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Curso de COACHING MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 49 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO III 4 PRINCÍPIOS DO COACHING Neste Módulo se estará discutindo as principais dimensões do processo de coaching, relacionado-as com a prática cotidiana do profissional. Questões relacionadas à Humanização e a Liderança, perpassam o material, ampliando a concepção do papel do Coach nas organizações contemporâneas. 4.1 RELAÇÃO ENTRE COACHING E LIDERANÇA Araujo (1999) destaca que contemporaneamente as pessoas são contratadas como diretor, gerente, chefe ou supervisor. A autora explica que o que se espera desses é que sejam, de fato, líderes ou coaches. O mundo contemporâneo exige profissionais com essas competências. Procurando diferenciar estes papéis, Zatena (2005) esclarece que a diferença entre ambos é resultado do uso do poder. Enquanto que no papel de diretor, gerente, chefe ou supervisor, o poder está vinculado ao cargo ou posição: contratar, promover, transferir demitir, além d punir ou premiar. Já no papel de coach, o poder é pessoal, está relacionado à disposição de incentivar, alterar ou induzir os colaboradores a reflexão, partilhar de feedback (elogios ou críticas). Araújo (1999) destaca que todo o coach é um líder, embora, nem todo líder é um coach. A proximidade entre ambos é complexa, já que ambos necessitam observar a dinâmica do processo de realização: resultados x pessoas. Compreende-se, então, que o processo de coaching é uma liderança refinada, pois, ao se concentrar mais no desenvolvimento de pessoas, fortalece o capital humano nas organizações para enfrentar mudanças com maior agilidade. 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Com base nas explicações oferecidas por Araújo (1999), segue um quadro que define as sutis diferenças entre o líder e o coach: Líder Coach Empenhado no futuro a ser criado, seja na visão de um país, seja na de uma organização. Foco no futuro de uma pessoa ou de um grupo. Foco maior nos resultados Foco maior nas pessoas Analisa o desempenho do negócio Ajuda a pessoa a analisar seu desempenho. Antecipa problema/necessidades do negócio. Ajuda a pessoa a criar, analisar e usar os próprios recursos. Não tem compromisso de assessorar pessoas de forma direta e, quando o faz, concentra-se em sua equipe. Tem compromisso de assessorar pessoas mesmo quando elas não pertencem a sua equipe. Tem seguidores Não tem seguidores, é ele quem segue a pessoa. Quadro: Diferenças entre líder e coach. O líder eficiente, na atualidade, caracteriza-se por compreender o potencial de sua equipe e reconhecer ou comprometer seu trabalho no desenvolvimento destes. O novo líder entende e dedica sua atuação na aplicação prática do capital humano, evitando a tendência de se tornarem apenas abstrações teóricas. Quando se enfatiza a palavra “capital”, compreende-se que o termo refere- se ao que a empresa tem de mais preciso, aos seus bens mais importantes. Para se avaliar um bom líder, a referência é o retorno que recebe de sua própria equipe. Sendo assim, a equipe é o reflexo do estilo do investimento que o seu líder efetivou. (MILARÉ, 2005) 51 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O’NEILL (2001) considera que o posicionamento do líder tem variações em dois caminhos: Como COACH – momento no qual o líder faz emergir o melhor de cada um dos integrantes de sua equipe, gerando o desenvolvimento, e; Como PROFESSOR – fazendo com que sua equipe conheça o know-how que representa o seu melhor, por meio de seus ensinamentos e apontamentos. Explica o autor que essa relação dinâmica da organização está sendo reconhecida mundialmente como o Programa de Líderes Desenvolvendo Líderes e tornou-se um dos principais caminhos que levam as empresas a sobreviver no mercado instável economicamente. O líder-coach gera aprendizado e desenvolvimento, o que é imprescindível para a organização e remete a grande necessidade das empresas estarem envolvidas em um processo contínuo de geração de outros líderes, garantindo seu espaço de reconhecimento no futuro. Nessas novas gerações de líderes, a empresa estará se atualizando com o mercado, sem crises, focalizando na prevenção. Esse processo é reconhecido como um importante planejamento de vida empresarial, fazendo uso do velho conceito de Jack Welch: “Mude antes que você precise mudar!” (STERN, 2004) Essa realidade vivenciada pelas empresas na atualidade demonstra o valor da presença do líder-coach nas organizações para continuarem vivas. A presença do coach não deve ser um processo demorado, mas sim gerar o máximo de aprendizagem no menor tempo possível, verificando a melhor abordagem dentro do melhor momento. 4.1.1 Uma Nova Cultura Historicamente o melhor funcionário sempre foi reconhecidamente aquele que melhor obedecia às ordens sem causar problemas. Essa estratégia gerava resultados positivos dentro do universo local e regional, onde o padrão de exigência era menor. 52 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A globalização trouxe consigo competição, sendo apresentada com padrões mais elevados a cada novo minuto. Essa transformação do cenário econômico mundial ocorreu de forma muito acelerada, não propiciando que a capacidade de liderança humana da época pudesse acompanhar. Atualmente, as grandes organizações estão correndo atrás desse tempo perdido, tentando reconhecer as novas exigências do mercado, suas regras e novos conceitos, almejando alcançarem as mudanças na velocidade que elas ocorrem. Para isso, precisam de equipes mais produtivas, eficientes e adaptáveis às mudanças. E, como essas equipes não vêm prontas, precisam ser potencializadas, preparadas e estimuladas por um líder que tenha capacidade para tal função: o coach é esse novo líder. Mas, o papel desse novo líder-coach somente terá alta performance esperada, se conseguir atingir um novo modelo da empresa lidar com seu próprio universo: a Humanização das Organizações, que representa a capacidade da empresa lidar com as pessoas que fazem parte da sua equipe de trabalho, não mais como se fossem máquinas que devem apenas obedecer as ordens, mas como agentes capazes de transformar o potencial organizacional em liderança no mercado. 4.2 O GESTOR DESEJADO E O GESTOR REAL Estudiosos do comportamento humano apontam para um dos principais desencadeadores de sofrimento a expectativa irreal que se tem sobre as coisas que se deseja. O problema não está em ter sonhos e desejos, mas quando a base desses são fantasias que não consideram a realidade em que se vive. Dessamaneira a pessoa idealiza seu sonho para que se realize simplesmente porque esse é seu desejo, independentemente das condições de todos os contextos envolvidos. O que geralmente não ocorre. O real acaba tornando-se algo muito aquém do esperado, gerando sofrimento, ansiedade, irritação e até mesmo desânimo para seguir em frente com a realidade que se apresenta. 53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Dentro do mundo organizacional quando o gestor idealiza que sua equipe já se formará completa, pronta, desenvolvida, com capacidades de resolução de conflitos e de grande triunfo, poderá estar gerando seu próprio sofrimento, pois se baseou em expectativas irreais. É importante que o gestor entenda que sua equipe precisará ser desenvolvida para que o caminho do sucesso seja alcançado. Como uma linda pedra de diamante, precisa ser lapidada para ter seu real valor, a equipe precisa do aprendizado contínuo para entender seu processo e produzir com toda a sua capacidade e competência. O líder poderá se acomodar diante da equipe que precisa de sua lapidação, ou iniciar o processo de desenvolvimento e implantação de um novo modelo de relações de trabalho, capaz de fazer a equipe atingir todo seu potencial e gerar uma nova cultura organizacional direcionada para o futuro, para a liderança. O mecanismo principal para essa nova cultura organizacional é a humanização da gestão que o processo de coaching utilizará como base de seu trabalho. 4.2.1 A Humanização das Organizações Enfatizando avaliar a relação entre chefe e sua equipe, até alguns anos atrás os profissionais utilizavam em larga escala as pesquisas de satisfação. Essa intervenção tinha por interesse demonstrar o nível de satisfação dos trabalhadores com sua respectiva chefia, para que se conseguisse alcançar a meta de um ambiente mais agradável, mais democrático e com a possibilidade de existência de um canal de expressão contrária aos chefes abusivos. Porém, na sociedade atual esse tipo de intervenção passou a não dar conta de toda a demanda organizacional que o mundo globalizado produz a cada minuto. Além de ambientes agradáveis e democráticos, torna-se necessário que as pessoas gerem desenvolvimento em sua equipe. Desde a década de 60, até nossos dias, muito se tem falado e trabalhado com o treinamento de desenvolvimento de sensibilidade dentro das organizações, 54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores inclusive por cientistas sociais renomados como Kurt Lewin, ou psicólogos famosos como Fritz Perls. Os profissionais utilizam o confronto pessoal, o desabafo dos sentimentos, a expressão emocional como parte do treinamento, o que o direciona para uma grande “terapia de grupo”, com consequências que muitas vezes, o canal organizacional não consegue dar conta e gerando opiniões controversas. (MILARÉ, 2003) Nesse período, o melhor chefe era reconhecidamente aquele que demonstrava habilidades de comando e controle, com firmeza máxima. Desse modo, aproximava muito seu perfil ao de uma figura interligada a abusos e humilhações. A intervenção da época despertava uma maior conscientização das pessoas que ocupavam cargos de chefia da percepção do impacto que causavam em sua equipe com os confrontos e comportamentos abusivos, enraizados na figura de poder de ser chefe. Hoje, apenas essa conscientização e aproximação com a equipe de trabalho não são suficientes para alcançar os resultados exigidos pelo mercado competitivo globalizado. Espera-se que o líder atual seja mobilizador, capaz de motivar o desenvolvimento de sua equipe, tornando-a autossuficiente e efetiva. A partir do momento em que a equipe estiver desenvolvida, tendo adquirido o aprendizado e crescimento implementando-os na empresa, automaticamente se alcançará a maturidade organizacional e uma nova cultura dentro da organização. Essa nova cultura por si mesma dará seguimento ao processo de forma natural. E quando essa dinâmica estiver ocorrendo, a equipe estará com uma liderança forte que saberá sempre reiniciar diante de obstáculos imprevisíveis do mercado competitivo atual. (MILARÉ, 2003) A diferença entre o líder do treinamento anterior para essa nova forma de atuação com o desenvolvimento de liderança é que atualmente não há a presença de inferioridade ou superioridade, que geralmente estão imbricadas em uma relação de poder que usa a força de forma abusiva para ser obedecido. O novo líder consegue ocupar sua posição privilegiada de maneira mais humana, tendo por objetivo maior que sua própria equipe se desenvolva a tal ponto que cada um de seus colaboradores possa se tornar um líder. Nessa nova caminhada, o líder tem 55 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores como pilares de seu trabalho a firmeza, a sensibilidade e a sabedoria. (DI STÉFANO, 2005) Inicialmente no coaching não há a opção de escolha, podendo até ser entendido enquanto um processo pouco democrático. Caso essa opção existisse, poderia ser que um número razoável de empregados optasse por não dedicar-se ao desenvolvimento, prejudicando a equipe como um todo. Após a implantação e implementação do processo, a equipe apresenta-se mais “empoderada”, amadurecida e com capacidade de liderança desenvolvida. A partir daí pode-se introduzir momentos mais democráticos. Essa democracia empresarial é conquistada pela equipe por meio da maturidade adquirida pelo processo de coaching. 4.3 COACHING: A HUMANIZAÇÃO DA GESTÃO O processo de coaching apresenta uma nova liderança, uma nova forma de gestão. Tem-se como um excelente líder, aquele que tem capacidade para desenvolver minilíderes ao seu redor, oportunizando um aumento de seu tempo para poder realmente se ocupar com a sua função de liderança organizacional. Esses minilíderes são dotados de elevada capacidade de resolução e desempenho, conquistando autonomia, confiança e resultados que desencadeiam uma relação de confiança e independência altamente eficiente. (DI STÉFANO, 2005) Para o melhor entendimento do processo de liderança dentro do coaching, torna-se necessário a descrição das diferentes formas de atuação de uma equipe no mundo organizacional. Segundo Reis (2000), podemos delinear dois modelos de funcionamento do grupo de liderados: o modelo de sobrevivência e o modelo de performance. • Equipe - Modelo de Sobrevivência 56 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Como o próprio nome indica, o objetivo maior é sobreviver, permanecer na equipe, na competição e não o de ser mais eficiente. Os integrantes da equipe que funciona no modelo de sobrevivência gastam boa parte de seu tempo e dedicação construindo maneiras de se defender para não serem excluídos do grupo, não tendo condições, nem tempo para elaborarem estratégias, melhorias, aprimoramentos organizacionais. Caso consigam algum desses resultados, é impossível conseguirem manter a performance por muito tempo, pois a necessidade de se autoprotegerem retoma sua importância, até mesmo com os demais integrantes da equipe, que acabam influenciando nessa dinâmica ameaçadora. • Equipe – Modelo de Performance Dedica-se essa nomenclatura às equipes eficientes.O modelo de performance apresenta como principal objetivo a busca pela autossuperação. Para atingir essa meta, todos da equipe focalizam sua atenção na exploração máxima de seus próprios potenciais para se trabalhar de forma unida em prol das metas em comum. Para conseguir trilhar por esse caminho, a equipe necessita de espaço saudável. Ou seja, não pode estar com seu campo de grupo carregado com conflitos ou desperdícios de energia ou desvios de foco do trabalho. Essa equipe movida pelo modelo de performance é altamente influenciada pela postura do gestor, pois ele é quem irá determinar de que maneira a equipe irá se movimentar, dando ou não a liberdade, a autorização e confiança para funcionarem como uma equipe de alta performance ou não. É o líder que dará ou não condições para que esse modelo possa existir. (REIS, 2000) Diante dessa apresentação, percebe-se que na dinâmica do grupo de trabalho o líder tem um peso maior e o que ele fala, seu estado de humor ou maneira de reagir às conquistas ou problemas irá determinar de que maneira a equipe vai se movimentar e funcionar dentro da instituição. O líder pode ser um excelente mentor, professor ou um general, ditador. Entre essas duas formas de liderança, percebe-se que a resistência à autoridade é muito mais comum quando o gestor apenas dá ordens e espera que essas sejam cumpridas sem espaço para 57 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores questionamentos ou demoras. Já no caso de um líder que ensina e estimula o desenvolvimento de seus liderados, a equipe torna-se sua fiel aliada. Ressaltando-se que o movimento da equipe dependerá muito de seu líder, podem-se determinar alguns tipos de modelo de liderança. ? Liderança – Modelo Comando e Controle: caracterizado por uma postura rígida, sem espaço para trocas, críticas ou aprendizado diante das relações, esse modelo caracteriza-se pelo líder enquanto a figura de um general que dá ordens e soldados (sua equipe) que apenas obedecem. Este é o modelo mais presente na sociedade executiva mundial, onde o líder mantém todo o conhecimento, apenas repassando ordens e quando o líder falta, toda a equipe fica perdida, confusa e improdutiva. É um modelo que torna o trabalho estagnado, não cria nada novo, não utiliza o potencial de cada um na equipe. Lembra as táticas de guerras, onde tirando o líder das tropas inimigas, o grupo todo se rendia imediatamente. ? Liderança – Modelo de Aprendizado: Esse modelo é reconhecidamente o mais atual e eficiente esquema de se liderar uma equipe. É chamado de COACHING e tem por objetivo principal oferecer a toda a equipe condições para aprender e desenvolver habilidades; ressaltar, utilizar e reconhecer todo seu potencial e aumentar sua capacidade de decisões em momentos críticos de pressão. Se o líder – coach espera que sua equipe trabalhe no modelo de performance, deve entender que sem desenvolvimento não se conquista essa performance. O processo utilizado no coaching baseia-se nesse desenvolvimento. (ULRICH, 1998) Em um mundo onde a competitividade é a principal presença, exige-se que a equipe organizacional conquiste sempre seu máximo de desenvolvimento para alcançar excelente performance diante das constantes mudanças que caracterizam o atual cenário econômico empresarial. Neste cenário o foco são os resultados e o líder-coach saberá orientar sua equipe, por meio do modelo de performance, baseado em um planejamento estratégico de desenvolvimento para atingir a meta desejada. 58 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4.4 FUNÇÃO DO COACHING Relembrando um dos principais modelos de atuação de uma liderança: Modelo de Aprendizagem, pode-se resgatar o termo muito utilizado por Peter Senge: “Learning Organizations (Organizações que Aprendem), de gestão da aprendizagem. (SENGE, 1990) Por meio dessa concepção, pretendem-se visualizar as empresas como instituições orgânicas, como organismos vivos que possuem a capacidade de melhorar e de adaptar a diferentes situações ou contextos. Dessa forma, o fazer não pode ser estático, as hierarquias organizacionais não podem ter como único papel o destinar ordens a serem cumpridas. A Learning Organization tem o privilégio de aprender com os próprios erros, tendo a oportunidade e abertura para o questionamento e para a crítica. Essa postura favorece a maior agilidade no processo adaptativo, desencadeando assim, maiores probabilidades de atingir o sucesso. Enfatiza-se que a problemática maior do mundo empresarial atual não são as mudanças, mas a falta de um modelo de gestão que se adapte a elas e seja eficiente para alcançar os resultados dentro desse contexto. Assim, o modelo de aprendizagem – o PROCESSO DE COACHING - contém as principais ferramentas para as adaptações constantes do mercado e quanto maior a capacidade de aprendizado, maior será a capacidade de adaptação e abertura para as mudanças. Ressalta-se que para ocorrer esse novo modelo de atuação, não se pode esperar para que a empresa mude. Empresa é algo que pode até ser considerado virtual, pois ela por si só não existe, ela se concretiza a partir do trabalho das pessoas envolvidas em seu objetivo organizacional. Sendo assim, a empresa somente irá aprender quando as pessoas que a compõem aprenderem. O líder- coach é quem proporciona esse aprendizado, que pode ser visto até como individual, e gera essa nova cultura por meio de um trabalho diário, contínuo que se torna um hábito empresarial. Entende-se que a função principal do processo de coaching é promover o aprendizado e o desenvolvimento das pessoas dentro de uma organização. Como 59 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores vimos até aqui, é esse processo que viabiliza a existência de uma equipe de alta performance, na qual os colaboradores estão alinhados com os objetivos da empresa. Para os colaboradores, sendo eles os integrantes das equipes lideradas pelo coach, os benefícios do processo do coaching perpassam a oportunidade de tornarem-se profissionais mais bem preparados para enfrentar os desafios e lidar com as mudanças e adversidades do mercado. A equipe motivada pelo aprendizado é o caminho do sucesso. E um dos principais aspectos emocionais interligados com essa motivação é a autoestima. Sabe-se que quando a pessoa é desafiada a aprender e conquistar novos desafios tem a oportunidade de, na conquista dos resultados, elevar sua autoestima, aumentando sua confiança e motivação em suas próprias potencialidades e capacidades. Ou seja, a capacidade de superar desafios é um aprendizado que culmina com a eficiência e eficácia humana, muito envolvida com a autoestima elevada. Entende-se, dessa maneira, que equipes que demonstram não estarem motivadas, podem ser a representação de um modelo de liderança que não buscou a superação de desafios, nem o desenvolvimento de aprendizagem necessário para que a equipe alcance a alta performance. 4.4.1 Performance e Desenvolvimento Para que a equipe conquiste todos os recordes de excelência, é extremamente necessário que se proporcione o desenvolvimento das suas competências para lidar com os desafios presentes no percurso até a conquista. Para que se alcance o resultado esperado, o líder deve continuamente avaliar sua atuação. Ouirá dirigir suas ações para o aprendizado de sua equipe ou 60 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores apenas para torná-la obediente. Assim, torna-se clara a existência de dois modelos de gestão que podem se caracterizar conforme o quadro abaixo: GESTÃO ANTIGA GESTÃO DA ALTA PERFORMANCE Gestor dita regras e tem as respostas Líder-coach: coach e professor Comando e controle Colaborador de um novo futuro Gerencia tarefas Gerencia pessoas Avaliação anual de desempenho Feedback constante Liderança: foco no plano de ação Liderança: foco na investigação colaborativa. ? Gestão Antiga Gestor dita regras e tem as respostas Reconhecidamente esse modelo é o mais centralizador e gerador de dependência. O gestor busca a identificação com uma personalidade expert, que domina todas as respostas para solucionar qualquer problema que houver no caminho. Mas, na realidade, sozinho esse gestor não consegue resolver nada, fica estagnado dependendo de sua equipe, ao mesmo tempo, a equipe não se mobiliza para tentar encontrar soluções porque acredita que depende dos comandos do gestor, que se caracteriza como alguém que apenas dá ordens e espera obediência. Essa dinâmica impossibilita qualquer via de mudança, crescimento ou melhorias, pois as ações se perpetuam no sistema que mantém todos, principalmente a equipe, em um estado bastante infantilizado. Comando e controle 61 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Assim como ocorre na rotina do sistema militar, na gestão antiga o gestor se caracteriza por uma excessiva determinação em apenas dar ordens e exigir que elas sejam executadas o mais rapidamente possível, sem qualquer questionamento e da maneira que ele considera a mais adequada. Caso ocorra o questionamento de um membro de sua equipe, esse comportamento é entendido como sendo de “enfrentamento” ao poder do gestor, como uma insubordinação à hierarquia já instaurada. Gerencia tarefas O gestor focaliza todas as atenções para a execução do projeto planejado. Nada pode desviar as ações do grupo. Nesse sentido, qualquer atrito pessoal, conflitos ou desavenças entre os membros de sua equipe são ignorados, pois não podem perder tempo tentando resolver questões pessoais diante de uma meta profissional a ser cumprida. O problema da dificuldade de relacionamento da equipe não é do gestor, pois ele acredita que o grupo está sendo pago para realizar determinada tarefa e é isso que deve ser feito, como vai ser feito e os problemas interpessoais presentes nesse caminho, é de responsabilidade única da equipe, não da figura do gestor. Avaliação anual de desempenho A realização anual da avaliação de desempenho dos liderados é uma postura de risco para toda a organização. O ser humano direciona suas ações conforme o reconhecimento das mesmas, sendo assim o membro da equipe que estava realizando suas tarefas de maneira correta, com excelência pode entender, pela falta de retorno positivo do gestor, que suas ações não são adequadas e tende 62 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores a modificá-las, ou até mesmo pode suscitar uma grande tendência a perder o entusiasmo de continuar se esforçando para algo que ninguém reconhece. Por outro lado, e o mais perigoso, é aquele membro da equipe que começou o trabalho com alguma atitude errônea e não foi avisado. Permaneceu o ano todo agindo de forma não produtiva e recebe essa informação apenas no findar do ano e das atividades, com aquela frase: “O que aconteceu com você? Desde o início do ano que sua produção não passa dos 50%?”. Caso tivesse tido uma conversa com o gestor logo nos primeiros meses, certamente poderia ter se dado conta de seus erros e possibilidades e haveria uma grande chance de modificar sua postura, aumentando sua eficiência e desempenho. Entende-se que avaliar a equipe apenas um dia durante o ano é uma situação chamada de “perde-perde” para todos os envolvidos: gestor – equipe – organização. Liderança: foco no plano de ação Exatamente o contrário da liderança participativa, esse modelo de gestão segue o plano de trabalho que fora construído antes de iniciarem as atividades da equipe e nada pode alterar o mesmo. Ainda que as possíveis modificações fossem para melhoria do resultado, não são aceitas dentro das tarefas. As pessoas da equipe não são consideradas colaboradoras, mas sim apenas executoras do planejamento estipulado pelo gestor. Há apenas um caminho, um mapa, uma possibilidade, mesmo que o mundo ao redor ofereça várias outras possibilidades de melhoria ou novas informações, estas não são reconhecidas dentro do plano de ação. ? Gestão de Alta Performance 63 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Líder-coach: coach e professor O gestor acompanha a equipe oportunizando que cada um de seus integrantes possa ser responsável por gerar alternativas para melhoria do resultado a ser alcançado. Há espaço para novas ideias, questionamentos e criatividade, pois o gestor investe em desenvolvimento e gera amadurecimento na equipe como um todo. Se desperta assim a responsabilização de cada pessoa integrante do grupo. Colaborador de um novo futuro O gestor transforma a equipe em uma grande força criadora, afastando-a do conceito de ser apenas um grupo de liderados, pois ele consegue ver e tornar possível o impossível. Nessa complexa dinâmica, os potenciais de todos são direcionados para alcançar as metas em comum, que estão interligadas ao futuro que a equipe como um todo gostaria de ter e que a organização precisa conquistar. Gerencia Pessoas As tarefas, as atividades precisam ser realizadas, mas não há grande eficácia em se gerenciar a própria tarefa, pois ela é alcançada pelo esforço das pessoas presentes na organização. Sendo assim, torna-se imprescindível o gerenciamento das pessoas para o alcance com sucesso das tarefas predeterminadas. O líder-coach será um gestor das competências, capaz de aumentar o reconhecimento e a base de habilidades dos integrantes de sua equipe, gerando situações que despertem e fortaleçam a aprendizagem e o desenvolvimento do grupo. 64 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Feedback constante Sabe-se que quando a avaliação do trabalho é realizada de forma constante, as melhorias também são efetivadas de maneira constante. Os erros, dificuldades ou dúvidas são sanadas com maior agilidade e substituídas por ações criativas, novas atuações e novos aprendizados. Os ajustes da dinâmica da equipe são realizados sem que as pessoas possam ter tempo de personalizar seus erros ou dificuldades. Essa é uma das competências-chave para o bom gestor e para todo o processo de liderança como um todo, pois atinge a autoconfiança da equipe aumentando a excelência de performance. Liderança: foco na investigação colaborativa O papel do líder nessa dinâmica é reconhecidamentecomo sendo um facilitador, que ensina a equipe a analisar os fatos e ter a capacidade de gerar respostas eficientes. Ele investiga junto com sua equipe os dados disponíveis e colabora com a construção de alternativas de ações. Como principal resultado desse processo pode citar a grande integração entre a equipe e o gestor, com elevado comprometimento em relação à meta a ser alcançada. 4.5 PAPÉIS DO LÍDER - COACH Entende-se que uma das maiores necessidades do ser humano é sentir-se importante e isso não se modifica quando repassamos isso para o mundo organizacional e sua equipe de trabalho. As pessoas em uma organização sentem- 65 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores se mais motivadas quando o líder oferece desafios, apoio e reconhecimento, ao mesmo tempo em que disponibiliza espaços onde a equipe possa criar e sentir-se responsável pela conquista das metas da empresa. Dessa forma, a equipe se vê como parte integrante do processo, sente que cada um de seus membros é realmente muito importante. Apesar de muitos gestores terem a ideia errônea de que o mais motivador para a equipe é o salário, isso pode ocorre quando o liderado percebe que não há possibilidade alguma do líder oferecer uma forma diferenciada de motivação, fazendo com que o dinheiro torne-se a única interação entre os dois. A partir desse entendimento, pode-se orientar três características de atuação do líder-coach, sendo elas: 1. Parceiro Estratégico O coach irá avaliar o que a equipe está precisando para atingir os resultados, porém muito mais do que um resolvedor de problemas, o líder-coach atua como parceiro na busca pelas respostas. Proporciona abertura para novos aprendizados e para o desenvolvimento de competências, tanto a nível pessoal como técnico. Destaca-se a necessidade de haver “espírito de generosidade” do líder, ou seja, disponibilidade de estar dividindo seu conhecimento, seu tempo com a equipe, não enquanto espaço de poder, mas sim de compartilhamento, baseado no desejo de crescimento e desenvolvimento dos potenciais da equipe e de si mesmo. 2. Transforma Paradigmas A capacidade da pessoa se manter focalizada em sua meta ou não está intimamente relacionada com o modelo mental, ou seja, com as crenças e padrões 66 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores de pensamento que ela adquiriu no transcorrer de sua história. O líder-coach tem como característica principal a capacidade de questionar essas crenças sociais que geralmente são comuns e limitantes, dando espaço para novas criações, novos pensamentos, novas trajetórias criativas de habilidades e potencialidades. Sendo assim, pode-se determinar que o líder-coach seja uma pessoa responsável por auxiliar a equipe a sair do seu lugar-comum, estagnada nas crenças limitantes do inconsciente coletivo (social), que transportam a pessoa para o conformismo sem que percebam essa locomoção. O coach irá abrir uma grande possibilidade de fazer emergir os recursos internos de cada um dos integrantes da equipe, transformando o potencial escondido em hábito aplicado na prática. 3. Desenvolvimento Pessoal Muito mais do que a falta de desenvolvimento técnico, pesquisas apontam que quando o indivíduo de alto potencial, também chamado “high potential”, não consegue bons resultados em sua carreira, o principal motivo é a falta de desenvolvimento interpessoal. Existem muitos fatores humanos que são capazes de atrapalhar o desenvolvimento profissional e até mesmo destruir a carreira de uma pessoa caso não sejam bem aprimoradas. Entre eles pode-se enfatizar: ⇒ Resolução de conflitos ⇒ Gerenciamento de equipes ⇒ Capacidade de motivação ⇒ Adaptabilidade. 67 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Assim, o líder-coach focaliza suas ações no desenvolvimento das competências pessoais de cada um de seus liderados, na certeza de que sem esse desenvolvimento o relacionamento profissional da equipe estaria afetado e com isso, a performance da organização como um todo estaria prejudicada. 4.6 AS CONQUISTAS DO COACH o Ganhos do Liderado e do Líder É unânime a ideia de que o processo de desenvolvimento somente se torna efetivo quando gera resultados positivos e conquistas para todos os envolvidos na dinâmica, ou seja, equipe, líder, empresa. Trata-se de um processo humano, diretamente ligado às pessoas, mas os resultados dos mesmos serão expressos por meio de termos quantitativos, do alcance das metas, dos resultados esperados pelo planejamento e em relação ao mercado mundial. A organização com foco em criar condições para gerar equipes de alta performance torna-se mais efetiva, gera mais riqueza e mais emprego. E apenas as instituições que aderem à cultura da adaptabilidade têm condições de manter resultados financeiros significativos continuamente. Essa cultura da adaptabilidade reflete a capacidade que todas as pessoas envolvidas têm de responder de maneira efetiva às condições financeiras, econômicas e mercadológicas. Assim, a organização que possui a cultura da alta performance, fazendo uso do processo de coaching como estilo de liderança, criam condições para que sua equipe se torne “equipe que aprende”, aumentando a capacidade dos profissionais lidarem com as adversidades, o que também se pode chamar de “Resiliência”. 68 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Além disso, com essa dinâmica as organizações minimizam os gastos com recrutamento e seleção, passando a investir mais em seus próprios profissionais, pois esses fazem parte de sua história, são responsáveis pelo seu desenvolvimento de sucesso no mercado econômico. Prioriza-se o investimento no capital humano, para que todos consigam lidar melhor com o estresse cotidiano organizacional, que pode ser percebido nas mais diversas situações, tais como: • O chefe que grita com os que estão perto; • Equipes que brigam por razões fúteis, que não têm ligação nenhuma com o assunto em debate; • Reuniões onde somente há a perda de tempo e dedicação excessiva em assuntos de pouca relevância; • Equipes que perdem o foco e se desesperam. Alguns estudiosos já denominam que a economia mundial de hoje é a Economia de Conhecimento, onde o valor da empresa está em seu capital intelectual e na produção desse capital. O que contribui para o crescimento do capital humano de uma organização é a capacidade da empresa em gerar equipes de liderança, tendo por base a alta resolução das adversidades, tendo competências que fomentam a competição e a adaptabilidade. Pode-se ainda concluir que esse capital influencia o melhor desempenho do capital intelectual, que consequentemente irá afetar o valor de mercado da empresa. Sendo assim, o profissional que se empenha diante das intervenções do coach, está aberto aos novos paradigmas de liderança e aceita novos desafios estará proporcionando seu próprio desenvolvimento e, ao mesmo tempo, contribui e se torna responsável pelo desenvolvimento da alta performance organizacional. Ambos são grandes vitoriosos, ambos se tornamresponsáveis um pelo outro e o valor de cada um é reconhecidamente o mesmo que o valor do conjunto todo. 69 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores o Ganhos Individuais do Liderado O processo de coaching torna-se um privilégio para o liderado, pois em longo prazo terá ganhos que farão grande diferença em sua carreira profissional como um todo. Baseando-se na metodologia do processo de coaching, entende-se que o liderado desenvolverá para si um modelo de liderança, que será reflexo da atuação do líder coach. Esse ganho fará a diferença, por exemplo, na busca por uma promoção, pois será um candidato fortemente preparado para isso, ou mesmo AUMENTO DO VALOR DE MERCADO Aumento do Capital Humano Aumento do Acesso do Capital Intelectual Equipes de liderança Alta resolução de adversidades e mais competitividade 70 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores para gerenciar a sua própria equipe, podendo ser considerado um ótimo líder, pois aprendeu com seu líder coach. Um dos maiores problemas do mercado organizacional atual é a falta de líderes capazes de desenvolverem uma gestão de alta performance. Isso abre novas possibilidades para o liderado que aprendeu esse modelo de liderança, tendo adquirido capacidade e desenvolvido suas habilidades pessoais para exercer esse novo papel. Ou seja, sua empregabilidade aumenta, e tendo o reconhecimento de um grande líder, seu ganho financeiro também será elevado A autoestima, autoconfiança do liderado aumentam, já que ele sente-se apoiado pelo líder e com grande capacidade de superar os obstáculos que surgirem em seu caminho. o Conquistas Individuais do Líder O líder-coach tem a oportunidade única de viabilizar uma interação com sua equipe que os tornará um grupo de alta performance e elevada excelência na organização. Isso porque o processo de coaching está baseado na admiração e existem dois estilos possíveis de liderança: pelo medo ou pela admiração. A liderança pelo medo exerce um poder sobre sua equipe que pode tornar as pessoas obedientes por um tempo determinado, mas o medo pode fazer com que a equipe se mobilize com estratégias de sabotagem desse líder que a amedronta. A sabotagem pode vir expressa na forma passiva, ou seja, por não conseguir expressar sua insatisfação de forma agressiva, o liderado passa a se tornar passivo, lento, improdutivo e ineficiente. Os resultados do trabalho de toda a equipe, inclusive do próprio líder, são reconhecidamente de baixa performance, baixa eficácia para as exigências organizacionais. Já o modelo de liderança pela admiração, oferecido no processo de coaching, torna o líder efetivamente um gestor em longo prazo e apresenta a lealdade de sua equipe como principal característica do processo de relação entre o grupo. Pois se sabe que o ser humano tem uma elevada tendência a se vincular fortemente com as pessoas que fazem parte do seu crescimento, que auxiliam, apoiam e confiam em seu potencial. Em relação ao processo de liderança, quando a 71 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores equipe sente-se acolhida e respeitada pelo líder, o desejo é de que esse líder possa permanecer com o grupo por muito tempo, o que fará com que a equipe trabalhe direcionada a alcançar o nível máximo de excelência para garantir a permanência de seu guia. A equipe não irá desapontar quem tanto acreditou nela. Sendo assim, o líder-coach se tornará uma peça chave para a empresa, já que tem a habilidade de crescer e levar consigo um grande número de pessoas rumo a excelência do trabalho baseado na alta performance. É como um círculo vicioso positivo, em que o fortalecimento da relação entre o líder, sua equipe e a organização farão com que todos saiam ganhando (ver quadro abaixo): 4.7 FASES DO COACHING EXECUTIVO Diante da literatura especializada, percebe-se que não há uma unanimidade em relação às fases do processo de coaching executivo. Porém é unânime a convicção de que as fases não são estanques, pelo contrário, devem se configurar como procedimentos flexíveis e dinamicamente relacionados. CÍRCULO VICIOSO LÍDER Contribui para o crescimento do liderado LIDERADO Aprecia o respeito recebido e aprimora sua dedicação no trabalho NÍVEL DE EXCELÊNCIA Investimento para se assegurar que o líder permaneça no poder 72 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Definem-se as fases do coaching como sendo um roteiro, uma estrutura básica, um guia de organização que facilita o desenvolvimento do processo. Descarta-se a ideia de um instrumento com utilização inflexível que provavelmente prejudicaria a qualidade, a profundidade e a riqueza da parceria que se estabelece entre coach e coachee. O número de fases dos processos pode variar e entre os motivos para isso, destaca-se a origem do coach. Quando o coach é interno, levando-se em consideração a possibilidade de haver ou não um conhecimento anterior entre coach e coachee, algumas atividades contidas nas fases poderão não acontecer. Nesse caso, deve-se ter cautela diante do contrato tripartido coach, coachee e organização, tendo em vista que todos os envolvidos se encontram inseridos em um mesmo sistema e na própria iniciativa do processo de coaching. Ressalta-se que a descrição das fases se dá em função da necessidade de organização, porém nem sempre elas se encontram claramente diferenciadas, em virtude de possíveis sobreposições ou pequenas alterações na ordem em que ocorrem. Como em qualquer processo de coaching, o coaching executivo inicia com uma tentativa teórica de expor e distinguir as fases a serem desenvolvidas, mas na prática, por ser um relacionamento dinâmico, fluido e focado em resultados a serem conquistados, presente em um terreno instável e imprevisível a tentativa teórica de detalhamento das fases poderá não ser evidente, pois estão sujeitas a oscilações. Abordaremos a seguir as abordagens referentes ao tema, definidas por oito diferentes autores. 5 FREAS Subdivide o processo de coaching em cinco fases. Mas ressalta que a determinação exata de cada linha divisória é menos relevante do que a abordagem realizada para intervir nas questões que aparecem no processo como um todo. (2005) 73 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 6 BERGER Determina que o processo de coaching executivo se dá por meio de sete fases diferentes, (2003, p. 312): 1. Levantamento preliminar; 2. Construção do relacionamento; 3. Levantamento de dados; 4. Planejamento do desenvolvimento; 5. Acompanhamento do coaching por meio do plano de desenvolvimento; 6. Fechamento e avaliação; 7. Planejamento dos próximos passos. 7 THATCH & HEINSELMAN Segundo os autores o desenvolvimento não cessa em virtude de o líder ter aprimoradoem algumas áreas. Sendo assim a função do coach será de permanecer encorajando o líder a prosseguir na identificação de novas áreas para serem melhoradas e permanecer no caminho da aprendizagem de liderança. (2003, p. 260) As fases do processo para os autores seriam as seguintes: 1. Avaliação; 2. Plano de desenvolvimento; 3. Comunicado público; 4. Implementação. 74 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 8 LACHLAN GROUP Determina que a finalidade das fases do processo de coaching executivo é o estabelecimento de uma aliança colaborativa que tem como foco a mudança e a transformação. Esse modelo dita a confidencialidade do processo entre coach e coachee, sendo que todas as conversas ou acordos não poderão ser divulgados para terceiros, (2001). As fases são: 1. Encontro preliminar com o cliente para explicar as metas/processo do coaching; 2. Discutir com o cliente seus propósitos de vida e seus valores; 3. Analisar com o cliente suas forças e limitações; 4. Identificar as metas de curto e longo prazo do cliente; 5. Desenvolver, testar e implementar um plano de ação; 6. Analisar os resultados e trocar feedback periodicamente. 9 FREAS & MANKIN Os autores iniciam o processo do coaching executivo pela fase que denominam como sendo “Fase Zero”, o que já os diferencia dos demais autores já citados, (2000, p.2). As fases são as seguintes: • FASE 0 – Levantamento preliminar sobre a organização e seu funcionamento; • FASE 1 – Contratação cuidadosa; • FASE 2 – Levantamento abrangente para identificar entre o esperado e o real no desempenho do executivo; • FASE 3 – Feedback e plano de ação; • FASE 4 – Aprendizagem ativa: Neste momento do processo é possível inserir estratégias diferenciadas de desenvolvimento, entre elas a 75 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores dramaturgia, vídeos, áudio, leituras. Viabiliza-se a retomada da atuação do coachee (pelos vídeos ou áudios) e a dinâmica da “sombra” do coach (por meio das dramatizações); • FASE 5 – Análise e sustentação do sucesso: como uma breve avaliação do processo, depois de aproximadamente, seis meses após o término do processo elabora-se uma versão resumida do levantamento para determinar a complexidade, a amplitude e os resultados do impacto do processo, tanto no indivíduo como na organização. 10 FUNDAÇÃO AMERICANA DE ADMINISTRAÇÃO DO CONGRESSO (2006) (CONGRESSIONAL MANAGEMENT FOUNDATION) A existência dessa fundação expõe a abrangência que está sendo utilizado o processo de coaching internacionalmente. Tendo como lema: “Criando ferramentas para administrar a democracia”, a fundação atende sigilosamente os membros do Congresso e/ou seus assessores diretos. As fases do processo, segundo a fundação são: 1- Levantar as forças e as necessidades de desenvolvimento dos futuros coachees; 2- Fornecer feedback ao indivíduo que foi objeto do levantamento; 3- Estabelecer com ele as metas para o processo de coaching; 4- Realizar reuniões estruturadas de coaching voltadas para a obtenção dessas metas; 5- Utilizar as técnicas disponíveis para que o coachee desenvolva as capacidades necessárias para atingir as metas; 6- Propiciar observações e apoio que estimulem o coachee a aplicar as capacidades desejadas às situações que emergem no desempenho do seu papel; 7- Disponibilizar coaching para os que interagem mais de perto com o coachee em questão, discutindo o como eles poderiam apoiar o processo; 76 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 8- Avaliar o progresso obtido e as estratégias para mantê-lo e para expandi-lo. 11 KILBURG Nomeando as fases do processo como sendo “intervenções de coaching executivo” delimitou um total de cinco intervenções, sendo elas: 1- Desenvolvimento de um acordo de intervenção: inclui o foco e as metas do coaching, comprometimento relacionado ao tempo e outros recursos, identificação e aceitação dos métodos, acordo sobre confidencialidade e condições de remuneração (caso seja apropriado); 2- Construindo a relação de coaching: estabelecer a aliança de trabalho, identificação de processos transferenciais, preservação da abrangência; 3- Criar e gerir as expectativas do sucesso do coaching; 4- Propiciar uma experiência de controle comportamental ou cognitivo de problemas e questões, tais como: avaliar, confrontar e solucionar problemas, identificar e administrar resistências, defesas, problemas operacionais, conflitos e relacionamentos de trabalho, usar técnicas e métodos de forma flexível e eficaz, dar e receber feedback, enfatizar o princípio de realidade; 5- Avaliar os resultados do coaching juntamente com o coachee, por meio de retrospectivas periódicas. Na busca pela compreensão teórica do processo do coaching, faz-se necessário a construção de um breve resumo sobre todas as definições trazidas por diferentes autores, relacionadas às fases do processo em questão. Fase 1 – Lançando as bases do relacionamento/construindo o envolvimento. Fase 2 - Formulação do contrato (falar que o assunto será retomado ao inserirmos comentários sobre a ética). Fase 3 – Familiarizar-se cm os desafios do coachee/cliente. Fase 4 – Montar o cenário propício para a mudança através do planejamento 77 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 12 ARAÚJO Apresenta sua metodologia enquanto coach. Sua carreira é sólida na área de trabalho junto de executivos, adotando uma técnica que denomina como sendo PADE (Programa de Autodesenvolvimento de Executivos), (1999). Na sua prática, procura atender três necessidades dos clientes: - Auxiliar a compreender e superar dificuldades de ajustamento ao papel profissional; - Estimular o autoconhecimento, por meio da prática constante de feedback; - Alavancar carreiras, assessorando desde a elaboração da visão de futuro até o plano de ação. O próximo módulo, estará apresentando a Metodologia que mais se adéqua aos propósitos do Coach, delimitando cada uma das etapas. ------------------ FIM DO MÓDULO III --------------------
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