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DIREITO CIVIL PARTE GERAL 8ª AULA

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DIREITO CIVIL –PARTE GERAL – 8ª AULA
DIREITOS DA PERSONALIDADE (continuação)
13 – Direito à integridade moral 
A integridade moral da pessoa humana três aspectos: a proteção à honra, à imagem e à identidade. 
13.1 - O direito à honra
É um dos mais significativos direitos da personalidade e acompanha a pessoa desde o nascimento até depois da morte. Apresenta-se de duas formas: a) honra objetiva que diz respeito à reputação da pessoa compreendendo o seu bom nome e a fama de que desfruta em sociedade; e b) honra subjetiva que se refere ao sentimento pessoal de estima ou à consciência da própria dignidade. As ofensas à honra caracterizam-se pela calúnia, difamação e injúria, arts. 138 a 140 do C. Penal, além de outros previstos na lei de imprensa, Lei 5.250/67.
13.2 - O direito à imagem 
O direito à imagem é a proteção que se dá à expressão exterior sensível da individualidade humana. Dois tipos de imagem existem: imagem-retrato e imagem-atributo. A primeira representa o aspecto físico da pessoa. A segunda diz respeito \a forma em como a pessoa é vista socialmente. A proteção à imagem está prevista no artigo 20 do CC. Este artigo recebe críticas pelo fato de que da sua leitura não se pode concluir que exclui o direito à informação e à liberdade de expressão, protegidos no artigo 5º, IV, IX e XIV, da CF/1988.
Fazer uma interpretação literal do artigo é privilegiar em demasia a vontade da pessoa sobre a qual estão sendo divulgadas informações. A respeito do assunto o enunciado n. 279 do Conselho da Justiça Federal estabeleceu:
	Enunciado 279. “A proteção à imagem deve ser ponderada com outros interesses constitucionalmente tutelados, especialmente em face do direito de amplo acesso à informação e da liberdade de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em conta a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes e, ainda, as características de sua utilização (comercial, informativa, biográfica), privilegiando-se medidas que não restrinjam a divulgação de informações.”
O STJ no julgamento do REsp 794.586/RJ, sendo relator o Ministro Raúl Araújo, definiu os critérios que devem ser levados em conta para a correta ponderação nos casos envolvendo a imprensa e a divulgação de informações. Para o Ministro a verificação da gravidade do dano sofrido pela pessoa cuja imagem é utilizada sem autorização prévia, deve levar em conta o seguinte: a) o grau de consciência do retratado em relação à possibilidade de captação da sua imagem no contexto da imagem do qual foi extraída; b) o grau de identificação do retratado na imagem vinculada; c) a amplitude da exposição do retratado; d) a natureza e o grau de repercussão do meio pelo qual se dá a divulgação.
Por outro lado, o direito de informar deve ser garantido, dentro dos seguintes parâmetros: a) o grau de utilidade para o público do fato informado por meio da imagem; b) o grau de atualidade da imagem; c) o grau de necessidade da veiculação da imagem para informar o fato; e d) o grau de preservação do contexto originário do qual a imagem foi colhida.�
]
13.3 - Direito à identidade (do nome)
Diz respeito aos elementos distintivos da pessoa no seio da sociedade. A principal forma de identificação da pessoa em sociedade se dá através do nome, matéria disciplinada nos artigos 16 a 19 do Código Civil e artigos 55 e seguintes da Lei 6.015/73. 
	Conceito: O nome civil é a designação ou sinal exterior mais visível da individualidade da pessoa. É através do nome que a pessoa se identifica em família e na sociedade.
O nome tem um aspecto público e um aspecto individual. 
NOTA
	O aspecto público está ligado ao interesse do Estado em que as pessoas sejam corretamente identificadas no meio social onde vivem, por essa razão, foi criada a Lei de Registro Público (Lei 6.015/73), onde se disciplina o uso do nome. Art. 55 e segs.
O aspecto individual consiste no direito da pessoa a ter um nome, no direito de poder por ele ser designado, além de reprimir abusos cometidos por terceiros.� É o que está previsto no art. 16 do CC 
13.3.1 Ações relativas ao uso do nome
A pessoa pode utilizar dois tipos de ações em relação ao uso do nome e que são: a retificação e a contestação. A primeira serve para que seja preservado o verdadeiro nome da pessoa, no que diz respeito a erros de grafia e origem familiar, e acréscimo de apelidos, p. ex, está prevista no artigo 109 da LRP. A segunda serve para que o nome da pessoa não seja indevidamente usado por terceiros, ficando exposto ao desprezo público. Prevista nos artigos 17 e 18 do CC.
13.3.2 Natureza jurídica do nome
Quanto à natureza jurídica do nome, alguns entendem que o direito ao nome seria um direito de propriedade, cujo titular seria o próprio individuo ou a família. Não vingou esta posição, salvo quanto ao nome comercial. De fato, o nome da pessoa natural não tem natureza patrimonial porque não pode ser alienado e nem abandonado à mercê de terceiros. A doutrina mais correta é a que eleva o nome da pessoa natural a um dos direitos da personalidade.
13.3.4 Composição do nome
O nome é composto de duas partes: pelo prenome ou nome de batismo (pode ser simples ou composto, p. ex. João e João José) e pelo patronímico, também denominado nome de família ou sobrenome (que esclarece a origem familiar da pessoa. Não é obrigatório o registro do nome de ambos os pais arts. 55 e 60 da Lei 6015).
Por vezes o nome da pessoa é integrado também pelo agnome (usado para distinguir uma pessoa de um parente com o mesmo nome, p. ex. neto, sobrinho, filho, júnior). Temos ainda o apelido ou alcunha (Xuxa, Pelé), o pseudômino ou codinome muito usado por artistas. Por fim os axiônimos que representam formas de tratamento e títulos nobiliárquicos (p. ex. conde, comendador, etc).
Em relação ao nome ainda aprecem outras denominações, que não possuem valor jurídico. Podemos apontar: a) o agnome epitético que serve para indicar alguma característica do seu portador, p. ex. “o velho”, o “calvo”; b) o hipocorístico que é o diminutivo do nome, e indica intimidade familiar, por ex. “Zezinho” “Mariazinha”; c) alcunha, normalmente depreciativa, p. ex. “Aleijadinho”, “Tiradentes”; d) epíteto que associa ao nome uma designação qualificativa, p. ex. D. Pedro o “Justiceiro”.�
13.3.4 - Possibilidade de alteração do nome 
A regra geral é a da imutabilidade do nome civil. Todavia, em casos especiais admite-se a mudança. Essas causas que permitem a alteração do nome são necessárias ou voluntárias. 
As causas necessárias prendem-se ao reconhecimento de paternidade, à adoção ou à alteração do próprio nome dos pais. São casos ligados à preservação do nome de família, mantendo-o uniforme. As causas voluntárias que permitem a mudança do nome são o casamento (independe de autorização judicial, art. 1565 § 1º e 1.571 § 2º ambos do CC), a mesma situação ocorre com a união estável art. 572º da Lei 6015. Também, depois de autorização judicial, pode o nome ser alterado no primeiro ano da maioridade, preservados os nomes de família, art. 56 da Lei 6015. Esta mudança não precisa ser justificada, mas está sujeita ao prazo de decadência de um ano. É uma exceção ao art. 58 da Lei 6015 que veda a alteração do prenome.
 
Todas as outras causas de alteração voluntária do nome não estão sujeitas ao prazo decadencial, mas dependem de sentença judicial e precisam ser justificadas e ter a anuência do Ministério Público, como exige o art. 57 da Lei 6015. A mudança pode acontecer com a substituição do prenome por apelido público notório, nos casos de proteção à testemunha, por erro gráfico, quando coloca o seu portador em ridículo, etc. Também se pode dar a mudança em relação a irmãos gêmeos, art. 63 da Lei 6015.
Questão que tem gerado controvérsias é a mudança do nome de transexual que se submeteu à cirurgia de redesignação de sexo. A mudança em relação ao nome e gênero do transexual deve ser ou não autorizada? A meu ver deve serautorizada, pois se a cirurgia de redesignação foi feita com o intuito de adaptar o sexo biológico ao psíquico, a proibição representaria ofensa à dignidade humana do paciente, além de o colocar em ridículo perante a sociedade, o que é vedado pelo Artigo 55 da LRP. A jurisprudência caminha no sentido do deferimento da mudança do nome do transexual. Nesse sentido também aponta o enunciado 277 do Conselho da Justiça Federal.
13.3.2- Tutela jurídica do nome 
Está prevista nos artigos 61 e 62 da Lei 6015 e artigos 16 e 17 do Código Civil. Nestes artigos está estabelecido que todos têm direito ao nome, inclusive os abandonados e também que a lei protege o titular do nome contra abusos praticados por terceiros. Na área penal a proteção encontra-se no artigo 185 do C.Penal.
	
Os artigos 17 e 18 do CC vedam ainda em relação ao nome o seu uso indevido ou com fins comerciais sem autorização. O artigo 17 estabelece que o nome da pessoa não pode ser usado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda que não haja intenção difamatória. Nesse sentido o enunciado9 278 do CJF.
	Enunciado 278. A publicidade que venha a divulgar, sem autorização, qualidades inerentes a determinada pessoa, ainda que sem mencionar os eu nome, mas sendo capaz de identificá-lo, constitui violação a direito da personalidade.
 
O artigo 18, por sua vez, veda o uso do nome para fins comerciais sem autorização do titular, pois tal comportamento implica em enriquecimento indevido de quem usa o nome. Em alguns casos, não há proibição para o uso do nome, sem autorização, como ocorre em obras científicas, culturais ou mesmo jornalísticas.
O pseudônimo também é protegido, segundo o artigo 19, tem a mesma proteção conferida ao nome, desde que o uso do pseudônimo seja usado em atividades lícitas. O pseudônimo é muito usado em atividades artísticas e desportivas, merecendo essa proteção, pois em alguns casos o seu portador adquire prestigio em sociedade pelo pseudônimo e não pelo nome.
QUESTIONÁRIO
1.- O direito à liberdade é absoluto? Por que? 
2.- Quais as hipóteses legais que permitem a alteração do nome?
3.- Que direitos da personalidade tem cunho patrimonial?
4.- Quando a pessoa, de forma voluntária, pode pedir a alteração do seu nome?
5.- Que espécies de honra você conhece? Como se caracterizam as ofensas à honra?
6.- O médico será responsabilizado se fizer transfusão de sangue em pessoa que estiver em risco de vida, se esta apresentar documento que vedava a terapia de transfusão? Justifique
� TARTUCE, Flávio, op. cit, p. 109-110.
� GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil esquematizado.São Paulo: Saraiva, 2011, p.131-132.
� GONGALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado, p. 134.

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