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Faculdade Maurício de Nassau Direito – Noturno – 90441NA -2013.1 FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU CURSO: DIREITO 2013.1–TURMA 90441NA DISCIPLINA: DIREITO PENAL III PROFESSORA: NELISSE DE FARIAS JOSINO VASCONCELOS DATA: 02/06/2013 EQUIPE: ALEX SANDRO VASCONCELOS DE ARAÚJO ADRIEL DE ARAÚJO LOBATO JÚNIOR OBRA: Gonçalves. Victor Eduardo Rios,Direito Penal Esquematizado Parte Especial, Coordenador Pedro Lenza, Editora Saraiva, 1ª Edição, 2011. TEMA: DEFINIR O SUJEITO PASSIVO, ATIVO, CONSUMAÇÃO, EXEMPLO E CONCEITO DOS ARTIGOS (184 aos 212) DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO. TÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL Violação de direito autoral Art. 184 - Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: O autor da obra, seus sucessores ou, ainda, aqueles a quem os direitos do autor tenham sido cedidos, conforme permite o art. 49, I, da Lei n. 9.610/98. Consumação: Se dá no momento da efetiva violação. Exemplo: Os camelôs que expõem à venda e comercializam CDs ou filmes falsificados, ou aqueles que efetuam a distribuição desses produtos, bem como lojistas que vendem camisas ou cadernos com estampas de personagens de desenhos animados sem que tenha havido autorização dos titulares do direito autoral (criação intelectual). Conceito: Consiste em violar direito autoral. Violar é sinônimo de transgredir, ofender. O autor tem direitos patrimoniais e morais sobre sua obra. Assim, caracterizam o crime o plágio, a utilização indevida de imagem da obra, a sua reprodução não autorizada e até a confecção de edição de número maior de volumes sem o conhecimento do autor. Usurpação de nome ou pseudônimo alheio Art. 185 - (Revogado pela Lei 10.695, de 01 de julho de 2003). Art. 186 - Procede-se mediante: I – queixa, nos crimes previstos no caput do artigo 184; II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e 2º do art. 184; III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3º do art. 184. CAPÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO Violação de privilégio de invenção Art. 187- (Revogado pelo art. 244 da Lei nº 9.279, de 14-05-96). Falsa atribuição de privilégio Art. 188- (Revogado pelo art. 244 da Lei nº 9.279, de 14-05-96). Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho privilegiado Art. 189- (Revogado pelo art. 244 da Lei nº 9.279, de 14-05-96). Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho Art. 190 - (Revogado pelo art. 244 da Lei nº 9.279, de 14-05-96). Art. 191- (Revogado pelo art. 244 da Lei nº 9.279, de 14-05-96). CAPÍTULO III DOS CRIMES CONTRA AS MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO Violação do direito de marca Art. 192- (Revogado pelo art. 244 da Lei nº 9.279, de 14-05-96). Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos Art. 193- (Revogado pelo art. 244 da Lei nº 9.279, de 14-05-96). Marca com falsa indicação de procedência Art. 194- (Revogado pelo art. 244 da Lei nº 9.279, de 14-05-96). Art. 195- (Revogado pelo art. 244 da Lei nº 9.279, de 14-05-96). CAPÍTULO IV DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL Concorrência desleal Art. 196 - (Revogado pelo art. 244 da Lei nº 9.279, de 14-05-96). TÍTULO IV DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Atentado contra a liberdade de trabalho Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça: I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência; II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou paralisação de atividade econômica: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: Também pode ser qualquer pessoa. Se várias pessoas forem coagidas em um mesmo contexto fático, haverá crime único. Consumação: No instante em que a vítima, coagida, realiza ou deixa de realizar a atividade que o agente determinou. Exemplo: Qualquer conduta ilícita que exclua o direito de exercer a atividade laborativa ou empresarial cometida por meio de violência ou grave ameaça em que o agente constrange a vítima. Conceito: O crime em análise é uma espécie de constrangimento ilegal relacionado a atividades laborativas em que se punem quatro condutas, sempre cometida por meio de violência ou grave ameaça, em que o agente constrange a vítima. Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: Pode ser qualquer pessoa. As pessoas que são coagidas à boicotagem não praticam crime algum, sendo vítimas deste. O empresário prejudicado é também vítima indireta do delito. Consumação: Na primeira figura típica, o crime se consuma no momento em que é celebrado o contrato de trabalho. Na boicotagem, o delito se aperfeiçoa no instante em que é negado o fornecimento ou aquisição de mercadorias. Exemplo: Forçar alguém a boicotar (a não fornecer ou não adquirir matéria-prima) ou celebrar contrato de trabalho com emprego de violência ou grave ameaça. Conceito: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou a não adquirir de outrem matéria--prima ou produto industrial ou agrícola. Atentado contra a liberdade de associação Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: Qualquer pessoa. Consumação: Quando a vítima, constrangida, passa a integrar as atividades de certo sindicato ou quando deixa de fazê-lo na ocasião em que pretendia integrá-lo. Exemplo: o agente obrigue a vítima a tomar ou deixar de tomar parte em sindicato determinado, específico ou associação profissional. Conceito: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional. Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Sujeito ativo: Na primeira figura típica, é o empregador, e na segunda, os empregados. Também respondem pelo crime aqueles que não são empregadores ou empregados, mas que, em conluio com estes, empreguem a violência. Sujeito passivo: No caso de violência contra pessoa, é aquele que foi agredido. Em se tratando de violência contra coisa, é a empresa atingida. Consumação: No exato instante em que for empregada a violência. Exemplo: participar de suspensão coletiva dotrabalho e ou participar de abandono coletivo de trabalho. Conceito: Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou coisa. Paralisação de trabalho de interesse coletivo Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Esse dispositivo encontra-se revogado pela Constituição Federal e pela Lei de Greve (Lei n. 7.783/89). Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Pode haver envolvimento de algum empregado da empresa ou não. Sujeito passivo: A coletividade e os proprietários da empresa. Consumação: O crime se consuma no instante em que é realizada a conduta típica invasão, ocupação, dano ou disposição. Exemplo: invadir e danificar estabelecimento comercial. Conceito: Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor. Frustração de direito assegurado por lei trabalhista Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho: Pena - detenção, de 1 (um) ano a 2 (dois) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. § 1º - Na mesma pena incorre quem: I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida; II – impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. § 2º - A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 (um sexto a um terço) se a vítima é menor de 18 (dezoito anos), idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito passivo: É a pessoa cujo direito é violado. Consumação: No momento em que é frustrado o direito trabalhista. Exemplo: frustrar, mediante violência ou fraude, os referidos direitos trabalhistas que são irrenunciáveis. Conceito: Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho. Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, e multa, além da pena correspondente à violência. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Sujeito passivo: O Estado. Consumação: No momento em que for efetivamente frustrada a obrigação legal da proporcionalidade. Exemplo: empregar fraude ou violência para driblar a proporcionalidade e a sanção administrativa. Conceito: Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho. Exercício de atividade com infração de decisão administrativa Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, ou multa. Sujeito ativo: pessoa que viola a decisão administrativa, exercendo a atividade da qual está impedida. Trata-se de crime próprio. Sujeito passivo: É o Estado, ente interessado no cumprimento das decisões administrativas. Consumação: A doutrina, de forma praticamente unânime, firmou entendimento de que se trata de crime habitual, que só se configura pela reiteração de atos que denotem que o agente está efetivamente se dedicando ao exercício da atividade de que está impedido. Exemplo: Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa. Conceito: Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa. Aliciamento para o fim de emigração Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: O trabalhador enganado e o Estado. Consumação: No instante em que o trabalhador é aliciado, ou seja, quando ele concorda em ir trabalhar no exterior após a proposta fraudulenta feita pelo agente. Exemplo: pessoas que enganam as vítimas com promessas de bom emprego, quando, em verdade, trabalharão em atividades braçais e mal remuneradas. Conceito: Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional: Pena - detenção de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: O Estado. A pessoa aliciada não é vítima, já que na presente infração penal não há emprego de fraude. Consumação: No momento em que se concretiza o aliciamento, ou seja, quando os trabalhadores aceitam a proposta de deslocamento para trabalhar em outro local. Exemplo: pessoas humildes, normalmente, no Norte ou Nordeste do Brasil, para trabalhar no corte de cana-de-açúcar no interior do Estado de São Paulo. Conceito: Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional. TÍTULO V DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; Impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa, inclusive ministros de outra religião. Sujeito passivo: A pessoa ofendida. Consumação: No momento em que é proferida a ofensa em público. Exemplo: escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa. Conceito: O crime consiste em escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa. O agente zomba, ridiculariza, ofende a vítima, quer em razão da fé que professa, quer em decorrência de sua função religiosa (padre, rabino, freira, coroinha, pastor etc.). CAPÍTULO II DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: A coletividade, que representa os familiares do morto e o Estado. Consumação: No exato instante em que o agente efetivamente impede ou perturba o enterro ou a cerimônia funerária. Exemplo: Impedir ou perturbar o enterro ou a cerimônia funerária. Conceito: Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária. Violação de sepultura Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Sujeito passivo: Familiares do morto. Consumação: No momento da efetiva violação ou profanação da sepultura ou urna funerária. Exemplo: Violar sepultura. Conceito: Violar ou profanar sepultura ou urna funerária.Destruição, subtração ou ocultação de cadáver Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. Sujeito passivo: A coletividade (crime vago), além dos familiares da pessoa morta. Consumação: No instante em que o agente realiza a conduta típica. Exemplo: homicídio, em que o agente, após matar a vítima, enterra o corpo ou o atira em um rio. Conceito: Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele. Vilipêndio a cadáver Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa, inclusive familiares do falecido. Sujeito passivo: coletividade (crime vago) e os familiares da pessoa morta. Consumação: No momento do ato de desrespeito. Exemplo: Homicídio praticado contra menor com o objetivo de com ele manter coito anal numa demonstração de ausência de elementar sentimento de piedade. Conceito: O ato de vilipendiar é sinônimo de desrespeitar, ultrajar, e admite qualquer meio de execução (palavras, gestos, escritos). É necessário que o ato seja praticado na presença do cadáver ou de suas cinzas. Direito penal III – Professora Nelisse de Freitas Josino Vasconcelos
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