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1 
 
Relatórios de Auditoria Independente: Um Estudo dos Parágrafos de Ênfase e de Outros 
Assuntos das Empresas Listadas na Bm&Fbovespa 
 
Autoria: Renato Henrique Gurgel Mota, Adilson de Lima Tavares, Márcia Reis Machado 
 
RESUMO 
 
Esta pesquisa surge do seguinte questionamento: quais os assuntos que estão sendo tratados 
nos parágrafos de ênfase e de outros assuntos nos Relatórios de Auditoria Independente do 
exercício de 2010? O presente estudo trata-se uma pesquisa descritiva, do tipo documental e 
quanto à abordagem do problema, utilizou-se da técnica de análise de conteúdo nos relatórios 
de 495 companhias abertas brasileiras em 2010. Como resultado, verificou-se que o assunto 
mais citado no parágrafo de ênfase refere-se a diferenças entre as Normas Brasileiras e 
Internacionais de Contabilidade e, no parágrafo de outros assuntos, destacou-se o exame da 
Demonstração do Valor Adicionado. 
 
Palavras-chave: Relatórios de Auditoria Independente. Normas Internacionais de 
Contabilidade. Normas Internacionais de Auditoria Independente. Empresas de Auditoria. 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Atualmente o Brasil ocupa a sétima posição ranking das maiores economias do mundo 
(FMI, 2011), esse crescimento também refletiu na expressiva expansão sofrida pelo mercado 
de capitais brasileiro nos últimos anos. Neste sentido, o trabalho dos auditores independentes 
é fundamental para a validação e credibilidade das demonstrações contábeis, sendo úteis para 
investidores, credores, clientes, governo, dentre outros. 
Assim, o objetivo da auditoria independente é aumentar o grau de confiança nas 
demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de 
uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os 
aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável 
(RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.203/09). 
A contabilidade vem passando por fortes mudanças nas suas normas. Isso se deve ao 
processo de convergência das normas contábeis de vários países às Normas Internacionais de 
Contabilidade, emanada do International Accounting Standards Board (IASB). No Brasil, 
esse processo teve início em 2005 com a criação do CPC (Comitê de Pronunciamento 
Contábeis). 
A mudança das Normas Contábeis Internacionais também afetou as Normas de 
Auditoria Independente, que também sofreram alterações nesses últimos anos. O órgão 
Internacional que trata dessa normatização é a International Federation of Accountants 
(IFAC) através do International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB), emitindo 
as International Standards on Auditing (ISA). No caso brasileiro, essa normatização fica a 
cargo do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que também passou a seguir as normas 
internacionais de auditoria independente. 
Em 2010, todas as empresas brasileiras com ações listadas na BM&FBOVESPA 
foram obrigadas a adotar as Normas Internacionais de Contabilidade (International Financial 
Reporting Standards – IFRS). Adicionalmente, naquele ano, as empresas de auditoria também 
tiveram que adotar as novas normas de auditoria independente. Portanto, o exercício de 2010 
é marcado pela adoção completa das IFRS e das Normas Internacionais de Auditoria 
Independente. 
Em termos técnicos, destacam-se as alterações na estrutura das normas de auditoria 
independente, na forma de expressar a sua opinião, no produto final do auditor independente, 
que deixa de se chamar “Parecer de Auditoria” para chamar-se “Relatório do Auditor 
Independente” e nos parágrafos nele contidos. 
De acordo com a Resolução CFC Nº. 1.231/09, o Relatório do Auditor Independente é 
composto de quatro parágrafos: introdutório, responsabilidade da administração sobre as 
demonstrações contábeis, responsabilidade do auditor, opinião do auditor. Havendo 
necessidade, também são incluídos parágrafos de ênfase e/ou de outros assuntos. 
Diante da adoção das IFRS e das novas Normas de Auditoria Independente no Brasil 
surge a seguinte questão de pesquisa: quais os assuntos tratados nos parágrafos de ênfase e 
de outros assuntos dos relatórios de auditoria do exercício de 2010? 
Com o intuito de responder a esse problema de pesquisa define-se como objetivo deste 
estudo, analisar os assuntos que estão sendo tratados nos parágrafos de ênfase e de outros 
assuntos nos relatórios de auditoria das empresas listadas na BM&FBOVESPA, referentes ao 
exercício de 2010. Adicionalmente, será averiguado se a quantidade de parágrafos de ênfase e 
outros assuntos é diferente entre as Big Four e as demais empresas de auditoria. 
Além desta introdução, o presente estudo traz uma breve revisão sobre relatórios de 
auditoria, seguida da metodologia adotada para responder ao problema de pesquisa. E, por fim 
são apresentados os resultados encontrados e as considerações finais. 
 
 
3 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 ADOÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE 
 
No exercício de 2010, as empresas brasileiras com ações negociadas na 
BM&FBOVESPA, conforme a deliberação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nº 
647, foram obrigadas a adotar as Normas Internacionais de Contabilidade na elaboração e 
divulgação das Demonstrações Contábeis, emanadas do IASB. Assim, contabilmente, pode-se 
considerar que no ano de 2010 foi concluído o processo de convergência das Normas 
Brasileiras de Contabilidade (NBC) às Normas Internacionais de Contabilidade. 
Até janeiro de 2012, o CPC emitiu 42 pronunciamentos, 17 interpretações e 5 
orientações, todas baseadas nas IFRS e versando sobre diversos temas como: redução a valor 
recuperável, ativo intangível, operações com arrendamento mercantil, ajuste a valor presente, 
instrumentos financeiros, dentre outros. Portanto, essas normas modificaram a forma de 
contabilização de diversos eventos financeiros e econômicos nas empresas. 
De acordo com NIYAMA et al (2010), as normas contábeis emitidas pelo IASB são 
mais baseadas em princípios do que em regras, ou seja, as normas que dão sustentação à 
atuação profissional têm por base uma estrutura conceitual e não estabelecem critérios 
específicos para o tratamento de situações particulares. Essas normas não determinam como 
fazer, mas sim como decidir o que precisa ser feito. Elas oferecem um referencial conceitual 
para auxiliar o julgamento dos profissionais contábeis e auditores, dando maior liberdade para 
escolher os critérios contábeis desde que representem a visão fiel e verdadeira (true and fair 
veiw) da empresa. 
Segundo essas normas, a essência da transação deve prevalecer sobre a forma, ou seja, 
as transações e eventos devem ser contabilizados pela sua substância e realidade econômica, e 
não meramente sua forma legal. Dessa forma, espera-se que com a adoção dessas normas, as 
informações contábeis representem uma situação patrimonial e financeira das empresas mais 
próximas de realidade. 
Damascena, Firmino e Paulo (2011) estudaram os pareceres de auditoria das 
companhias abertas brasileiras com o objetivo de identificar quais os fatores mais frequentes 
que motivaram a emissão de pareceres com ressalva e/ou parágrafos de ênfase no período de 
2006 a 2008 e detectaram que os motivos que mais provocaram ressalvas versavam sobre 
limitação de escopo e impossibilidade da formação de opinião, ao passo que os parágrafos de 
ênfases diziam respeito a existência de prejuízos contínuos, passivo a descoberto e deficiência 
de capital de giro. Os referidos autores também observaram que 60% das auditorias realizadas 
no mercado brasileiro eram feitas pelas Big Four, ou seja, pelas seguintes empresas: Deloitte 
Touche Tohmatsu, KPMG Auditores Independentes, Ernest & Young e Pricewaterhouse-
coopers. 
Cabe ressaltar que o estudo anteriormente citado não compreendeu o exercício de 
2010, ano de conclusão do processo de convergência das NormasContábeis Brasileiras. Neste 
sentido, o presente artigo pretende investigar o conteúdo dos relatórios de auditoria referentes 
ao exercício de 2010 frente à adoção das IFRS e das novas normas de auditoria independente. 
 
2.2 AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
De acordo com Boynton, Johnson e Kell (2002), a auditoria começou em época tão 
remota quanto à contabilidade. No Egito antigo, autoridades providenciavam verificações 
independentes nos registros de arrecadação de impostos; na Grécia eram realizadas inspeções 
nas contas dos funcionários públicos; os romanos comparavam gastos com autorizações de 
 
4 
 
pagamento. A auditoria de empresas tem início com a legislação britânica promulgada com a 
revolução industrial, em meados do século XIX. 
Ainda segundo os autores acima, o avanço da tecnologia industrial, a expansão das 
empresas e a ausência dos proprietários no dia-a-dia das operações, fez surgir a necessidade 
de auditorias, inicialmente executadas por acionistas. Posteriormente, a legislação vigente foi 
alterada permitindo que essa verificação fosse executada por pessoas não acionistas, fazendo 
surgir as empresas de auditoria, tais como, Deloitte & Co. e Price Waterhouse & Co., até hoje, 
atuantes em vários países. 
Dentre os vários tipos de auditoria, esse estudo pretende deter-se somente à auditoria 
independente das demonstrações contábeis, aquela que envolve obtenção e avaliação de 
evidências a respeito das demonstrações contábeis de uma entidade, para emissão de um 
parecer acerca da adequabilidade de sua apresentação. Objetivando, com isso, aumentar o 
grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. 
Segundo Franco e Marra (1992), o objeto da auditoria é o conjunto de todos os 
elementos de controle do patrimônio administrado, tais como registros contábeis, papéis, 
documentos, etc. Para eles, a auditoria exerce sua função preventiva, saneadora e 
moralizadora sob o objeto de auditoria, para confirmar a veracidade dos registros e a 
confiabilidade dos comprovantes, com o fim de opinar sobre a adequação das situações e 
informações contidas nas demonstrações contábeis. 
Attie (1998) diz que ao efetuar um exame e ao expressar sua opinião sobre as 
demonstrações contábeis, o auditor deve estar alerta à possibilidade de existência de fraudes e 
outras irregularidades, que em alguns casos podem ser de tal grandeza que afetam a posição 
patrimonial e financeira ou o resultado das operações da empresa em exame. Contudo, o autor 
alerta que o objetivo de um exame normal de auditoria sobre as demonstrações financeiras é 
expressar uma opinião acerca da propriedade das mesmas, e não, desvendar fraudes e outras 
irregularidades. 
Diante do exposto, a auditoria independente é de fundamental importância, para 
usuários, tanto internos quanto externos, das informações contábeis, uma vez que através de 
seus exames, investigam a veracidade das informações reportadas. 
 
2.3 RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE 
 
Até o ano de 2009, a auditoria independente no Brasil foi regulamentada pelas Normas 
Brasileiras de Contabilidade - NBC T 11 que trata da Auditoria Independente das 
Demonstrações Contábeis (DC), emitidas pelo CFC. Contudo, ao final de 2009 essas normas 
sofreram várias modificações com vistas a adotar as Normas Internacionais de Auditoria, com 
vigência a partir do exercício de 2010. Essas novas normas são, praticamente, traduções das 
normas de auditoria emanadas pelo IFAC. 
O Quadro 1 evidencia as principais modificações no documento emitido pelo auditor 
independente entre a NBC T11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações 
Contábeis e da NBC TA – Normas Técnicas de Auditoria. 
 
Quadro 1: 
Alterações entre a NBC T 11 e a NBC TA quanto ao documento emitido pelo auditor independente 
Alteração NBC T 11 NBC TA 
Nomenclatura Parecer do auditor independente Relatório do auditor independente sobre 
as demonstrações contábeis. 
Objetivo É emissão de parecer sobre a sua 
adequação, consoante os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade e as 
Normas Brasileiras de Contabilidade 
É aumentar o grau de confiança nas 
demonstrações contábeis por parte dos 
usuários, mediante a expressão de uma 
opinião pelo auditor sobre se as 
 
5 
 
e, no que for pertinente, a legislação 
específica. 
demonstrações contábeis foram 
elaboradas, em todos os aspectos 
relevantes, em conformidade com uma 
estrutura de relatório financeiro aplicável. 
Definição do documento Documento mediante o qual o auditor 
expressa sua opinião, de forma clara 
e objetiva, sobre as demonstrações 
contábeis nele indicadas. 
Opinião do auditor sobre se as 
demonstrações contábeis foram 
elaboradas, em todos os aspectos 
relevantes, em conformidade com uma 
estrutura de relatório financeiro aplicável. 
Classificação do 
documento/opinião 
Parecer: sem ressalva; com ressalva, 
adverso, com abstenção de opinião. 
Opinião: não modificada ou sem 
modificações; modificada. 
Estrutura do documento Parecer sem ressalva: título, 
destinatário, parágrafo introdutório, 
parágrafo de extensão, parágrafo de 
opinião do auditor, data do parecer do 
auditor independente, assinatura do 
auditor, nome da empresa. 
Parecer com ressalva: deve incluir as 
expressões “exceto por”, “exceto 
quanto” ou “com exceção de“. 
Título, destinatário, parágrafo 
introdutório, responsabilidade da 
administração sobre as demonstrações 
contábeis, responsabilidade do auditor, 
opinião do auditor, outras 
responsabilidades relativas à emissão do 
relatório de auditoria, assinatura do 
auditor, data do relatório do auditor 
independente, endereço do auditor 
independente. 
Fonte: Adaptado de Damascena (2011). 
 
O tipo de opinião do auditor também passou por modificações como observado no 
Quadro 2. De acordo com os Quadros 1 e 2, as novas normas de auditoria independente 
trouxeram alterações em vários aspectos, desde o nome do documento final emitido pelo 
auditor, que passa a chamar-se de relatório do auditor independente, até o conteúdo desse 
relatório. 
 
Quadro 2: 
Modificações quanto a opinião do auditor independente 
Opinião Tipo de 
parecer 
NBC T 11 NBC TAs 700, 705 e 706 
Sem 
modificação 
Sem 
ressalva 
Mostra que as demonstrações 
contábeis da empresa auditada 
foram elaboradas de acordo com 
as normas e práticas contábeis 
adotadas. 
É a opinião expressa pelo auditor quando ele 
conclui que as demonstrações contábeis são 
elaboradas, em todos os aspectos relevantes, 
de acordo com a estrutura de relatório 
financeiro aplicável. 
Modificado Com 
ressalva 
É inserida quando o auditor 
conclui que o efeito de qualquer 
discordância ou restrição na 
extensão de um trabalho poderá 
afetar as demonstrações 
contábeis. 
Ocorre: a) quando se obtém evidência de 
auditoria apropriada e suficiente, concluindo 
que as distorções, individualmente ou em 
conjunto, são relevantes, mas não 
generalizadas nas demonstrações contábeis; 
ou b) quando não se consegue obter evidência 
apropriada e suficiente de auditoria para 
suportar sua opinião, mas ele conclui que os 
possíveis efeitos de distorções não detectadas, 
se houver, sobre as demonstrações contábeis 
poderiam se relevantes, mas não 
generalizados. 
Adverso Ocorre quando o auditor 
evidencia que as demonstrações 
contábeis não representam 
adequadamente as normas e 
práticas contábeis vigentes. 
Ocorre quando, se obtém evidência de 
auditoria apropriada e suficiente, concluindo 
que as distorções, individualmente ou em 
conjunto, são relevantes e generalizadas para 
as demonstrações contábeis. 
Abstenção 
de opinião 
Ocorre quando o auditor não 
consegue, por meio de seus 
trabalhos de auditoria, emitir 
Ocorre quando não se consegue obter 
evidência de auditoria apropriada e suficiente 
para suportarsua opinião, concluindo-se que 
 
6 
 
opinião por não obter 
confirmação de informações para 
fundamentá-las. 
os possíveis efeitos de distorções não 
detectadas, se houver, sobre as demonstrações 
contábeis poderiam ser relevantes e 
generalizadas. 
Parágrafo de ênfase Ocorre quando há incerteza em 
relação a algum fato relevante, 
cujo desfecho poderá afetar 
significativamente a posição 
patrimonial e financeira da 
entidade. 
É o parágrafo incluído no relatório de 
auditoria referente a um assunto 
apropriadamente apresentado ou divulgado 
nas demonstrações contábeis que, de acodo 
com o julgamento do auditor, é de tal 
importância, que é fundamental para o 
entendimento pelos usuários das 
demonstrações contábeis. 
Parágrafo de outros 
assuntos 
Não dispõe. É o parágrafo incluído no relatório de 
auditoria que se refere a um assunto não 
apresentado ou não divulgado nas 
demonstrações contábeis e que, de acordo com 
o julgamento do auditor, é relevante para os 
usuários entenderem a auditoria, a 
responsabilidade do auditor ou os relatórios de 
auditoria. 
Fonte: Adaptado de Damascena (2011). 
 
A NBC TA reconhece a importância desse documento ao definir que o objetivo da 
auditoria é aumentar grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários, 
mediante a expressão de sua opinião. Essas normas também deixam mais claras as 
responsabilidades assumidas pela administração e pelo auditor, ao criar um parágrafo 
específico para a responsabilidade da administração da companhia. Adicionalmente, foi 
criado um parágrafo de “outros assuntos” alterando, dessa forma, a estrutura do documento 
emitido pela auditoria. 
 
3 PROCEDER METODOLÓGICO 
 
De acordo com Beuren (2010), a presente pesquisa classifica-se, quanto aos objetivos, 
como uma pesquisa descritiva, uma vez que procura descrever o conteúdo que está sendo 
citado nos parágrafos de ênfase e de outros assuntos nos Relatórios de Auditoria Independente 
(RAI) nas companhias abertas brasileiras. Quanto aos procedimentos, esta pesquisa é do tipo 
documental, uma vez que foi necessário levantar todos os relatórios de auditoria das empresas 
disponíveis no sítio da BM&FBOVESPA. No que tange a abordagem do problema, trata-se 
de uma pesquisa qualitativa, pois, nesse estudo, será analisado o conteúdo dos RAI emitidos 
pelas companhias abertas brasileiras. 
De acordo com Marconi e Lakatos (2010), a técnica análise de conteúdo tem a 
finalidade de descrever, sistematicamente, o conteúdo das comunicações. A atual análise de 
conteúdo foi acrescida de mais uma característica, ou seja, o desenvolvimento de técnicas 
quantitativas, que permitem maior precisão. 
 
A população da pesquisa compreendeu, inicialmente, todas as companhias abertas 
listadas na BM&FBOVESPA, perfazendo um total de 514 empresas. Desse total, foram 
excluídas 18 empresas por não disponibilizarem no sítio da BM&FBOVESPA, a fonte 
utilizada para a coleta de dados, o Relatório do Auditor Independente do exercício de 2010, e 
uma companhia por não evidenciar a empresa que realizou o trabalho de auditoria, totalizando 
495 empresas. 
 
 
 
7 
 
Martinez (2009) buscou identificar evidências se no Novo Mercado a Auditoria 
realizada por Big Four e o Parecer dos Auditores estão associados à propensão ao 
gerenciamento de resultados por escolhas contábeis e ao gerenciamento de resultados por 
decisões operacionais. As evidências obtidas, numa amostra de empresas brasileiras, sugerem 
que o Novo Mercado e a Auditoria de Big Four reduzem o gerenciamento de resultados por 
escolhas contábeis, assim como o Parecer com Ressalva é um indicador de gerenciamento de 
resultados por escolhas contábeis. Neste sentido, a presente pesquisa testará a seguinte 
hipótese: 
 
H0 – A quantidade de parágrafos de ênfase e outros assuntos, em média, são iguais 
entre as Big Four e as outras empresas de auditoria. 
 
Para averiguar se a quantidade de parágrafos de ênfase e outros assuntos é diferente 
entre as Big Four e as demais empresas de auditoria, utilizou-se o teste não paramétrico de 
Mann-Whitney. Esse teste deve ser empregado na análise sobre o fato de duas amostras 
independentes terem sido extraídas de populações com médias iguais. O teste de Mann-
Whitney torna-se uma importante alternativa ao teste paramétrico de comparação de médias 
(MARTINS; THEÓPHILO, 2007). Para aplicação desse teste foram separados os relatórios 
dos auditores em dois grupos, quais sejam: os relatórios auditados por empresas Big Four e os 
relatórios auditados por outras empresas. Na sequência, foi quantificado o número de 
parágrafos de ênfase e de outros assuntos por empresa. 
O teste foi aplicado utilizando o software PASW Statistics® e o nível de significância 
para aceitar ou rejeitar a hipótese testada foi de 0,05. Assim, se o resultado do teste calculado 
for maior do que o nível de significância, então, não se pode rejeitar a hipótese nula testada 
nesta pesquisa. 
 
 
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
Conforme apresentado anteriormente, foram analisados todos os Relatórios de 
Auditoria do Auditor Independente, referentes ao exercício de 2010, das companhias abertas 
listadas na BM&FBOVESPA, disponíveis no sítio do referido órgão, perfazendo um total de 
495 relatórios. Os relatórios analisadas eram concernentes a empresas de 10 setores da 
economia, conforma apresenta a Tabela 1. 
. 
Tabela 1: 
Empresas por setor 
Setor N % 
Financeiro 94 19% 
Utilidade pública 75 15% 
Construção e transporte 70 14% 
Consumo cíclico 66 13% 
Consumo não cíclico 47 9% 
Materiais básicos 43 9% 
Participações em outras empresas 37 7% 
Bens Industriais 34 7% 
Telecomunicações 15 3% 
Tecnologia da informação 8 2% 
Petróleo, gás e bicombustíveis 6 1% 
TOTAL 495 100% 
 
 
8 
 
De acordo com a Tabela 1, observa-se que os setores com maiores números de 
empresas são os setores Financeiro (19%), utilidade pública (15%), construção e transporte 
(14%). Já o setor de petróleo, gás e bicombustíveis é representado por apenas 1% das 
empresas. 
 
A Tabela 2 evidencia o número de parágrafos de ênfase e de outros assuntos por 
empresa. Com base na referida Tabela, observa-se que 92,7% dos relatórios apresentaram 
parágrafos de outros assuntos, ao passo que 70,1% dos relatórios apresentaram parágrafos de 
ênfase. 
 
No que tange ao número de ênfase e de outros assuntos por empresa, observou-se que 
a maioria dos RAI continha um parágrafo de ênfase (49,5%) e um parágrafo de outros 
assuntos (62,4%). Os RAI que apresentaram dois parágrafos de ênfase e de outros assuntos 
correspondem, respectivamente, a 15,2% e 29,1% dos relatórios pesquisados (Tabela 2). O 
conteúdo desses parágrafos está descrito nas Tabelas 3 e 4. 
 
Tabela 2: 
Número de parágrafos de ênfase e de outros assuntos por relatório/empresa 
Número de parágrafos por empresa Ênfase Outros Assuntos N % % Acumulado N % % Acumulado 
Um parágrafo 245 49,5% 49,5% 309 62,4% 62,4% 
Dois parágrafos 75 15,2% 64,7% 144 29,1% 91,5% 
Três parágrafos 23 4,6% 69,3% 6 1,2% 92,7% 
Quatro parágrafos 2 0,4% 69,7% 0 0,0% 92,7% 
Cinco parágrafos 2 0,4% 70,1% 0 0,0% 92,7% 
Ausência de parágrafo 148 29,9% 100% 36 7,3% 100% 
TOTAL 495 100% 495 100% 
 
O assunto tratado com maior frequência nos RAI do exercício de 2010 refere-se a 
diferenças entre as NBC e IFRS, representando 49,8% dos assuntos. Esse caso deve-se ao fato 
de que as demonstrações contábeis individuais foram elaboradas de acordo com as práticas 
contábeis adotadas no Brasil. Essas práticas diferem do IFRS, aplicável às demonstrações 
contábeis separadas, somente no que se refere à avaliação dos investimentos em controladas, 
coligada e controlada em conjunto pelo método de equivalência patrimonial, enquanto que 
para fins de IFRS seria custo ou valor justo. 
 
Tabela 3: 
Assuntos tratados nos parágrafosde ênfase em 2010 
Motivos N % 
Diferenças entre NBC e IFRS 257 49,8% 
Continuidade 92 17,8% 
Aplicação da OCPC 04 somente nas DF consolidada 23 4,5% 
Revisão pelo IFRIC das práticas de reconhecimento de receitas 23 4,5% 
Ações judiciais 22 4,3% 
Amortização do saldo do Ativo Diferido 16 3,1% 
Negociação de dívidas 14 2,7% 
Atividades operacionais da empresa 13 2,5% 
Procedimentos de auditoria 11 2,1% 
Valores a receber 7 1,4% 
Transação com parte relacionada 6 1,2% 
Ajuste de avaliação patrimonial 6 1,2% 
Demonstração Contábil emitida com propósito especial 5 1,0% 
Seguros 4 0,8% 
Valores incertos registrados nas demonstrações contábeis 4 0,8% 
Provisões de impostos e contingência 3 0,6% 
 
9 
 
Reapresentação das demonstrações contábeis 3 0,6% 
Registro de propriedade de imóvel 1 0,2% 
Integralização de capital 1 0,2% 
Amortização de prejuízos acumulados 1 0,2% 
Títulos registradas como disponível para venda 1 0,2% 
Não ocorrência de Assembleia 1 0,2% 
Contingência não contabilizada 1 0,2% 
Não fez teste de impairment e o valor presente de recebíveis 1 0,2% 
TOTAL 516 100,0%
 
Outro assunto bastante citado nos parágrafos de ênfase, com 17,8% de observação, 
trata da continuidade da empresa, com comentários no que tange a prejuízos no período 
corrente e anteriores. Alguns relatórios também citam que as empresas se encontravam em 
fase pré-operacional ou em plano de recuperação judicial. 
O subsetor de construção civil, pertencente ao setor de construção e transporte foi 
responsável pela maioria das citações nos RAI que tratam aplicação da Orientação CPC 04 
somente nas DF consolidada e da Revisão pelo International Financial Reporting 
Interpretations Committee (IFRIC) das práticas de reconhecimento de receitas, representado 
9% dos assuntos tratados. Os outros subsetores que também apresentaram essa ênfase foram o 
de exploração de imóveis e de outros intermediários, ambos do setor Financeiro e outros. 
Nesse caso, os RAI citavam que as demonstrações financeiras consolidadas foram 
preparadas de acordo com as IFRS aplicáveis a entidades de incorporação imobiliária, 
considerado, adicionalmente, a Orientação OCPC 04 editada pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis, que trata do reconhecimento da receita desse setor. 
Acrescentavam, ainda, que determinados assuntos relacionados ao significado e aplicação do 
conceito de transferência contínua de riscos, benefícios e de controle na venda de unidades 
imobiliárias serão analisados pelo IFRIC. E, os resultados dessa análise podem fazer com que 
as incorporadoras imobiliárias tenham que revisar suas práticas contábeis relacionadas ao 
reconhecimento de receitas. 
Dentre outros assuntos tratados nos parágrafos de ênfase dos RAI destacam-se: 
questões judiciais (4,3%), amortização do saldo do ativo diferido (3,1%), negociação de 
dívidas (2,7%), atividades operacionais da companhia (2,5%) e procedimentos de auditoria 
(2,1%). Este último refere-se, basicamente, ao alcance da auditoria realizada. 
 
Tabela 4: 
Assuntos tratados nos parágrafos de outros assuntos em 2010 
Motivos N % 
Auditoria da DVA 294 64,1% 
Auditoria de exercícios anteriores 147 32,0% 
Reapresentação das demonstrações contábeis 3 0,7% 
Continuidade 2 0,4% 
Diferenças entre NBC e IFRS 2 0,4% 
Evento subsequente 1 0,2% 
Tradução de dólar para reais 1 0,2% 
Auditoria de informações socioambientais 1 0,2% 
Demonstrações contábeis com propósito específico 1 0,2% 
Operação com partes relacionadas 1 0,2% 
Gastos com ativos concessivos 1 0,2% 
Exame da companhia e suas controladas 1 0,2% 
Registro em seu ativo do superávit do Plano de Aposentadoria e Pensão 1 0,2% 
CPC´s implementados retroativamente a 1º de janeiro de 2009 1 0,2% 
Exame das demonstrações financeiras fiduciárias 1 0,2% 
Parcelamento de dívidas tributárias 1 0,2% 
TOTAL 461 100,0%
 
10 
 
De acordo com a Tabela 4, observa-se que o tema mais citado nos parágrafos de outros 
assuntos foi sobre o exame das demonstrações individual e consolidada da Demonstração do 
Valor Adicionado (DVA), presente em 64,1% das observações, cuja apresentação é requerida 
pela legislação societária brasileira para companhias abertas, e como informação suplementar 
pelas IFRS. 
Presente em 32% das observações dos parágrafos de outros assuntos, questões que 
tratam da auditoria de exercícios anteriores esclarecem por quem foi realizada a auditoria do 
período anterior, como também, dos ajustes necessários para adoção das IFRS. 
Ao analisar as Tabelas 3 e 4, observa-se que alguns relatórios tratam em parágrafos 
diferentes, ou seja, de ênfase e de outros assuntos, temas semelhantes, como por exemplo, 
diferenças entre NBC e IFRS, continuidade, reapresentação das demonstrações contábeis e 
operações com partes relacionadas. Contudo, não foi objetivo deste estudo verificar se essas 
diferenças devem-se ao tipo de empresa de auditoria. 
A Tabela 5 apresenta o número de empresas auditadas por Big Four e por outras 
empresas. Observa-se que a concentração de auditorias realizadas por empresas Big Four, em 
2010, foi de 69%, maior do que a encontrada por Damascena (2011) referente ao exercício de 
2008 que foi de 60%. Cabe ressaltar que, no ano de 2010, a empresas Terco Grant Thornton 
Auditores Independentes (Terco) se uniu a Ernst & Young Auditores Independentes S.S. 
passando a denominar-se Ernst & Young Terco Auditores Independentes S.S. O mesmo 
ocorreu com a KPMG Auditores Independentes e a BDO Auditores Independentes que passou 
a chamar-se KPMG Auditores Associados. 
 
Tabela 5: 
Quantidade de empresas auditadas por Big Four e 
outras empresas
Empresa de auditoria N % 
Big Four 343 69% 
Outras empresas 152 31% 
TOTAL 495 100% 
 
 Através do teste de Mann-Whitney, buscou-se verificar se a quantidade de parágrafos 
de ênfase e outros assuntos em média são iguais entre as Big Four e as outras empresas de 
auditoria. O resultado do teste encontra-se na Tabela 6. 
 
Tabela 6: 
Teste de Mann-Whitney 
Test Statisticsa Parágrafos 
Mann-Whitney U 23339,500
Wilcoxon W 34967,500
Z -1,934
Asymp. Sig. (2-tailed) ,053
Exact Sig. (2-tailed) ,053
Exact Sig. (1-tailed) ,026
Point Probability ,000
 
De acordo com a Tabela 6, o teste de hipótese apresentou uma estatística teste Z igual 
a -1,934, com nível de significância igual a 0,053, ou seja, acima do nível de significância 
adotado neste estudo de 0,050. Portanto, não se rejeita a hipótese de que, em média, a 
quantidade de parágrafos de ênfase e de outros assuntos são iguais entre as Big Four e as 
outras empresas de auditoria. Contudo, como o resultado desse teste ficou muito próximo do 
nível de significância, essa conclusão deve ser vista com cautela. 
 
 
11 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O presente estudo teve como objetivo, analisar os assuntos tratados nos parágrafos de 
ênfase e de outros assuntos dos relatórios de auditoria independente das empresas listadas na 
BM&FBOVESPA, referentes ao exercício de 2010. Para isso foram coletados os relatórios de 
auditoria das empresas no sítio da BM&FBOVESPA e, depois de excluídos as empresas que 
não apresentam o RAI, restaram um total de 495 companhias. Neste sentido, o presente estudo 
trata-se uma pesquisa descritiva, do tipo documental e, quanto à abordagem do problema, 
utilizou-se da técnica da análise de conteúdo. 
A amostra compreendeu todos os setores da BM&FBOVESPA, destacando-se: o setor 
Financeiro composto por bancos, securitizadoras de recebíveis, e intermediadores financeiros; 
o setor de utilidade pública, nele encontram-se as empresas de energia elétrica, gás e água e 
saneamento; e os setores de construção e transporte e consumo cíclico. 
Em relação à quantidade de parágrafos de ênfase e de outros assuntos, observou-se 
uma ausência maior dos parágrafos de ênfase do que de parágrafos de outros assuntos. Cabe 
ressaltar que o parágrafode outros assuntos foi criado com a adoção das normas 
internacionais de auditoria. 
Os assuntos mais tratados nos parágrafos de ênfase referem-se a diferenças entre NBC 
e IFRS, principalmente no que tange à avaliação de investimentos em controladas, coligada e 
controlada em conjunto. Outro assunto que merece destaque versa sobre a continuidade da 
empresa, das controladas e das coligadas. Os relatórios de empresas que estão relacionados 
com a construção civil e ao crédito imobiliário mencionaram sobre a aplicação da OCPC 04 
somente nas Demonstrações Financeiras Consolidadas e da revisão pelo IFRIC das práticas de 
reconhecimento de receitas. 
No parágrafo de outros assuntos, dois temas foram mais recorrentes, o primeiro, trata 
da auditoria de DVA, cuja apresentação é requerida pela legislação societária brasileira, 
enquanto que pelas IFRS é tratada como informação suplementar; o segundo, refere-se à 
auditoria de exercícios anteriores, principalmente, no que tange à responsabilidade pelos 
exames daquele ano. 
Este estudo também encontrou um aumento na concentração de auditorias realizadas 
pelas Big Four quando comparado com o estudo de Damascena (2011) referente ao ano de 
2008. Contudo, deve-se ressaltar que, no ano de 2010, houve duas fusões: a da Terco Grant 
Thornton Auditores Independentes com a Ernst & Young Auditores Independentes e da 
KPMG Auditores Independentes com a BDO Auditores Independentes. 
Diante de tal concentração, buscou-se verificar se a quantidade de parágrafos de 
ênfase e outros assuntos em média são iguais entre as Big Four e as outras empresas de 
auditoria. Através do teste de Mann-Whitney, cujo resultado apresentou significância maior 
do que o adotado neste estudo, não rejeitando a hipótese nula do teste. Então, pode-se dizer 
que não há diferença na quantidade de parágrafos de ênfase e de outros assuntos entre os 
relatórios emitidos pelas Big Four e por outras empresas de auditoria. 
Por fim, é necessário reforçar que as considerações apresentadas nesse estudo referem-
se somente ao exercício de 2010, ficando como sugestão, uma análise desse tipo no período 
de transição das IFRS, ou seja, dos exercícios de 2008 e 2009, bem com para períodos 
posteriores. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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