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A democracia grega era restrita a poucos

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A democracia grega era restrita a poucos, apenas os homens nascidos de pais e mães atenienses, adultos, livres e cumpridores de suas obrigações militares eram considerados cidadãos. As mulheres eram inferiorizadas, não sendo consideradas cidadãs, apenas exerciam papéis secundários como o trabalho doméstico e a educação das crianças. As crianças eram consideradas demasiadamente jovens para exercerem a cidadania, sendo, portanto, cidadãs incompletas. Os anciãos, por sua vez, eram dispensados das suas funções cívicas, ou seja, eram cidadãos aposentados. Os estrangeiros, apesar de habitarem na cidade (polis) e usufruírem alguns benefícios, não eram considerados cidadãos. Da mesma forma, os escravos também não eram incluídos no conceito de cidadão. Podemos verificar essa distinção entre os antigos habitantes atenienses nas palavras de Aristóteles quando diz: 
Deixando de parte os que se tornam políticos a título excepcional, como aparece com os políticos naturalizados, diremos que nenhum individuo é político só porque habita num determinado lugar, pois, tal como os políticos, também os metecos e os escravos possuem um local para habitar. (...) De tais casos poder-se-á afirmar que são políticos de modo imperfeito, tal como crianças demasiado jovens para se inscrever como político, e os anciãos já dispensados de exercer funções cívicas. Uns e outros podem ser considerados cidadãos de algum modo, mas não no sentido absoluto do termo. (ARISTÓTELES. Política. I, 2, 1275a 05-19, apud, ANZOLIN, 2009).
  
   Para Aristóteles, ser político, era ser cidadão, e para isto, era necessário ter direitos e não apenas querer tomar parte das decisões políticas da cidade.
     Para Platão, assim como Aristóteles, dentre as condições de opinar sobre os rumos da sociedade estava a de que o cidadão fosse um homem completamente livre, ou melhor, não ter a obrigação de trabalhar para sobreviver, visto que, para ingressar na vida política, o cidadão deveria dedicar-se integralmente a ela. Em suma, “A cidadania era para os gregos um bem inestimável. Para eles a plena realização do homem se fazia na sua participação integral na vida social e política da Cidade-Estado” (Bernardes, 1995, p. 23, Apud, SILVA, 2009). A cidadania era muito importante para um ateniense.  Para eles, nenhum infortúnio podia ser pior do que a restrição dos seus direitos de cidadão.
Peculiaridades da democracia grega.
     Durante o período da Antiguidade Clássica, a democracia grega era exercida de maneira direta. Os cidadãos iam a uma espécie de praça central (Ágora) e discutiam as propostas para o bem estar da polis. Essa assembleia, chamada de Eclésia (ekklesia), era realizada ao menos uma vez por mês e era considerada como “O órgão máximo de poder na democracia ateniense” (SANTOS,2009). Além da Eclésia, havia ainda a Bulé, também conhecida como “Conselho dos Quinhentos”, por ser composta por 50 membros de cada tribo. Esse conselho era responsável, dentre várias outras obrigações, pela elaboração dos projetos de lei para a assembleia, recepcionar as embaixadas e conduzir as celebrações do culto. Outra particularidade da democracia grega era o poder judiciário. Em Atenas, havia dois poderes, o primeiro era composto pelos Arcontes e julgava os crimes religiosos, os homicídios e os de incêndio. No entanto, aqueles que cometiam pequenos delitos eram julgados pelo Tribunal de Heliéia, uma assembleia composta por 6.000 juízes que eram escolhidos através de sorteio a cada ano. Esses juízes, após ouvirem o acusado e a defesa, determinavam o destino do suspeito por meio do voto individual e sigiloso. 
     Santos, (2009), atribui o alicerce do processo democrático a três grandes princípios: A Isonomia, que definia a Igualdade de todos os cidadãos perante a lei; a Isegoria, a qual deliberava sobre a Igualdade de todos no falar, liberdade de expressão e a Isocracia, que estabelecia o critério da Igualdade de todos ao poder.  Apesar de estarem vivenciando uma nova forma de governo, grande parte dos cidadãos gregos não exerciam seus direitos, pois, de acordo com Pedro Paulo Funari
Em 431 a.C. havia cerca de 42 mil cidadãos com direito a comparecer à assembléia, mas a praça de reuniões não comportava esse número de homens. As reuniões podiam ocorrer na praça do mercado, a Ágora, quando o número de homens presentes fosse muito grande. Normalmente, reunia-se em uma colina, na praça Pnix, em uma superfície de seis mil metros quadrados, com capacidade para até 25 mil pessoas. Assim, embora houvesse 42 mil cidadãos, nunca mais do que 25 mil votavam e, em geral, muito menos pessoas tomavam parte na democracia direta. (FUNARI, 2002).
     A inclusão na vida política era restrita a 10% dos habitantes da polis ateniense, no entanto, mesmo com tais limitações, a democracia da Antiga Grécia foi o modelo administrativo que concedeu mais direitos políticos ao indivíduo.

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