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DIREITO AMBIENTAL G2

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Aula 7 – Rio, 15.04.15
MEIO AMBIENTE NA CONSITUTIÇÃO FEDERAL DE 1988 (continuação...). 
A doutrina tende a dizer que os bancos são responsáveis até que se tenha o licenciamento. 
-Art. 200, VIII -> trata da saúde – meio ambiente do trabalho é entendido como ramo – fica entre o direito do trabalho e o meio ambiente do trabalho. O que fundamenta isso é este artigo.
-Proteção da cultura -> temos dois dispositivos: arts. 215 e 216.
-Relacionado ao tributo temos o ITR e temos isenção para as áreas voltadas à proteção ambiental (não são incluídas para calcular o ITR). 
Além disso, há o ICMS ecológico ou ICMS verde, que tem a ver com a repartição dos recursos obtidos com o ICMS. Os municípios tem parcela do ICMS – art. 158, parágrafo único, inciso II. O art. 158 fala que pertence aos municípios ¾ das mercadorias e serviços prestados no seu território. É acrescentar nesta lei estadual que prevê o repasse do ICMS, quando tiver contribuição ambiental, estes municípios irão receber uma parcela maior. 
Paraty é município que tem unidade grande ocupada por área de proteção. Então o município não pode atrair muitas empresas. Mas há um jeito de compensar os municípios voltados para uma vocação ambiental. A lei do estado do RJ diz que 45% para unidade de áreas de proteção. Estes municípios tem um repasse maior de parte do ICMS – é uma forma de incentivo, para continuar contribuindo ecologicamente. 
O ICMS ecológico não tem a ver com o bem tributado ou forma de tributação, mas sim com o repasse e estabelecimento de critérios ambientais para determinar quando município vai receber do repasse livre do ICMS, em que a lei estadual determina os critérios. 
-Demarcação de área indígena e proteção de área quilombola – art. 68 (CRFB ou ADCT ??)
-Bens dos entes federativos -> alguns bens públicos, tanto no art. 20, quanto no art. 26, como recursos minerais, hídricos, são bens ambientais e bens de titularidade pública. No art. 20 temos os bens da União – terras devolutas para proteção ambiental, por exemplo – são bens ambientais de titularidade pública. Assim como a questão dos estados no art. 36. Além das regras de direito ambiental, tem também o poder público atuando por ser titular daquele bem. 
Alguns regimes jurídicos se sobrepõe a questão da titularidade do bem. Isso está na CRFB quando ela nomeia os bens que são da união ou dos estados.
COMPETÊNCIA 
Competência ambiental -> competência executiva ou ambiental (para praticar atos de defesa do meio ambiente) e competência legislativa (para evitar danos).
1) COMPETÊNCIA EXECUTIVA
-Competência executiva -> quem pode defender o meio ambiente -> todos. A competência para defesa do meio ambiente é comum: art. 23, incisos III, VI e VII da CRFB. A regra geral: competência para defesa do meio ambiente é uma competência comum, pertence aos três entes. Não existe o estado dizer que não vai proteger determinado rio, pois este é de domínio da união. Isso é conjugado com o art. 225, que diz que o poder público (interpretado como poder executivo, legislativo e judiciário) tem o dever de proteção do meio ambiente. Todos os entes têm competência comum para defender o meio ambiente -> esta é a regra. 
Embora tenha competência comum, temos algumas competências privativas que se relacionam com a defesa do meio ambiente e que tem que ser conjugada com essa competência comum -> art. 21, XIX: instituir o sistema nacional de recursos hídricos -> quem institui isso é a União, com base na sua competência privativa. Essa competência não invalida a competência comum dos entes de proteger a qualidade dos rios. 
É competência da União estabelecer essa política nacional, mas todos os entes vão atuar na defesa do saneamento sustentável. -> art. 21, inciso XX. 
A União é que tem competência privativa para unidades nucleares. Mas se futuramente ocorrer dano em Angra 3, por exemplo, todos os entes podem fazer essa defesa do meio ambiente. Art. 21, inciso XXIII. 
As competências privativas tem que ser analisadas com a competência comum da defesa de todos os entes. 
Assim como é competência do município no art. 20, inciso VIII – que tem ligação direta com a competência comum para a defesa do meio ambiente. O município pode ser o competente para estabelecer regras de uso do solo, mas isso não exclui a competência do estado para expedir ou negar licença ambiental em determinado município, por conta, por exemplo, da saturação da bacia elétrica. 
Mas se o município disser que aquelas regras estão de acordo com o uso do solo, o estado não pode dar determina licença ambiental, pois é competência privativa do município determinar estas regras. 
Os três entes podem defender o meio ambiente. Mas eles podem sempre? Todos juntos? É possível o duplo licenciamento ambiental? Os três podem exigir a licença ambiental sempre? - Se tenho fábrica de brownie em Vargem Grande sou obrigada a pedir três licenças ambientais (ao IBAMA/ICMBIO, ao INEA e ao SMAC (RJ))? O acórdão do STJ que trata dessa discussão diz que é possível duplo licenciamento, podendo determinada atividade precisar de mais de uma licença ambiental. Art. 23, parágrafo único -> lei complementar regulando isso; antes tinha uma Resolução do CONAMA (antes de ter a LC) e tinha artigo que dizia que o duplo licenciamento era proibido, só podia existir um único licenciamento, o licenciamento só pode ocorrer em um único nível. Porém, a doutrina sempre entendeu que era possível, considerando esse artigo do COMANA inconstitucional. Além disso, essa decisão do STJ que entendeu ser possível o duplo licenciamento veio antes da LC também. LC 140 -> hoje, para saber o que trata de competência executiva (material ambiental) tem que partir da leitura dessa lei.
As normas que tratam de competência executiva ambiental: art. 23; o p.u que exige lei regulamentar, que foi regulamentado pela LC 140/2011. As regras de repartição de competência da resolução CONAMA não estão mais em vigor, porque não valem mais depois que surgiu a LC 140. Estes artigos da Resolução 237/07 do CONAMA são considerados inconstitucionais Hoje, temos LC que trata deste assunto, que é o que a CRFB determinava. 
Esta resolução 237 continua em vigor, o que não vale mais são estes artigos que falavam de licenciamento.
-Algumas regras da LC 140/2011 -> Esta lei estabelece a cooperação entre os entes. A importância com a qual esta lei se deparou é que a CRFB no art. 23 diz que a competência é comum – os dois exercícios principais de competência comum: fiscalização e licenciamento (art. 4º). 
A lei anterior (lei 6938/81) dizia que o licenciamento cabia aos estados – estado era o grande ente licenciador. Falava da União, mas não falava dos municípios, pois estes só ganharam autonomia com a CRFB de 88. E a CRFB de 88 disse que a competência era comum dos 3 entes. 
Até a LC 140 de 2011 não se teve LC regulando o tema, então, por isso, o CONAMA editou a resolução 237, que dizia que nos casos em que a competência seria da união, dos estados e dos municípios. E aí começaram a surgir duas correntes: 1)a lei 6938 seria a lei prevista no p.u do art. 23, logo excluiria os municípios como competentes para o licenciamento. / 2)os municípios seriam responsáveis pelos licenciamentos de impacto ambiental – só que isso seria um caos, porque tem município que não tem estrutura pra isso (competência dada dos aos municípios pelo art. 23 da CRFB).
Por isso a LC 140 tratou de definir esta questão para os municípios. Previu que determinados municípios não tem capacidade técnica para fazer estes licenciamentos de impacto ambiental, então por isso devem utilizar os instrumentos de cooperação com os estados e com a União.
A LC 140 diz quais são as competências da União, dos Estados e dos Municípios. Não trata apenas do licenciamento ambiental, este é apenas um dos incisos previstos. Regras de cooperação para diversas matérias.
Art. 7 -> competências da União -> inciso XIV – a LC faz como a CRFB: determina quais os casos de competência da União, quais dos estados e o remanescente são dos municípios – mesmocritérios que a CRFB usa para definir as competências. Tem que ver se é um dos casos específicos da União, se não for caso de impacto ambiental não será dos municípios, então será competência dos estados. 
Qualquer atividade nuclear é de competência da União, quando se trata de licenciamento. / Atividades de exploração de petróleo na água é competência da União – porque assim estabelece a LC 140/2011. / Qualquer atividade desenvolvida em terras indígenas é de competência da União. 
Art. 9º -> A competência do município é definida pelo impacto local. Não tem mais duvida que o município tem competência para licenciamento, nos casos de impacto ambiental local. Cada estado terá uma resolução do que é impacto local, que vai refletir nas constituições municipais. 
Art. 8º: A competência do estado é residual -> o que não for competência da união, e nem do município, será competência do estado. 
Todos os entes têm competência para licenciamento dentro das áreas de preservação que eles criaram.
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Aula 8 – Rio, 16.04.15
-A competência executiva (material) é comum aos 03 entes federativos – art. 23 da CRFB. Mas o parágrafo único prevê que uma lei irá regulamentar isso e disciplinar a competência material ambiental. A LC 140 veio para regulamentar, então, o art. 23, parágrafo único. 
-A LC 140 estabelece critérios para a atuação dos 03 entes, até em nome do princípio da eficiência. Competência comum significa que todos podem atuar ao mesmo tempo, mas não significa que todos precisem dar autorização de licenciamento e etc.
-Está pautado primeiro uma tentativa de cooperação entre os entes, por causa da falta de capacidade técnica que o município ainda tem. Isso é para tentar capacitar os municípios em licenciamentos.
-Os arts. 7º, 8º e 9º trazem as competências específicas de cada ente. Nomeia quais são as competências federais (da União); depois as dos municípios; e competências residuais para o estado no art. 8º. 
-O art. 14 trata da competência para licenciamento ambiental – são os casos de competência da união para o licenciamento ambiental: atividades nucleares, atividades em mais de um estado, atividades em terras indígenas. / Se for atividade que pode causar impacto local, será competência do municípios. / Se não for nenhum desses casos, será competência do estado. / Se for caso de impacto local, só que como atividade de competência da União, a competência de licenciamento será da União (exemplo: atividade de impacto local em mais de um estado – competência de licenciamento será da União).
-Art. 13 -> acaba com a polêmica de ser preciso o duplo licenciamento. Sempre só precisa de uma licença, que será a do ente competente. 
Art. 13 -> tenta determinar que todas as licenças e autorizações devem ser dadas por um único ente – exemplo: autorização para supressão de vegetação.
Art. 13,§2º -> tentativa de simplificar o procedimento de licenciamento. Quem está analisando o licenciamento, terá a licença de analisar os impactos ambientais decorrentes, por exemplo, daquela supressão de vegetação. 
-Art. 15 -> Essa lei separou o que é um ente competente do ente capacitado -> Nem todos os municípios têm servidores públicos para analisar licenciamento – então, no caso de impacto local o município tem que ter grupo técnico habilitado capaz de analisar. Então, a lei fala que o ente pode ser competente, mas não ser capacitado, então quem licenciará será o estado. / Se o estado não for capacitado, será competente a União. 
Isso muda a estrutura constitucional de competência dos entes. 
-Art. 17 -> regra de que quem licencia é quem fiscaliza. 
Art. 17, §3º: mas não exclui a competência de fiscalizar dos outros entes (se o ente competente se omite, por exemplo), porém a que prevalece é a fiscalização do ente competente. 
Esses dispositivos são importantes, uma vez que nunca se teve regulamento sobre isso. 
-Discussão: Quem define o que será impacto local é o CONEMA. Em defesa da lei pode-se falar que o conselho só define tecnicamente o que impacto local, e que este conselho tem a presença de representantes do município.
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Aula 9 – Rio, 29.04.15
Semana passada, saiu um decreto que altera licenciamentos ambientais nos casos de competência do IBAMA. Com base no que foi editado esse decreto? O art. 7º determina todos os casos que são de competência da União; o inciso XIV, alínea “h” fala que também é caso de competência do IBAMA: que atendem tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo (decretos). Então, os casos do IBAMA são os que estão no art. 7º + o que pode ser editado por decreto O que aconteceu foi que se deu à União poder de dizer outros casos que seriam de competência dela, e ela faz isso por meio de um decreto. Decreto 8?? De 22 de abril de 2015. 
-Sobre a competência comum, a atuação da União se sobrepõe a dos estados e municípios? Não existe a União se sobrepondo à competência do estado. Ou a competência é do estado ou da União. A união não tem que fiscalizar as atividades do estado. O que se tem é uma divisão de competências, então a competência da União não prevalece sobre as dos outros. 
-Quem seria o competente para o licenciamento da revitalização da Marina da Glória (no Flamengo)? Primeiro tem que excluir ou identificar os casos de competência do IBAMA, verificando o art. 7º e agora também o Decreto -> não é caso de competência do IBAMA. O próximo passo é ver se é competência municipal, verificando se é caso de impacto local -> é caso de impacto local, então o licenciamento, neste caso, é de competência do município. 
-Essa lei trata de fiscalização vinculada ao licenciamento. E se a atividade não for licenciada? Se for uma atividade em que não preciso ter licenciamento? Nem toda atividade que cause impacto ao meio ambiente precisa de licença ambiental – exemplo: andar de moto – é um impacto permitido. Mas se o órgão de trânsito apreender uma moto e faz uma inspeção e vê que a moto está em desacordo com os padrões de gases pode apreender a moto. / Se não precisasse de licença para captar algo para si próprio de um poço de água, quem poderia fiscalizar? Como não tem regra na legislação, qualquer um pode. 
2) COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
-Repartição de competência legislativa – analisar quem pode editar normas para proteção ambiental
Alguns assuntos são de competência privativa – art. 22: competências privativas da união. Exemplo: legislar sobre direito agrário, sobre águas, energia. Mas não excluir a regra geral de que a competência para legislar sobre regras ambientais é concorrente: art. 24, incisos VI, VII e VIII e parágrafos. 
A competência é comum ou concorrente, mas temos alguns assuntos que são privativos de determinados entes. Só a união vai legislar sobre energia, mas isso anda junto com a regra de que as regras de proteção ambiental tem competência comum. 
Art. 30, incisos I e II -> município tem competência para legislar sobre assunto ambiental quando for caso de impacto local. 
Os parágrafos do art. 24 falam que -> §1º a União trata de normas gerais *; §2º a competência dos estados é suplementar; §3º e §4º regras para quando a União não legisla – o estado legisla sobre todos os assuntos – estado pode atuar plenamente e se vier depois lei federal, a lei estadual perderá eficácia. 
*O que nos interessa é saber o que são normas gerais e quando vai precisar da competência suplementar dos estados. A norma geral é aquela que estabelece diretrizes indiscriminadamente para ser observada em todo o território nacional – não trata de um caso específico, mas sim de casos gerais. Uma norma geral que esgota todos os assuntos não é uma norma geral, pois vai usurpar a competência do estado de poder tratar sobre qualquer assunto. A norma geral dá orientações, diretrizes para o estado poder atuar – respeita o espaço que os estado vão ter de tratar sobre alguns assuntos. Não é uma competência privativa, é uma competência que dá espaço para os estados terem normas também. 
Neste sentido, Barroso definiuque normas gerais “são linhas orientadoras à atividade legislativa do Estado e exigência lógica de regras uniformes”.
Então a competência da União é dar diretrizes para que o estado possa legislar também quando for necessária ter lei específica deste. 
-As leis estaduais podem ser menos restritivas que a norma geral?
Temos a competência da união para estabelecer a diretriz. O estado com base em sua competência suplementar pode diminuir o que está estabelecido na norma geral? 
A questão é o próprio conteúdo do que é norma geral – a norma geral é um patamar mínimo que sempre deve ser observado em cada caso? É quase consenso na jurisprudência que não pode, pois a norma geral é um mínimo a ser observado. Se os estados podem diminuir este padrão, então não é um padrão e aí a norma geral cai por terra. 
Temos dois casos de referência: decisão do TJ (que foi confirmada pelo STJ) e uma do STF: 
1)O poder público tem dever de exigir estudo de impacto ambiental para as atividades que vão causar significativa degradação, na forma da lei. A resolução do CONAMA traz uma lista de atividades que possam causar significativa degradação. A questão importante nisso para nós é que essa lista é uma norma geral? Se for, o estado pode dispensar uma atividade que está na lista por lei? Essa lista é uma norma geral? É uma norma que a união editou com fundamento no art. 24 da CRFB? SIM. Para usar o exemplo do STF: dentre esta lista de atividades, tem plantação de eucalipto – norma geral que vale para todo o Brasil, expedida pela união com base no art. 24 da CRFB. Pode o estado de Santa Catarina editar norma que dispense realizar essa atividade de estudo de impacto ambiental? Não, porque é uma norma geral – este é o fundamento do STF na ADI 1086 em SC. Seria inconstitucional, porque seria menos protetivo que a norma geral, e a norma geral garante um patamar mínimo que tem que ser observado. 
2)O outro caso é a Apelação Cível 47635/2005 do TJ-RJ -> a lei estadual 1356 estabeleceu que se determinada atividade não causar significativa degradação através de estudo sério, o órgão ambiental com base em análise técnica pode dispensar aquela norma geral e permitir que aquela atividade seja realizada em estudo de impacto ambiental. Porém, o TJ-RJ entendeu que o dispositivo desta lei estadual é inconstitucional, uma vez que a norma geral é o mínimo a ser observado pelo estado na sua competência legislativa, não podendo o estado diminuir essa proteção que está prevista na norma geral.
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Aula 10 – Rio, 30.04.15
-Existe na legislação ambientam um princípio geral que diz que vale sempre a lei mais protetiva?
O caso do amianto traz todo o entendimento do STJ ao longo do tempo. Lei federal 9055/95 lei do Brasil que regula o uso de amianto -> então, não é um caso em que o estado tem competência plena, pois é uma matéria que está disciplinada em uma lei federal. A lei proibiu todos os tipos de amianto e só liberou o tipo de amianto utilizado na construção civil. 
Porém, este tipo de amianto permitido aqui está sendo proibido em vários países por possuir substâncias que podem causar câncer. Os países foram ao longo dos anos proibindo a utilização de amianto em seus territórios, enquanto que aqui é permitido. 
Os estados começaram a editar normas estaduais proibindo o comércio e o transporte de amianto em seu território. Nisso entra a questão se existe o princípio da lei mais protetiva. 
Vimos que o estado não pode ser menos protetivo em relação às leis federais, mas e se for o contrário? Argumentos a favor: princípios de direito ambiental -> meio ambiente ecologicamente equilibrado é direito difuso, dever do poder público em proteger o meio ambiente. Então se poderiam extrair princípios ambientais desta norma mais protetiva. 
Porém entra na questão da competência privativa da União de tratar do comércio e transporte do amianto no Brasil. Mesmo tendo o princípio da lei mais protetiva, poderia o estado do RJ criar essa lei que falaria de comércio? É constitucional? 
O Barroso analisou um caso de uma ferrovia que cruza vários estados e os estados estavam tratando de normas que falavam sobre o barulho e a quantidade de poeira que era causada pelos trens – ele analisou se estas normas ambientais eram válidas, considerando o princípio da lei mais protetiva e a competência privativa da união de dispor sobre transporte ferroviário.
Existe então divergência entre competência privativa e competência concorrente ou na suplementar do art. 30? O STF resolveu essa questão da seguinte forma: os primeiros acórdãos do STF com relação às leis de amianto e outros casos de proibição de transgênico era de que não existia o princípio da lei mais protetiva, e então prevalecia a competência da União. Quando tem norma com base na competência privativa e norma com base na proteção ambiental, deveria prevalecer a primeira (ADI 2656-SP e ADI 2396-MS). 
Entendia que não existia princípio das leis mais protetiva e então a legislação estadual estava afrontando diretamente a legislação federal, pois ofendia a norma geral, bem como a competência privativa da União para tratar de comércio, logo estas leis dos estados seriam inconstitucionais. O estado não suplementou a legislação federal, mas sim a contrariou. Para entender isso, se basearam muito nas regras de competência estabelecidas no art. 24 da CRFB, pois neste dispositivo não há possibilidade de se analisar o conteúdo material das normas. Isso é o que Barroso fala no seu parecer e o que vai estar presente no voto do Gilmar Mendes também. Logo, afirmam não existe o princípio da lei mais protetiva. Estes foram os primeiros julgados
A doutrina de ambiental advoga no sentido de existir o princípio da lei mais protetiva. Se entendemos que tem princípio da lei mais protetiva 
Mas com o caso do amianto começou a se discutir se a própria lei federal que permite o uso do amianto seria inconstitucional. Inconstitucional é a lei federal e não a estadual. O MPT entrou com ação contra a lei federal (porque os mais prejudicados pelo uso do amianto são os trabalhadores) e SP entrou com uma lei nova dizendo que não mais proibia o transporte do comércio, mas que proibia o uso de amianto, tentando fugir da controvérsia de competências do art. 24. 
A ação de SP foi distribuída pro Marco Aurélio que entendeu que leis estaduais que proibiam o uso do amianto eram inconstitucionais e deu a liminar na ação, suspendendo a lei de SP. Contudo, o STF suspendeu os efeitos da liminar. Por conta disso, Marco Aurélio fez audiência pública para entender os efeitos do amianto. Feita a audiência pública, a decisão está empatada no STF neste momento: o voto do Marco Aurélio é no sentido da lei estadual ser inconstitucional, além de defender o princípio da livre iniciativa e da economia (o estado tem uma parcela significativa com a produção de amianto, logo se proibisse a extração de amianto se estaria indo contra outros princípios). Marco Aurélio vai no entendimento tradicional de que não existe o princípio da lei mais protetiva e que existe prevalência da competência da união - para ele, a competência concorrente não pode inviabilizar a competência privativa, justificando porque tais regras estaduais seriam inconstitucionais. 
Porém, Ayres Britto ao analisar entende que existe o princípio da lei mais protetiva, pois a União não pode suprir todas as lacunas, podendo o estado atuar também, e também analisa o conteúdo material da norma, entendendo que a lei federal que permite o uso do amianto é inconstitucional, porque a lei estadual está em maior conformidade com a CRFB do que a lei federal. Demonstrando, portanto, que existe, divergência na questão ainda, que continua sendo julgada, sem posição pacífica.
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Aula 11 – Rio, 06.05.2015	
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
-Estudos: o mais comum é o EIA (Estudos de Impacto Ambiental), que é acompanhado de um relatório denominado RIMA.
A Lei da Política Nacional do Meio ambiente (Lei 6938/1981), para muitos doutrinadoresfundou o direito ambiental no ordenamento jurídico. Anteriormente, essa existia em legislações espaçadas. A Lei traz conceitos, como o de meio ambiente e de poluidor, o que é fundamental para a apuração de responsabilidade. A Lei estrutura o sistema, trazendo os princípios e noções, assim como institui um sistema nacional de meio ambiente (SISNAMA e CONAMA). 
O Conselho nacional de meio ambiente é um órgão colegiado (anteriormente tinha função deliberativa de multas, porém atualmente tem função normativa), presidido pelo ministro de meio ambiente. Esse órgão edita resoluções, como por exemplo, a Res. CONAMA nº 01/86, que expõe a lista de atividades que necessitam de estudo de impacto ambiental. A previsão de estudos em casos que seja necessário encontra-se previsto na CF (art. 225, §1º, IV, CF).
O STF, em julgamento de ADI de artigo da Constituição de Santa Catarina, considerou a resolução para julgar o artigo alvejado, que era menos restritivo que a resolução. Neste passo, reconheceu, indiretamente, a constitucionalidade das resoluções do CONAMA (fato este que era discutido por alguns doutrinadores).
Lei traz também uma série de instrumentos para defesa do meio ambiente, que encontram-se a disposição dos entes. O estabelecimento de padrões é um dos instrumentos (ex.: padrão para lançamento de gazes – quantidade “x”). Esse padrão pode ser feito até mesmo por resolução. Um estudo analisa os eventuais impactos, assim como a adequação com os respectivos padrões.
Outro instrumento é o zoneamento ambiental, que foi regulamentado com o nome de zoneamento ecológico econômico (ZEE). Este zoneamento analisa as características de uma certa região. O ZEE não é vinculante (ex.: a União faz um ZEE da floresta amazônica; todavia não pode suprimir a autonomia dos estados). O ZEE aponta para as ‘’vocações’’ do lugar.
O ZEE faz uma análise de um local como um todo. Por exemplo, um empreendimento grande, que represente um complexo de construções e atividades merecem uma análise prévia de um ZEE. Este não funciona como licenciamento, mas o facilita, uma vez que já houve uma análise prévia.
O zoneamento mais comum é o urbanístico. Nas cidades é necessário uma análise das áreas que se pretende expandir, construir ou preservar.
-Licenciamento ambiental propriamente dito 
É o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes de ensejar degradação.
Na imprensa, está muito vinculado a um aspecto negativo de entrave do desenvolvimento, de atrapalhar determinada obra. De um lado temos os empresários querendo que o licenciamento para que as obras ocorram e do outro lado temos um ministro reclamando que aquele licenciamento ambiental não saia. Exemplo: “Além da perereca, outro bicho raro pode atrapalhar Arco Metropolitano” -> espécie que só ocorre em Seropédica – a notícia é que o licenciamento ambiental atrasou a obra. 
A licença é precedida de estudos (ex.: EIA/RIMA), e essa pode ser negada. O licenciamento muitas vezes, na prática, denota um caráter político decorrente de pressões do poder público.
Obs.: Em todo licenciamento é necessária a realização de estudos. Quando houver significativa degradação é necessário o EIA/RIMA (estudo de impacto ambiental).
É instrumento do princípio da precaução, da prevenção e do desenvolvimento sustentável. A CRFB prevê a livre iniciativa como um dos valores, e também a defesa do meio ambiente como fundamento da ordem econômica, então pessoa responsável por setor econômico não vai fazer tudo da forma mais lucrável, terá que obedecer determinadas regras ambientais. A CRFB prevê a defesa do meio ambiente como fundamento da ordem econômica, fato este, que impõe restrições ao indivíduo empreendedor. Há uma conjugação de valores, em que se pondera a livre iniciativa.
O licenciamento tem amparo no princípio do desenvolvimento sustentável e no princípio da precaução e prevenção. O licenciamento observa a adequação às regras ambientais, assim como a possibilidade de eventuais impactos. O licenciamento pode autorizar certos danos ambientais relativos, propondo nestes casos, medidas compensatórias. Se houver a conclusão de que não há como saber se há possibilidade de danos ou não, pode ser indeferido, com norte nos princípios da prevenção e precaução. 
O licenciamento ambiental é sempre prévio, ou seja, sempre feito antes da realização da atividade – caráter preventivo. Antes da construção de uma hidrelétrica são feitos estudos ambientais para ver os impactos possíveis, para adequar aquele empreendimento à legislação ambiental, ver se a legislação tem alguma restrição àquela atividade. Se não tiver restrição, são feitos estudos para identificar quais os parâmetros ambientais que aquela atividade tem que obedecer. Está baseado na busca de informação sobre determinadas atividades, logo quer conhecer os impactos daquela atividade; se já conhece os danos que vão ser causados (princípios da prevenção) para evitá-los ao máximo. Mas se não tem ainda como prever os danos que podem surgir, aplica-se princípio da precaução – não é concedido o licenciamento para aquela atividade até que se saiba os riscos que aquela atividade pode causar.
O licenciamento ambiental é sempre público, é sempre ato do poder executivo e é indelegável, não pode delegar para ente privado, é poder de polícia da administração pública.
Ademais, como todo procedimento ambiental, o licenciamento é publico, privilegiando-se o princípio da publicidade. Até pode ser sigiloso, excepcionalmente, se demonstrada a necessidade do sigilo. Ou seja, é regido pelo princípio da publicidade e participação popular, porém ele até pode ser sigiloso, mas isso tem que ser comprovado e pedido. Mas a regra é que o processo de licenciamento é público. 
O licenciamento já é exigido desde a década de 70 (RJ, por exemplo). E só em 81, é que ele passa a ser exigido em todos os estados. O licenciamento é instituído para todas as atividades em 1981, com a lei. Anteriormente havia menção mediante decreto em 1975 no âmbito estadual. A CRFB não trata diretamente do licenciamento, mas há menções indiretas desta (instrumento somente cabíveis em licenciamento).
Resolução do CONAMA que trata do estudo de impacto ambiental - Resolução 01/86 CONAMA, que coloca quais atividades precisam de licenciamento. E na CRFB não encontramos a referência direta ao licenciamento, mas temos a exigência de um instrumento que só é cabível no âmbito de um licenciamento ambiental e também temos a exigência de que só o poder público pode permitir determinadas atividades – exigências indiretas da CRFB ao licenciamento. 
Resolução 237/97 do CONAMA -> regras específicas do licenciamento. Traz procedimentos, prazos. 
O licenciamento ganha destaque relevante na lei de crimes ambientais (Lei 9.505/98). A operação das atividades sem o licenciamento passou a ser considerado como crime. A própria lei estabeleceu um prazo para as empresas se adequarem (60 dias, que acabou sendo prorrogado). O licenciamento é exigível no rio desde a década de 70, mas em 98 operar sem licença passou a ser crime. Quem operava e não tinha licença, desde a lei de 9605/98, estava cometendo crime. 
A competência de licenciamento era alvejada por discussões doutrinárias (as partes não sabiam onde postular a licença). A questão restou pacificada com a Lei Complementar 140/2011. Até 2011 tinha a exigência do licenciamento e quais atividades precisavam de licença, mas não sabia de quem era a competência para pedir a licença – no IBAMA ou no INEA? Mas em 2011, essa questão se resolve com a LC 140/2011. 
Definição: procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental – art. 2º, I da LC 140/2011. Ou seja, é um conjunto de atos sucessivos que se desenrola na administração pública (que pode ser federal, estadual ou municipal), para licenciaratividades ou empreendimentos (mesmo uma atividade que não tenha instalação física pode precisa de licença – exemplo: transporte de substâncias perigosas. O simples fato de fazer o transporte vai precisar de transporte). Que tipo de atividade ou empreendimento? Se utilizar recursos ambientais ou se puder causar degradação ou poluição – pode ser efetiva ou potencialmente degradador. 
As atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental é qualquer atividade capaz de alterar diversamente o meio ambiente. Vir de bicicleta para a PUC não afeta desfavoravelmente o meio ambiente, mas vir de carro pode – porém precisa de licença ambiental? E acampar no Parque Nacional do Viadeiros? Qualquer atividade que possa causar poluição ou degradação vai precisa de licença? É impossível de levar este dispositivo na sua literalidade. A legislação faz o seguinte: escolhe as atividades em que a degradação é mais relevante. Vai fazer isso interpretando este artigo 2º,§1º e fazendo uma lista de tais atividades, que estão no Anexo I da Resolução CONAMA 237/97. 
Em tese, qualquer atividade que afete o meio ambiente necessita de licença. O CONAMA editou resolução de nº 237, cujo anexo aponta a lista de atividades que potencialmente agridem o meio ambiente, logo, necessitam de licenciamento. As atividades expressas na resolução precisam de licenciamento, independente do seu tamanho e efetiva agressão. Não pode o empreendedor tentar comprovar uma não agressão como exceção da regra.
Sei que a atividade é potencial causadora de degradação ao consultar esta lista que está na Resolução do CONAMA 237/97. O fundamento jurídico: é atividade que pode causar degradação ambiental e que está nesta lista e por isso é que precisa de licenciamento para poder funcionar.
Na lista diz que complexo turista precisa de licença. Qualquer complexo turista precisará de licença? Sim, pois é item que consta na referida lista. É uma presunção absoluta das atividades que podem causar degradação ambiental. Não tem como comprovar que tal atividade não causa degradação e que por isso pode não exigir licença – é ao contrário: pode ser que a atividade cause degradação e por isso é que se precisa do licenciamento.
O estado do RJ conjuga outros fatores para saber se precisa de licenciamento: não é suficiente saber se é um complexo turístico – vai querer saber qual é o tamanho do complexo, e faz perguntas se tal atividade vai suprimir vegetação. Então aqui no estado do RJ conjuga outros fatores que não só se a atividade consta na lista do anexo da resolução do CONAMA. É um sistema mais complexo do que o que se dá na legislação federal. Para o Estado do Rio, há certas peculiaridades. O Estado tem um sistema mais complexo, que analisa o porte da atividade e o potencial de poluição (há uma conjugação de fatores, que não só o tipo de atividade).
O anexo da resolução não é taxativo, é exemplificativo, logo existem outras atividades que possam precisar do licenciamento e que não constam nesta lista. Você tem uma atividade que você não sabe que precisa de licença, não consta no anexo e nem na lista do estado do RJ (INEA RJ), e ao consultar um órgão ambiental este diz que precisa de licença – este órgão pode então exigir? Pode, pois o rol do anexo da resolução do CONAMA não é taxativo. O órgão ambiental pode exigir tal licença daquele momento em diante. 
O anexo é exemplificativo e gera presunção absoluta. Podem ter outras atividades que não estão no anexo que gerem a necessidade de produzir licença, se o órgão ambiental assim entender. 
É possível que atividade federal que está na lista do CONAMA não seja necessária sua licença esfera estadual naquele caso específico (desmembramento de um lote para construir outros menores para a construção de empreendimento no Recreio dos Bandeirantes)? Esse decreto do estado é constitucional? Este decreto do RJ não está sendo menos protetivo e assim violando as regras de competência? Para o STF mesmo diante de uma peculiaridade, se contraria o que está estabelecido na norma geral, que é o mínimo, não pode fazer – não pode diminuir a proteção do que está na norma geral. 
O rol do anexo 1 da resolução é exemplificativo, não taxativo. Pode haver outras atividades que não constem, mas que necessitam de licenciamento. Todos que constam no anexo necessitam, sem exceção, do licenciamento.
Ressalte-se que caso a atividade não esteja no rol do anexo 1, e posteriormente apure-se a necessidade de licenciamento, o empreendedor não arcará com multa ou penalidades. Este terá um prazo para adequar-se e conseguir a licença.
Como defender a constitucionalidade do decreto estadual no caso acima? Todo decreto estabelece um sistema mais complexo, em algum caso pode ser menos restritivo, mas o decreto como um todo é mais complexo do que o anexo da resolução 237, que é mais simples e deixa de fora casos importantes que o decreto estadual prevê. Não é análise de um caso específico que possa invalidar isso. 
Se na prática, essa análise do Estado (conjugação de fatores) importar em uma conclusão menos restritiva do que a relatada em norma geral, pode-se discutir a constitucionalidade (não há posicionamento, uma vez que a inconstitucionalidade jamais foi suscitada pelo MP). Todavia, vislumbra-se que o sistema do Estado é mais protetivo e não restritivo (causa esta que poderia ocorrer em um caso concreto).
-Conclusões:
A Lei 140/2011 estabelece as competências (art. 7, 8 e 9, Lei 140/2011).
O licenciamento ambiental é único, então só precisamos de uma licença ambiental para autorizar nossa atividade. Porém, pode ser que você precise de outras licenças: licença para construir. Mas a licença ambiental é única, que pode ser complementada por outras licenças específicas. -> A atividade só necessita de um licenciamento. Porém dependendo da hipótese pode precisar de outras autorizações, que não se confundem com o licenciamento ambiental (ex.: licenciamento urbanístico).
A resolução do CONAMA estabelece prazo para resposta dos pedidos de licença. Se o ente responsável não cumpre estes prazos, é possível pedir o licenciamento para outro ente. A Lei supramencionada estabelece os prazos para análise do pleito de licenciamento. Caso o mesmo não seja respeitado, cabível o pedido supletivo (a outro Ente). O Ente que procede a fiscalização é o mesmo competente para deferir o licenciamento.
Em regra, quem licencia é quem fiscaliza. O ente que deu a licença ambiental é que fiscaliza. Se tiver omissão deste ente, pode ser que outro fiscalize. 
Precisa de licença quando a atividade pode degradar. É intrínseco do licenciamento que sejam feitos estudos de impacto ambiental, mas para determinados tipos de impacto a legislação traz regulação maior para estes estudos, que são nas atividades que podem causar significativa degradação ambiental. 
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Aula 12 – Rio, 07.05.2015
A Resolução do CONAMA estabelece uma lista de atividades, cujo licenciamento é imprescindível. O Estado do Rio aufere, em conjunto, o porte do empreendimento ou atividade para atestar a necessidade de licenciamento. A competência para deferir o licenciamento encontra-se na Lei Complementar 140. É imperioso saber de quem pertence a competência, para saber qual a legislação que será utilizada.
A legislação mencionada do Rio de Janeiro é valida para o âmbito Estadual e Municipal (dentro do Rio).
Para análise de competência, como já dito, observa-se, primeiramente, o rol de competências privativas da União. Não sendo, observa-se se cuida de questão local, cuja competência seria Municipal. Não sendo, a competência será do Estado (residual).
Existia uma discussão quanto à validade do auto-licenciamento (por exemplo: o INEA autorizar uma obra do próprio INEA.
O pedido de licenciamento ambiental reflete o requerimento de aprovação de um projeto, empreendimento ou atividade. O Órgão analisa se há compatibilidade com as regras em vigor e com outros critérios (discricionariedade técnica), assim como pedirá certidão ao Município no tocanteao território (ex.: uma licença para construção de fábrica no meio da cidade será negada, vez que o território não é industrial). O órgão ambiental pode fazer uma análise mais complexa do que aquela prevista na legislação, e negar o licenciamento com base em restrições voltadas para o interesse do meio ambiente. O órgão goza de discricionariedade para tal.
Para isso, sempre haverá a avaliação de impactos ambientais. Os estudos serão realizados para a conclusão do órgão. Há alguns tipos de estudos, que são realizados dependendo do tipo de empreendimento.
O licenciamento é único, mas a legislação o divide em três fases: licenciamento prévio (analisa a viabilidade ambiental do projeto ou atividade); licenciamento de instalação (analisa os impactos específicos do empreendimento); licenciamento de operação.
A licença prévia é o pedido inicial, que aprecia a viabilidade e caso sim, concede uma declaração atestando tal.
A avaliação é do projeto e do local. A partir da concessão de licenciamento de instalação, o empreendedor pode começar a construir. A última, licença de operação, cuida da forma que será operacionalizada a atividade.
Toda licença ambiental tem as condições de validade no verso (ex.: a licença prévia estabelece condicionantes, como programas e estudos, para que seja procedida a próxima etapa – licença de instalação). A realização de audiência pública ocorre na fase de licença previa.
O Estado da Bahia prevê uma licença de pré-operação, com a finalidade de ‘’testes’’. Autoriza-se a operação, com uma capacidade limitada, para checar-se a necessidade de alterações. O Rio não possui a licença pré-operação, mas em muitos casos estabelece como condicionante pós licença de instalação uma fase de testes.
A CSA ganhou a autorização para estes testes, como uma condicionante. Porém permitiu-se a ligação e funcionamento integral, e não com capacidade de operação reduzida. O ‘’problema”’ é que um eventual dano, não permite uma paralisação imediata, mas sim progressiva. No episódio da CSA, o projeto, na prática, deu errado.
Há tipificação criminosa no tocante a apresentação de informações falsas em sede de licenciamento.
A legislação prevê que o procedimento trifásico é a regra. Excepcionalmente, o licenciamento de instalação, ou de operação pode ser dispensado, dependendo das peculiaridades (ex.: a construção de um prédio residencial precisa da licença previa e de instalação, mas não necessita da de operação – alguns possuem para regular o sistema de esgoto). 
Em alguns casos, como o de posto de gasolina, possuem uma área contaminada, ainda que estejam em consonância com os demais ditames. Nestes casos há uma licença de operação e recuperação, onde o posto se compromete a tal.
A legislação estadual, em alguns casos mais simples, junta as fases de licenciamento, com a finalidade de simplificar o procedimento.
A Resolução 237 do CONAMA traz prazos e procedimentos. Os prazos mínimos para cada fase encontra-se no dispositivo (art. 18, Res. 237).
Os Estados não utilizam estes prazos e procedimentos, podendo utilizar suas regras próprias, vez que gozam de autonomia.
Toda licença tem um prazo de validade, e precisa ser renovada. Há discussão quanto ao direito de renovação. Em tese, é razoável que a renovação se dê se as condições ambientais sejam mantidas. Todavia, esse direito pode ser suprimido se o órgão entender que as condições ambientais ou o território tenham sofrido alterações ou especificidades temporais. Uma eventual alteração de tecnologia pode gerar uma ordem de reajuste do órgão em caso de eventuais danos. A renovação pode condicionar à imposições do órgão. Na prática, o processo é muito negociado, vez que quem goza do conhecimento técnico para alternativas é o próprio empreendedor.
O órgão pode alterar as condicionantes quando houver violação da mesma, prática de informações falsas ou motivos supervenientes que gerem risco de lesão à saúde (art. 19, Res. 237). Nessas hipóteses, a imposição de condição pode se dar no decorrer da validade do licenciamento. 
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Aula 13 – Rio, 13.05.15
-Natureza jurídica da licença ambiental
A licença ambiental tem prazo de validade, ela não é como uma autorização. Existe uma discricionariedade técnica. 
Milaré fala de empresas que já possuem licenças urbanísticas e ambiental, porém acontece mudança de legislação, havendo anulação da licença. Ele entende que esta empresa já tem direito adquirido e ainda deve haver indenização da empresa. Porém o STJ entende que não há direito de indenização e nem direito adquirido.
E tem o art. 19 da Resolução 237 do CONAMA que permite o cancelamento, alteração e suspensão da licença. Exemplo: quando tiver superveniência de possíveis riscos ambientais – a atividade da empresa está de acordo com a legislação ambiental, porém ocorrem mudanças climáticas naquela região, que passaram a ser desfavoráveis para aquela empresa e a sua atividade passou a poder causar problemas de saúde. Percebe-se que não houve mudança de legislação, mas sim mudanças fáticas que fazem com aquela licença não possa mais ser concedida.
Diante destes motivos, a natureza jurídica da licença ambiental é de peculiaridade, porque existe possibilidade de alteração durante o prazo da licença, ela tem características que se justificam esta peculiaridade. As hipóteses do art. 19 ocorrem em casos de: violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença; superveniência de graves riscos ambientais e de saúde*. 
A diferença entre licença e autorização: a autorização é discricionária - a Administração Pública decide se vai conceder ou não a autorização e por isso é mais precária. Já a licença, se a pessoa preenche todos os requisitos que constam na legislação, ela terá direito a ter a licença, ou seja, é ato vinculado. 
Além disso, *a licença ambiental pode ser revogada – pode ser cancelada durante o prazo de validade da licença. Por isso que se afirma que a natureza jurídica da licença é peculiar. 
Cabe ressaltar que a licença parcial não existe. Belo Monte teve uma supressão de vegetação antes de ter a licença. Como pode ter licença, se você não sabe qual será a solução para possíveis danos? Por isso que se afirma não existir licença parcial. Ou o empreendimento é viável ou não. 
Mas a licença dada a Belo Monte é esquisita, porque não existe no direito ambiental (não existe licença parcial). Há três tipos de licença para um empreendimento assim: a prévia, que é um sinal importante para os investidores, quando já começa a se pensar em financiamento e detalhar o projeto. Depois, vem a licença de instalação: só com ela se pode colocar o canteiro de obras e derrubar a mata e começar as obras. Depois, a de operação. 
Quando a licença prévia foi dada, os técnicos do IBAMA achavam que não estava bem avaliado o risco ambiental e por isso pediram mais tempo. Mas o governo passado não deu. Exonerou gente, passando por cima das observações dos profissionais. Aí foi dada a licença com 40 condicionantes. Como não foram cumpridos, não poderia ser concedida a licença de instalação. 
Mas um presidente interino do IBAMA deu uma licença parcial para a supressão da vegetação. Isso significa que eles vão desmatar 340 hectares e depois será fato consumado. Além disso, o BNDES vai financiar e deu um empréstimo antecipado de um bilhão de reais. Isso vai se dar nas seguintes condições: o banco deu com o compromisso de que não seria feita nenhuma mudança no sítio antes da licença para toda a obra. 
Economistas dizem que esse projeto representa um risco fiscal enorme, e os engenheiros, que os riscos nessa área não foram bem avaliados. Por isso, entende-se que se precisa ser mais estudado. O governo, no entanto, fala que está sendo discutido há mais de 20 anos. Mas o governo Lula decidiu fazer a ferro e fogo, e o de Dilma está indo para o mesmo caminho. 
Qual o prazo necessário para fazer estudo de impacto ambiental? Éabsurdo exigir que a empresa pare sua atividade e contrate empresa que vai fazer consultoria para avaliar e realizar o estudo de impacto ambiental naquela hora por 01 ano, por exemplo? 
ESTUDOS AMBIENTAIS
Temos duas resoluções importantes sobre este assunto: a resolução 237 e a resolução 01/86. A definição de estudos ambientais está no art. 1º da resolução 237 do CONAMA e está muito ligado ao processo de licenciamento, uma vez que afirma que haver estudo ambiental durante o processo de licenciamento.
Mas existem outros estudos ambientais que não estão vinculados ao processo de licenciamento ambiental. Por exemplo: a avaliação ambiental estratégica (AAE), que é uma avaliação de impactos ambiental feita para analisar impacto ambiental de plano, a e projeto (exemplo: projeto “Minha Casa, Minha Vida”). Isso é antes do processo de licenciamento começar, logo é desvinculado do processo de licença ambiental. Outro exemplo é o AAI. 
Todo licenciamento pressupõe a realização de estudos ambientais, mas como podemos ver existem outros estudos ambientais que não são vinculados ao processo de licenciamento. Geralmente ocorrem antes do processo de licenciamento. 
A avaliação de estudo de impacto ambiental está vinculado ao princípio da avaliação de impactos ambientais, que está ligado ao princípio da precaução e da prevenção. 
-Estudo Prévio de Impacto Ambiental 
O estudo prévio de impacto ambiental (EIA/RIMA) é um instrumento de avaliação de impacto ambiental mais conhecido. Está previsto no art. 225, §1º, inciso IV da CRFB.
Existe estudo de impacto ambiental sem licenciamento? Faz sentido falar em EIA sem licenciamento ambiental? Não. O estudo de impacto ambiental é justamente para analisar pedido de licença de uma atividade que pode causar significativa degradação. Se entender que existe significativa possibilidade de degradação, serão realizados os estudos ambientais para ver se é possível aquele licenciamento. 
Este estudo, que é o mais complexo, precisa ser público, trazendo a relevância da participação social. Tem que ser feito um relatório explicando todo o resultado do estudo de impacto ambiental, pois é preciso que tais informações sejam de fácil acesso da população, garantindo assim o princípio da publicidade do direito ambiental. A legislação exige um relatório acessível para entender tal estudo.
Se pegar o EIA do metrô do RJ, provavelmente não entenderá nada. Porém se tiver acesso ao RIMA (relatório), será possível entender o referido estudo. Então todo EIA tem que ter RIMA – sempre que for caso de significativa degradação ambiental. 
O que é significativa degradação ambiental? Quais são os casos de significativa degradação ambiental? O art. 2º da Resolução 01/86 do CONAMA tem uma lista que traz as atividades de possível degradação ambiental. É uma lista exemplificativa e obrigatória. 
Essa lista é obrigatória, porque aqui se aplica o mesmo entendimento da lista do Anexo I da Resolução 237 do CONAMA no caso da licença ambiental, que é a decisão do STF da ADI 1086 -> a norma geral é o mínimo obrigatório, e por isso não pode deixar de ser aplicada. O STF entendeu isso mesmo não sendo uma lei, mas sim uma resolução, mas mesmo assim seria o mínimo. No caso da Resolução 01/86, o entendimento da lista ser obrigatório não é nem doutrinário, mas sim do STF.
O órgão ambiental diante de um caso que não está na lista, recebendo um pedido de licença pode entender que é caso de estudo de impacto ambiental, e aí vai requerer o EIA/RIMA. Mas se receber pedido de licença de atividade que está na lista, jamais poderá dispensar o EIA/RIMA, mesmo que a empresa prove que tal atividade não causará significativa degradação ambiental. 
Então, a resolução que regula o estudo de impacto ambiental é a 01/86. O estudo de impacto ambiental é sempre prévio à concessão da primeira licença, à concessão da instalação do empreendimento. Sempre será prévio. 
E quem faz o estudo de impacto ambiental? Quem é que paga o EIA? A elaboração e custeio está previsto no art. 11 da Resolução 237 do CONAMA: é a própria empresa que faz ou então contrata uma empresa que faz consultoria para realizar (hipótese mais comum). O órgão ambiental deve analisar com cuidado o referido estudo – primeiro, elabora um termo de referência, que orienta o empreendedor a realizar o estudo de impacto, indicando qual o tempo de cada análise. O órgão ambiental garante a seriedade do processo analisando o estudo, não pode simplesmente confiar no estudo realizado pela empresa e levar para votação, por isso tem um corpo técnico capaz de analisar se o estudo da empresa foi feito da forma correta. 
O conteúdo mínimo do estudo do impacto ambiental – art. 6º da resolução: a primeira coisa é um diagnóstico da área – se é área preservada, quais são os aspectos do solo e da vegetação. Faz um levantamento da área. Inclusive, em relação ao espaço socioeconômico). Então não é um estudo meramente físico da área, é um estudo sócio-ambiental. Não é um estudo que desconsidera o aspecto ambiental. Analisa, então, o meio físico, o meio biológico e os ecossistemas naturais e o meio sócio-econômico. 
A segunda coisa a ser feita é a análise dos impactos ambientais. Faz isso analisando os impactos em positivos ou negativos. Faz avaliação da significância dos impactos ambientais. Por conta disso, faz parte do estudo de impacto ambiental estabelecer medidas mitigadoras e compensatórias para estes impactos ambientais. Então para os impactos negativos verifica se há tecnologia disponível para diminuir aquele impacto – se não há, irá compensar aquele impacto. 
Por fim, faz elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados) – vai dizer como aqueles impactos e atividades serão acompanhados. Por isso é um estudo completo. A legislação exige todas essas etapas, logo é caro e demorado, exige a realização de audiência pública, por isso que ninguém quer ter que realizar. 
No RJ, o município nunca terá competência para realizar tal estudo, pois não pode fazer estudo de impacto ambiental de significativa degradação ambiental, pois assim está previsto na legislação do CONEMA.
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Aula 14 – Rio, 14.05.15
Toda vez que tem estudo de impacto ambiental, tem que ter audiência pública. Todo procedimento de licenciamento que tem possibilidade de significativa degradação, tem que ter audiência pública, porque é preciso prestar informação aos interessados. Art. 225,§1º, inciso IV da CRFB e art. 3º da resolução 237/97 CONAMA e art. 11 da resolução 01/86 CONAMA. 
Não tem nenhum tipo de relação entre o resultado da audiência pública e a concessão de licenciamento, mas caso algo venha à tona na audiência pública, o poder público fica obrigado a justificar a concessão do licenciamento mesmo com o conhecimento deste determinado fato (motivação da decisão). Por conta disso o RIMA é um relatório simples para que qualquer pessoa interessada possa ler e formular perguntas.
Três requisitos para o estudo de impacto ambiental: transparência administrativa (todo processo é público – exceção: processos sigilosos); consulta aos interessados (audiência pública); e motivação da decisão ambiental. Todo esse procedimento do estudo do impacto ambiental é antes da concessão da licença prévia. Se o processo for todo favorável ao empreendimento, ele terá uma declaração de viabilidade do projeto e depois disso continua sem poder fazer nada, só depois que pedir e for concedida a licença de instalação é que poderá começar a construir. 
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Aula 15 – Rio, 20.05.15
IMPORTÂNCIA AMBIENTAL DA PRESERVAÇÃO DE FLORESTAS
-APP, reserva legal e unidades de conservação
Antônio Donato Nobre: “Há um rio sobre nós” – a função que a vegetação tem na qualidade hídrica, por exemplo de São Paulo. A seca em SP está relacionada com o desmatamento da fronteira agrícola do Oeste. 
Os cientistas brasileiros (SBPC e ABC) em todas as oportunidades que analisaramo código florestal se manifestaram contrariamente com relação à alteração da legislação. Houve uma participação científica no processo de elaboração e essas opiniões foram desconsideradas. 
Existe relação entre a preservação de várias vegetações localizadas em áreas de APP e a qualidade da água. As APP existem muitas vezes justamente para fazer a proteção da qualidade das águas. No documentário que vamos assistir vemos que é de interesse dos próprios geradores de energia elétrica e que dependem da boa qualidade da água ter essas APP. 
São APP a vegetação localizada num raio de 50 m ao redor de nascente. / Também são APP as matas que acompanham curso d’água, que variam entre 30m e 50 m (mata ciliar). / Também é APP encosta de morro com 45º. A função ambiental pode ser de preservação do corpo hídrico ou da preservação da estabilidade geológica, a fim de evitar deslizamento – a importância de ter vegetação permanente é evitar os deslizamentos.
Princípio da função social da propriedade: tanto as áreas de APP e as de reserva legal (que precisam ter vegetação nativa de 20 a 80%) não podem ser utilizadas. O STJ já se consolidou que é uma limitação administrativa e que não cabe direito de indenização, não tem discussão com relação a isso. – arts. 182,§2 (temos mata ciliar nos rios urbanos. Isso não se dá apenas no âmbito rural).
A criação e a previsão de APP, de reserva legal e unidades de conservação são categorias do que a CRFB chama de ETEP (Espaços Territoriais Especialmente Protegidos). A CRFB diz que é dever do Poder Público definir em todas as unidades da federação espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos – art. 225,§1º. A alteração e a supressão só podem ocorrer mediante lei e há vedação da utilização do que pode comprometer a integridade dos atributos que justifiquem a sua proteção. Exemplo: Se um Parque Nacional foi criado para proteger espécie ameaçada em extinção, não posso permitir um uso que vá comprometer isso.
O STF analisou o que seria essa alteração e supressão ocorrer somente por meio de lei. A Lei 4771 já previa a APP e quando a lei foi editada essas áreas já existiam, logo a lei não surgiu com nenhuma exceção de supressão. Em 2001, tivemos a ADIN que passou a prever a possibilidade de utilização dessas áreas para ter supressão em caso de utilidade pública, interesse social e baixo impacto e aí a lei trazia, como traz hoje, uma lista em que ela considera casos de utilidade pública, por meio de um procedimento administrativo que vai avaliar se aquele caso é realmente de utilidade pública e o órgão ambiental, no caso estadual, vai autorizar a supressão por meio de um ato administrativo. Na época, a lei previa que tinha que ter inexistência técnica e locacional (exemplo: provar que só poderia construir uma ponte ali) e além disso fazer uma compensação. 
O MP entrou com ADIN-MC* 3540 contra isso, porque a CRFB diz que a alteração e supressão só mediante lei, enquanto que a medida provisória disse que poderia fazer supressão por meio de processo administrativo, sendo essa discussão acerca da questão de constitucionalidade. O MP entendia que todos os casos de utilidade pública deveriam ser autorizados por uma lei e não por procedimento administrativo, em observância ao que determina a CRFB. 
O STF entendeu que a medida provisória era constitucional, permitindo a supressão por meio de procedimento administrativo. Não faz sentido ter APP que não possa ter nenhuma exceção de supressão e, além disso, parar o CN a cada vez que tiver que entrar com uma exceção de supressão. O STF entendeu que é contrário ao desenvolvimento sustentável exigir uma lei para cada caso de alteração e supressão de APP e as Câmaras Legislativas não podem ficar toda hora analisando tais pedidos. O STF entendeu que o requisito de alteração ou supressão por lei foi cumprido, porque o regime jurídico das alterações e supressões estão na lei e o meio para se fazer isso é por meio de procedimento administrativo.
Já as unidades de conservação podem ser criadas por qualquer ato do poder público (ato ou decreto) e só podem ser alteradas por lei. A própria lei que institui as unidades de conservação exige lei para alteração do regime de tais unidades, logo, neste caso, não cabe a discussão que se deu acima, porque a própria lei das unidades de conservação instituiu tal regra. Isso cria um regime mais rígido para evitar alteração ou supressão, garantindo maior proteção.
-Código Florestal 
O Código Florestal dividiu os proprietários entre os que não cumpriam a legislação e os que cumpriam, em 2008. Quem não cumpria vai ter que ter menos área preservada do que quem cumpria. Os que cumpriam tiveram que continuar cumprindo. O regime jurídico de quem não cumpria a legislação. 
Se o proprietário tinha qualquer atividade rural (plantação, gado) ou uma edificação (casa) ou uma benfeitoria (uma piscina) numa área de APP ou reserva legal em 22 de julho de 2008 ele é considerado tendo uma área rural consolidada, logo ele tem APP menores do que quem não tinha e não estava incidindo nesta hipótese. Quem respeitava a legislação, que tinha mata ciliar de 30 m e 20% de reserva legal e só usava a área que podia, após 2008, o código diz que ele deve continuar mantendo isso. 
O lógico seria exigir a recuperação daqueles que não respeitavam a legislação. Mas o código disse que quem respeitava deveria continuar mantendo as áreas de APP, enquanto que os que desrespeitavam teriam áreas menores de APP. 
Para todos os crimes e multas anteriores a 2008 relativa a supressão de APP e reserva legal foram suspensos. O sujeito que não cumpriu a legislação sai beneficiado. 
Tem três ADINS contra o código florestal. O fundamento jurídico para justificar esta anistia dada pelo código florestal é o desenvolvimento sustentável e que 90% dos agricultores estava irregular, então o código teve o objetivo de regularizar a situação de quem não cumpria a legislação. O problema jurídico deste código é ferir o problema da isonomia, pois como quem cumpria a legislação está numa situação pior do que quem não cumpria?
Além disso, esta situação de irregularidade gera um direito adquirido? Se eu adquiro uma propriedade rural hoje no Brasil eu preciso saber o que tinha nela em 22 de julho de 2008 para saber se posso ser aquele que vai continuar descumprindo, porém de forma legal ou se vou ser aquele que terá que continuar cumprindo a legislação. É uma situação bastante complicada, pois como se poderá saber o que tinha numa propriedade em julho de 2008? É absurdo. 
O código já era de fácil execução, pois tinha que manter apenas 30m de vegetação permanente e 20% de reserva legal, facilitando a fiscalização quando esta ocorria. Agora é preciso saber como que era a situação da propriedade em 22 de julho de 2008 para fazer a fiscalização. Não faz o menor sentido.
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Aula 16 – Rio, 27.05.15
CÓDIGO FLORESTAL
Lei 12.651 de 25.05.2012 - O Código muda a forma de tratamento de APP e reserva legal. Se as áreas antes eram permanentes e nas reservas legais só podia ter manejo se autorizado o código agora fala o tempo todo em preservação ambiental conciliada com desenvolvimento sustentável. É uma mudança de orientação geral.
Tudo com o foco de desenvolvimento sustentável. Então, temos que lembrar sempre que é um código voltado para regularização de áreas utilizadas pelo agronegócio – desenvolvimento rural é privilegiado. 
Art. 2º: como princípio geral, continuamos tendo que as florestas são bem gerais de todos e que as propriedades tem que existir seguindo a função social da propriedade. As APP e reservas legais são limitações administrativas.
Art. 2º,§2º -> Uma modificação importante é que todas as obrigações decorrentes do código são reais, são propter rem. Significa que se eu tenho APP e o código diz que ali tem vegetação nativa e se não tiver aquela vegetação tem que ser recuperada, se a propriedade for vendida, o novo proprietário terá que fazer o reflorestamento, mesmo que ele não tenhasido o responsável por aquele dano – mesmo não tendo sido ele o responsável pelo desmatamento, é ele quem tem que reparar aquele dano. Esta já era interpretação do STJ e agora está consolidada na lei. 
APP (ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE)
Art. 3º traz todas as definições do Código Florestal. O código florestal, na verdade, é um apelido para esta lei. 
O conceito de APP está no art. 3º, inciso II -> a APP não perde a característica se ela não estiver coberta por vegetação nativa, ou seja, é o local que determina se aquela área é de APP. Outra questão importante deste conceito é que toda APP possui função ambiental – existe a APP porque aquela vegetação tem uma função ambiental específica, como, por exemplo, a vegetação ciliada tem importância para a água; preservar a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, proteger a fauna, a flora, o solo.
Art. 4º -> APP existem nas áreas urbanas e rurais, que é uma diferença com relação à reserva legal. A reserva legal só existe para área rural. Os 20% de vegetação nativa em um terreno localizado no centro da cidade não precisa, mas todo rio em área urbana ou rural tem que ter mata ciliada, porque tem a ver com a função ambiental daquele rio.
Onde estão localizadas as APP? Nos locais descritos nos incisos do art. 4º - tem que interpretar tecnicamente o que está escrito neste artigo. As APP já estão instituídas, só precisa de um engenheiro para identificar onde aquela área começa e onde termina, mas não precisa de um ato declaratório do poder público que diga que aquela área é APP, pois elas já estão instituídas. Vai apenas precisar do profissional que identifique que aquela APP existe ali, que aquela encosta de morro tem 45º, por exemplo. 
Matas ciliares dependem das larguras do rio – depende da função ambiental. Não adianta para um rio muito largo ter uma mata ciliar pequena, mas ela tem que ser no mínimo de 30m. Esta é a regra geral, que são para os imóveis que respeitaram a regra até 22 de julho de 2008. Hoje, já se tem a hipótese de exceção em que se estabelece 8m. 
O código fez o seguinte: antes as APP na margem do rio eram contadas do leito de maior inundação, então qualquer rio que sofre influencia da chuva, ficando mais largo, a APP contava de mais em cima, mas agora conta do leito do rio, ou seja, se perdeu uma parte de APP. O rio alarga ou diminui de acordo com o período de chuva, e antes se contava até onde o rio enchia, sendo até esse ponto considerado APP; porém, agora não é mais até onde o rio enche, se considera só até a partir do leito do rio – ou seja, teve uma diminuição da área de preservação. 
A lei no art. 4º traz todas as áreas que são consideradas APP: em torno de lagos e lagoas (e não só em torno dos rios) ou reservatórios d’água naturais ou artificiais (tem APP em volta de hidrelétricas, por exemplo – mas é a licença ambiental que determina qual será essa APP).
Se é uma nascente que em determinada época do ano seca, ela deixa de ter APP. Mais um retrocesso com relação à proteção de nascente. Sem essa vegetação é possível que uma licença ambiental permita o aterramento daquela área, pois o código tirou essa proteção das nascentes.
Também são APP encostas de morro com mais de 45º, topo de morro, restinga (quando fixadora de dunas), manguezais. 
Art. 6º -> como sei quais são as APP? Vou ao art. 4º e vejo se aquela situação está descrita como APP, podendo precisar de um auxílio técnico pra saber a extensão da área. Além disso, existem as APP administrativas, que são aquelas que podem ser criadas pelo Poder Público, mas elas pouco existem, porque na prática o poder público utiliza as unidades de conservação – essas áreas que são específicas geram direito de indenização, ao contrário das áreas de APP legais que estão no art. 4º, que são limitações administrativas, as APP administrativas são criadas pelo poder público em casos específicos – exemplo: poder público vê que área de restinga, que não é fixadora de dunas, abriga espécie rara ou em extinção, então cria APP administrativa nessa região. E como são áreas específicas, geram direito de indenização. 
Temos outras APP na legislação, que geram uma certa confusão, como, por exemplo, a Baía de Guanabara, Costão Rochoso (estabelecido na CRFB como APP) – art. 268 da Constituição do Estado do RJ. Mas a Baía de Guanabara não tem a mesma legislação. 
APP e sua função ecológica 
Para áreas urbanas consolidadas não precisa comprovar que houve perda da APP, pois se tiver a perda da função ambiental daquela área e ficar comprovado que não há como restaurar aquela área, já vai estar estabelecida a perda da APP. Isso já está totalmente pacificado na cidade do RJ. 
A discussão que vem imediatamente com relação a isso é a revitalização de rios urbanos, que é um movimento de várias cidades, que estão apostando nessa revitalização e que estão despoluindo os rios e fazendo novamente a integração dos rios com a cidade, proporcionando melhor qualidade de vida, valorização, o rio volta a ter função ambiental, é uma opção de lazer também. Existe um projeto em SP chamado “Rios Invisíveis”. 
Dispensas e exceções legais para definições de APP
A lei traz exceções, casos em que não há APP – art. 4º, §1º: não será exigida APP MP entorno de reservatórios artificiais de água que não ...; a lei dispensa APP de todos os reservatórios antigos, anteriores a 2001 – art. 62; acumulação de água que seja inferior a ha não precisa de APP. Já são alterações com relação ao que tínhamos antes.
-Vamos ver como é o regime jurídico para imóveis consolidados e para os casos de APP que ainda sobrarem quais são as possibilidades de uso dessas áreas e ver a questão da reserva legal.
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Aula 17 – Rio, 28.05.15
Regularização fundiária em área urbana consolidada
Existe na lei outra hipótese de APP. 
A área urbana consolidada é quando não há mais função ambiental naquela área e por isso deixa de ser APP. 
Exceção à área urbana consolidada: art. 3º, inciso XXVI = a que trata da lei Minha Casa, Minha Vida. Nesse caso é o que o código considera como área urbana consolidada – essa área deverá ter interesse social e interesse específico.
Existe a ideia de perda de função ambiental que vale para todos os casos de área urbana consolidada e, além disso, existe no código florestal o que se entende como interesse social e interesse específico.
Interesse social -> população de baixa renda localizada em APP, o código autoriza que esta aí se estabeleça. Isso já vinha especificado na lei da Minha Casa, Minha Vida. É permitida a permanência dessas pessoas em uma área de APP, se cumprir os requisitos do dispositivo.
Interesse específico -> O município pode identificar alguma área, que é área de interesse específico, passível de regularização. Exemplo: Em Jacarepaguá um condomínio que mesmo não sendo de baixa renda, o município entende que é área de interesse específico, e aí entende que deve haver ali regularização fundiária. Então o município pode fazer isso, se não identificar a área como área de risco. Requisito: Ocupação de APP não identificada como áreas de risco. – arts. 63 e 64 do Código. É para qualquer população, que não seja de baixa renda, que está ocupando irregularmente APP – o município pode declarar esta área como área urbana consolidada e fazer a regularização de tal área. 
->OBS.: Módulo fiscal 
O código usa como parâmetro o módulo fiscal para determinar quanto uma propriedade vai ter que fazer de reflorestamento. É uma medida usada pelo INCRA para ver se aquela área é economicamente viável ou não. É usado para calcular, por exemplo, grandes propriedades improdutivas. 
Os dois regimes da lei
Área rural consolidada -> É um imóvel cuja a área de APP eu tinha algum tipo de ocupação em 22 de julho de 2008. Quais ocupações? Edificações, benfeitorias ou atividades rurais – se isso existir, vou ser proprietário de uma área rural consolidada. 
O que se pode fazer numa produção rural? A lei separa em dois regimes jurídicos: 1)Imóveis sem a ocupação ou como início desta em data posterior a 22 de julho de 2008. / 2)Imóveis com ocupação antrópica (edificações, benfeitorias e atividades rurais). 
Para saber o que posso ou não fazer na minha propriedade tenho que fazer duas perguntas: É uma área rural consolidada? Sim -> quem não cumpria o código florestal em APP – se você tinha uma casa em uma área de APP, você não pode continuar com a casa, mas pode realizar atividades de agronegócio. Como você já não cumpria a legislação em 2008, pode continuar não cumprindo. 
É uma área rural consolidada? Não. -> todos os imóveis que cumpriam o código florestal em 2008 -> vegetação nativa com obrigação de recomposição, se não tiver vegetação nativa. Ou seja, se mantém o regime anterior. 
A data é 22 de julho de 2008, porque em 2008 tivemos a alteração do decreto de infrações administrativas que passou a exigir uma multa para quem deixava de averbar reserva legal. Essa alteração legislativa que tipifica como infração deixar de averbar reserva legal foi usada como regime jurídico para definir os imóveis rurais. 
Esse critério é isonômico? Com certeza está beneficiando quem já não cumpria. É absurdo esse regime jurídico. Tem o regime jurídico geral no art. 12 e no art. 61 parece tratar como exceções essas áreas de APP que tem área rural consolidada. 
Quem já descumpria tem algumas regras de recomposição, mas para aqueles que cumpriam terão estas regras de recomposição muito mais severas. O Código fez isso porque tinha o objetivo de regularizar as propriedades rurais que estava em desacordo com a lei – resolveu dizer para estas pessoas que elas poderiam continuar descumprindo só que com regras menores de recomposição. 
No art. 61-A existem estas regras de recomposição. Antes a recomposição era zero, agora são 5, por conta do movimento “Veta, Dilma”. Era nada, e passou a ser muito pouco. 
Tem outro requisito, além de ter que recuperar uma extensão muito menor, a lei diz que essa área de preservação não poderá ser maior do que 10% de dois módulos fiscais. Se a mata ciliar exceder 10% se for uma propriedade de mais de 2 metros fiscais, não será nem 5m, será menos. O Código vai estabelecendo uma série de exceções para a obrigação de recomposição das APP.
Art. 61-B -> No caso de proprietários e possuidores dos imóveis rurais que detinham até 04 módulos fiscais e desenvolviam atividades agrossilvipastoris, a exigência de recomposição não ultrapassará: 
I – 10% da área total do imóvel, para imóveis rurais com área de até 02 módulos fiscais; e
II – 20% da área total do imóvel, para imóveis rurais com área superior a 02 e de até 04 módulos fiscais. 
Podemos dizer, então, comparando os dois regimes jurídicos, que houve um retrocesso na lei de proteção ambiental. 
Com essas alterações surgiram poucas áreas de APP e ainda sim terão atividades que serão possíveis nessas APP: interesse social, interesse específico e utilidade pública. 
Utilidade pública
Lista do art. 10, inciso III. A alteração da lei gerou aumento muito grande do rol das atividades que se considera atividade de utilidade pública. Todas as obras necessárias para as olimpíadas são consideradas como utilidade pública. A lei já fez a ponderação do que ela considera mais importante. Aumenta o rol de atividades de utilidade pública e aumenta o rol de atividades consideradas de baixo impacto. 
Ou seja, de preservação permanente não tem mais nada. Se antes falávamos que as APP eram áreas de cobertura vegetal e se tinham algumas exceções, agora as áreas de exceção são tantas que não existe mais praticamente APP. Além de contar com as áreas urbanas consolidadas. 
RESERVA LEGAL
É uma área que já admitia algum uso sustentável. O objetivo é proteger uma parcela de uma área. O tamanho de conservação da área vai variar de acordo com o tamanho do bioma que existe naquela propriedade. O objetivo é proteger parcela da biodiversidade daquele bioma. 
Os percentuais de proteção estão na lei no art. 12, inciso I e isso não mudou com a alteração da lei. Só propriedade rural tem reserva legal, esta não existe em área urbana. 
Antes, a reserva legal funcionava da seguinte forma: o proprietário submetia a escolha dele do local da reserva legal para o órgão (INEA), que fazia análise técnica sobre a relevância daquela área e dava uma certidão de aprovação da área da reserva legal e o proprietário averbava essa reserva legal no registro de imóveis. Se comprava propriedade com área de reserva legal averbada, isso não poderia ser modificado.
Hoje, a pessoa escolhe onde vai ser a sua área de reserva legal e inclui quando fizer a inscrição de seu cadastro. Todo imóvel hoje tem que fazer o Cadastro Ambiental Rural (CAR) – art. 14,§2º. O próprio proprietário vai identificar a reserva legal dele, é auto-declaratório. Com a inscrição no cadastro, aquele proprietário já é considerado regular. Apenas a inscrição no cadastro já dá essa status de regular para ele. 
Ele ser regular significa que ele tem suas multas e crimes ambientais suspensos e pode assinar o programa de recuperação de área degradada, e aí ele mesmo analisa o que precisa ser recuperado e ao final ganha um certificado de que já realizou esta recuperação. O órgão ambiental pode a qualquer momento fiscalizar, avaliar a veracidade dessas informações e ver se a área de reserva legal escolhida é a de maior relevância. Mas será que vai realmente fazer isso? 
A reserva legal não precisa mais ser averbada, então. Surge discussão da responsabilidade dos cartórios. Antes era averbada no RGI e o MP estava ajuizando ACP contra os donos dos cartórios. Em vez de fazer fiscalização nas propriedades, entrava logo contra os donos dos cartórios, pois existia em legislação a previsão de que os cartórios tinham que observar a lei ambiental ao permitir e isso incluía a autorização das averbações. Ou seja, era muito mais eficiente, pois se a propriedade não respeitava a área de reserva legal, o cartório fazia a devida fiscalização antes de dar a averbação, pois não queria sair prejudicado. Porém, como agora houve a substituição da averbação pela inscrição no cadastro, isso não ocorre mais.
A área de reserva legal é perpétua e não pode ser alterada.
Art. 15 -> Agora pode computar a área de APP com área de serva legal. Antes tinha a APP e área de reserva legal, mas hoje elas podem ser a mesma área. Se já tenho APP na minha propriedade, não preciso mais de reserva legal. Ou seja, diminui muito a quantidade de área protegida. Antes não se podia computar porque as funções ambientais eram diferentes. 
Área rural consolidada 
Para quem não tem área rural consolidada, pode fazer extração de algumas árvores, mas essa área que é deo 20 a 80% tem que ter vegetação nativa, que é o mesmo regime anterior. 
E para quem está em área rural consolidada, que usava 100% da sua área rural, que tinha reserva legal e tinha uma casa nessa área vai ter três opções: 
pode fazer a recomposição florestal, ou seja, vai fazer um plano para fazer a recomposição dessa área e vai ter 20 anos para fazer isso; 
pode fechar a área e deixar que a área se recomponha naturalmente (mas nenhuma área se regenera naturalmente – isso funciona para a Amazônia, mas para uma área que já está muito devastada não funciona). 
Ou fazer a compensação ambiental: não vou fazer na minha propriedade, mas em outra – decido comprar uma cota de reserva ambiental (CRA – Cota de Reserva Ambiental) e fazer a recomposição em outro terreno, pois não tenho área de reserva legal na minha propriedade. Faz- se um arrendamento; faz uma transação com o poder público: existe área que precisa ser desapropriada para sofrer recomposição, então o proprietário faz esse acordo com o poder público de que fará esta desapropriação e posteriormente a recomposição. Mas isso não gera aumento de vegetação nativa nenhum. 
Para quem tem propriedade de até 04 módulos fiscais, não tem mais obrigação nem de fazer essas três opções. Se você não tinha nada, então continua sendo nada.
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Aula 18 – Rio, 10.06.15
-Apoio e

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