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Portfólio de Grupo Juliana 2º semestre

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13
Sistema de Ensino Presencial Conectado
BACHARELADO EM 
SERVIÇO SOCIAL
JULIANA DO Ó SILVA
YARA DA SILVA GIL
MARIA TAMIRES PINHEIRO OLIVEIRA
CLAUDIA RABELO FEITOSA
O SERVIÇO SOCIAL FRENTE AO NEOLIBERALISMO
Quixeramobim
2015
JULIANA DO Ó SILVA
YARA DA SILVA GIL
MARIA TAMIRES PINHEIRO OLIVEIRA
CLAUDIA RABELO FEITOSA
O SERVIÇO SOCIAL FRENTE AO NEOLIBERALISMO
Produção Textual 
de Grupo apresentada
 à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na
s
 disciplina
s
 de 
Sociologia, Filosofia, Ciência Política e FHTM do Serviço Social I
.
Prof
essores
 Oreintadores
:
 
José Adir, Mariana de Oliveira Lopes Vieira, Sergio de Goes Barbosa e Rosane Ap. Belieiro Malvezzi
.
Quixeramobim
2015
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	3
2 DESENVOLVIMENTO	4
3 CONCLUSÃO	12
REFERÊNCIAS	13
INTRODUÇÃO
Esta produção textual busca compreender o advento do conjunto de ideias neoliberais, que acabaram por dominar o cenário político mundial, principalmente a partir dos anos 90. Tentaremos entender quais foram os fatores que contribuíram para o incrível alastramento desse pensamento político, que tende a determinar em muitos aspectos o pensamento dos governantes da maioria dos países, inclusive na área periférica do capitalismo, como é o caso do Brasil. 
Examinamos assim alguns dos elementos constitutivos desse processo. Entre eles destacam-se o prejuízo social que a hegemonia desse pensamento acarreta aos países de terceiro mundo, tudo isso inserido numa lógica de reprodução do capital e dos seus campos de acumulação. 
Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. 
O mundo presencia uma série de acontecimentos que ocasionam profundas transformações e, ainda hoje, produzem efeitos e consequências. É sem dúvida que este colapso advém do comunismo como uma época que chegou ao fim. Assim, aflora um capitalismo globalizado e desta forma pode-se constatar diversas transformações em termos políticos, econômicos, sociais e culturais que culminam na formação de uma nova ordem mundial.
Pode-se dizer que ocorreram nestes últimos anos transformações estruturais nas sociedades resultantes do impacto de uma revolução tecnológica, da formação de uma economia global e de mudanças culturais. Dentre muitos fatos ocorridos o que mais nos marca foram os que aconteceram entre o final da década de 1980 e início de 1990 que foram extremantes relevantes. A partir de um apanhado de conceitos generalizados de neoliberalismo e globalização, buscaremos analisar sua atuação e a necessidade de mudanças atualmente. 
DESENVOLVIMENTO
CONTEXTO ATUAL E NEOLIBERALISMO
	É importante destacar, ao falar do contexto atual e neoliberalismo, sobre essa perspectiva neoliberal, então é necessário fazermos um retorno a alguns eventos históricos para que os leitores dessa produção textual possam finalmente articular e compreender essas ideias. 
A adoção das medidas neoliberais nos países centrais se dá a partir da grande crise do capitalismo da década de 70, mas antes dessa crise, é importante falarmos, que houve uma grande crise do capital ainda no início do século XX, a crise econômica que durou entre 1929 e 1932 e que tem na quebra da bolsa de Nova York um de seus principais símbolos. 
Na década de 70 observava-se que a mão-de-obra estava mais cara e como consequência havia uma diminuição da margem de lucro das empresas; consumia-se menos, logo, o desemprego aumentou; havia muito capital especulativo; a crise do estado de bem-estar social e seus mecanismos de funcionamento, lembrando que o estado de bem-estar social vigorou depois da II Guerra Mundial e que previa a intervenção do estado em diversos setores; a crise fiscal do estado capitalista e a necessária diminuição dos lucros e gastos públicos. 
Então, tínhamos todo um contexto de problemas e sempre quando temos problemas às ideias mais criativas para solução começam a surgir. Então nesse contexto de crise, ressurgiram com força ideais liberais. 
O Liberalismo pode ser definido como um conjunto de princípios e teorias políticas que apresenta como ponto principal a defesa da Liberdade política e econômica. Neste sentido os liberais são contrários ao forte controle do estado na economia e na vida das pessoas. O pensamento liberal teve sua origem no século XVII através de trabalhos sobre política, publicados pelo filósofo inglês John Locke. Já no século XVIII o liberalismo econômico ganhou força com as ideias defendidas pelo filósofo e economista escocês Adam Smith. Podemos citar como princípios básicos do liberalismo a defesa da propriedade privada, liberdade econômica, mínima participação do Estado nos assuntos econômicos da nação, igualdade perante a lei. 
Na década de 70 a crise do petróleo provocou a elevação dos preços desse produto e é nesse momento que as chamada medidas neoliberais, serão tomadas concretamente e adotadas nas economias. É necessário ressaltar a fonte dessas medidas, ou melhor, a fonte desse conjunto de ideias. Na década de 40 o autor Friedhich August von Hayek escreve “O caminho da Servidão” onde nessa obra vai fazer uma série de ponderações sobre o capitalismo e sua fase naquele momento, na década de 40, onde ele propõe uma série de medidas que nessa segunda grande crise do capital nos anos 70 irão ser adotadas e que portanto vão fundamentar a estratégia neoliberal nesse novo cenário de crise.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO NEOLIBERALISMO
É importante termos em mente as principais características ou características gerais, dessas propostas neoliberais. Perry Anderson (1995) na década de 90, ele organiza e trata de uma forma bem aprofundada as características gerais das medidas neoliberais. Segundo Anderson (1995) os países que são adeptos das medidas neoliberais vão ter como meta a ser cumprida a estabilidade da moeda e por outro lado também se percebe o peso que o mercado teve no sentido em que há a proposta de reduzir ao máximo o controle do mercado. 
Temos também a rejeição a qualquer processo ou medida de regulação do mercado por parte do Estado, ou seja, entende-se que esse mercado deve ser livre e auto-regulável, desta forma haverá a redução da atuação do Estado no que diz respeito a intervenções econômicas sobre o mercado e também redução nos gatos sociais, então, é um Estado reduzido tanto para os gastos sociais, obviamente isso tem um impacto direto nas políticas sociais como também uma redução de sua intervenção no controle dos mercados. A estabilidade monetária é o principal objetivo dos governos que aderem a essas medidas.
Outra característica analisada por Perry Anderson (1995) é o combate ao “igualitarismo” promovido pelo período de desenvolvimento chamado Estado de Bem-Estar Social ou Walfare State, por entender, pelo fato de Hayek e todos os que defendem as medidas neoliberais entenderem, que essas medidas ou esse igualitarismo seria nocivo à liberdade dos cidadãos e também à livre concorrência.
Outra característica é a desigualdade sendo concebida como um valor positivo, aliás, mais do que positivo um valor necessário, um valor imprescindível para as sociedades ocidentais. 
Bem vimos entre as primeiras características das medidas neoliberais a redução do Estado tanto no que desrespeito a intervenção sobre o mercado, tanto no que desrespeito ao gasto social, então é uma redução do papel do Estado, mas por outro lado também é uma característica, uma face fortalecida do Estado, ou seja, a manutenção de um Estado forte no sentido de reduzir o poder político dos sindicatos, além do próprio controle do dinheiro. Portanto, é um Estado minimizadopro gasto social, minimizado pro controle do mercado e maximizado na capacidade política de reduzir o poder dos sindicatos e de controlar o dinheiro.
Os países centrais que vão inaugurar iniciando esse processo de assimilação dessa nova estratégia de enfrentamento dessa nova grande crise do capital na década de 70, são eles: a Inglaterra da Margaret Thatcher, no final dos anos 70 a partir de 1979; os Estados Unidos liderado por Ronald Reagan e a Alemanha em 1982 com Helmut Kohl. 
Temos o Chile que vai ser um caso a parte, uma exceção a regra, quando fazemos uma análise da adoção das medidas neoliberais temos sempre como parâmetros que essas medidas iniciam-se nos países centrais e depois elas serão adotadas também pelos países periféricos, o que inclui o Brasil, mas o Chile é um caso a parte e na própria análise de Perry Anderson (1995) ele destaca esse processo, porque o Chile durante a ditadura do General Pinochet, portanto, ainda no início da década de 70, já vai inaugurar, e portanto, antes mesmo da Inglaterra, que só inicia em 1979, a estratégia neoliberal funcionando quase como um laboratório dessas medidas. Com isso reforça-se a tese de Hayek que diz que a adoção de medidas neoliberais prescinde da existência de um Estado Democrático para sua implantação, ou seja, não há necessidade da combinação de um Estado Democrático e a adoção das medidas neoliberais.
É necessário lembrar de alguns fatos ocorridos entre o final da década de 80 e início da década de 90, esses acontecimentos foram muito importantes: 1- o fim da “Cortina de Ferro” com a queda do muro de Berlim que foi erguido logo após o final da II Guerra Mundial e dividiu o mundo entre comunistas e capitalistas, pode-se dizer, e deflagrou o que foi chamado de Guerra Fria. Com a queda do muro, surge um discurso sobre o fim do socialismo; 2- o fim da União Soviética com a desintegração das repúblicas e o surgimento de novos estados soberanos; 3- surgimento de novos blocos econômicos: a União Européia, o NAFTA, o Mercosul, entre outros, o mundo começava a se organizar; 4- o surgimento dos chamados Tigres Asiáticos, ou seja, países asiáticos com grande crescimento econômico, podemos citar Japão, Taiwan, China entre outros; 5- ocorre a terceira revolução industrial que trás um super desenvolvimento científico e tecnológico e com isso o fortalecimento do capitalismo e a consequente política neoliberal. Nesse contexto podemos observar palavras como neoliberalismo e globalização que vão começar a fazer parte de todo o repertório da mídia, vão permear os discursos políticos durante toda a década de 90 até hoje, vai habitar o discurso das pessoas de forma geral, revistas, jornais, televisão e rádio vão trazer essas duas palavras com o sentido de ordem do fim de um milênio e a quase inauguração de um outro século. Essas duas palavras, geralmente, vinham acompanhadas de uma certa dose de preconceito, o neoliberalismo com esse sufixo ismo e um sentido de ataque a globalização pra dizer que o mundo tinha mudado. O que precisamos observar nessas duas palavras é que elas surgem como fenômeno e não somente com um ranço ideológico.
A ONDA NEOLIBERAL NO BRASIL 
Precisamos entender a importância do contexto que antecede a chegada da onda neoliberal no Brasil, que é um consenso entre nossos autores de referência que se deu antes da década de 1990. Primeiro é importante destacar o processo de redemocratização do país, ainda na década de 80, em 1985 com a eleição indireta para presidente que elegeu Tancredo Neves e José Sarney como seu vice, em função da morte de Tancredo é José Sarney que assume a presidência da república e a importância da assembléia nacional constituinte em 1987 que culmina em 1988 com a promulgação do texto constitucional, texto este, que é fundamental para a garantia de direitos no Brasil, para constituição do Estado Democrático de Direitos, para a ampliação de direitos, para que direitos que até então eram abordados ou tidos como benesse, como caridade, como favor, passassem a ser reconhecidos como direitos; como é o caso da Assistência Social por exemplo. Até então não havia uma percepção da Assistência Social como direito, da mesma maneira que é no texto constitucional vai estar escrito que a saúde é direito de todos e dever do estado e outros.
É importante conhecermos esse texto constitucional, da sua aprovação e das leis complementares que o seguiram. Em 1989 vai ocorrer a primeira eleição direta para presidência da república após todo esse período de ditadura militar e nessa época uma série de candidatos representando diversos segmentos da sociedade brasileira concorreram a presidência da república, para relembrar foram os seguintes candidatos: Paulo Maluf, Ronaldo Caiado, Eneas, Ulisses Guimarães, Lula, Collor, Brizola e Mário Covas. O segundo turno foi entre Fernando Collor de Melo e Luiz Inácio Lula da Silva, tendo sido eleito Fernando Collor de Melo que congregava em torno de si uma série de setores da sociedade brasileira que apoiavam a adesão do Brasil as medidas neoliberais, é importante conhecer esse processo até pra poder se perceber algumas contradições e como o discurso dado a ação da medida neoliberal acabou sendo exitoso no Brasil, apesar de algumas contradições tais como: a própria contradição voltada ao texto constitucional que foi tratado já na década de 90 como um texto ultrapassado, o texto é aprovado em 1988, Collor toma posse em 1990, dá-se início a um processo, mas sem ter legitimidade para tanto, tanto é que em 1992 Collor sofre um processo de impeachment, após uma série de denúncias de corrupção e o seu vice-presidente, Itamar Franco, assume a presidência da república e inicia esse processo de uma forma até mais eficaz. 
É com Itamar Franco que Fernando Henrique Cardoso emerge nesse processo como uma figura política importante, tendo sido ele o ministro da fazendo do governo Itamar Franco que leva adiante o Plano Real, que aliás, lhe garante a eleição da presidência da república em 1994. Então de 1988 a 1994 há apenas um intervalo de seis anos, mais ainda assim, o texto constitucional sofre críticas, uma série de mudanças começam a ser estabelecidas durante este texto sob o argumento de ser um texto ultrapassado, na verdade essas mudanças que vão ser promovidas na constituição federal, elas estão diretamente vinculadas e antenadas com esse processo da onda neoliberal que chega até o Brasil e que aposta justamente entre outros aspectos na redução do gasto social, para que isso fosse feito era necessário que uma série de emendas ao texto original fossem produzidas. 
É sempre importante nessa análise perceber, claro no caso do Brasil no contexto local, mas articulá-lo ao contexto internacional. Então é importante lembrar o papel do Consenso de Washington em 1989 que é o momento onde esse modelo de desenvolvimento baseado nessas medidas neoliberais é imposto aos países periféricos, dentre eles o Brasil. Então esse modelo de desenvolvimento é elaborado pelo Banco Mundial, pelo FMI e é tornado um receituário neoliberal, como alguns autores vão colocar por exemplo Soares (2001). Então qual é o padrão imposto a partir desse modelo? É aquele padrão que havia sido instalado nos países de capitalismo avançado ou países centrais. A democracia ou aumenos a maneira como se defende a democracia nesses países, os mercados sem regulação e o individualismo consumista. Esse receituário neoliberal também vai ter um impacto direto nas políticas sociais por prever um destaque de projetos focalizados na pobreza.
PRIVATIZAÇÕES DAS EMPRESAS ESTATAIS
Privatização é o processo de transferência de empresas estatais para rede privada, ou seja, empresas do estado vendidas para o capital privado.
A globalização propõe, para os países que interessam ingressar nesse processo, algumas exigências. No Brasil ocorreu a abertura de mercado para a entrada de mercadorias importadas e o fim do monopólio estatal (privatização). Desse modo, o país integrou ao processo de privatização, especialmente nos setores ligados à eletricidade,telecomunicação, mineração entre outros.
O processo de privatização possui duas vertentes, de um lado o fator negativo, que favorece a continuidade da dependência econômica e tecnológica dos países desenvolvidos; por outro lado, a partir da venda das estatais o poder público deixa de destinar recursos para investimentos e passa a contar com os tributos gerados pelas empresas, o que para o governo é viável.
Principais privatizações em diferentes governos no Brasil:
Governo Collor: Usiminas e Companhia Siderúrgica Nacional
Governo FHC: No decorrer de seu mandato, o presidente Fernando Henrique Cardoso arrecadou 22,23 bilhões de dólares na privatização de empresas do setor elétrico e 29,81 bilhões de dólares das telecomunicações.
Governo Lula: Durante o governo Lula o alvo das privatizações foram às rodovias, pelo menos 2.600km de estradas federais passaram para as mãos do capital privado.
Como resposta a sua própria crise, iniciou-se um processo de reorganização do capital e de seu sistema ideológico e político de dominação, cujos contornos mais evidentes foram o advento do Neoliberalismo, com a privatização do Estado, a desregulamentação dos direitos do trabalho e a desmontagem do setor produtivo estatal (Antunes, 2002, p.31).
O modelo liberal propõe o fim das intervenções do estado nas relações de mercado, o estado estaria fora também da assistência pública aos mais pobres com a única exceção, as Workhouses (casas de trabalho), ou seja, aquela assistência desprovida de cidadania, ou seja, as páreas da sociedade. Já os neoliberais defendem a intervenção do estado no mercado de trabalho, mercado de capitais, bens e serviços. O Estado entra como regulador, somente, desses serviços e também nas políticas sociais. Um bom exemplo é que se você é um funcionário com carteira assinada de uma empresa privada, logo, tem que obedecer as regras da CLT, tais como, férias anuais, 13º salário, salário com mínimo exigido pelo estado. Os neoliberais não criticam a regulação, mas o excesso exercido pelo estado, a política neoliberal por exemplo prevê intervenções nas relações de trabalho. Já as políticas sociais se apresentavam como compensatórias, temporárias e focadas nos mais pobres. Algumas políticas sociais podemos citar como a transferência de renda, o seguro desemprego como algo temporário; políticas sociais permanentes como educação gratuita, saúde pública e formação profissional.
PROJETO NEOLIBERAL X POLÍTICAS SOCIAIS
	O Projeto Neoliberal privilegia os assuntos de ordem econômica. Ele não reconhece os direitos sociais, inclusive aqueles recentemente conquistados, duramente conquistados, na Constituição Federal de 1988. 
	Não era negada a existência da pobreza e da miséria, do desemprego, da violência, da falta de saneamento básico, de moradias subnormais e a negligência por parte do Estado. Entretanto, defendia-se que os enfrentamentos destes problemas deveria ser uma tarefa solidária, ou seja, alguns deveriam ser realizados por iniciativas paliativas e tímidas pelo Poder Público, e outras, a maioria, deveriam ser assumidas pela sociedade. 
	Desta forma, retoma-se a ideia de que as famílias e a sociedade deveriam assumir, de maneira voluntária, a responsabilidade que há pouco havia sido atribuída ao Estado. Sobre isso, Soares (2003, p. 11) salienta o retrocesso quando se compara com as conquistas recentes:
Retrocedemos historicamente à noção de que o bem-estar social pertence ao âmbito do privado, ou seja, as pessoas, as famílias e as comunidades devem responsabilizar-se pelos seus problemas sociais, tanto pelas causas como pelas soluções.
	A forma que o governo expressava a adesão ao projeto neoliberal em detrimento da proteção social foi através do total descaso com as políticas sociais. Como exemplos, os gastos com a assistência social (que acabava de se tornar política social com a Constituição Federal), os quais foram reduzidos ano após ano. Os gastos, nestas áreas, em 1995, foram de 43,4% da receita; em 1996, caiu para 40,1%; em 1997, 39,9%; e, em 1998, a proposta orçamentária foi de 39,1%. Vale destacar que a assistência acabara de ser considerada política social de responsabilidade do Estado e direito do cidadão que dela necessitar. 
	Lesbaupin (1999) expressa pesquisas no livro Desmonte da Nação: balanço do Governo FHC, sobre como foram tratadas as questões sociais naquele período.
	Outra situação que nos assusta foi no âmbito da educação, a situação fica mais evidente, quando destacamos:
No programa “Educação de crianças de 0 a 6 anos”, o corte, entre 1995 e 1998, foi de 17,74%;
No programa “Ensino Fundamental”, no mesmo período, o corte foi de 15,28%;
No programa “Ensino Médio”, ao longo do primeiro governo FHC, o corte foi de 31,51%;
No programa de “Ensino Superior”, o corte, entre 1995 e 1998, chegou a 28,7%;
No programa “Ensino Supletivo”, o corte no primeiro governo FHC foi da ordem de 82,17%.
Enquanto se reduzia paulatinamente os investimentos nas áreas sociais, descumprindo as orientações constitucionais, o governo da época injetou 20 bilhões de dólares do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional – PROER, sendo que os recursos investidos eram superiores ao orçamento total da saúde, referente ao ano de 1997 (OLIVEIRA, 2003), como medida para salvar os bancos Econômico, Nacional e Bamerindus. 
 A falta de investimento e a redução dos orçamentos das políticas sociais provocaram o sucateamento nos serviços das políticas sociais, principalmente nas Unidades Básicas de Saúde, escolas, serviços de segurança e outros. A situação agravou ainda mais com um grave processo de recessão com níveis assustadores de desemprego, queda nos salários para aqueles trabalhadores que ainda conseguia se manter no emprego, desigualdade social e tensões populares. As manifestações políticas devido às perdas sociais foram em todas as partes do Brasil, como a greve dos petroleiros em 1997, manifestações do movimento dos sem terra e dos estudantes etc. 
CONCLUSÃO
O processo de construção de uma ordem democrática no Brasil tem se revelado, sem surpresas, como contraditório e multifacetado. Se em determinadas áreas o avanço é perceptível, como nos aparatos e práticas institucionalizadas do jogo democrático, em outros permanecem situações estruturais graves, muito distantes de um aprofundamento democrático. Neste caso, avultam as questões sociais em outros campos, todavia, um modelo de inter-relação política foi se consolidando de modo quase discreto e atualmente sem alardes. 
Vê-se, então, que a democracia é justamente a extensão da ética e da responsabilidade para o âmbito da gerência da própria totalidade orgânica da qual o homem faz parte. Neste sentido, reabilitamos de forma diferenciada a velha unidade Greco entre ética e política.
No decorrer desse trabalho podemos perceber a trajetória da política social desde o surgimento das leis que protegem o trabalhador e sua passagem pelo neoliberalismo, que propunha a quebra dos sindicatos e movimentos operários para poder ter controle do dinheiro público. Frente a esse contexto podemos afirmar que a implantação do modelo capitalista neoliberal alterou as relações de classe e de poder existentes na sociedade brasileira. 
O neoliberalismo demonstrou protecionismo típico do período desenvolvimentista e reduziu a já precária rede de direitos sociais herdadas pelo populismo. A necessidade de examinarmos o quadro geral das relações de classe de uma maneira que vê as lutas populares decorre do fato desse quadro ser o ambiente no qual se desenvolvem os movimentos populares e que condiciona os objetivos, as condições de luta e as possibilidades de vitória a tais movimentos, vitória essa que só seria possível num verdadeiro Estado social democrático de direito.
REFERÊNCIAS
ANDERSON, P. Balanço do Neoliberalimso. In: SADER, E. (org) Pós-neoliberalismo e o Estado Democrático. 
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho – ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Bomtempo, 2002
BRASIL.Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Constituição da República do Brasil de 1998.
BEHRING, E.; BOSCHETTI, I. Política Social: Fundamentos e História. São Paulo: Cortez, 2008.
BOSCHETTI, I.; SALVADOR, E. O Financiamento da Seguridade Social no Brasil no período 1999 a 2004: Quem Paga a conta? IN MOTA, A. E. Serviço Social e Saúde. Brasília: ABEPSS, OPAS, 2006
LESBAUPIN, I. (org.). O desmonte da nação: balanço do governo FHC. Petrópolis: Vozes, 1999.
MOTA, A. E. Cultura da Crise e Seguridade Social. São Paulo: Cortez, 1995. 
_________. Seguridade Social Brasileira: Desenvolvimento Histórico e Tendências Recentes IN MOTA, A. E. Serviço Social e Saúde. Brasília: ABEPSS, OPAS, 2006. 
VIANNA, M. L. W. As armas secretas que abateram a Seguridade Social IN LESPAUBIN, I. O Desmonte da Nação. São Paulo: Vozes, 1999. 
SOARES, L. T. R. Os custos sociais do ajusto neoliberal no Brasil. Buenos Aires: CLACSO, 2001
SOARES, L. T. R. O desastre social. Rio de Janeiro: Record, 2003.

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