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SUPLEMENTAÇÃO NO ESPORTE Prof. Wilson César de Abreu Nutrição/DCA/UFLA Aminoácidos de cadeia ramificada – ACR (BCAA) Metabolismo dos BCAAs São metabolizados preferencialmente pelo tecido muscular. Durante exercícios de endurance: • Fonte de energia; • Poupar glicogênio; • Fornecer substrato para gliconeogênese; • Promove a síntese proteica. EFEITOS PROPOSTOS: 1. Fortalece o sistema imunológico (previne a degradação da glutamina) (Bassit et al, 2000). 2. Hipertrofia muscular (> síntese proteica) (CARLI et al, 1992). 3. Ação anti-catabolica (preservação da massa muscular) (McLean et al, 1994, Blomstrand e Saltin, 2001). EFEITOS PROPOSTOS: 5. Poupam os estoques de glicogênio (Blomstrand e Saltin, 2001). 6. Retardam a fadiga central (Blomstrand et al., 1997). CORPO EM REPOUSO: BCAA x Fadiga central CORPO EM ATIVIDADE: Efeito da suplementação com BCAA no desempenho de endurance em uma corrida até exaustão. Alguns estudos com BCAA •Amostra = 17 soldados saudáveis •Idade = 22±2 anos •Estatura = 171±1,8 cm •Massa corporal = 69,4±2,4 •VO2max = 61,2 ±1,7 ml.min-1.kg-1 (Uchida et al., 2008)Depleção do glicogênio 64g malto 38,5mg/kg + 38,5 mg/kg 90% limiar anaeróbio Alguns estudos com BCAA (Uchida et al., 2008) Alguns estudos com BCAA (Uchida et al., 2008) A suplementação de BCAA (leucina) seguida de exercício contra resistência promoveu aumento da ativação da proteína kinase mTOR e P70 S6 kinase aumentando a tradução de mRNA promovendo a Alguns estudos com BCAA síntese proteica. (Blomstrand et al., 2006) Recomendações: Os estudos mostram resultados usando doses de 5 a 20 mg/dia ou 77 a 100mg/kg peso. Atletas de endurance Efeitos colaterais: Acima de 20g/dia pode ocasiona transtornos gastrointestinais (diarréia) e prejudicar a absorção de outros aa. Atletas de endurance Atenção: Os efeitos da suplementação com BCAA no desempenho esportivo são discordantes e a maioria dos estudos realizados parece não mostrar benefícios, não sendo justificável seu consumo com finalidade ergogênica. (SBME, 2009) Glutamina: • É um aminoácido não essencial. É sintetizada a partir do glutamato, valina e isoleucina. É considerada condicionalmente essencial em situações como: traumas, septicemia, câncer, estresse e esforço (Biesek et al., 2005) • É o aminoácido mais abundante no plasma (20%) e tecido muscular (50 a 60%). • O exercício extenuante pode diminuir a concentração plasmática da glutamina em até 50%. como: traumas, septicemia, câncer, estresse e esforço físico intenso (Garcia Junior et al., 2000; Fontana et al., 2003) Biossíntese da Glutamina: Funções da glutamina • Atua na proliferação celular (síntese de nucleotídeos –purinas e pirimidinas); • Principal fonte energética para células de divisão rápida (células do sistema imune – neutrófilos, linfócitos e macrófagos - e enterócitos) Metabolismo da glutamina: • É sintetizada no fígado, cérebro, pulmão, tecido adiposo e principalmente no tecido muscular (AACR como doador de grupo amino).(AACR como doador de grupo amino). • É consumida em altas taxas pelos enterócitos (> consumidor - ID) e células do sistema imune (neutrófilos, linfócitos e macrófagos) (Fontana et al., 2003) Glutamina: Efeito da intensidade do exercício sobre a concentração plasmática de glutamina Durantes exercícios extenuantes ocorre redução plasmática da glutamina � Redução da síntese de Gln pelo músculos (< ATP e < AACR); � Aumento da captação de Gln pelo fígado (gliconeogênese) e rins (produção de amônio e gliconeogênese). OBS: 10 dias de exercícios intensos sem repousos adequados podem reduzir a glutaminemia em até 50% Gln Gln Efeitos propostos: Exercício extenuante (maratona, ultramaratona) imunossupressão glutaminaimunossupressão glutamina ITRS Suplementação com glutamina ITRS Suplementação de glutamina e infecções do trato respiratório superior • 5 g de Gln em 330 mL de água imediatamente após o exercício e 2h depois. (Castell et al., 1996) depois. • placebo (5g maltodextrina) � Saturação da glutaminase intestinal; A suplementação com glutamina melhora a concentração plasmática de glutamina pós-exercício, mas não melhora a proliferação de leucócitos e outros aspectos do sistema imunológico (Fontana et al., 2003) � Efeito poupador da glutamina sintetizada no músculo. Alguns estudos com resultados positivos: Castell et al., (1997); Rohde et al., (1996). Necessidade de mais estudos. Doses utilizadas: 5 a 20g/d – dose única – via oral �A suplementação com CHO durante o exercício extenuante atenua a imunossupressão. O mesmo efeito não é observado pela suplementação de glutamina ou outros aminoácidos; Segundo Gleeson e Bishop 2000: � Para reduzir a imunossupressão o atleta deve ingerir dieta equilibrada. Poucos atletas tem ingestão ótima de nutrientes. L- CARNITINA (ácido butírico β- hidroxi-γ-trimetil-amina) Faz parte dos produtos conhecidos com Fat burners (queimadores de gordura). É também considerada como vitamina por alguns autores (vitamina Bt) L- CARNITINA: Sintetizada no organismo a partir dos aa lisina e metionina no fígado, cérebro e rins. 95% encontra-se no tecido muscular. metionina no fígado, cérebro e rins. Vitamina C, vitaminas B12, B2, B3 e ferro atuam como cofatores enzimáticos na síntese de carnitina. (Eizadi et al., 2011) L- CARNITINA: Principais fontes: Alimento Carnitina mg/kgAlimento Carnitina mg/kg Carneiro 210 Cordeiro 80 Boi 60 Porco 30 Coelho 20 Frango 7,5 Adaptado de Neumann , 1996 Catabolismo dos AG e TG A carnitina atua no transporte de AGCL para o interior da mitocôndria aumentando sua oxidação. Participação da Carnitina no transporte dos AG EFEITOS propostos: (doses = 2 a 6g/d) � Redução da gordura corporal; � Aumento da oxidação de lipídio e redução da depleção do glicogênio muscular; � Redução do acúmulo do lactato (estimula a enzima piruvato desidrogenase). Poucas evidências científicas. Necessidade de mais estudos. Biesek et al., 2005; Silverio et al., 2009, Eizadi et al., 2011) Efeitos da L-carnitina “Não há evidência disponível mostrando que o conteúdo de carnitina muscular seja limitante para a oxidação de ácidos graxos durante a atividade física” (Silverio et al., 2009)2009) Biesek et al., 2005; Silverio et al., 2009, Eizadi et al., 2011) Resultados de estudos sobre a suplementação com L-carnitina (Silverio et al., 2009) Resultados de estudos sobre a suplementação com L-carnitina (Silverio et al., 2009) Eizadi et al., (2011) realizaram uma revisão de literatura sobre o uso de carnitina como suplemento Apesar dos estudos apresentarem resultados controversos, há evidencias de melhora na oxidação de ácido gordo, aumento do armazenamento de glicogênio, diminuição a concentração de ácido láctico, dilatação capilar, aumento do metabolismo de aminoácidos ramificados e remoção de amónia e protecção do sistema imune. CAFEÍNA É uma droga β-agonista capaz de penetrar em todas as células do organismo principalmente no SNC e músculo. Pertence a classe das metilxantinas (1,3,7 trimetilxantina). Tem baixa capacidade de induzir à dependência. (Rang e Daly, 1993) CAFEÍNA É encontrada normalmente em diversos alimentos CAFEÍNA O uso da cafeína ficou em evidência quando os atletas da equipe de ciclismo dos EUA declararam o uso dessa substância durante os jogos olimpicos de Los Angeles (1984). O uso da cafeína é comum entre atletas, particularmente entre atletas de endurance (ciclismo e corredores de longa distância) (Altimari et al.,2000). CAFEÍNA Efeitos no organismo: Estimulante: SNC Diurese Lipólise Secreção do suco gástrico CAFEÍNA Efeitos ergogênicos: 1. Reduz a degradação do glicogênio e aumenta a lipólise. Aumenta a liberação dos AG Inibir receptores A1 de adenosina (inibe a lipólise) Diminui atividade da fosfodiesterase CAFEÍNA Efeitos ergogênicos: 2. Diminui a percepção ao esforço. Diminui a sensação de cansaço e dor 3. Facilita a liberação de cálcio para a contração muscular. Efeito da suplementação com cafeína em exercício intermitente • CF: 5mg/kg 60 min. antes do exercício • PL: 5mg/kg amido 60 min. antes do exercício 10 ciclistas realizaram exercício em ciclo-ergômetro numa intensidade 30% acima do LA (Silveira et al., 2004) Efeito da suplementação com cafeína em exercício intermitente (Silveira et al., 2004) CONCLUSÃO: “Nossos resultados sugerem que o aumento da lipólise induzido pela CF pode contribuir com a performance durante o exercício intermitente intenso via uma redução na utilização de glicose e aumento do TE”. CAFEÍNA 1. Ansiedade Efeitos adversos: 2. Nervosismo 3. Insônia 4. temperatura e diurese > desidratação 5. Arritmia cardíaca 6. Náuseas e dores estomacais CAFEÍNA Doses entre 3,0 a 15 mg/kg/peso corporal Recomendação Indivíduo de 70 kg = 210 a 1050 mg Art. 24. Adicionalmente ao disposto no art. 21, nos rótulos de suplementos de cafeína para atletas deve constar a advertência em destaque e negrito: “Este produto não deve ser consumido por crianças, gestantes, idosos e portadores de enfermidades”. Parágrafo único. A quantidade de cafeína na porção deve ser declarada no rótulo do produto (210-420 mg/porção, ≥ 98,5% 1,3,7-trimetilxantina); . RDC Nº 18, DE 27 DE ABRIL DE 2010 Suplementação de vitaminas e minerais no esporte Não há evidências que a suplementação de micronutrientes melhore o desempenho esportivo, salvo quando o atleta apresentaesportivo, salvo quando o atleta apresenta deficiência. (SBME, 2009) Sugere-se melhorar a qualidade da dieta para que os atletas possam ingerir quantidades suficientes de todos os micronutrientes com base nas IDRs. Suplementação de vitaminas e minerais no esporte Nenhuma suplementação de vitamina ou mineral é necessário se o atleta estiver ingerindo calorias em quantidades adequadasingerindo calorias em quantidades adequadas provenientes de alimentos variados. (ACMS, 2009) A suplementação de micronutrientes pode ser necessária se o atleta estiver fazendo dieta com restrição energética ou apresentar alguma deficiência específica. Suplementação de vitaminas e minerais no esporte “Vegetarian athletes may be at risk for low intakes of energy, Segundo o ACMS (2009): “Vegetarian athletes may be at risk for low intakes of energy, protein, fat, and key micronutrients such as iron, calcium, vitamin D, riboflavin, zinc, and vitamin B12. Consultation with a sports dietitian is recommended to avoid these nutrition problems”.
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