o restante da pena. 
CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE 
1. Morte do Agente 
 
 
 
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 “Mors omnia solvit” = A morte tudo resolve. 
 
 
Vide princípio da Personalidade da Pena (art. 5º, XLV, CF). 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de 
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra 
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 
 
Para que o juiz decrete a extinção da punibilidade por conta da morte, é necessário certidão de óbito 
original. Caso a certidão seja falsa, o sujeito tem que responder tanto pelo crime contra a fé pública e a retomada 
de todos os casos, salvo se não houver a precisão. Lembrar que fato inexistente não produzi jurídicos, e o réu não 
pode ser beneficiado pela própria torpeza. 
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da 
certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, 
declarará extinta a punibilidade. 
2. Anistia graça e indulto 
São causas extintivas da punibilidade em que o Estado abdica o direito de punir por razões de política 
criminal, praticando atos de clemência ou indulgência soberana. 
São insuscetíveis os crimes hediondos e equiparados (art. 5º, XLII e lei 8072/90). Não há nada expresso na 
CF sobre o indulto, mas o STF decidiu que deve ser também incluído. 
 
ANISTIA GRAÇA E INDULTO 
É NECESSÁRIO LEI É NECESSÁRIO DECRETO 
É de Competência do Congresso (lei federal) Competência do Presidente da República 
Antes ou depois do trânsito em julgado. Após o trânsito em julgado 
Fatos concretos Pessoas 
 
 
 
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Graça → individual. Como regra é provocado; 
Indulto → coletivo. Como regra é espontâneo (lembrar que indulto e saída temporária (dia das mães) é diferente, 
só existe o indulto no final do ano e o Presidente da República que concede. 
3. Retratação 
- Nos casos legais 
- É o ato de se desdizer, voltar atrás. Forma de reparação da lesão ao bem jurídico. Essa reparação deve ser cabal, 
convincente. 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata 
cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. 
 
Art. 342 - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como 
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo 
judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: 
(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. (Vide Lei nº 12.850, 
de 2.013) (Vigência) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação 
dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) 
§ 1º - Se o crime for cometido com o fim de obter prova destinada 
a produzir efeito em processo penal: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se o crime é praticado 
mediante suborno. 
§ 3º - O fato deixa de ser punível, se, antes da sentença, o agente 
se retrata ou declara a verdade. 
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é 
praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter 
prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em 
processo civil em que for parte entidade da administração pública 
direta ou indireta. 
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo 
em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. 
 
Comunicabilidade nos casos de concurso de agentes: no caso do art. 143 a retratação é incomunicável. No art. 
342 a retratação é comunicável. 
 
 
 
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4. Perdão Judicial 
Nos casos em lei 
Trata-se da causa extintiva da punibilidade em que o Estado-juiz abdica do direito de punir por razoes de política 
criminal. 
 
Exemplos: 
Art. 121, §5 e 129, §8º, CP (+ CTB art. 302 e 303) 
Art. 140, CP 
Art. 176, parágrafo único, CP 
Art. 242, CP 
Art. 249, CP 
Lei 9807/99 (réus colaboradores) e lei 12.850/13 (crimes organizados) 
“O juiz poderá deixar de aplicar a pena” = perdão judicial 
4.1. Efeitos 
Quando o perdão é concedido não se aplica a pena e não gera reincidência. 
Demais efeitos da condenação penal (extrapenais) (Ex.: a sentença torna certa a obrigação de reparar o dano, 
gera a confisco de bens ilícitos e suspensão dos atos políticos): nesses casos o perdão judicial também atinge, ou 
seja, a sentença concessiva do perdão judicial é declaratório da extinção da punibilidade (sumula 18, STJ). 
4.2. Prescrição 
Trata-se da causa extintiva da punibilidade que se dá com o decurso do tempo somado a inércia estatal. 
É uma forma de punir o Estado pela inação 
a) Espécies 
1 - Prescrição da pretensão punitiva: antes do transito em julgado. Impede todo e qualquer efeito da condenação 
2 - Prescrição da pretensão executória: após o transito em julgado. Só extingue o cumprimento da pena ou 
medida de segurança 
3 - Crimes imprescritíveis: 
CF: art. 5, XLII (racismo – lei 7716/89) e XLIV (ações de grupos armados, civis ou militares contra a ordem 
constitucional ou contra o regime democrático – lei 7170/83) 
 
 
 
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Obs.: a injuria racial do art. 140, §3º, CP para o STJ, também é imprescritível 
Princípio da prescritibilidade geral: por causa desses incisos, fica entendido que todos os outros crimes são 
prescritíveis. 
 
4.3. PPP 
1 - Em abstrato (regra): calculada com base a pena máxima. 
Prazo: 
Identificar o parâmetro: pena máxima (leva-se me conta tudo que pode alterar o máximo da pena – qualificadora, 
privilegio, causa de aumento e redução) (causa de aumento aplica a maior fração, causa de diminuição aplica a 
menor fração) 
Tabela do 109, CP 
Idade do agente: art. 115, CP. (reduz ½) (menor de 21 ou maior de 70) 
b) em concreto (exceção): calculada com base na pena aplicada 
Retroativa 
Superveniente ou intercorrente