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MEDICINA LEGAL G1

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MEDICINA LEGAL – ELIZABETH TOTES 
Aula 1 – Rio, 12.08.14
FOLHA ENTREGUE PELA PROFESSORA 
........................................................
Aula 2 – Rio, 19.08.14
TRAUMATOLOGIA FORENSE
Estuda os aspectos médico-legais das lesões causadas por agentes violentos sobre o corpo humano. 
A primeira coisa é afirmar se houve ou não lesão corporal.
A segunda coisa que me cabe informar à autoridade é quais são as consequências desse dano que encontrei na pessoa. Porque é através da quantificação dessas conseqüências que a autoridade vai classificar a lesão corporal em leve, grave ou gravíssima.
A terceira coisa que cabe à pericia é qual foi o tipo de agente que produziu aquela lesão. Através do exame na pessoa vou informar que aquilo foi produzido por fogo, por arma de fogo, por faca, por estilete. Como é que consigo fazer isso? O conhecimento disse é a partir da traumatologia forense.
A traumatologia visa diagnosticar e tratar as lesões resultantes de ações geralmente de natureza violenta – traumas.
A traumatologia forense não visa fazer diagnostico e nem tratar. A função do perito não é a mesma do médico. A pessoa não vai ao IML para se tratar, mas sim para buscar esse documento no IML. 
A perícia médica determina o tipo de agente da seguinte forma: ocorre que os diferentes agentes que produzem lesão no corpo humano produzem essa lesão ao transferirem para o corpo algum tipo de energia que esse agente produz. 
-Tipos de agentes
Os diversos agentes físicos são classificados em: agentes mecânicos, elétricos, térmicos, químicos, atmosféricos, luz e som, radioatividade. Cada um deles tem um tipo de energia diferente.
Agente mecânico -> É aquele dotado de energia do tipo energia cinética – ao gente mecânico é algo que se mexe, que se move. Quando esse agente mecânico que vem se movimentando e impacta no corpo humano, ele transmite a energia para a superfície do corpo e isso resulta uma lesão.
Agente elétrico -> Possui energia elétrica. Se eu pego o dedo e coloca numa tomada o agente transmite energia elétrica para a superfície do corpo e isso resulta numa lesão.
As lesões são diferentes nos seus aspectos, porque os agentes são diferentes e transmitem energias diferentes.
Agente térmico-> Se algo está quente o agente térmico transmite essa energia para superfície do corpo que causará outro tipo de lesão.
Agente químico -> A mesma coisa equivale pra um agente químico – esse agente ao entrar em contato com a pele vai reagir quimicamente com os componentes da pele, resultando em outro tipo de lesão.
Do ponto de vista médico legal, em termos estatísticos, os agentes mecânicos são responsáveis por 98% dos casos. Uma porção mínima e ínfima vai se relacionar aos elétricos e térmicos e o restante ocorre de 4 em 4 anos. Na prática médico legal, é que lesões por esses outros agentes são incomuns. 
-Tipos de agentes mecânicos
Os agentes mecânicos (dotado de energia cinética – coisas que se movem) – o que os diferencia é o tipo de movimento e o tipo de superfície, tamanho e peso do instrumento - se dividem: 
Agentes contundentes -> qualquer coisa que atua através da sua superfície. A superfície do meu dedão numa folha de papel o amassa. Pode ser um soco ou um chute também. Qualquer superfície que exerça pressão sobre a pele.
Cortantes -> quando possui uma borda afiada ou gume. O movimento dele é deslizar a borda afiada sob a superfície da pele e isso resulta numa lesão. É uma lesão retilínea, as bordas são lisas.
Perfurantes -> possui uma ponta. O seu movimento é exercer pressão com essa ponta, vencer a resistência da pele e penetrar. A abertura do cortante é longa e retilínea, enquanto que esse a abertura é menor e mais profunda.
Pérfuro-cortante -> A faca é um perfurante, porque tem a ponta, mas também possui uma borda afiada, então também é um cortante e esse objeto é um pérfuro-cortante. 
Porém, se eu utilizar a faca dando apenas pontadas, ela será apenas uma perfurante.
Se eu utilizar a faca apenas cortando o papel, esta será apenas um cortante. 
Se eu utilizar a faca apenas com seu cabo, a lesão será contundente.
Logo, o mesmo objeto pode dependendo da sua utilização resultar em diferentes lesões. Na lesão, o perito irá dizer qual foi o tipo de lesão resultante.
Pérfuro-contundente -> quando é um objeto pontudo, só que a ponta possui uma superfície. Exemplo: Caneta BIC com sem tampa -> atuará como perfurante; mas se eu uso do lado que não sai tinta, não tem ponto, passando a ser um perfuro-contundente. O exemplo clássico é o projétil de arma de fogo.
Corto-contundentes -> tem borda afiada, e, além disso, essa borda afiada não atua por deslizamento, mas sim uma borda afiada que facilita a atuação da superfície do peso do instrumento. São agentes pesados e que atuam com muita força – exemplo: inchada, machado, guilhotina, tesoura de jardineiro. São lesões multilantes. 
Cada tipo de agente, dependendo do seu mecanismo de ação e a forma como produz energia produz diferentes lesões, o perito reconhece e determina o tipo de instrumento. 
-Lesões resultantes dos agentes contundentes 
É o agente que atua através da sua superfície, fazendo pressão. Esses agentes podem ser de dois tipos:
Ação contundente -> não possui uma superfície que o delimite e que através da observação da lesão posso dizer quais são os limites desse agente. 
Exemplo 2: Se eu pego uma pessoa e a atiro na parede, esta atua como agente, mas a sua superfície não delimita os seus limites. 
Instrumento contundente -> quando mostra os limites do agente, chamo de agente contundente. Tem forma e volume definidos – lesão padronizada. Exemplo 1: Se eu dou um tapa com a palma da minha mão, a lesão mostra os limites desse agente. 
Classificação de agentes contundentes:
Ativos -> move em direção à pessoa
Mistos -> duas coisas em movimento se colidem – exemplo: colisão de dois veículos 
Tipos de lesões
1)RUBEFAÇÃO OU ERITEMA
O que dá a tonalidade da pele é a vascularização sanguínea no tecido. Quanto mais sangue passar numa área, mais avermelhada tal região vai ficar. Digamos que um agente contundente, como a palma da mão exerce pressão na superfície do braço (dando um tapa), o que acontece é o seguinte: o vaso sanguíneo em condições normais tem um calibre pequeno, mas um agente contunde (palma da mão) ao empregar força para mover o braço, no momento que o toca, essa energia é transmitida para o braço, com isso o vaso sanguíneo responde ao dilatar. Ao dilatar passa mais sangue na área atingida, causando uma vermelhidão no braço. O nome dessa lesão é RUBEFAÇÃO OU ERITEMA -> verificamos que a ficou avermelhado. Não resulta em deformidade, nem incapacidade, por isso é LESÃO CORPORAL LEVE. 
2)TUMEFAÇÃO
Digamos que a força empregada fosse maior com o tapa – mais força, mais energia cinética, maior o dano – o vaso sanguíneo vai dilatar mais ainda, e as células que constituem a parada do vaso sanguíneo vão se afastar e com isso permitem que a parte líquida do sangue (plasma) atravesse a parede do vaso sanguíneo e se infiltre nos tecidos em volta do vaso sanguíneo. Essa plasma que atravessou a parede se infiltra, umedece os tecidos e volta – aumenta o volume, causando inchaço. TUMEFAÇÃO -> impacto que dilatou os vasos, permitindo a passagem do plasma que se infiltra no tecido em volta e causa aumento no volume daquela região. Exemplo: testada na porta – área fica inchada. Este lugar não muda de cor, porque não sai célula de dentro do vaso, a única coisa que ocorre é aumentar de volume. 
A pele humana possui duas camadas desse plasma – uma externa, bem fina, chamada epiderme; interna chamada derme. A epiderme não é diretamente vascularizada, ou seja, não tem vaso sanguíneo. Os vasos estão na derme. 
Quando você danifica a epiderme, cresce uma nova epiderme nova em folha – exemplo: descascar por causa do sol – não sangra, não é um tecido elástico. É prontamente regenerada quando danificada, nascendo outra igual. Não deixa cicatriz essa lesão, porque nasce outra igual.
3)ESCORIAÇÃO
Ao se danificar a derme, não cresceoutra igual no lugar. O tecido danificado é substituído, retirado e aquele local é preenchido por outro tipo de tecido, que é o fibroso, que constitui a cicatriz. A lesão a partir da derme deixa cicatriz. ESCORIAÇÃO -> quando agente contundente pela sua superfície atua tangencialmente sobre a epiderme, ou seja, é o arranhão, o ralado. Não deixa cicatriz. 
A importância médica de uma escoriação é nenhuma. Mas médico-legal tem importância, pois apesar de ser lesão superficial, dessa lesão o perito consegue extrair muitas informações: 
Ao olhar para a escoriação consigo dizer que aquilo foi produzido por agente contundente.
A escoriação muda de aspecto conforme o tempo passa. Quando se rala o joelho, enxerga área avermelhada, úmida e com pontinhos no meio onde começa a brotar uma gotícula de sangue. Esse sangue se espalha naquela região, recobrindo essa área. O sangue em contato com o ar evapora a parte líquida e deixa a parte sólida, ressecando e formando a chamada crosta (“casca”). A crosta tem o objetivo de isolar aquela derme que está descoberta pela epiderme. Por de baixo dessa crosta, as células se reproduzem, fazendo uma nova epiderme. Com o tempo, a crosta de torna inútil e vai se descolando pelas bordas e no final só fica um pontinho preto (que se arrancar, sangra). O aspecto da pele embaixo quando cai a crosta: rosadinho, porque aquela é uma epiderme nova. Então tem o tecido da sua cor natural e na área da escoriação tem o tecido rosa. Se esse tecido rosa for exposto à luz, induz as células a produzir melanina e aos poucos essa célula é pigmentada, então passado um tempo você não vê as marcas da lesão. 
Porém, se expor isso ao sol, fica uma mancha mais escura na área de escoriação. Essa mancha mais escura não quer dizer que o tecido é diferente, só difere na cor. ISSO NÃO É CICATRIZ! O NOME DESSA MANCHA DE ÁREA SUPER EXPOSTA É CHAMADA DE MARCA DE ESCORIAÇÃO -> marca hiper pigmentada. Pode ser tratado com tratamento estético. 
Pelo aspecto da escoriação posso determinar o tempo que foi produzida. Se falo que briguei com fulano ontem de tarde e mostro uma crosta que já está se destacando, é impossível que isso tenha ocorrido ontem. 
Um cadáver pode sofrer escoriação? Pode, mas o efeito não vai ser igual a uma pessoa viva. O que faz o ferimento sangrar é uma bomba que empurra os sangue para fora, mas se a pessoa morre, essa bomba não funciona. Se não há infiltração hemorrágica, aquele aspecto inicial da escoriação (o ralado) não ocorre. Aqui, aquela derme fica em contato com o ar e se resseca, mas nesse caso enruga. O aspecto de escoriação nesse caso será amarelado, seco e enrugado (aspecto de “apergaminhado” -> papel antigo amassado). Isso tem importância médico-legal, pois na prática cadáver com escoriação pos mortem é igual a mudança de cena de crime (alguém arrastou o cadáver de um lado para o outro. Não pega o cadáver gentilmente e coloca em outro local ao cometer um crime). 
Escoriação é também igual a LESÃO CORPORAL LEVE, porque não causa deformidade, nem incapacidade. 
4)EQUIMOSE
A lesão agora é maior ainda, porque rompeu a parede do vaso sanguíneo, saindo o sangue todo e não só o plasma. Com isso, há infiltração dos tecidos em torno do vaso sanguíneo, surgindo na área afetada uma mancha – EQUIMOSE. A cor da mancha muda com o tempo – a coloração inicial é vermelha, mas o pigmento que dar ao sangue se degrada, fazendo a mancha mudar de cor. Inicialmente, a equimose é avermelhada, depois vai se tornando roxeada, depois azulada, depois esverdeada, amarelada e depois some. Essa mudança de cor ocorre, aproximadamente, a cada 3 dias. 
A equimose tem formato de um pontinho, recebe o nome de petéquia -> são significativos de asfixia e por isso são muito importantes para o médico-legal. 
Quando tem grande equimose, ocorre a sufusão.
E outro tipo de equimose é a sugilação -> uma equimose formada pela confluência de vários pontos (várias petéquias) e é resultado da pressão negativa, ou seja, quando se puxa o vaso sanguíneo, levando ao rompimento (mesmo efeito do “chupão”). Exemplo: pancada por cassetete e borracha – o meio dele exerce uma pressão enquanto que as bordas não, criando uma pressão negativa (aperta e puxa). 
5)HEMATOMA
Da mesma maneira que a equimose, o hematoma resulta do rompimento de um vaso sanguíneo, mas esse sangue ao invés de se infiltrar no tecido, esse sangue se organiza, formando um coágulo. O sangue não se infiltra e tinge o tecido, mas sim muda de estado e forma o coágulo. 
Por que uma hora forma a equimose e na outra o hematoma? Depende do calibre da força e a resistência que os tecidos vão oferecer. Batida na cabeça -> se rompe o vaso sanguíneo não tinge, mas sim faz o hematoma, porque o que tem embaixo é osso, não tendo como infiltrar o tecido. 
O hematoma é mais grave, porque não tem a infiltração do tecido. Se o hematoma não some, tem que abrir para tirar ele dali.
Pode ter uma lesão em que ocorram as duas coisas – exemplo: um atropelamento. A equimose se resolve bem, depois de 3 semanas some. O hematoma que demora mais, por causa da dificuldade de absorção.
O hematoma pode complicar e eventualmente se tornar LESÃO CORPOAL GRAVE. 
6)FERIDA CONTUSA
Se o agente ultrapassa a epiderme, atingindo a derme, a lesão resultante recebe o nome de FERIDA. É totalmente irregular a ferida, as bordas e o fundo também. 
O agente contundente tem ferida com as bordas irregulares, bem como as vertentes e também o fundo. Além disso, se olharmos dentro da ferida observamos a presença de fragmentos de tecidos que não se romperam – isso só será feito no cadáver. 
Comparativamente, com as outras feridas, a ferida contusa é uma ferida que sangra menos do que as outras, porque o próprio mecanismo de ação do agente contundente é apertar os vasos sanguíneos. Porém, a ferida do cortante sangra mais – a comparação tem que ser no mesmo local do corpo!
OBS.: Quando agente contundente atua em uma área que tem pele e imediatamente embaixo da pele tem osso, a ferida contusa pode ter aspecto linear – exemplo: lutadores -> abrir o supercílio; no joelho; cotovelo. 
7)ESMAGAMENTO
É o resultado da ação máxima do agente contundente, ou seja, não sobra nem aquele arcabouço de tecido para você ter cicatrização. O tecido esmagado tem que ser retirado, pois não fecha, é um tecido irrecuperável. É a ação máxima de um agente contundente. É a retirada do tecido morto.
É igual à deformidade permanente? Depende da extensão do esmagamento. 
8)LESÃO DE VÍSCERAS
Dos órgãos internos do corpo. 
Em se tratando de agente contundente, este pode produzir uma lesão interna, mas sem deixar nenhuma marca do lado de fora. Nenhum outro agente é capaz disso, apenas o agente contundente. É possível um trauma por agente contundente romper o rim e ao olhar para as costas não se ver nada. Também é o caso de hemorragia intracraniana. 
Lesão indireta -> bate de um lado e a lesão aparece do outro. Isso particularmente se observa na área da cabeçada. O cérebro não está aparafusado, mas sim solto – quando tem um impacto de lado direito, o cérebro se move para o lado esquerdo e se impacta com a superfície interna deste outro lado. Pode ter hemorragia surgindo, então, na área oposta. É lesão por contra golpe. Isso só se aplica ao agente contundente.
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Aula 3 – Rio, 26.08.14 
9)LESÕES ARTICULARES
Articulação -> são dois ossos em contato e tem um movimento. Esses ossos são mantidos nessa posição porque tem faixas de tecidos os segurando – os tendões, que permitem essa movimentação dos ossos.
Se um agente contundente bate nesses ossos, e um deles sai do lugar, mas volta o nome é entorse – TORSÃO. 
Se sai do lugar e não volta, o nome é LUXAÇÃO INCOMPLETA (SUBLUXAÇÃO).
Se sai do lugar e não volta, mas deixando os ossos totalmente de se tocarem, o nome é LUXAÇÃO COMPLETA. 
Estas são lesões da articulação. Pode ter hemorragia dentro da articulação, a qual é chamada hemoartrose. 
10)FRATURAS
Pode ter lesão do osso também, que é a FRATURA – o tecido ósseoem resposta à ação de um agente contundente perde a sua continuidade. 
Fratura simples -> tem apenas um traça de fratura, uma rachadura. O fato de ser chamada simples, não quer dizer que não é grave. O que dá gravidade à fratura é a extensão do traço.
Fratura cominutiva -> tem vários traços de fratura – com isso, se forma um fragmento. O que leva ao centro cirúrgico (precisa de tratamento cirúrgico). As implicações e consequências sempre serão mais sérias.
Fratura completa -> o traço atravessa toda a extensão do osso. Quer dizer então, que temos dois pedaços de osso. Se os pedaços estiverem alinhados, não precisa de operação, mas sim não estiverem alinhados, precisa colocar o pino. Vai ser simples.
Fratura incompleta -> se não atravessa o osso todo. Vai ser simples.
Fratura aberta ou exposta -> quando o local onde o osso rachou tenha contato com o ar ambiente. Isso ocorre em todos os locais do corpo em que só tiver pele em cima do osso. Estando aberta, pode ser que em contato com o ar, infeccione. 
Fratura fechada -> quando o local onde o osso rachou não tem contato com o ar ambiente. 
ARMAS BRANCAS I
AGENTES CORTANTES E PERFURANTES
Os agentes físicos e mecânicos são contundentes.
Os cortantes, perfurante, os pérfuro-cortantes (faca), corto-contudentes são chamados de armas brancas. Fazem oposição com as chamadas armas de fogo, representada pelo pérfuro-contundente (bala da arma -> é perfuro, mas a ponta é redonda, logo faz pressão na superfície). 
Esse tipo de instrumento foram os primeiros objetos desenvolvidos pelo homem na forma de arma. A arma branca são geralmente metálicos e brilhavam ao luz do sol, são utilizadas em combate corpo a corpo – faca, espada, estilete.
Depois teve uma evolução e foi criada a arma de fogo, onde algum objeto era lançado à distância, através de uma explosão. 
Temos como arma branca aquele objeto que foi criado, fabricado com o objetivo de ser um utensílio doméstico ou de trabalho. E eventualmente pode ser utilizado como arma – exemplo: tesoura, faca. Mas não saiu da fábrica para ser usado como arma.
A arma de fogo desde o momento que é desenhada e fabricada só tem um objetivo: servir como arma. 
Como a arma branca foi fabricada para não servir como arma, a posse e uso desse objeto não é motivo de legislação, de ser regulado. A sociedade não precisa regular a aquisição de tesouras, machados, porque foram fabricados e construídos para não serem utilizados como arma, mas como instrumento de trabalho e como utensílio doméstico. Já a arma de fogo, por ser basicamente arma e não ter outra utilização, a posse não pode ser livre, tem que ser alguém com qualificação para possuir uma arma de fogo.
-O objeto cortante:
É caracterizado por possuir uma borda afiada pontuda. A lesão típica dele: é uma ferida que tem o formato retilíneo (corte de uma gilete). Eventualmente a ferida produzida pelo cortante pode ter o formato de ziguezague, quando ele atravessar uma região com bordas de tecido – pregueamento de tecido. 
Ao contrário da ferida produzida pelo contundente (dedão que amassa papel e o fura), que é toda irregular, a ferida do cortante é toda regular (um corte). 
Uma ferida incisa (produzida pelo cortante) feito no indivíduo já morto, tem o tecido sem elasticidade, então essa ferida se afasta pouco, fica mais um corte reto, com extremidades pouco afastadas. Isso também ocorre quando o corte é na unha ou no calcanhar.
Porém, se a ferida incisa é em um local com elasticidade, as extremidades do corte são afastadas. -> () – Além disso, nesse tipo de ferido tem um arranhãozinho no início do corte e no final, o qual recebe o nome de CAUDA DE ESCORIAÇÃO. Tem que atentar para o fato de que o arranhão da saída é maior que o da entrada, podendo o perito chegar à conclusão de que o objeto foi utilizado de cima pra baixo. 
A cauda de escoriação fica no tecido da epiderme. Mas se o cadáver não tem pele, porque foi queimado, como saber em que direção foi utilizado o objeto? Tem como saber pela profundidade – a parte mais funda indicará o sentido. 
A ferida incisa via de regra é uma ferida superficial. A extensão do corte predomina sobre a profundidade. É uma ferida que sangra muito. Enquanto que a ferida pelo perfurante, o sujeito chega com um furo de nada, porém o instrumento entrou bem no fundo e furou os órgãos internos – gera hemorragia interna. 
Existe um tipo de ferida produzida pelo cortante que não tem essas características: FERIDA CIRÚRGICA – é feita com técnica cirúrgica, que é uma disciplina no curso médico, que consiste em produzir uma ferida com tais características. O indivíduo aprende a produzir uma ferida incisa, que não tem cauda de esfoliação e tem a mesma profundidade em toda a dimensão da ferida. Interesse médico-legal desse conhecimento: uma vez que se adquire esta técnica, esta habilidade de impregna em você e você dificilmente conseguirá realizar aquele mesmo ato sem nenhuma técnica. Em homicídios, a perícia mostra que aquele ferimento foi feito com técnico e quem fez aquele ferimento não é leigo, pois tem conhecimento anatômico e médico e não vai esquartejar alguém de qualquer maneira. Logo, isso é uma pista importantíssima.
Características conforme a causa jurídica de morte:
Acidente -> por objeto cortante produz ferimentos pequenos e nas extremidades, não sendo mortal, logo a causa jurídica de morte mais comum por objeto cortante não é acidente.
Suicídio -> alguém que se mata com um estilete, prefere cortar o pulso na parte interna, de tanto que ouviu falar que é um tipo de suicídio efetivo. É a típico sede de eleição: um grupo determina tais locais do corpo.
A causa jurídica mais comum com objeto cortante é homicídio. Arma branca para ser utilizada em alguém, significa que você tem que ter tido proximidade da pessoa para cortá-la com um estilete. Ao ser atacado, você tenta fugir, então em caso de homicídio com arma branca, estando a vítima acordada, encontramos as lesões de defesa: lesões superficiais menores, localizadas nas palmas das mãos, dedos e antebraços, caracterizando que teve briga para tentar afastar a arma.
-Tipos especiais de feridas incisas:
A ferida incisa localizada na frente do pescoço recebe o nome de esgorjamento; enquanto que a é que localizada na parte de trás do pescoço é que se chama degola. 
Se seccionou, é decapitação.
As feridas também podem ser em retalho ou mutilante. Em retalho -> carne em rodízio de churrasco, que você pede para parar de cortar no meio; mutilante -> no rodízio de carne, o garçom corta o pedaço inteiro e o retira do pedaço total. 
A eficiência da arma branca é infinitamente menor, então se a intenção é o homicídio, a tendência é ter multiplicidade de golpes. 
A multiplicidade de objetos cortantes faz com que tenhamos feridas que se cruzam, diante disso a perícia tem como saber qual foi a primeira ferida feita e qual foi a segunda – X tenho no primeiro corte uma ferida retilínea e as bordas se afastam; o segundo corte, como as bordas estão afastadas, a segunda ferida não será alinhada, não será corte em linha reta. A importância disso é que a primeira ferida pode ter sido produzida por fulano A e a segunda por fulano B, vendo o sentido em que o objeto foi utilizado.
-O objeto perfurante
Não corta, porque não tem ponta afiada. O objeto entra afastando as fibras do tecido e entra: (). Mas como a pele humana é elástica, após retirar o objeto de dentro do corpo, a marca na pele fica pequena, não fica como na imagem acima. A ferida fica menor do que o calibre do objeto perfurante -> I. 
Se a ferida é um ponto – ferida punctória – quando o objeto perfurante produzir uma ferida que é um ponto esta ferida recebe o nome de ferida punctória ou puntiforme. E o objeto é classificado como um perfurante de pequeno calibre. Exemplo: uma agulha. 
Todas as feridas, não importando o calibre do objeto, a ferida será em botoeira ou “casa de botão” -> () e o objeto será chamado de perfurante de médio calibre. Exemplo: chave de fenda. 
As feridas podem ser:
Superficial -> aquela quenão atinge nenhuma das cavidades
Penetrante -> Atinge a cavidade
Transfixante -> atravessa qualquer segmento do corpo, de um lado ao outro
Característica conforme a causa jurídica 
Da mesma maneira que o cortante, feridas acidentais com objetos perfurantes, não são mortais, porque são feridas pequenas e em extremidades (regra geral – do ponto de vista estatístico) – exemplo: se furar com uma agulha presa numa roupa. – Acidental
Suicídio -> tenta acertar no coração
Homicídio -> geralmente é a causa jurídica com objeto perfurante. Exemplo: estoque – é uma arma rudimentar utilizada pela população carcerária. É um pedaço de vergalhão que arranca da parede, e arrasta no chão para formar a ponta pontuda. Outro exemplo é o arpão de pesca – passa entre as fibras do tecido; ao retirar, as fibras voltam.
..........................................................
Aula 4 – Rio, 02.09.2014
ARMAS BRANCAS I
AGENTES CORTANTES E PERFURANTES
Agentes físicos agentes mecânicos: cortantes, perfurantes produzem a ferida. 
O agente cortante produz a ferida incisa – predomínio da extensão sobre a profundidade. O agente perfurante – predomínio da profundidade sobre a extensão.
-Agente perfurante
Exemplo: faca. Pode ser que o objeto corte dos dois lados: pérfuro-cortante de dois gumes, passando a se chamar punhal. A ferida produzida pelo punhal tem o formato de um losango – também tem formato de botoeira. 
Lei das Semelhanças 
As feridas produzidas pelo perfurante são semelhantes às feridas produzidas pelos pérfuro-cortantes de dois gumes, pois as duas têm formato de botoeira ou “em casa de botão”. As feridas não são idênticas, mas sim semelhantes. 
Lei dos Paralelismos
Se furar um sujeito com objeto perfurante na barriga, a ferida será de casa de botão. Como o perfurante não secciona as fibras, as feridas vão seguir as linhas de força das fibras musculares. Por isso a segunda lei é a lei dos paralelismo -> quando o objeto perfurante atua numa área de fibras na mesma direção, as feridas vão estar paralelas entre si. 
Lei do Polimoformismo
Se fosse um pérfuro-cortante, como por exemplo, o punhal, o sentido da casa de botão quem dá não é a fibra de tecido, mas sim a lâmina. Se numa mesma área as lesões estão em sentido diferente, então não foi perfurante, mas sim pérfuro-cortante. Mas tem regiões no nosso corpo, que tem entrecruzamento de fibras em diversos sentidos – exemplo: rosto; mãos (mas o músculo está no antebraço) -> quando o perfurante atravessa essa área com várias direções, a ferida passa a ter um formato estrelado, porque cada bico é uma fibra puxando uma região diferente. 
ARMAS BRANCAS II
AGENTES PÉRFURO-CORTANTES E AGENTES CORTO-CONTUDENTES 
A ferida produzida pelo pérfuro-cortante a sua extensão não corresponde ao tamanho da lâmina necessariamente. A ferida geralmente é maior do que a largura do objeto, porque ela corta na entra e na saía. Tem cauda de escoriação.
Mas pode ser menor, se o objeto não conseguir entrar todo, porque encontrou osso. A não ser que o osso seja muito fino (caso de crianças, idosos com esteoporose avançada e locais em que ossos sejam finos). 
Os objetos que via de regra atravessam o osso: pérfuro-contundente e corto - contundente. 
Caso se acidente com uma faca, geralmente a ferida será de um cortante. Se acidentar com um pérfuro-cortante, não costuma ser a faca, mas sim um caco de vidro. 
Acidente com pérfuro-cortante costuma ser com caco de vidro. E acidente não costuma ser causa jurídica de morte.
Se for se suicidar com uma faca, vai usar a faca como um cortante. A sede de eleição será o pulso. Mas o sujeito pode querer se suicidar com o pérfuro-cortante e fincará a faca no peito perto do coração. 
Como o suicídio é altamente influenciado pela cultura da região em que o sujeito pertence, existe um rito oriental que o suicídio como no exemplo acima, a sede de eleição será a barriga. 
A causa jurídica de morte mais comum é o homicídio.
Via de regra, teremos a multiplicidade de golpes. Os primeiros golpes são mais profundos e os segundos são mais superficiais, por conta da fadiga do agressor. 
-Corto - contundentes
É a superfície do objeto que atravessa o tecido com muita força. Objetos que ao serem utilizados o agressor aplica uma força muito maior e isso se soma ao peso do objeto muitas vezes. Apesar de ter uma borda afiada ela não é utilizada por mero deslizamento, mas sim para facilitar a entrada do instrumento. Exemplo: machado, inchada, cortador de papel (guilhotina).
Características da ferida corto - contusa:
A parte do corte é reta – ferida retilínea. As borás são escoriadas, por causa da superfície do objeto. Da mesma forma que na ferida incisa as bordas se afastam, aqui também. Mas não respeita osso, atravessa direto a pele e corta também o osso. 
Onde atuar, a ferida será mutilante, ou seja, separa – corta a perna, a mão fora. São lesões graves, profundas e geralmente mutilante.
Conforme a causa jurídica de morte:
1)Acidente -> acidente com corto contundente também pega extremidade. Geralmente é mão. 
A causa jurídica varia de acordo com a população estudada -> em área urbana: será raro, porque o próprio corto - contundente não é comum em área urbana – se tiver, o cortador do papel e hélice de barco. / área rural: é mais comum. Utilizam facão nos canaviais, por exemplo. 
2)Homicídio em área urbana com corto - contundente é raro. Exemplo: levar facão para um jogo de futebol. Geralmente o golpe será desferido na cabeça e no pescoço. 
3)Suicídio -> incomum. Suicídio é cultural. Brasileiro não se suicida assim, nem com fogo, afogamento. 
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Aula 5 – Rio, 09.09.14
AGENTES PÉRFURO-CONTUNDENTES
É aquele objeto que possui uma ponta e essa ponta possui uma superfície – caracterização do pérfuro-contundente. Típico projétil de arma de fogo.
 A lesão resultando desse agente recebe o nome de ferida pérfuro-contunsa. Nessa ferida, tem o disparo e o projétil que atinge a pessoa, ou seja, transfere a sua energia cinética e provoca o dano.
Na ferida, vemos o orifício de entrada, o trajeto e o orifício de saída, quando houver. OE -> local aonde atinge a vítima; trajeto: caminho percorrido dentro do corpo da pessoa; OS -> quando tem ferida transfixante -> o projétil sai do corpo. este é o evento.
O perito legista (IML) -> a ele cabe estudar o evento. As características da arma, a trajetória (caminho que o projétil percorre da arma até a pessoa) são objetos de estudo do perito criminal, ou seja do instituto criminalista. Então, quem estuda a ferida (o evento) é o perito legista, o médico; e quem estuda a arma, o projétil e a trajetória é o instituto criminalista. 
Quando temos um disparo, sai de dentro do cano da arma o projétil e também fogo (ocorre uma explosão dentro do estojo), fumaça e grão de pólvora que não foi gasto/que não explodiu. A pólvora é o combustível que gera a energia que impulsiona o projétil. Sempre uma parte da pólvora não entra em combustão – quanto melhor a qualidade da pólvora, maior quantidade queima e menos grão é expulso. Se mais quantidade sai pelo cano da arma e não entra em munição, gerou menor energia cinética.
A explosão empurra o projétil, que atravessa o espaço e atinge alguém. O perito estuda as características da ferida pérfuro-contusa. 
Classificamos o tiro quanto à distância e quanto à direção:
Quanto à distância:
Tiro à distância (quando o sujeito está distante da arma de fogo) -> só encontra vestígio do projétil na vítima 
Tiro à curta distância (quando o sujeito está muito perto na arma de fogo) -> encontra vestígio do projétil, do fogo, da fumaça e da pólvora 
Tiro encostado ou com a arma encostada -> encontra contato com o projétil, com fogo, com a fumaça, com a pólvora e com o cano, logo a ferida terá a marca da arma
Quanto à direção:
Se entra perpendicularmente, o formato da ferida é redondo
Se entra com ângulo diferente de 90º, a ferida passa a ter o formato ovalar, deixando de ser redondo
Se o tiro não penetrar na terra,mas tangenciar a superfície da pele, em vez de formar um orifício, forma uma ferida 
-Orifício de entrada
O diâmetro intero no cano da arma é menor do que o diâmetro do projétil, pois havendo a explosão o estojo amolece e a força da explosão espreme o projétil para dentro do cano e a superfície do cano não é lisa, pois possui uma estriação circular e essa estriação faz que o projétil adquira o movimento de rotação. Dessa forma, o projétil não sai reto da arma, mas sim girando. Isso ocorre, porque essa estriação interna pode fazer o projétil rodar para a direita ou para a esquerda – isso não faz nenhuma diferença – de interesse para nós é saber separar a marca da arma do fabricante (catálogo de armas). 
Esse projétil quando sai tem que vencer a resistência do ar e outros objetos que tenha que encontrar. Por mais que a resistência do ar seja pequena, ela existe, então esse movimento circular vence mais facilmente a resistência do ar, assim como outros objetos que o projétil venha a oferecer. E isso economicamente para o projétil é interessante, pois se ele aproveita mais a energia da pólvora ele vai mais longe e isso dá uma maior estabilidade à trajetória. 
Todas as armas tem o interior estriado? Deveria ter, porque com a estriação a trajetória é mais previsível, ganha mais energia e vai mais longe, porém tem as armas em que não interessa haver uma trajetória uniforme e nem muito longe, pois pode ser que o alvo esteja perto. Estas são as armas com projéteis múltiplos (arma de escopeta).
O projétil sai de dentro da arma girando e vai atingir a pessoa na pele. Acontece que a nossa pele possui duas camadas diferentes: a superficial que é a epiderme e abaixo dela temos a derme. A epiderme é fininha, não possui elasticidade (pouquíssima), quando lesada ela se regenera completamente; a derme é vascularizada e possui grande elasticidade. Quando o projétil for atravessar esses dois tecidos, que tem características diferentes, a lesão na epiderme será uma e na derme será outra:
Quando atingir a epiderme, a pele roda junto com o projétil, e como tem pouca elasticidade, a epiderme roda pouco, Logo o orifício que deixa
Na derme, vai rodar mais, o orifício inferior da derme será menor do que o orifício da epiderme. Não terá epiderme, e a derme estará exposta – a ferida vista de cima: vê-se um furo e falta de epiderme, ou seja, uma área de escoriação. Se o tiro for perpendicular, o furo será circular; se o tiro for oblíquo, o furo será ovalar. 
Quando o projétil sai da arma, ele não sai limpo. A arma de fogo é uma máquina (agente mecânico) feito de peças de metal que se movimentam, estando uma em contato com a outra. Quando tem várias coisas de metal em contato, temos em conseqüência atrito, que leva o desgaste. Para reduzir o atrito e o desgaste, usamos lubrificante. Quando o projétil atravessa o cano da arma, carrega na sua superfície esse óleo utilizado para a lubrificação da arma. Conforme atravessa a pele rodando, ele vai se limpar e deixar essa sujeira na pele. Então vamos observar que ao estudar a ferida: teremos o orifício, uma área de escoriação, uma área sem pele, no entorno dele uma área suja, que é a orla de enxugo, produzida pela sujeira que está na superfície do projeto e uma área de equimose, ou seja, a manha produzida pela infiltração do sangue. característica da ferida do orifício de entrada.
Quando o tiro é à distância a ferida possui três orlas: escoriação, equimose e enxugo. A ferida é redonda e todas essas orlas serão redondas.
Quando o tiro for à distância e for oblíquo, a ferida será ovalar e deixará as três orlas. 
Tiro à curta distância, a ferida deixará as três orlas, mas como é atingido por fogo também tem orla de queimadura; além disso, tem a fumaça, e deixará orla de esfumaçamento. O grão de pólvora será empurrado com a mesma velocidade que o projétil, e ao atingir a pele atravessam a pele e se depositam nas camadas inferiores da pele – essas impregnações desses grãos na pele deixam uma orla enegrecida que não sai mais, sendo por isso chamada orla de tatuagem. 
Se o sujeito leva um tiro á distância, depois de 6 meses, o perito apenas encontrará uma cicatriz circular ou ovalar. Não terá nenhuma das três orlas.
Se o sujeito leva um direito à curta distância, depois de 6 meses, o perito encontrará cicatriz circular ou ovalar, e em volta dela um anel preto, que será a orla de tatuagem (não sai nunca mais). Não vai ter orla de escoriação, nem de equimose e nem de enxugo
Tiro encostado ou com arma encostada -> não tem espaço entre o cano e a pele, não tem o ar. A primeira coisa que sai do cano da arma é o projétil, e com não tem esse espaço entre o cano e o corpo, pois não tem o ar, a explosão ocorre dentro do corpo da vítima. Se o tiro pegar na cabeça, tem a pele e imediatamente o osso – então sairá primeiro o projétil que atravessará a cabeça e a explosão acontecerá entre a pele e o osso e a explosão joga a pele para fora – a ferida deixa de ter o aspecto arredondado e passa a ter o formato estrelado: X (chamado de Sinal de Hoffman ou de mina). 
Mas se não tiver osso embaixo, sendo, por exemplo, na barriga, a explosão segue o túnel que o projétil faz dentro do corpo e o formato da ferida no corpo é circular. 
Se o projétil, na trajetória, encontrar outros objetos na sua frente, sua forma será modificada. 
O que permite determinar o calibre do projétil é encontrar o projétil, pois calibres completamente diferentes podem produzir feridas com orifícios idênticos. 
O tiro encostado fala fortemente a favor de homicídio. Em termos de causa jurídica de morte:
Suicídio – sede de eleição com arma de fogo: têmpora, céu da boca, ouvido e coração
Arma de cano longo gera certo problema para suicídio – as sedes de eleição será o céu da boca ou embaixo do queixo.
Quando se tem fuligem na parte externa do osso, sendo a vítima achada 10 anos depois, quer dizer que foi um tiro encostado. 
-Trajeto
Caminho que o projétil percorre dentro do corpo. Se é contuso, tem que ter nas paredes dos túnel lesões compatíveis com objetos contundentes. 
Quem dá energia cinética ao projétil é a pólvora. Então tem que ter mais pólvora – mais pólvora referente ao tamanho do projétil. 
Quando um projétil atravessa o peito, ele encontra tecidos que vão oferecer resistência diferente à passagem do projétil - ele vai mudando de direção. Mas isso depende do projétil, pois o projétil maior (do fuzil) terá mais espaço pra pólvora, então sua energia cinética será maior e este que é maior dificilmente será impedido pelo que entrar no meio do seu caminho – este maior vai puxando os tecidos a medida que vai avançando. O orifício de saída é maior do que o de entrada, porque por este vai sair o projétil e mais os tecidos que está arrancando de dentro do corpo; e no caso do projétil de fuzil esse orifício de entrada será maior ainda, pois sai “arrancando” o que estiver no seu caminho. 
Se tiver tiro à curta distância, nem sempre terá as três orlas e a de esfumaçamento, porque pode ser que tenha um anteparo antes do corpo. A ferida no corpo apenas irá mostrar as características da ferida do tiro à distância. Isso pode levar a uma confusão entre os IMLS. 
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Aula 6 – Rio, 16.09.14
AGENTES TÉRMICOS 
As lesões são produzidas por agentes físicos, que se dividem em mecânicos, elétricos, térmicos, etc. De todos esses agentes, os mecânicos são responsáveis por mais de 90% dos exames – tanto nos vivos quanto nos mortos. Dentre esses 10% temos os agentes térmicos e elétricos. 
Os agentes térmicos são o frio e o calor excessivos (moderado não produz lesão). Podem atuar atraés de uma ação difusa ou generalizada ou local.
Ação difusa é quando toda a situação de frio ou calor atinge o individuo como um todo: seu corpo está todo dentro do frio ou calor; localizada -> uma coisa muito fria ou quente toca uma região do corpo.
-AÇÃO DIFUSA PELO FRIO
No estado do RJ é muito difícil observarmos ação difusa pelo frio, porque ambientalmente não temos tanta queda de temperatura.Isso é mais comum nos estados do sul e geralmente com a população de rua. Aqui no Rio, pode acontecer quando tem inversão em meio líquido -> fulano cai no mar e tem problema com o frio – imersão em meio líquido frio. 
Quando falamos em lesões por agentes térmicos temos que entender como o organismo reage a estas situações. Somos animais homeotérmicos a temperatura interna do corpo não oscila com a temperatura externa ao corpo, ou seja, com o meio ambiente. Nossa temperatura oscila muito pouco (em torno de 34, 35, 36 e 37) e mudança da temperatura interna não se deve a fatores externos. Nossa temperatura interna varia de acordo com o nosso metabolismo.
Se a temperatura do ambiente sobe e desce e a nossa não muda, temos que ter algum mecanismo para manter essa temperatura interna se manter -> temos na pele receptores que captam a temperatura externa, e através dos nervos levam essas informações ao centro regulador do cérebro. Se a temperatura ambiente começa a cair esses receptores percebem e informam ao centro regulador, que diz para o corpo: vasos sanguíneos fechem. Os nossos vasos sanguíneos percorrem toda a superfície do corpo e visam preservar o corpo e a cabeça (braço e perna são apêndices do controle central) -> fechando os vasos sanguíneos, eles vão apertar e empurram o sangue que está na periferia para as regiões centrais, de forma que fiquem aquecidos. O sangue é trazido todo para as partes importantes enquanto que a periferia fica fechado.
Há também o abalo muscular -> tremedeira -> a movimentação do corpo gera calor – o objetivo do tremor também é preservar calor e evitar que o corpo se resfrie.
Em relação ao sistema cardiovascular: fecham os vasos sanguíneos e o sangue vai para os órgãos que estão no tronco e na cabeça. Esse sangue vai sobrecarregar o órgão que é responsável por empurrar o sangue, que é coração. E os outros órgãos começam a ficar encharcados de sangue. Temos uma bradicardia (oposto de taquicardia) -> a lentidão dos batimentos cardíacos. Com isso, cai a pressão arterial: que é a medida da força com que o coração empurra o sangue para os vasos. Temos uma vasoconstricção (as fibras musculares em torno do sangue se contraem – para contrair precisa de energia. Se está com vaso sanguíneo fechado, não tem contração, não tem energia). Mas chega um momento que essa vaso não consegue ficar em contricção e dilata – essa dilatação faz todo o sangue que estava no tronco cair para a periferia, e então a pressão arterial da pessoa cai. O coração começa a bater em um ritmo muito acelerado e ai se tem uma parada cardiovascular. 
O gelo tem efeito anestésico – diminui a sensação de dor no local. E faz vaso constricção, não fazendo o machuca inchar. O gelo tem esse lado benéfico e terapêutico. Mas se você tem uma exposição muito grande ao frio, você começa a não sentir. O grande problema de deixar de sentir é que você se machuca e não percebe. um dos efeitos de sentir frio: analgesia -> não sentir dor. 
Quando o cérebro é agredido de forma gradativa, o cérebro responde de maneira padronizada. Como algo agride o cérebro de forma generalizada, de uma só vez: pela corrente sanguínea – então toda alteração que for paulatina, há um padrão de resposta: sonolência com irritabilidade. Se isso não for resolvido, começam os delírios, depois convulsões, depois coma e por último a morte. Então se faltar açúcar no sangue (hipoglicemia): há essa escala de gradação. Se faltar oxigênio, a resposta será a mesma: sonolência, irritabilidade, etc. 
 A necropsia -> morte por hipotermia – ao contrário do agente mecânico, não existe uma lesão típica de morte por frio. A conclusão do legista de que a morte foi por frio: não se descobre nada no corpo que explique a morte (é por exclusão) e se o cadáver foi encontrado num local frio. Não se terá uma lesão típica! Nada será típico de frio.
Na necropsia encontramos congestão polivisceral (em várias vísceras: no coração, cérebro). Congestão quer dizer excesso de sangue, que é diferente de hipóxia, que é a falta de sangue. Na congestão polivisceral, o organismo dilatou o sangue desses órgãos para receber o sangue que estava na periferia e foi trazido para esses órgãos. Encontram-se equimoses nas vísceras. 
Além disso, encontramos espuma sanguinolenta nas vias aéreas respiratórias – as nossas vias aéreas: o tecido não é pele, mas sim mucosa – esse tecido tem que ficar permanentemente umedecido, por isso temos glândulas produzindo secreção. O ar estará constantemente em movimento através dessas vias respiratórias. Sempre que alguma coisa irrita esse tecido, as glândulas aumentam s produção de secreção, para facilitar expulsar esse agressor (local que tem fumaça, poeira, calor ou frio – aumenta a secreção). Quem fica muito tempo exposto ao frio, quando espirra sai um pequeno sangramento -> mas aqui, a exposição ao frio foi prolongada e excessiva, e a secreção na necropsia estará em excesso. 
Ação local por frio -> dano por manipular objetos muito frios. O termo técnico para queimadura por frio é geladura. Da mesma maneira que nas queimaduras, a intensidade da geladura é medida em graus. Geladura mais superficial é classificada sendo de 1º grau e depois vai aumentando.
Na de 1º grau, tem comprometimento apenas superficial -> fica vermelho (se assemelha à queimadura de 1º grau). E depois pode acontecer uma descamação, ou seja, descasca a epiderme que foi agredida. Ninguém morre por causa disso, porque só compromete a epiderme (vasos dilatam e fica vermelho).
Na de 2º grau, a lesão observado é o flictema, isto é, a bolha.
Em 3º grau, observamos a gangrena, que é bem mais severo. É a lesão mais grave que o agente térmico frio produz. A gangrena corresponde ao esmagamento, ou seja, o tecido que é atingido por gangrena, da mesma maneira pelo que é atingido por esmagamento não consegue se regenerar. O termo gangrena não é uma exclusividade agente térmico por frio – gangrena é morte do tecido por falta de vascularização sanguínea. Pode ser também por causa de venenos (cobras venenosas – o veneno leva vasoconstricção, não passando sangue e o tecido morre). No caso de agente térmico local podemos ter isso.
Isso observamos aqui no RJ -> em ambiente de trabalho -> operário que trabalha em frigorífico, descarregando cargas. 
-AÇÃO TÉRMICA PELO CALOR
Quando temos ações difusas pelo frio, há divisão da ação pelo frio:
Intermação -> a fonte do calor não seria o sol. 
Insolação -> a fonte é o sol. 
Mas não é nada disso.
Os receptores informam o centro regulador que está quente. O centro regulador manda os vasos sanguíneos abrirem, então esse calor sai dos órgãos nobre para a periferia, a fim de se perder calor mais facilmente. As glândulas sudoríparas vão estar mais irrigadas pelo sangue, por isso você vai suar mais, pois as glândulas vão eliminar esse líquido. Isso ocorre em condições normais.
Se o calor é muito prolongado, perde-se muito líquido e aí você fica sem líquido. O volume de líquido circulante no corpo começa a diminuir e aí a pressão arterial começa a cair -> primeiro sintoma: tonteira. Esse quadro clínico é a chamada INTERMAÇÃO -> resultado da vaso-dilatação para a periferia, tendo sudorese enorme, dor de cabeça, vomito, câimbras e ai desmaio. 
Mas se alguém tem o centro termo regulador defeituoso -> os receptores percebem que está fazendo calor, manda a resposta para o centro, só que este não responde. E ai não terá dilatação na periferia, você não vai suar e não vai ter mecanismo para dissipar calor. Com isso, a temperatura interna do corpo começa a ir lá para cima. Quando a temperatura interna do corpo sobre, as enzimas não sabem como trabalhar e aí o corpo vai parando de trabalhar. Isso é uma catástrofe médica. A pessoa entra em coma e morre. Isso é produzido por qualquer coisa que comprometa o centro termo regulador. Se o sujeito teve um derrame ou em uma área do cérebro, ele sofrerá isso. Outra coisa comum: por causa do álcool – bebida alcoólica. Também em remédios (antiinflamatórios -> por isso que vem advertido que não pode fazer sauna).A insolação (hipertemia) corresponde a um mau funcionamento no centro termo regulador. E a causa mais comum é a utilização de substancias que interfiram na ação de centro termo regulador.
Temos as lesões pela ação térmica de forma localizada: QUEIMADURA.
A queimadura também é expressa por graus. Na de 1º grau, a lesão é o eritema, ou seja, fica vermelho. Não mata. 
A de 2º grau é o flictema, ou seja, bolha. A queimadura de segundo grau se comprometer metade da superfície corporal, mata. Então não é uma besteira. 
Na de 3º grau, tem a destruição da pele, sob a forma de escara. Como é muito mais profunda, exige para matar uma superfície menor – então basta 1/3 da superfície corporal queimada para matar.
Na de 4º grau, temos a lesão máxima, que é a carbonização. A carbonização, da mesma maneira que a gangrena e o esmagamento, o tecido não se recupera e morre. E dependendo da área carbonizada, isso é igual a morte -> se carbonizar a cabeça – dependendo da região comprometida é igual à morte. Se for na mão, não necessariamente corresponde à morte, mas perde a mão.
A carbonização do corpo -> há a redução do volume corporal pela condensação. Prejudica o reconhecimento do corpo quando tem redução – e a redução é significativa. A causa jurídica de morte mais comum de morte de carbonização é ACIDENTE. -> em área urbana: curto-circuito / Suicídio -> brasileiro não se mata por fogo. /Homicídio -> não é comum. Pode ser que tenha matado e depois taca fogo – mas é muito difícil não achar nada; o osso é muito resistente ao fogo. 
Se achou o cadáver carbonizado – como vai saber se a pessoa morreu queimada ou se queimaram alguém que já estava morto? Quem morre queimado pela ação do fogo quando ainda vive, vai respirar e vai ingerir gás carbônico, então para descobrir se a pessoa morreu carbonizada, o gás carbônico estará elevadíssimo. Mas da onde vai tirar esse sangue? Esse sangue tem que ser colhido da cavidade cardíaca (de dentro do coração).
Além da redução do volume corporal, há mudança na postura: o cadáver fica todo encolhido, que é por retração dos tendões pelo calor. 
Também se encontram fraturas. A por ação contundente, é transversal ao eixo do corpo. Já na carbonização, a fratura é longitudinal (o osso trinca com o calor). 
Diagnóstico da fonte de calor:
Quando é em chama viva, o que chama a atenção: chamuscamento de pêlo. 
Em caso de gases aquecidos, não tem chamuscamento. O gás aquecido não compromete as partes vestidas, mas sim comprometimento das partes não cobertas. 
Em caso de líquido e vapor tem o aspecto descendente e ascendente.
Se joga água fervendo, as primeiras áreas atingidas sofrem grau maior de lesão de queimadura. Mas como a água escorre, as lesões de queimadura serão menores – por isso que se chama de efeito descendente. 
E no caso de vapor, tem na parte de baixo as queimaduras piores, e conforme sobre (pra perto do rosto), as queimaduras são mais leves – aspecto ascendente.
O sólido aquecido reproduz exatamente o formato do objeto aquecido. 
Explosões
As lesões por explosão sempre vão ter ação térmica. + Ação contundente (porque cai coisa em cima do sujeito ou porque ele é lançado) + ferimentos causados pelo explosivo.
Exemplo: Ano Novo na praia. Fincam os fogos na areia, dentro de um tubo de PVC – quando explodiu, caíram pedaços de PVC nas pessoas – isso causou feridas pérfuro-incisas -> produziu corte. A borda ficou parecendo vidro. 
Bomba de fabricação caseira em que se coloca prego -> o tipo de ferimento se chove prego em cima das pessoas: pregoa atua como agente perfurante, tendo lesão em forma de botoeira, além de lesão por agente contundente.
Explosão de bujão de gás -> voa o botijão, que é de ferro -> pedaço de ferro voando: contundência se cai a lateral; além de cortante e pérfuro-cortante.
Dependendo do artefato que explodiu, trará lesões diferentes. A lesão por explosão depende do material que é feito o explosivo, sempre associado a agente térmico e contundente. 
AGENTES ELÉTRICOS
Pela ação natural: raio; e pela eletricidade industrial: corrente elétrica.
No caso de lesão pelo raio (natural) a lesão recebe o nome de fulguração ou fulminação. É evidente que o sujeito for atingido diretamente pelo raio, terá morte instantânea por carbonização -> intensidade da corrente no corpo. Mas o indivíduo pode ser atingido numa região próxima a ele.
Nos indivíduos que sobrevivem, surge uma lesão chamada de Litchemberg ou Figura do Raio -> essa lesão causa a coagulação do sangue dentro do vaso sanguíneo. A superfície do corpo é percorrida por veias, então se o sangue coagula dentro do vaso sanguíneo, você terá por fora do desenho das veias marcado (como ocorre na trombose) -> esse trombo, se a pessoa está viva, se dissolve. Ou seja, a lesão irá desaparecer. 
Isso nos interessa porque a única causa jurídica por raio que pode ter é por ACIDENTE. -> surfistas quando está tendo tempestade de raios; pessoas expostas em campos abertos. Se você encontra a lesão, se permite que a perícia conclua pela causa jurídica de morte acidente. 
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Aula 7 – Rio, 23.09.14
AGENTES ELÉTRICOS
-Pela ação da corrente elétrica
A lesão resultante é a eletrocussão ou eletroplessão.
Quando falamos em ação pela corrente elétrica, tem um tecido que é eletricamente estimulável, ou seja, muda a sua ação através da ação da corrente elétrica – é o músculo.
Esse tecido tem a capacidade de responder ao estímulo da corrente elétrica ao estimular uma fibra muscular. Quando estimula a fibra muscular, que está esticado, e quando estimulado, retrai – ou seja, o músculo responde. 
Qualquer músculo do corpo ao aplicar corrente, ele contrai. A corrente elétrica no nosso corpo é normalmente produzida no tecido cerebral. 
Qualquer corrente elétrica corre para o chão, sempre busca o solo. A corrente elétrica quando passa por dentro do corpo, procura o tecido que oferecer menor resistência à sua passagem, ou seja, o tecido onde tiver mais água – o que é mais líquido no nosso corpo é o sangue. Então a corrente percorre o braço e desce pela perna até o chão, percorrendo os vasos sanguíneos. O problema é que quando faz isso pelos vasos sanguíneos, estes passam pelo músculo cardíaco, então essa corrente passa pelo músculo cardíaco e desce. Mas dependendo dessa corrente, o coração pode parar – entra em contração e para.
Quando temos alguém em contato com a corrente elétrica, dependendo do lugar do corpo, se for superior à altura do coração, se estiver no caminho do coração, o indivíduo pode morrer por arritmia cardíaca – depende da intensidade da corrente. 
O problema da pessoa ficar agarrada na corrente: na palma da mão estão os músculos que fecham a mão. Na parte de trás da mão estão os músculos que abrem a mão. Se a corrente for aplicada na palma da mão, a mão fecha, porque os músculos daí são flexores, com isso o indivíduo fica agarrado e não consegue soltar. Mas pode ser que se a corrente for de muita intensidade, pode ser que o indivíduo ao invés de ficar preso, seja lançado para longe (exemplo da mulher do mercado). 
Essa contração muscular provocada pela corrente elétrica é chamada de tetania: contração muscular involuntária. É uma das consequências da passagem da corrente elétrica. Essa contração depende do músculo. E outra consequência que pode ocorrer e que pode ou não levar à morte é a arritmia cardíaca. 
No ponto de entrada, vamos ter uma lesão típica, que é a chamada marca elétrica ou figura de Jelinek – reproduz o formato do condutor – se eu segurar um fio, e for eletrocutado, ficará a marca do fio na minha mão . Essa lesão é seca, não apresenta sangramento, e com bordas em alto relevo. A aplicação da corrente elétrica leva à coagulação do sangue, tendo a lesão um aspecto marrom avermelhado.
Causa jurídica de morte na maioria dos casos é acidente – exemplo: acidente doméstico – fazer gato; acidente de trabalho (menos comum) -> geralmente, a lesão resultado é carbonização, porque a tensidade da corrente é muito alta. /Suicídio-> raríssimo/ Homicídio -> raro também. Aplicação da corrente como método de tortura é incomum – se acabar morrendo, é porque a aplicação foi além do que se esperava. 
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EXERCÍCIOS
Quando o indivíduo é encaminhado para o instituto médico legal para fazer perícia o objetivo é fazer o profissional da área examinar essa pessoa em busca de vestígios à ofensa da integridade corporal – lesões no indivíduo. Com base nessa análise, podemos pela característica da lesão podemos determinar o agente que produziu aquela lesão.
Em um laudo de lesão corporal, temos inicialmente: 1) A identificação do indivíduo; 2)O histórico do caso
Eu vou colher a história com a vítima. Esse histórico eu vou colher dados que interesse a mim para a produção do laudo médico legal – o mais importante é: quando foi que aconteceu; qual foi o instrumento ou a coisa que o agressor utilizou nessa agressão; se o indivíduo recebeu ou não atendimento médico - isso é importante para saber se resultou em perigo de vida – está em perigo de vida aquela pessoa em que há uma possibilidade real de morte (é certo que ele vai morrer, a não ser que ele receba atendimento médico). Avalia-se o perigo de vida com base num relatório médico que o indivíduo vai trazer baseado com o que aconteceu com ele quando deu entrada no hospital. Baseado nessa análise do documento médico é que respondo esse quinto quesito. 
Todo exame de corpo de delito, para exame de lesão corporal, constam esses quesitos oficiais para exame de corpo de delito/lesões corporais. É isso que o médico tem que informar para a autoridade para informar o inquérito policial. Esses quesitos oficiais têm sempre que constar. A padronização desses quesitos não é a mesma para cada estado – a ordem em que se formulam essas questões não é a mesma em todos os estados. 
O primeiro quesito é saber se há ofensa ou não à lesão corporal; segundo: qual foi o meio ou instrumento: se foi contundente, asfixia – o perito responde examinando o paciente, vendo as lesões (como conhece a lesão sei qual é o tipo de agente que produz ela); o terceiro quesito é saber se foi produzido por meio de veneno, ou fogo, ou explosivo (resposta especificada) -> a pergunta engloba diversas possibilidades, por isso tem que responder: sim, foi produzido por fogo; quarto quesito: se resultou em incapacidade para trabalhar – se for resposta afirmativa, a autoridade pode classificar a lesão corporal como grave; quinto quesito: se resultou perigo de vida – a resposta positiva quanto ao quarto ou ao quinto faz a lesão corporal ser classificada como grave; sexto quesito: se resultou em debilidade permanente ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função (tem que ter resposta especificada) – se apontar debilidade permanente, vai ser lesão grave; sétimo quesito: se resultou em incapacidade permanente para o trabalho, ou em enfermidade incurável, ou em deformidade permanente (resposta especificada) – se apontar deformidade permanente a lesão será gravíssima; oitavo quesito: se resultou em aceleração de parto ou aborto (resposta especificada). 
CASO Nº 1 -> Identificação: R.C., feminina, branca, 21 anos, natural de SP, comerciante, residente à Rua da Alegria, nº 100, Leblon, do lar, doc. Identidade nº xxxxxxxxx.
Histórico: Alega que na madrugada de hoje foi agredida à “tapas” pelo companheiro que chegou em casa embriagado. Não procurou atendimento médico. O exame direto apura:
Ferida linear medido 1,0 cm, recoberta por crosta serohemática de cor pardo-avermelhada em supercílio esquerdo
Ferida linear no supercílio esquerdo: pensaria logo em agente cortante; contudo, agente contundente quando atinge pele que logo abaixo tem osso, como é o caso do supercílio, pode ter ferida linear. Então aqui é por causa de agente contundente. 
Recoberta por crosta serohemática de cor pardo-avermelhada: confirma que a lesão pode ter ocorrido ainda nesta madrugada mesmo – é lesão recente, portanto. 
Equimose vermelho escura em região periorbitária esquerda;
Equimose vermelho escura: típica de agente contundente – é o sangue infiltrado no tecido. Região periorbitária esquerda significa que é na órbita do olho esquerdo
Ferida de bordas e fundo irregulares, formato atípico, medindo 1,0 cm de comprimento em mucosa labial interna esquerda
Ferida de bordas e fundo irregulares, formato atípico: ferida de agente contundente 
Ausência dos dois dentes incisivos inferiores esquerdos, alvéolos dentários correspondentes com pequeno sangramento ativo
Alvéolos dentários: onde o dente se encaixa – está doendo, correspondendo à ferida do lábio
Duas equimoses de cor esverdeada, formato retangular, medindo 16 x 06 cm em seus maiores eixos, longitudinais ao eixo corporal, paralelas entre si, distando cerca de 05 cm, em região posterior do hemitórax direito. 
Equimoses de cor esverdeada: é lesão antiga por causa da coloração. O perito tem que descrever tudo que encontrar, mas a resposta aos quesitos só poderão ser respondidas se a lesão for filiada ao que a vítima contou – só informa isso às autoridades jurídicas. Então essa lesão, apesar de identificada, é antiga, não tendo a ver com a lesão recente que a vítima descreveu, logo ela não aparece nos quesitos. 
Resposta:
1º quesito: Se há ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente -> SIM
2º quesito: Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa -> AÇÃO CONTUNDENTE, porque todas as lesões que considero como filiadas (a equimose, a lesão no lábio) tem a ver com o caso -> é DIFERENTE DE INSTRUMENTO CONTUNDENTE 
3º quesito: Se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, ou outro meio não insidioso ou cruel (resposta especificada) -> NÃO 
4º quesito: Se resultou em incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias -> NÃO
5º quesito: Se resultou em perigo de vida -> NÃO – porque nenhuma das lesões foi suficiente e porque não precisou de atendimento médico primeiro (!!!)
6º quesito: Se resultou em debilidade permanente ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função (resposta especificada) -> NÃO
7º quesito: Se resultou em incapacidade permanente para o trabalho, ou em enfermidade incurável ou em deformidade permanente (resposta especificada) -> Não para incapacidade permanente para o trabalho/ não para enfermidade incurável/ SIM PARA DEFORMIDADE PERMANENTE – porque resultou em perda dos elementos dentários NA FRENTE. 
OBS.: Para alguns os dentes de trás e para outros causa debilidade de mastigar
8º quesito: Se resultou em aceleração de parto ou aborto (resposta especificada) -> NÃO
Com isso, a lesão nesse caso pode ser considerada LESÃO GRAVÍSSIMA, porque teve deformidade permanente por conta do elemento dentário. 
CASO Nº 2 -> Identificação: A.G, masculino, branco, 12 anos, natural do RJ, residente à Rua das Tangerinas, nº 01, Gávea, estudante, identificado por impressão papiloscópica. 
Histórico: Criança trazida pela mãe R.S., doc. de identidade nº xxxxxxxxx, que alega que na manhã de ontem o periciado sofreu queda no interior de um ônibus que freou abruptamente. Foi atendido no HMSA. Apresenta relatório médico onde se lê: “Alega acidente de trânsito. O exame físico revela: edema do tornozelo direito. Solicitado RX que revelou: fratura linear em epífise distal da tíbia direita. Alta hospitalar. Acompanhamento ambulatorial”. O exame direto apura: membro inferior direito apresenta imobilização gessada envolvendo a perna, tornozelo e pé direitos. Sem outros vestígios de ação violenta. 
Edema: tumefação -> agente contundente 
OBS.: Se o periciado chega com gesso não quer dizer que há o 1º quesito, porque a coisa está oculta. O IML não pode arrancar o gesso e nem curativo. -> Nesse caso, se não tivesse trazido o laudo do hospital, o perito poderia pedir Raio X para ver se tem mesmo lesão embaixo do gesso.
Resposta:
1º quesito: Se há ofensa à integridade corporal ou àsaúde do paciente -> SIM – com base no relatório médico
2º quesito: Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa -> tumefação, fratura: AÇÃO CONTUNDENTE, porque nem a fratura e nem a tumefação espelham instrumento contundente 
3º quesito: Se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, ou outro meio não insidioso ou cruel (resposta especificada) -> NÃO 
4º quesito: Se resultou em incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias -> NÃO – o evento aconteceu ontem, não tem como já ter resultado de incapacidade habitual por mais de 30 dias. Como não se passaram 30 dias, o sujeito tem que voltar ao IML para fazer exame complementar. 
OBS.: fratura nasal, da ponta dos dedos e da costela, via de regra, não geram incapacidade (!!!)
5º quesito: Se resultou em perigo de vida -> NÃO 
6º quesito: Se resultou em debilidade permanente ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função (resposta especificada) -> DEPENDE DE NOVO EXAME – o que ele tem PODE resultar nisso. Então a resposta é que depende de novo exame – a lesão só é considerada permanente se depois de novo exame feito 180 dias depois do acidente (6 meses) tiver causado debilidade permanente 
7º quesito: Se resultou em incapacidade permanente para o trabalho, ou em enfermidade incurável ou em deformidade permanente (resposta especificada) -> DEPENDE DE NOVO EXAME – só pode ser dito daqui a 06 meses -> mas só poderá resultar na hipótese de deformidade permanente. 
8º quesito: Se resultou em aceleração de parto ou aborto (resposta especificada) -> NÃO SE APLICA. 
Essa lesão corporal baseada no exame atual não pode ser classificada. Se daqui a 60 dias ainda tiver deformidade, será resultada como LESÃO GRAVÍSSIMA. 
CASO Nº 3 -> Identificação: M.C., masculino, branco, 19 anos, natural de MG, residente à Rua dos Tetracampeões, nº 94, Maracanã, estudante, doc. de identidade nº xxxxxxxxx.
Histórico: Alega ter sido agredido a socos, cabeçadas e chutes por diversos membros de uma equipe adversária durante jogo de futebol na tarde de ontem no Aterro do Flamengo. Foi atendido no HMSA onde alega ter chegado desacordado. Recebeu alta hospitalar na tarde de hoje. Não traz relatório do atendimento médico. O exame direto apura: 
Tumefação em região malar direita
Tumefação: inchação/edema -> agente contundente; região malar: bochecha o aspecto condiz com a lesão ter sido de ontem
Equimose periorbitária direita de cor vermelha escura
Equimose: agente contundente o aspecto condiz com a lesão ter sido de ontem
Dois grupos de 04 equimoses avermelhadas de forma arredondada com 1,5 cm de diâmetro, com centro escoriado recoberto por crosta umedecida de cor acastanhada, localizados na panturrilha direita e face lateral da coxa esquerda
Escoriado: escoriação -> arrancamento da pele – agente contundente. Nesse caso, será INSTRUMENTO CONTUNDENTE, porque tem a delimitação do instrumento resultante de chuteira (trava de chuteira). 
Dois grupos de escoriação lineares medindo 0,5 a 0,7 cm, limitadas por duas escoriações circulares medindo 0,2 cm de diâmetro dispostas em semicírculo com diâmetro de 04 cm, compatíveis com as produzidas por dentadas humanas, em borda lateral do antebraço direito
INSTRUMENTO CONTUNDENTE, porque tem a delimitação do instrumento resultante dente
Resposta:
1º quesito: Se há ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente -> SIM 
2º quesito: Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa -> tumefação e equimose: AÇÃO CONTUNDENTE, porque nem a tumefação e nem a equimose espelham instrumento contundente; INSTRUMENTO CONTUNDENTE compatível com chuteira; INSTRUMENTO CONTUNDENTE compatível com dente. 
3º quesito: Se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, ou outro meio não insidioso ou cruel (resposta especificada) -> NÃO 
4º quesito: Se resultou em incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias -> NÃO – não tem que voltar daqui a 30 dias.
5º quesito: Se resultou em perigo de vida -> Ele deu entrada no hospital, mas não tem o laudo médico -> a resposta para este quesito depende do boletim médico do hospital. Antes da informação hospitalar: lesão leve; mas se o boletim médico do hospital informar perigo de vida: lesão grave.
6º quesito: Se resultou em debilidade permanente ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função (resposta especificada) -> NÃO 
7º quesito: Se resultou em incapacidade permanente para o trabalho, ou em enfermidade incurável ou em deformidade permanente (resposta especificada) -> NÃO 
8º quesito: Se resultou em aceleração de parto ou aborto (resposta especificada) -> NÃO SE APLICA 
Antes da informação hospitalar: lesão leve. Mas se o boletim médico do hospital informar perigo de vida: lesão grave.
CASO Nº 4 -> Identificação: W.R.J., masculino, branco, 25 anos, natural do RJ, residente à Avenida dos Bravos, nº 2001, Botafogo, piloto de avião, doc. de identidade nº xxxxxxxxx.
Histórico: Alega que há dois dias foi agredido a “tapas” pelo ex-namorado de sua noiva e que foi atendido no HMLJ de onde não traz relatório médico. Relata que desde então apresenta surdez no ouvido esquerdo e dores de cabeça. O exame direto nada apura. Solicitado exame do setor de ORL que revelou: edema da membrana timpânica à esquerda, surdez completa do ouvido esquerdo. 
Exame direto nada apura: ao olhar na hora para ele.
Edema da membrana timpânica esquerda: tumefação – agente contundente 
Resposta:
1º quesito: Se há ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente -> SIM – tem tumefação 
2º quesito: Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa -> AÇÃO CONTUNDENTE, porque nem a tumefação não espelha instrumento contundente 
3º quesito: Se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, ou outro meio não insidioso ou cruel (resposta especificada) -> NÃO 
4º quesito: Se resultou em incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias -> NÃO – surdez de um ouvido apenas não causa incapacidade para ocupação habitual; além disso, tumefação, via de regra, não dura mais de 30 dias.
5º quesito: Se resultou em perigo de vida -> NÃO
6º quesito: Se resultou em debilidade permanente ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função (resposta especificada) -> NÃO – Agora tem surdez de um ouvido, mas daqui a 06 meses pode curar. Porém, pode ser que continue daqui a 06 meses -> pode ser que o sentido audição não desapareça, mas diminua, então se não se recuperar pode ficar com debilidade no sentido audição, e aí será lesão grave. Contudo, se tiver sumido daqui a 06 meses a resposta será realmente não para este quesito. 
OBS.: Se tiver caso de amputação, já de cara vai falar que é debilidade permanente, então será lesão grave.
7º quesito: Se resultou em incapacidade permanente para o trabalho, ou em enfermidade incurável ou em deformidade permanente (resposta especificada) -> NÃO 
8º quesito: Se resultou em aceleração de parto ou aborto (resposta especificada) -> NÃO SE APLICA

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