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Aula 1- Meio Ambiente
Introdução
Quando falamos em meio ambiente, vêm a nós a ideia de mata, de cachoeira, ar puro e vida selvagem, mas meio ambiente é muito mais do que isso, é tudo o que nos cerca e que precisa de cuidados também.
Hoje, a gestão e a legislação ambiental estão, inclusive, como atividades que envolvem o meio ambiente, pois não deixam de ser ferramentas de prevenção e controle de impactos ambientais que causam também riscos à vida humana.
Justamente por isso, se houver formas de prevenir e controlar os impactos ambientais, para uma sobrevivência do homem por maior tempo na Terra, por que não fazê-los?
Uma discussão recorrente  a respeito do termo meio ambiente é a suposta redundância que existe entre ambos os termos: a palavra meio significa o mesmo que ambiente. 
O motivo desta reiteração obedece a razões históricas, já que, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972), a impressão semântica das traduções do inglês, acabou por gerar o termo meio ambiente como e uso comum, em vez de se usar somente um deles (ou meio ou ambiente). 
Será que existe um conceito certo ou errado de ambiente? Com esta questão iniciaremos nosso processo de reflexão conjunta nesta disciplina.
Meio Ambiente
Historicamente, foi somente a partir de meados de 1960, que se iniciaram, oficialmente, discussões que integravam ambientes físicos aos sociais. Foi exatamente a partir do momento em que a sociedade tomou consciência dos graves efeitos que as ações humanas imprimiram sobre o planeta.
Conforme o conceito de meio ambiente vai se construindo, o mesmo começa a influenciar as ações formais da sociedade. Vemos isso na inserção do conceito nas leis (Federais, Estaduais e Municipais) apresentadas pela FEEMA (1990) e pelo IBAMA (1994): Decreto Lei nº. 134, de 16/6/1975; Art. 3º., Lei 6.938, de 31/8/1981; Art. 2º., Lei nº. 33, de 12/2/1981; Decreto-Lei nº. 28.687 de 11/2/1982. Destaca-se o art. 225, Capítulo VI da Constituição Brasileira de 1988, que trata do estabelecimento de direitos e deveres do Estado e dos cidadãos no que tange ao meio ambiente.
Alguns autores contemporâneos oferecem abordagens complexas de meio ambiente, incluindo variáveis que contemplam não só seus elementos. 
Vejamos abaixo, várias definições de ambiente em um contexto de evolução histórica recente, segundo a Feema (1990) e o Ibama (1994):
Definições:
As condições, influência ou forças que envolvem ou influem ou modificam: o complexo de fatores climáticos, edáficos e bióticos que atuam sobre um organismo vivo, ou uma comunidade ecológica, e acaba por determinar sua forma e sua sobrevivência, a agregação das condições sociais e culturais que influenciam a vida de um indivíduo ou uma comunidade (Webster’s, 1976).
O conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos e biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto, imediato ou a termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas (Poutrel & Wasserman, 1977).
A soma das condições externas e das influências que afetam a vida, o desenvolvimento e, em última análise, a sobrevivência de um organismo (Banco Mundial, 1977).
O conjunto do sistema externo físico e biológico, no qual vivem o homem e os outros organismos (Pnuma, 1978).
O conjunto de sistemas naturais e sociais em que vivem o homem e os demais organismos e de onde obtêm sua subsistência (Conferência de Tibillisi, 1978).
Conjunto de componentes naturais e sociais, e suas interações em um determinado espaço de tempo, no qual se dá a dinâmica das interações sociedade-natureza, e suas consequências, no espaço que habita o ser humano, o qual é parte integrante deste todo. Desta forma, o ambiente é gerado e construído ao longo do processo histórico de ocupação e transformação do espaço da sociedade (Gutman, 1988).
“Qualquer espaço de interação e suas consequências entre a sociedade (elementos sociais, recursos humanos) e a natureza (elementos ou recursos naturais)” (Queiroz e Tréllez, 1992).
Muitas definições, não é mesmo? Mas a que adotamos em nossa aula é a definição de Queiroz e Tréllez (1992), por relacionar o meio ambiente aos elementos sociais e recursos humanos, pois meio ambiente é isso mesmo: tudo que nos cerca.
Para falarmos sobre gestão ambiental, temos, obrigatoriamente, de falar sobre política.
Ao instituir uma política ambiental, é necessário que o governo estabeleça os objetivos, defina as estratégias de ação, crie as instituições e estruture a legislação que a contém e que  orienta sua aplicabilidade. Esse universo de implementação da política constitui o sentido da gestão ambiental. Com isso, a gestão ambiental é, portanto, a implementação pelo governo de sua política ambiental, pela administração pública, mediante a definição de estratégias, ações, investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de garantir a qualidade do meio ambiente, a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável (Philippi Junior e Maglio, 2009).
É preciso salientar que existem outras definições para gestão ambiental, mas o conceito original, segundo a Lei 6.938/81, diz respeito à administração, pelo governo, do uso de recursos ambientais, por meio de ações ou medidas econômicas, investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de manter ou recuperar  a qualidade do meio ambiente, assegurar a produtividade dos recursos e desenvolvimento social. 
A Encyclopédia Britannica (1978 apud Verocai, 1997) realça a visão de gestão relacionando-a ao uso racional de recursos naturais: o controle apropriado do meio ambiente físico, para propiciar seu uso com o mínimo abuso, de modo a manter as comunidades biológicas, para o benefício continuado do homem.
Educação Ambiental
Já Hurtubia (1980 apud Philippi Junior e Maglio, 2009) coloca a perspectiva da gestão ambiental relacionada ao uso produtivo de recursos naturais em atividades primárias. A tarefa de administrar o uso produtivo de um recurso renovável sem reduzir a produtividade e a qualidade ambiental, normalmente em conjunto com o desenvolvimento de uma atividade.
Outro enfoque relaciona a gestão ambiental ao conceito de capacidade  de suporte dos ecossistemas. Tentativa de avaliar valores-limites das perturbações e alterações que, uma vez excedidos, resultam em recuperação bastante demorada do meio ambiente, e a tentativa de manter os ecossistemas dentro de suas zonas de resiliência, de modo a maximizar a recuperação dos recursos do ecossistema natural para o homem, assegurando sua produtividade prolongada e de longo prazo (Interim Mekong Committee, 1982 apud Philippi Junior e Maglio, 2009).
Numa visão mais moderna, a gestão ambiental desenvolve-se com base na formulação de uma política ambiental, em que estejam definidos os instrumentos de gestão a serem utilizados (controle ambiental, avaliação de impactos ambientais, planejamento ambiental, objetos de conservação ambiental, planos de gestão etc.). Como elementos dessa política, devem ser também definidos os critérios de uso, de manejo e de controle da qualidade dos recursos ambientais (Philippi Junior e Maglio, 2009).
Nos últimos anos, o conceito de gestão vem sendo utilizado para incluir, além da gestão pública do meio ambiente, os programas de ação desenvolvidos por empresas e instituições não governamentais para administrar suas atividades dentro dos modernos princípios de proteção ao meio ambiente. Estes podem complementar a ação pública em aspectos não relacionados com a ação normativa e de controle, que é exclusiva da instância governamental. Dessa forma, o conceito de gestão ambiental tem evoluído na direção de uma perspectiva de gestão compartilhada entre os diferentes agentes envolvidos e articulados em seus diferentes papéis, segundo os mesmos autores.
Gestão ambiental é, portanto, um processo político administrativo de responsabilidade do poder constituído, destinado a, com  participação social, formular, implementar e avaliar políticas ambientais a partirda cultura, realidade e potencialidade de cada região, em conformidade com os princípios de desenvolvimento sustentável.
A preocupação com a qualidade ambiental vem crescendo com a evolução da sociedade, paulatinamente, à medida que os problemas se tornam cruciais e exigem soluções. Soluções essas que vêm sendo tomadas pelo poder público em seus códigos e nas demais legislações, muitas vezes exigindo intervenções diretas nos diferentes níveis de governo. O conhecimento de situações como essas, não só pelos cidadãos locais, mas especificamente por viajantes de outros estados e países, observa-se no século XIX como a oportunidade de troca de experiências, levando a inovações e ao aperfeiçoamento das tecnologias usuais (Bruno, 2009).
Conforme o mesmo autor, essa troca de experiências na busca da preservação ambiental, ganhou maior amplitude no século XX, destacando-se sua última década, quando as conferências internacionais assumem o papel dos viajantes do século anterior, tornando-se mais que pontos de troca de experiências, à medida que passam a ser também os locais de assinaturas de convenções e de protocolos internacionais. É por esses documentos que os países signatários desses acordos se comprometem com o propósito firme de cuidar do meio ambiente, com a finalidade de criar condições propícias à qualidade de vida de suas populações.
m sua evolução, a sociedade volta-se globalmente para preservar o meio ambiente em prol das gerações futuras. Com decisões socioeconômicas tomadas em prol da manutenção dos recursos ambientais, as repercussões se fazem sentir especialmente nas atividades urbanas, pois é nas cidades que hoje se concentra  a maioria da população mundial, cerca de 80%.
Nesse panorama, destaca-se a importância da formação de profissionais que saibam compreender as diferentes dificuldades de suas sociedades, podendo então contribuir com soluções adequadas, não predatórias e voltadas para a conservação, a preservação e o controle dos recursos da natureza (Philippi Junior, Roméro e Bruna, 2009).
Aula 2: Política nacional do meio ambiente
O poder público no Brasil começa a se preocupar com o meio ambiente na década  de 1930. Não que antes não houvesse nada a respeito, mas as poucas iniciativas que existiam até então, além de pouco significativas em termos práticos, se alcançavam algum efeito sobre o meio ambiente era pela via indireta, quase sempre subalterna a outros interesses.
Por exemplo, as ordenações portuguesas que proibiam o corte do pau-brasil não podem ser vistas como leis ambientais, pois seu objetivo era assegurar o monopólio das madeiras de tinturaria estabelecido pela Coroa Portuguesa em 1502, propósito que perdurou até depois da independência do Brasil, como mostra Simonsen (1969).
Essas ordenações diferiram em muito das medidas criadas na Europa nos séculos XVII para proteger os remanescentes de florestas nativas e promover o plantio, e que Castro(1998) considera o início dos processos de gestão ambiental.
Ainda conforme Castro (1998), a criação dos jardins botânicos a partir do século XVI decorre de uma preocupação dos biólogos viajantes com a pura proteção das espécies aclimatadas. 
O que ocorreu por aqui, não foi muito diferente; o objetivo inicial de D. João VI foi utilizar o Jardim Botânico para o cultivo de especiarias das Índias Orientais e da Ásia, para suprir o mercado português, segundo Acot (1990 apud Barbieri, 2010).
Até o início do século XX, o campo político e institucional brasileiro não se sensibilizava  com os problemas ambientais, embora não faltassem problemas e nem vozes que os apontassem. A abundância de terras férteis e de outros recursos naturais, enaltecida desde a Carta de Caminha ao rei de Portugal, tornou-se uma espécie de dogma que impedia  enxergar a destruição que vinha ocorrendo desde os primeiros anos da colonização.
A degradação de uma área não era considerada um problema ambiental pela classe política, pois sempre havia outras a ocupar com o trabalho escravo. As denúncias sobre o mau uso dos recursos naturais não encontravam ecos na esfera política dessa época, embora muitos denunciantes fossem políticos ilustres, como José Bonifácio, Joaquim Nabuco e André Rebouças. 
Nenhuma legislação explicitamente ambiental  teve origem nas muitas denúncias desses políticos, que podem ser considerados os precursores dos movimentos ambientalistas nacionais e que, já nas suas origens, apresentavam uma tônica socioambiental dada pela luta contra a escravatura, a monocultura e o latifúndio. Somente quando o Brasil começa a dar passos firmes em direção à industrialização, inicia-se o esboço de uma política ambiental. 
A adesão do Brasil aos acordos ambientais multilaterais das primeiras décadas do século XX, praticamente não gerou nenhuma repercussão digna de nota na ordem interna do país. Tomando como critério a eficácia da ação pública e não apenas a geração de leis, pode-se apontar a década de 1930 como início de uma política ambiental efetiva (Barbieri, 2010).
Outras iniciativas governamentais importantes desse período foram: criação do Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro do Brasil e a organização do patrimônio histórico e artístico nacional.
Conforme Barbieri (2010), uma data de referência é o ano de 1934, quando foram promulgados os seguintes documentos relativos à gestão de recursos naturais: Código de Caça, Código Florestal, Código de Minas e Código de Águas.
As políticas públicas dessa fase procuram alcançar efeitos obre os recursos naturais por meio de gestões setoriais (água, florestas, mineração, etc), para as quais foram sendo criados órgãos específicos, como o Departamento Nacional de Recursos Minerais, Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica e outros.
1960-Os problemas relativos à poluição só seriam sentidos em meados da década de 1960, quando o processo de industrialização já havia se consolidado. 
1930-No início dessa fase, na década de 1930, o rio Tietê, por exemplo, era usado para lazer de muitos paulistanos, que se tornaria inviável algumas décadas depois.
1970- Até meados da década de 1970, a poluição industrial ainda era vista como sinal de progresso e, por isso, muito bem-vinda para muitos políticos e cidadãos.
A imposição pela autoridade ambiental, de padrões de emissão incidentes sobre a produção final (ou sobre o nível de utilização de um insumo básico) do agente poluidor.
A determinação da melhor tecnologia disponível para abatimento da poluição e cumprimento do padrão de emissão.
A razão de ser dessa política é perfeitamente compreensível. Dado o elevado crescimento das economias ocidentais no pós-guerra, com a sua também crescente poluição associada, é necessária uma intervenção maciça por parte do Estado. Este não pode mais se apoiar simplesmente na disputa em tribunais, caso a caso (esfera do Direito Civil), sendo necessário dispor de instrumentos vinculados ao Direito Administrativo, mais adequados a essa atuação maciça. Entretanto, essa política “pura” de comando e controle apresenta uma série de deficiências, como a morosidade de sua implementação, segundo os mesmos autores.
Tentando solucionar os problemas, de certo modo acumulados e agravados ao longo do tempo, os países desenvolvidos encontram-se hoje numa terceira etapa da política ambiental e que, à falta de melhor nome, poderíamos chamar de política “mista” de comando e controle.
Nessa modalidade de política ambiental, os padrões de emissão deixam de ser meio e fim da intervenção estatal e passam a ser instrumentos, dentre outros, de uma política que usa diversas alternativas e possibilidades para a consecução de metas acordadas socialmente.
Temos assim, a adoção progressiva dos padrões de qualidade dos corpos receptores como metas de política e a adoção de instrumentos econômicos – em complementação aos padrões de emissão – no sentido de induzir os agentes a combaterem a poluição e a moderarem a utilização dos recursos naturais, ainda conforme Lustosa, Cánepa e Young (2003).
Só no início da década de 1980 é que passariam aser considerados problemas generalizados e interdependentes, que deveriam ser tratados mediante políticas integradas.
A legislação federal sobre matéria ambiental nessa fase, procurava atender problemas específicos, dentro de uma abordagem segmentada do meio ambiente e percebe-se isso através dos textos legais abaixo:
Decreto-lei 1.413 de 14/8/1975 sobre medidas de prevenção da poluição industrial.
Lei 6.453 de 17/10/1977 sobre responsabilidade civil e criminal relacionada com atividades nucleares.
Lei 6.567 de 24/9/1978 sobre regime especial para exploração e aproveitamento das substâncias minerais.
Lei 6.766 de 19/12/1981 sobre o parcelamento do solo urbano.
Lei 6.902 de 27/4/1981 sobre a criação de estações ecológicas e áreas de proteção ambiental.
Foi com o advento da Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que conhecemos uma definição legal e passamos a ter uma visão global de proteção ao meio ambiente. 
Ela foi editada com o fito de estabelecer a política nacional do meio ambiente, seus fins, mecanismos de formulação, aplicação, conceitos, princípios, objetivos e penalidades devendo ser entendida como um conjunto de instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promoção do desenvolvimento sustentado da sociedade e da economia brasileira. 
Embora tenha sido editada no início da década de 1980, continua sendo de fundamental importância para o meio ambiente (Funiber, 2009).  
Princípios da PNMA (Política Nacional de Meio Ambiente)
O artigo 2º. Da referida lei, estabeleceu que a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propiciem à vida, visando assegurar no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios, segundo Funiber (2009):
Equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como patrimônio público.
Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar.
Planejamento e fiscalização do uso dos recursos naturais.
Proteção dos ecossistemas.
Controle e zoneamento das atividades potencialmente ou efetivamente poluidoras.
Incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias voltadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais.
Acompanhamento do estado da qualidade ambiental.
Recuperação de áreas degradadas.
Proteção de áreas ameaçadas de degradação. E
Educação ambiental em todos os níveis de ensino.
A Lei da PNMA foi em quase todos os seus aspectos, recepcionada pela Constituição Federal de 1988, pois, valoriza a dignidade humana, a qualidade ambiental propícia à vida e ao desenvolvimento socioeconômico e tem uma abrangência grandiosa.
A preservação referida na lei tem sentido de perenizar, de perpetuar, de salvaguardar, os recursos naturais. Já a melhoria do meio ambiente significa dar-lhe condições mais adequadas do que aquelas que se apresentam.
O art. 3º. da lei em comento, considerou o meio ambiente como sendo o conjunto de condições, leis influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (Funiber, 2009).   
“Meio Ambiente” é a expressão incorporada à língua portuguesa para indicar, segundo o Aurélio, o conjunto de condições naturais e de influências que atuam sobre os organismos vivos e os seres humanos.
José Afonso da Silva (segundo Funiber, 2009), observou que a palavra “ambiente” indicando a esfera, o círculo, o âmbito que nos cerca, em que vivemos, em certo aspecto, já contém o sentido da palavra “meio”. Justifica o uso, na língua portuguesa, pela necessidade de reforçar o sentido significante de determinados termos diante do enfraquecimento no sentido a destacar ou, porque sua expressividade é mais ampla e mais difusa. E afirmou, o meio constitui uma unidade que abrange bens naturais, e culturais e que compreende a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciam o desenvolvimento equilibrado da vida humana.
Os objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente estão dispostos no artigo 4º. (Lei n. 6.938/81) e visará:
A compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
À definição de áreas prioritárias de ação governamental relativas à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
Ao desenvolvimento de pesquisa e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais;
À difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
À preservação e restauração dos recursos ambientais, com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
À imposição, ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
Quanto ao art. 5º., este faz referência às diretrizes da PNMA, que deverão orientar a ação dos governos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, determinando que esta ação seja reformulada em normas e planos, buscando a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico (Funiber, 2009).
Importante também saber que, a Lei 6.938/81 instituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), responsável pela proteção e melhoria do ambiente e constituído por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Espelhando-se no Sisnama, os estados criaram os seus Sistemas Estaduais do Meio Ambiente para integrar as ações ambientais de diferentes entidades públicas nesse âmbito. Outra inovação foi o conceito de responsabilidade objetiva do poluidor. O poluidor fica obrigado, independente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por suas atividades (Barbieri, 2010).
Observação: Embora aprovada em 1981, a implementação da Lei 6.938/81 só deslanchou efetivamente ao final desta década de 1980, principalmente a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.
A política ambiental é necessária para induzir ou forçar os agentes econômicos a adotarem posturas e procedimentos menos agressivos ao meio ambiente, ou seja, reduzir a quantidade de poluentes lançados no ambiente e minimizar a depleção dos recursos naturais (Lustosa, Cánepa e Young, 2003).
Segundo os mesmos autores, no caso das indústrias, os recursos naturais são transformados em matérias-primas e energia, gerando impactos ambientais iniciais (desmatamento, emissões de gases poluentes, erosão de solos, entre outros). As matérias-primas e energia são insumos da produção, tendo como resultado o produto final e os rejeitos industriais - fumaça, resíduos sólidos e efluentes líquidos.
Como os recursos naturais usados nos processos industriais são finitos e muitas vezes não renováveis, a utilização deve ser racional a fim de que o mesmo recurso possa servir para a produção atual e também para as gerações futuras – esse é o princípio do desenvolvimento sustentável.
Com isso, vemos a necessidade urgente do cumprimento da Lei 6.938/81 e de sua fiscalização para que possamos ter esperança na sobrevivência humana e das espécies no meio ambiente de forma harmônica e sustentável.

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