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27/3/2014 1 Situação de Saúde e NutriçãoSituação de Saúde e Nutrição da População Maternada População Materna Profa. Marília Alfenas de Oliveira marilia.alfenas@yahoo.com.br Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Nutrição Disciplina: Nutrição Materna População Materna Mulheres em idade reprodutiva 10 a 49 anos: 31,8% Fonte Censo, 2010 (IBGE, 2013) Fonte: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/default.php?cod1=0&cod2=&cod3=0&frm= pirami TOTAL: 185.712.713 Pop Mulheres em idade fértil: 59.056.643 (31,8%) População Materna Momentos Fisiológicos Gravidez Lactação - Gestante - - Nutriz ou lactante Grupo Materno-Infantil Vulnerabilidade SOCIAL • Esmagadora parcela de pobres • Vítimas de conflitos étnicos e sociais Discriminação social Violência doméstica Abusos sexuais BIOLÓGICA • Necessidades nutricionais elevadas Crescimento Desenvolvimento Dependência fetal 'Cidade do Sol‘ Khaled Hosseini • Em 2011, o Brasil gastou 5,3 milhões com internações pelo SUS de 5.496 mulheres vítimas de agressões. Agência Brasil/ MS 27/3/2014 2 GRAVIDEZ E LACTAÇÃO VULNERABILIDADE BIOLÓGICA Maior risco de morbimortalidade www.saude.gov.br/pnds2006 http://tabnet.datasus.gov.br PANORAMA DA SAÚDE MATERNA PANORAMA DA SAÚDE MATERNA NO BRASILNO BRASIL Fonte: MS/SVS Taxa de Fecundidade 2011 Br: 1,78 N: 2,26 NE:1,86 SE:1,66 S: 1,66 CO: 1,79 S: 1,66 PANORAMA DA SAÚDE MATERNA PANORAMA DA SAÚDE MATERNA NO BRASILNO BRASIL TBN= No de nascidos vivos por 1.000 habitantes, por ano. Brasil, 2011: 15,6 • A taxa de fecundidade média das brasileiras (1,94 filho por mulher em 2009) apresenta importantes desigualdades sobretudo em função da escolaridade • ≤ 7 anos de estudo: em média, 3,19 filhos • 8 anos ou mais de estudo: em média, 1,68 filhos • As mulheres com maior instrução eram mães mais tardiamente (27,8 anos) e aquelas com até 7 anos de estudo eram mães aos 25,2 anos • Dentre as mulheres de 15 a 19 anos, com menos de 7 anos de estudo, 20,3% eram mães • Dentre as mulheres de 15 a 19 anos, com 8 anos ou mais de estudo, 13,3% eram mães Fonte: IBGE, 2010 http://www.ibge.gov.br PANORAMA DA SAÚDE MATERNA PANORAMA DA SAÚDE MATERNA NO BRASILNO BRASIL 27/3/2014 3 Estado nutricional de mulheres em idade fértil Fonte: CSP, 24 Sup, 3: 5381-389, 2008 Indicadores da Saúde Materna • Coeficiente de Mortalidade Neonatal • Coeficiente (razão, taxa) de Mortalidade Materna RMM = No de óbitos maternos, área, ano /100.000 n.v, área, ano • Taxa de mortes maternas (obstétricas) por causas diretas e indiretas • No consultas de Pré-Natal • Frequência do uso de contraceptivos Período Gestacional e 1º Ano de Vida 40 sem Período perinatal 8 MORTALIDADE FETAL E INFANTIL MORTALIDADE INFANTIL MORTALIDADE FETAL NEONATAL PÓS-NEONATAL PRECOCE TARDIA PRECOCE TARDIA (abortos) PERINATAL 22 sem 40 sem 7dias 28 dias 364 dias Lívia Highlight Lívia Highlight Lívia Highlight Lívia Highlight Lívia Highlight Lívia Highlight 27/3/2014 4 MORTALIDADE INFANTIL MORTALIDADE FETAL NEONATAL PÓS-NEONATAL PRECOCE TARDIA PRECOCE TARDIA (abortos) PERINATAL 22 sem 40 sem 7dias 28 dias 364 dias número de óbitos fetais (peso ≥ 500g ou ≥ 22 sem) CMP= e de óbitos de crianças de 0 a 6 dias x 1.000 Nascimento total (nv + óbitos fetais) Fonte: SIM-SINASC, SVS, MS Taxas de Mortalidade 1997: 15,6 Uso de Métodos Contraceptivos Mortalidade Materna 27/3/2014 5 ONU Uma mulher africana tem 1 possibilidade em 16 de morrer durante a gravidez ou o parto. Na América do Norte, o risco é de 1 possibilidade em 3.700 de morrer durante a gravidez ou parto. http://www.pnud.org.br/milenio/numeroscrise.php “Foi o pior momento de toda a minha vida. Ninguém me tira da cabeça que ela morreu por negligência da rede hospitalar do Brasil, por problema de relaxamento médico. Como ela, morrem milhões sem atendimento neste país”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à historiadora Denise Paraná, autora da biografia Lula, o Filho do Brasil. 28 de Maio: Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher, Dia Nacional pela Redução da Mortalidade Materna Fala do Ex-Presidente Lula sobre a morte de sua primeira esposa: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT4930-15280-4930-3934,00.html “É a morte de uma mulher durante a gestação, ou até 42 dias após a gestação, independentemente da duração ou localização da gravidez, decorrente de qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medida em relação a ela, ao parto e ao puerpério, porém não por causas acidentais ou incidentais”. • Morte materna tardia: De 42 dias até 1 ano após o parto. PAÍS TMM (100.000 nv) BRASIL 68,6 ARGENTINA 70 PERU 98 VENEZUELA 68 URUGUAI 27 ESTADOS UNIDOS < 9 CANADÁ <9 Fonte: MS, 2012 Taxa de Mortalidade Materna em diferentes países ÍNDICE ACEITÁVEL (ONU):ÍNDICE ACEITÁVEL (ONU):ÍNDICE ACEITÁVEL (ONU):ÍNDICE ACEITÁVEL (ONU):ÍNDICE ACEITÁVEL (ONU):ÍNDICE ACEITÁVEL (ONU):ÍNDICE ACEITÁVEL (ONU):ÍNDICE ACEITÁVEL (ONU): 20 ÓBITOS POR 100.000 NASCIDOS VIVOS20 ÓBITOS POR 100.000 NASCIDOS VIVOS20 ÓBITOS POR 100.000 NASCIDOS VIVOS20 ÓBITOS POR 100.000 NASCIDOS VIVOS20 ÓBITOS POR 100.000 NASCIDOS VIVOS20 ÓBITOS POR 100.000 NASCIDOS VIVOS20 ÓBITOS POR 100.000 NASCIDOS VIVOS20 ÓBITOS POR 100.000 NASCIDOS VIVOS 2011: 64,8 Objetivos do Milênio: 2015 35 (??) (ONU, 2000) 27/3/2014 6 Mortes Maternas Diretas e Indiretas •• Mortes Maternas DiretasMortes Maternas Diretas Aquelas resultantes de complicações obstétricas na gravidez, parto e puerpério, devido a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou devido a uma cadeia de eventos resultantes de qualquer das causas acima mencionadas. Causas Maternas Diretas “20 Anos de Pesquisa sobre aborto no Brasil” • mais de 2 mil estudos sobre o aborto no país • Perfil das mulheres: 20 a 29 anos, com até 8 anos de estudo, em união estável, que já possuem pelo menos um filho, que trabalham fora de casa, com renda familiar de até 3 SM e católicas Fonte: MS/2009 Autoras: Débora Diniz, antropóloga da Universidade de Brasília (UnB), Marilena Corrêa, médica sanitarista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Pesquisa Nacional de Aborto -2010 • Aborto no Brasil- uma pesquisa domiciliar com técnica de urna – Ciência e Saúde Coletiva. 15(Sup): 959-966, 2010. • Os resultados referem-se ao ano de 2010, no Brasil urbano • Ao completar 40 anos cerca de uma em cada cinco (mais exatamente, 22%) das mulheres já fez um aborto • 6% entre as mulheres com idades entre 18 e 19 anos. • cerca de 60% das mulheres fizeram seu último (ou único) aborto no centro do período reprodutivo, isto é, entre 18 e 29 anos, sendo o pico da incidência entre 20 e 24 anos (24% nesta faixa etária). • O Código Penal Brasileiro prevê uma pena de 1 a 10 anos de detenção, de acordo com a situação, como punição para o aborto. • A interrupção não natural da gravidez pode ocorrer nas seguintes situações: - risco de morte para a gestante - gravidez for resultante de estupro - anencefalia O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou em 21/03/2013 que vai enviar à comissão do Senado que cuida da reforma do Código Penal, um documento no qual defende a liberação do aborto até a 12ª semana de gravidez. A posição do CFM foi consolidada no início do mês durante reunião dos conselhos regionais de medicinas, em Belém, no Pará. Segundo o presidente do CFM, Roberto D’Ávila,80% dos presidentes desses conselhos votaram a favor da medida. • "Liberação do aborto não deve considerar apenas a vontade da mulher", diz presidente do CRM de Minas Gerais • João Batista Soares, presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, está entre os representantes que são contra a posição do CFM sobre a autorização do aborto até a 12ª semana de gestação • "No nosso entendimento, a partir do momento em que o óvulo é fecundado, já começa a existir um ser...o CRM- MG é a favor da descriminalização do aborto nos casos já previstos, como em casos de bebês anencéfalos ou de estupro”. 27/3/2014 7 • O Código Penal não exige qualquer documento para a prática do abortamento nesses casos e a mulher violentada sexualmente não tem o dever legal de noticiar o fato à polícia. Deve-se orientá-la a tomar as providências policiais e judiciais cabíveis, mas, caso ela não o faça, não lhe pode ser negado o abortamento. • Médico e outros profissionais de saúde “é isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima” (Código Penal, art. 20, § 1º). Morte Materna Indireta Mortes Maternas IndiretasMortes Maternas Indiretas Aquelas decorrentes de enfermidades preexistentes ou que se agravaram pelos efeitos fisiológicos da gestação, mas não devido a causas diretas. Causas Maternas Indiretas OMS: 96% das mortes maternas são preveníveis e evitáveis. Fonte: Laurenti et al. Rev. Bras. Epidemiol, 2004; 7(4): 449-60. Sub-notificação 27/3/2014 8 A Taxa de Mortalidade Materna é um importante indicador: �da qualidade da assistência Pré-Natal. �da eficácia das políticas públicas de saúde. �das condições sócio-econômicas do país. �da qualidade de vida de um povo. Assistência à Saúde da Mulher Primeiras décadas do séc. XX: limitada às demandas relativas à gravidez e parto Movimentos feministas (década de 60/70): críticas aos programas pela perspectiva reducionista com que tratavam as mulheres 1983/1984: Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM): ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação, englobando a assistência à mulher em clínica ginecológica, pré- natal, parto e puerpério, climatério, planejamento familiar, DST, Ca de mama e colo 1998: a saúde da mulher passa a ser considerada prioridade de governo. Assistência à Saúde da Mulher • 1998 a 2002: Na prática, não houve atenção integral à saúde da mulher, que foi prejudicada pela definição de prioridades. • Trabalhou-se na perspectiva de resolução de problemas, dentre eles, a redução da taxa de mortalidade materna, deixando várias lacunas como: queixa ginecológica, infertilidade e reprodução assistida, saúde da mulher adolescente, doenças crônico-degenerativas, saúde ocupacional e outras. Assistência à Saúde da Mulher 2000: Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento. Criou-se o SISPRENATAL 2001: NOAS – Norma Operacional de Assistência à Saúde: amplia as responsabilidades dos municípios, devendo garantir as ações básicas mínimas de pré- natal e puerpério, planejamento familiar e prevenção da CA de colo uterino. - Prevê sistemas resolutivos de assistência de maior complexidade, no âmbito estadual. 2003: proposição de novas ações: saúde das mulheres indígenas, negras, portadoras de deficiências, lésbicas, presidiárias, rurais SISPRENATAL • Sistema eletrônico para coleta de informações sobre a gestação, parto e puerpério, no contexto do PHPN/SUS. • Cumprimento de ações mínimas: repasse de verba para o município e hospital. • Início do PN no 1º trim; mínimo de 7 consultas; exames laboratoriais em duas ocasiões; teste do HIV; imunização antitetânica; 1 consulta puerperal com até 42 dias após o nascimento; 2004 - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher Princípios norteadores: Integralidade e promoção da saúde Melhorar a saúde e a qualidade de vida das mulheres em idade reprodutiva. Ampliar o acesso aos meios e serviços de saúde. Qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no SUS 27/3/2014 9 PNAISM: Atenção Holística • DST • Planejamento familiar • Saúde Reprodutiva • Atenção ao abortamento inseguro • Pré-Natal • Ca de mama e colo de útero (Outubro Cor de Rosa - 2013) • Saúde mental • Violência doméstica e sexual • Tratamento de mulheres com HIV e DCNT 2006- Comitês de Prevenção de Mortalidade Materno-Infantil • Análise de declarações de óbito; • Avaliação de prontuários; • Visitas domiciliares; • Atividades educativas. - Minimizar os erros de sub-notificação; - Propor intervenções para evitar novos óbitos; - Contribuir para redução da Mortalidade Materna. • 2006: Normatização da Assistência Pré-Natal (MS) de acordo com o risco – melhoria do resultado obstétrico: - Peso ao nascer - Idade gestacional ao nascer - Incidência de complicações maternas e nos recém-nascidos PRÉ-NATAL 5 vezes o risco de mortalidade do concepto 27/3/2014 10 PARTO • Brasil: referência mundial em reprodução assistida, mas segundo a SBRA, 150 mil brasileiras desistem do sonho de ser mãe, pelo alto custo dos procedimentos. • Inseminação artificial: 1.500 a 3 mil reais por tentativa (particular) • Fertilização in vitro: cerca de 12 mil reais por tentativa. • SUS: mais barata, fila enorme, apenas 9 clínicas credenciadas pelo MS em todo o país. Paga-se pelos medicamentos (500 reais para inseminação e 5 mil reais na fertilização). • Em Minas, o HC é o único a oferecer esse serviço, mas as pacientes têm que bancar os custos dos medicamentos para estimular a ovulação. 2011- Programa Rede Cegonha • Lançado em 28/03/2011 • 9,4 bilhões nos próximos 4 anos • Melhorar e universalizar o atendimento às gestantes • Implementar a Atenção Integral à Saúde da Criança até os dois anos de idade • Teste rápido de gravidez • Teste rápido p/ HIV e sífilis • Mínimo de 6 consultas • Gestante não peregrina • Vale-transporte e Vale-táxi • Qualificação de profissionais • Casa da gestante e do bebê • Centros de Parto Normal • UTI neonatal • SAMU CEGONHA • Aumento de leitos obstétricos na rede hospitalar • Educação sexual e reprodutiva nas escolas, além do aleitamento materno • Atenção integral à saúde da criança até os 2 anos e assistência especializada 27/3/2014 11 • O programa ainda irá oferecer novos exames, como o teste rápido de gravidez e sífilis e a ampliação do número de ultrassonografias – atualmente, o SUS paga cerca de 10% dos exames e passará a pagar 100%. • Para gestações de alto risco, o Rede Cegonha também prevê novos exames, como a cardiotocografia, que avalia a frequência cardíaca do bebê, e eletrocardiograma, que detecta alterações cardíacas da grávida. MINAS GERAIS - Programa VIVA VIDA UAPS CVV (27 em 2012) CENTROS VIVA VIDA: média complexidade Atenção Secundária Programa Mães de Minas • O “Mães de Minas” vai receber parte do orçamento dedicado ao programa Rede Cegonha. Na região metropolitana, o investimento será de R$ 230 milhões. • Para a criação das casas de apoio às gestantes (cerca de 25), serão R$ 3,2 milhões, e para abertura de novos leitos de UTI neonatal, R$ 2,4 milhões. • O programa é voltado para as regiões de Minas que apresentam maior risco de mortalidade infantil e materna: região metropolitana de Belo Horizonte, Vale do Jequitinhonha e Norte do Estado. Reduzir a TMM: um desafio?! Exercícios a) Pesquise sobre os indicadores de saúde materno-infantil de sua região. Faça anotações. a) Leitura e comentário do artigo: 27/3/2014 12
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