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LINGUAGEM A linguagem é considerada um processo mental de caráter essencialmente consciente, significativo e orientado para o social. Entretanto não se pode afirmar de maneira categórica que em todo o seu curso seja ela inteiramente consciente. A linguagem consiste de dois elementos fundamentais – a sintaxe e a palavra. A sintaxe tem como objetivo estabelecer relação entre palavra e as frases, e corresponde a própria organização do pensamento. A palavra é um dos elementos essenciais na expressão do pensamento. A mímica é também uma das formas de manifestação do pensamento. Pavlov considerava a palavra como um estimulo condicionado, comparável a todos os estímulos porem haveria que a palavra tem um caráter próprio, especificamente humano, que distingue de todos os outros estímulos condicionados comuns ao homem e ao animal. Alterações da linguagem oral devidas a causas orgânicas: DISARTRIA Neste grupo, incluem-se todas as perturbações que resultam de uma lesão ao nível de qualquer das partes que intervêm na elaboração e na emissão dos sons, de cuja articulação resulta a palavra falada. Consiste na dificuldade de articular as palavras, normalmente resultante de paralisia dos músculos que intervêm nesta articulação. DISLALIA Consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo-os. A falha na emissão das palavras pode ainda ocorrer em nível de fonemas ou de sílabas. Assim sendo, os sintomas da Dislalia consistem em omissão, substituição ou deformação os fonemas. De modo geral, a palavra do dislálico é fluida, embora possa ser até ininteligível, podendo o desenvolvimento de a linguagem ser normal ou levemente retardado. Não se observam transtornos no movimento dos músculos que intervêm na articulação e emissão da palavra. Em muitos casos, a pronúncia das vogais e dos ditongos costuma ser correta, bem como a habilidade para imitar sons. Não há disfonia nem ronqueira. DISLEXIA Dislexia é um distúrbio específico da linguagem caracterizado pela dificuldade em decodificar (compreender) palavras. Segundo a definição elaborada pela Associação Brasileira de Dislexia, trata-se de uma insuficiência do processo fonoaudiológico e inclui-se freqüentemente entre os problemas de leitura e aquisição da capacidade de escrever e soletrar. Resumidamente podemos entender a Dislexia como uma alteração de leitura. AFASIA Afasia pode ser entendida como uma perturbação da linguagem caracterizada pela perda da memória dos sinais dos quais o homem troca idéias com seus semelhantes. AFASIA MOTORA Pode também ser chamada de afemia, anartria, Afasia verbal, ou síndrome de desintegração fonética, dependendo do autor onde se estuda. Na Afasia motora, o doente conserva a linguagem, porém não pode falar, embora não apresente distúrbio da musculatura que intervém na articulação das palavras. A perturbação tem aqui uma origem cerebral. Neste caso o doente compreende o que ouve, mas há impossibilidade de pronunciar as palavras. A leitura e a escrita também estão conservadas. A Afasia motora é a que se observa nos pacientes portadores de acidentes vasculares cerebrais capazes de deixar seqüela. AFASIA SENSORIAL Afasia sensorial se centraliza na compreensão dos sinais verbais. Neste tipo de Afasia, observam-se uma espécie de surdez verbal, uma perturbação da palavra espontânea, da leitura e da escrita. O afásico tipo Wernicke consegue falar, mas geralmente fala numa linguagem destituída de sentido lógico e pronuncia as palavras de maneira defeituosa ou emite uma série de palavras sem ordem gramatical, o que torna a sua linguagem inteiramente incompreensível. AFASIA GLOBAL Trata-se de uma forma de Afasia caracterizada pela perda completa da articulação da palavra e surdez verbal. Nos casos típicos a dissolução da linguagem é de tal magnitude que chega a comprometer os automatismos mais elementares. O déficit atinge de igual modo as funções da compreensão e de expressão da palavra. Esta forma de Afasia é conseqüência de extensas lesões cerebrais que atingem a zona motora, a ínsula e a zona parieto-temporal da linguagem. Acompanha-se de hemiplegia direita e hemianopsia lateral homônima direita e de transtornos apráxicos e agnósticos. DISFEMIAS São perturbações intermitentes na emissão das palavras, sem que existam alterações dos órgãos da expressão. Neste grupo de transtornos da linguagem o distúrbio mais importante é a gagueira (tartamudez). A Disfemia é uma desordem da comunicação humana que vem despertando a curiosidade de fonoaudiólogos, foniatras, psicólogos, psiquiatras e outros profissionais afins, além de leigos que lidam com indivíduos portadores de gagueira. Caracteriza-se por hesitação, silabação, precedida ou intercalada dos fonemas qui, que, ga, gue. A gagueira revela a tendência de aumentar ou diminuir sob a influência da emoção. DISFONIAS Não se trata, propriamente, de alteração da linguagem, mas de defeitos da voz conseqüentes a perturbações orgânicas ou funcionais das cordas vocais ou, ainda, como conseqüência de uma respiração defeituosa. Seria então, a Disfonia, um distúrbio da voz, como rouquidão, soprosidade ou aspereza. A DISFONIA É SUBDIVIDIDA EM: a) DISFONIA FUNCIONAL: Alteração da voz resultante de abuso vocal ou mal uso. Não apresenta qualquer causa física ou estrutural. b) DISFONIA ORGÂNICA: Alteração da voz, causada ou relacionada a algum tipo de condição laringiana ou doença. MUTISMO Mutismo é a ausência de linguagem oral. O mutismo tem origem e mecanismos os mais variados. Nas doenças mentais, é observado nos estados de estupor da confusão mental, da melancolia e da catatonia; nos estados demências avançados, na paralisia geral e na demência senil. NEOLOGISMO Neologismos são palavras criadas ou palavras já existentes empregadas com significado desfigurado. Pode ser um sintoma comum na esquizofrenia. A linguagem costuma refletir o pensamento e pode ser tida como o elo final da cadeia de processos psíquicos que se iniciam com a percepção e terminam com a palavra falada ou escrita. Costuma-se ter por certo que não existem pensamentos que não sejam formulados por palavras, ao ponto de poder se afirmar que todo pensamento corresponde a alguma determinada expressão verbal. É por isso que não se estabelecem diferenciações entre as perturbações do pensamento e as alterações da linguagem. Se existissem apenas alterações da linguagem, estas ficariam limitadas aos distúrbios da articulação da palavra e da sintaxe, mas, na realidade, as perturbações da linguagem são muito mais complexas. Se a linguagem é um atributo humano dirigido à comunicação entre pessoas, começamos por considerar o conteúdo da linguagem. Sim, porque os esquizofrênicos podem expressar os maiores disparates delirantes, mantendo uma perfeita correção da sintaxe. Ainda aqui não é demais relembrar que a classificação dos diferentes processos psíquicos serve apenas para facilitar o ensino.
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