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DIREITO CIVIL - PARTE GERAL - 5ª AULA

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DIREITO CIVIL – PARTE GERAL – 5ª AULA
DAS PESSOAS
Individualização da pessoa natural
A pessoa natural só está autorizada a participar das relações jurídicas como sujeito de direitos se estiver devidamente qualificado, individualizado, com o seu estado civil, o seu domicílio, o seu nome, etc.
Os elementos individualizadores da pessoa natural são: o nome, o estado e o domicílio.
1.- O nome
Identifica a pessoa no meio social onde vive, integra a sua personalidade e identifica a sua procedência familiar. É composto pelo prenome e o nome de família, sendo que o primeiro pode ser simples ou composto. Em regra o nome é imutável, salvo exceções previstas em lei. A matéria relativa ao nome será examinada quando do estudo dos direitos da personalidade.
2. - O estado da pessoa. Constitui “a soma das qualificações da pessoa na sociedade, hábeis a produzir efeitos jurídicos”.� É o modo particular de cada pessoa existir. 
O Estado da pessoa divide-se em três ordens: estado individual, familiar, e político.
Estado individual é o modo de ser da pessoa no que diz respeito à idade, sexo, cor, altura, saúde. Diz respeito a aspectos da constituição orgânica da pessoa. Assim, temos homem, mulher, maior, menor, capaz, incapaz, etc. 
Estado familiar, por sua vez, é o estado que indica a posição da pessoa numa família, em relação ao Matrimônio e União Estável e ao parentesco, por afinidade ou consangüinidade. Assim, temos pessoa casada, solteira, irmão, sobrinho, companheiro, pai, filho, etc. 
Finalmente, o estado político. diz respeito à posição do indivíduo na sociedade: nacional ou estrangeiro.� Existem pessoas com dupla nacionalidade.
Caracteres do estado da pessoa. a) Indivisibilidade: cada pessoa só tem um estado, que é uno e indivisível, apesar de ser composto por elementos plúrimos. Exceção: a dupla nacionalidade. b) indisponibilidade: o estado da pessoa integra a sua personalidade e, por isso, está fora do comércio e é irrenunciável. Pode ser mutável, no entanto (ex. menor atinge a maioridade, solteiro passa a ser casado, etc); c) imprescritibilidade o estado da pessoa não se perde e nem se adquire pela prescrição. Nasce com a pessoa e com ela desaparece, pois é parte integrante da personalidade da pessoa humana.�
O estado civil da pessoa é protegido por ações judiciais denominadas de ações de estado. Estas ações visam a criação, modificação ou extinção de um estado de modo a constituir uma nova situação jurídica. Estas ações são personalíssimas, intransmissíveis e imprescritíveis, salvo quanto aos efeitos patrimoniais. Tem natureza constitutiva e só o seu titular as pode ajuizar a qualquer tempo. Exemplo de ação de estado é a ação de investigação de paternidade.�
 3. - Domicílio da pessoa natural
É o local onde a pessoa deve ser encontrada para responder pelas suas obrigações. È o lugar onde a pessoa de modo definitivo, estabelece a sua residência ou o centro principal de suas atividades. 
3.1 – Elementos constitutivos
O domicílio tem dois elementos constitutivos: o objetivo que é a residência (estado de fato que indica a radicação em determinado lugar) e o subjetivo consistente no ânimo definitivo
3.2 – Conceito de domicílio
Definição de domicílio (arts. 70/72 do CC). O domicílio é a sede da pessoa seja ela natural ou jurídica, onde ela se presume presente para efeitos de direito e onde pratica habitualmente seus atos e negócios jurídicos.�
Domicílio é um conceito jurídico composto por dois elementos: residência e animo definitivo. Por isso, não deve ser confundido com residência, habitação ou morada. Residência indica a radicação da pessoa em determinado lugar, com a intenção de ali permanecer, mesmo ausentando-se temporariamente. A residência é o elemento objetivo do domicílio. Habitação ou morada é uma mera relação de fato da pessoa com um local onde permanece temporariamente (p.ex. hotel, casa de praia).�
3.3 Pluralidade domiciliar e domicilio sem residência
Pluralidade domiciliar é permitida pela lei brasileira (arts. 71 e 72 parágrafo único). 
Uma pessoa também pode ter domicílio sem que tenha residência (art. 73 CC). Isso ocorre com andarilhos, trabalhadores de circo, etc.
	“Em nossa ordem jurídica, é possível o domicilio múltiplo, considerando-se como tal qualquer deles. Tendo mais de um ( ou não sendo possível determinar onde tem domicílio) considera-se como domiciliada a pessoa onde for encontrada”. ( FARIAS e Rosenvald, 2010, p 307)
3.4 – Mudança de endereço
Mudança de domicílio ocorre com a manifesta intenção de se mudar de domicílio (art. 74 do CC), não basta a simples troca de endereço, A intenção de mudar de endereço é aferida pela conduta da pessoa e pelas declarações que ela fizer, p. ex. comunicação à municipalidade, matricula de filhos em escola de outra localidade, transferência de linha telefônica, etc. O perda de domicílio pode ocorrer pela mudança ou por determinação de lei ( domicílio legal: preso, funcionário público) ou, ainda, por vontade das partes (art. 78).
3.5 – Espécies de domicílio
Espécies de domicílio. O domicílio pode ser: a) voluntário (escolhidos pelas pessoas de acordo com os seus interesses); e b) necessário ou legal ( imposto pela lei em face da situação ou condição de certas pessoas). 
O domicílio voluntário pode ser, por sua vez, dividido em domicílio geral ou comum (escolha livre de domicílio por quem não esteja sujeito ao domicílio necessário) e domicílio especial (escolhido com base em contrato, e que pode ser denominado de foro contratual (art. 78 do CC) ou de eleição (art. 111 do CPC). Ressalte-se que foro de eleição não se admite nos contratos de adesão, salvo se não causar prejuízos ao aderente.
O domicílio necessário ou legal é um domicílio imposto (art. 76 do CC). É obrigatório para os incapazes, militares, presos, marítimos, militares, servidores públicos. Outros casos de domicílio necessário são as previstas no art. 1.569 (relativo ao domicílio dos cônjuges, na constância do casamento); o do agente diplomático que argüir extraterritorialidade (art. 77 do CC) e o viúvo que conserva o domicílio do casal enquanto não adquirir outro.
Domicílio da pessoa jurídica é o que ficar estabelecido, por vontade dos sócios, no seu estatuto ou ato constitutivo. É um domicílio especial pois, na verdade, a pessoa jurídica não tem residência, mas sede ou estabelecimento que se prende a um determinado lugar. Não havendo no estatuto ou ato constitutivo qualquer referência ao domicílio a pessoa jurídica terá domicílio onde funcionarem as suas respectivas diretorias ou administrações (art. 75,IV CC).
	A pessoa jurídica pode ter mais de um domicílio como se pode depreender do art. 75 § 1º e § 2º. As pessoas jurídicas de direito público interno têm o seu domicílio nas sedes dos respectivos governos (art. 75CC).
4.– Registro civil das pessoas naturais
O registro civil das pessoas naturais, nas palavras de Tepedino� tem como finalidade documentar e dar publicidade ao estado das pessoas. 
O registro civil na sua finalidade de documentar e dar publicidade a certos atos tanto atende a interesses sociais como aos interesse do cidadão. Atende à sociedade, pois é com base nos dados lançados no registro que se faz o alistamento de eleitores, o recrutamento de militares, levantamento de estatísticas, etc. Atende ao interesse particular porque faz a prova do estado da pessoa, isto é, se é maior ou menor, nacional ou estrangeiro, solteiro ou casado, etc.
No que tange à publicidade dos dados lançados no registro civil qualquer pessoa, caso não exista impedimento judicial, pode conhecer dos atos e fatos ali registrados.
Os princípios básicos do registro são o da fé pública e da continuidade. O primeiro significa que os assentos do registro público presumem-se verdadeiros, não se admitindo prova em contrário. Admite-se a retificação, anulação, restauração e suprimento do registro, o que deve ser feito através de ação própria, ajuizadapor quem tiver interesse, nos termos dos artigos 109-113 da Lei 6.015/73. O princípio da continuidade, por sua vez, significa que todos os atos relativos à mesma pessoa devem constar do registro obrigatoriamente.
O artigo 9º do CC estabelece que os nascimentos, casamentos e os óbitos devem ser registrados, bem como as emancipações voluntária e judicial, além da interdição e sentença de declaração de ausência e de morte presumida. O registro de nascimento obedecerá ao disposto nos artigos 50 e seguintes da Lei 6.015/73; o registro do casamento observará o que diz o artigo 70 da Lei 6015/73, mais os artigos 1.515 e 1.516 do CC, a respeito do registro do casamento religioso com efeitos civis, além do artigo 1.514 do CC no que diz respeito ao casamento nuncupativo; o registro de óbito reger-se-á pelos artigos 77-85 da Lei 6.015/73; finalmente, o registro de emancipações, interdições , ausências e mortes presumidas, seguirá o que estabelecem os artigos 89-94 da Lei 6.015/73.
O artigo 10 do CC trata da averbação de atos judiciais e sentenças no registro civil. A averbação tem caráter acessório, pois altera registro já existente. A averbação de sentença mencionada no inciso I do artigo é feita de acordo com o artigo 100 e 101 da LRP (6.015). As demais averbações dos atos mencionados nos outros incisos são feitas de acordo com os artigos 102 -103 da lei já mencionada.�
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1.- Quais são os principais princípios do registro público e qual a sua finalidade?
2.- Quais sãos os Estados da Pessoa natural? O que significam?
3.- O que você entende por domicílio? Há domicílio sem residência? Justifique
4.- O que é domicílio voluntário? E domicílio necessário?
5.- A pessoa pode ter mais de um domicílio? Por que?
6.- quais são os elementos configuradores do domicílio?
7.- Quais as características do estado da pessoa natural? 
� GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, p. 167.
� GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, p. 168-169.
� GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, p. 170.
� AZEVEDO, Op. cit. p, 14.
� DINIZ, Maria Helena. Ob. cit., p. 225.
� Idem, ibidem.
� TEPEDINO, Gustavo.[Et al.]. Ob. cit., p.26-27.
� TEPEDINO, Gustavo.[Et al.]. Ob. cit., p.28.

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