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DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

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DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Antes de analisarmos esse assunto através de uma ótica mais crítica e aprofundada, vislumbremos onde encontra-se positivado esse princípio, que é na nossa carta magna. Encontra-se no art. 1º, III da CRFB/88, in verbis: 
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;”
Como também podemos vislumbrar tal princípio num dos mais respeitados documentos jurídicos ao redor do globo, datado de 1948, traduzido em mais de 360 idiomas, DUDH, qual seja: Declaração Universal dos Direitos Humanos, senão vejamos: 
“Artigo 1° Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”
Conceito
O entendimento doutrinário e jurídico acerca do princípio da dignidade da pessoa humana está intimamente associado ao valor moral e espiritual inerente à pessoa humana, ou seja, todo ser humano nasce dotado de tal preceito, e tal constitui o princípio máximo e irradiador de toda norma a ser seguida num estado democrático de direito. Assim sendo apesar do princípio da dignidade da pessoa humana à primeira vista possa parecer abstrato, é de cumprimento e observância obrigatória, sendo assim sua violação implica nas respectivas sanções cabíveis dentro do ordenamento jurídico. 
Encontra-se amparada pelo rol de direitos fundamentais da Constituição Republicana de 88.
Quando se fala em Direitos Humanos uma das primeiras questões que vêm à tona é a sua aplicabilidade ao caso concreto e seu entendimento perante aos órgãos judiciários quando alguém lhe invoca. Como se dá a efetiva aplicação dos Direitos humanos e quando podemos considerar que houve violação a esse preceito trivial. Em assim sendo, é mister mencionar um nítido exemplo da preocupação do nosso Pretório Excelso em proteger a dignidade da pessoa humana, bem como a integridade física e psíquica, vedando qualquer arbitrariedade ou abuso de poder quando se fizer necessário o uso de algemas por quem se ache preso. Trata-se da SÚMULA VINCULANTE 11 que dispõe sobre o uso de algemas, disciplinando seu uso por parte dos agentes dos órgãos públicos quando, no estrito cumprimento do dever legal, cercearem o direito de liberdade de qualquer cidadão, dessa forma a referida Súmula, que vincula todos os órgãos judiciários ao seu teor, visa a assegurar a efetiva aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana. Vejamos o teor de tal súmula, in verbis: 
“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.”
Perceba que referida súmula limitou, até demasiadamente, segundo o entendimento de alguns doutrinadores, os casos em que o uso das algemas seria lícito. 
Com outro enfoque, algumas outras questões que envolvam os direitos humanos são por demais complexas se analisadas sem o devido apoio de outras áreas do saber, tal como ocorre quando se trata da clonagem, pesquisas com células-tronco embrionárias e outros debates nessa seara. Aqui é imprescindível o apoio e a complementação de outras ciências, a medicina no caso em comento é indispensável, sem a qual todo o trabalho jurídico não conseguiria encontrar parâmetros para dirimir a discussão que envolvam essa temática. Seria inconstitucional a pesquisa com células-tronco?
Para responder a essa pergunta, é mister socorrer-se à ADIN 3.510/ DF julgada pelo nosso Pretório Excelso, conforme voto do Rel. Min. Ayres Britto (grifo nosso): 
CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DE BIOSSEGURANÇA. IMPUGNAÇÃO EM BLOCO DO ART. 5a DA LEI Nº 11.105, DE 24 DE MARÇO DE 2005 (LEI DE BIOSSEGURANÇA) . PESQUISAS COM CÉLULASTRONCO EMBRIONÁRIAS. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO DIREITO À VIDA. CONSTITUCIONALIDADE DO USO DE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS EM PESQUISAS CIENTÍFICAS PARA FINS TERAPÊUTICOS. DESCARACTERIZAÇÃO DO ABORTO. NORMAS CONSTITUCIONAIS CONFORMADORAS DO DIREITO FUNDAMENTAL A UMA VIDA DIGNA, QUE PASSA PELO DIREITO À SAÚDE E AO PLANEJAMENTO FAMILIAR. DESCABIMENTO DE UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE INTERPRETAÇÃO CONFORME PARA ADITAR À LEI DE BIOSSEGURANÇA CONTROLES DESNECESSÁRIOS QUE IMPLICAM RESTRIÇÕES ÀS PESQUISAS E TERAPIAS POR ELA VISADAS. IMPROCEDÊNCIA TOTAL DA AÇÃO
 Entendeu o STF, conforme leitura do voto acima exposto, que não há violação de preceito constitucional visto que esse tipo de trabalho objetiva o sanar anomalias e doenças que acometem significativa parcela populacional. A pesquisa com células-tronco embrionárias não só é autorizada por lei (Lei 11.105/2005) como também representa um incomensurável avanço da medicina. Tal lei busca o minimizar a infelicidade, o tormento, o desespero e também a sensação de degradação da vida de expressiva parcela populacional. 
Em se tratando de Dignidade da pessoa humana deve-se buscar estender o alcance dos nossos olhos a fim de encontrar no direito o seu real significado, afastando assim determinados paradigmas que a sociedade impõe. Muitas questões podem ser debatidas envolvendo esse assunto que parece ser, sem dúvida, um dos mais complexos da atualidade.
 Sendo assim vale enaltecer a filosofia de Aristóteles, filósofo que almejava sempre o questionamento, a reflexão e fomentava o debate e a dúvida. 
O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.
- Aristóteles (384 – 322 a.C)
BIBLIOGRAFIA:
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 19ª. Edição, Editora Saraiva, 2015.
MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional, 10ª. Edição, Editora Saraiva, 2015.
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=94467
http://www.stf.jus.br/portal/geral/verPdfPaginado.asp?id=611723&tipo=AC&descricao=Inteiro%20Teor%20ADI%20/%203510

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