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Contabilidade Geni Francisca dos Santos Vanzo

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Contabilidade
Prof. Ms. Geni Francisca dos Santos Vanzo
Introdução: Contabilidade e Gestão
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão2
Introdução: Contabilidade e Gestão
Introdução
A origem e a evolução histórica da Contabilidade mostram, com clareza, que a sua 
finalidade de controle patrimonial está estritamente ligada à sua utilidade como instrumento 
de gestão.
 
Contabilidade: origem e evolução histórica
A Contabilidade, propriamente dita, surge nos primórdios da civilização juntamente com 
as primeiras necessidades do homem primitivo em controlar seu “patrimônio” - animais, 
ferramentas e outros pertences. Sua evolução está diretamente associada 
ao desenvolvimento do homem em sociedade.
Desde os registros rudimentares, passando pelos grandes momentos da evolução humana, 
Revolução Agrícola, Revolução Industrial e Revolução Tecnológica, observa-se que a 
Contabilidade “acompanhou” o homem na sua trajetória evolutiva. 
É fácil constatar que na medida em que as relações comerciais evoluíram da simples 
“troca” para as transações on line em bolsas de valores ou de mercadorias e de futuros, a 
Contabilidade tem sido a linguagem utilizada para informar e controlar essas relações.
Contabilidade uma Ciência Social Aplicada
Reconhecida como Ciência Social pela Academia de Ciências da França, em 1834, 
a Ciência Contábil é responsável por registrar todas as transações ocorridas em uma 
organização, com ou sem fins lucrativos, com a finalidade de gerar informações financeiras 
que possibilitem o controle e a gestão do seu patrimônio.
http://www.youtube.com/watch?v=MKHkCUPHXJk&feature=related
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão3
Tais registros, realizados por meio da aplicação de técnicas específicas, guardam 
os princípios teóricos que lhes asseguram a lógica e a confiabilidade próprias do seu caráter 
científico. 
As teorias contábeis evoluíram através dos tempos, passando por várias fases, dentro das 
“escolas” que as originaram.
Entre as escolas do pensamento contábil, as que mais se destacaram foram: a escola 
italiana e a escola americana.
Objeto da Contabilidade 
Um dos pressupostos básicos para que uma determinada área de estudos possa ser 
considerada uma ciência é que esta possua um objeto próprio para pesquisas 
e formulação de teorias embasadas em conhecimentos obtidos por meio da aplicação 
de metodologias racionais. A Contabilidade tem como seu objeto de estudos o “patrimônio 
das entidades”.
Objetivo da Contabilidade
O objetivo “científico” da Contabilidade é apresentar corretamente o patrimônio das 
entidades e apreender e analisar as causas das suas mutações.
A correta apresentação do patrimônio remete ao objetivo “prático” da Contabilidade que 
pode ser expresso como sendo o de gerar informações de natureza econômica, financeira 
e física sobre o patrimônio das entidades e suas mutações, de forma a suportar as decisões 
que seus usuários precisem tomar a respeito desses patrimônios.
Para saber mais consulte:
http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/248.pdf
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão4
Não se deve confundir o objetivo e o objeto da Contabilidade, por se tratar de coisas 
distintas. O objetivo representa a “finalidade” e o objeto é o meio, a origem da informação, 
o foco dos estudos da Contabilidade.
Conceitos e Definições
Contabilidade
Os conceitos são abstratos, embora portadores de significado. Partindo-se desse princípio, 
pode-se inferir que a Contabilidade deve ser conceituada em função do que ela significa 
para as organizações ou, melhor dizendo, para a gestão das organizações. 
Trata-se de um instrumento do qual, independentemente do tipo ou porte, nenhuma 
organização pode prescindir, pois é a única fonte de informações sobre os respectivos 
patrimônios.
Como já foi anteriormente abordado, o objetivo da Contabilidade é apresentar informações 
sobre o patrimônio das entidades, de forma a que estas sejam úteis ao processo de tomada 
de decisões por qualquer dos seus usuários. 
Assim, é possível afirmar que o conceito que melhor se aplica à Contabilidade é aquele que 
a define como sendo um instrumento gerador de informações úteis à tomada de decisões 
por parte dos seus usuários, sejam eles internos ou externos às organizações. 
Tais informações são geradas mediante a utilização de um conjunto de técnicas alicerçadas 
em princípios gerados pela aplicação prática das teorias contábeis. 
Patrimônio 
A concepção empírica de patrimônio o relaciona às riquezas de propriedade de uma 
pessoa. A primeira impressão que se apresenta quando se fala de patrimônio é a de posse 
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão5
de bens ou riquezas.
Com as organizações ou entidades, a concepção não é diferente, porém, é mais ampla. 
O patrimônio de uma entidade pode ser entendido como sendo um conjunto de bens, 
direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente a qualquer tipo de pessoa natural 
ou jurídica, independentemente de sua finalidade incluir ou não a obtenção de lucro.
Bens
São diversas as definições para “bens”, dependendo do grau de detalhe que se pretende 
abordar. De acordo com Iudícibus, Marion e Pereira (2003, p. 31), “entende-se por bens 
as coisas úteis capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e empresas”.
Em Contabilidade, também é importante classificar os bens de acordo com o seu grau 
de tangibilidade:
• Bens tangíveis: são bens palpáveis, cuja existência física é observável, também chamados 
de bens corpóreos. Exemplo: imóveis, veículos, equipamentos, dinheiro em caixa, 
estoques de mercadorias etc.
• Bens intangíveis: são bens incorpóreos, não palpáveis, não constituídos de matéria. 
Exemplo: marcas, patentes etc.
Pode-se, ainda, classificar os bens em:
• Móveis: bens que podem ser movidos de lugar (máquinas, móveis etc.).
• Imóveis: bens que não podem ser movidos de lugar (edifícios, terrenos etc.). 
• Semoventes: bens representados por seres vivos (animais em geral, integrantes do Ativo 
das entidades). 
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão6
Direitos
Algumas riquezas que estão em poder de terceiros, mas, sobre as quais se tem direitos 
de recebimento ou integração, também são consideradas como integrantes 
do patrimônio. Tais riquezas são denominadas, na Contabilidade, como “Direitos”. 
Por exemplo: duplicatas e títulos a receber, depósitos em contas bancárias etc.
Obrigações
Obrigações, como o próprio nome sugere, são compromissos a serem cumpridos com 
terceiros.
Ao contrário dos direitos que representam riquezas a receber, as obrigações representam 
pagamentos a efetuar e, portanto, são redutoras da riqueza.
Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido pode ser definido sob dois enfoques.
a) Investimentos dos sócios: valores entregues/investidos pelos sócios na empresa para que 
ela os aplique em suas operações e os remunere mediante os resultados obtidos nessas 
operações, por meio da distribuição de lucros e/ou dividendos.
b) Riqueza líquida ou Situação Líquida: valor do patrimônio/riqueza, líquido das obrigações 
com terceiros e representado pela seguinte equação: 
 PL = BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão7
Princípios da Contabilidade
Os Princípios de Contabilidade, de acordo com a Resolução CFC n° 750/93, com a 
redação atualizada pela Resolução CFC n° 1282/10, “representam a essência das doutrinas 
e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos 
universos científico e profissional de nosso País”.
 
 
A Resolução CFC n° 750/93 está disponível em:
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1993/000750Todas as técnicas contábeis, particularmente as utilizadas na Contabilidade Financeira 
tomam como premissa básica as disposições dos Princípios de Contabilidade. Para a 
Contabilidade Gerencial, entretanto, a observância de tais princípios não é rigorosa, visto 
que esta tem objetivos específicos voltados para o auxílio ao processo decisório.
A observância obrigatória dos princípios contábeis para o registro e o controle do 
patrimônio das entidades assegura o embasamento científico das informações geradas pela 
Contabilidade.
Os Princípios de Contabilidade, de acordo com as normas do CFC retro citadas que 
já contemplam a preocupação com a harmonização com as normas internacionais de 
Contabilidade, são os seguintes:
• Princípio da Entidade;
• Princípio da Continuidade;
• Princípio da Oportunidade;
• Princípio do Registro pelo Valor Original;
• Princípio da Competência;
• Princípio da Prudência (ou Conservadorismo).
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão8
Princípio da Entidade
O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma 
a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no 
universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um 
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, 
com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio da entidade não 
se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários.
Princípio da Continuidade
O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro 
e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em 
conta esta circunstância.
Princípio da Oportunidade
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação 
dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.
Princípio do Registro pelo Valor Original
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio 
devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em 
moeda nacional, observando-se as seguintes base de mensuração, em graus distintos e 
combinadas:
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em 
caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para 
adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos 
que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos 
valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o 
passivo no curso normal das operações; e
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão9
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes 
patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes 
de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem 
adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são 
reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, 
que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das 
demonstrações contábeis;
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes 
de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. 
Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não 
descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes 
obrigações no curso normal das operações da Entidade;
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo 
futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso 
normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, 
descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário 
para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, 
entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda 
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da 
expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão10
Princípio da Competência
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos 
sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou 
pagamento, além de pressupor a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas 
correlatas.
Princípio da Prudência 
O Princípio da Prudência, também conhecido como Conservadorismo, determina a adoção 
do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo patrimoniais 
que alterem o patrimônio líquido.
Pressupõe, ainda, o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos 
necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e 
receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, 
atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos 
componentes patrimoniais.
Técnicas Contábeis
As técnicas contábeis consistem no conjunto de procedimentos a serem adotados para que 
as informações contábeis possam ser geradas adequadamente.
As principais técnicas contábeis são:
• Escrituração: consiste no registro sistemático de todas as ocorrências que afetam o 
patrimônio das entidades;
• Demonstrações contábeis ou Relatórios contábeis: são quadros técnicos elaborados com 
base nos registros escriturados;
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão11
• Auditoria: consiste na verificação, por meio de procedimentos específicos, da exatidão 
dos dados contidos nas demonstrações contábeis e nos respectivos documentos;
• Análise de balanços: é o exame e a interpretação dos dados contidos nas demonstrações 
contábeis de forma a fornecer informações úteis aos respectivos usuários.
• Consolidação de balanços: consiste na junção das demonstrações contábeis de uma 
empresa controladora com suas controladas, obedecendo a procedimentos específicos, 
com o objetivo de demonstrar a situação econômica e financeira do grupo de empresas.
Além de registrar as transações já ocorridas, as técnicas contábeis permitem, também, 
que se realizem análises e projeções importantes no processo decisório dessas organizações.
Usuários das Informações Contábeis
São usuários das informações contábeis todos aqueles que delas necessitam para tomar 
qualquer tipo de decisão relacionada com a respectiva organização.
Os usuários das informações contábeis podem ser internos ou externos à organização. 
Exemplo:
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão12
Os usuários internos, como a própria denominação sugere, são aqueles que utilizam 
as informações contábeis para tomar decisões internas à organização. Normalmente, tais 
usuários são gestores de níveis hierárquicos diversos.
Os usuários externos são todos aqueles que não pertencem à organização, mas, que têm 
interesses diversos em seu desempenho.
Relatórios Contábeis
Denomina-se por Relatório Contábil qualquer demonstrativo elaborado de forma ordenada, 
resumida ou não, com base em dados processados pela Contabilidade. Tais relatórios ou 
informes têm como objetivo levar a informação contábil, de forma inteligível e útil,aos 
respectivos usuários. 
Os relatórios contábeis podem ser obrigatórios e não obrigatórios. Os relatórios não 
obrigatórios são todos aqueles elaborados para atender às necessidades específicas 
de usuários internos ou externos e que não são exigidos por lei comercial ou fiscal. 
Os relatórios contábeis obrigatórios são:
• Balanço Patrimonial (BP);
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPAc) ou Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL);
• Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
• Demonstração do Valor Adicionado (DVA) – apenas para sociedades anônimas 
de capital aberto.
Os relatórios contábeis obrigatórios são elaborados com base na escrituração contábil, 
sendo denominados como Demonstrações Contábeis ou Demonstrações Financeiras.
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão13
Algumas Demonstrações Financeiras não obrigatórias são muito importantes no processo 
decisório das empresas como, por exemplo, a Demonstração de Origens 
e Aplicações de Recursos – DOAR e as Demonstrações Financeiras Orçamentárias. 
Outros relatórios financeiros / contábeis / sociais
Alguns outros relatórios complementam as Demonstrações Contábeis obrigatórias e, embora 
não exigidas de entidades que não sejam sociedades anônimas ou regidas por legislações 
especiais, auxiliam o processo de análise e entendimento das informações contábeis de 
organizações de qualquer porte ou segmento econômico. 
São elas:
• Relatório da Diretoria ou Relatório da Administração – fornece informações como dados 
estatísticos, indicadores de produtividade e outros índices de performance, nível de 
desenvolvimento tecnológico, planos de expansão, etc., que facilitam o entendimento das 
ações e planos da organização.
• Notas Explicativas – são informações que têm por objetivo elucidar ou complementar 
dados não inteiramente transparentes das Demonstrações Contábeis ou, ainda, 
informar qualquer outro fato que possa ser importante para o entendimento da situação 
patrimonial da organização.
• Parecer dos auditores – obrigatório para as companhias abertas e empresas de grande 
porte, é cada vez mais comum encontrar o parecer dos auditores compondo as 
Demonstrações Financeiras de outros tipos de organizações. O parecer de auditoria 
atesta que as Demonstrações foram elaboradas de acordo com os Princípios de 
Contabilidade e e representam adequadamente a situação patrimonial e financeira da 
organização, no período sob exame.
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão14
• Balanço Social – Outro relatório não obrigatório, mas que cada vez mais vem sendo 
divulgado pelas organizações. Embora a Demonstração do Valor Adicionado, que é uma 
demonstração obrigatória para as empresas de capital aberto, faça parte do relatório de 
Balanço Social, este relatório, em sua completude, não é exigido pela legislação. 
 
O Balanço Social contém diversas informações de caráter social e, algumas vezes, 
ambiental que demonstram a atuação da organização junto à sociedade como, 
por exemplo, dados sobre os investimentos em treinamento e outros benefícios aos 
empregados, ações de incentivo à cultura, esportes, saúde, educação, etc. junto à 
comunidade onde estão inseridas, entre outras. 
Estrutura Básica de Publicação das Demonstrações Contábeis
Veja o Balanço Social (Relatório de 
Sustentabilidade) e as Demonstrações 
Contábeis da Petrobrás: 
http://www.petrobras.com.br/rs2009/
downloads/pt/relatorios.zip 
Acesse o link das Demonstrações 
Financeiras do Grupo Gerdau: 
http://www.gerdau.com.br/investidores/
informacoes-financeiras-Trimestres.
aspx?Ano=2009&Trimestre=4
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão15
Contabilidade e Gestão
Contabilidade Geral ou Financeira e Contabilidade Gerencial
A Contabilidade das organizações pode assumir denominações complementares, 
de acordo com os diferentes segmentos econômicos ao quais é aplicada ou, ainda, 
de acordo com os fins a que se destina. Por exemplo:
• Contabilidade comercial – praticada pelas empresas comerciais;
• Contabilidade industrial – praticada pelas indústrias;
• Contabilidade do terceiro setor – praticada pelas entidades sem fins lucrativos;
• Contabilidade rural ou agrícola – praticada pelas empresas agroindustriais;
• Contabilidade tributária ou fiscal - destinada ao registro e controle dos impostos e 
contribuições;
• Contabilidade de custos – destinada ao registro e controle dos custos das 
organizações etc.
Apesar das diferentes denominações complementares, a Contabilidade não é diferente 
no que se refere aos seus princípios ou técnicas. Ela é essencialmente a mesma, com 
peculiaridades específicas a cada segmento ou finalidade.
A Contabilidade que registra as ocorrências diárias da vida das organizações, registros 
estes que darão origem às Demonstrações Contábeis, independentemente de segmento 
econômico (comercial, industrial, rural etc.), é chamada de Contabilidade Geral ou 
Financeira.
A modalidade contábil que se ocupa da elaboração de projeções e geração de informações 
para apoio à gestão das organizações é denominada Contabilidade Gerencial.
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão16
Destinada a registrar, de maneira ordenada e sistemática, todas as transações da 
organização, com o propósito de gerar informações sobre as mutações patrimoniais 
que sejam úteis aos seus diversos usuários, a Contabilidade Geral ou Financeira difere 
da Contabilidade Gerencial nos seguintes pontos:
Contabilidade Geral ou Financeira
Condiciona-se aos Princípios de Contabilidade e à normatização legal pertinente; registra 
os fatos já ocorridos; destina-se, principalmente, aos usuários externos (credores, 
fornecedores, governo, acionistas etc.), sendo obrigatória para todas as organizações; 
sua utilização no processo decisório é restrita a analise de fatos “passados”, o que nem 
sempre é útil ao gestor.
Contabilidade Gerencial
Faz uso das mesmas técnicas contábeis da Contabilidade Financeira, sem, no entanto 
subordinar-se aos Princípios de Contabilidade; tem como principal objetivo fornecer 
informações úteis e em tempo para a tomada de decisões; destina-se ao público interno 
da organização, tendo em vista o seu caráter gerencial; faz uso, para geração das 
informações, prioritariamente, de conceitos de “finanças” e de “custos”.
Processo decisório das organizações
As últimas décadas, em decorrência da chamada Revolução Tecnológica, têm registrado 
a necessidade de decisões rápidas e eficazes de todas as organizações, mesmo aquelas 
criadas sem a finalidade de obtenção de lucros. É o acirramento da concorrência que leva 
à constatação de que “quem chega primeiro, leva”.
Nesse contexto, o processo decisório depende, cada vez mais, de informações confiáveis 
e dentro de tempo hábil. A Contabilidade é o único instrumento capaz de fornecer as 
informações de caráter econômico e financeiro necessárias a esse processo.
Saiba mais sobre a utilização da Contabilidade 
como instrumento de gestão: PEDROSA, Carlos 
José. A contabilidade como instrumento de 
gestão. 
Disponível em: http://www.biblioteca.sebrae.
com.br/bds/bds.nsf/ff9af6e19f6bb9fa03256c6
b00474272/2a92a94fcb65dfd703256f29004f
b6a9/$FILE/NT000A0786.pdf.
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão17
Iudícibus e Marion (2009, p. 1) afirmam que a Contabilidade “coleta todos os dados 
econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma 
de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada 
de decisões”.
Considerações finais
A Unidade 1 objetivou oferecer uma visão geral da Contabilidade, destacando sua origem 
e evolução histórica, seu caráter científico,seus Princípios e técnicas e, sobretudo, a sua 
utilização como instrumento de gestão e controle dos patrimônios das entidades. 
Universidade Anhembi MorumbiIntrodução: Contabilidade e Gestão18
Bibliografia
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não 
contadores. 6 ed. São Paulo, Atlas, 2009.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José C.; PEREIRA, Elias. Dicionário de Contabilidade. 
2 ed. São Paulo, Atlas, 2003. 
PADOVEZE, Clóvis. Manual de contabilidade básica. 5 ed. São Paulo, Atlas, 2007.
Contabilidade
Prof. Ms. Geni Francisca dos Santos Vanzo
Balanço Patrimonial: Representação Gráfica, 
Origem e Aplicações
Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações2
Balanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações
Balanço Patrimonial: representação gráfica
A denominação Balanço remete ao conceito de equilíbrio, próprio da antiga balança de 
dois pratos, representando o equilíbrio existente entre o Ativo e o Passivo das entidades – o 
equilíbrio patrimonial.
Representação gráfica
Graficamente o equilíbrio patrimonial, ou seja, o Balanço Patrimonial é demonstrado da 
seguinte forma:
Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações3
Ativo: Conceitos e Definições
O Ativo representa as riquezas da entidade, todos os seus bens e direitos de sua propriedade 
que possam ser avaliados em moeda e que, fundamentalmente, representem benefícios 
presentes e/ou futuros para a entidade.
A observância dos requisitos para que algo possa ser considerado como Ativo de uma 
entidade deve ocorrer “simultaneamente”, pois, se tal não ocorrer, não será um Ativo.
(*) Contabilmente, os bens decorrentes de operações que transfiram à entidade os benefícios 
por eles gerados, seus riscos e controle, são considerados como de propriedade da 
empresa, mesmo que esta não se configure oficialmente. Exemplo: bens decorrentes de 
operações de leasing financeiro.
Exemplos de bens e direitos:
Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações4
Os bens e direitos incapazes de proporcionar benefícios futuros à entidade não podem 
ser considerados como Ativos como, por exemplo, bens que tenham se tornado 
obsoletos ou direitos não passíveis de conversão em dinheiro.
Passivo: Conceitos e Definições
O Passivo retrata as obrigações da entidade e se subdivide em dois grupos: o Passivo 
Exigível e o Patrimônio Líquido.
Graficamente, todo o lado direito do Balanço Patrimonial é representado pelo Passivo, 
atendendo às disposições da Lei das S.A, entretanto, ao rigor da teoria contábil, somente 
as obrigações exigíveis é que o constituem.
Passivo Exigível
O Passivo Exigível, como o próprio nome sugere, representa as obrigações exigíveis, isto é, 
aquelas obrigações que podem ser reclamadas por terceiros. Tais obrigações também são 
denominadas como “Capital de Terceiros”.
Quer saber mais sobre Ativos? Leia:
http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/
completos/cad28/Revista_28_parte_4.pdf
Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações5
Patrimônio líquido
O Patrimônio Líquido, como foi estudado na Unidade 1, representa os recursos investidos 
na entidade pelos proprietários. O investimento inicial é denominado de “Capital” que 
pode ser aumentado, seja pela injeção de novos recursos pelos proprietários, seja pelo 
aproveitamento de lucros ou reservas de lucros. 
O capital investido é empregado nas operações da entidade com intuito de geração 
de lucros, no caso de entidades com fins lucrativos (empresas), ou superávits para entidades 
que não visam lucros.
Os lucros gerados pelas empresas são distribuídos para os proprietários ou reinvestidos 
nesta, podendo ser incorporados ao Capital inicial. 
Origens e Aplicações de Recursos
Os recursos que viabilizam as operações de uma entidade têm origem, ou seja, são 
captados junto a terceiros (Capital de Terceiros – Passivo Exigível) ou junto aos sócios/
proprietários (Patrimônio Líquido).
 
Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações6
As obrigações exigíveis nada mais são do que “financiamentos” de recursos a curto 
ou longo prazos, obtidos mediante a concessão de prazos para pagamentos por 
fornecedores, empréstimos bancários, valores de salários, impostos, contribuições 
sociais e outras obrigações, cujos valores permanecem em poder da entidade até 
os respectivos vencimentos.
Os recursos obtidos junto a terceiros ou junto aos sócios (origens) são “aplicados” 
em riquezas da entidade, ou seja, em Ativos.
Assim, graficamente, pode-se afirmar que o lado direito do Balanço Patrimonial – 
o Passivo representa as “origens dos recursos” e o lado esquerdo – o Ativo representa 
as “aplicações” desses mesmos recursos. 
Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações7
Capital e suas conotações
Em Contabilidade, o termo Capital pode assumir diferentes conotações, de acordo com 
o seu fim. Por exemplo:
O Capital Social é representado contabilmente, no Patrimônio Líquido, pela soma 
do Capital Subscrito com o Capital a Realizar ou a Integralizar.
Exemplo: Suponha que no contrato social da empresa Luz Azul Comércio de Materiais 
Elétricos Ltda. esteja previsto um Capital Social de $ 100.000,00 a ser integralizado, 
em dinheiro, pelos seus dois sócios. Inicialmente, os sócios fizeram um depósito na conta 
corrente da empresa no valor de $ 70.000,00, sendo que o restante será integralizado, 
de acordo com a disponibilidade dos sócios, sem prazo determinado. 
Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações8
Neste caso, a conta Capital Social no Balanço Patrimonial de abertura da Luz Azul 
apresentaria a seguinte situação:
Observe que o valor subscrito / comprometido no contrato social foi integralmente 
contabilizado. Entretanto, o valor ainda não realizado, isto é, o valor a integralizar, 
é contabilizado “reduzindo” o valor do capital subscrito, de forma a retratar o 
verdadeiro montante integralizado de $ 70.000,00.
Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações9
Fixação de conceitos
A constituição da empresa Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos Ltda. foi feita com 
um capital subscrito de $100.000,00 conforme visto no exemplo anterior. Foi visto 
também que os sócios efetuaram um depósito na conta corrente da empresa no valor de 
$70.000,00. A representação gráfica do Balanço Patrimonial de abertura da empresa teria, 
aproximadamente, esta configuração:
Destaques:
1. O valor de $ 70.000,00 na conta Bancos Conta Movimento é um Ativo, pois satisfaz 
as condições para ser assim classificado:
	 •	É	um	Direito
	 •	É	de	propriedade	da	empresa
	 •	É	representável	em	moeda
	 •	É	um	benefício	presente	com	condições	de	gerar	benefícios	futuros
Importante Memorizar
Note que para um lançamento 
do lado esquerdo do Balanço 
Patrimonial, ocorreu outro 
lançamento de mesmo valor do lado 
direito. 
Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações10
2. O valor do Capital Social é o investimento feito na empresa pelos proprietários e, 
portanto, deve figurar como Patrimônio Líquido no lado direito do Balanço Patrimonial 
chamado de Passivo, de acordo com a Lei das Sociedades por Ações.
3. O valor do Capital Subscrito - $ 100.000,00 - é aquele que foi pactuado no Contrato 
Social de constituição da empresa, retratando o compromisso assumido pelos sócios.
4. O valor do Capital a Integralizar - $ 30.000,00 – é o valor que faltaser integralizado 
pelos sócios.
5. O valor líquido do Capital Social é de $ 70.000,00, representando a contrapartida do 
depósito bancário efetuado pelos sócios na conta corrente da empresa e registrado na 
conta Bancos Conta Movimento.
6. O Capital Social representa uma “origem” de recursos (captação) decorrente do 
investimento dos sócios na empresa.
7. O recurso captado / originado do investimento dos sócios está “aplicado” no Ativo 
representado pela conta Bancos Conta Movimento.
Considerações Finais
Nesta Unidade foram estudados conceitos importantíssimos que servirão como estrutura 
para diversos outros conceitos que serão vistos nas próximas unidades.
A representação gráfica do Balanço Patrimonial permite uma visão didática e prática dos 
dados patrimoniais e o seu entendimento é fundamental para a utilização desse importante 
demonstrativo contábil para fins gerenciais e de análise. 
Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações11
Por outro lado, a percepção dos conceitos de origens e aplicação de recursos também 
é fundamental para análise e interpretação dos dados relacionados ao endividamento 
da organização e da qualidade dos seus Ativos.
Universidade Anhembi MorumbiBalanço Patrimonial: Representação Gráfica, Origens e Aplicações12
Bibliografia
IUDÍCIBUS,	Sérgio	de;	MARION,	José	Carlos.	Curso de contabilidade para não 
contadores. 6 ed. São Paulo, Atlas, 2009.
MARION,	José	Carlos. Contabilidade Básica. 7 ed. São Paulo, Atlas, 2004.
PADOVEZE,	Clóvis.	Manual de contabilidade básica. 5 ed. São Paulo, Atlas, 2007.
Contabilidade
Prof. Ms. Geni Francisca dos Santos Vanzo
Contas do Balanço Patrimonial 
e Ciclo Operacional
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional2
Contas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional
Plano de Contas
Conceito
Para que os registros contábeis possam ser realizados de forma ordenada, para fácil consulta 
e análise dos saldos das contas, bem como, para a elaboração dos relatórios contábeis, 
obrigatórios ou não, se faz necessária uma codificação adequada que possibilite agrupar 
as ocorrências semelhantes em um só lugar. Para tanto, elabora-se um Plano de Contas, 
de acordo com as características de cada organização e necessidades dos usuários.
O Plano de Contas, portanto, é um agrupamento ordenado das contas utilizadas pela 
Contabilidade das entidades, constituindo-se em instrumento indispensável para o registro 
dos fatos contábeis. 
Codificação
A codificação do Plano de Contas, assim como as contas que o comporão, segue uma 
estrutura básica determinada de acordo com as exigências das leis comerciais, porém, 
exceto para segmentos específicos da economia (financeiro, telecomunicações, eletricidade, 
seguros etc.), a nomenclatura das contas e a forma de codificação são livres.
A estrutura básica para codificação do Plano de Contas está relacionada, particularmente, 
aos prazos e graus de liquidez das operações que serão registradas em cada conta. (Vide 
“Grupo de Contas”)
Contas sintéticas e contas analíticas
As contas que compõem o plano são sintéticas ou analíticas. As contas sintéticas 
sintetizam e totalizam as contas analíticas correspondentes.
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional3
Exemplo:
Importância do Plano de Contas
Um Plano de Contas bem elaborado, que contemple um número de contas adequado 
às necessidades dos usuários e das características do segmento econômico ao qual 
a organização pertence, com nomenclaturas que representem com fidelidade os 
respectivos conteúdos, é de fundamental importância para o correto registro dos fatos 
contábeis.
A uniformidade dos registros contábeis, assim como o grau de abertura e detalhamento 
desses registros, de forma a atender com prontidão à necessidade de informações para 
os gestores depende, fundamentalmente, de um Plano de Contas adequadamente 
parametrizado.
Considerando que as contas serão utilizadas por todos os departamentos da 
organização, figurarão nos livros contábeis e serão base para consulta por qualquer 
usuário interno ou externo que a elas possam ter acesso, pode-se inferir sobre a 
magnitude da importância do Plano de Contas.
Funcionamento das contas
Na sua elaboração, o Plano de Contas deverá contemplar, além do elenco de contas 
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional4
que o compõe, um relatório detalhando o funcionamento de cada uma das contas, 
quando e porque são creditadas ou debitadas.
Grupos de contas do Balanço Patrimonial
A apresentação das contas do Balanço Patrimonial precisa ser facilmente entendida para 
possibilitar a sua análise por qualquer dos seus usuários. Assim, a aglutinação das contas 
em grupos com características específicas tem por objetivo esse entendimento, razão pela 
qual, guarda características básicas vinculadas a prazos de recebimento / vencimento, 
observando, para esse fim, no caso de Ativos, o conceito de “ciclo operacional”.
Grupos de contas no processo de análise do Balanço Patrimonial
As características dos grupos de contas permitem aos usuários das informações contábeis, 
particularmente os gestores, realizarem análises importantes para a tomada de decisões.
Observe os grupos de contas assinalados no Balanço Patrimonial da Luz Azul Comércio de 
Materiais Elétricos Ltda.:
Saiba Mais
Para conhecer alguns modelos de Plano 
de Contas, acesse: 
http://www.portaltributario.com.br/
modelos/modelo_plano_contas_
entidade.htm 
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional5
Os grandes grupos de contas que aparecem no Balanço Patrimonial são:
• Circulante (Ativo e Passivo)
• Não Circulante (Ativo e Passivo)
• Patrimônio Líquido.
Circulante: este grupo congrega as operações a receber (Ativo) ou a pagar (Passivo) 
num prazo curto.
Não Circulante: este grupo congrega as operações a receber (Ativo) ou a pagar (Passivo) 
num prazo mais longo. No caso do Ativo, este grupo pode congregar bens e direitos não 
destinados à venda e que, portanto, têm caráter permanente, pois a organização pretende 
ficar com eles até que se tornem obsoletos ou totalmente desgastados.
Patrimônio Líquido: este grupo congrega os investimentos dos proprietários, não exigíveis 
enquanto a organização estiver em funcionamento (em continuidade).
Analisando o Balanço Patrimonial da Luz Azul, observa-se, por exemplo, que ela tem 
valores “disponíveis” no curto prazo (Ativo Circulante) e nada tem a pagar nesse mesmo 
prazo (Passivo Circulante), o que permite a tomada de diversas decisões decorrentes da 
sua capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo, também denominada de 
“liquidez”.
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional6
O quadro a seguir resume as características básicas desses grupos de contas:
Ciclo operacional 
Denomina-se como “ciclo operacional” o período de tempo que a organização leva para 
realizar a sua principal operação, de forma completa, isto é: elaboração, disponibilização 
ou comercialização e recebimento. O ciclo operacional de uma indústria, por exemplo, 
compreenderá o tempo que ela leva para produzir seus produtos, vende-los e receber 
as respectivas duplicatas, caso a venda tenha sido efetuada a prazo.
Exemplo do ciclo operacional de uma indústria:
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional7
O ciclo operacional de uma organização será maior ou menor, de acordo com as 
características das suas operações. Uma empresa que compra e revende mercadorias 
à vista, por exemplo, terá um ciclo operacional mais rápido do que aquela que compra 
e revende mercadoriasfinanciadas ou, ainda, fabrique ou preste serviços com características 
de prazo maior para realização e recebimento.
O ciclo operacional é considerado como de curto prazo quando o seu início e encerramento 
ocorre em até doze meses (Circulante). Quando maior que doze meses, assume-se o prazo da 
sua realização como sinônimo de curto prazo, embora o ciclo demore mais que doze meses 
para se completar. Há casos em que o ciclo operacional pode levar quatro anos ou mais para 
a sua conclusão.
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional8
Circulante e Não Circulante
A classificação em Circulante e Não Circulante está diretamente relacionada ao prazo das 
operações ou do ciclo operacional da organização:
• Circulante: até doze meses ou prazo do ciclo operacional, o que for maior;
• Não Circulante: maior que doze meses.
A denominação Circulante é dada em função de que esse grupo engloba operações que 
representam o “giro” das empresas, ou seja, operações relativamente rápidas envolvendo 
entradas e saídas de caixa.
Grupos de contas do Ativo
As contas são agrupadas no Ativo em ordem DECRESCENTE de liquidez, ou seja, de acordo 
com o prazo que as operações nelas registradas poderão ser transformadas em dinheiro, 
partindo-se do menor para o maior prazo.
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional9
Ativo Circulante
Os principais subgrupos do Circulante no Ativo são:
• Disponível ou Disponibilidades;
• Aplicações financeiras;
• Contas a receber;
• Investimentos temporários;
• Estoques;
• Outros.
Ativo não Circulante
Os principais subgrupos do Não Circulante no Ativo são:
• Realizável a longo prazo;
• Investimentos;
• Intangível;
• Imobilizado.
Contas redutoras do Ativo
Algumas contas do Ativo têm a função de “deduzir” dos saldos de outras contas do mesmo 
grupo, valores que se destinam a ajustar esses saldos de forma a que, obedecendo ao 
Princípio da Prudência, os respectivos ativos sejam demonstrados pelo seu menor valor. 
Tais contas são chamadas de “redutoras” ou “retificadoras”. As principais contas redutoras 
do Ativo são:
Provisão Para Devedores Duvidosos: destina-se a ajustar o saldo do grupo de contas 
a receber (Duplicatas a Receber, Clientes, Contas a Receber, Outros Créditos, etc.) pelo valor 
do possível não recebimento, estimado pelos gestores, com base no comportamento da 
inadimplência dos devedores.
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional10
Exemplo:
Depreciação Acumulada / Exaustão Acumulada e Amortização Acumulada: 
corresponde, respectivamente, ao valor estimado de desgaste natural dos bens do Ativo 
Imobilizado (móveis, imóveis, equipamentos, etc.), da perda pela exploração de bens 
ou direitos sujeitos à exaustão (jazidas e outros ativos representativos de recursos naturais),
e a redução do valor contábil dos ativos intangíveis.
Exemplo:
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional11
Grupos de contas do Passivo
As contas são agrupadas no Passivo, também, em ordem decrescente de liquidação, ou seja, 
de acordo com o prazo que as operações nelas registradas deverão ser pagas, partindo-se 
do menor para o maior prazo. 
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional12
Passivo Circulante
O grau de exigibilidade das obrigações não é tão facilmente classificável quanto 
o grau de liquidez das operações registradas no Ativo, visto que os vencimentos das 
obrigações de curto prazo, normalmente são muito próximos. Utiliza-se o bom senso, 
considerando-se os prazos, normalmente, praticados para as operações registradas 
em cada subgrupo.
Os principais subgrupos do Passivo Circulante são:
• Fornecedores;
• Contas a pagar;
• Impostos e contribuições a recolher;
• Provisões para pagamentos a efetuar.
Passivo não Circulante
Os principais subgrupos do Passivo não Circulante são:
• Financiamentos;
• Títulos a pagar.
Patrimônio Líquido
Os principais subgrupos do Patrimônio Líquido são:
• Capital;
• Reservas de lucros;
• Lucros ou prejuízos acumulados.
Contas redutoras do Passivo
Da mesma forma como acontece no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido algumas 
contas têm a função de “deduzir” dos saldos de outras contas do mesmo grupo, valores que 
se destinam a ajustar esses saldos de forma a que, obedecendo ao Princípio da Prudência
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional13
os respectivos passivos sejam demonstrados pelo seu maior valor. Tais contas são chamadas 
de “redutoras” ou “retificadoras”. As principais contas redutoras do Passivo são:
Despesas a apropriar de empréstimos: corresponde ao valor dos encargos financeiros 
incluídos nos saldos de empréstimos ou financiamentos e cuja apropriação ao resultado 
como Despesa Financeira deve obedecer à respectiva competência.
Exemplo:
Capital a realizar: corresponde ao valor de capital social ainda não integralizado pelos 
sócios.
Exemplo:
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional14
Considerações finais
Na Unidade 3 foram abordados pontos importantes para o entendimento do processo de 
escrituração contábil que será estudado na Unidade 4, como também, conceitos básicos 
que irão subsidiar a análise do Balanço Patrimonial para fins de tomada de decisões a ser 
estudada na Unidade 7.
Universidade Anhembi MorumbiContas do Balanço Patrimonial e Ciclo Operacional15
Bibliografia
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não 
contadores. 6 ed. São Paulo, Atlas, 2009.
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7 ed. São Paulo, Atlas, 2004.
PADOVEZE, Clóvis. Manual de contabilidade básica. 5 ed. São Paulo, Atlas, 2007.
Contabilidade
Prof. Ms. Geni Francisca dos Santos Vanzo
Ciclos e Registros Contábeis
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis2
Ciclos e Registros Contábeis
Ciclo e sistema contábil
O ciclo contábil, que se inicia com a elaboração do Plano de Contas e termina com a 
elaboração dos relatórios contábeis, não se realiza sem a existência de um sistema contábil. 
O sistema contábil, por sua vez existe para viabilizar a execução do ciclo contábil. 
Sistema contábil
Definição
Marion (2004, p. 194) define o sistema contábil como sendo “o conjunto de atividades 
contábeis que engloba a compreensão da atividade empresarial (necessária para elaborar 
um plano de contas adequado), a análise e a interpretação de cada fato contábil 
isoladamente, a contabilização e a elaboração das Demonstrações Financeiras (...)”. 
Pode-se estender tal definição, como também faz o autor citado, para a produção dos 
demais relatórios contábeis, mesmo que de cunho gerencial, visto que o atendimento 
do objetivo da Contabilidade só se concretiza no momento em que tais informações são 
fornecidas de forma inteligível a todos os seus usuários.
Constituição
A constituição de um sistema contábil envolve diferentes tipos de recursos: humanos, 
tecnológicos, financeiros, etc., mas, a determinação da medida e do tipo de recursos 
necessários somente deve ocorrer depois de avaliadas todas as necessidades dos diferentes 
usuários das informações que serão geradas por esse sistema. Dentre essas necessidades, 
devem ser ainda consideradas outras variáveis, como prazos, periodicidade das informações 
e, sobretudo, o custo benefício envolvido. 
Neste ponto, vale a pena relembrar quais seriam os usuários das informações contábeis: 
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis3
gestores, governos, fornecedores, credores, bancos, funcionários, sócios, acionistas, etc.
Um sistema contábil pode ser manual, mecanizadoou eletrônico.
Sistema Manual: utiliza recursos unicamente manuais para escrituração e controle, como: 
fichas, caneta, lápis, livros, etc. 
Sistema Mecanizado: utiliza uma máquina específica para lançamentos contábeis. Embora 
se assemelhe a uma máquina de escrever, a máquina de contabilidade possui outros 
recursos que possibilitam a elaboração simultânea do Livro Diário e da ficha Razão, exigidos 
pela legislação comercial.
Sistema Eletrônico: utiliza recursos informatizados para o processamento de dados 
contábeis, podendo fazer parte de um sistema integrado de informações, otimizando o uso 
das informações contábeis para fins gerenciais.
Ciclo contábil
O ciclo contábil, conforme já comentado pressupõe a existência de um sistema contábil e o 
seu início ocorre com a elaboração de um plano de contas. O processo que compõe esse 
ciclo passa pelas seguintes etapas:
• Elaboração do Plano de Contas; 
• Escrituração;
• Elaboração Demonstrações Contábeis e demais relatórios não obrigatórios;
• Análise e interpretação das Demonstrações Contábeis.
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis4
A elaboração do Plano de Contas já foi estudada na Unidade 2. Nesta Unidade será 
estudada a técnica de escrituração e os procedimentos necessários para o levantamento das 
Demonstrações Contábeis.
Livros e Escrituração Contábil
Livros contábeis
Qualquer que seja o sistema contábil adotado (manual, mecânico ou eletrônico), a 
escrituração contábil deve ser feita em livros contábeis. Tais livros são obrigatórios, qualquer 
que seja o tipo ou porte da entidade. 
São eles:
• Livro Diário
• Livro Razão
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis5
Quando utilizados sistemas mecânicos ou eletrônicos as folhas do livro são substituídas por 
fichas ou relatórios que observam as características estipuladas para a escrituração manual, 
devidamente numeradas de forma mecânica ou tipográfica.
Livro Diário 
O Livro Diário é utilizado para registro de todos os fatos contábeis, em ordem rigorosamente 
cronológica (dia, mês e ano). Registra, portanto, OFICIALMENTE, todas as transações de 
uma entidade.
O Livro Diário deve ser encadernado e autenticado por órgão competente do Registro 
do Comércio, dentro do prazo e obedecendo às condições estipuladas pela legislação 
comercial e respectiva norma contábil.
Livro Razão
O Livro Razão corresponde ao agrupamento dos fatos contábeis em contas de mesma 
natureza, o que implica em afirmar que para cada uma das contas do Plano de Contas 
da entidade deverá ser criado um “Razão”. 
O Livro Razão precisa ser encadernado, sendo obrigatória a existência de um termo de 
abertura e de encerramento, devidamente assinado pelo contador responsável. Entretanto, 
não é exigida a sua autenticação junto ao órgão de Registro do Comércio.
Quando um conta contábil envolve a existência de subcontas, o Razão assume duas 
diferentes formas: o Razão Sintético e o Razão Analítico. Por exemplo:
Saiba Mais
Quer saber mais sobre Livro Diário, 
consulte:
 http://www.portaldecontabilidade.com.
br/obrigacoes/livrodiario.htm 
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis6
A conta Bancos Conta Movimento engloba (é totalizadora) dos saldos das contas: Banco 
do Brasil, Banco Santander e Banco Itaú. Neste caso, haverá um Razão Sintético para 
a conta Bancos conta Movimento e um Razão Analítico para cada uma das respectivas 
subcontas.
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis7
Razonete
Derivado do Livro Razão, o razonete é uma representação gráfica em forma de T muito 
utilizado pelos contadores e estudantes de contabilidade. É uma forma simplificada e 
didática do Razão que facilita o desenvolvimento do raciocínio contábil.
Escrituração contábil
A escrituração contábil, também conhecida como escrituração comercial ou mercantil 
compreende os registros contábeis realizados no Livro Diário. Todas as entidades estão 
obrigadas a manter a escrituração contábil, independentemente de esta ser exigida ou 
não pela legislação fiscal.
Balanços sucessivos
A metodologia de Balanços Sucessivos, originada na escola americana de Contabilidade, 
tem por objetivo promover a compreensão da técnica de escrituração contábil partindo 
de uma visão de conjunto dos relatórios contábeis, particularmente, do Balanço Patrimonial.
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis8
Entendendo o efeito das mutações do patrimônio já na sua configuração final no Balanço Patrimonial, fica mais simples 
visualizar o processo de acréscimo ou diminuição de Ativos 
e Passivos.
Para aplicação dessa metodologia, vamos utilizar os seguintes fatos contábeis, isto é, as seguintes mutações ocorridas no 
patrimônio da empresa Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos Ltda.
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis9
 Balanços Sussessivos
 Analise o Balanço Patrimonial após cada uma das operações e constate quais foram as mutações ocorridas no patrimônio da Luz Azul 
 Comércio de Materiais Elétricos Ltda.
 Operação 01: Operação 02:
 Operação 03: Operação 04:
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis10
Operação 05:
Conclusões:
• Quando existe um acréscimo de bens (veículos, móveis e estoque), ocorre um aumento 
no Ativo e, portanto, da riqueza da empresa. O mesmo ocorre quando existe o acréscimo 
de um direito (depósito bancário, crédito do financiamento).
• Por outro lado, quando ocorre uma diminuição no valor de um bem ou direito (conta 
corrente, pela emissão de cheques), há uma diminuição do valor do Ativo.
• Qualquer movimentação nos valores de bens os direitos causa mutações no Ativo (lado 
esquerdo do BP).
• Quando se contrai uma obrigação, em decorrência de pagamentos a prazo 
(mercadorias, móveis e financiamento), há um crescimento do Passivo (lado direito do 
BP).
• Todas as operações SEMPRE causaram mais de um efeito no Balanço Patrimonial, 
envolvendo, no mínimo duas contas.
• Os totais de Ativo e de Passivo SEMPRE permanecem em equilíbrio, ou seja, o valor total 
do Ativo é sempre igual ao valor total do Passivo, em qualquer situação.
Diante dessas conclusões já é possível tentar entender como se processa a técnica contábil 
mais difundida – o método das partidas dobradas.
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis11
Partidas dobradas
A escrituração contábil é realizada utilizando-se o método das “partidas dobradas”. Método 
tradicional surgido no século XV, na Itália, tendo como precursor o Frei Luca Pacioli.
O método das partidas dobradas consiste no fato de que, qualquer que seja a operação, 
SEMPRE haverá um débito e um crédito correspondente. O que significa afirmar que o saldo 
remanescente entre tais lançamentos deverá ser sempre zero.
Exemplificando: Suponha que a empresa Luz Azul Comércio de Materiais Elétricos tenha 
realizado a compra de um computador para ser utilizado em sua loja pelo valor de 
$2.500,00. A compra foi feita à vista, mediante pagamento em cheque.
Escrituração da operação utilizando-se razonetes:
Lançamentos:
Saiba Mais
Se quiser conhecer a biografia do Frei Luca 
Pacioli consulte o site abaixo e baixe o livro 
“Luca Pacioli – um mestre do renascimento”
http://www.cfc.org.br/uparq/Livro_
lucapacioli.pdf 
Analisando o fato contábil: 
Computador = bem de caráter permanente, 
pois a empresa tem a intenção de utilizá-lo em 
sua loja.
Compra à vista = a Luz Azul efetuou o 
pagamento à vista e em cheque o que 
pressupõe um movimento em sua conta 
corrente, isto é, na sua conta Bancos Conta 
Movimento. 
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Balancete Patrimonial
O Balancete Patrimonial, também chamado de Balancete de Verificaçãoconsiste em 
um relatório contábil, semelhante ao Balanço Patrimonial, porém, com todas as contas, 
sintéticas e analíticas, que sofreram movimentação dentro de um determinado período, 
inclusive as contas de resultado (Receitas e Despesas) que não aparecem no Balanço 
Patrimonial.
O que diferencia o Balancete do Balanço Patrimonial, além do detalhamento das contas, 
é o fato de que no Balancete, observa-se os totais de débitos e créditos sofridos por uma 
conta dentro de um determinado período, assim como os seus saldos anterior e atual.
Trata-se de um relatório que, como o próprio nome sugere, possibilita a verificação da 
exatidão dos lançamentos contábeis, isto é, da utilização do método das partidas dobradas, 
elaborado com base no Livro Razão.
O Balancete de Verificação, na prática, é um pré-balanço. Serve de base para conferência 
e possíveis ajustes, antes do encerramento das contas de resultado e elaboração do Balanço 
Patrimonial. 
O Balancete Patrimonial pode servir, ainda, para divulgação da posição patrimonial da 
entidade, antes do fechamento do Balanço respectivo. Neste caso, deve conter nome, 
assinatura e número de registro do contador responsável pela sua elaboração.
Considerações finais
Nesta Unidade estudou-se a evolução do ciclo contábil com o objetivo de apreensão dos 
fundamentos da técnica contábil de escrituração, ponto de partida para a geração das 
informações, por meio dos relatórios e demonstrativos contábeis. 
A fixação dos conceitos estudados nesta Unidade exige a prática das técnicas abordadas, 
em particular, do método das partidas dobradas.
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Bibliografia
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não 
contadores. 6 ed. São Paulo, Atlas, 2009.
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7 ed. São Paulo, Atlas, 2004.
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Contabilidade
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Ciclos e Registros Contábeis
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Ciclos e Registros Contábeis
Objetivos da Unidade
• Promover o conhecimento dos conceitos de “receita” e “despesa”;
• Estudar os “regimes” que determinam o critério de apropriação das receitas e 
despesas;
• Apresentar a estrutura dedutiva da Demonstração do Resultado;
• Possibilitar o entendimento das nomenclaturas padrão utilizadas na Demonstração do 
Resultado;
• Demonstrar como ocorre a apuração e a apropriação do resultado do exercício ao 
Balanço Patrimonial;
• Verificar os efeitos do reinvestimento dos lucros nas empresas.
Conceitos e Definições
O resultado obtido por uma organização vai determinar a sua própria continuidade, 
pois qualquer organização só sobrevive mediante a obtenção de resultados positivos. 
Não significa dizer que a ocorrência eventual de resultados negativos, isoladamente, 
possa significar a descontinuidade de uma organização. Entretanto, neste caso, se faz 
ainda mais necessária a análise das respectivas causas para que estas possam ser 
corrigidas a tempo de não comprometer o seu futuro.
O resultado das organizações, isto é, o valor que “sobra” após o cômputo de todas 
as receitas e despesas obtidas dentro de um determinado período de tempo, pode ser 
analisado por meio do exame atento da Demonstração do Resultado. Tal demonstrativo 
contábil é denominado Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, tendo em vista 
a obrigatoriedade de o seu levantamento ser anual, podendo, no entanto, ser elaborado 
a qualquer tempo, de acordo com as necessidades de informações dos respectivos 
usuários.
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Antes de estudar a Demonstração do Resultado do Exercício, se faz necessário entender 
com propriedade o significado dos dois itens que a compõem – Receita e Despesa. 
Receita
É chamado de “Receita” o valor obtido, pela entidade, na venda de bens, direitos, 
ou serviços. Sua obtenção, seja sob a forma de dinheiro ou de direitos a receber, 
geralmente, corresponderá a um aumento do ativo / riqueza. Exemplo: Receita de Venda 
de Mercadorias; Receita de Prestação de Serviços. 
A receita pode, também, derivar de juros recebidos e de outros ganhos eventuais como, 
por exemplo, receitas de aplicações financeiras ou receitas de juros cobrados nos 
recebimentos em atraso. 
Receita operacional e ganhos
A receita resultante das operações da entidade, isto é, derivadas da realização das 
atividades para as quais esta foi criada, é denominada “Receita Operacional”.
As demais receitas, não decorrentes da atividade da organização, serão chamadas de 
“ganhos”, visto que, além de serem eventuais, não têm caráter operacional. 
Exemplo: ganho na venda de ativo imobilizado.
Despesas
A “Despesa” representa a utilização ou o consumo de recursos (bens e serviços) no 
processo de geração de receitas. Na realidade, toda receita para ser gerada “consome” 
recursos. Por exemplo: a receita da venda de mercadorias exigiu o consumo de mão-de-
obra, energia etc.
A ocorrência de uma despesa é representada, no Balanço Patrimonial, pela diminuição 
de um Ativo ou pelo aumento de um Passivo. Por exemplo: o pagamento de uma 
despesa, à vista, vai gerar uma diminuição do Caixa; já o pagamento de uma despesa a 
prazo vai gerar uma obrigação, isto é, um Passivo. 
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Despesa operacional e perdas
Uma despesa é considerada “operacional” quando decorre da realização das atividades 
para as quais a entidade foi criada.
As demais despesas, não decorrentes da atividade da organização, serão chamadas 
de “perdas”, visto que são eventuais e não têm caráter operacional. Exemplo: perda na 
venda de ativo imobilizado.
Regime de Conhecimento de Receitas e Despesas
Regime de competência
O regime de competência segue o Princípio da Competência, estudado na Unidade 
1, e compreende as seguintes premissas básicas para reconhecimento de receitas e 
despesas:
Receitas
São reconhecidas no período em são GERADAS, independentemente de recebimento.
Exemplo: Receita de Vendas de Mercadorias
Despesas
São reconhecidas no período em que forem CONSUMIDAS / INCORRIDAS / 
UTILIZADAS, independentemente de pagamento.
Exemplo: Despesas Administrativas
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Regime de caixa
O regime de caixa consiste no cômputo das receitas, no resultado, somente quando 
efetivamente recebidas, e das despesas efetivamente pagas, representando, 
respectivamente, entradas e saídas de caixa. 
A utilização do regime de caixa tem caráter eminentemente gerencial (gestão do fluxo 
de caixa), podendo ser utilizado para fins fiscais, quando expressamente permitido pela 
legislação correspondente.
Demonstração do Resultado do Exercício - DRE
Forma dedutiva
A Demonstração do Resultado do Exercício – DRE é um relatório contábil de caráter 
obrigatório que resume, de forma ordenada, as receitas e despesas da organização, 
dentro de um determinado período.
A DRE é apresentada, no que se refere ao seu sentido “vertical” de forma dedutiva, isto 
é, subtraem-se as despesas das receitas correspondentes e obtém-se um resultado. 
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Modelo completo
A DRE , assim como os demais demonstrativos contábeis, deverá conter, resumidamente, 
obedecendo-se a forma dedutiva, as contas necessárias a oferecer o nível de informação 
adequado a cada usuário. Portanto, cada segmento econômico (indústria, comércio, 
financeiro, etc.) poderá demonstrar seus resultados em modelos distintos de DRE. 
Entretanto, existe um modelo padrão a ser seguido, partindo da principal receita da 
entidade até o seu resultado líquidofinal.
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Diferença entre a Receita Líquida e os Custos do Período
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Observação: As empresas sociedades anônimas devem divulgar, logo após a linha do Lucro Líquido, o valor do Lucro 
Líquido por Ação, que corresponde ao valor do Lucro Líquido dividido pelo número de ações da companhia. 
 
Exemplo de DRE:
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Observação: A coluna relativa ao exercício de 20X1 foi preservada no exemplo, apenas a 
título de ilustração, visando enfatizar a necessidade de comparabilidade com o exercício 
imediatamente anterior, quando existir. 
Apuração e apropriação do resultado do exercício no Balanço 
Patrimonial
Apuração do Resultado
O resultado é apurado com base nos saldos das contas de Receitas e Despesas constantes 
do Balancete de Verificação das organizações.
Quando o resultado assim apurado é positivo, isto é, as receitas foram maiores que as 
despesas do período e, em se tratando de uma empresa (organização com fins lucrativos), 
obteve-se Lucro. O Lucro apurado pela empresa pertence aos proprietários (sócios ou 
acionistas). Observando-se a ocorrência de saldo negativo, isto é, Prejuízo, os proprietários 
também deverão assumi-lo.
Distribuição de lucros
O lucro distribuído aos proprietários é denominado “Dividendo”. O valor do dividendo é 
calculado segundo o que dispuser o estatuto da companhia ou, na falta de menção explícita 
no referido estatuto, de acordo com as disposições da Lei das S.A. ou, ainda, conforme as 
disposições do contrato social, no caso dos demais tipos de sociedades.
Consiste em boa prática administrativa que os proprietários reinvistam uma parte do lucro 
obtido na organização e, neste caso, o lucro não distribuído fica “reservado” para atender 
a futuras contingências ou para futuro aumento de capital, permanecendo no “giro” da 
empresa, isto é, aplicado no Ativo e gerando resultados futuros. 
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Apropriação dos resultados ao Balanço Patrimonial
Apropriação e distribuição dos resultados
Como foi estudado anteriormente, o Balanço Patrimonial, diferentemente do Balancete, não contém as contas de resultado (Receitas e 
Despesas) que são demonstradas, em separado, na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE.
A transição do Balancete para o Balanço, usualmente chamada de “fechamento de balanço”, envolve alguns procedimentos contábeis 
específicos, a saber:
• Transferência dos saldos das contas de resultado para uma conta transitória denominada Apuração de Resultado;
• Transferência do saldo da conta Apuração de Resultado para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, no Patrimônio Líquido; 
• Distribuição dos Lucros ou Prejuízos Acumulados para os proprietários e/ou constituição de Reservas de Lucros. 
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Suponha que a Luz Azul Instalações Elétricas Ltda., no encerramento de 20X2, tenha 
efetuado a seguinte distribuição do resultado do período:
• Constituição de Reserva Legal de 5% sobre o Lucro Líquido do período, no valor de 
$110,00; 
• Provisão para pagamento de dividendos aos proprietários no valor de $525,00;
• Constituição de Reserva para Contingências no valor de $1.000,00;
• Permanência de $ 565,00 em Lucros ou Prejuízos Acumulados até que a Diretoria 
resolva por distribuir esse valor aos sócios ou aumentar o capital social. 
Efeitos do reinvestimento do lucro
Analisando o Balanço Patrimonial da Luz Azul Instalações Elétricas Ltda., observa-se que:
• Houve um crescimento nos Ativos (riqueza) da empresa, exatamente no valor do lucro 
do exercício - $ 2.200,00.
• Esse lucro está no giro da empresa (Ativo Circulante), contribuindo para a 
sustentação das obrigações de curto prazo (Passivo Circulante), ou seja, para a sua 
liquidez.
• Enquanto não forem pagos os dividendos, no valor de $525,00, ou distribuída a 
parte do lucro que permaneceu em Lucros ou Prejuízos Acumulados, no valor de 
$565,00, estes permanecerão no giro da empresa.
O acréscimo de recursos aplicados no Ativo Circulante proporciona efeitos altamente 
positivos decorrentes do fato de que quanto maior for a liquidez da empresa, menos ela 
terá que captar recursos junto a terceiros (capital de terceiros), cujo custo, normalmente, 
não é baixo.
Por outro lado, o lucro representa origem de recursos com custo ZERO para a empresa, 
o que significa dizer que o seu reinvestimento é uma das políticas mais saudáveis para a 
sustentabilidade do negócio.
Saiba Mais
Conheça um pouco mais sobre 
os diferentes conceitos de “Lucro” 
consultando: 
http://www.ceap.br/artigos/
ART06122007183423.PDF 
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis13
Considerações finais
Nesta Unidade foi possível estudar a apuração do resultado das organizações e a sua 
demonstração por meio da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. 
Foi possível, ainda, conhecer detalhes desse importante demonstrativo contábil, bem 
como, entender como se processa a incorporação do resultado ao Balanço Patrimonial e 
os efeitos do reinvestimento dos lucros em Ativos da própria empresa que os originou. 
Universidade Anhembi MorumbiCiclos e Registros Contábeis14
Bibliografia
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não 
contadores. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
.
Contabilidade
Prof. Ms. Geni Francisca dos Santos Vanzo
Outras Demonstrações Contábeis
Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações Contábeis2
Outras Demonstrações Contábeis
Objetivos da Unidade
• Apresentar outras Demonstrações Contábeis que complementam e esclarecem as 
informações do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício;
• Apresentar o conteúdo e as funcionalidades da Demonstração dos Lucros ou prejuízos 
Acumulados e da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
• Apresentar o conteúdo e as funcionalidades da Demonstração dos Fluxos de Caixa e 
 da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos;
• Apresentar a Demonstração do Valor Adicionado.
Conjunto de Demonstrações Contábeis
Um conjunto completo de Demonstrações Contábeis ou Financeiras, como já estudado 
anteriormente, envolve as seguintes demonstrações:
 • Relatório da Diretoria ou Administração;
 • Balanço Patrimonial (BP);
 • Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
 • Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ou Demonstração das 
 Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL);
 • Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
 • Demonstração do Valor Adicionado (DVA);
 • Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras (NE);
 • Parecer de Auditoria.
Ressalve-se que o Relatório da Diretoria ou Administração, não é um relatório contábil, 
muito embora possa contemplar algumas informações extraídas da Contabilidade.
Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações Contábeis3
O Balanço Patrimonial, por si só, assim como a Demonstração do Resultado do Exercício, 
muito podem informar sobre o patrimônio e o desempenho das organizações. Todavia, a 
análise conjunta destes dois demonstrativos com os demais que, oficialmente, compõem o 
rol de Demonstrações Financeiras exigidas para a publicação das sociedades anônimas de 
capital aberto é, indubitavelmente, muito mais eficaz e útil aos usuários, qualquer que seja 
a decisão a ser tomada sobre a organização, pelos usuários das informações contábeis.
Vale ressaltar que, embora obrigatórias somente para as empresas sociedades anônimas 
de capital aberto,algumas dessas demonstrações são indispensáveis para a análise do 
desempenho e da saúde financeira e patrimonial das organizações de qualquer porte ou 
segmento econômico. 
Comparabilidade
Todas as Demonstrações Contábeis deverão contemplar, quando houver, a comparabilidade 
com o exercício imediatamente anterior.
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
Conforme já estudado, após a apuração do resultado do exercício este é apropriado 
ao Balanço Patrimonial, por meio da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, que pode 
permanecer com saldo, mesmo após a distribuição dos lucros quando:
 
 • Não se tratar de empresas constituídas sob a forma de sociedades anônimas ou 
 empresas de grande porte, de acordo com as disposições da Lei 11.638/07, e o 
 lucro não for totalmente distribuído ou destinado à constituição de reservas; e
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 • O saldo acumulado for negativo representando a existência de prejuízos 
 acumulados.
No caso de haver saldo na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, a movimentação desta 
conta durante o período deve ser evidenciada em demonstração que recebe o mesmo nome 
da conta.
Exemplo:
Tomando-se por base o Balanço Patrimonial da Luz Azul Instalações Elétricas Ltda., já 
elaborado, chega-se à seguinte DLPA:
Observa-se que o saldo final do período na DLPA é o mesmo apresentado no Balanço 
Patrimonial e não poderia ser diferente, uma vez que o objetivo da demonstração é 
exatamente evidenciar a movimentação da conta no período, razão pela qual se parte do 
saldo no início do período, demonstra-se a movimentação sofrida pela conta e chega-se 
ao saldo final que figura no Balanço patrimonial.
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Constituição de Reservas de Lucros 
No exemplo anterior foi observada a constituição de somente duas Reservas de Lucros, 
entretanto, pode ocorrer a constituição de outras reservas, além da Reserva Legal e da 
Reserva para Contingências, cujos conteúdos serão a seguir caracterizados:
Reserva legal
A Reserva Legal é assim denominada por ser exigida pela Lei das S.A que determina que seja 
constituída, anualmente, uma reserva de 5% do lucro líquido do exercício. Esta reserva não 
excederá a 20% do capital social da organização.
O objetivo da Reserva legal é assegurar a integridade do capital social, podendo ser 
utilizada somente para o seu aumento ou para compensação de prejuízos. 
Reserva estatutária
A Reserva Estatutária, como o próprio nome sugere, é uma reserva constituída mediante as 
disposições do estatuto da companhia, observadas as determinações da legislação societária 
pertinente.
Reserva para contingência
A Reserva para Contingência é constituída mediante a aprovação, em Assembleia, de 
proposta da administração para sua constituição, tendo como objetivo preservar uma parte 
do lucro para fazer face à diminuição de lucros futuros em virtude de estimativas de perdas 
prováveis. A proposta deve contemplar a causa da perda prevista e a respectiva justificativa.
Reserva orçamentária
Constituída, também, mediante aprovação em Assembleia, a Reserva Orçamentária se 
destina a cumprir orçamento de capital para futura expansão da empresa. A proposta para 
retenção de lucros a títulos de reserva orçamentária deverá contemplar, além da respectiva 
Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações Contábeis6
justificativa, todas as fontes de recursos e aplicação de capital pelo prazo admitido pela 
legislação societária pertinente.
Reserva de lucros a realizar
A Reserva de Lucros a Realizar diz respeito à parcela do lucro líquido que ainda não foi 
realizada financeiramente. O objetivo desta reserva é evitar que sejam distribuídos lucros 
ainda não realizados.
Dividendos
Normalmente empregado quando se refere à distribuição de lucros de sociedades anônimas, 
o termo “dividendo” denomina a parcela do lucro a que fazem jus os acionistas, de acordo 
com o que foi estabelecido em estatuto ou, na falta de previsão neste, de acordo com a 
legislação societária (dividendo mínimo obrigatório). 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
Mais completa que a DLPA, a DMPL a inclui e substitui para todos os efeitos, isto é, a 
organização que optar por elaborar a DMPL não precisa elaborar a DLPA. 
A DMPL é obrigatória para as sociedades anônimas de capital aberto, de acordo com as 
determinações da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, órgão que regulamenta as 
disposições legais para as empresas constituídas sob a forma de sociedades anônimas.
A DMPL abrange todas as contas que compõe o Patrimônio Líquido da organização, 
evidenciando todas as movimentações ocorridas em cada uma delas, durante o período. 
Pela sua completude, a DMPL fornece um maior número de informações para a análise dos 
seus usuários.
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Exemplo: 
 
Observação: As contas em que não ocorreram movimentações foram mantidas para 
efeito de ilustração, entretanto, somente deverão figurar na DMPL as contas que tiveram 
movimentação no período, observando-se a necessidade de comparabilidade com o 
exercício imediatamente anterior, quando for o caso.
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
A DFC evidencia toda a movimentação financeira (fluxo = entradas e saídas de caixa) do 
caixa das organizações, discriminadas em três grupos distintos:
• Fluxo das operações: correspondente às entradas e saídas de caixa decorrentes das 
atividades normais da organização (vendas, compras, despesas etc.);
• Fluxo dos financiamentos: corresponde às entradas e saídas de caixa decorrentes dos 
financiamentos de recursos obtidos - próprios e de terceiros (empréstimos, financiamentos, 
aumentos de capital em dinheiro etc.);
• Fluxo de investimentos: corresponde às entradas e saídas de caixa decorrentes dos 
investimentos efetuados pela organização (imobilizados, intangíveis, investimentos, ações 
Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações Contábeis8
etc.)
Embora sua denominação explicite a palavra “Caixa”, esta engloba toda a disponibilidade 
financeira imediata da organização, isto é, abrange o caixa propriamente dito e os demais 
valores disponíveis*.
A DFC é obrigatória para as sociedades anônimas de capital aberto, em substituição à 
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR, entretanto, nenhum tipo de 
entidade deveria prescindir dos benefícios que esta demonstração traz para fins decisoriais.
Elaboraçao da DFC
A DFC pode ser elaborada utilizando-se dois modelos distintos, de acordo com o desejo 
e a necessidade da organização: Direto e Indireto.
• Direto: evidencia de forma simplificada os montantes de entrada e saída de recursos do 
caixa;
• Indireto: evidencia quais foram as alterações no giro (Ativo Circulante e Passivo Circulante) 
da organização e que provocaram aumento ou diminuição no caixa, sem destacar 
diretamente as entradas e saídas de dinheiro.
Exemplo:
Abaixo, as Demonstrações dos Fluxos de Caixa da Cia. ABC, correspondentes a um mesmo 
período (20X1), elaboradas pelos métodos Direto e Indireto. Veja o desenvolvimento dos 
cálculos no Material Complementar a esta Unidade.
 * Caixa e Equivalentes de Caixa: O conceito 
de Caixa engloba todas as disponibilidades 
da organização registradas nas contas 
Caixa, Bancos conta Movimento e Aplicações 
Financeiras de Liquidez Imediata. Equivalentes 
de caixa são todos os investimentos realizados 
pela organização e que sejam resgatáveis em 
até três meses, representando altíssima liquidez. 
Universidade Anhembi MorumbiOutras Demosntrações

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