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JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL G1

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JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL – THIAGO VARELA 
Aula 1 – Rio, 13.08.14
tvarela@puc-rio.br
G1 peso 2 + G2 peso 3 /5; G1: 2 múltiplas escolhas para justificar e 3 discursivas ; G2: prova + trabalho sobre jurisdição estrangeira (falar sobre o controle de constitucionalidade e um caso emblemático) 
Bibliografia: livro de constitucional (Gilmar Mendes) + “Controle de Constitucionalidade do Direito Brasileiro” – Barroso 
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INTRODUÇÃO
O que leva um juiz a declarar a inconstitucionalidade de uma lei? Qual é o problema disso? Faz isso em razão da supremacia constitucional – antigamente essa resposta era o suficiente, mas hoje é incompleta. 
-Legitimidade do juiz para declarar inconstitucionalidade de uma lei 
A lei passa por um processo democrático de elaboração e este processo é feito dessa maneira justamente para garantir um processo democrático.
Depois disso tudo, o juiz pega um caso em que a parte pede a aplicação de tal lei e o juiz diz que não irá aplicá-la porque ela é inconstitucional, fazendo isso por causa da supremacia da norma constitucional – MAS POR QUE ELE TEM ESSA LEGITIMIDADE? POR QUE ELE TEM QUE GARANTIR A SUPREMACIA DA NORMA CONSTITUCIONAL?
Qual é a função da CF? O que mudou para que ela passasse a existir e não apenas o direito civil? A função da CF é uma novidade – é uma regra que se encarrega da organização do Estado. Mas também não é bem assim. 
Quando tem a formação dos Estados, a Europa tem o Absolutismo Monárquico (o rei governa de maneira absoluta. O rei diz: “O Estado sou eu”). Neste momento não se pensa na CF, não tem o que falar do juiz ter que limitar o poder político. O poder político já era organizado aí, e não precisava de uma CF para isso. 
Apesar da Europa ter essa formação, a mudança ocorre primeiro nos EUA. A Inglaterra tinha 13 colônias da América da Norte, as quais entraram em guerra – porque o rei da Inglaterra era um monarca tirano por meio de arrecadação abusiva de impostos. Com a guerra, as 13 colônias se tornam independentes, adotando a Confederação – Estados soberanos e independentes unidos por um tratado, em que cada um tem a sua lei, a sua CF.
Em 1787, há a Convenção da Filadélfia e exorbitam do seu poder e decidem acabar com a Confederação, acabando com a soberania de cada estado e criando um único Estado. Seria um Estado só. Formaram uma declaração afirmando que a pessoa internacional que se apresenta era os EUA – elaboraram um documento jurídico e de natureza política, constituindo esse país. Tinham que dizer como que aquele país iria funcionar e se organizar - FUNÇÃO DE ORGANIZAR O ESTADO – a novidade que estão trazendo é que eles criaram um país para garantir a liberdade. Não querem mais um tirano/um monarca absoluto no poder). Portanto, organizaram o Estado para LIMITAR O PODER. 
A supremacia da norma constitucional é consequência disso tudo. Se o governante altera a constituição do jeito que ele quiser, então não adiante nada. A constituição dos EUA é a lei suprema da nação (art. 6º da CF dos EUA). Para que o governante não possa desobedecer a constituição, ela está no ápice, sendo superior às leis, então a supremacia da constituição não é causa, mas sim consequência (pirâmide de Kelsen).
Isso me garante o Estado Democrático de Direito. Não tenho esse estado com poder absoluto, mas sim com poder limitado é que tenho estado democrático e com um documento jurídico que se encarrega de limitar o poder do Estado -> organiza o Estado limitando o poder, para que eu tenha a liberdade, a democracia. 
Por conta disso a CF deve ser superior a todas as demais normas do ordenamento jurídico, por isso que nada pode violar a CF. Por isso que o juiz quando declara norma inconstitucional ele tem legitimidade, porque está protegendo o Estado Democrático de Direito. Se eu permito que a CF viole o Estado, então a CF não tem função de existir. Quando o juiz age assim ele limita o poder do Estado, garantindo a manutenção do Estado Democrático. 
OBS.: Quando o país tem CF Flexível (CF e leis no mesmo patamar), nesse caso não tem controle de constitucionalidade. Para ter controle de constitucionalidade a CF tem que ter supremacia e ser rígida.
O terceiro grande elemento de constituição são OS DIREITOS FUNDAMENTAIS. A ideia do fim do absolutismo monárquico na Revolução Francesa passa pela ideia de CF – com o objetivo de organizar o Estado e limita o poder também, mas colocando os direitos fundamentais na CF. 
A primeira CF que nasce pronta com esses três elementos é a brasileira de 1834. 
Mas ainda tem uma pendência: a CF existe para limitar o poder do Estado e por isso é norma suprema. Mas e as emendas? As emendas são necessárias, porque a sociedade muda. Não se pode condenar uma sociedade a não se alterar. Às vezes pode alterar apenas a interpretação. Quem altera a CF são apenas os representantes do povo -> art. 60 da CRFB. É aprovada pela Câmara e pelo Senado e acabou, não tendo sanção ao veto de emenda.
Ao defender a supremacia da CF evita-se o abuso de poder.
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Aula 2 – Rio, 18.08.14
MODALIDADE DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
-Quanto ao momento
Controle prévio -> Feito no curso do processo legislativo. Feito durante o processo de criação da norma jurídica. Aqui ainda não há norma jurídica propriamente dita.
A França adota esse modelo. Também tem o repressivo, mas é exceção.
Controle repressivo -> Uma lei é promulgada hoje e ele tem vacaciode 60 dias, se entra com ADIN nesse período vale? Enquanto ainda está na vacacio legis? O projeto foi sancionado, promulgado e publicado no DO e durante na vacacio de 60 dias um partido ajuíza ADIN contra essa lei – é permitido ou não? É admitido, porque tenho nesse momento norma jurídica. Mesmo no período de vacacio está criando direitos e obrigações, nesse tempo de vacacio é para nos adaptarmos ao seu efeito. Passado aquele tempo de vacacio, a lei produzirá seus efeitos. 
Pode entrar com ADI contra um projeto de lei? Não. Porque não é lei e nem ato normativo – e ADI é contra isso. 
Fala de controle repressivo a partir dos efeitos da norma. Admito esse controle a partir do momento que a lei existe, ou seja, é feito no plano da existência.
Nosso sistema foca muito no controle repressivo. 
-Quanto ao órgão controlador
É com relação com que está fazendo o controle.
Controle político -> O controle é político quando é feito por órgão que não integra o Judiciário (Executivo e Legislativo). 
Controle Judicial -> E Judicial quando é feito pelo poder judiciário.
A Europa trabalha com tribunal constitucional, porém esse tribunal varia de país para país. Exemplo: em alguns países esse tribunal integra a estrutura do poder judiciário. Mas em outros países, não funciona assim, pois o tribunal constitucional pode integrar membros dos 3 poderes. 
Em regra, aqui no Brasil o controle político é prévio e não repressivo. E o judicial é repressivo. 
Controle repressivo político legislativo se diz como controle inexistente ou CF inexistente. Esse modelo se encontra nos países que adotam o modelo socialista. Não há controle de normas a ser exercido de fato, porque é ingênuo acreditar que o órgão que criou a lei vai reconhecê-la como inconstitucional. 
O sistema socialista trabalha com o modelo que diz que a CF e as leis são feitas pelo povo, portanto apenas o povo pode reputar uma norma como inconstitucional, por ele próprio aprovada. Porém, na prática isso não funciona. Como lá só tem um único partido, é este quem controla a CF e os mecanismos de controle da CF. Aqui não há o que se falar em supremacia da CF, então. Isso entra em contradição com o art. 16 da Declaração de Direitos do Homem, pois este dispositivo diz que deve haver a separação formal dos poderes. 
-Quanto à forma
Inconstitucionalidade material -> quanto ao conteúdo da norma
Inconstitucionalidade formal -> quanto ao procedimento que a norma
Leiestadual legisla sobre direito civil – é inconstitucional. Mas é material ou formal? Nesse caso, é uma exceção porque é vício formal orgânico, sendo entendido como vício material. Não pode ter essa análise pelo poder legislativo estadual, teria que ser feito pela União. É tido pela doutrina como inconstitucionalidade material. Quando tem inconstitucionalidade por causa do ente competente, é inconstitucionalidade material. 
No momento da recepção de normas, analisamos a inconstitucionalidade material.
OBS.: Quando a lei anterior à CF for materialmente incompatível com a atual, não falamos em inconstitucionalidade, mas sim em REVOGAÇÃO – aqui se fala em recepção. 
Cabe ADIN contra a lei “x” de 1974, que foi contrária a CF de 1969, porém ninguém entrou com ADIN contra ela. Posteriormente, entra a CF de 1988 e tal lei é inconstitucional, não sendo recepcionada por esta CF. 
Pode, então, um juiz agora em 2014 declarar que tal norma não será aplicada, pois ela é inconstitucional desde a sua origem, e por isso não foi recepcionada pela CF de 88? A CF não pode transformar uma lei inconstitucional em constitucional. Ela é inconstitucional desde a origem – o juiz pode falar que não irá aplicar esta lei, porque ela já era contrária ao texto da CF de 1969. A declaração de inconstitucionalidade é ato constitutivo e extunc, a inconstitucionalidade é desde a origem. 
-Sistema de controle
Controle difuso -> É aquele realizado por todos os órgãos do poder judiciário. Vale para o juiz da primeira instância, inclusive para o STF. Só tivemos esse controle durante muitos anos – 1891 até 1965. 
Controle concentrado -> É aquele realizado pelos órgãos superiores do poder judiciários, pelos órgãos de cúpula do judiciário STF, TJ.
O supremo tem controle concentrado, sendo o guardião da CRFB. O TJ se preocupa com a constituição estadual, sendo o guardião desta. STJ não é órgão de cúpula, porque quem é órgão de cúpula da justiça estadual é o TJ.
-Vias de controle
Controle abstrato (via de ação) -> É o controle em tese, isto é, feito em cima da norma. Não tem partes litigando, o que se tem é um questionamento em tese para saber se tal lei é constitucional ou inconstitucional.
Tem eficácia erga omnes. 
Exemplo: lei de divórcio que em caso de partilha de bens, esta deve ser feita em razão de 70% dos bens partilhados em favor da mulher e os outros 30% em favor do homem. Se não tiver lide em razão disso, ou seja, não tendo um caso concreto por conta dessa lei, e mesmo assim tal lei for declarada inconstitucional porque viola a igualdade de gêneros, teremos CONTROLE ABSTRATO e tal decisão terá efeito erga omnes, ou seja, valerá para todos. Vincula a todos. 
**TODO CONTROLE ABSTRATO É NECESSARIMANETE CONCENTRADO.
Controle concreto (via de exceção*) -> É aquele feito em cima de um caso concreto, de uma lide – as partes estão litigando sobre determinado bem da vida, estão pedindo algo ao judiciário e o juiz para decidir tem que analisar o caso concreto.
Tem eficácia inter partis.
Exemplo: lei de divórcio que em caso de partilha de bens, esta deve ser feita em razão de 70% dos bens partilhados em favor da mulher e os outros 30% em favor do homem. João e Maria estão se separando – vai se argüir a inconstitucionalidade dessa norma? Se você estiver advogando para Maria, não. Mas se você for advogado do João, você pedirá ao judiciário a partilha dos bens a razão de 50% dos bens para cada um (PEDIDO), porque esta lei é inconstitucional , violando a igualdade de gêneros (entre homem e mulher) (CAUSA DE PEDIR). É CONTROLE CONCRETO – a decisão terá efeito inter partis apenas. 
*Não é para entender como exceção à regra. É porque é um controle feito como uma preliminar de defesa. É uma forma de defesa indireta de mérito – ataca-se o fundamento do pedido do autor, pois ele está pedindo algo com base em uma lei inconstitucional.
Críticas feita sobre essa expressão (“exceção”) -> Exceção que o réu apresenta é a de impedimento, de suspeição e de competência relativa. Mas a exceção de inconstitucionalidade não precisa ser pedida da forma que essas outras (contenciosas) são. O réu pode apresentar alegação de inconstitucionalidade em contestação, em reconvenção, pois a alegação de inconstitucionalidade é livre. 
**CONTROLE DIFUSO É SEMPRE CONCRETO. 
**Dá para ter CONTROLE CONCENTRADO CONCRETO? Ou seja, análise de caso concreto que só pode ser feito por órgão de cúpula do judiciário? Sim. Na Itália é assim, pois o juiz não declara lei inconstitucional, então para definir o caso manda para o tribunal constitucional e depois volta para ele decidir.
Mas no Brasil temos a Ação de Representação Interventiva – art. 36, inciso III, CRFB – é caso de controle concentrado concreto. Tal ação é julgada exclusivamente pelo Supremo. 
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Aula 3 – Rio, 20.08.14
CONTROLE PRÉVIO
Feito durante o processo de criação de lei, feito pelo poder legislativo (CCJ) e pelo presidente da república (veto jurídico), aqui no Brasil.
Este controle, em regra, deve ser político. 
CCJ tem por função verificar a compatibilidade de projeto de lei com a CRFB. É o primeiro filtro. A decisão é política (é composta por políticos). Esse parecer pode ser terminativo. Quando aprova, vai para o Plenário (mas não necessariamente vai para o Plenário – art. 58,§2º, inciso I – é possível que a Comissão tenha a palavra final). 
Nenhum projeto de lei escapa da sanção ou veto. O chefe do poder executivo tem diante dele duas opções: sancionar ou vetar. Quando sanciona, não é mais projeto de lei, pois quando sanciona deixa de ser projeto e vira lei. 
Mas o presidente pode vetar – art. 66,§1º da CRFB -> o veto pode ser por dois motivos: inconstitucionalidade (VETO JURÍDICO -> presidente votou projeto por causa da inconstitucionalidade – CONTUDO O CONTROLE CONTINUA SENDO POLÍTICO) ou contrariedade ao interesse público (VETO POLÍTICO). O controle será sempre político.
Quando o presidente veta o projeto de lei por contrariedade ao interesse público ele NÃO realiza controle de constitucionalidade. Só há quando o presidente veta por inconstitucionalidade, isto é, quando faz o veto jurídico. 
Todo veto precisa ser motivado, porque o veto é analisado em sessão de Plenário e pelo voto da maioria dos seus membros pode derrubar o veto, logo o veto tem que ser motivado para que o Parlamento saiba no que está votando. Tem que motivar porque o presidente entende ser inconstitucional. OBS.: O veto pela inconstitucionalidade pode ser derrubado. 
Problema que ocorre: O presidente veta por inconstitucionalidade e justifica, mas essas razões são insuficientes – a norma trata de assunto amplamente aceito pelos tribunais superiores e mais de uma vez o STF disse que a espécie de norma era constitucional e então chega uma lei tratando daquele assunto novamente e o presidente diz que aquela lei é inconstitucional. Pode o presidente fazer isso? Sim.
É possível controle judicial do veto? -> alguém vai ao judiciário e diz que esse veto está errado. Pode o judiciário, então, desfazer? SEPARAÇÃO DOS PODERES -> o Poder Judiciário analisa a lei, mas não cabe a ele rever ato de competência exclusiva do presidente. O veto é um ato/controle político. Não pode o judiciário rever o veto, pois é ato exclusivo do presidente e é uma decisão política. 
Tem posição contrária a esta situação acima mencionada -> Mariana Montebello: o mandado de segurança impetrado por parlamentar -> quando o presidente veta o projeto de lei de forma equivocada, o parlamentar tem direito a reclamar isso, pois ele participa do devido processo legislativo (deputado, senador poderiam fazer isso). O veto não pode subsistir, pois o presidente estaria sufocando uma maioria judiciária. 
-Exceções:
Em regra quem deve fazer são os órgãos que elaboram a lei. Contudo, excepcionalmente poder judiciário pode fazer controle prévio. 
Como funciona essa exceção? Se dá quando o STF julga mandado de segurança impetrado por parlamentar que visa garantir seu direito líquido e certo de participar deregular processo legislativo constitucionalmente estabelecido*. 
O parlamentar tem o direito de participar do processo legislativo que esteja em harmonia com a CRFB. Ele acredita que esse projeto é importante para o interesse público e é aprovado na CCJ e vai para o Plenário, sendo aí aprovado também. Câmara também aprova, mas o Senado ao receber o projeto faz alterações – tais alterações têm que ser analisadas pelos deputados (volta pra Câmara - art. 66, parágrafo único) – Mas o Senado mandou direto para o presidente da república, em vez de mandar novamente para a Câmara (casa iniciadora). O deputado vê que a CRFB está sendo violada, então faz um controle JUDICIAL prévio *. 
OBS.: Nem toda alteração feita pela casa revisora precisa voltar à casa iniciadora – só as alterações que sejam substanciais!!!Quando a alteração é só na redação, não tem necessidade de retornar à casa iniciadora – tal entendimento é pacífico no STF.
CONTROLE REPRESSIVO
Em regra se dá de forma judicial. Porém, o poder legislativo pode fazer controle repressivo excepcionalmente. 
O Brasil tem duas exceções que se admitem quanto ao controle repressivo pelo poder legislativo:
Art. 62,§5º da CRFB (medida provisória)
A aprovação da MP depende dos seus pressupostos constitucionais: relevância e urgência. A MP uma vês editada cria direitos e obrigações e é pelo poder executivo (pelo presidente da república). Presidente edita MP e o CN vê que aquilo não é urgente e rejeita essa MP, porque não está vendo relevância e urgência para editar MP, então estão fazendo controle de constitucionalidade, caracterizando controle repressivo (porque a MP já gera direitos e obrigações) político (porque é controle feito pela câmara dos deputados). CN rejeita MP por não atender seus pressupostos constitucionais.
Art. 49, inciso V
É da competência exclusiva do CN: V - Sustar os atos normativo do poder executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. 
É função do chefe do poder executivo editar decretos para regulamentar leis – faz isso para explicar, tornar a lei mais clara, garantindo a sua aplicação. Se o decreto regulamentar e disser mais do que deveria, inovando na ordem jurídica? Neste caso, o decreto está em desarmonia com a CRFB, sendo caso de inconstitucionalidade. Diante disso, o legislativo susta tal decreto (o decreto já está produzindo seus efeitos, por isso que é controle repressivo), realizando controle repressivo.
Segunda hipótese desse artigo: que – está falando da lei delegada: presidente requer que o CN delegue a ele fazer a lei delegada(art. 68) – depois que delega vai para o DO. Porém, quando sai a lei delegada o presidente violou os termos da resolução do CN, pois exorbitou do poder que tinha. Desta forma, faz o CN controle repressivo político.
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Aula 4 – Rio, 25.08.14
CONTROLE REPRESSIVO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A administração pública pode atuar no controle repressivo? Como? Depois que a lei é criada, pode a administração pública deixar de aplicá-la por causa de inconstitucionalidade da lei?
O servidor público está adstrito ao princípio da legalidade. Não cabe a ele deixar de aplicar uma lei por causa da inconstitucionalidade.
Um fiscal de rendas faz inspeção em determinada loja. E houve mudança na norma de recolhimento de ICMS e está na loja para fiscalizar se a loja está recolhendo da maneira correta. 
Mas entende que este recolhimento está errado. Pode então deixar de lavrar auto com base nesse argumento? Não – ele tem que fiscalizar e ver que a lei ali não está sendo cumprida, mas tem que lavrar o auto de infração mesmo assim. O servidor público não tem essa possibilidade de deixar de aplicar uma lei em razão da sua inconstitucionalidade. Não importa a hierarquia desse servidor público.
Mas se passa a existir um parecer técnico levado ao governador, um ato do chefe do poder executivo da não aplicação de uma lei em razão de sua inconstitucionalidade na administração pública - Isso é possível? Antes de 65, isso era possível, pois não tinha o controle abstrato de normas. Então sempre se permitiu que o chefe do poder executivo editasse um decreto, determinado a não aplicação de uma lei em razão da sua inconstitucionalidade. 
Em 1988, tudo muda. Vemos o crescimento do controle abstrato de normas, que envolve também uma pulverização de legitimados da ação direta. Tanto o presidente quanto o governador poderiam se utilizar da ADIN. Começaram a defender, então, que a partir de 1988 essa prerrogativa do chefe do poder executivo não poderia mais ser utilizada, pois o que ele deveria fazer era entrar com ADI, pois quem tem que resolver isso é o Poder Judiciário.
Gilmar Mendes defende que uma releitura deve ser feita do chefe do poder executivo de aplicar decreto para não aplicação de uma lei em razão de sua inconstitucionalidade, pois tal possibilidade não foi aceita pela CRFB de 1988, em razão da pulverização de legitimados da ADI. Antes, só sobrava ao chefe do poder executivo aplicar o decreto, porém hoje isso não tem mais sentido por causa da pulverização de legitimados que podem entrar com ADI. 
Tem dois precedentes do STJ sobre o assunto, um admitindo e o outro negando. Então a decisão da jurisprudência ainda não é certa. 
Contudo, a não aplicação de lei pelo chefe de executivo é crime de responsabilidade. E pode ser que mais tarde o Supremo declare que tal norma é constitucional, então ele tem um documento contra ele falando que não aplicou tal lei e então o chefe do poder executivo fica mal visto. É recomendável que ao lado do decreto o chefe do poder executivo entre com ADI com pedido de liminar e informa esse decreto na petição de ação direta, mostrando a boa-fé do chefe do poder executivo. Se o Supremo não decreta a liminar, então o melhor pro chefe do poder executivo a fazer é revogar o decreto.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE PELOS TRIBUNAIS DE CONTAS
Podem fazer controle de constitucionalidade das leis? 
Súmula 347 do STF -> é editada antes de 1988. Gilmar Mendes começou a defender que está súmula estaria superada. *
Art. 70 da CRFB (fiscalização externa): fiscalização financeira, orçamentária; art. 71 da CRFB -> competências do TCU. É um órgão autônomo, extraindo sua competência diretamente da CRFB – sua competência é constitucional, possuindo autonomia. 
*Está superada pelos mesmos argumentos que usa para falar do chefe do poder executivo, por causa da ampliação do poder abstrato, pulverização dos legitimados da ADI. Então, isso só justifica, na visão do Gilmar, uma releitura dessa súmula. O TCU não pode fazer controle de constitucionalidade.
Temos precedentes do STF, geralmente monocráticos, citando decisões do Gilmar Mendes. Superação da Súmula 347 -> começou na discussão do decreto de contratação da Petrobras (tem lei de licitações própria por meio de um decreto – tem o seu próprio decreto para licitações e contratos). Esse decreto começou a ser questionado pelo TCU – este analisando tal decreto o julgou inconstitucional, entendendo que não poderia ter um decreto dispensando uma empresa estatal da aplicação da lei 8666. Essa legislação paralela da Petrobras não poderia continuar. 
Ao considerá-lo tal decreto inconstitucional, causou caos na Petrobras. Mas o Supremo decidiu que o TCU não pode declarar ato normativo inconstitucional, superando a Súmula 347 do STF. O professor diz que o Supremo está errado. 
TCU tem, então, que aplicar a lei? Tem que homologar tal fato com base em uma lei inconstitucional. 
O problema é que no art. 71 da CFRB diz que ele pode sustar atos do poder executivo. Mas como pode fazer isso sem poder analisar controle de constitucionalidade? Tem, então, um poder “capenga”. 
O TCU aplica ainda a súmula, mas por MS susta-se tal decisão do TCU, pois este não pode mover ADI. Portanto, a questão ainda está confusa. 
CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE
Controle realizado por todos os órgãos do Poder Judiciário. Isso envolve o STF também – o STF também tem atuação importanteno controle concentrado, mas também atua no difuso (julga recurso extraordinário).
No controle difuso, a questão constitucional JAMAIS é PEDIDO. Só pode ser feito no caso concreto, por isso o direito é sempre CAUSA DE PEDIR. Não se pede a declaração de inconstitucionalidade da lei. 
Se pede aqui determinado bem da vida, pede uma indenização, qualquer coisa, mas o fundamento do seu pedido é a inconstitucionalidade. Porém, o pedido principal não será a inconstitucionalidade. A causa de pedir não é o pedido! 
-Caso Marburyvs Madison
Ele ganha uma declaração de aquele ato foi correto, que ele podia ingressar com a ação, porém o mandamus não lhe é concedido. Só entende isso quando se analisa o contexto político deste caso.
É a partir desse caso que nasce o Judicial Review
Contexto político: John Adams, presidente dos EUA (governou de 1797 até 1801) e tinha como secretário de Estado Marshall. Secretário de Estado nos EUA é um cargo político extremamente relevante. 
Adams perdeu as eleições para Thomas Jefferson. Eram adversários. A consequência disso: antes do próximo presidente começar a governar, há um espaço de tempo, então Adams começou a nomear diversos partidários para vagas no Poder Judiciário. John Marshall foi nomeado Presidente da Suprema Corte, assumindo tal presidência de cara (isso é possível lá), porém até a posse de Thomas Jefferson, Marshall ocupa os dois cargos: presidência da Suprema Corte e Secretário de Estado (hoje, isso não é possível). 
Um desses atos nomeava Marbury para o cargo de Juiz de Paz, porém tal nomeação não chegou a tempo do final do governo de Adams - A nomeação de cargos era a seguinte (bastante complexa): presidente indica o nome, que deve ser aprovado pela senado, volta ao presidente que tem que assinar a nomeação, e vai para o secretario de estado que deve colocar o selo da presidência dos EUA quando vê que tem a assinatura do presidente, e entrega a carta de nomeação para o nomeado – foram muitas nomeações, e não deu tempo de entregar todas, outras já estavam prontas para ser entregues, e o sujeito não recebeu, então o sujeito não pode assumir. Jefferson, ao entrar, impede que quem não havia recebido a nomeação ainda não iria mais receber.
Caberia ao Secretário de Estado não cumprir uma decisão do presidente e do Senado? Não, isso não tem o menor sentido. Se a nomeação estava pronta com a aprovação do Senado e com o selo, tinha que ter sido entregue, pois é um ato vinculado. Porém, o presidente quando toma posse (Jefferson), diz que o Secretário de Estado não poderia entregar nenhuma nomeação. 
Marbury entra com uma ação pedindo que Madison (Secretário de Estado do governo de Jefferson) fosse condenado para que este entregasse a nomeação, dando origem ao caso Marbury vs. Madison. O caso chega à Suprema Corte, onde é avocado por seu Presidente, Jonh Marshall. 
O nível político de tensão era muito grande, e Jefferson afirmava que não importava a decisão da Suprema Corte, ele não obedeceria a ordem de entregar a nomeação a Marbury. A Suprema Corte ficou a um passo da desmoralização, pois se obrigasse a dar a nomeação a Marbury e o presidente não cumprisse, iria ficar desmoralizada, porém se não condenasse (negando o pedido do autor), a impressão que estaria dando é que a Suprema Corte abaixou a cabeça para a presidente (se amendontrou), saindo desmoralizada de qualquer forma. Marshall então avoca (toma para si) o processo, aceitando resolver o caso. 
A sentença diz de cara que o sujeito tinha direito e que julgava procedente, e depois que foi analisar se a ação era válida – inverte a ordem de julgamento entre mérito e preliminar: primeiro resolve e depois julga as preliminares. Nas preliminares, disse que Marbury entrou com a ação adequada, mas que a Suprema Corte não deveria julgar. 
Entende que aplicar o mandamus ali seria inconstitucional. Então, ele declara Marbury carecedor de ação -> Suprema Corte disse que Marbury tinha direito de ser nomeado, mas que aquela ação era inadequada para aquela finalidade, então a ordem pedida era de nenhum feito. 
Declarou a supremacia da constituição e que o poder judiciário pode declarar lei ou ato normativo inconstitucionais, afastando a aplicação destes em casos concretos. Criando o controle difuso de constitucionalidade no mundo. 
No mérito afirma que o poder executivo não pode desobedecer a CF. Ele transfere toda a dificuldade do caso para o Thomas Jefferson, porque ou ele cumpria a decisão (nomeando Marbury Juiz de Paz), mas se não nomeia também cumpre a decisão, pois Marshall disse que a ação com a qual Marbury entrou não foi a adequada – então Jefferson obedeceria a decisão da Suprema Corte de qualquer maneira, sendo a Suprema Corte a vencedora. Pois quando esta toma uma decisão que é impossível o presidente descobrir, inaugura-se o controle pelo Poder Judiciário.
Cabe ao Judiciário invalidar decisões legislativas ou administrativas que violem a CF (judicial review). 
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Aula 5 – Rio, 27.08.14 Continuação de Controle Difuso
O controle difuso é concreto. É feito por todos os órgãos do poder judiciário. A questão constitucional é CAUSA DE PEDIR, é o fundamento jurídico do pedido.
-Controle difuso no Brasil – parte histórica
O controle da constitucionalidade não existia na constituição de 1824
Devido à existência de um poder moderador e à competência do senado para defender a constituição.
Primeira constituição escrita que temos é a de 1824 – constituição imperial outorgada por D. Pedro I, nosso Estado era unitário e havia o poder moderados (poder executivo, legislativo, judiciário e moderador)e o fato do senado ter competência para defender a constituição, não existia controle de constitucionalidade. Existia conflito então entre legislativo e moderador.
O controle difuso surgiu no Brasil com a constituição de 1891
Em 1891, surge uma nova constituição e aparece o controle de constitucionalidade difuso, feito por todos do poder judiciário. Cabia ao judiciário no julgamento de casos concretos de uma lide deixar de aplicar uma norma em razão da sua inconstitucionalidade. 
Nós copiamos o modelo dos EUA – controle difuso concreto. Nós não copiamos a regra do staredecisis, em que tomada a decisão pela suprema corte, torna-se obrigatória nas instâncias inferiores, nós apenas dissemos que o judiciário pode deixar de aplicar lei em casos concretos, se entender que a lei é inconstitucional. A decisão é inter partis, mesmo que a decisão seja do STF. Então ficava confuso, porque o STF podia decidir pela inconstitucionalidade da lei, mas o juiz de primeira instância decidir aplicar a lei.
Em 1934, isso se resolve, porque aparece a cláusula de reserva de plenário
Cláusula de reserva de plenário: reconhecida a inconstitucionalidade pelo STF, o Senado suspendia a lei. 
A CRFB de 1937 – outorgada por Getúlio Vargas, dando início ao Estado Novo
Em termos de controle de constitucionalidade havia o art. 96, parágrafo único da CRFB de 37: só por maioria absoluta de votos poderão os juízes declarar a inconstitucionalidade de ato do legislativo ou do presidente da república; parágrafo único: STF declara norma inconstitucional, mas se o presidente a considerá-la de interesse do povo e interesse nacional de alta monta, submete ao CN, que ele controlava. Isso só encerra em 1945, que é quando acaba o governo Vargas. 
Pior do que isso era que o CN era fechado por Vargas nesse período constantemente. E quem exercia as atribuições do CN nesses períodos era o próprio presidente. Então se o STF declarava lei inconstitucional, Vargas por decreto tornava inválida a decisão do Supremo. Isso é o que se tinha na ditadura.
OBS.:Isso não se confunde com uma proposta de emenda apresentada ano passado: se o STF declarar inconstitucionalidade de emenda à constitucional ficará sem efeito a decisão do tribunal até ser confirmada em plebiscito nas próximas eleições. 
No caso acima, temos o CN por 2/3 dos seus membros se convocado pelo presidente podia tornar inválida a decisão doSTF. 
Mas na proposta apresentada ano passado, o Supremo declara inconstitucionalidade de emenda (que só pode ocorrer quando altera cláusula pétrea), essa decisão seria submetida a um referendo do povo nas próximas eleições. Se o povo concordar, mantém a decisão do Supremo, mas se o povo disser que não, perdia-se a decisão do Supremo. 
O argumento principal: você perguntará ao povo sobre a emenda à constituição e não está perguntando sobre a constitucionalidade de uma lei – poder originário se manifestando. Não interessa se é cláusula pétrea. Poder originário é soberano e ilimitado, pode fazer o que quiser. Não pode dizer que é inconstitucional uma decisão do poder constituinte originário. 
E isso não tem nada a ver com o art. 96, parágrafo único da CRFB de 37. 
Os que são contrários a essa PEC: tal proposta é inconstitucional, porque estamos falando de emenda à CRFB e não de um momento de ruptura constitucional para o chamamento do poder constituinte originário, que aí sim esse pode fazer tudo o que quiser, pois está rompendo com a ordem estabelecida. O caso aqui é uma emenda sendo aprovada apenas. O STF diz que tal emenda não pode ser cumprida, por conta do respeito à cláusula pétrea, a qual existe justamente para que uma maioria não retire no futuro esses pilares de constituição do Estado Democrático de Direito. 
Todos convergem em um ponto: esta PEC apresentada ano passado não tem nada a ver com o o art. 96, parágrafo único da CRFB de 37. 
Em 1946, tudo mudou. 
O artigo 96 foi revogado e nunca mais voltou.
Em 1965, surge a ADI.
Até 1965 era a única forma de controle, quando a EC 16/1965 criou o controle abstrato pela ADI.
Quando nasce a ADI nesse momento, nasce o modelo misto de controle. Até esse momento usávamos o modelo americano (controle difuso concreto). A partir daí aderimos também o modelo austríaco – controle misto de controle. 
Prevalecia o difuso concreto, ainda sim. O abstrato concentrado era apenas na ADI. E na ADI o legitimado único era o procurador geral da república. Procurador geral da república era cargo de confiança do presidente da república, logo o procurador geral da república não vai entrar com ADI que não é do interesse do governo, e se o presidente lhe pedisse para declarar uma ADI, é claro que ele iria declarar. Portanto, era uma política de governo. Mais do que isso: deve-se lembrar que em 1964 teve o golpe, então ir contra o governo era impensável numa ditadura. 
Em 1988, continuamos com o sistema misto e com o modelo difuso concreto, só que agora o modelo misto prevalece no controle abstrato concentrado, ou seja, o pêndulo muda. 
O procurador geral da república passa a ser eleito e não mais sendo nomeado pelo presidente da república. Além disso, o procurador geral da república passou a ter maior proteção só podendo ser destituído por maioria absoluta do Senado.
Hoje, o poder abstrato prevalece. E há quem acredite que o pêndulo sofrerá outra mudança: abolição do modelo difuso concreto, transformando o STF em Corte de Justiça. 
-Controle difuso concreto – modificações desde 2004:
Continua existindo e continua funcionando perante os tribunais, diferente da sua origem. Não é mais o mesmo, mas continua funcionando. Temos uma nova forma do exercício do controle difuso.
É realizado por todos os órgãos do Poder Judiciário, desde a 1ª instância até o Supremo Tribunal Federal. É utilizado durante o julgamento de um caso concreto. 
A questão constitucional no controle difuso é incidente, isto é, é questão prejudicial – CAUSA DE PEDIR. NÃO É O PEDIDO NUNCA!
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Aula 6 – Rio, 03.09.14
CONTROLE DIFUSO
-Em 1ª instância:
O ponto principal do controle difuso é que a questão constitucional é a causa de pedir, é o fundamento do pedido. As partes não desejam uma declaração de inconstitucionalidade. O juiz é chamado para resolver a lide (pedido/mérito). 
O juiz deve resolver o mérito, mas não consegue analisar o mérito sem avaliar se a norma a ser aplicada é ou não constitucional - questão prejudicial. 
Com relação à petição, a alegação de inconstitucionalidade deve ser feita na parte de fundamentação ou do direito. A parte dos fatos é a parte mais importante, conta-se exatamente o que aconteceu. Vai dizer por que vai pedir aquilo ao juiz (ainda não fez o pedido!) e no final faz o pedido. Não pode pedir no pedido que a lei seja declarada inconstitucional. O juiz não pode declarar inconstitucionalidade da lei como pedido, é sempre na fundamentação.No pedido vai se pedir para que o réu restitua o autor no que este teve que pagar a mais indevidamente. 
Art. 458, CPC – requisitos essenciais da sentença:
Inciso I – Relatório -> o relatório é fundamental para que fique comprovado que o juiz leu o processo, ele conhecesse a controvérsia e conhece o pedido do autor. Ele apresenta o resumo da resposta do réu, sobre o que o réu está contestando – apresenta os argumentos do autor e do réu, mostrando que conhece a controvérsia.
Inciso II – Fundamentos -> juiz analisa as questões de fato e de direito. É aqui que tem a questão constitucional sendo analisada. Pro juiz julgar o mérito ele tem que analisar a questão constitucional, se aquela norma jurídica é ou não constitucional. É a análise prejudicial, porque afeta a decisão do mérito. Ou a lei é inconstitucional e o autor tem razão nas suas alegações, sendo a ação procedente, ou a lei é constitucional e o autor não tem razão nenhuma, sendo a ação improcedente. Exemplo: o tributo violou o princípio tal da CRFB. Resolve a questão prejudicial.
Inciso III – Parte Dispositiva –> “Isto posto julgo procedente/improcedente o pedido para...”
O que faz coisa julgada? Toda a sentença ou apenas uma de suas partes?
O que pode transitar em julgado: a sentença como um todo ou apenas uma de suas partes? 
Art. 469 do CPC – não fazem coisa julgada: 
I-> os motivos não fazem coisa julgada, a motivação do juiz não faz coisa julgada. 
II-> a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. 
III-> a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo.-> decidida incidentalmente = no curso do processo; questão prejudicial não é mérito, mas influencia definitivamente o mérito. É esse inciso III que me dá a possibilidade de ter o controle de constitucionalidade. 
Então só faz coisa julgada a parte dispositiva, pois se a apreciação da questão prejudicial fizesse coisa julgada, iria vincular a todos e não só às partes daquele processo, pois não se pode ir contra coisa julgada. – A apreciação da questão judicial não faz coisa julgada, porque senão a decisão do juiz de primeira instância vincularia todas as decisões de processos posteriores.
Só que existe a Ação Declaratória Incidental:
Dá força de coisa julgada à questão prejudicial julgada incidentalmente no processo.
Requisitos: Competência do juiz em razão da matéria; a questão prejudicial tem que ser pressupostos para resolução do mérito; e a parte tem que pedir. 
Tem por finalidade dar força de coisa julgada à questão prejudicial – que a gente viu que no inciso III não faz coisa julgada, mas aqui faz
Art. 470 do CPC -> Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5º e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide. 
Exemplo 1: Imagine que tenha uma ação de alimentos contra determinado réu. Essa ação de alimentos não é cumulada com investigação de paternidade e não tem nenhuma declaração de que o réu reconheceu aquela criança como filho dele e não tem nenhuma relação sócio-afetivo e a paternidade biológica sempre foi questionada. O menor entra representado pela genitora com ação de alimentos, mesmo sem ter paternidade declarada. 
A causa de pedir é a paternidade e o pedido é alimentos. A paternidade é uma questão prejudicial nesse caso, porque o juiz vai analisar se há relação de parentesco entre ele. Se o réu for pai do autor, a ação é procedente; se não for, a ação é improcedente.E não adiante o réu se recusar a fazer o exame de DNA, porque que há a presunção de veracidade quando o réu age assim. 
No exame de DNA dá que o réu não é pai. A ação é de improcedência – mas de que? Do pedido -> que foi alimentos. Alimentos vai fazer coisa julgada. Mas a paternidade não (questão prejudicial). Só que para o seu cliente interessa que faça, pois ele teve um problema com a esposa por causa desse processo. 
Para resolver isso entra com Ação Declaratória Incidental com uma simples petição para dar força de coisa julgada à questão prejudicial. 
Exemplo 2: Imagine que autor entra contra réu pedindo a execução de determina cláusula contratual. O réu contesta falando que o contrato foi assinado mediante coação. Se há coação, o juiz determina que aquela cláusula não seja aplicada, mas para o réu interessa que anule o contrato todo. Por isso o réu entra com Ação Declaratória Incidental, para que todo o contrato seja anulado. 
Cabe Ação Declaratória Incidental quando a questão prejudicial do processo for matéria constitucional? NÃO! Porque os requisitos desse tipo de ação é: requerimento da parte (ok); ter questão prejudicial (ok); competência do juiz em razão da matéria -> o juiz só tem competência para analisar questão constitucional no fundamento. Ele não tem competência para julgar questão constitucional que faz coisa julgada. !!!(questão da 2ª fase da magistratura). O juiz não tem competência para declarar a inconstitucionalidade de uma lei com eficácia erga omnes.
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Aula 7 – Rio, 08.09.14
-Controle difuso nos tribunais
Serve para todo e qualquer tribunal: TJ, STF, STJ, TRF, TRT, TER, etc, e não só para os de 2ª instância. 
Os tribunais são compostos por órgãos fracionários (Turmas ou Câmaras).
Ao ingressar no Tribunal o processo irá a um de seus órgãos fracionários, onde será distribuído a um Relator, que solicitará um parecer do Ministério Público (MP).
Participam do julgamento no órgão fracionário o Relator, o Revisor e um Vogal
Organização global de um tribunal: plenário e órgãos fracionários. 
Órgãos fracionários: Câmaras (tribunais do Estado/ de justiça) ou Turma (tribunais da União) – é uma tradição essa organização; é dividido dessa forma para facilitar o trabalho do tribunal. Essas organizações também são diferentes de cada estado. A federação envolve a autonomia de cada tribunal ter a sua própria organização. Então não olhe para a organização do tribunal de justiça do RJ e ache que será igual em SP. Cada TJ tem a sua organização própria. 
O RJ é organizado em câmaras civis e em criminais. Se é matéria criminal, vai para a câmara criminal; se é consumerista, vai para a câmara consumerista. Mas em SP já é totalmente diferente. 
Mas esses órgãos, acima referidos, são comuns. O tribunal pleno são todos os desembargadores reunidos – no RJ são 180. A CRFB lista algumas atribuições sobre a competência do plenário. 
O STJ não é o órgão especial !!! Cada tribunal tem o seu órgão especial – art. 93, inciso XI. Exerce a função do tribunal pleno. O pleno vai se reunir pelo menos uma vez para eleger metade dos membros órgão especial. O órgão especial representa o pleno. O importante então é entender que o órgão especial é facultativo e só pode ser constituído nos tribunais com mínimo de 11 e máximo de 25 membros. Se o tribunal pleno possuir órgão especial, então a matéria será julgada pelo órgão especial.
Quem tem competência para julgar recurso é o órgão fracionário. Quando o processo ingressa no tribunal, ingressa numa câmara cível, e ai é sorteado um relator que solicitará um membro do MP (mas não é sempre).
Art. 480 do CPC-> é o normal – relator sorteado, vê que tem alegação de inconstitucionalidade naquele processo. Despacha para o MP, promotor dá o parecer dele. Relator toca para a Câmara. A turma ou câmara pode tomar 03 posições sobre a alegação de inconstitucionalidade:
Alegação rejeitada -> art. 481, caput, 1ª parte -> prosseguirá o julgamento, por causa do princípio da presunção de constitucionalidade das leis. O órgão fracionário vai aplicar a lei, se rejeitar a alegação.
Alegação acolhida -> art. 481,caput, 2ª parte -> será lavrado acórdão para ser submetida a questão ao tribunal pleno. Isso remete à cláusula de reserva de plenário – art. 97 da CRFB -> a matéria é reservada ao plenário. Isso se chama cisão funcionalde competência, pois quebra a competência do fracionário para o especial.
O plenário ou órgão especial apenas resolve a alegação de inconstitucionalidade feita no processo e devolve a questão para o órgão fracionário que julgará o mérito.
1)SENTENÇA 2)APELAÇÃO 3)TRIBUNAL (TJ) 4)ÓRGÃO FRACIONÁRIO (CÂMARA CÍVEL) - quando julga o incidente de inconstitucionalidade acolhe a alegação de inconstitucionalidade e ao o art. 481 do CPC determina que será lavrado acórdão para submeter a questão ao tribunal pleno – elaboram acórdão: indica que o órgão fracionário acolhe o incidente de inconstitucionalidade; não cabe nenhum recurso desse acórdão, pois não houve sucumbência, uma vez que o mérito ainda não foi julgado(!!!) 5)ÓRGÃO ESPECIAL DO TJRJ – não julgam o mérito, resolve apenas a alegação de inconstitucionalidade; editam outro acórdão (porque é decisão coletiva), que reconhece a inconstitucionalidade argüida – desse acórdão também não cabe nenhum recurso, porque ainda não houve sucumbência, uma vez que o mérito ainda não foi julgado (!!!) 6)PROCESSO VOLTA PARA A CÂMARA CÍVEL – vão proferir o acórdão final, que julga o mérito do recurso.
Se a câmara cível deixa de aplicar a norma, mas não declara inconstitucional e nem remete para o órgão especial, é erro in procedendo, que gera a anulação da decisão (quando é erro in judicando, a decisão tem que ser revista). Súmula vinculante nº 10 do STF (remissão ao art. 97 da CRFB): viola a cláusula de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário que embora não declare a inconstitucionalidade de lei, afasta sua incidência, no todo ou em parte. Se o TJ afasta a lei, tem que ter declaração de inconstitucionalidade, e o caso tem que ser enviado ao órgão especial. Caso isso não ocorra, a decisão do TJ será anulada, por força da súmula vinculante nº 10 do STF. 
[Pergunta para reflexão feita pelo Fábio Leite: Quais decisões que vinculam? Decisão do STF em ADC declarando a norma constitucional com eficácia erga omnes e efeito vinculante. A Câmara Cível acolhe a alegação de inconstitucionalidade. Ou seja, o órgão fracionário foi contra a decisão do Supremo. E aí? Não pode entrar com recurso, porque não teve sucumbência. Então preciso esperar todo o processo citado acima para recorrer (espera o mérito recursal) ou já entra logo com a reclamação? O melhor é aguardar a eventual sucumbência para impetrar recurso]. 
-O que acontece no Órgão Especial
É regulado pelo art. 482 e parágrafos do CPC – abstrativização do processo, porque abres possibilidade para vários amicus curiae se manifestarem. 
§1º: MP e pessoas de direito público podem se manifestar;
§2º: todos podem se manifestar
§3º: outros órgãos podem se manifestar
Ou seja, acontece a possibilidade de manifestação de amicuscuriae nesse incidente. POSSO TER AMICUS CURIAE NO CONTROLE DIFUSO (!!!)
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Aula 8 – Rio, 10.09.14
-Controle difuso nos tribunais 
Cláusula de Reserva no Plenário nos tribunais
Art. 481, parágrafo único do CPC: Os órgãos fracionários não precisam submeter alegação de inconstitucionalidade ao plenário ou ao órgão especial, quando já houver pronunciamentos destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federalsobre a questão. 
O precedente tem que ser do Supremo Tribunal Federal no controle difuso. 
Pode um estado aplicar precedente do plenário ou órgão especial ou plenário do Supremo Tribunal Federal de outro estado? Não!!
O texto do professor Fábio Leite trata sobre um questionamento: o órgão fracionário está obrigado a seguir este precedente ou está dispensado? É um caso de dispensa (OE entendeu que é inconstitucional. Se oOF quiser aplicar o precedente, pode) ou de vinculação? 
Fredie Didier entende pela vinculação, tendo que aplicar o precedente. Já Humberto Theodoro acha que vincula apenas o OF que suscita a questão ao OE. Alexandre Câmara entende que o art. 481 é de constitucionalidade duvidosa, porque viola o contraditório e a ampla defesa. 
Uma parte entende que vincula, por causa do princípio da economia processual. E por causa do art. 482: abre a possibilidade de legitimados e amicus curiae pra depois o OF falar que não vai seguir? Muitos entendem que há uma asbtrativização do controle difuso – o que o OE julgou foi o incidente de inconstitucionalidade. OE julga a tese e vincula os órgãos inferiores. 
Art. 481, parágrafo único – Teoria da Vinculação: órgão fracionário é obrigado a manter aquela decisão tomada anteriormente por OE sobre a constitucionalidade. Nem remete a questão ao OE, o órgão fracionário vai resolver aquela questão. Tem que manter a decisão sobre inconstitucionalidade, nem manda para o pleno.
Teoria da Dispensa: órgão especial já entendeu que a matéria é inconstitucional, mas órgão fracionário decide de forma diversa, então vai aplicar a lei. -> previsão de constitucionalidade das leis. Pela 2ª teoria é facultativo mandar o processo para o plenário.
Sobra então ver o regimento interno dos tribunais sobre o assunto. TJRJ adota a Teoria da Vinculação -> art. 103 do RITJERJ: “A decisão que declarar a inconstitucionalidade ou rejeitar a arguição, se for proferida por 17 ou mais votos, ou reiterada em mais duas sessões, será de aplicação obrigatória para todos os Órgãos do Tribunal”.
Decisão do Órgão Especial: A decisão do Plenário ou do Órgão Especial sobre a alegação de inconstitucionalidade vincula os demais órgãos do Tribunal e os juízes de primeiro grau? – ver o regime interno do tribunal de justiça do RJ. ->Resposta: No RJ vincula se houver sido proferida por 17 ou mais votos ou reiterada em mais de duas sessões. Vincula da forma que está no art. 103 do RITJER (Regimento Interno do TJ do Estado do RJ).
Vincula se atingidas essas condições. É de aplicação obrigatória para todos os OF. Se for com menos de 17 votos, vincula naquele processo, mas aí o OF não ficará vinculado. 
Já no tribunal de Alagoas e outros da região nordeste, é adotada a Teoria da Dispensa. 
O Regimento Interno do Tribunal de Pernambuco é inconstitucional-> diz que a decisão por inconstitucionalidade é só por 2/3, mas na CRFB, art. 97 temos que é pela maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei. 
O ES é igual ao RJ, só que só precisam de 10 votos. 
Todos esses tribunais admitem submeter de novo a questão ao OE, se houver necessidade. 
Art. 103,§4º do Regimento Interno do RJTJ. 
Em outros tribunais a decisão vincula se for unânime – Santa Catarina, Bahia, Rio Grande no Norte – senão, há a dispensa. 
Ao olhar o art. 481, parágrafo único do CPC percebe-se que ele tem duas interpretações e o que resolve a dúvida é o Regimento Interno do Tribunal. 
Como funciona o art. 481, parágrafo único do CPC para os TRFS e suas regiões e no TRT 1ª região? O OF está vinculado ou não? 
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Aula 9 - Rio, 15/09/2014 – Anotações Bruna
	
- Cláusula de Reserva de Plenário nos Tribunais selecionados pelo professor:
Pelo texto do Fábio, o órgão fracionário está dispensado de encaminhar à matéria ao órgão especial, não ficando vinculado a decisão deles. Para tanto, analisa os regimentos internos de todos os estados brasileiros.
Na região Federal, nós temos apenas 05 TRFs por conta da proposta à emenda a constituição. 
TRF 1ª região: Região Norte, MG, BA, GO, MA, PI, Brasília. Artigo 359 do Regimento Interno. A decisão do órgão especial as Turmas. 
TRF 2ª região: RJ e ES. Artigo 127 do Regimento Interno. Vincula. 
TRF 3ª região: SP E MS. Artigos 176 e 121 do Regimento Interno. Vincula. No § único é dito hipótese de cessar a vinculação quando o STF mudar de entendimento.
TRF 4ª região: PA, SC, RS. Artigos 209 e 210 do Regimento Interno - copiou o artigo 97 da CF e o artigo 481 caput do CPC. Não vincula. O órgão fracionário está dispensado. 
TRF 5ª região: Estados do Nordeste exceto BA, MA e PI. Artigos 6, I, "f" (competência originaria do Plenário), 9, 133 (quórum: 2/3 dos membros para julgar), 141 (para aprovar é por maioria absoluta), 541 § 1º. Não vincula. 
TRT 1ª região: artigo 192 (quórum da maioria absoluta pode o órgão especial declarar a inconstitucionalidade) e 193. Se tiver uma súmula do STF ou do TST, os órgãos judiciantes não devem encaminhar salvo se tiver um pronunciamento do STF ou do TST. 
Art. 193. Na hipótese de haver sobre a matéria decisão do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior do Trabalho declaratória de inconstitucionalidade, com edição de Súmula, e ocorrendo nova alegação de inconstitucionalidade da mesma lei ou do mesmo ato do Poder Público, não poderá qualquer dos órgãos judicantes desta Corte considerá-lo para efeito de encaminhamento ao Órgão Especial, salvo se demonstrado que, após o pronunciamento desse órgão, o Supremo Tribunal Federal ou o Tribunal Superior do Trabalho tenha julgado em sentido contrário.
-A competência do STJ para fazer controle de constitucionalidade	
A competência originária do STJ não diz que eles julgam controle de constitucionalidade. Quando esses tribunais fazem duplo grau de jurisdição é o recurso ordinário. Pode-se fazer controle de constitucionalidade, mas o recurso especial é o grande problema. 
No artigo 105, III da CF diz a competência do STJ em julgar recurso especial. Este recurso cabe contra decisão de TJ e de TRF. Se a gente diz que o supremo é o guardião da Constituição, o STF é o guardião da legislação federal. 
No campo do recurso especial, compete ao STJ analisar a correta e adequada interpretação da lei federal. Se o recurso tem matéria constitucional, ele deve ser dirigido ao STF por meio do recurso extraordinário. 
Se o acórdão do TJ violar lei federal e a CF, interpõem-se os recursos especial e extraordinário. O primeiro a ser julgado será o especial. 
Para efeito de pré-questionamento, não precisa de embargos de declaração. O STJ tem um exame mais rigoroso de admissibilidade. 
Impetra-se o especial alegando violação de lei federal. Pode a turma do STJ analisar matéria constitucional? Matéria de constitucionalidade é matéria de ordem publica. O argumento para entrar no STJ é o de violação de lei federal, mas quando se impetra o recurso especial, a jurisdição do STJ vai ampliar para permitir conhecer além da violação da lei federal, mas também toda e qualquer matéria de ordem publica. Há a possibilidade do STJ fazer o exame de constitucionalidade de uma lei. Um juiz não pode aplicar uma lei inconstitucional. Pode o STJ acolher a alegação de inconstitucionalidade, e ao analisar a matéria de ordem publica não acolhe? PODE! 
Entretanto, o STJ não estava fazendo isso, mas ele entendia que não poderia reconhecer a inconstitucionalidade em recurso especial se esta beneficiasse o recorrente. Só poderia analisar pela inconstitucionalidade se fosse beneficiado o recorrido sob o argumento que o recorrente poderia ter impetrado o recurso de forma equivocado. 
A declaração de inconstitucionalidade beneficia o recorrente, sendo a parte que interpôs o especial, logo o seu entendimento era de não conhecer. Neste caso, a parte teria manejado o recurso inadequado pois se houve violação da constituição, logo o recurso deveria ser recurso extraordinário. 
O autor Fabio Lima analisa que essa atitude do STJ não faz o menor sentido, mas o que importa é entender que a jurisdição se amplia quando o recurso especial é admitido, para permitir que o STJ conheça tida e qualquer matéria de ordem publica, inclusive declaração de inconstitucionalidade tanto faz se é recorrido ou recorrente. 
-Controle difuso no STF: 
Processos podem chegar aoSupremo pela via do Recurso Ordinário (art.102, II da CF) ou pelo Recurso Extraordinário (artigo 102, III da CF)
O RE foi criado justamente para a hipótese da decisão final do Poder Judiciário violar a Constituição. 
Artigo 105 da CF: cabimento de recurso especial quando a decisão recorrida de única ou ultima instancia. RESP é para decisão de TJ e de TRF.
Artigo 102, III da CF: cabimentos de recurso extraordinário. Cabe quando a decisão que era para ser final do poder judiciário, sendo de única e ultima instancia. Cabe contra decisão de juiz de 1º grau? Se a decisão for de única e ultima instancia, CABE, mas também deve estar em umas das quatro hipóteses deste artigo. 
Artigo 34 da Lei 6830: trabalha sobre recurso nas execuções fiscais - cabem embargos infringentes (chamado de embargos infringentes de alçada - tem o mesmo efeito da apelação. Cabem contra o próprio magistrado que prolatou a decisão) e embargos de declaração. O supremo entendeu este artigo como recepcionado. 
	A alínea "A" tem uma grande incidência, sendo uma grande porta de entrada de recurso extraordinária. As demais não são muito utilizadas. A competência da alínea "D" era do STJ, e a Emenda 45 trouxe para a competência do STF. Entre as alíneas "C" e "D" há um conflito de natureza federativa, e em qualquer lugar do mundo neste caso é julgado pelo Supremo Tribunal. 
Ao chegar no Supremo, o RE é encaminhado para uma das duas Turmas do Supremo. 
Cada Turma é composta por 05 ministros. 
A Turma, percebendo que a matéria é nova (não houve decisão do plenário da Corte) e entendendo pela inconstitucionalidade da norma submete a questão ao plenário. 
No Plenário, todos os ministros votam. 
O Plenário do Supremo devolve a questão constitucional e o mérito do recurso (o processo não volta para a Turma). 
Decisão do Supremo em RE sempre teve eficácia inter partes, em razão dos artigos 468 e 472 do CPC. O Brasil copia o modelo norte-americano de constitucionalidade sem a regra do staredecisis, sendo assim o precedente é escolhido de baixo para cima. O Supremo toma decisão e impõe para baixo. O que acontece? A Suprema Corte dos EUA ao julgar uma matéria diz que está decidido, e não se mexe mais. Eles tem a clausula de relevância (diferente da repercussão geral - voto de 2/3 dos ministros do supremo), ou seja, só julga matéria que ela entende como relevantes para o cidadão americano, não sendo qualquer matéria. No Brasil, isso não acontece, e o Supremo tem que analisar a mesma questão várias vezes. 
Necessidade de intervenção de outro órgão para a eficácia erga omnes da decisão, sob pena de constante repetição de julgados. 
Participação do Senado Federal (artigo 52, X) - iniciou-se no ano de 1934. A decisão do Supremo é no controle difuso, tendo eficácia inter partes, pois se for no controle abstrato tem efeito erga omnes. A resolução do Senado tem sua suspensão de eficácia, então a resolução do Senado NÃO revoga a lei, mas esta é apenas revogada por uma lei que trate sobre o mesmo assunto ou uma lei hierarquicamente superior. No artigo 48 da CF, é dito sobre a competência do Senado com manifestação do Presidente em relação ao veto, já o artigo 52 compete apenas EXCLUSIVAMENTE ao Senado. 
Papel do Senado: ele é obrigado a realizar a competência do artigo 52, X? São duas teorias: 
Teoria da obrigatoriedade: Lúcio Bittencourt. O Senado, ao ter conhecimento de decisão definitiva do Supremo declarando a inconstitucionalidade de uma norma no controle difuso, tem a obrigação de baixar uma resolução suspendendo seus efeitos sob o fundamento de sua função do Supremo ser o guardião da Constituição. Esta teoria já está ultrapassada. 
Teoria da Facultatividade: Ministro Aliomar Baleeiro. Corrente majoritária. O Senado não é obrigado a resolução alguma. O Fundamento é a teoria da separação dos poderes (artigo 2º da CF). A decisão do Supremo é técnica e a do Senado é política. Se o Supremo declarou a lei inconstitucional, o Senado pode declarar inconstitucional apenas parte dela. 
Ex: O Senado pode editar resolução suspendendo os efeitos da lei de Teresópolis declarada como inconstitucional pelo STF no controle difuso? Sim ele poderá apenas sob os moldes do artigo 52, X. Não tem nada a ver com a competência da ADI. 
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Aula 10 - Rio, 17/09/2014 – Anotações Bruna
-Novo processo do Recurso Extraordinário: 
	
Com a EC 45, o RE para ser julgado deverá demonstrar a repercussão geral da matéria constitucional. Artigo 102, §3º. 
Este artigo é inspirado na clausula de suprema corte dos EUA. A suprema corte só julga matérias que ela entende ser relevante, algo que transcenda o limite subjetivo daquele processo e que atinja a sociedade americana de uma maneira geral. Se o interesse for apenas entre as partes, a suprema corte não julga. E o direito de acesso à justiça? Este teve no juízo de 1º grau, não significa ter acesso a todos os graus jurisdicionais. No Brasil, nós temos uma repercussão geral, ou seja, a materia deve interessar não apenas para autor e reeu, mas deve ter um interesse geral, mas no Brasil, a recusa do Supremo só caberá pelo quórum de 2/3 de seus membros. 
Artigo 543-A, CPC: O STF não conhecerá do RE quando a questão constitucional nele versada não oferecer a repercussão geral. 
	Em seu §1º é dito sobre questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. Neste ponto, o voto enviado por e-mail diz que isso significa questões materiais. As questões devem interessar autor e réu (interesses subjetivos), mas não apenas a eles. 
	Já no § 2º é dito sobre a demonstração do recorrente para apreciação do STF a existência da repercussão geral. IMPORTANTE. 
Ex: um sujeito empresário fez um curso de Direito e diz que o Exame de Ordem é inconstitucional sob violação do artigo 5º. Entrou com uma ação na Justiça. O juiz negou. Apelação na 4ª Região a qual acolheu a decisão em 1º grau. Este sujeito interpôs um RE no STF, sendo uma questão relevante do ponto de vista jurídico e social. Não deu procedência. Imagina que deu procedência ao recurso, o Supremo iria resolver o RE daquele sujeito, na prática aquela decisão do Supremo valeria apenas para ele. O supremo estava decidindo uma matéria em caso concreto ou um caso abstrato? 
	E no §3º é dito que haverá repercussão geral caso a decisão seja contrária a sumula ou jurisprudência do Tribunal. Haverá a presunção de repercussão geral. Basta demonstrar, em preliminar, que a decisão contrariou súmula ou jurisprudência do Supremo. 
-Efeitos da decisão do Supremo em RE: 
	A decisão do Supremo em RE ainda produz efeitos inter partes? Artigo 543-A §5º: negada a existência de repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da tese, tudo nos termos do Regimento Interno do STF. 
	Artigo 543-B: quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a analise de repercussão geral será processada nos termos do Regimento Interno do STF, observado o disposto neste artigo. 
	§1º: Caberá ao tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao STF, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte. 
Ex: advogamos para uma empresa que quer deixar de pagar um tributo sob violação a princípios tributários. Perdemos a alegação no tribunal que entendeu que a norma é constitucional. Este caso não foi unicamente desta empresa, mas outras empresas também ajuizaram a ação. O TRF de 2ª região vai selecionar os recursos de algumas empresas e vai mandar para o STF. Isso é difícil de explicar aos que não foram selecionados. O que ocorre é uma abstrativização do recurso.
	§ 2º: Negada a existência de repercussão geral, os recursos sobrestados considerar-se-ão automaticamente não admitidos. 
	§3º: Julgado o mérito do RE, os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais,Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declará-los prejudicados ou retratar-se. 
	Após subirem alguns recursos, o Supremo poderá negar ou acolher a existência de repercussão geral. O Supremo entendeu pela inconstitucionalidade, deu provimento ao recurso movido pelos outros, o recurso que não subiu, mas o TRF ao julgar o recurso irá se retratar, reconhecendo no RJ a decisão do Supremo naqueles dois ou três processos que subiram, desta forma estarão liberadas as empresas de pagarem aquele tributo. Entretanto, ele poderá julgar o recurso como prejudicado. 
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Aula 11 – Rio, 22.09.14
EFEITOS DA DECISÃO DO SUPREMO EM RE
O RE carrega uma discussão de repercussão geral. E as decisões aí tomadas são replicadas para os processos sobrestados. Nessa situação, o STF decide a tese e os tribunais têm que se retratar ou declarar os recursos prejudicados. Isso leva à seguinte questão: Terá efeito inter partis? Segundo o CC sim. Então como uma lei declarada inconstitucional pelo Supremo é retirada do ordenamento? Pela atuação do Senado – art. 52, inciso X.
O Senado não é obrigado a ditar resolução falando isso, mas pode fazer.
Só que Gilmar lança a tese da Transcendência -> o STF decidiu a matéria constitucional, então essa decisão transcende os limites subjetivos do processo (autor e réu) -> ou seja, quando o STF decide a tese, aquela tese transcende e produz efeito para todos os processos que tem aquela controvérsia sendo discutida. O problema da tese dele é: tal artigo (52,X) só serve para tornar pública a decisão do STF – então esta decisão produz efeitos erga omnes, tem transcendência. 
Mutação constitucional -> conceito: se altera a interpretação dado em dispositivo da CRFB. Não muda o texto, este é o mesmo, mas muda a interpretação – exemplo: questão da união estável homo afetiva. 
O art. 52, inciso X tem o objetivo de tornar pública a decisão do Senado – isso é criticado, porque quando a decisão torna-se pública? Quando publica. Então não precisa de resolução do Senado para tornar tal decisão pública. 
HC 82.959 -> um pastor evangélico foi acusado de atentado violento ao pudor e foi para o presídio. Responderia por regime integralmente fechado (crime hediondo). Todas as defensorias públicas entendiam pela inconstitucionalidade desse dispositivo, por causa da individualização da pena - o Supremo considerou que a vedação dos crimes hediondos não violaria a individualização da pena. Mas diziam que tinham que ver a individualização da pena no momento do cumprimento da pena, porque cada preso cumpre de uma forma. Quando este pastor ingressou no sistema penitenciário ele redescobriu a sua fé e passou a pregar dentro do presídio – a ala em que ele estava se tornou uma área tranqüila e convenceu vários presos a seguir Jesus. O preso controvertido não se mete em rebelião, não faz parte de organização criminosa. Este pastor foi elemento de pacificação dentro do presídio, então. O pastor entrou com HC pedindo pela progressão de regime, porque isso teria que ter a ver com o comportamento do sujeito enquanto cumpre a pena, sendo necessário analisar a individualização da pena. 
A jurisprudência do Supremo era pacífica sobre a consolidação da vedação da progressão de regime. Mas nesse caso, a progressão de regime foi concedida.
Entre a decisão do Supremo e a lei, os juízes estavam concedendo progressão de regime por crime hediondo tendo como base a decisão acima do Supremo. 
Até que um juiz de execuções no Acre baixou a seguinte portaria: a decisão do Supremo produziu efeitos tão somente para aquele processo, essa decisão só teria efeito erga omnes caso o Senado produzisse resolução – até a edição dessa resolução pelo Senado, informa que os apenados por crimes hediondos não tem direito a progressão de regime, permanecendo em regime integralmente fechado. A decisão do Supremo no HC produziu efeitos para quem entrou com HC. Entendeu que a outra lei ainda era constitucional no controle difuso – O senado não tinha editado resolução com base na mutação constitucional, o Supremo não fez súmula vinculante, então a outra norma ainda era constitucional.
A defensoria da união fez uma reclamação para o STF, caindo na mão de Gilmar Mendes. Reclamação não é recurso, é ação autônoma – reclamação 4335. Art. 102, inciso I, letra “L”: reclamação -> se tem reclamação, de acordo com a CRFB é para preservar competência do STF e garantir a autoridade de suas decisões. O juiz não violou competência do Supremo, pois competia a ele analisar a progressão do regime, mas a reclamação foi com base na segunda hipótese de cabimento: garantir autoridade de decisão do STF. 
Temos decisão do Supremo na decisão tomada no processo, no controle abstrato e em súmula vinculante. Controle abstrato tem eficácia erga omnes e efeito vinculante, se descumprir decisão aí gera reclamação – mas não é caso que estamos analisando, porque não teve nenhuma ADI contra a lei de crimes hediondos; o descumprimento de súmula vinculante enseja ingressar com reclamação no STF – na época não tinha súmula vinculante sobre isso ainda; se o juiz ou tribunal descumprir decisão do STF tomada naquele processo – foi essa hipótese que fez ingressar com tal reclamação. 
Quem pediu progressão ao juiz do Acre não foi o pastor do caso acima. Então o juiz violou decisão tomada no processo? Também não, então na cabia reclamação, mas Gilmar Mendes admitiu mesmo assim, por conta da sua teoria da transcendência dos motivos determinantes da decisão
A reclamação foi julgada no início do ano, Gilmar Mendes ganhou – com base na teoria dos efeitos expansivos da decisão (Teoria do Z. -> não é a mesma coisa que a transcendência). Há diversas alterações na legislação para modificar efeitos das decisões. Z. fala que a decisão do STF em cima da tese vem a nortear os tribunais inferiores e aí cabe a discussão. A decisão deve nortear o tribunal ou ser necessariamente seguida pelos tribunais inferiores? Para Z. não caberia reclamação nesse caso, porque não se encaixaria em nenhuma das hipóteses de cabimento – porém, a partir do momento que a reclamação foi admitida e foi julgada procedente, TEM QUE SER FEITA SÍMULA VINCULANTE, logo tornando obrigatório que a decisão do STF norteie o tribunal inferior. 
Decisão do STF em controle difuso em RE tem eficácia inter partis. Entretanto Gilmar Mendes defende a mutação desse dispositivo, argumentando que as decisões do STF, ainda que no controle difuso, admite transcendência, apontando para a mutação constitucional esse dispositivo. Tal tese foi acatada na sua maioria pelo STF na reclamação 4335, admitindo-se os efeitos expansivos, estando pendente de publicação de acórdão. MAS NÃO MENCIONAR EFICÁCIA ERGA OMNES, porque nem o Supremo deu esse nome. 
CONTROLE CONCENTRADO
-Noções gerais
ADI; ADC; ADI por Omissão; Representação de Inconstitucionalidade -> ações estaduais; Ação de Representação Interventiva; Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.
Nem todas essas ações são julgadas pelo Supremo. Porque existe controle abstrato feito pelo Controle de Justiça e não pelo Supremo. Existe controle abstrato de lei municipal.
ADI
Para ação federal. Art. 102, I, “a”.
Não cabe ADI contra lei ou ato normativo municipal por falta de previsão legal. No entanto, o controle abstrato da lei municipal se dá de duas maneiras: Representação de Inconstitucionalidade (TJ) e ADPF (STF). Então cabe controle abstrato de lei municipal, mas não por ADI. 
Objeto da ADI – cabimento 
Lei ou ato normativo federal ou estadual – lei ou ato normativo: norma genérica e abstrata emanada pelo Poder Legislativo. Lei ou ato normativo PRIMÁRIO -> é aquela lei no sentido material, é a que pode inovar no ordenamento jurídico, criando direitos e obrigações. 
Em oposição a atos normativos primários, existem os secundários, que em regra não são objeto de ADI, é um ato que regulamente o ato primário, então não pode inovar na ordem jurídica, não pode criar direitos e obrigações – exemplo:O decreto -> decreto regulamenta a lei – decreto não inova, só a lei -> por isso, em regra ato normativo primário não está sujeito a ADI, porque existe o decreto que regulamenta a lei. Se tiver inconstitucionalidade, não será o decreto inconstitucional, mas sim a lei, que é ato primário. Em relação ao decreto, ato secundário, se faz uma análise de legalidade e não de inconstitucionalidade. 
Art. 59, CRFB -> lista os atos normativos primários. Todas essas determinações são atos normativos primários, todos esses podem inovar na ordem jurídica, alguns com amplitude maior e outros com amplitude menor. Decreto legislativo e resolução também inovam, menos, mas inovam – inovam menos do que a lei. 
Pode ajuizar ADI contra norma originária da Constituição? Não, porque a CRFB não pode ser inconstitucional, porque é manifestação do poder constituinte originário. A CRFB é parâmetro de controle e não de objeto.
Diz o art. 143, §2º da CRFB -> mulheres e eclesiásticos ficarão de fora em tempos de paz. Tem uma discriminação de sexo nesse caso – a mulher não vai obrigatoriamente para o serviço militar, mas o homem vai. NÃO É INCONSTITUCIONAL, POIS NORMAS ORIGINÁRIAS DA CONSTITUIÇÃO NÃO PODEM SER DECLARADAS INCONSTITUCIONAIS, POR CAUSA DO PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO.
Otto Barchof tinha tese da inconstitucionalidade das normas da constituição. Essa tese não foi abraçada no Brasil e nem Alemanha e nem em nenhum outro local, pois ele admitia a inconstitucionalidade das normas originárias da constituição. A CRFB pode estabelecer diferença de tratamento em razão do gênero – esta foi uma escolha do constituinte de proteger as mulheres. Temos por exemplo o caso da aposentadoria feminina: se aposenta 05 anos mais cedo que o homem – isso não é inconstitucional, porque normas originárias da constituição não podem ser declaradas inconstitucionais por causa do princípio da unidade da constituição. 
ADI 815 -> pediu a inconstitucionalidade do art. 45,§1º da CRFB -> esse teto viola o princípio republicano e a representação democrática e por isso pediu a inconstitucionalidade deste dispositivo, se baseando na tese de Bachof (para quem os princípios fundamentais são superiores). O Supremo decidiu que não há conflito entre normas constitucionais originárias, a CRFB não pode ser inconstitucional. A proporcionalidade que consta nesse artigo é essa aí mesma. 
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Aula 12 - Rio, 24.09.14
Cabe ADI contra norma originaria da CRFB? Não há a possibilidade, em face do princípio da unidade da constituição. Norma derivada pode, mas a originaria não porque é sempre parâmetro de controle. 
Cabe ADI contra emenda. Porque ela existe justamente para modificar a constituição, então pode ser em sentido contrário ao que existe. A natureza jurídica da emenda é de norma derivada, então pode dispor em sentido contrário e a constituição. 
A emenda pode violar a cláusula pétrea? Sim. Nesse caso será a emenda inconstitucional - isso ocorrerá sempre que violar qualquer poder limitador. 
A emenda a CRFB pode ser declarada inconstitucional quando violar cláusula pétrea ou qualquer outro poder de reforma. 
Pode ter emenda a CRFB para criar no Brasil assembleia constituinte exclusiva para ter reforma política? Viola várias limitações explicitas essa. O poder constituinte é o povo. CN é poder derivado, então não pode delegar algo que ele não tem (poder originário) - então não pode o CN fazer essa assembleia. Já tem aqui uma limitação implícita sendo violada -> Só é possível alterar a CRFB a partir dos mecanismos do art. 60 da CRFB. 
Cabe ADI contra Tratado ou Convenção Internacional que afrontem o texto da CRFB? 
Tratado de DH é equivalente a forca de emenda - então cabe ADI contra o tratado internacional de ADI da mesma forma como cabe para a emenda e a discussão é a mesma travada acima: ou seja, apenas se violou limitação material, isto é, as cláusulas pétreas. 
E se o tratado não for de DH, também pode, porque este entra com forca de lei ordinária - basta violar qualquer lei ou ato normativo, qualquer dispositivo da CRFB. 
OBS.:Tecnicamente a ADI não é contra o tratado, porque a ADI é contra decreto que incorpora o tratado na ordem interna!!! 
Os tratados de DH podem ser incorporados pelo rito do art. 5º, §3º, tendo forca de emenda e apenas poderá ser declarado inconstitucional se violar cláusula pétrea.
Mas se não for incorporado por esse rito, como prevê o art. 5º, §2º -> tratado de DH incorporado na forma comum é considerado supralegal, mas infraconstitucional - ele está acima da lei, mas abaixo da CRFB. Está acima da lei ordinária e é infraconstitucional - um tratado desse tipo pode mudar lei ordinária, ou então uma lei não pode ser contra esse tratado. 
E o tratado comum é recepcionado com status de lei ordinária. 
Tratado de DH incorporado no Brasil em 2013, na forma tradicional, por decreto legislativo e executivo. A LC em 2014 estabelecia o seguinte teor "X", contrário ao do tratado incorporado em 2013 - essa lei em sentido contrário ao tratado pode alterá-lo? Não, pois quando o tratado de DH é incorporado desta forma é considerado supralegal, apesar de ser infraconstitucional, isto é, é superior a lei, mas não é superior a CRFB. Está acima da lei complementar, logo não pode ser alterado por esta. 
Uma lei que viole tratado de DH com forca de emenda - pode ter ADI contra isso? Pode ter controle de constitucionalidade sobre isso? O tratado incorporado com base no art. 5º, §3º pode servir de parâmetro para controle de constitucionalidade? Sim. Pois o parâmetro de controle é o tratado, e não o texto constitucional. A convenção internacional adquiriu status normativo constitucional. 
Cabe ADI contra Medida Provisória editada pelo Presidente da República? O ato normativo primário inova na ordem jurídica e o secundário não, pois esse regula o primeiro. Logo cabe ADI contra MP do presidente? A MP vai ser ato normativo primário ou secundário? A MP tem forca de lei quando o presidente edita, logo seu cumprimento é obrigatório - pode criar deveres e obrigações (vigência imediata), então pode sim ADI contra MP do presidente, pois é ato normativo primário, tendo forca de lei. É caso de controle repressivo, pois já produz efeitos. 
MP editada antes da EC 32/2001 tinha validade por quanto tempo? 30 dias, podendo ser prorrogada por quanto tempo quisesse. Até hoje não foi convertida em lei. E hoje em 2014 pode ser aplicada esta MP. MP EDITADA ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL DE 32 ESTÃO NO LIMBO, porque se não foram revogados e nem transformadas em lei, elas estão em vigor até hoje. A data da emenda de 32 é de 2001. Hoje, a MP tem validade por 60 dias, prorrogando por mais 60.
É possível o ajuizamento de ADI em face de norma editada pelo Distrito Federal? Depende. Só quando tiver forca de lei estadual, se for lei municipal não cabe. 
O DF não poderá ser dividido em municípios (art. 32, caput). DF tem atribuições de Estado e Município (art. 32, parágrafo primeiro). As cidades satélites não são municípios. O DF tem atribuição de Estado e Município porque não pode ser dividido em municípios. Os serviços de Estados são prestados pelo Governo do Distrito Federal. 
Como o DF tem essa competência de Estado ou Municipal, a lei distrital pode ser de âmbito estadual e municipal. Então se a ADI for contra lei DF estadual, este ajuizamento será possível. Contudo, não cabe ADI contra lei DF municipal. 
Cabe ADI contra Decretos, portarias? É cabível se o ato normativo secundário conter preceitos de generalidade e abstração. MAS ISSO É UMA EXCEÇÃO! 
O decreto regulamenta a lei. Se o decreto é inconstitucional, será que o problema não é da lei? Decreto não pode inovar na ordem jurídica. Então se o decreto é inconstitucional, então esta dizendo que a lei que é inconstitucional (ato normativo primário). 
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Aula 13 – Rio, 29.09.14
Quando falamos de ADI falamos de ato normativo primário e não

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