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Revisão OAB – 2ª Fase Ação de Revisão Criminal

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Revisão OAB – 2ª Fase 
Aula.
Ação de Revisão Criminal ou Ação Revisional
Conceito
Ação autônoma de impugnação que inaugura uma nova relação processual, tendo aptidão para impugnar uma decisão com trânsito em julgado e que é desfavorável aos interesses da defesa. (Equivale a ação rescisória no processo civil).
Conclusões:
Natureza jurídica: ação autônoma de impugnação (ela não é um recurso);
Só existe revisão criminal em favor dos interesses da defesa (não existe pró-sociedade).
Momento
Após o trânsito em julgado da decisão injusta, a revisão criminal pode ser apresentada a qualquer tempo, pois almeja, dentre outra coisas, a reconstrução do patrimônio moral do agente. 
Conclusão:
Percebe-se que a revisão pode ser proposta mesmo depois do cumprimento integral da pena.
Pressupostos 
Lógico – É necessário que exista decisão condenatória ou absolutória imprópria (pois implica em aplicação de medida de segurança) com trânsito em julgado.
Obs.: A revisão é cabível de sentença ou acórdão com trânsito em julgado, e este último é chamado de Aresto.
Formal – É a demonstração do trânsito em julgado da decisão que estamos impugnando, o que normalmente é feito por carta de sentença (certidão - de trânsito em julgado).
Legitimidade (preâmbulo)
Conceito – A peça será apresentada em nome do nosso cliente (chamado de Revisionando), devidamente assistido pelo advogado.
Obs.: Havendo o falecimento do réu, a revisão pode ser proposta pelo CADI (cônjuge, ascendentes, descendentes, irmãos). A ordem de acionamento é essa, progredindo pela inexistência ou inatividade.
Obs².: Em que pese à omissão do art. 623, CPP que trata da legitimidade para a revisão, existe forte entendimento doutrinário defendendo que o MP pode propor a revisão criminal em favor do réu.
Obs³.: Em que pese a redação do art. 623, CPP, afirmando que o próprio réu, sem advogado, pode ingressar com a ação de revisão, temos forte corrente doutrinária entendendo que o art. 623, CPP deve ser lido a luz do art. 133, CF, que afirma ser o advogado essencial à administração da justiça.
Hipóteses de cabimento (tese/preâmbulo)
Conceito – Elas estão taxativamente, previstas no art. 621, CPP e vão compor as próprias teses elaboradas na peça.
Obs.: No preâmbulo da peça deveremos indicar por qual inciso estamos propondo a revisão criminal.
Obs².: Segundo o STF, na súmula 611, caberá ao Juiz das Execuções Penais aplicar eventual nova lei favorável ao réu após o trânsito em julgado da condenação.
hipóteses em espécie:
Inciso I, art. 623, CPP:
Quando a decisão com trânsito em julgado contrariar texto expresso de lei;
 Obs.: Neste caso a revisão almeja que o réu condenado ilegalmente seja absolvido. Nada impede que na revisão possamos pleitear o afastamento de qualificadoras, de causas de aumento ou de agravantes contrárias a lei. Da mesma forma, poderemos pleitear o acolhimento de causas de diminuição de pena ou atenuantes afastadas em contrariedade a lei.
Quando a decisão, com trânsito em julgado, contraria a evidência dos autos.
Obs.: Neste caso, percebe-se que o Juiz valorou mal a prova dos autos e na revisão, normalmente, vamos pleitear que o réu seja inocentado. Em acréscimo, é possível pleitear o afastamento de qualificadoras, causas de aumento ou de agravantes reconhecidas em dissonância ao material probatório. Por outro lado, ainda é possível o requerimento para reconhecimento de causas de diminuição ou de atenuantes, em virtude do lastro probatório do processo.
Inc. II, art 621, CPP – Quando a decisão está pautada em depoimentos, exames ou documentos falsos.
Obs.: Neste Caso, como o manancial probatório não é idôneo estamos autorizados a pleitear a absolvição do réu. Por outro lado, se a prova ilícita sustenta apenas as qualificadoras, as causas de aumento ou as agravantes vamos pleitear que elas sejam afastas.
Inc. III, art. 621, CPP – Quando, após o trânsito em julgado, são descobertas novas provas que revelem a inocência do réu ou que justifique um abrandamento da pena.
Obs.: A prova nova deve ser pré-constituída o que normalmente ocorre pelo procedimento de justificação (art. 863, CPC), que nada mais é do que um procedimento de produção antecipada de prova.
Obs².: Na peça, vamos fazer referência de que a prova nova já foi pré-constituída e embasa a nossa petição.
Competência (endereçamento)
Conceito – A revisão criminal não é julgada pelo Juiz de primeiro grau, valendo destacar que os tribunais são competentes para julgar a revisão criminal dos seus próprios julgados.
Hipóteses
Sentença do Juiz de Primeiro Grau Estadual -> TJ
Sentença do Juiz de Primeiro Grau Federal -> TRF
Acórdão do TJ -> TJ (não escalo p/ cima)
Acórdão do TRF -> TRF
Acórdão do STJ -> STJ
Acórdão do STF -> STF (ex.: mensalão)
Obs.: A revisão será endereçada ao Presidente do Tribunal compete p/ julgar a ação revisional.
Justa Indenização
De acordo com o art. 630, CPP, estamos autorizados a pleitear a justa indenização na própria revisão criminal, em virtude dos danos causados pelo erro judiciário. 
Obs.: Devemos filtrar a alínea “b” do § 2º, art. 630, CPP para reconhecer que a indenização é cabível, pouco importa se a ação é pública ou privada.
Técnica Redacional da Peça
Obs.: Caso Concreto - Cristiano Rodrigues foi indiciado e processado pelo crime de apropriação indébita, com exasperação da pena, por ter se apropriado do carro de sua tutelada, Maria da Silva (art. 168, §1º, III, CP).
Durante a instrução, Cristiano negou veementemente o fato, afirmando que o veículo lhe pertencia, e que apenas tinha emprestado o carro à Maria da Silva.
Em acréscimo, afirmou que em nenhum momento foi constituído como tutor de Maria da Silva e que, como amigo da família, apenas orientava a garota. 
As testemunhas ouvidas afirmaram que já viram o referido veículo na casa de Maria da Silva e que não sabem precisar se o veículo de fato pertencia a Maria, ou a eventual data de aquisição.
A defesa, ainda na instrução, apresentou documento do veículo em nome de Cristiano, mas com prazo de validade vencido.
A suposta vítima afirmou em depoimento que Cristiano sempre foi seu mentor intelectual, e que o carro era comumente utilizado por ela com autorização de Cristiano, o que a fazia crer que ele a tinha presenteado.
Encerrada a instrução, o magistrado proferiu sentença condenando o réu a quatro anos e dois meses de reclusão, estabelecendo o regime semiaberto.
Apresentada apelação, o Recurso foi julgado pelo Tribunal de Justiça, por maioria de votos.
Interpostos embargos infringente, também não tiveram êxito, e a decisão transitou em julgado.
Contratado como advogado, apresente a peça cabível com todos os argumentos favoráveis ao réu.
1º Passo – endereçamento – a peça é endereçada ao Presidente do Tribunal competente para julgar a ação revisional.
Ex.: EXCELENTÍSSIMO SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ...
2º Passo – espaçamento – 05 linhas
3º Passo – preâmbulo – qualificação (completa/exauriente), assistência por advogado, nome jurídico da peça (AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL), artigos de lei para embasamento (art. 621, CPP) – indicando o(s) inciso(s) que embasam a revisão -, e a demonstração de inconformismo com a decisão que já transitou em julgado.
Ex.: Cristiano Rodrigues, nacionalidade ..., filiação ..., estado civil ..., profissão ..., RG nº ...; CPF nº ..., residente e domiciliado na rua ..., por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), vem à presença de Vossa Excelência, inconformado com o acórdão emanado do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ..., já transitado em julgado (certidão anexa), apresentar AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL com fulcro no art. 621, I, CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir apontadas.
Obs.: Por se tratar de uma ação autônoma a revisão é apresentada em contexto único, e os argumentos fáticos e jurídicos se seguem ao preâmbulo.
4º Passo – Espaçamento – 01 linha
5º Passo – DOS FATOS
6º Passo – Espaçamento – 01 linha
7º Passo – DO DIREITOEx.: A responsabilidade criminal que justifica eventual condenação é pautada na certeza da materialidade, da autoria, assim como na tipicidade da conduta imputada.
A subsunção do fato à norma deve ser precisa, afinal o enquadramento normativo é pressuposto necessário para a sanção criminal que deve ser vista como última ratio.
O crime atribuído ao revisionando, qual seja, apropriação indébita está assim disciplinado no art. 168, CP, “verbis”:
Art. 168 do CP: “ Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou detenção. (grifo nosso)
Assim, um dos elementos que integram o tipo, como exigência necessária para a caracterização do delito, é que o objeto, fruto da apropriação, pertença a outrem.
Como a instrução bem revelou, o veículo supostamente apropriado pertencia e pertence ao próprio réu, o que ficou ratificado, inclusive por prova documental, com a apresentação do documento do veículo.
Em acréscimo, as testemunhas, em nenhum momento, apontaram com veemência que o bem pertencia a suposta vítima.
A própria Maria da Silva, ao prestar depoimento, afirmou que imaginava ter sido presenteada, numa absurda presunção, onde o empréstimo e propriedade passaram a ser vistos como se fossem sinônimos, o que é inconcebível. 
Logo, percebe-se a visível atipicidade da conduta, o que justificaria a pronta absolvição do réu, nos termos do art. 386, III, CPP, que infelizmente não veio a ocorrer.
Em outro giro, o revisionando nunca figurou como tutor da vítima, sendo apenas amigo da família, o que torna injustificável a causa de aumento de pena capitulada no §1º, II, art. 168, CP, que merece peremptório afastamento, influenciando, inclusive, no regime de cumprimento de pena, nos termos do art. 33, CP.
8º Passo – Espaçamento – 01 linha
9º Passo – DOS PEDIDOS 
Ex.: Diante do exposto e com base no art. 621, I, CPP, requer a revisão da decisão impugnada, para que se absolva o réu, por ser medida da mais inteira Justiça.
Se Vossas Excelências assim não entenderem, requer o afastamento da causa de aumento de pena capitulada no §1º, II, art. 168, CP, por sua patente incongruência, ajustando-se o regime de cumprimento de pena para o aberto, nos termos do art. 33, § 2º, “c”, CP.
Para tanto, requer ainda a oitiva da Douta Procuradoria de Justiça e o reconhecimento da justa indenização pelo erro judiciário apresentado, nos termos do art. 630, CPP.
10º Passo – Espaçamento – 01 linha
11º Passo – parte autenticativa
Ex.: Nesses termos, pede deferimento.
Local ..., dia ... mês ... ano...
Obs.: vale lembrar que a revisão criminal não tem prazo.
Advogado ...
OAB nº ...
Obs.: por mero estilo redacional, podemos optar pela elaboração, logo após o tópico DO DIREITO, por um tópico autônomo, para tratar da justa indenização, que deverá ser ratificada nos pedidos.

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