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percepçao contabilidade ambiental

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CONTABILIDADE AMBIENTAL: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DO 
PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE DA REGIÃO METROPOLITANA DE 
BELÉM ACERCA DA SUSTENTABILIDADE 
 
RESUMO 
 
A contabilidade ambiental representa uma vertente em fase de constante crescimento 
na medida em que o cenário mundial aponta para a preocupação com o futuro do Planeta. 
Neste sentido, como as empresas devem manter a sua realidade patrimonial em perfeita 
harmonia com esses acontecimentos, cabe aos gestores a incumbência de manter suas 
atividades orientadas pelos relatórios geradas pela contabilidade na figura do profissional 
Contabilista. Neste sentido, os registros gerados pelas ocorrências fenomenológicas do 
patrimônio acerca dos gastos, investimentos, receitas, custos e outros elementos que direta ou 
indiretamente afetam esses patrimônios, devem ser feitos com os cuidados que cada fato 
couber. Portanto, se o patrimônio representa o objeto de estuda da contabilidade, nada mais 
justo que as influências patrimoniais sobre o meio ambiente também, sejam observadas e 
mantidas sob a ótica especificada contabilidade ambiental. O objetivo da pesquisa foi 
desenvolver uma investigação para conhecer o grau de envolvimento dos contadores com as 
questões ambientais, além daquelas que já fazem parte de suas atividades profissionais e para 
que o projeto fosse viabilizado foi estabelecida um área geográfica para aplicação 412 
formulários de pesquisa de forma aleatória onde responderam as dezenove perguntas com 
respostas fechadas na presença de acadêmicos do curso de Ciências Contábeis durante o 
período compreendido entre os dias 26 de maio a 21 de junho de 2011. Esse formulário de 
pesquisa continha nove perguntas para identificar o perfil socioeconômico dos contadores e as 
demais de caráter mais técnico, incluindo as questões ambientais. O mercado de trabalho 
exige desses profissionais uma nova postura para que eles estejam em condições técnicas de 
acompanhar as mudanças que estão ocorrendo, especialmente, quando se trata do meio 
ambiente. Com os resultados da pesquisa, foi possível que a hipótese que fora levantada se 
confirmou, ou seja, esses contadores não vem explorando em suas atividades profissionais as 
questões ambientais devido à falta de domínio sobre o assunto, o que mostra que essa é uma 
realidade que vem de encontro ao cenário mundial já que existe uma demanda científica sobre 
o meio ambiente. Neste caso, finalmente o estudo recomenda a continuidade das pesquisas 
para que se tenha um resultado de maio amplitude o ações possam ser desenvolvidas com 
vista a mudança dessa realidade, entendida pela pesquisa, como temporário. 
 
Palavras-chave: Contabilidade ambiental, desenvolvimento sustentável, pesquisa, profissão 
Contábil. 
 
 
 
 
 
Área Temática 
Educação e Pesquisa em Contabilidade 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Ao longo dos anos, os assuntos ambientais passaram a ser um tema muito relevante 
no mundo dos negócios, a degradação excessiva do meio ambiente e depleção exagerada de 
recursos naturais têm chamado a atenção em todo o mundo, e com isso o meio ambiente vem 
atraindo cada vez mais atenção e interesse, fazendo com que a sustentabilidade passe ser uma 
questão de estratégia pressionando as empresas a elaborar planejamentos estratégicos com o 
objetivo de reduzir que seus processos produtivos agridam o meio ambiente. (TINOCO E 
KRAEMER, 2008, P. 45). 
Nesse sentido, a Contabilidade além de gerar informações fidedignas quanto à 
evolução patrimonial, econômica e financeira da empresa deve agregar nos relatórios, 
possíveis danos ambientais dando à sociedade e ao administrador a visão detalhada dessa 
realidade em relação ao patrimônio das empresas, portanto, a Contabilidade Ambiental deve 
ajudar a identificar, avaliar, registrar, demonstrar e analisar esses fatores sócio-ambientais que 
decorrem da atividade empresarial, razão pela qual surge a necessidade da empresa poder 
contar profissionais aptos e, com domínio do assunto relacionado às questões ambientais. 
Nesse contexto, o presente estudo busca conhecer o nível de conhecimento dos 
contadores da Região Metropolitana de Belém (RMB) sobre as práticas contábeis 
relacionadas à Contabilidade Ambiental com o intuito de discutir a necessidade de ações que 
venham dar à contabilidade a grandeza que cabe diante das ciências sociais, considerando o 
cenário de mudanças que o mundo vem passando. 
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO 
Por se tratar de uma vertente da Ciência Contábil ainda muito recente para a sociedade 
ou mesmo para o mercado, a contabilidade ambiental se torna para diversos profissionais, 
institutos de pesquisas, organismos profissionais e órgãos do governo, alvo de diversas 
pesquisas, até mesmo para saber até aonde é possível contribuir para o estabelecimento de 
novos procedimentos e metodologias ou o aprimoramento dos procedimentos e metodologias 
já existentes, a exemplo disso Ferreira (2006, p. 73) fala sobre o Grupo Intergovernamental de 
Especialistas em Padrões Internacionais de Contabilidade, organizado pela Organização das 
Nações Unidas, com o intuito de desenvolver uma contabilidade voltada para a 
sustentabilidade, contemplando os passivos contingenciais e procurando uma correta 
mensuração para os impactos ambientais. 
No cenário socioambiental, os contadores podem contribuir fornecendo informações 
adequadas que possibilitem às empresas continuarem indo em busca de seus resultados que 
possam sustentar sua continuidade, bem como, essa realidade poder contribuir para o 
desenvolvimento sustentável. 
Considerando que a profissão contábil representa um grande diferencial para esta 
causa e precisa estar preparada para as mudanças da sociedade, o propósito de poder 
investigar o assunto é que o presente estudo levanta o seguinte questionamento: Os 
Contadores evidenciam as questões patrimoniais relacionadas ao meio ambiente? 
1.2 HIPÓTESE 
Os contadores da RMB não evidenciam as questões ambientais por falta de domínio 
técnico sobre o assunto. 
1.3 JUSTIFICATIVA 
Esta pesquisa pretende contribuir para que os contadores tenham a percepção de 
inserir em suas rotinas de trabalho a contabilidade ambiental, pois cabe ao contador ser um 
profissional persuasivo nas áreas ligadas à responsabilidade socioambiental, neste sentido é 
necessário estar capacitado para as discussões frente às necessidades da instituição no qual se 
 
 
trabalha e ser um agente social e de mudança por estar inserido na sociedade dando sua 
contribuição para o meio ambiente de forma ativa e consciente. 
Como afirma Ferreira (2006, p. 59): “O desenvolvimento da Contabilidade Ambiental 
é resultado da necessidade de oferecer informações adequadas às características de uma 
gestão ambiental”, e para que seja possível oferecer informações confiáveis aos gestores e 
para sociedade é necessário que os profissionais de contabilidade busquem um maior 
aprimoramento de seus conhecimentos. 
Desta forma, a pesquisa deverá aguçar o interesse dos contadores pela capacitação 
para que venham alcançar a qualificação necessária e, assim, atender melhor aos interesses 
das empresas em relação às questões relacionadas ao meio ambiente possibilitando dar à 
sociedade uma resposta que seja sustentável. Neste sentido, as informações que esses 
profissionais poderão gerar para dar maior embasamento nas tomadas de decisões. 
1.4 OBJETIVOS 
1.4.1 Geral 
Desenvolver um estudo para evidenciar o grau de envolvimento dos contadores da 
RMB sobre as questões ambientais. 
1.4.2 Específicos 
 Identificar o perfil dos contadores em relação às questões ambientais. 
 Identificar se os contadores estão realizando estudos sobre a contabilidade 
ambiental. 
 Identificar a importânciada contabilidade ambiental para uma gestão responsável 
das empresas. 
 Analisar as contribuições que o contador pode dar à empresa para que ela possa 
se tornar ambientalmente responsável. 
1.5 METODOLOGIA 
O presente estudo irá oferecer uma noção da importância de se buscar a educação 
continuada com o objetivo de estar acompanhando as mudanças do mercado e da sociedade 
para proporcionar aos clientes confiabilidade no desempenho das atividades contábeis. 
Quanto aos objetivos, à pesquisa é descritiva, Gil (1991, p. 46), afirma que esse tipo de 
pesquisa adota “como objetivo primordial a descrição das características de determinada 
população ou fenômeno”. Nesse mesmo raciocínio, Malhotra (2001, p. 108), fala que a 
pesquisa descritiva “tem como principal objetivo a descrição de algo”, esse tipo de pesquisa 
apóia-se na estatística descritiva que segundo Neto (2004, p. 02), tem como objetivo 
“descrever e resumir os dados a fim de que possamos tirar conclusões a respeito de 
características de interesse”, para realizar as descrições da população a ser pesquisada. Neste 
caso ao considerar o cenário socioambiental, o propósito é analisar o domínio dos contadores 
sobre as questões ambientais. 
Em relação aos aspectos da abordagem do problema, o estudo é qualitativo e 
quantitativo. Neto (2004, p. 02), retrata que a abordagem qualitativa decorre quando os 
valores são expressos por atributos, enquanto que a abordagem quantitativa é expressa em 
números, desta forma foi realizado um estudo sobre contabilidade ambiental para apresentar 
de forma detalhada a responsabilidade social do contador perante a sociedade, além utilizar 
instrumentos estatísticos para analisar os dados coletados sobre a pesquisa. 
No que diz respeito aos procedimentos e objetos, foi realizada uma pesquisa 
bibliográfica, que segundo Vergara (2005, p. 48), é o “estudo sistematizado desenvolvido com 
base em material publicado em livros, jornais, em redes eletrônicas, isto é, material acessível 
ao público em geral”, nesta pesquisa além dos recursos acima foi realizada a aplicação de um 
 
 
formulário de pesquisa aplicado por alunos da graduação de duas instituições, uma pública e 
outra particular com o intuito de entrevistar os contadores da Região Metropolitana de Belém 
a partir de uma amostra. 
2 CONTABILIDADE 
A contabilidade é uma das ciências mais antigas, existente desde os primórdios das 
civilizações, seu surgimento partiu da necessidade do homem em acompanhar e controlar os 
seus bens. 
Segundo Iudícibus (2000, p. 29), a contabilidade é tão antiga quanto à origem do 
homem pensante. Historiadores remontam os primeiros sinais da existência de contas 
aproximadamente há 4000 anos a.C. Entretanto, talvez antes disto o homem primitivo, ao 
inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponível, ao contar seus rebanhos, ao 
contar suas ânforas de bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar de contabilidade. 
Os autores Iudícibus & Marion (1999, apud Beuren, et.al 2003, p.23), dizem que a fase 
da Contabilidade do Mundo Antigo compreende desde os primórdios da história até 
aproximadamente o ano de 1200 d.C., e seus acontecimentos marcam o nascimento da 
Contabilidade. 
Os mesmo autores ainda dizem que a Contabilidade surgiu para atender à necessidade 
de avaliar a riqueza do homem, bem como os acréscimos e decréscimos dessa riqueza em uma 
época em que ainda não existiam números, escrita ou moeda. 
Nota-se que desde épocas antigas os homens buscavam se organizar para controlar seu 
patrimônio. Nesse sentido, praticavam atividades comerciais através da troca de bens e 
mercadorias, onde até os dias de hoje existe a preocupação em controlar o patrimônio das 
pessoas e das empresas. 
2.1 Profissão Contábil no Brasil 
A profissão contábil foi inicialmente regulamentada no Brasil pelo Decreto-Lei n° 
9.295, de 27 de maio de 1946 e resoluções complementares, cujas disposições expressas no 
art. 12 do Decreto-Lei nº 9.295-46, define que só poderia exercer a profissão contábil quem 
possuísse seu registro (inscrição profissional) no Conselho Regional de Contabilidade da sua 
jurisdição. Posteriormente, no ano de 2010 foi editada a Lei Complementar nº 12.249/10, que 
normatiza o Exame de Suficiência no Brasil, regulamentado pelo CFC, através da Resolução 
CFC nº 1.301/10. De acordo com informações do CFC, a realização do Exame de Suficiência 
representa um requisito para obtenção ou restabelecimento do registro profissional em CRC‟s, 
trazendo o reconhecimento da profissão perante a sociedade. 
Segundo o CFC, o Exame de Suficiência é um instrumento para estimular mudanças 
nas instituições de ensino e currículos dos cursos de Ciências Contábeis, pois através de 
investimentos na formação de novos profissionais, a profissão continuará avançando para 
atender às demandas de uma economia globalizada e, tecnologicamente moderna. 
Informações obtidas no CFC, atualmente existem 289.685 contadores cadastrados no 
Brasil, sendo que a Região Sudeste concentra o maior número de contadores de 137.585, a 
Região Sul com 56.292, a Região Nordeste 46.471, a Região Centro Oeste com 28.975, e a 
Região Norte conta com 20.362 contadores. Nesse contexto, é possível perceber que a 
profissão contábil permanece crescendo, conforme mostrado no Gráfico 1. 
Gráfico 1: Contadores ativos no Brasil 
 
 
 
 Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (2012) 
 Ainda segundo o CFC, o Estado do Pará possui 7.518 contadores cadastrados, sendo 
4.134 são do sexo feminino e 3.384 do sexo masculino, como Gráfico 2. 
Gráfico 2: Contadores por gênero registrados no Pará 
 
Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (2012) 
Entretanto, este o atual vem exigindo cada vez mais que os profissionais de 
contabilidade acompanhem demanda que exige competitividade, dinamismo, habilidades e 
profissionalismo. Nesse sentido, é basilar que o contador procure ter mais domínio de suas 
atribuições e, neste particular, as questões ambientais devem fazer parte desta realidade, 
especialmente os profissionais da RMB. 
2.2 Discussões Ambientais e Contábeis 
O meio ambiente tornou-se um tema muito discutido na atualidade, embora as 
preocupações advindas dos impactos ambientais tenham iniciado no século XIX, somente a 
partir do século XX começou a repercutir na sociedade. Segundo Ferreira (2006, p. 12), a 
primeira repercussão internacional foi na Conferência Mundial sobre Meio Ambiente 
realizada no ano de 1972, em Estocolmo na Suécia, de acordo com a autora, este foi o 
primeiro passo na conscientização da sociedade mundial. 
Na década de 70, Tinoco e Kraemer (2008, p. 31), afirma ter surgido o conceito de 
desenvolvimento sustentável, que segundo eles: “[...] é o que atende às necessidades do 
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias 
necessidades”. Em 1975, ocorreu o Seminário Internacional de Educação em Belgrado, com a 
participação de diversos países, neste seminário propuseram que antes de qualquer ação de 
preservação ambiental, primeiramente, seria necessária uma educação ambiental. Ferreira 
(2006, p. 13) retrata que “O grande desafio da educação ambiental foi, então dividido em 
quatro tópicos: (1) conscientização; (2) sensibilização; (3) responsabilidade social; e (4) 
desenvolvimento sustentável”. 
Em 1978, na Alemanha, deu-se o surgimento do “selo ecológico”, destinado a rotular 
os produtos “ambientalmente corretos”, ou seja, os que não descartassem indevidamente na 
natureza resíduos gerados em seu processo de produção, ou em sua utilização. 
10,00% 16,04% 7,03% 
47,50% 
19,43% 
C. Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul 
C. Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul 
45,01% 
54,99% 
Masculino Feminino 
MasculinoFeminino 
 
 
Já em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, ocorreu a ECO-92, ou United Nations 
Conference on Environment and Development (Unced), nesta ficou estabelecido: 
[...] um compromisso maior dos países participantes com o assunto e onde os 
conceitos de “ambientalmente correto” e de “desenvolvimento sustentável” tomaram 
maior dimensão e começaram a fazer parte do dia a dia das sociedades civilizadas e, 
consequentemente, do cotidiano de um número maior de empresas. (FERREIRA, 
2006, p. 13). 
Na ECO-92 foi produzido um documento denominado Agenda 21 dividido em 40 
capítulos, que será abordado no decorrer da pesquisa. 
2.2.1 Desenvolvimento Sustentável 
O contexto que abrange o desenvolvimento sustentável, instituído por meio do 
relatório resultante do trabalho de uma equipe de especialistas em diversas áreas de 
conhecimento criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), intitulado “Nosso Futuro 
Comum” (CMMAD, 1991), levantou a preocupação em conciliar as atividades humanas e sua 
responsabilidade com a sustentabilidade (SOUZA, 2002 apud SILVA, 2003). 
O desenvolvimento sustentável é mais bem definido por este relatório como “o 
desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das 
gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991). Para que isso seja 
possível é necessário mudanças comportamentais da sociedade para que as empresas busquem 
estratégias nos seus processos produtivos evitando danos ao meio ambiente e, aos indivíduos 
para que busquem consumir produtos e alimentos que não degradam o meio ambiente. Sabe-
se que o risco ambiental constitui um processo complexo tanto para a empresa como para a 
sociedade que é atingida direta ou indiretamente pelas ações ambientalmente incorretas. 
Sobre o meio ambiente, sua avaliação e mensuração não é uma tarefa fácil. 
(BERGAMINI JÚNIOR, 2000 apud SILVA, 2003). Reforça, Martins e Ribeiro (1995, p. 02 
apud TINOCO e KRAEMER, 2008, p. 29) que: 
As empresas necessitam empenhar-se na manutenção de condições saudáveis de 
trabalho, na segurança, no treinamento e no lazer para seus funcionários e familiares; 
na contenção ou eliminação dos níveis de resíduos tóxicos, decorrentes de seu 
processo produtivo e do uso ou consumo de seus produtos, de forma a não agredir o 
meio ambiente de forma geral; na elaboração e na entrega de produtos e serviços, de 
acordo com as condições de qualidade e segurança desejadas pelos seus 
consumidores. 
Nesse sentido, Silva (2003, p. 32) aponta que: 
“[...] estudos vêm sendo intensificados utilizando a estrutura da contabilidade 
gerencial para abordar a questão sobre o impacto das empresas na sociedade, 
incluindo os empregados, o meio ambiente e reforçando as possibilidades e 
pertinência de a Contabilidade evidenciar os efeitos desses impactos, utilizando como 
veículo as demonstrações contábeis, sem desconsiderar suas limitações, em vista de 
uma nova realidade ainda não contemplada em alguns dos instrumentos legais que 
regem a disciplina”. 
Servindo de norte para as questões ambientais, a contabilidade proporciona a 
evidenciação dos impactos causados pelas atividades das empresas gerando informações 
importantes através das demonstrações contábeis. O Desenvolvimento Sustentável do Planeta 
foi um compromisso assumido com mais de 170 países no ECO-92, cujo principal objetivo 
foi traçar maneiras de preparar a população mundial para os desafios do século XXI. Segundo 
o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2012) Agenda 21 representa “um instrumento de 
planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, 
que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.” Para 
 
 
alcançar esse objetivo é necessário que as cidades implantem as Agendas 21 em suas 
localidades visando à elaboração de um plano de ação estratégica entre governo e sociedade 
para o desenvolvimento sustentável da cidade. 
O capítulo 28 da Agenda 21 global estabelece que: 
“cada autoridade em cada país implante uma Agenda 21 local tendo como base de 
ação a construção, operacionalização e manutenção da infraestrutura econômica, 
social e ambiental local, estabelecendo políticas ambientais locais e prestando 
assistência na implementação de políticas ambientais nacionais”. 
Já o capítulo 8, área d, é evidenciada a relação direta que a Agenda 21 tem com a 
Contabilidade, pois trata da necessidade de existirem procedimentos nacionais de 
contabilidade que integrem os aspectos sociais, ambientais e econômicos auxiliando na 
tomada de decisão de cada localidade. 
O Protocolo de Kyoto representa um acordo assinado no ano de 1997 por 189 nações 
com o comprometimento de reduzirem a emissão de gases causadores do efeito estufa em 
5,2%, comparando com os níveis de 1990. Especialistas do mundo todo acreditam ser o 
aquecimento global, o causador da emissão desses gases prejudiciais à humanidade. Apesar 
de o acordo ter sido assinado em 1997, somente no ano de 2005 entrou em vigor prevendo 
que as metas seriam atingidas em 2008 e 2012, ano em que o acordo se expira. Mas nações 
como os Estados Unidos e a Austrália, se opuseram ao Protocolo de Kyoto com a 
argumentação de que implantação de metas prejudicaria a economia do país preferindo apenas 
ações voluntárias por partes das empresas poluentes e de novas soluções tecnológicas, já em 
2007 após uma troca de governo, a Austrália mudou sua posição e ratificou o acordo durante a 
Conferência da Organização das Nações Unidas, em Bali (SILVA, 2003). 
Vale ressaltar que, recentemente, após a Conferência do Clima em Durban, o Canadá 
abandonou oficialmente o Protocolo de Kyoto, justificando sua saída como forma de 
desenvolver o crescimento econômico do Canadá, portanto, propõe parcerias entre países na 
criação de projetos ambientais; dá direito aos países desenvolvidos a oportunidade da compra 
créditos de carbono das nações menos poluentes permitindo, também, o mercado de créditos 
de carbono. Esse mercado é uma espécie de moeda negociável, onde os países passam a 
negociar esses créditos de carbono pagando o preço da liberação de carbonos para a 
atmosfera, enquanto que, os que vendem acumulam créditos em sua economia. 
2.2.3 Contabilidade Ambiental 
Segundo Tinoco e Kraemer (2008, p. 12), a partir de fevereiro de 1998, a 
Contabilidade Ambiental passou a ser considerada o novo ramo da ciência contábil a partir 
relatório financeiro e contábil sobre o passivo e custos ambientais, elaborado pelo Grupo de 
Trabalho Intergovernamental das Nações Unidas de Especialistas em Padrões Internacionais 
de Contabilidade e Relatórios (Isar – United Nations Intergovernmental Working Group of 
Experts on International Standards of Accounting and Reporting). 
A contabilidade ambiental, segundo o entendimento de Paiva (2003, p. 17), é “(...) a 
atividade de identificação de dados e registro de eventos ambientais, processamento e geração 
de informações que subsidiem o usuário servindo como parâmetro em suas tomadas de 
decisões”. Assim, a contabilidade tem por finalidade informar aos usuários que possuem 
interesse no cenário corporativo sobre situações ligadas ao meio ambiente para facilitar a 
tomada de decisão. 
Tinoco e Kraemer (2008, p. 32), afirmam que: 
[...] a contabilidade deveria buscar responder a esse novo desafio, atendendo aos 
usuários interessados na atuação das empresas sobre o meio ambiente, subsidiando o 
 
 
processo de tomada de decisão, além das obrigações com a sociedade no que tange à 
responsabilidade social e à questão ambiental. 
Nesse mesmo raciocínio, Braga (2007, p. 08), destaca que: 
[...] a Contabilidade pode ser de grande utilidade no processo de comunicação entre 
entidadese sociedade no que se refere à defesa do meio ambiente. Primeiro, 
identificando e fornecendo subsídio informacional para controlar os impactos 
ambientais da atividade operacional; segundo, fortalecendo a imagem de uma empresa 
socialmente responsável, fornecendo um conjunto de informações confiáveis para o 
público externo e interno; terceiro, incentivando a empresa a tornar-se um agente 
educador da comunidade/sociedade sobre o meio ambiente. 
A contabilidade ambiental não sanará todos os problemas ambientais, entretanto, seus 
relatórios podem gerar informações que oriente a empresa sobre os impactos ambientais. 
2.2.3.1 Gestão Ambiental 
A intensa necessidade da gestão ambiental tem tomado nos últimos anos um 
posicionamento estratégico nas empresas, pois proporciona diversos benefícios como à 
redução de riscos, redução de custos, melhoria na imagem da empresa na sociedade, 
continuidade, lucratividade, entre outros. 
Ainda segundo Tinoco e Kraemer (2008, p. 114): 
Gestão ambiental é o sistema que inclui a estrutura organizacional, atividades de 
planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para 
desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. 
Para Ferreira (2006, p. 41), o objetivo da Gestão ambiental: 
Deve ser o de propiciar benefícios à empresa que superem, anulem ou diminuam os 
custos das degradações, causados pelas demais atividades da empresa e, 
principalmente, pela área produtiva. O responsável por gerir o meio ambiente não é o 
responsável por degradá-lo. 
A gestão ambiental avalia o processo produtivo da empresa e os eventos que geram ou 
minimizam os impactos ambientais, para que seja possível o alcance dos benefícios 
econômicos e estratégicos, utilizada interna e externamente pela empresa para o auxílio na 
tomada de decisões relacionadas na qualidade ambiental deseja. Os sistemas de gestão 
ambiental originam-se de sistemas de qualidade cuja função é possibilitar as empresas 
visualizar e controlar os impactos causados por suas atividades ao meio ambiente. 
Tinoco e Kraemer (2008, p. 126), definem sistema de gestão ambiental como: 
[...] um conjunto de procedimentos para gerir ou administrar uma organização, de 
forma a obter o melhor relacionamento com o meio ambiente. Consiste, 
essencialmente, no planejamento de suas atividades, visando à eliminação ou 
minimização dos impactos ao meio ambiente, por meio de ações preventivas ou 
medidas mitigadoras. 
Na implantação de um sistema de gestão ambiental é necessário identificar os aspectos 
pertinentes às atividades, produtos e serviços realizados nas empresas e os impactos 
relevantes que poderão causar ao meio ambiente. Os sistemas de gestão ambiental, trazem um 
rápido retorno às empresas, tanto pela economia adquirida pela racionalização, quanto pela 
otimização de níveis de eficiência agregados aos bens e serviços. 
Os sistemas de gestão ambiental, sistematizam os processos das atividades da 
empresa, desde a contratação de recursos humanos até a distribuição de bens e produtos, de 
forma a contribuir estrategicamente nas etapas das atividades corporativas, levando em 
consideração as metas e prazos almejados com a utilização correta dos recursos disponíveis. 
2.2.3.2 Ativos Ambientais 
 
 
Na literatura contábil há diversas definições para Ativo, para Martins (1972), o Ativo 
“é o futuro resultado econômico que se espera obter de um agente”, enquanto que, o Valor 
econômico de um Ativo é “o valor atual máximo dos resultados econômicos futuros 
esperados, no cálculo do qual a taxa de desconto é a do custo de oportunidade de igual risco”. 
O Ativo representa a capacidade econômica da empresa, com uso de seus tangíveis e 
intangíveis, com potencial de agregar todos os atributos para atender às necessidades 
presentes, possibilitando a geração de benefícios futuros compatíveis com sua atividade. 
Nesse contexto, para Silva (2003), Ativos Ambientais “são todos os bens e direitos da 
empresa que estão relacionados com a atividade ambiental, seja no sentido de preservação, 
conservação ou recuperação que trarão benefícios futuros à empresa e a natureza”. Nesse 
mesmo raciocínio, Tinoco e Kraemer (2008, p. 181), definem como “bens adquiridos pela 
companhia que têm como finalidade controle, preservação e recuperação do meio ambiente”. 
Os autores ainda falam que os Ativos Ambientais representam: os estoques de insumos, 
peças, acessórios etc. utilizados no processo produtivo de eliminação ou redução dos níveis de 
poluição e de geração de resíduos; os investimentos em máquinas, equipamentos, instalações 
etc. adquiridos ou produzidos com intenção de amenizar os impactos causados ao meio 
ambiente; os gastos com pesquisas, visando ao desenvolvimento de tecnologias modernas, de 
médio e longo prazo, desde que constituam benefícios ou ações que irão refletir nos exercícios 
seguintes. 
2.2.3.3 Passivos Ambientais 
Quanto à definição de passivo, o Financial Accounting Standard Boards (FASB) 
(1976 apud HENDRIKSEN; BREDA, 1999, p. 283), o define como: 
[...] sacrifícios futuros prováveis de benefícios econômicos decorrentes de obrigações 
presentes de uma dada entidade quanto à transferência de ativos ou prestação de 
serviços a outras entidades no futuro, em conseqüência de transações ou eventos 
passados. 
Segundo Ribeiro e Gratão (2000), os Passivos Ambientais ficaram amplamente 
conhecidos pela sua conotação mais negativa, ou seja, as empresas que o possuem agrediram 
significativamente o meio ambiente e, dessa forma, tem que pagar quantias a título de 
indenização de terceiros e multas para a recuperação de áreas danificadas. 
Relativa à questão negativa, os Passivos Ambientais não surgem apenas desses fatos, 
eles podem ser originados de situação decorrentes da manutenção de sistema de 
gerenciamento ambiental. Esses tipos de sistemas necessitam de aquisições de insumos, tais 
como, máquinas e instalações para o funcionamento, o que diversas vezes será realizado na 
forma de financiamento direto dos fornecedores ou, através de instituições de créditos. 
Portanto, um grande desafio nesse sentido seria as empresas assumirem que possuem um 
Passivo Ambiental, pois muitas das vezes isso somente é possível através de autuações ou 
cumprimentos legais. 
2.2.3.4 Receitas Ambientais 
Conforme Iudícibus (2009), a definição de receita, representa “A entrada de elementos 
para o ativo, sob forma de dinheiro ou em direitos ou à prestação de serviços”. 
O Princípio da Competência, em seu art. 9º, § 3º, inciso I, define que: 
As receitas consideram-se realizadas, nas transações com terceiros, quando estes 
efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme em efetivá-lo, que pela 
investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à Entidade, quer pela 
fruição de serviços por esta prestados. (CFC, 1993) 
Complementarmente, a Resolução CFC nº 774/94, enfatiza que: 
 
 
A receita é considerada realizada no momento em que há a venda de bens e direitos da 
Entidade – entendida a palavra „bem‟ em sentido amplo, incluindo toda sorte de 
mercadoria, produto, serviços, inclusive equipamentos e imóveis -, com a 
transferência da sua propriedade para terceiros (...). 
Tinoco e Kraemer (2008, p. 192), destacam que Receitas Ambientais decorrem da: 
prestação de serviços especializados em gestão ambiental; venda de produtos elaborados de 
sobras de insumos do processo produtivo; venda de produtos reciclados; receita de 
aproveitamento de gases e calor; redução do consumo de matérias-primas; redução do 
consumo de energia; redução do consumo de água; participação no faturamento total da 
empresa que se reconhece como sendo devida a sua atuação responsável com o meioambiente. 
As receitas ambientais gerarão acréscimo de contribuição marginal de “produtos 
verdes” que poderão ser vendidos a preços mais elevados, além de abrir novas linhas de 
produção para novos mercados, que desencadeará aumento nas ofertas em decorrência de 
demandas da confiabilidade no produto por terem origem definidas (SILVA, 2003). 
2.2.3.5 Despesas Ambientais 
Martins (2003, p. 25), define Despesas como “(...) bens ou serviços consumidos direta 
ou indiretamente para a obtenção de receitas”. 
Nesse mesmo raciocínio, Ribeiro (1997, p. 17), define as Despesas Ambientais como 
“todos os gastos envolvidos com o gerenciamento ambiental, consumidos no período e 
incorridos na área administrativa” 
Tinoco e Kraemer (2008, p. 191), citam alguns exemplos de Despesas Ambientais, ou 
seja: tratamento de resíduos e vertidos; tratamento de emissões; descontaminação; 
depreciação de equipamentos; exaustões ambientais; desenvolvimento de tecnologias mais 
limpas. 
Embora as despesas gerem benefícios em mais de um período distinto do período em 
curso, os mesmos são considerados despesas do exercício em curso, de acordo com o grau de 
dificuldade de mensuração desses benefícios. (RIBEIRO, 2005). 
3 PESQUISA DE CAMPO 
A partir dos dados obtidos com a pesquisa de campo foram feitos questionamentos que 
pudessem dar esclarecimentos científicos sobre o perfil do contador que atua na RMB, em 
relação à sua condição profissional em relação à Contabilidade Ambiental, entendendo a 
importância sobre o assunto para a continuidade das entidades para as quais esses 
profissionais prestam serviços. 
3.1 CARACTERIZAÇÃO METODOLÓGICA DA PESQUISA 
A pesquisa foi realizada com a aplicação de 412 formulários de pesquisa, sendo 
todos respondidos, esse formulário é composto por dezenove perguntas com respostas 
fechadas, sendo que as primeiras nove perguntas possibilitaram identificar o perfil 
socioeconômico dos contadores e das demais foram selecionadas cinco perguntas relevantes 
para conhecer as características profissionais desses contadores. O formulário de pesquisa foi 
aplicado aleatoriamente durante o período de 26 de maio de 2011 a 21 de junho de 2011 
buscando alcançar profissionais contadores da RMB. 
3.1.1 Gênero 
A partir dos dados obtidos junto aos entrevistados foi possível observar a 
predominância do sexo masculino, ou seja, 64% do universo da pesquisa. Enquanto que, os 
36% restantes são representados pelo sexo feminino, conforme Gráfico 3. 
Gráfico 3: Sexo 
 
 
 
Fonte: Pesquisa de campo 
 
3.1.2 Faixa Etária 
Uma parte significativa dos profissionais, 34%, encontram-se na faixa etária de 31 a 
40 anos de idade, representando uma condição mediana desses profissionais, enquanto que os 
pesquisados da faixa que vai de 22 até 30 anos representam 33%, revelado pela pesquisa 
como sendo o segundo maior número de profissionais atuantes na RMB. O restante dos 
pesquisados somados alcançaram 33%, que representa um público de maior maturidade com 
idade que vai a partir de 41 anos, conforme Gráfico 4. 
Gráfico 4: Faixa Etária 
 
Fonte: Pesquisa de campo 
3.1.3 Formação Acadêmica 
A pesquisa revela que apenas 27% dos entrevistados formaram-se em instituição 
pública, enquanto que 73% restante, estudaram em instituições privadas, o Gráfico 5. 
 Gráfico 5: Origem da graduação 
 
Fonte: Pesquisa de campo 
Foi observado de forma expressiva na pesquisa que 60% dos profissionais de 
contabilidade não estão buscando capacitação para acompanhar as mudanças ocorridas na 
profissão. Entretanto, de forma satisfatória, os dados revelam que 37% estão indo em busca de 
novos conhecimentos para fazer frente ao cenário atual, através da pós-graduação, lato sensu. 
O outros 3% já concluíram cursos de Mestrado, vide Gráfico 6. 
Gráfico 6: Pós Graduação 
36% 
64% 
FEMININO 
MASCULINO 
0% 
33% 
34% 
21% 
12% ATE 21 ANOS 
DE 22 ATÉ 30 
ANOS 
DE 31 A 40 ANOS 
DE 41 A 50 ANOS 
27% 
38% 
9% 
6% 
2% 
3% 
5% 9% 1% UFPA UNAMA 
CESUPA FACI 
ESMAC FEAPA 
IESAM OUTROS 
ESAMAZ 
 
 
 
Fonte: Pesquisa de campo 
3.1.4 Atividades Favoráveis para Classe Contábil 
Ao analisar os resultados da pesquisa foi possível observar que as atividades mais 
desenvolvidas pelos contadores são representadas pela atividade de Assessoria Financeira e 
Contábil alcançando 65% do resultado da pesquisa, este dado representa o grande 
envolvimento dos profissionais com as questões pertinentes à empresa tendo em vista que 
possibilita entender que esse profissional mantém um forte relacionamento com seus clientes 
especialmente para ajudá-los com a continuidade do empreendimento. 
No que se refere à Contabilidade Ambiental foi possível observar a grande distância 
desses profissionais dessa realidade, fato constatado pelo resultado inexpressivo de apenas 2% 
dos entrevistados se envolve com essa atividade. Neste sentido, o resultado aponta para a 
necessidade de a classe contábil ser alertada em relação a nova realidade, considerando que as 
ações na área facilitam as decisões sobre o papel da empresa frente a sustentabilidade. 
Quanto às demais atividades desenvolvidas representaram 33% envolvendo atividades 
de: Contabilidade Pública; 15%, Planejamento Tributário; 11%, Contabilidade do Terceiro 
Setor; 4% e Outras não especificadas que se referiram a 3%. Gráfico 7. 
Gráfico 7: Atividade mais favorável ao contador 
 
Fonte: Pesquisa de campo 
3.1.5 Conhecimento sobre Desenvolvimento Sustentável 
Foi constatado com a pesquisa que esses profissionais sabem sobre 
“Desenvolvimento Sustentável”, ou seja, 51% afirmaram conhecer o termo. Entretanto, 
quando se compara com os resultados de suas práticas contábeis, apresentadas no Gráfico 7, 
há uma distorção de procedimentos em relação ao uso da Contabilidade Ambiental. 
A realidade global em relação às questões ambientais representa uma grande 
preocupação por parte das ciências dando à Contabilidade a oportunidade de se inserir neste 
contexto, necessitando, portanto, que os profissionais estejam capacitados para tal demanda. 
Ao observar os demais dados apresentados na pesquisa, concluiu-se que 28% dos 
profissionais tem procurado orientar seus clientes acerca do assunto, enquanto que o restante, 
21% permanecem alheios a essa realidade, deve Gráfico 8. 
Gráfico 8: Desenvolvimento Sustentável: Você conhece o termo? 
60% 
37% 
3% NÃO TENHO 
ESPECIALIZAÇÃO 
COMPLETA 
MESTRADO COMPLETO 
65% 
15% 
2% 
4% 11% 3% 
ASSESSORIA FINANCEIRA E 
CONTÁBIL 
CONTABILIDADE PUBLICA 
CONTABILIDADE 
AMBIENTAL 
CONTABILIDADE DO 
TERCEIRO SETOR 
PLANEJAMENTO 
TRIBUTARIO 
 
 
 
Fonte: Pesquisa de campo 
3.1.6 Geração de Resíduos pelas Empresas 
O termo “Resíduo” é uma questão que está diretamente ligada ao desenvolvimento 
sustentável, pois “minimizar a produção de resíduos em qualquer processo produtivo implica 
utilizar maior potencial das matérias-primas (...)” Ribeiro (1992). Os descartes industriais 
poderão ser mais bem aproveitados nas próprias empresas ou em outros segmentos e, desta 
forma, possibilita o incremento de caixa desde que a indústria passe a utilizar tecnologia para 
aproveitamento do “lixo” industrial, garantindo-lhe diferenças econômicas, ao mesmo tempo 
em que, o manejo inadequado dos resíduos, segundo Braga (2007, p. 22), “gera um impacto 
ao meio ambiente, podendo vir a causar inúmeros danos para as pessoas e o ambiente”. 
Portanto, em relação ao resultado da pesquisa foi possível notar uma proximidade dos dados 
obtidos quando se trata da geração de resíduos pelas empresas, já que 32% dos profissionais 
afirmaram que as empresas ainda não estão dando a devida atenção e tratamento quanto àgeração de seus resíduos. 
Foi possível observar ainda na pesquisa, que 26% dos profissionais não estão em 
completa sintonia com as empresas para saber das suas atividades operacionais em relação à 
geração de resíduos. Neste caso, recomenda-se que o contador passe a dar mais importância 
para essas realidades empresariais tendo em vista a necessidade gerada pela situação em que 
se encontra o Planeta. 
Ao se consultar o conceito de sustentabilidade se chega a conclusão de que as 
gerações futuras necessitarão utilizar dos mesmos recursos que hoje estão disponíveis à 
Humanidade. Essa condição leva a concluir com a pesquisa que 42% estão em sintonia com 
os conceitos da sustentabilidade tendo em vista que 22% dos entrevistados afirmaram que as 
empresas com as quais trabalham mantem os cuidados necessários na geração de resíduos, 
levantando-se a hipótese de que estão fazendo reaproveitando os resíduos.Outros 4% 
afirmaram que as empresas reaproveitam seus resíduos, bem como, 4% afirmam que as 
empresas de seus clientes fazem doação e, por fim, o restante, 12%, afirmam que a destinação 
dos resíduos é a produção de subprodutos ou, ainda, a venda desses resíduos, o que representa 
um aspecto positivo para a sustentabilidade, conforme Gráfico 9. 
Gráfico 9: As empresas de seus clientes geram resíduos? 
 
Fonte: Pesquisa de campo 
51% 
28% 
18% 
3% Sim, e é aplicável em qualquer 
empresa 
Sim, oriento os clientes sobre o 
assunto 
Não, mas tenho procurado me 
informar a respeito 
Desconheço o conceito 
22% 
26% 32% 
4% 
12% 
4% 
Não, por que mantém os cuidados 
necessários 
Desconheço se existe essa 
realidade 
Sim, algumas nem dão 
importância ao assunto 
Sim, todas fazem o 
reaproveitamento 
Sim, algumas utilizam na 
produção de sub-produto ou venda 
Sim, essas empresas fazem doação 
de tudo 
 
 
3.1.7 Tratamento Contábil da Venda de Resíduos 
Segundo Iudícibus (2009), a receita representa “A entrada de elementos para o ativo, 
sob a forma de dinheiro ou em direitos ou à prestação de serviços”. 
Oportunamente, a pesquisa buscou conhecer, junto aos profissionais, qual o tratamento 
contábil que é dado aos resíduos. Se considerar que esses resíduos poderão trazer para 
empresa entrada de caixa então a contabilidade ambiental deve se fazer presente para dar o 
devido tratamento dessas receitas, neste sentido, o que se obteve com os resultados da 
pesquisa revelam que 15% dos entrevistados mantém a preocupação de fazer a contabilização 
desses resíduos ou, eventualmente, subprodutos como receita ambiental, neste caso na 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), esta conta deverá figurar entre as receitas 
operacionais da empresa caracterizada como ambiental para que o usuário da informação 
entenda que nos resultados da empresa existem contribuições advindas a partir de vendas de 
resíduos. 
Ao analisar o resultado da pesquisa se constata que apenas 6% dos entrevistados 
procedem à contabilização junto com a receita operacional da empresa, levando ao 
entendimento de que na DRE esses valores estarão em desacordo com o que recomenda os 
procedimentos da contabilidade ambiental, segundo recomenda Silva (2003). Nesta mesma 
linha de raciocínio equivocado 19% dos entrevistados informaram que a receita deve ser 
segregada como não operacional fato que do ponto de vista legal, de acordo com a Lei 
6.404/76 e alterações, esse procedimento não se aplica a esse tipo de receita. 
A pesquisa revela como ponto positivo, especificamente, sobre o assunto aqui 
analisado que 35% desses profissionais mantêm a preocupação de não trabalhar com 
empresas que poluem o que representa um dado positivo em relação ao pensamento desses 
contadores já que as questões relacionadas à sustentabilidade tem tido um espaço garantido no 
presente estudo. 
Entretanto, 25% desses profissionais não há a devida qualificação ou conhecimento 
para adotar procedimentos técnicos sobre as formas contábeis que demandam a realidade aqui 
analisada. Neste sentido, o estudo poderá servir como um alerta para que a classe contábil 
tenha uma atenção especial que venha garantir condições para que o profissional alcance a 
devida qualificação que o leve a tratar essas questões em especial. Os dados aqui analisados 
podem ser visualizados com maior clareza a partir do Gráfico 10. 
Gráfico 10: Tratamento contábil da venda de resíduos ou derivados. 
 
Fonte: Pesquisa de campo 
3.1.8 Contabilidade Ambiental 
A Contabilidade Ambiental tornou-se uma alternativa para que as empresas possam 
acompanhar as modificações patrimoniais, não só por vias tradicionais, mas segregadas em 
informações ambientais conforme sua realidade patrimonial (SILVA, 2003, p. 46). 
6% 
19% 
15% 
25% 
35% 
Contabiliza junto com a receita 
operacional da empresa 
Deve ser segregado como 
receita não-operacional 
Contabilizado como receita 
ambiental 
Não sei qual o procedimento 
correto 
Não trabalho com empresas que 
poluem 
 
 
A pesquisa apresenta dados bastante interessantes que confirmam a fragilidade na 
capacitação desses profissionais, visto que, especificamente sobre o assunto 73% dos 
entrevistados foram taxativos em afirmar o seu distanciamento sobre a realidade da 
contabilidade ambiental, tendo em vista que, 41% ainda não se interessaram em aprender os 
procedimentos, enquanto que, 32% preferem manter a contabilidade tradicional. Esta 
realidade representa uma grande preocupação do estudo considerando, mais uma vez, que o 
assunto representa uma realidade da qual a Ciência Contábil já está definitivamente inserida, 
portanto, esses profissionais devem buscar meios para rever seus posicionamentos e, assim, 
estarem mais afinados com a realidade. 
Por outro lado, 27% restantes apresentam informações que dão ao estudo uma 
condição positiva visto que estão mais afinados com a realidade das ciências em relação às 
questões ambientais, possibilitando as suas inserções num cenário falado pelo mundo 
globalizado já que estão realizando suas atividades em consonância com o que manda o 
conceito da sustentabilidade, conforme pode ser visualizado através do Gráfico 11. 
Gráfico 11: Você faz Contabilidade Ambiental? 
 
Fonte: Pesquisa de campo 
Neste sentido, os resultados analisados fazem com que o presente estudo dê à 
comunidade contábil uma contribuição no sentido de poder conhecer melhor os seus 
profissionais. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A Contabilidade Ambiental surgiu como uma vertente norteadora do relacionamento 
das atividades empresariais com o meio ambiente, proporcionando uma convergência entre 
empresa e a sustentabilidade facilitando as tomadas de decisões referentes o papel da empresa 
perante a sustentabilidade. 
Baseado no estudo, a hipótese levantada foi confirmada, já que os contadores da RMB 
não estão explorando as questões ambientais devido à falta de domínio sobre o assunto. Neste 
caso, vem de encontro a realidade mundial que apresenta a preocupação demonstrada pelas 
diferentes mas, dá à Contabilidade a oportunidade de se inserir neste contexto, necessitando, 
portanto, que os profissionais da área estejam capacitados suficientemente para atender a essa 
demanda. 
No que diz respeito à análise dos dados, é importante destacar que os objetivos da 
pesquisa foram alcançados a partir do levantamento bibliográfico e da análise dos dados 
levantados através da pesquisa de campo visando à percepção do perfil dos contadores e 
evidenciando que muitos ainda estão alheios a essa realidade sustentável. Nesse sentido, 
conclui-se que os Contadores pesquisados na RMB precisam rever seus posicionamentos 
acerca das questões ambientais buscando uma sintonia com a realidadedemonstrada na 
41% 
7% 12% 
7% 
1% 
32% 
Ainda não me interessei em aprender os 
procedimentos 
Sim, por que ela gera uma informação 
diferenciada 
Sim, apenas se meu cliente solicitar 
Sim, por que ajuda na gestão e revela a 
realidade ambiental da empresa 
Sim, por entender que abre espaço para a 
certificação ambiental 
Não, prefiro manter só a contabilidade 
tradicional 
 
 
pesquisa para que se venha exercer a profissão com precisão para dar confiabilidade ao 
cenário empresarial no qual atua. 
Portanto, o estudo recomenda que novas pesquisas sejam realizadas visando explorar 
constantemente a Contabilidade Ambiental para uma análise mais abrangente sobre os 
indicadores de desempenho ambiental com o intuito de contribuir para os avanços científicos 
sobre essa vertente, bem como, entende que os contadores da RMB conscientizem-se da 
necessidade de absorver positivamente a importância da contabilização dos impactos 
ambientais para as empresas com as quais prestam serviços, de maneira a estarem preparados 
para exercer a profissão contábil com excelência. 
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