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Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência

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Brasília-DF, 2011.
Suporte Básico de Vida e 
Socorros de Emergência
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Sumário
Elaboração:
Marta Peres Sobral Rocha
Colaboração:
Carlos Alcantara
Produção:
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
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Sumário
Apresentação........................................................................................................................................ 4
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa ................................................................................ 5
Organização da Disciplina ................................................................................................................... 6
Introdução ............................................................................................................................................ 7
Unidade I – Suporte Básico de Vida .................................................................................................... 9
Capítulo 1 – Atendimento Pré-Hospitalar e Avaliação Inicial da Vítima .................................... 9
Capítulo 2 – Parada Cardiorrespiratória.................................................................................. 16
Capítulo 3 – Protocolo de Reanimação Cardiopulmonar (Diretrizes Ilcor 2010) ........................ 20
Unidade II – Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar ............................................. 31
Capítulo 4 – Urgências e Emergências Cardiovasculares ......................................................... 31
Capítulo 5 – Urgências e Emergências Neurológicas ............................................................... 38
Capítulo 6 – Urgências e Emergências Obstétricas ................................................................. 41
Unidade III – Situações Especiais e Atendimento de Emergência .................................................... 49
Capítulo 7 – Intoxicações Exógenas e Acidentes com Animais Peçonhentos ........................... 49
Capítulo 8 – Queimaduras e Choque Elétrico .......................................................................... 63
Capítulo 9 – Afogamento ....................................................................................................... 69
Capítulo 10 – Considerações sobre o Trauma ........................................................................... 72
Para (não) Finalizar .............................................................................................................................. 78
Referências ........................................................................................................................................... 79
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ApresentaçãoApresentação
Caro aluno,
Bem-vindo ao estudo da disciplina Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência.
Este é o nosso Caderno de Estudos e Pesquisa, material elaborado com o objetivo de contribuir para a realização e o 
desenvolvimento de seus estudos, assim como para a ampliação de seus conhecimentos.
Para que você se informe sobre o conteúdo a ser estudado nas próximas semanas, conheça os objetivos da disciplina, a 
organização dos temas e o número aproximado de horas de estudo que devem ser dedicadas a cada unidade.
A carga horária desta disciplina é de 40 (quarenta) horas, cabendo a você administrar o tempo conforme a sua 
disponibilidade. Mas, lembre-se, há uma data-limite para a conclusão do curso, incluindo a apresentação ao seu tutor 
das atividades avaliativas indicadas.
Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, que farão parte das atividades 
avaliativas do curso; serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas 
complementares.
Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados nesta disciplina. Lembre-se de que, apesar de 
distantes, podemos estar muito próximos.
A Coordenação
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Organização do Caderno de Estudos e PesquisaApresentaçãoApresentação
Apresentação: Mensagem da Coordenação.
Organização da Disciplina: Apresentação dos objetivos e da carga horária das unidades.
Introdução: Contextualização do estudo a ser desenvolvido por você na disciplina, indicando a importância desta para 
sua formação acadêmica.
Ícones utilizados no material didático
Provocação: Pensamentos inseridos no material didático para provocar a reflexão sobre sua prática e 
seus sentimentos ao desenvolver os estudos em cada disciplina. 
Para refletir: Questões inseridas durante o estudo da disciplina para estimulá-lo a pensar a respeito 
do assunto proposto. Registre sua visão sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é 
verificar seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você reflita 
sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho.
Textos para leitura complementar: Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de 
dicionários, exemplos e sugestões, para lhe apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto 
básico.
Sintetizando e enriquecendo nossas informações: Espaço para você fazer uma síntese dos textos 
e enriquecê-los com sua contribuição pessoal.
Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas: Aprofundamento das discussões.
Praticando: Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedagógico de fortalecer o 
processo de aprendizagem.
Para (não) finalizar: Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir com a 
reflexão.
Referências: Bibliografia consultada na elaboração da disciplina.
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Organização da Disciplina
Ementa:
Atendimento pré-hospitalar em casos de urgência e de emergência: parada cardiorrespiratória. Protocolo de Reanimação 
Cardiopulmonar. Urgências e Emergências Cardiovasculares, Neurológicas e Obstétricas. Intoxicações Exógenas e 
Acidentes com Animais Peçonhentos. Queimaduras e Choque Elétrico; Afogamento e Trauma.
Objetivos:
•	 Aplicar corretamente procedimentos voltados para o atendimento de urgência e emergência prestado aos 
pacientes no ambiente extra-hospitalar.
•	 Reconhecer falência dos sistemas respiratórios e/ou cardiovasculares.
•	 Reconher urgências e emergências cardiovasculares, neurológicas e obstétricas.
•	 Aplicar procedimentos em situações especiais como intoxicações, queimaduras, choque elétrico, afogamento 
e trauma.
Unidade I – Suporte Básico de Vida
Carga horária: 10 horas
Conteúdo Capítulo
Atendimento Pré-Hospitalar e Avaliação Inicial da Vítima 1
Parada Cardiorrespiratória 2
Protocolo de Reanimação Cardiopulmonar (Diretrizes Ilcor 2005) 3
Unidade II – Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar
Carga horária: 15 horas 
Conteúdo Capítulo
Urgências e Emergências Cardiovasculares 4
Urgências e Emergências Neurológicas 5
Urgências e Emergências Obstétricas 6
Unidade III – Situações Especiais e Atendimento de Emergência
Carga horária: 10 horas 
Conteúdo Capítulo
Intoxicações Exógenas e Acidentes com Animais Peçonhentos 7
Queimaduras e Choque Elétrico 8
Afogamento 9
Considerações sobre o Trauma 10
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Introdução
O Suporte Básico de Vida compreende o atendimentoprestado a uma vítima de mal súbito ou trauma, visando à 
manutenção de seus sinais vitais e à preservação da vida, além de evitar o agravamento das lesões existentes, até que 
uma equipe especializada possa transportá-la ao hospital e oferecer um tratamento definitivo.
Apesar de qualquer cidadão poder ajudar em uma situação de emergência, é importante lembrar que isso não o torna um 
“socorrista” profissional. Para se profissionalizar é necessário adquirir muito mais informações e habilidades, treinamento 
adequado e, inclusive, para muitas das funções, diploma e registro profissional. Portanto, devemos preferir, sempre 
que possível, o atendimento pelos socorristas e PROFISSIONAIS DE SAÚDE, que contam com formação qualificada e 
equipamentos especiais para realizá-lo.
Nesta disciplina serão abordadas situações de urgências e emergências mais comumente encontradas pelo profissional 
de saúde no ambiente pré-hospitalar e as principais condutas a serem tomadas até a chegada de equipe especializada 
para atendimento e transporte do paciente ao hospital.
Um bom aproveitamento para todos!
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Para (não) Finalizar
Suporte Básico de Vida
Capítulo 1 – Atendimento Pré-Hospitalar
e Avaliação Inicial da Vítima
A principal causa de morte fora dos hospitais é a falta de 
atendimento. A segunda é o socorro inadequado. As pessoas 
morrem porque ninguém faz nada e continuam morrendo porque 
alguém não capacitado resolveu fazer algo.
Fernando Barreiro
O Suporte Básico de Vida (SBV), oferecido aos pacientes no ambiente extra-hospitalar, consiste no reconhecimento e na 
correção imediata da falência dos sistemas respiratório e/ou cardiovascular, ou seja, a pessoa que presta o atendimento 
deve ser capaz de avaliar e manter a vítima respirando, com batimento cardíaco e sem hemorragias graves, até a 
chegada de uma equipe especializada.
Em outras palavras, o profissional de saúde que presta o socorro, que aqui o identificaremos como socorrista, para 
fins didáticos, ao iniciar o suporte básico estará garantindo por meio de medidas simples, não invasivas e eficazes de 
atendimento as funções vitais do paciente e evitando o agravamento de suas condições.
São inúmeras as situações de urgências e emergências que necessitam do atendimento de um profissional de saúde 
ou de um socorrista especializado: traumatismos, queimaduras, doenças cardiovasculares, parada cardiorrespiratória, 
crise convulsiva, afogamento, intoxicações etc. Para cada caso específico, o profissional deverá estar apto a prestar 
um socorro adequado e de qualidade.
É preciso definir e diferenciar o que vem a ser então uma situação de urgência ou emergência. Segundo o Conselho 
Federal de Medicina (Resolução CFM nº 1451/95), “define-se por urgência a ocorrência imprevista de agravo à saúde com 
ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata.” Já o conceito de emergência 
é entendido como “a constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou 
sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato.”
De forma mais objetiva, a urgência é uma situação onde não existe risco imediato à vida (ou risco de morte). O 
atendimento requer rapidez, mas o paciente pode aguardar tratamento definitivo e solução em curto prazo (algumas 
literaturas se referem a um prazo de até 24 horas). A emergência geralmente implica estarmos diante de uma situação 
de aparecimento súbito e imprevisto, grave, crítica e que exige ação imediata, pois a ameaça à vida é grande.
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Unidade ISuporte Básico de Vida
Como o próprio nome diz, o serviço de Atendimento Pré-hospitalar (APH) envolve todas as ações efetuadas com o 
paciente, antes da chegada dele ao ambiente hospitalar. Compreende, portanto, três etapas: 
1. assistência ao paciente na cena (no local da ocorrência);
2. transporte do paciente até o hospital;
3. chegada do paciente ao hospital.
O APH divide-se, ainda, basicamente em duas modalidades de atendimento:
•	 Suporte	Básico	à	Vida	(SBV):	caracteriza-se	por	não	realizar	manobras	invasivas.
•	 Suporte	Avançado	à	Vida	(SAV):	caracteriza-se	pela	realização	de	procedimentos	invasivos	de	suporte	ventilatório	
e circulatório, como, por exemplo, a intubação orotraqueal, acesso venoso e administração de medicamentos. 
Geralmente, o suporte avançado é prestado por equipe composta por médico e enfermeiro.
Para saber mais sobre o serviço de Atendimento Pré-hospitalar, os 
profissionais de saúde que o realizam e as medidas de Primeiros 
Socorros para leigos, acesse os sites a seguir:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Atendimento_pr%C3%A9-
hospitalar>
<http://www.anvisa.gov.br/reblas/manual_primeiros_socorros.pdf>
<http://www.scamilo.edu.br/pdf/mundo_saude/58/08a15.pdf>
<www.fmrp.usp.br/revista/1999/vol32n4/uma_breve_revisao_
atendimento_medico_pre_hospitalar.pdf>
<http://www.scielo.br/pdf/ape/v19n3/a04v19n3.pdf>
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiros_socorros>
O APH tem como objetivos específicos preservar as condições vitais e transportar a vítima sem causar traumas 
iatrogênicos durante sua abordagem, como, por exemplo, danos ocorridos durante manipulação e remoção inadequada 
(do interior de ferragens, escombros etc.). O socorrista deve ter como princípio básico evitar o agravamento das lesões 
e procurar estabilizar as funções ventilatórias e hemodinâmicas do paciente.
As condições essenciais para que esses objetivos sejam alcançados são: pessoal qualificado e devidamente treinado; 
veículos de transporte apropriados e equipados, sendo inclusive dotados de meio de comunicação direta com o centro 
que receberá a vítima e hospitais de referência estrategicamente localizados, com infraestrutura material e recursos 
humanos adequados.
Uma atenção pré-hospitalar qualificada é de suma importância para que a vítima chegue viva ao hospital. Nos locais 
onde esse sistema é inadequado, a mortalidade hospitalar por trauma, por exemplo, é baixa, porque os pacientes graves 
morrem no local do acidente, ou durante o transporte.
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Unidade ISuporte Básico de Vida
Para conhecer mais sobre a caracterização dos serviços de urgência e emergência, SAMU, normatização 
e legislação do Atendimento Pré-hospitalar (APH) no Brasil, leia sobre a Política Nacional de Atenção às 
Urgências, documento disponível no site do Ministério da Saúde: 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Politica%20Nacional.pdf>.
O socorrista, ao decidir intervir em determinada ocorrência no ambiente pré-hospitalar, deverá seguir algumas 
regras básicas de atendimento:
1. AVALIAR CUIDADOSAMENTE O CENÁRIO
 – Qual a situação? Observar, reconhecer e avaliar cuidadosamente os riscos que o ambiente 
oferece (para você, sua equipe e terceiros – paciente, familiares, testemunhas, curiosos), qual 
o número de vítimas envolvidas, gravidade etc.
 – Como a situação pode evoluir? Tenha sempre em mente que o ambiente pré-hospitalar nunca está 
100% seguro e uma situação aparentemente controlada pode tornar-se instável e perigosa a qualquer 
momento. Portanto, a segurança deverá ser reavaliada constantemente! Identifique as ameaças 
ao seu redor, tais como riscos de atropelamento, colisão, explosão, desabamentos, eletrocussão, 
agressões etc. Na existência de qualquer perigo em potencial, aguarde o socorro especializado. 
Lembre-se: não se torne mais uma vítima! Quanto menor o número de vítimas, melhor.
 – Que recursos devem ser acionados? Verifique se há necessidade de solicitar recursos adicionais, 
tais como corpo de bombeiros, defesa civil, polícia militar, companhia elétrica e outros.
2. ACIONARA EQUIPE DE RESGATE especializado e autoridades competentes, caso seja necessário, 
conforme avaliação anterior. Não devemos esquecer que solicitar o serviço de socorro pré-hospitalar 
profissional é tão importante quanto cuidar da própria vítima. Na maioria das cidades brasileiras, os 
principais números para acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), serviço de 
salvamento e resgate (Corpo de Bombeiros) e Polícia Militar, são respectivamente: 192, 193 e 190.
3. SINALIZAR O LOCAL: isso é especialmente importante em casos de acidentes automobilísticos, 
portanto não se esqueça de sinalizar a cena e torná-la o mais segura possível. Utilize o triângulo 
de sinalização, pisca-alerta, faróis, cones, galhos de árvores etc.
4. Utilizar BARREIRAS DE PROTEÇÃO contra doenças contagiosas. Ao examinar e manipular 
a vítima, o socorrista deverá tomar todas as precauções para evitar a sua contaminação 
por agentes infecciosos, sangue, secreções ou produtos químicos. O uso de equipamento 
de proteção individual (EPI), tais como luvas descartáveis, óculos de proteção, máscaras e 
aventais, é essencial para a segurança do profissional de saúde em atendimento. Portanto, 
proteger-se de qualquer contaminação e minimizar os riscos de exposição fazendo uso das 
precauções universais é uma obrigação da pessoa que presta o socorro. Lembre-se do bom 
senso: a sua segurança em primeiro lugar, correto? Lembramos ainda que a lavagem de mãos 
com água e sabão deverá ser feita rigorosamente antes e após cada atendimento. Esse é um 
hábito imprescindível a ser adotado tanto no ambiente pré-hospitalar quanto hospitalar, por 
todos os profissionais de saúde. Quando se trata de uma emergência o que deve-se fazer é 
se proteger (com luvas) para salvar a vida e não procurar uma pia para se lavar. Para mais 
informações, consulte o site:
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Unidade ISuporte Básico de Vida
5. RELACIONAR TESTEMUNHAS para sua própria proteção pessoal, profissional e legal enquanto 
prestador de socorro.
6. ABORDAGEM E AVALIAÇÃO DA VÍTIMA
Após avaliar o ambiente e tomar todas as precauções de segurança e proteção individuais, o 
socorrista deverá se identificar e se apresentar à vítima dizendo: “Sou um profissional de saúde. 
Posso ajudar?”
Em seguida, devidamente autorizado a prestar auxílio e observando todos os aspectos pessoais 
e legais da cena do acidente (ou doença aguda), o profissional poderá intervir diretamente no 
atendimento.
É fundamental que o socorrista profissional classifique a vítima em adulto, criança ou bebê, pois os 
procedimentos de SBV, caso sejam necessários, serão adotados respeitando-se essa classificação, 
de acordo com as últimas recomendações (2010) da American Heart Association.
•	 Bebê (“lactente”): do nascimento ao primeiro ano de vida.
•	 Criança: do primeiro ano de vida até o início da puberdade (por ex: desenvolvimento das mamas em 
meninas e pelos axilares nos meninos).
•	 Adulto: a partir da puberdade.
A prioridade de atendimento é determinada basicamente pela gravidade da vítima, ou seja, 
serão socorridas e atendidas primeiramente aquelas que se encontram sujeitas a maior risco 
de morte, pois o objetivo principal do primeiro socorro é a preservação da vida. O socorrista 
deverá seguir uma sequência padronizada e executar as medidas de socorro conforme for 
identificando as lesões da vítima. O exame é dividido em dois tempos principais: avaliação 
primária e avaliação secundária.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA consiste numa análise de todas as condições que impliquem risco 
iminente de morte, tais como permeabilidade das vias aéreas, respiração eficaz (anormal ou 
gasping), estabilidade circulatória, controle de grandes sangramentos e estabilização da coluna 
cervical. Essa etapa inicial da avaliação deverá ser completada em 60 segundos, no máximo 
e imediatamente chamar ou solicitar alguém que chame o serviço de atendimento móvel, se 
disponível no local trazer o DEA – Desfibrilador Automático Externo. Durante a avaliação 
primária, o socorrista identifica e corrige prontamente todos os problemas que ameaçam a vida 
do doente. As medidas de suporte básico de vida são iniciadas nesse primeiro instante.
A sequência ABC foi alterada para CAB, o socorrista iniciará com as compressões caso a vítima 
não apresente pulso. A maior parte dos pacientes que sofrem PCR inicialmente apresentou 
Fibrilação Venticular – FV ou Taquicardia Ventricular – TV sem pulso. Diante disto as medidas 
imediatas são compressões e desfibrilação precoce. Sendo assim a sequência utilizada 
anteriormente retardaria o início da massagem cardíaca. Com alteração da sequência as 
manobas de compressões serão iniciadas sem atraso e a ventilação verá em seguida.
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Unidade ISuporte Básico de Vida
•	 Circulação – O pulso está presente? Não se deve demorar mais do que 10 segundos para 
identificar o pulso. Existe alguma hemorragia grave? Na ausência de pulso iniciar de imediato 
com 30 compressões torácicas, em uma frequência de no mínimo 100 vezes por minutos, com a 
profundidade de 5 cm. Prevenir ou tratar o estado de choque. 
•	 Vias aéreas e estabilização da coluna cervical (em vítimas de trauma, profissionais de sáude que 
suspeitarem de trauma realizar anteriorização da mandíbula) – Ver, Ouvir e Sentir não se usa mais. 
Verificar se as vias aéreas estão pérvias ou se existem sinais de obstrução.
•	 Respiração – O paciente respira? Na ausência da respiração realizar 2 ventilações. Essa respiração 
está sendo eficaz? Ofertar suporte ventilatório com oxigênio suplementar de 12 a 15 L/min para 
vítimas de trauma.
•	 Avaliação neurológica – Chamar pela pessoa. “Você está bem? Posso ajudar? Qual o seu nome?” 
Um método muito simples para determinar rapidamente o estado de consciência é a utilização do 
sistema AVDI.
A – Acordado, Alerta: o indivíduo emite respostas coerentes (nome, endereço, detalhes do 
acidente...). Geralmente a vítima mantém contato visual com o socorrista e atende normalmente 
aos estímulos visuais, auditivos e táteis.
V – Verbal: nesse estágio a vítima ainda atende ao estímulo verbal dado pelo socorrista 
(comando de voz), no entanto, pode apresentar-se confusa e emitir palavras desconexas. 
Devemos considerar que essa vítima poderá perder a consciência a qualquer momento, portanto 
ela deve ser estimulada a manter-se acordada.
D – Doloroso: nesse estágio a vítima não atende mais aos estímulos verbais do socorrista, 
apesar de poder emitir sons ou gemidos, mas sem capacidade de contato visual direto. Realiza-
se um estímulo doloroso (sobre o esterno, trapézio ou leito ungueal) para obter qualquer resposta 
da vítima (localizar a dor, reagir com caretas, movimentos, gemidos...). É bom lembrar que em 
muitos casos, a vítima estará em um estado de semiconsciência e poderá até mesmo ouvir e 
sentir o que acontece ao seu redor. Dessa forma, o socorrista também deverá estimular o retorno 
da vítima ao estado de resposta verbal, incentivando a melhora do seu nível de consciência.
I – Irresponsivo ou Inconsciente: nesse estágio o indivíduo não responde nem mesmo ao 
estímulo doloroso. Isso, por si só, já caracteriza uma situação crítica.
•	 Exposição da vítima com controle da hipotermia – Retirar ou cortar as vestes para visualizar melhor 
e tratar as lesões de extremidades. Em seguida, cobrir a vítima, prevenindo assim a hipotermia e 
minimizando o choque.
Observação. O protocolo detalhado do suporte básico de vida e reanimação cardiopulmonar 
(RCP) será visto no capítulo seguinte.
É muito importante obter todas as informações possíveis do local do acidente. O socorrista 
deverá observar cuidadosamente a cena por si só, conseguir informações com a própria vítima 
(se conscientee orientada), familiares e testemunhas e avaliar os sinais e sintomas indicativos 
de uma emergência.
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Unidade ISuporte Básico de Vida
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (complementar): consiste na segunda etapa do exame, onde serão 
observadas todas as lesões que não impliquem risco imediato à vida. O socorrista deve buscar 
realizar anamnese direcionada, checar a história do acidente ou mal súbito, identificar os 
ferimentos, aferir os sinais vitais e realizar um exame físico padronizado, da cabeça aos pés. 
Algumas perguntas e informações são fundamentais e devem ser levantadas, como por exemplo:
•	 Nome, idade, telefone (menor de idade – contatar responsáveis).
•	 O que aconteceu?
•	 Isso já aconteceu antes?
•	 Algum problema de saúde?
•	 Está tomando algum remédio?
•	 Está fazendo algum tratamento de saúde?
•	 É alérgico a algum medicamento?
•	 Fez uso de algum tipo de droga?
•	 Qual o horário da última alimentação?
•	 O que você está sentindo? Sente dor em algum lugar?
Dica para realizar a anamnese: utilizar a sigla AMPLA.
A – Alergias
M – Medicamentos
P – Passado médico
L – Líquidos e alimentos
A – Ambiente (eventos relacionados ao trauma ou emergência 
clínica)
Durante a avaliação secundária, proceder, ainda, à avaliação dos sinais vitais, observar a cor 
da pele e verificar o nível de consciência. Destacamos abaixo algumas observações e “dicas” 
quanto aos dados obtidos pelo socorrista durante a realização dessa etapa.
 1. Condições que estimulam o sistema nervoso parassimpático, como algumas intoxicações, 
síncope e pressão intracraniana elevada podem provocar bradicardia.
 2. Condições que elevam a demanda de oxigênio, como febre alta, choque, hipóxia e anemia 
grave, provocam taquicardia.
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Unidade ISuporte Básico de Vida
 3. Um ritmo de pulso irregular e uma deficiência do pulso (frequência do pulso radial menor que a 
frequência do pulso apical) ocorrem com as arritmias.
 4. Um pulso filiforme geralmente é encontrado no choque hipovolêmico, assim como respirações 
rápidas e superficiais.
 5. Respiração profunda e difícil (com esforço – dispneia) pode indicar obstrução nas vias aéreas, 
doença cardíaca ou pulmonar.
 6. A diferença entre a PA sistólica e a diastólica (pressão de pulso) é aproximadamente de 30 a 
40mmHg.
 7. Quando a pressão de pulso é baixa, diz-se que a PA é convergente e quando é alta diz-se que a PA 
é divergente. A PA convergente indica vasoconstrição e ocorre, por exemplo, precocemente no 
choque hemorrágico antes da queda da pressão sistólica. A PA divergente indica vasodilatação 
e ocorre nas reações anafiláticas e no choque neurogênico.
 8. Uma pele fria e úmida é indicativa de uma resposta do sistema nervoso simpático a um 
traumatismo ou perda sanguínea (estado de choque). A exposição ao frio produz uma pele fria, 
no entanto seca. Uma pele quente e seca pode ser causada por febre, em uma doença, ou ser 
o resultado de uma exposição excessiva ao calor, como na insolação. 
 9. Todo politraumatizado taquicárdico e pálido está em choque, até que se prove o contrário. 
Pacientes com coloração rosada raramente têm hipovolemia crítica.
10. A cianose não aparece na intoxicação por monóxido de carbono, e a coloração vermelho-cereja 
da pele e mucosas, descrita como sinal clássico nesse tipo de intoxicação, é rara.
11. Dilatação pupilar bilateral e não reativa sugere dano cerebral grave.
12. Presença de pupilas anisocóricas sugere lesão cerebral por traumatismo craniano ou AVE – 
acidente vascular encefálico.
Este assunto está disponível em:
<http://www.bombeirosemergencia.com.br/analiseprimaria.html>
<http://www.marski.org/download/altamontanha/Manual-de-APH02.pdf>
<http://www.uniandrade.edu.br/links/menu3/publicacoes/revista_enfermagem/oitavo_a_manha/artigo15.pdf>.
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Capítulo 2 – Parada Cardiorrespiratória
A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma emergência relativamente frequente em qualquer serviço de atendimento de 
emergência, e significa a cessação dos batimentos cardíacos e dos movimentos respiratórios.
Já foi o tempo em que ausência de respiração e batimento cardíaco significava morte. Com a evolução das técnicas de 
reanimação cardiopulmonar, desenvolvimento de drogas, aperfeiçoamento de equipamentos e treinamento de leigos e 
profissionais, milhares de vidas são salvas em todo o mundo.
As células do organismo começam a morrer alguns minutos depois de cessadas as funções vitais. As células nervosas 
são as mais frágeis do corpo humano. Elas não conseguem sobreviver por mais de cinco minutos sem oxigênio, sofrendo 
lesões irreversíveis.
É claro que toda pessoa com alguma possibilidade de ser salva deve ser reanimada. No entanto, como saber que 
essa chance existe e quando devemos considerar a pessoa morta? Sabemos que uma vítima estará morta quando 
houver parada total e irreversível de suas funções encefálicas. Quando essas estruturas cessam suas funções de forma 
irreversível, podemos afirmar que ela se encontra morta e não há mais nada a ser feito.
“A parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte, conforme critérios já bem estabelecidos pela 
comunidade científica mundial.” (Trecho da Resolução do Conselho Federal de Medicina no 1.480/97, de 8/8/97).
Observação – Intoxicação por drogas depressoras do Sistema Nervoso Central (SNC), distúrbios metabólicos e 
hipotermia podem simular os parâmetros de lesão encefálica irreversível.
O socorrista, ao se aproximar da vítima e constatar que não existe respiração e pulso, não pode ter certeza se já existe 
a morte encefálica, portanto a vítima deverá receber as manobras de reanimação, a não ser que se encontrem sinais 
claros de morte óbvia. Existem inúmeros casos conhecidos em que a vítima foi reanimada com sucesso após longo tempo 
de parada cardíaca. (Fato relacionado com as causas da parada cardíaca e fatores ambientais que podem preservar o 
encéfalo por um tempo maior que os tradicionais 4 a 6 minutos para que a morte cerebral se inicie).
As causas de parada cardiopulmonar podem ser divididas em 2 grupos: primárias e secundárias.
Primárias: devido a um problema do próprio coração, causando uma arritmia cardíaca, geralmente a fibrilação ventricular. 
A causa principal é a isquemia cardíaca (chegada de quantidade insuficiente de sangue oxigenado ao coração).
Secundárias: são as principais causas de PCR em crianças e vítimas de traumatismos. A disfunção do coração é 
causada por problema respiratório ou por uma causa externa:
1. oxigenação deficiente: obstrução de vias aéreas e doenças pulmonares;
2. transporte inadequado de oxigênio: hemorragias graves, estado de choque e intoxicação pelo monóxido de 
carbono;
3. ação de fatores externos sobre o coração: drogas, trauma direto no coração e descargas elétricas.
Parada respiratória
A vítima interrompe os movimentos respiratórios, mas o coração pode continuar bombeando sangue durante alguns 
minutos e a circulação continua enviando oxigênio dos pulmões para os tecidos. Se houver uma intervenção precoce, é 
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possível reverter o quadro e prevenir a parada cardíaca. Do contrário, ocorrerá interrupção do funcionamento do coração 
enquanto bomba cardíaca, a circulação será suspensa e o quadro se agravará com parada cardiorrespiratória.
Causas da parada respiratória:
•	 estado	de	inconsciência	–	obstrução	de	vias	aéreas	por	queda	da	língua	na	faringe	posterior;
•	 obstruçãode	vias	aéreas	por	corpo	estranho	(OVACE);
•	 afogamento;
•	 acidente	vascular	encefálico;
•	 inalação	de	fumaça;
•	 overdose de drogas;
•	 trauma	cranioencefálico	etc.
Como reconhecer os sinais de uma parada cardiorrespiratória (PCR)
Tríade: vítima inconsciente, ausência de respiração e ausência de pulso em grande artéria (o principal sinal da parada 
cardiopulmonar, sendo o mais específico – ausência de pulso carotídeo no adulto e braquial no bebê).
Atenção! a midríase bilateral é um sinal tardio, ocorre em até 45 segundos após a parada cardíaca e pode aparecer em 
outras situações. Assim sendo, não utilizar a dilatação das pupilas para o diagnóstico da parada ou para definir que a 
vítima está com lesão cerebral irreversível. A persistência da midríase com a RCP é um sinal de prognóstico ruim.
A ausência de circulação do sangue interrompe a oxigenação dos tecidos. Após alguns minutos as células mais sensíveis 
começam a morrer. Os órgãos mais sensíveis à falta de oxigênio são o cérebro e o coração. A lesão cerebral irreversível 
ocorre geralmente após cinco a seis minutos (morte cerebral).
Dica: As vítimas submetidas a baixas temperaturas (hipotermia) podem suportar períodos mais longos sem oxigênio, 
pois o metabolismo diminui, reduzindo o consumo de oxigênio.
Portanto, a reanimação cardiopulmonar (RCP) é a técnica utilizada para retardar a lesão cerebral até a instituição 
de medidas de suporte avançado de vida. Consiste nas manobras de abertura das vias aéreas, respiração artificial e 
compressões torácicas, na tentativa de restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea.
Objetivos das manobras de reanimação cardiopulmonar (MRCP)
Oxigenar e circular o sangue até que seja iniciado o tratamento definitivo; retardar ao máximo a lesão cerebral; prolongar 
a duração da fibrilação ventricular (modalidade de PCR mais encontrada no ambiente extra-hospitalar), impedindo que 
ela se transforme em assistolia e permitir que a desfibrilação tenha sucesso; reverter a parada cardíaca em alguns casos 
de PCR por causas respiratórias.
A RCP não é capaz de evitar lesão cerebral por períodos prolongados. Com o tempo (minutos) a circulação cerebral 
obtida com as compressões torácicas vai diminuindo progressivamente até se tornar ineficaz. Durante a RCP a 
pressão sistólica atinge de 60 a 80mmHg, mas a pressão diastólica é muito baixa, diminuindo a perfusão de vários 
órgãos, entre os quais o coração. As paradas por fibrilação ventricular só podem ser revertidas pela desfibrilação 
(tratamento definitivo).
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Para cada minuto sem as manobras de reanimação cardiopulmonar e desfibrilação, as chances de sobrevivência da 
vítima caem de 7 a 10%.
Para a vítima em parada cardiopulmonar, o tempo é um fator crítico. (“Tempo é cérebro!”). Durante alguns minutos 
após a parada ainda existe oxigênio nos pulmões e na corrente sanguínea para manter a vida, mas as manobras de 
reanimação devem ser iniciadas tão logo se detecte a parada cardíaca. No entanto, o SBV sem desfibrilação não 
é suficiente para manter a vida por períodos prolongados e a reversão da PCR na maioria dos casos também não é 
obtida. Portanto, é fundamental a solicitação de unidade com desfibrilação e recursos de suporte avançado de vida. 
Estudos comprovam que vítima desfibrilada em até 8 minutos após a parada cardiopulmonar tem mais chances de 
sobrevivência.
O desfibrilador é um aparelho que emite descarga elétrica (choque) no intuito de reverter a arritmia cardíaca letal. 
Está indicado nas situações que o coração apresenta ritmo de fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular 
sem pulso (TV).
O DEA (desfibrilador externo automático) é um aparelho simples, bastante confiável e de fácil manuseio. Qualquer 
pessoa tem condição de operá-lo corretamente após treinamento adequado. (Veja modelos de desfibriladores ao final 
da unidade).
Fonte: <http://www.erc.edu>.
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Capítulo 3 – Protocolo de Reanimação Cardiopulmonar 
(Diretrizes Ilcor 2010)
Qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode iniciar ressuscitação 
cardíaca... tudo o que é necessário são duas mãos.
Kouvenhoven, 1960.
As manobras de reanimação cardiopulmonar vêm sendo aperfeiçoadas ao longo de várias décadas. A International Liaison 
Committee on Resuscitation (Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação) foi criada em 1992, com intuito de 
promover um fórum entre as principais organizações de ressuscitação de todo o mundo, disseminando informações para 
o treinamento e educação em ressuscitação, entre outros objetivos.
As novas recomendações internacionais para suporte básico e avançado de vida podem ser encontradas 
nos sites da Associação Americana do Coração (American Heart Association) e do Conselho Europeu 
de Ressuscitação:
<http://mmintensivecare.webnode.pt/news/diretrizes-guidelines-da-american-heart-association-aha-
2010-para-rcp/>
<http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/2075-ECv9n2_99-101.pdf>
<http://www.erc.edu/index.php/guidelines_download/en>.
A sobrevivência à parada cardiorrespiratória depende de uma série de intervenções fundamentais, que correspondem à 
“corrente de sobrevivência”. O reconhecimento imediato dos sinais, o acionamento precoce do serviço de emergência 
(acesso rápido), a RCP imediata, a chegada da equipe de atendimento (com a desfibrilação precoce) e entrada rápida 
no hospital (Suporte Avançado de Vida – SAV) são elos vitais da corrente para garantir a eficácia do processo. A 
recuperação da circulação deve ocorrer num período inferior a 4 minutos, caso contrário poderão sobrevir alterações 
irreversíveis no sistema nervoso, um dos tecidos mais sensíveis à falta de oxigênio.
Cadeia de Sobrevivência de ACE Adulto da AHA
Fonte: Guidelines da American Heart Association, 2010.
Um quinto elo é implementado na cadeia de sobrevida, os cuidados pós-PCR. Este novo elo otimiza a estabilização da 
função cardiopulmonar, perfusão dos órgãos e remoção para o estabelecimento de saúde adequado (AHA, 2010).
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Sequência resumida dos passos para execução do Suporte Básico de Vida e manobras de RCP
1. Avaliar a responsividade: avaliar o nível de consciência, tocando a vítima pelo ombro e chamando-a em voz alta.
Fonte: <http://circ.ahajournals.org>.
2. Chamar por ajuda: na ausência de resposta da vítima, acionar imediatamente o serviço médico de emergência 
e solicitar desfibrilador.
3. Detectar presença de pulso (C – Circulation): palpação da artéria carótida ou femoral (5 a 10 seg.). Na ausência 
de pulso, iniciar compressões torácicas: comprimir com força e rápido, na frequência de no mínimo 100 vezes 
por minuto. A profundidade das compressões deve ser de 5 cm em adultos e crianças e bebês 4 cm. A relação 
compressões/ventilações com um socorrista deve ser mantida na proporção de 30:2, em qualquer faixa etária 
(exceto recém-nascidos). Minimizar a interrupção das manobras de compressão e quando 2 ou mais profissionais 
de sáude estão presentes durante a RCP, os socorristas devem revezar-se nas compressões torácicas a cada 
5 ciclos (2 minutos de RCP), visando manter a eficácia do procedimento.
4. Abrir as vias aéreas (A – Airway): assegurar permeabilidade e desobstrução das vias aéreas. Identificar 
respiração anormal ou gasping. Abolido a “manobra de ver, ouvir e sentir”, ao abrir as vias aéreas assegura-se 
que a percepção de respiração já é detectada. Não se recomenda o uso rotineiro da pressão cricóide.
5. Avaliar respiração (B – Breathing): Realizar ventilaçãode resgate: 2 insuflações, com duração de 1 segundo 
cada.
6. Desfibrilação (D – Defibrillation): o tratamento definitivo da fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular 
sem pulso (TV) consiste na desfibrilação (choque). O DEA deverá ser usado assim que estiver disponível. (No 
aparelho monofásico: choque de 360 joules. No aparelho bifásico: até 200j).
Observações:
•	 Colocar	o	DEA	assim	que	disponível,	minimizando	compreesões	torácicas	antes	e	após	o	choque;
•	 Reduzir	o	tempo	entre	a	compressão	e	aplicação	do	choque	e	o	reinicio	imediato	das	compressões;
•	 Quando	 houver	 suporte	 ventilatório	 avançado	 instalado	 não	 interromper	 compressões	 nem	 alternar.	 A	
frequência de ventilação deve ser aplicada a cada 6 a 8 segundos, sendo de 8 a 10 por minuto.
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<http://xa.yimg.com/kg/groups/25064140/538256715/name/ARTIGO+DOSSIE+RCPC+ALUNAS
+POS.pdf>
<http://www.heart.org/idc/groups/heartpublic/@wcm/@ecc/documents/downloadable/
ucm_317343.pdf>
A – VIAS AÉREAS
A vítima encontrada inconsciente e irresponsiva deverá ser posicionada em decúbito dorsal sobre uma superfície dura, 
firme e plana, com os membros superiores estendidos ao longo do corpo. A cabeça da vítima não deve ficar mais alta que 
os pés, para não prejudicar o fluxo sanguíneo cerebral. Nas vítimas de trauma com suspeita de lesão na coluna cervical, 
o movimento deve ser cuidadoso para evitar danos à medula espinhal.
A ventilação pulmonar (respiração artificial) só poderá ser executada com sucesso caso as vias aéreas da vítima estejam 
abertas, desobstruídas. Nas vítimas inconscientes, a principal causa de obstrução é a queda da língua sobre a parede 
posterior da faringe. Como a língua está presa à mandíbula, as manobras que tracionam a mandíbula para frente 
também elevam a língua. A manobra de abertura das vias aéreas pode ser suficiente para restabelecer a respiração e 
prevenir a parada cardíaca.
As principais manobras utilizadas para desobstruir as vias aéreas são: inclinação da cabeça com elevação do queixo e 
manobra de elevação da mandíbula. Pode ser utilizada também uma cânula orofaríngea (do tipo Guedel) para manter a 
permeabilidade das vias aéreas.
Inclinação da cabeça e elevação do queixo: manobra mais utilizada, fácil e efetiva. Com uma das mãos, pressionar a 
testa da vítima, inclinando a cabeça levemente para trás (hiperextensão do pescoço). Posicione os dedos da outra mão 
sobre o queixo, deslocando a mandíbula para cima. Não utilizar o polegar e não aplicar pressão excessiva nas partes 
moles sob o queixo, que poderão obstruir as vias aéreas. Manter a boca da vítima aberta.
Fonte: <http://circ.ahajournals.org>. 
Elevação do ângulo da mandíbula: é a manobra de escolha nas vítimas com suspeita de traumatismos na coluna 
cervical, pois pode ser realizada sem estender o pescoço. Segurar com as duas mãos os ângulos das mandíbulas, uma 
de cada lado, e deslocar anteriormente, mantendo a cabeça fixa. Com os polegares, afaste os lábios inferiores. Essa 
técnica deverá ser adotada apenas por profissionais de saúde treinados.
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Fonte: <http://circ.ahajournals.org>.
Observação – socorristas leigos não devem realizar essa manobra, e sim a elevação do queixo.
Atenção! De acordo com as diretrizes 2010, caso essa manobra não promova abertura das vias aéreas, o profissional 
de saúde é orientado a utilizar a manobra convencional (inclinação da cabeça e elevação do queixo), pois a abertura das 
vias aéreas é uma prioridade nos pacientes inconscientes, inclusive nas vítimas de trauma.
OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS (OVACE)
Se um corpo estranho for visualizado e estiver acessível após a manobra de abertura das vias aéreas, remova-o com o 
dedo indicador “em gancho”. No caso de líquidos, tente removê-los com os dedos indicador e médio envolvidos por gaze. 
Somente tente remover o material que está causando a obstrução se ele estiver bem visível e de fácil acesso.
Fonte: <http://circ.ahajournals.org>.
Embora a perda de consciência seja a causa mais frequente de obstrução das vias aéreas (pela queda da língua), a 
obstrução por corpos estranhos pode provocar a perda de consciência e parada cardiopulmonar. A eventualidade de 
corpos estranhos obstruindo as vias aéreas ocorre mais frequentemente durante as refeições, mas outras causas de 
obstrução incluem próteses dentárias deslocadas, fragmentos dentários, sangue, secreções (saliva, vômito), balas etc. 
Em lactentes ou crianças, as causas mais frequentes são aspiração de pequenos objetos ou leite regurgitado.
A obstrução de vias aéreas pelo conteúdo regurgitado do estômago também poderá ocorrer durante a parada 
cardiopulmonar ou nas manobras de ressuscitação. Pessoas com nível de consciência alterado correm maior risco de 
obstrução de vias aéreas pela aspiração de material vomitado ou sangue. (Perda ou diminuição do reflexo faríngeo).
A obstrução das vias aéreas pode ser parcial (semiengasgo) ou total (engasgo). Com a parcial, a vítima ainda pode ser 
capaz de manter boa troca gasosa, caso em que poderá tossir, apesar dos sibilos entre as tossidas. Enquanto existir uma 
troca gasosa satisfatória, a vítima deverá ser estimulada e encorajada a persistir na tosse espontânea e nos esforços 
respiratórios, sem interferir nas tentativas para expelir o corpo estranho.
A troca insuficiente de ar é indicada pela presença de tosse ineficaz e fraca, ruídos respiratórios estridentes ou gementes, 
dificuldade respiratória acentuada e, possivelmente, cianose. Nesse ponto, iniciar o manejo da obstrução parcial como 
se houvesse obstrução total.
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A obstrução total das vias aéreas (engasgo real) é geralmente reconhecida quando a vítima está se alimentando e, 
repentinamente, fica incapaz de falar ou tossir. Pode demonstrar sinais de asfixia, agarrando o pescoço (sinal clássico, 
universal), apresentando esforço respiratório exagerado e cianose. O movimento de ar pode estar ausente ou não ser 
detectável. A vítima não consegue falar ou tossir com eficácia. O pronto atendimento é urgente, preferencialmente 
enquanto a vítima ainda está consciente. Caso não seja instituído tratamento, a vítima evolui rapidamente para 
inconsciência, PCR e óbito.
Como proceder? APLICAR A MANOBRA DE HEIMLICH. 
Essa técnica tem como objetivo expulsar o corpo estranho por intermédio da eliminação do ar residual dos pulmões, 
criando uma espécie de “tosse artificial”.
Fonte: <http://circ.ahajournals.org>.
•	 Verifique se é um engasgo real. Pergunte à vítima: “Você está engasgado (a)?”
•	 Posicione-se atrás da vítima, abraçando-a em torno do abdome. Estando a vítima em pé, ampliar sua base de 
sustentação, afastando as pernas, e posicionar uma perna entre as pernas da vítima (para evitar que ela caia, 
caso venha perder a consciência).
•	 Localizar o umbigo.
•	 Colocar a mão fechada 1 dedo acima do umbigo. A mão do socorrista em contato com o abdome da vítima 
está com o punho fechado e o polegar voltado para dentro. A outra mão é colocada sobre a primeira.
•	 Aplicar 5 compressões abdominais sucessivas, direcionadas para cima.
•	 Conferir se a vítima voltou a respirar expelindo o objeto.
•	 Se necessário, reposicionar e repetir os ciclos de 5 compressões, até que o objeto desobstrua as vias aéreas, 
ou a vítima perca a consciência.
Fonte: <http://circ.ahajournals.org>.
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Se a vítima ficou inconsciente, apoiá-lacuidadosamente até o solo e iniciar manobras de reanimação cardiopulmonar 
(30 compressões torácicas e 2 ventilações. Reavaliar a cada 2 minutos (5 ciclos) ou se a vítima mostrar sinais de 
desobstrução, respiração espontânea e circulação).
Atenção! A manobra de Heimlich é perigosa e poderá provocar lesões internas graves. As principais complicações são 
lesões de vísceras abdominais como o fígado e o baço e a regurgitação de material do estômago com broncoaspiração. 
Sempre encaminhe a vítima ao médico após a aplicação da Manobra de Heimlich.
Observação – Segundo a American Heart Association, a manobra de Heimlich com compressões abdominais é 
recomendada apenas para crianças maiores de 1 ano e adultos.
Dica – para a desobstrução de vias aéreas em bebês, mulheres grávidas e pessoas obesas, realizar compressões 
torácicas, e não compressões abdominais.
Nos bebês (lactentes), intercalar 5 tapotagens com as 5 compressões torácicas, até que o objeto seja expulso ou o 
bebê perca a consciência. Caso isso ocorra, considerar a criança em parada cardiorrespiratória e iniciar imediatamente 
manobras de RCP.
Imagens adaptadas de: <http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/encyclopedia.html>.
B – BOA VENTILAÇÃO
Após a desobstrução da via aérea por corpo estranho deve-se observar se a vítima tem respiração normal ou gasping.
Fonte: <http://www.erc.edu>.
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O procedimento de verificação da respiração não deve levar mais do que 3 a 5 segundos.
Respiração difícil, ruidosa e com esforço respiratório pode indicar obstrução de vias aéreas, ou respiração agônica que 
antecede a parada cardíaca. O socorrista deve estar atento.
Ao constatar que a vítima não está respirando, iniciar imediatamente a ventilação artificial (“sopro da vida” ou 2 ventilações 
de resgate).
Conforme visto anteriormente, o socorrista não deve se esqueçer de utilizar barreiras de proteção ao realizar a técnica 
de ventilação boca a boca. Deve se lembrar que a segurança do profissional vem em primeiro lugar! O socorrista poderá 
utilizar dispositivos de barreira como a face-shield ou pocket mask (existem diversos modelos disponíveis no mercado). 
O ideal é utilizar o balão-valva-máscara (reanimador manual), conhecido popularmente como “Ambu®”.
Fonte: <http://circ.ahajournals.org>.
Abrir a via aérea com manobra de inclinação da cabeça ou elevação da mandíbula; pinçar as narinas da vítima com 
a mesma mão que inclina a cabeça; aplicar sua boca sobre a da vítima, vedando-a completamente. Efetuar duas 
ventilações, com duração de 1 a 2 segundos (cada sopro), observando o movimento do peito e sentindo o ar expirado da 
vítima (ventilações mais rápidas causam distensão do estômago); manter um sopro a cada 5 ou 6 segundos (no adulto, 
frequência de aproximadamente 12 respirações/min).
Fonte: <http://circ.ahajournals.org>.
Observação – Se a vítima estiver inconsciente, mas apresentar respiração espontânea, deverá ser mantida em Posição 
de Recuperação (decúbito lateral esquerdo). Essa posição é particularmente importante, pois permite que seja reduzido 
o risco de aspiração para os pulmões, em caso de vômito ou excesso de sangue nas vias aéreas. A posição lateral de 
segurança (posição de recuperação) é utilizada nos momentos em que a vítima deverá ser lateralizada para desobstrução 
das vias respiratórias ou quando seu estado exigir descanso.
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Fonte: <http://circ.ahajournals.org>.
C – CIRCULAÇÃO
Após as duas ventilações iniciais, o prestador de socorro deve verificar o pulso da vítima. O procedimento de verificação 
do pulso não deve demorar mais que 5 a 10 segundos.
A parada cardiorrespiratória é reconhecida pela ausência de pulso nas grandes artérias de vítimas inconscientes. Nos 
adultos e nas crianças maiores de 1 ano a artéria utilizada é a carótida. Essa artéria pode ser palpada facilmente no 
pescoço (nos dois lados). Em lactentes, a artéria de escolha para verificar a presença de pulso é a braquial. 
Fonte: <http://circ.ahajournals.org>.
Atenção! Verificar o pulso nas carótidas, por 5 a 10 segundos de cada lado. No entanto, não verificar o pulso nos 
dois lados ao mesmo tempo, pois poderá induzir a vítima a uma bradicardia (diminuição dos batimentos cardíacos), por 
compressão dos barorreceptores localizados próximos do ponto correto de verificação.
Caso o pulso presente, mas a vítima estiver em parada respiratória, a ventilação artificial deverá ser mantida. 
Lembrete – Vítima que respira não está em parada cardíaca! A realização de compressões torácicas em pacientes 
adultos com pulso presente pode causar complicações sérias. Se confirmada a ausência de pulso nas grandes artérias 
(carótida ou femoral), iniciar imediatamente as compressões torácicas.
A manobra de compressão torácica externa consiste em aplicação rítmica de compressão na metade inferior do esterno. 
Isso causa pressão direta no coração e também aumento da pressão no interior do tórax, suficientes para manter a 
circulação do sangue e a oxigenação, sempre associada à ventilação artificial. Entretanto, mesmo com a técnica correta, 
o débito cardíaco é três vezes menor do que o normal. Assim, o atendimento avançado deve ser iniciado rapidamente. 
O ideal é que se inicie até 8min após a RCP básica. Pesquisas demonstram que, atualmente, mesmo se a RCP é iniciada 
em menos de 4min após a parada cardiopulmonar e o Suporte Avançado à Vida (SAV) chega ao local em menos de 8min 
após a parada, as chances da vítima se recuperar são muito pequenas.
•	 A vítima deve estar em decúbito dorsal (de costas) em uma superfície dura, tomando-se o cuidado para que a cabeça 
não esteja elevada acima do nível do coração. O socorrista se mantém ajoelhado, ao lado do tórax da vítima.
•	 A identificação correta da metade inferior do esterno é muito importante.
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Fonte: <http://circ.ahajournals.org>.
•	 Com a mão, localizar a margem inferior do rebordo costal da vítima.
•	 Percorrer o rebordo costal até identificar o apêndice xifóide.
•	 Colocar dois dedos acima do apêndice xifóide sobre o esterno. Atualmente é preconizado encontrar um ponto 
entre os mamilos sobre o esterno.
•	 Apoiar a palma de uma das mãos sobre a metade inferior do esterno.
•	 Colocar a outra mão sobre a primeira, de forma que ambas fiquem paralelas. Pode entrelaçar os dedos ou 
mantê-los estendidos, mas não apoiá-los sobre a caixa torácica. O objetivo é impedir que a força de compressão 
seja efetuada sobre as costelas, podendo fraturá-las.
•	 Alinhar os ombros sobre o esterno da vítima, mantendo os cotovelos estendidos. A força de compressão deve 
ser provida pelo peso do tronco do socorrista e não pela força de seus braços.
Fonte: <http://circ.ahajournals.org>.
•	 Exercer pressão vertical, comprimindo a parte inferior do esterno com profundidade de 5cm (adultos e crianças). 
As compressões devem ser regulares e ininterruptas, seguidas de relaxamento com o mesmo tempo de duração de 
cada compressão. O ideal é verificar se a compressão efetuada é suficiente para gerar um pulso carotídeo palpável.
•	 A compressão deve ser aliviada completamente (fase de relaxamento), sem que o prestador de socorro retire 
suas mãos do tórax da vítima, para que não seja perdida a posição correta das mãos.
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•	 Após 5 ciclos (2 min) de compressão e ventilação (30:2), a vítima deve ser reavaliada.
– Pulso ausente:reiniciar RCP pelas compressões torácicas.
– Pulso presente: verificar respiração; se a vítima estiver respirando – monitorizar os sinais vitais e colocá-la 
em posição de recuperação.
– Respiração ausente: manter ventilação artificial (1 sopro a cada 5 ou 6 segundos) e monitorizar o pulso.
As modificações recomendadas em 2010 visam otimizar as compressões torácicas e incentivar os socorristas a iniciar 
os procedimentos de RCP através das compressões.
De forma resumida, estas são as principais considerações e recomendações sobre as últimas diretrizes 2010 de 
reanimação cardiopulmonar e uso do desfibrilador externo automático (DEA).
1. Iniciar a RCP com as compressões torácicas e minimizar as interrupções, otimizando a função cardiopulmonar 
e perfusão dos órgãos. 
2. Comprimir o tórax a uma frequência de 100 compressões por minuto, para todas as vítimas.
3. A proporção de compressão/ventilação para qualquer faixa etária (exceto recém-nascido) é de 30:2 (30 
compressões para 2 ventilações), com 1 socorrista.
4. Em lactentes e crianças, na presença de 2 socorristas, efetuar 15 compressões para 2 ventilações.
5. Na RCP realizada por 2 socorristas, assim que uma via aérea avançada estiver em posição (intubação 
orotraqueal), os socorristas não devem mais aplicar ciclos de compressão com pausas para ventilação. Um 
socorrista realiza compressões ininterruptamente e o outro socorrista aplica as ventilações, em uma frequência 
de 8 a 10 ventilações por minuto (1 ventilação a cada 6 a 8 segundos).
6. Comprimir com força, rápido e sem parar.
7. Permitir que o tórax retorne totalmente após cada compressão (retorne à posição normal) e utilizar 
aproximadamente o mesmo tempo para compressão e relaxamento.
8. Cada ventilação de resgate deve ter a duração de 1 segundo e produzir elevação visível do tórax. 
9. Evitar aplicar um número excessivo de ventilações, ou ventilações muito longas e forçadas.
10. Desfibrilar com choque único, seguido de RCP imediata.
11. Reiniciar imediatamente, após a desfibrilação, as manobras de compressão, sem checar o pulso. O pulso 
somente será reavaliado após 2 minutos (ou realização de 5 ciclos de RCP).
12. Alternar os reanimadores a cada 2 minutos, para evitar a fadiga e manter a qualidade das manobras de RCP. 
13. Abrir as vias aéreas é uma prioridade, mesmo na vítima de trauma com possível lesão cervical. Caso a elevação 
da mandíbula sem a extensão do pescoço não abra a via aérea, os profissionais de saúde devem utilizar a 
manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo. 
14. Aplicar se a vítima não estiver respirando, mas tiver pulso, 10 a 12 ventilações de resgate por minuto, para 
uma vítima adulta (1 ventilação a cada 5 ou 6 segundos). Para lactentes ou crianças, apliar de 12 a 20 
ventilações por mnuto (aproximadamente 1 ventilação a cada 3 a 5 seg.).
15. Iniciar as compressões torácicas, se a frequência cardíaca do lactente ou da criança for inferior a 60bat/
min, com sinais de perfusão sistêmica inadequada.
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16. Usar 1 ou 2 mãos para aplicar as compressões torácicas em crianças. Comprimir sobre o esterno na linha 
dos mamilos. Para lactentes, pressionar sobre o esterno, imediatamente abaixo da linha dos mamilos.
17. Na RCP de lactentes realizada por 2 socorristas, utilizar a técnica dos dois polegares para realizar as 
compressões torácicas.
18. Usar o DEA para crianças acima de 1 ano de idade (abaixo de um ano utilizar o desfibrilador manual).
19. O soco precordial foi abolido em atendimentos pré-hospitalares.
Modelos de desfibriladores:
Fonte: <http://www.lifesaversofamerica.com>. Fonte: <http://www.heartstart.co.uk>.
Fonte: <http://www.zoll.com>.
Fonte: <http://www.lifesaversofamerica.com>.
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Para (não) Finalizar
Urgências e Emergências
no Ambiente Extra-Hospitalar
Capítulo 4 – Urgências e Emergências Cardiovasculares
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
A humanidade enfrenta uma epidemia de cardiopatias, nas quais as síndromes coronarianas agudas (SCA) representam 
importante causa de morbimortalidade em todo o mundo. Fatores como a hipertensão arterial, tabagismo, redução da 
prática de atividade física, maus hábitos alimentares, ganho ponderal, traços genéticos (hereditariedade), automedicação, 
estresse, privação de sono e outros agravos representam uma equação em que o resultado é bombástico, patológico, 
coletivo e, de certa forma, evitável.
Atualmente, sabe-se que em grandes capitais o cidadão enfrenta cerca de 1 hora de trânsito por dia, tem menos de 
30 minutos para cada refeição, segue com vários deveres sociopolíticos, cultiva a ganância pelo aumento da renda e 
valoriza cada vez menos a saúde, chegando ao ponto de trocá-la por status e bens materiais.
O sistema cardiovascular sofre, inquestionavelmente, com o padrão de vida adotado pela sociedade nos dias de hoje. 
O coração enfrenta uma sobrecarga episódica ou rotineira que prejudica seu funcionamento de tal maneira que o órgão 
perde gradativamente seu potencial de ação, entrando em hipoatividade e inviabilizando a manutenção do metabolismo 
pelo princípio básico da homeostasia.
Assim, quando o indivíduo alcança o limiar do estresse, da fadiga e da irresponsabilidade com seu autocuidado, expressa 
uma síndrome que acomete um ou mais sistemas do organismo comprometendo sua integridade física. Sinais e sintomas 
como dor no peito, sudorese, pele fria, palidez, taquicardia e dispneia estão cada vez mais presentes nos serviços 
de atendimento médico especializado, desde aqueles que atuam diretamente na comunidade como nos hospitais de 
referência.
Dentro desse quadro de doenças cardiovasculares, as síndromes coronarianas agudas (SCA) correspondem à angina 
instável, infarto agudo do miocárdio (IAM) e morte súbita.
Imagem adaptada de: <http://pro.corbis.com>.
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A principal etiologia da SCA é a instalação de placas de ateroma nas coronárias, causando obstrução total ou parcial 
das artérias ou seus ramos, com consequente interrupção do fluxo sanguíneo e chegada de oxigênio e nutrientes para 
as células do músculo cardíaco.
Alterações na circulação coronariana com redução do débito promovem um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de 
oxigênio das células cardíacas. Assim, a redução do fluxo sanguíneo e isquemia, quando prolongada, acarretam hipóxia 
e culminam com a morte (necrose) do músculo cardíaco. Nesse processo de injúria, o coração demonstra seu sofrimento 
a partir de sinais e sintomas clássicos, tais como: precordialgia, epigastralgia, sudorese fria e pegajosa, palidez cutâneo-
mucosa, taquicardia, dispneia, inquietação, mal-estar geral, confusão mental, náuseas, vômitos, fadiga e síncope.
Imagem adaptada de: <http://pro.corbis.com>.
A injúria sintomática decorrente da hipóxia recebe a denominação fisiopatológica de angina. Ao estabelecer necrose 
na estrutura cardíaca é diagnosticado o infarto agudo do miocárdio (IAM). A dor de um infarto do miocárdio é 
semelhante à da angina, mas, em geral, ela é mais intensa, prolongada e dificilmente aliviada pelo repouso ou 
administração de medicamentos. O diagnóstico diferencial entre a angina e o infarto é feito pelo eletrocardiograma 
e exames complementares.
Alguns indivíduos apresentam parada cardiorrespiratória súbita e não respondem à reanimação cardiopulmonar, 
caracterizando um quadro de morte súbita (geralmente ocasionada por arritmias ventriculares como a fibrilação 
ventricular e a taquicardia ventricular sem pulso FV/TV).
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o infarto agudo domiocárdio é considerado a principal causa isolada 
de morte no Brasil (doença cardiovascular). Esses dados coincidem com aqueles encontrados em países desenvolvidos.
Infarto agudo do miocárdio e morte súbita estão documentados em: 
<http://www.scielo.br/pdf/abc/v84n1/23007.pdf>.
Como proceder?
Diante de uma vítima com possível quadro de IAM, deve-se acionar imediatamente o serviço de socorro especializado 
(Suporte Avançado), monitorar os sinais vitais, colocar a vítima em posição confortável (cabeça elevada 30 a 45º), 
afrouxar as roupas, gravata ou cinto; ventilar o ambiente, não oferecer bebida ou comida, realizar manobras de RCP (se 
necessário) e conduzir a vítima ao hospital o mais rápido possível.
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Lembre-se que “tempo é músculo cardíaco!”, portanto o paciente com dor torácica e suspeita de infarto agudo do 
miocárdio deverá ser encaminhado à emergência o quanto antes, para avaliação diagnóstica e tratamento adequado. O 
atendimento ao paciente com SCA deverá ser feito de forma rápida e organizada.
Observação – O atendimento médico ao paciente (com administração de oxigênio, vasodilatadores, analgésicos e 
outras drogas), bem como os exames diagnósticos, monitorização hemodinâmica e tratamento não serão abordados, 
pois representam suporte avançado de vida e conduta específica. 
A respeito deste assunto, consulte:
<http://www.arquivosonline.com.br/em/011.pdf>.
<http://www.arquivosonline.com.br/2007/8904/pdf/8904016.pdf>.
A prevenção, aliada à correção dos fatores de risco e identificação precoce da doença arterial coronariana, contribui 
significativamente para a redução da mortalidade e sequelas associadas. 
Acidente Vascular Encefálico (AVE)
Nas últimas quatro décadas houve um aumento progressivo de sobrepeso e obesidade em função das mudanças do 
padrão alimentar e do sedentarismo da vida moderna e, por consequência, do crescimento da morbimortalidade por 
doenças crônicas não transmissíveis, incluindo o Acidente Vascular Encefálico (AVE).
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é a principal causa de incapacidade funcional no mundo e de morte por causas 
cardiovasculares no Brasil. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de 5 milhões de pessoas morrem 
a cada ano por causa de acidentes cardiovasculares. Segundo a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, o 
AVE é responsável por 30% dos óbitos registrados no País. 
Segundo dados do Ministério da Saúde, mesmo os pacientes que sobrevivem a um AVE correm riscos: cerca de 50% 
morrem após um ano, 30% necessitam de auxílio para caminhar e 20% ficam com sequelas graves.
Leia sobre a construção da vigilância e prevenção das doenças crônicas 
não transmissíveis, no contexto do Sistema Único de Saúde em:
<http://www.portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/5artigo_
construcao_cronicas.pdf>.
A definição de Acidente Vascular Encefálico no dicionário médico é a de uma manifestação, geralmente súbita, de 
insuficiência vascular do cérebro de origem arterial decorrente de espasmo, isquemia, hemorragia ou trombose. O 
Acidente Vascular Encefálico decorre da alteração do fluxo de sangue ao cérebro. Responsável pela morte de células 
nervosas da região cerebral atingida, o AVE pode se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos, o chamado acidente 
vascular isquêmico, ou de uma ruptura do vaso, conhecido por acidente vascular hemorrágico.
O Acidente Vascular Isquêmico é responsável por 80% dos casos de AVE. Essa obstrução dos vasos cerebrais pode 
ocorrer devido a um ateroma (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou tromboembolia (quando um trombo 
ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e, pela rede sanguínea, chega aos vasos cerebrais).
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Imagem adaptada de: <http://acidentevascularcerebral.com>.
Ataques isquêmicos transitórios, como o próprio nome indica, correspondem a obstruções temporárias do sangue a uma 
determinada área do cérebro. Geralmente, essas obstruções são originadas do acúmulo de plaquetas agregadas em 
placas nas paredes dos vasos ou formação de coágulos no coração. Os sinais e sintomas desse ataque são os mesmos 
do AVE, contudo, têm duração de menos de 24 horas. 
Em um Acidente Vascular Hemorrágico (AVEH) o rompimento dos vasos sanguíneos se dá na maioria das vezes no 
interior do cérebro, com a denominada hemorragia intracerebral. Em outros casos, ocorre a hemorragia subaracnóide, 
o sangramento entre o cérebro e a aracnóide. Como consequência imediata, há o aumento da pressão intracraniana, 
que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. Esse 
subtipo de AVE é mais grave e tem altos índices de mortalidade.
Imagem adaptada de: <http://acidentevascularcerebral.com>.
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Fatores de risco
Os fatores de risco aumentam a probabilidade de ocorrência de um acidente vascular encefálico, no entanto muitos deles 
podem ser minimizados com tratamento médico ou mudança nos estilos de vida. Entre os fatores de risco que podem ser 
modificados, destacam-se os seguintes:
•	 hipertensão;
•	 diabetes;
•	 tabagismo;
•	 consumo	frequente	de	álcool	e	drogas;
•	 estresse;
•	 dislipidemia;
•	 doenças	cardiovasculares,	sobretudo	as	que	produzem	arritmias;
•	 sedentarismo;
•	 uso	de	contraceptivos	hormonais;
•	 doenças	hematológicas.
Existem, contudo, fatores que podem facilitar o desencadeamento de um acidente vascular encefálico e que são 
inerentes à vida humana, tais como:
•	 idade;
•	 etnia;
•	 predisposição	genética.
Manifestações clínicas
A sintomatologia depende da localização do processo isquêmico, do tamanho da área isquêmica, da natureza e funções 
da área atingida e da disponibilidade de um fluxo colateral. Muitos sinais e sintomas são comuns aos dois tipos de 
acidente vascular encefálico.
•	 Cefaleia
•	 Alterações	do	nível	de	consciência
•	 Convulsões
•	 Perda	do	equilíbrio
•	 Tontura	e	fraqueza
•	 Alterações	motoras	(hemiplegia,	hemiparesia)
•	 Alterações	sensitivas	(parestesia,	alterações	do	campo	visual)
•	 Alterações	da	fala	e	de	comunicação	
•	 Náuseas	e	vômitos
•	 Alterações	da	memória
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Organização Mundial de Saúde
<www.who.int>.
Academia Brasileira de Neurologia
<www.abneuro.org.br>.
Manual Merck. Distúrbios do cérebro e dos nervos
<http://www.msd-brazil.com/msdbrazil/patients/manual_Merck/
mm_sec6_74.html#section_3>.
Atendimento inicial
O Acidente Vascular Encefálico é uma emergência médica. O socorro especializado deve ser chamado imediatamente 
para que a vítima seja encaminhada ao hospital o mais breve possível.
O tratamento adequado a uma vítima desse acidente deve ser realizado dentro do hospital, por uma equipe multiprofissional 
treinada e bem coordenada. Infelizmente, muitos pacientes não chegam ao hospital a tempo de receber atendimento médico 
apropriado; portanto, quanto mais cedo o paciente for atendido, melhor o prognóstico e maiores as chances de sobrevivência.
No entanto, até a chegada do socorro especializado, responsável pelo transporte da vítima, é fundamental a avaliação 
do nível de consciência e monitorização dos sinais. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma escala neurológica que 
se constitui num método confiávele com o objetivo de registrar o nível de consciência de uma pessoa, para avaliação 
inicial e contínua após uma disfunção neurológica.
Escala de Coma de Glasgow
Abertura ocular Espontânea
Estimulação
Dor
Sem abertura
4
3
2
1
Resposta verbal Orientado
Confuso
Inapropriada
Incompreensível
Sem resposta
5
4
3
2
1
Resposta motora Obedece comando
Localiza dor
Movim. inespecíficos (reflexo de retirada)
(Flexão à dor)
(Extensão à dor)
Sem resposta
6
5
4
3
2
1
Mínimo 3 Máximo 15
Fonte: <www.bibliomed.com.br>.
A vítima de Acidente Vascular Encefálico pode apresentar obstrução de vias aéreas, principalmente devido ao relaxamento 
da musculatura que dá suporte à língua. Sendo assim, o atendimento imediato também deve incluir a manutenção 
da permeabilidade das vias aéreas, por meio de manobras já estudadas anteriormente. Se necessário, deve-se iniciar 
manobras de suporte básico de vida e reanimação cardiopulmonar. Não se dá nada para a vítima beber ou comer e se 
continua monitorando seus sinais vitais.
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Capítulo 5 – Urgências e Emergências Neurológicas
Vertigem
A vertigem é uma falsa sensação de movimento ou de rotação ou a impressão de que os objetos se movem ou rodam. 
Geralmente, ela é acompanhada por náusea e perda do equilíbrio. Somente a tontura verdadeira – a que os médicos 
denominam vertigem – causa uma sensação de movimento ou de rotação. A vertigem pode durar apenas alguns instantes 
ou pode persistir por horas ou mesmo dias.
A vertigem deverá ser vista como um aviso de que o organismo da vítima está debilitado. Os sintomas podem ser: 
alterações da visão, dificuldade de andar, debilidade passageira nas pernas, desorientação no espaço, alterações do 
equilíbrio até a inconsciência completa. Essas alterações poderão estar associadas a hipoglicemia, hipotensão, entre 
outros problemas de saúde.
Como proceder?
Sentar a vítima, colocar sua cabeça entre as pernas, com os braços caídos na lateral do corpo. Pedir a ele que empurre 
a cabeça para cima, enquanto o socorrista a força para baixo. Essa manobra aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro, 
melhorando o quadro do paciente. Levar a vítima a procurar atendimento médico ou orientá-la para isso.
Síncope (Desmaio)
A síncope, popularmente conhecida como desmaio, é uma perda súbita e transitória da consciência. É um sinal de aporte 
inadequado do oxigênio e de outros nutrientes ao cérebro, que geralmente é provocado por uma diminuição temporária 
do fluxo sanguíneo.
Os indivíduos com esse tipo de problema podem sentir-se bem em repouso, mas podem desmaiar durante o exercício, 
pois a demanda de oxigênio pelo organismo aumenta subitamente. Esse tipo de desmaio é denominado síncope de 
exercício ou de esforço. Com frequência, a pessoa desmaia após haver praticado exercício. Isso ocorre porque o coração 
é incapaz de manter uma pressão arterial adequada durante o exercício.
O fluxo também pode diminuir quando a pessoa está desidratada em decorrência de problemas como a diarreia, a 
sudorese ou a micção excessivas, o que, frequentemente, ocorre em casos não tratados de diabetes. 
Em geral, o desmaio causado pela tosse (síncope da tosse) ou pela micção excessiva (síncope da micção) ocorre quando 
a quantidade de sangue que retorna ao coração diminui durante a realização do esforço. O desmaio causado pela micção 
excessiva é particularmente comum nos idosos.
A síncope da deglutição pode acompanhar doenças do esôfago. Outras causas de desmaio também incluem a anemia, jejum 
prolongado e hipoglicemia, arritmias cardíacas, hipotensão arterial, ansiedade que leva à hiperventilação, estresse, alterações 
emocionais, permanência em lugares abafados e quentes, levantamento brusco da cama (síncope ortostática) etc.
Atenção! a síncope que ocorre subitamente com perda da consciência e se repete com frequência é sugestiva de 
arritmias cardíacas ou alterações neurológicas (tipo pequeno mal epilético).
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Unidade IIUrgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar
Sinais e sintomas
A síncope pode ser precedida de alguns sinais e sintomas, antes do desmaio propriamente dito (perda da consciência), 
como por exemplo: fraqueza, tontura, relaxamento muscular, escurecimento da vista, palidez e sudorese, pele fria, 
náuseas, pulso rápido e fraco.
Como proceder?
Impedir que o vítima caia, para que não se machuque; deitá-la em decúbito dorsal, elevando os membros inferiores 
cerca de 30 cm do chão, monitorar os sinais vitais, afastar os curiosos, ventilar o ambiente e afrouxar as suas roupas, 
se necessário; não dar tapas no rosto da vítima nem fazê-la cheirar amônia ou álcool. Se ela não acordar em alguns 
minutos, chamar socorro. A síncope não é uma doença, mas um sinal de que algo não está bem no organismo da pessoa. 
Portanto, mesmo que ela recobre a consciência espontaneamente, oriente-a a procurar um serviço médico.
Crise Convulsiva
Convulsão tônico-clônica. Fonte: <http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/encyclopedia.html>.
Uma convulsão é a resposta a uma descarga elétrica anormal no cérebro. O termo crise convulsiva descreve várias 
experiências e comportamentos e não é o mesmo que uma crise epilética, embora os termos sejam às vezes utilizados 
como sinônimos. Qualquer coisa que irrite o cérebro pode produzir uma crise convulsiva. Dois terços dos indivíduos que 
apresentam uma crise convulsiva jamais a apresentam novamente. Um terço dos indivíduos continuarão a apresentar 
crises convulsivas recorrentes (transtorno neurológico denominado epilepsia).
Consulte os sites:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Convuls%C3%A3o>.
<http://bvsms.saude.gov.br/html/pt/dicas/57convulcoes.html>.
O que ocorre exatamente durante uma convulsão depende da parte do cérebro que é afetada pela descarga elétrica 
anormal. A descarga elétrica pode envolver uma área mínima do cérebro, fazendo apenas com que o indivíduo perceba 
um odor ou sabor estranho e tenha crises de ausência (crise convulsiva de “pequeno mal”), ou pode envolver grandes 
áreas, acarretando uma convulsão (abalos e espasmos musculares generalizados e descoordenados – convulsão de 
“grande mal”). 
Além disso, o indivíduo pode apresentar episódios breves de alteração da consciência, confusão mental, perda do 
controle muscular ou vesical. As convulsões frequentemente são precedidas por auras – sensações incomuns de odores, 
sabores ou visões, ou uma sensação intensa de que uma crise convulsiva está prestes a ser desencadeada.
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Unidade IIUrgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar
Os sinais e sintomas comuns das crises convulsivas são: aura convulsiva, grito ou urro epiléptico, perda de consciência, 
crise de ausência, convulsões tônico-clônicas, salivação excessiva (sialorreia), descontrole urinário e/ou intestinal.
Como proceder?
Proteger a vítima para que não se machuque, evitando sua queda ou protegendo principalmente sua cabeça; afastar os 
curiosos e objetos que possam causar lesões, não segurá-la e permitir que a crise ocorra. Em caso de vômito, lateralizar a 
sua cabeça; desobstruir suas vias aéreas com gaze ou pano limpo, não colocar nada na boca da vítima durante o ataque, 
não “puxar a língua” nem jogar água no seu rosto. Cessada a crise, ela poderá encontrar-se sonolenta e desorientada. 
Mantenha-a em repouso, em um ambiente calmo, silencioso e em observação constante até a recuperação completa, 
monitorando os sinais vitais. Encaminhe-a ao hospital ou aguarde o serviço de emergência. 
A equipe de saúde da família foi chamada para socorrer

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