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APOSTILA DIREITO EMPRESARIAL I

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DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
1 
 
DIREITO EMPRESARIAL 
 
CAPÍTULO 1 
INTRODUÇÃO 
 
O Direito Comercial, que junto ao Direito Civil forma o que se denomina Direito Privado, 
assim dividido sistemático e unicamente para fins didáticos (uma vez que o Direito, 
verdadeiramente uno, se inter-relaciona em todos os seus ramos), surge como sistema de 
resolução e organização de atos relativos ao comércio muito depois da adoção do 
conceito de comércio, que é praticado pela sociedade desde os seus mais remotos 
tempos. 
Assim, o Direito Comercial surge como sistema na Idade Média, por meio do 
desenvolvimento das “corporações de ofício”, formadas pela burguesia que vivia do 
comércio junto aos feudos, e que estipulava regras jurídicas mais dinâmicas e próprias de 
suas atividades, diferente das regras do Direito Romano e Canônico. 
 
1.1 FONTES 
 
São fontes primárias ou diretas do Direito Empresarial: leis, regulamentos e tratados 
comerciais. 
As fontes secundárias ou indireta são os usos e costumes, jurisprudência, analogia, 
princípios gerais do direito. 
As fontes primárias ou diretas são preferenciais em relação às secundárias ou indiretas. 
Assim, ao caso concreto deve ser procurada, para aplicação, a fonte primária, só na sua 
inexistência recorre-se às fontes secundárias. 
 
1.1.1 Fontes Formais Primárias 
 
Código Comercial de 1850 – A parte que ainda não foi revogada (2ª parte, que trata do 
Direito Marítimo. 
As matérias de Direito Empresarial/ Comercial vigentes no Código Civil de 2002 - Com o 
advento do Novo Código Civil, reduziu-se o número de dispositivos vigentes do Código 
Comercial, pois chamou para si a competência para tratar dos assuntos de que cogitavam 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
2 
 
os art. 1º a 456 do Código Comercial de 1850. Passando a ser tratados no Livro II, parte 
Especial, “o Direito de Empresa”. O fato de estarem inseridas no Código Civil não 
desnatura o caráter comercial dessas normas. Ex: Títulos de Crédito, Direito de Empresa. 
Leis, tratados e regulamentos – Os caráter fragmentário do Direito Comercial, bem como 
sua natureza dinâmica propiciam o surgimento de microssistemas legislativos. Ex: Lei de 
Falência e Recuperação de Empresas, Código de Defesa do Consumidor, Lei Uniforme 
das Letras de Câmbio e Notas promissórias etc. 
 
1.1.2 Fontes Subsidiárias (Secundárias/ Indiretas) 
 
Lei Civil – Quando a lei comercial é omissa, deve-se recorrer como fonte subsidiária, à lei 
civil, passando as suas regras a regular o assunto em questão, a fim de se suprimir a 
lacuna existente. 
Usos e costumes - Costume é a prática continuada de certos atos, aceitos por todos os 
comerciantes como regras obrigatórias e que vigoram quando a lei, comercial ou civil, não 
possui normas expressas para regular o assunto. Os usos não devem ser contra os 
princípios da lei (contra legem), se esta for imperativa, nem contaminados de má-fé, posto 
que são considerados o direito comercial não escrito. Há doutrinas que diferenciam os 
usos dos costumes, mas tal distinção não deve ser levada em conta, uma vez que, tanto 
as leis, quanto as práticas comerciais os consideram sinônimos. 
Os usos e costumes do comércio são recolhidos no Brasil pelas Juntas Comerciais 
estaduais. São assentados em livro próprio, de ofício ou mediante provocação da 
Procuradoria do Estado ou de entidades de classe interessada. Lei nº 8.934 de 18 de 
novembro de 1994 e Decreto nº 1.800, de 30 de janeiro de 1996. 
Jurisprudência- terceira fonte subsidiária do Direito Empresarial/Comercial, é a 
jurisprudência, ou seja, as decisões continuadas dos tribunais sobre determinada matéria. 
É necessário que os tribunais adotem um ponto de vista uniforme, formado doutrina a 
respeito do assunto. Daí, obviamente conclui-se que, decisão isolada não constitui 
jurisprudência. 
A Analogia - constitui fonte subsidiária a analogia, ou seja, o julgamento de um assunto, 
para o qual não exista outras fontes possíveis, nem uso comercial ou jurisprudência 
firmada , utilizando-se os mesmos princípios que regularam o julgamento de um caso 
semelhante. 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
3 
 
Princípios Gerais do Direito- Finalmente, inexistindo qualquer das fontes citadas, servirão 
de fontes subsidiárias do Direito Empresarial/Comercial os princípios gerais do direito que 
deverão ser aplicados para solução do caso concreto. Essa fonte indireta do Direito 
Comercial tem o seu fundamento no art. 4º da LICC: “Quando a lei for omissa, o juiz 
decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.” 
 
1.1.3 Conceito de Direito Comercial 
 
Fábio Ulhôa Coelho, em sua obra “Curso de Direito Comercial”, apresenta conceito 
condizente com as atuais modificações ocorridas nesse ramo do direito brasileiro: “Direito 
Comercial é a designação tradicional do ramo jurídico que tem por objeto os meios 
socialmente estruturados de superação dos conflitos de interesse entre os exercentes de 
atividades econômicas de produção ou circulação de bens ou serviços de que 
necessitamos todos para viver.” 
 
1.1.5 Importância Da Definição E Proteção De Empresários Individuais E 
Sociedades Empresárias 
 
Os empresários individuais e as sociedades empresárias são considerados agentes 
econômicos fundamentais, pois geram empregos, tributos, além da produção e circulação 
de certos bens essenciais à sociedade e, por isso, a legislação garante a estes uma série 
de vantagens. Assim é que a eles são deferidos institutos que dão efetividade ao princípio 
da preservação da empresa, de origem eminentemente neoliberal em razão da 
necessidade de proteção ao mercado, relevante para o desenvolvimento da sociedade 
em inúmeras searas, a exemplo da falência, da recuperação de empresas (antiga 
concordata), da possibilidade de produção de provas em seu favor por meio de livros 
comerciais regularmente escriturados e demais medidas protetivas. 
 
 
1.1.6 O Empresário, As Sociedades Empresárias E O Regime Jurídico De Direito 
Comercial 
 
Todos os institutos acima referidos, oferecidos aos empresários individuais (pessoas 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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4 
 
físicas) e às sociedades empresárias (pessoas jurídicas), ante a necessidade da dita 
proteção destes, são instrumentos do que se denomina regime jurídico de Direito 
Comercial. Com efeito, apesar de formar junto ao Direito Civil o que se denominou 
“direito privado”, e por emprestar o Direito Civil inúmeros conceitos, é diverso em razão de 
sua maior amplitude, a que se denomina “cosmopolitismo”; é “menos formal”, e por assim 
dizer, é mais simples sem ser, contudo, simplista; e por fim, é mais “elástico”, uma vez 
que exige maior dinâmica ante as inovações que diuturnamente se operam na atividade 
empresarial, seu objeto. 
 
1.1.7 Teorias 
 
Há pouco tempo em nosso ordenamento jurídico duas teorias se complementavam,buscando o mais exato conceito de comerciante: a teoria dos atos do comércio e a teoria 
da empresa. Atualmente, em decorrência da entrada em vigor da Lei n. 10.406/02, houve 
a efetiva adoção da teoria da empresa. Entretanto, não é de somenos importância que 
conheçamos a primeira teoria, que vigeu até 10 de janeiro de 2002: 
 
1.1.7.1 Teoria Dos Atos De Comércio 
 
Adotada pelo Código Comercial de 1850, vinha regulamentada pelo Decreto n. 737/1850, 
anteriormente revogado, e levava em conta a atividade desenvolvida, exigindo a prática 
de “atos de comércio” como critério identificador do comerciante. 
O Decreto n. 737 de 1850, em seu artigo 19, enuncia os atos de comércio. Apesar de 
revogado, vinha sendo utilizado como parâmetro para a identificação da pessoa como 
comerciante e sua conseqüente sujeição à Lei de Falências. 
Com intuito de melhor explicitar a Teoria recentemente abandonada, passamos a tratar 
dos denominados “atos de comércio”: 
Por atos de comércio tinham-se aqueles enumerados na própria lei, bem como aqueles 
que decorriam de sua interpretação fornecida pela doutrina e jurisprudência. Via de regra, 
consideravam-se atos de comércio: 
Compra, venda ou troca de bens móveis ou semoventes em atacado ou varejo, 
industrializados ou não, para revenda ou locação. 
 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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5 
 
1.1.7.2. Teoria Da Empresa 
 
Recentemente adotada em sua efetividade pelo ordenamento jurídico pátrio, esta teoria já 
vinha sendo utilizada pela doutrina e jurisprudência a fim de flexibilizar a aplicação da 
teoria dos atos do comércio. Isto ocorria em razão da evolução operada no comércio 
mundial, notadamente com a difusão e aquisição de importância da prestação de 
serviços. 
Assim, antes da vigência do atual diploma civil, a doutrina e a jurisprudência, com o fim de 
proteger determinadas empresas que não se enquadravam nos atos de comércio, e 
conseqüentemente sujeitá-las aos benefícios do regime jurídico de Direito Comercial, 
passaram a fazer amplas interpretações das regras existentes. Nessa esteira, empresas 
antes não sujeitas ao processo falimentar, menos gravoso que a insolvência civil, 
passaram a ser objeto de falência por força de interpretação jurisprudencial, como no 
caso de agência prestadora de serviços de publicidade que, em que pese a oferecer 
primordialmente serviços, tinha possibilitada sua falência pelos tribunais, por entenderem 
estes que, em muitos de seus serviços, havia compra e revenda de espaços publicitários, 
bens móveis incorpóreos. 
Para que se tornasse desnecessária tais interpretações amplas, verdadeiras ginásticas 
legislativas, foi criada a “Teoria da Empresa”, que nasceu na Itália e desenvolveu-se para 
corrigir falhas da teoria dos atos de comércio, vindo, atualmente, a nortear a legislação 
pátria. 
Segundo a teoria em estudo, para identificar o empresário, desconsidera-se a espécie de 
atividade praticada (atos de comércio ou não), passando a considerar a estrutura 
organizacional, relevância social e a “atividade econômica organizada para o fim de 
colocar em circulação mercadorias e serviços”. 
A adoção dessa teoria vem positivar o que já era feito costumeiramente, acabando com a 
dicotomia comerciante/não-comerciante anteriormente determinada pela teoria dos atos 
do comércio. 
Com efeito, à exceção da Lei de Falências, a teoria da empresa já era aplicada no Brasil, 
pois a extinta teoria dos atos do comércio prestava-se apenas a prever se determinadas 
empresas sujeitavam-se ou não ao regime falimentar comercial. A título de exemplo, 
temos a venda de imóveis que, mesmo que praticada com habitualidade e visando a aferir 
lucros, não era tida como atividade comercial com base na teoria norteadora do Código 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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Comercial de 1850 (em decorrência de determinação legal neste sentido). Atualmente, 
adotada a teoria da empresa, caso haja venda, exercida profissionalmente, visando 
lucros, será considerado esse indivíduo empresário. 
 
1.1.8 Empresa 
 
Para Carvalho de Mendonça, “empresa é a organização técnico-econômica que se 
propõe a produzir mediante a combinação dos diversos elementos, natureza, trabalho e 
capital, bens ou serviços destinados à troca (venda), com esperança de realizar lucros, 
correndo os riscos por conta do empresário, isto é, daquele que reúne, coordena e dirige 
esses elementos sob a sua responsabilidade”. 
Modernamente conceitua-se empresa como uma atividade econômica organizada, para a 
produção ou circulação de bens ou serviços, exercida profissionalmente pelo empresário, 
por meio de um estabelecimento empresarial. 
 
1.1.9 Empresário 
 
A teor do que dispõe o artigo 966 do Código Civil de 2002: “Considera-se empresário 
quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a 
circulação de bens ou serviços”. 
Já o parágrafo único do referido artigo determina aquele que não é considerado 
empresário: “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza 
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo 
se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”. 
Neste último caso, excepcionalmente serão admitidos como empresários caso adotem 
estrutura empresarial, organizando força de trabalho alheia que constitua elemento da 
empresa. Assim, a título de exemplo, um médico que contrata outros médicos, 
enfermeiras, secretária, formando assim uma clínica com estrutura empresarial, e não um 
singelo consultório, será caracterizado como empresário. 
É possível que o empresário seja pessoa física ou pessoa jurídica. No primeiro caso, 
estaremos diante de um empresário individual, que recebia a denominação de 
comerciante individual, de acordo com o diploma comercial anterior. Caso seja pessoa 
jurídica, estaremos diante da antiga sociedade comercial, que recebe a atual 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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denominação de sociedade empresária. 
 
1.1.10 Das Capacidades E Impedimentos Para O Exercício De Atividade Empresarial 
 
Para o regular exercício da atividade empresarial, impõe-se a análise da capacidade do 
exercente bem como a inexistência de impedimentos para seu exercício, a teor do 
disposto no artigo 972 do diploma civil. 
Incapazes para o exercício de atividade empresarial são aqueles incapazes para a vida 
civil, arrolados nos artigos 3.º e 4.º do Código Civil. 
O menor que se estabelece com economia própria, adquire capacidade para o exercício 
do comércio, nos termos da lei. Divergia a doutrina apenas quanto à idade mínima para 
que o menor seja considerado capaz de comerciar. Há corrente majoritária no sentido de 
que a idade mínima para o menor exercer tal direito é 16 (dezesseis) anos de idade. Com 
o advento do novo Código Civil, esta corrente tende a pacificar-se em decorrência da 
diminuição da idade mínima para aquisição de capacidade. 
Já para a verificação dos impedidos ao exercício desta atividade, cumpre salientar que, 
em tese, seriam capazes de praticar atos empresariais, uma vez que proibição nãose 
confunde com falta de capacidade para exercer a atividade comercial. As pessoas 
proibidas de comerciar possuem capacidade plena para a prática de atos empresariais. 
No entanto, a ordem jurídica vigente decidiu por vedar-lhes o seu exercício. 
Desse modo, não podem exercer atividade empresarial, dentre outros: 
A. o falido, enquanto não reabilitado, nos termos da Lei de Falências; 
B. aqueles que foram condenados pela prática de crime cuja pena vede o acesso 
à atividade empresarial; 
C. o agente público (de forma direta) – nada impede, porém, que ele participe de 
sociedade, como sócio cotista, acionista ou comanditário, desde que não ocupe 
cargo de administração, de controle, e desde que não seja majoritário; 
D. Cumpre registrar que na expressão agente público, acima utilizada, enquadram-
se todos aqueles que se ligam à Administração Pública e encontram-se 
proibidos de comerciar, como é o caso de membros de Poder, os oficiais 
militares, entre outros. 
 
 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
8 
 
1.1.11 Regularidade Na Atuação Empresarial 
 
Para que o empresário encontre-se em situação de regularidade, deve arquivar seus atos 
constitutivos, após a devida elaboração, com observância dos critérios legais, no órgão 
oficial de registro das empresas mercantis, denominado Junta Comercial. Este órgão está 
subordinado em parte ao Estado em que se situa, e em parte ao Departamento Nacional 
do Registro do Comércio, autarquia federal de regime especial, ligada ao Sistema 
Nacional de Registro de Empresa (SINREM), responsável pela regulamentação das 
atividades de registro no país,conforme se verá abaixo. 
Para que a atividade comercial se mantenha regular por todo o tempo em que perpetrada, 
algumas obrigações são impostas aos comerciantes. Assim, podemos vislumbrar, três 
obrigações principais: 
 
1. arquivar atos constitutivos na Junta Comercial (órgão do registro das empresas 
mercantis); 
2. escriturar regularmente os livros comerciais obrigatórios, além dos facultativos 
que porventura façam a opção de utilizar; 
3. levantar balanço patrimonial periodicamente, entendendo-se como obrigatório o 
levantamento, no mínimo, anual. 
 
 
1.1.12. Obrigação De Inscrição Do Empresário No Registro Público De Empresas 
Mercantis, Antes Do Início De Sua Atividade (Artigo 967 Do Código Civil) 
 
A teor do que dispõe os artigos 967, do Código Civil, a inscrição do empresário é 
obrigatória. Ainda, o requerimento para que se dê tal inscrição, necessita obedecer aos 
requisitos previstos no artigo 968 do Código Civil. 
Salienta-se que as normas de registro das empresas mercantis estão disciplinadas na Lei 
n. 8.934/94 – Lei do Registro Público das Empresas Mercantis e atividades afins (LRE). 
Com efeito, a referida lei dispõe sobre os órgãos que compõem o sistema de registros, 
suas atribuições, as regras para registros de empresas etc. 
O registro de empresa é composto de um órgão central, que orienta a atuação de outros 
dois órgãos de operação. Vejamos: 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
9 
 
a. Sistema Nacional dos Registros das Empresas Mercantis (SINREM): é o órgão 
central do registro de empresa, ligado ao Ministério da Indústria, Comércio e 
Turismo. Tem em sua composição o DNRC (Departamento Nacional do 
Registro do Comércio), autarquia federal de regime especial e as Juntas 
Comerciais. 
b. Departamento Nacional do Registro do Comércio (DNRC): trata-se de autarquia 
federal de regime especial, conforme dito, e tem como funções principais, nos 
termos do artigo 4º da Lei de Registro de Empresa: 
c. supervisão e coordenação, no plano técnico, dos órgãos de registro. Funciona 
também como segunda instância administrativa; 
d. expedição de normas e diretrizes gerais relativas ao registro; 
e. solução de dúvidas e controvérsias oriundas do registro. 
 
Juntas Comerciais: são órgãos de execução do registro das empresas mercantis. Em 
síntese, pode ser considerada como o local em que os registros são efetivamente 
realizados. No plano técnico, subordinam-se ao Departamento Nacional do Registro do 
Comércio (DNRC). Administrativamente, subordinam-se aos Estados a que pertencem, 
uma vez que, ainda que em parte, recebem verbas e servidores do Estado a que se 
vinculam. 
 
Ainda de acordo com a Lei n. 8.934/94, os atos destinados ao registro das empresas são 
os seguintes: 
 
A. Matrícula: a matrícula se refere aos agentes auxiliares do comércio. Assim, 
são matriculados nas Juntas Comerciais, sob a supervisão e segundo as 
normas do Departamento Nacional do Registro do Comércio os leiloeiros, 
tradutores públicos, administradores de armazéns-gerais, trapicheiros 
(responsáveis por armazéns gerais de menor porte destinados à importação 
e exportação), entre outros. A matrícula é uma condição para que eles 
possam exercer tais atividades paracomerciais. 
B. Arquivamento: o arquivamento é o ato pelo qual os comerciantes, pessoas 
físicas ou jurídicas, fazem o seu registro nas Juntas Comerciais. Diz respeito 
ao comerciante individual e à sociedade comercial. Compreende atos de 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
10 
 
constituição, alteração e dissolução das sociedades, inclusive. O contrato e 
o estatuto social são arquivados perante a Junta Comercial. 
C. Autenticação: refere-se aos instrumentos de escrituração, ou seja, aos 
livros comerciais. A autenticação é condição de regularidade dos referidos 
documentos. Assim, um livro comercial, deve ser levado à Junta Comercial 
para autenticação, e neste ato terá todos os requisitos que devem ser 
observados na escrituração, fiscalizados. 
 
O artigo 35, inciso VI, da Lei n. 8.934/94 dispõe que não serão arquivadas alterações 
contratuais ou estatutárias por deliberação majoritária do capital social, quando houver 
cláusula restritiva. Para se excluir um sócio minoritário nesta hipótese, deve-se tentar a 
via judicial, já que a Junta Comercial está proibida de arquivar alterações contratuais 
quando houver cláusula restritiva. 
 
1.1.13 Obrigação De Escriturar Regularmente Os Livros Obrigatórios 
 
a) Livros empresariais 
Os livros empresariais podem ser obrigatórios e facultativos, subdividindo-se em comuns 
e especiais, conforme abaixo: 
 
1. Obrigatórios: por livros obrigatórios entendem-se aqueles cuja escrituração deve 
ser inexoravelmente observada pelos comerciantes. Subdividem-se em comuns e 
especiais: 
2. Comuns: a escrituração é imposta a todos os comerciantes, sem qualquer 
distinção, sendo que sua ausência implica sanção. A nossa legislação prevê 
apenas uma espécie, o Diário (artigo 5º do Decreto-lei 486/69); 
3. Especiais: a escrituração é imposta a uma determinada categoria de comerciante, 
a exemplo do livro de Registro de Duplicatas, que é exigido somente de quem 
emite duplicatas. 
4. Facultativos: têm por objetivo auxiliar o comerciante no desenvolvimento de suas 
atividades econômicas. Exemplos: livro-caixa, livro-razão etc. A ausência desses 
livros não gera qualquer sanção, todavia, se for realizada a opção de escriturá-los, 
deve a escrituraçãoser feita nos moldes da Lei n. 9.934/94. 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
11 
 
Para que a escrituração mercantil seja regular e produza os efeitos jurídicos determinados 
pela lei, devem-se observar alguns requisitos intrínsecos e extrínsecos: 
 
A. Intrínsecos: dizem respeito ao modo como devem ser escriturados os livros 
empresariais (seu conteúdo mínimo). O Decreto-lei n. 486/69, em seu artigo 2º, 
define a forma de acordo com a ciência da Contabilidade. Assim, não podem 
conter rasuras, emendas, deve-se observar a cronologia etc. 
B. Extrínsecos: dizem respeito à segurança que deve ser dada à escrituração 
mercantil, ou seja, o cumprimento de suas formalidades essenciais (artigo 5º do 
Decreto-lei n. 486/69). Os livros devem conter termo de abertura, termo de 
encerramento e estarem autenticados pela Junta Comercial. 
 
1.1.14 Obrigação De Levantar Balanço Patrimonial E Resultado Econômico A Cada 
Ano (Artigo 1.179 Do Código Civil) 
 
Em regra, a periodicidade para a elaboração das demonstrações contábeis é anual. 
Temos duas exceções a considerar: as sociedades anônimas que estabeleçam em seu 
estatuto a distribuição de dividendos semestrais (artigo 204 da Lei das Sociedades 
Anônimas) e as instituições financeiras (artigo 31 da Lei n. 4.595/64). O período para 
elaboração do balanço e demais demonstrativos nesses casos é semestral. O balanço 
objetiva demonstrar o ativo, o passivo, o circulante das empresas e firmas individuais, 
dentre outros dados. 
As conseqüências decorrentes do descumprimento variam, conforme segue: 
 
1. sanção penal, em face do artigo 186, inciso VII, da Lei de Falências (decorrência 
do artigo 186, inciso VI, da Lei de Falências); constitui crime falimentar não 
apresentar o balanço à rubrica judicial em 60 dias da data do encerramento. 
Cumpre observar, no entanto, que, para a jurisprudência majoritária, a falta de 
balanço caracteriza crime apenas se a escrituração estiver irregular, não 
constituindo crime autônomo a infração exclusivamente prevista no inciso VII do 
referido artigo. 
2. dificuldade de acesso a crédito bancário ou a outros serviços prestados pelos 
bancos; 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
12 
 
3. impossibilidade de participação em licitações promovidas pelo Poder Público (artigo 
31, inciso I, da Lei n. 8.666/93); 
4. impossibilidade de requerer recuperação judicial e falência (artigos 51, “a”, e 105, 
“a”, da Lei 11.101/2005). 
 
1.1.15 Irregularidade Na Atuação Empresarial 
 
Atuando de maneira irregular, ou seja, sem cumprimento dos requisitos legais, 
implicações recairão sobre a empresa mercantil ou ao empresário individual: 
 
a) Inatividade da empresa mercantil 
É considerada inativa a firma individual ou a sociedade comercial que, durante dez anos 
consecutivos, não arquivar nenhuma alteração contratual ou não comunicar à Junta 
Comercial que se encontra em atividade. Como efeito, tem-se que, se for considerada 
inativa pela Junta Comercial, terá seu registro cancelado (artigo 60 da Lei de Registro 
Público das Empresas Mercantis e atividades afins). 
É com o registro na Junta Comercial que o nome empresarial passa a gozar de proteção 
jurídica. O nome empresarial consiste na firma ou denominação com a qual o comerciante 
se apresenta, em suas relações comerciais, a ser oportunamente estudado. 
O comerciante que não cumprir a primeira obrigação (arquivar atos constitutivos na Junta 
Comercial) será considerado comerciante irregular ou de fato. O arquivamento não é 
pressuposto para se desenvolver a atividade comercial, mas sem o preenchimento deste 
requisito sua atividade será considerada irregular, e conseqüentemente sofrerá sanções, 
além de restrições quanto aos benefícios que o regime jurídico de direito comercial lhe 
proporciona. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
13 
 
CAPÍTULO 2 
 NOME EMPRESARIAL 
 
2.1 Nome Empresarial - Sinal Distintivo do Empresário 
 
O nome é um direito próprio da personalidade, seja a pessoa física ou jurídica. Atua como 
elemento que dá identidade à pessoa, que lhe individualiza perante os demais. 
No âmbito do mercado, essa identidade e essa individualidade são essenciais, sendo 
certo que são preferidas as empresas que têm “bom nome na praça”, sendo difícil 
encontrar alguém que esteja disposto a negociar com alguém que esteja com o nome 
sujo. 
 
2. 2-Distinção entre Nome Empresarial e outros sinais distintivos da empresa 
 
Como elemento de identificação do empresário, o nome empresarial não se confunde 
com outros elementos identificadores que habitam o comércio, como, por exemplo: 
marca, título do estabelecimento e domínio na Internet. 
 
2.2.1 Nome x Marca 
 
Enquanto o nome empresarial identifica o sujeito que exerce a empresa, ou seja, o 
empresário (individual ou sociedade empresária); a marca identifica, direta ou 
indiretamente, produtos, mercadorias e serviços. Exemplo de marca: Zoomp. Nome: 
Zoomp S/A 
Assim, enquanto o nome é registrado (arquivado) nas Juntas Comerciais, a marca é 
registrada junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) 
 
2.2.2 Nome empresarial x Título do Estabelecimento 
 
O Título do estabelecimento, mais conhecido como “nome de fantasia”, não se confunde 
com o nome empresarial. O nome fantasia está voltado para o estabelecimento (complexo 
de bens, materiais e imateriais, pelos quais o empresário explora determinada atividade 
mercantil). 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
14 
 
Ex: Manuel A. de Almeida e Cia Ltda (nome empresarial) 
 “Casa Portuguesa” (título do estabelecimento) 
 
2.2.3 Nome empresarial x Domínio na Internet 
 
O nome de domínio identifica a página na rede mundial de computadores. 
Na maioria das vezes, por conveniência econômica ou estratégia mercadológica, opta-se 
por expressões assemelhadas, porém, isso não afasta a distinção referente ao conceito 
jurídico de cada elemento. 
 
2.3 Espécies de Nome Empresarial 
 
Há duas espécies de nome empresarial: Firma e denominação 
Firma – pode ser individual ou social 
• A “Firma individual” é o nome usado pelo próprio empresário individual. Essa 
nomenclatura não foi adotada pelo Código Civil/ 2002, apesar de continuar a ser 
utilizada na doutrina (ver artigo 1.156 do Código Civil). 
• Firma social ou razão social designa a sociedade contratual. Se aplica à 
sociedade em nome coletivo, à sociedade em comandita simples e, em caráter 
opcional, á sociedade limitada e à comandita por ações. 
Portanto: firma não é sinônimo de sociedade ou de empresa, como vulgarmente se vê. 
Denominação – como se constitui o nome da sociedade anônima ou companhia e, 
também, em caráter opcional, da sociedade limitada e da comandita por ações. 
 
2.3.1- Formação da Firma e da Denominação 
 
A) Firma – A firma é constituída pelo nome civil doempresário ou sócio, nada impedindo 
que seja abreviado ou, ainda, acrescido do elemento distintivo. 
 
A firma do empresário individual designa simplesmente o sujeito que exerce a profissão 
mercantil. Existe apenas uma separação abstrata, uma vez que o dois nomes se aplicam 
à mesma individualidade. É o mesmo homem que vive, ao mesmo tempo, a vida civil e a 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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vida comercial. Pode ser acrescido da atividade exercida: Exemplo: “Luciano Chaves”; “L. 
Chaves” ; “Luciano Chaves -Livros Jurídicos” 
Na firma social ou razão social, constará o nome dos sócios, completos ou abreviados, 
ou, o nome de pelo menos um deles acrescendo-se um aditivo “e companhia (& Cia), “ e 
filhos”, “e irmãos” etc. Ex: José Ribeiro e Cia. Carlos Silva & Irmãos ; J. Miranda e 
Magalhães. 
Princípio da Veracidade – O Brasil adota o princípio da veracidade que estabelece que a 
firma ou razão social devem refletir a realidade, seja em relação ao nome do empresário 
individual, seja em relação à composição societária. Assim, não pode constar nome na 
firma que não seja do empresário individual ou de sócio (no caso de sociedade 
empresária). É em face desse princípio que, em caso de falecimento de um dois sócios, 
deve haver alteração da firma social, retirando-se dela o nome do sócio falecido. (a não 
ser que não conste ou que exista outro sócio com a mesma apresentação: 
Ex: Sociedade composta por Luiz Chaves, Carlos Silva e Camilo Silva. Firma adotada: 
Chaves e Cia. Se Carlos morre, não é necessário alterar a firma. 
Ou se a firma adotada é C.Silva e Cia. E Carlos Silva falece, resta Camilo Silva, que pode 
também ser representado por C. Silva, não havendo necessidade de alterar a razão 
social. 
 
B) Denominação - A denominação dá maior liberdade ao nome da sociedade, já que não 
há submissão ao princípio da veracidade. Deve sempre constar o objeto da sociedade. É 
possível usar qualquer palavra ou expressão para o nome empresarial, desde que atenda 
ao princípio da novidade, ou seja, desde que não seja igual (ou parecido ao ponto de dar 
margem à confusão) ao nome de outra sociedade já registrada.É obrigatório fazer 
referência, no nome, do objeto social. Ex: Editora Atlas S.A 
 
2.4 Formação do nome empresarial segundo os diversos tipos de sociedade 
 
A) Sociedade em nome coletivo – Trata-se de sociedade intuitu personae, cuja 
presença na coletividade social é fruto do mútuo reconhecimento e aceitação 
(affectio societatis). Neste caso, somente pessoas físicas podem tomar parte na 
sociedade, respondendo todos os sócios solidária e ilimitadamente, pelas 
obrigações sociais (art. 1.039 CC). Neste caso, a sociedade usará firma social, 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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composta pelo nome de um, algum ou todos os sócios, no todo ou em parte. 
Quando os nome de todos os sócios não estejam presentes, emprega-se a 
expressão “e companhia” (e Cia, ou & Cia), ao final do nome. Ex: José da Silva e 
Cia. (aplica-se o artigo 1.157 CC). 
B) Sociedade em comandita simples - Neste tipo de sociedade, há dois tipos de 
sócios: os comanditados, que são pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais e os comanditários, obrigados somente 
pelo valor de suas respectivas quotas. Esse tipo de sociedade, adota a firma 
social, composta, entretanto pelo nome daquele ou daqueles sócios comanditados 
(que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais). Caso se utilize o nome 
de algum sócio comanditário, haverá implicação de sua responsabilidade ilimitada. 
(ver artigo 1.157 , p. único do CC). 
C) Sociedade Por Cotas de Responsabilidade Limitada – a responsabilidade de 
cada sócio é restrita ao valor de suas quotas. Esse tipo de sociedade pode adotar 
tanto a firma (razão social), quanto a denominação. Será, em qualquer caso, 
obrigatório o uso da palavra “limitada” (ou sua abreviação “ltda”). Ver artigo 1.158, 
CC) Ex: João Gomes e Cia ltda (firma social) - Bom Nome Pescados Ltda 
(denominação). 
D) Sociedade Anônima – O capital social divide-se em ações. Os titulares dessas 
ações são chamados acionistas. Não é intuitu persoanae, mas sim, intuitu 
pecuniae. Adota a denominação. No nome deve constar a expressão “Sociedade 
Anônima” (S/A ou S.A), colocada no início, no meio ou no fim do nome), ou da 
palavra “companhia” (Cia), desde que seja usada no princípio ou no meio do nome 
(para não confundir com as sociedades contratuais que utilizam a companhia “Cia”, 
no final). Pode constar nome de um fundador da empresa, desde que a família 
deste concorde. É indispensável a designação do objeto social. Ex: Lojas 
Americanas S/A; Companhia Siderúrgica Nacional Acesita.(art. 1160 CC). 
E)Sociedade em Comandita por Ações – Rege-se pelas normas aplicáveis à 
sociedade anônima. Porém, neste tipo societário, há sócios que investem e sócios 
que administram. Podem adotar firma social ou denominação.Adotando a firma 
social, será usado apenas o nome do sócio acionista que tem responsabilidade 
pessoal e ilimitada pelas obrigações sociais, ou seja, diretores ou gerentes. A 
presença de nome de quem não esteja em tal situação implicará em 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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responsabilidade pessoal e ilimitada ao mesmo. Se adotada a denominação, deve 
sempre constar o objeto da sociedade. Em qualquer caso, do nome deve constar 
sempre a expressão “Comandita por ações”. (art. 1.161 CC). 
F) Cooperativas – Sociedades sem finalidade lucrativa (art. 1.090 e seguintes CC). 
Adota a denominação, com o acréscimo obrigatório da palavra cooperativa, além 
da descrição de seu objeto social. (art. 1.159 CC) Ex: Colulati – Cooperativa Sul-
riograndense de laticínios Ltda. 
G) Sociedade Em Conta de Participação – Apesar de o Código Civil a relacionar 
como um tipo societário, tecnicamente, não se trata de sociedade. Não tem 
personalidade jurídica, não tem patrimônio próprio, não é registrada na Junta 
Comercial. Se caracteriza por um contrato entre duas ou mais pessoas que 
acordam em explorar um empreendimento sob o nome e responsabilidade de 
apenas um ou alguns sócios (ostensivos). A sociedade não assume obrigações, e 
sim, o sócio ostensivo. Por não ter personalidade jurídica, não pode ter firma ou 
denominação. 
 
2. 5 Proteção ao Nome Empresarial 
 
É letra do art. 5º, inciso XXIX da Constituição Federal que: “ a lei assegurará aos autores 
de inventos industriais privilégio temporário para a sua utilização bem como proteção às 
criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos 
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e 
econômico do país” 
Relativamente à proteção do nome dos empresários e das sociedades empresárias, está 
a cargo das Juntas Comerciais, vez que a elas compete a execução do registro. Essa 
proteção se dá em nível estadual. Afinal, sua competência não ultrapassa os limites de 
seu estado. (art. 1.166 CCivil). Entretanto, essa proteção pode ser estendida a outros 
estados. Prova disso é o art. 1.166 do C.Civil, que diz que essa proteçãoserá estendida 
“a todo território nacional, se registrado na forma da lei”. Para isso, basta arquivar nas 
respectivas Juntas Comerciais certidão para esse fim. 
 
 
 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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2.5.1 Colidência entre nomes empresariais 
 
Para se evitar o conflito, o DNRC expediu a IN n. 104/07, que estabelece critérios para 
análise da identidade e semelhança dos nomes empresariais. 
Não obstante isso, é possível que haja conflito de nomes. Nessa hipótese, é facultado as 
partes interessadas e às Procuradorias Regionais das Juntas Comerciais recorrerem, 
primeiro, ao Plenário da Junta Comercial que tiver feito o registro, e depois, ao Ministro de 
Estado do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior, da decisão que tiver 
determinado o registro/arquivamento do ato que seu ensejo ao conflito. 
Além disso, é cabível, ainda, ação judicial. 
 
2.5.2 Colidência entre nome empresarial e marca 
 
A Lei 8.934/94 dispõe que um nome empresarial não pode reproduzir marca de terceiro, 
afinal, aos autores de um e outro (nome empresarial e marca), assegura-se a proteção e 
propriedade desses bens. O art. 33 da Lei n. 8.934/94, assegura que “a proteção ao nome 
empresarial decorre, automaticamente, do arquivamento dos atos constitutivos de firma 
individual e de sociedade, ou de suas alterações” nas Juntas Comerciais Estaduais. 
Por outro lado, a Lei de Propriedade Industrial, Lei n. 9.279/96, em seu art. 129, assegura 
ao titular da marca a propriedade e o direito de uso exclusivo em todo território nacional. A 
proteção nesse caso, portanto, é em nível nacional. Se assim é, um não pode 
desrespeitar o outro. 
Nesse caso, o critério a ser aplicado em havendo colidência entre marca e nome 
empresarial num mesmo ramo de atividade, deve prevalecer o princípio da anterioridade 
do registro. 
 
2.6 Nomes empresariais não registráveis 
 
Toda nome empresarial deverá se distinguir de qualquer outro já inscrito no registro do 
lugar. Nisto está o princípio da novidade, a que deve se submeter todo nome empresarial, 
de acordo com o Decreto n. 916. A Lei n. 8.934/94, em seu art. 35, V, declara que não 
podem ser arquivados os atos de empresas mercantis com nome idêntico ou semelhante 
a outro já existente. Por conseguinte o “princípio da novidade” impõe a impossibilidade de 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
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coexistirem, no mesmo Estado, duas ou mais sociedades de nomes idênticos ou 
semelhantes. Esse mesmo princípio, percebe-se sem dificuldade, esta esculpido no 
Código Civil, artigos 1.163 e 1.166. 
Além desses, não podem ser registrados os seguintes nomes empresariais: 
• Que contenham palavras ou expressões que denotem atividade não prevista no 
objeto da empresa (arts. 1.156; 1.158 §2º; 1.160; 1.161 do Código Civil); 
• Que contenham palavras ou expressões que atentam contra a moral e os bons 
costumes; 
• Que não atendam ao “princípio da veracidade” (Lei n. 8.934, art. 34; arts. 1.156; 
1.157; 1.158, §§ 1º e 2º; 1.160; 1.161 e 1.165 do C. Civil). 
• Que incluam ou reproduzam, em sua composição, siglas ou denominações de 
órgãos públicos da administração direta ou indireta e de organismos internacionais. 
 Que contenham patronímicos de que o requerente não possa utilizar (art. 1.156 do 
C. Civil; Decreto 916, art. 3º). 
• - Requerido por empresário, pessoa física, embora designe sociedade ou vice-
versa (Decreto n. 916, art. 3º e C. Civil arts. 1.156, 1.157, 1.158 a 1.161). 
 
Os critérios para a análise da identidade e semelhanças de nomes empresariais pelos 
órgãos do Registro Público de Empresas Mercantis, estão hoje, reunidos na Instrução 
Normativa n. 104/2007. 
 
2.7 Alienabilidade do nome empresarial 
 
Art. 1.164, “o nome empresarial não pode ser objeto de alienação”. Isso significa que nem 
a firma ou razão – individual ou social – nem a denominação social podem, ser alienadas. 
Conseqüência do princípio da veracidade. 
 Isso porém, não impede o adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos e se o 
contrato assim o permitir, possa usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com 
a qualificação de sucessor (art. 1.164, parágrafo único). Exemplo: Celso Q. Neves – 
Sucessor de Roque Neves. (Caso de Empresário Individual) 
 
 
 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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CAPÍTULO 3 
PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
 
Base legal: Lei 9.279/96 
 
3.1 Introdução 
“Direito Intelectual” ou “Direito Imaterial” são os nomes que se pode atribuir ao conjunto 
de direitos resultantes da atividade intelectual e criativa do ser humano, dividido em: 
 
 1) Direito Autoral (propriedade literária, científica e artística); 
 2) Direito Industrial – relacionado à propriedade industrial. 
 
3.2 Propriedade Industrial 
 
A designação “Propriedade Industrial” não significa que se trate de uma espécie de bem 
imaterial relacionado exclusivamente com a atividade industrial. Essa denominação 
prende-se a raízes histórias, uma vez que a proteção do direito imaterial pertencente ao 
empresário teve suas primeiras manifestações ligadas à indústria. O mais correto seria 
dizer: “propriedade empresarial imaterial” 
A propriedade Industrial integra: as invenções; os modelos de utilidade; os desenhos 
industriais; e as marcas 
 
3.3 Natureza Jurídica 
 
A natureza jurídica da propriedade industrial, como se verifica no próprio nome, é de 
direito de propriedade, uma vez que ao seu titular serão conferidos direitos erga omnes, 
mais aproximados das características do direito de propriedade. 
 
3.4 Finalidade do Direito Industrial 
 
O Direito Industrial garante a exploração, com exclusividade, do objeto protegido 
(invenção, modelo de utilidade, desenho industrial e marca) àquele que requerer 
primeiramente referido privilégio. 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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21 
 
3.5 O Instituto Nacional De Propriedade Industrial - INPI 
 
Os direitos industriais são concedidos pelo Estado, através de uma autarquia federal, o 
INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). 
O INPI é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e 
tem por finalidade principal, executar, no âmbito nacional, as normas que regulam a 
propriedade industrial. É, ainda, sua atribuição pronunciar-se quanto á conveniência de 
assinatura de convenções, tratados e acordos sobre a propriedade industrial. 
Ninguém pode reivindicar o direito de exploração econômica com exclusividade de 
quaisquer invenções, modelos de utilidade, desenhos industriais e marcas, se não obteve 
do INPI a concessão do direito, ou seja a Patente ou o Registro, conforme o caso. 
A Patente dá direito de exclusividade ao autor de invenções e modelos de utilidade. O 
Registro dá direito de exclusividade na exploração no caso de desenhos industriais e 
marcas. 
 
3.6 Proteção da Propriedade IndustrialA proteção da propriedade industrial se dá por um conjunto de normas e institutos, sendo 
os principais: 
• Constituição Federal – art. 5º, inciso XXIX “ a lei assegurará aos autores de 
inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às 
criações industriais, à propriedade das marcas...” 
• Lei da Propriedade Industrial (Lei 9.279/96); 
• Convenção de Paris - Com o notado interesse na proteção à propriedade 
industrial, verificou-se a necessidade de se estender e unificar a proteção da 
propriedade industrial entre os países, o que se deu com a Convenção de Paris 
para a Proteção da Propriedade Industrial. Hoje são mais de 130 países 
participantes, sendo que o Brasil foi adepto dessa Convenção desde o início, em 
1883. 
 
Sendo o Brasil signatário da Convenção, não é admissível, no país, a criação de 
distinções entre nacionais e estrangeiros dos´demais países signatários, em matéria de 
direito industrial, sendo inválido, salvo em caso de denúncia da Convenção, conceder 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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22 
 
protecionismos aos nacionais, em detrimento dos estrangeiros. Ex: prazo de duração 
maior para as patentes de inventores nacionais. 
 
3.7 Invenções 
 
“Invenção é o produto da inteligência humana que objetiva criar bens até então 
desconhecidos para aplicação industrial”. Toda vez que alguém projeta algo que era 
desconhecido a todos, estará produzindo uma invenção. A lei 9279/96 não conceitua o 
que é a invenção, mas estabelece, em seu artigo 10, o que não pode ser considerado 
invenção. 
 
3.8 Modelos de Utilidade 
 
Modelo de utilidade é o instrumento, utensílio ou objeto destinado ao aperfeiçoamento ou 
melhoria de uma invenção preexistente. Difere da invenção pelo fato de ter como ponto 
de partida um objeto já inventado, e por ter o objetivo de melhorar esse objeto, ampliando 
ou modificando sua utilização. Ex: motor bi-combustível no veículo; a direção hidráulica. 
 
3.9 Patentes 
 
Patente é um título de propriedade temporária sobre uma invenção ou modelo de 
utilidade, outorgados pelo Estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou 
jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em contrapartida, o inventor se obriga a 
revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente. 
Durante o prazo de vigência da patente, o titular tem o direito de excluir terceiros, sem sua 
prévia autorização, de atos relativos à matéria protegida, tais como fabricação, 
comercialização, importação, uso, venda, etc. 
O empresário titular tem o direito de explorar economicamente o objeto correspondente 
com inteira exclusividade. 
A pesquisa e o desenvolvimento para elaboração de novos produtos requerem, na 
maioria das vezes, grandes investimentos. Proteger esse produto através de uma patente 
significa prevenir-se de que competidores copiem e vendam esse produto a um preço 
mais baixo, uma vez que eles não foram onerados com os custos da pesquisa e 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
 PROFESSOR PEDRO SECUNDO 
23 
 
desenvolvimento do produto. A proteção conferida pela patente é, portanto, um valioso e 
imprescindível instrumento para que a invenção e a criação industrializável se torne um 
investimento rentável. 
 
3.9.1 Requisitos para se obter a patente de uma invenção ou de um modelo de 
utilidade 
 
A- Novidade - Para se obter a patente, a invenção ou modelo de utilidade devem ser 
uma criação desconhecida pela comunidade científica, técnica ou industrial. Somente o 
ineditismo + originalidade é que podem dar margem à patente. Não é patenteável a 
criação que esteja compreendida no “estado da técnica (LPI, art. 11). 
O estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao público antes da 
data de depósito do pedido da patente, por descrição escrita ou oral, por uso ou por 
qualquer meio, no Brasil ou no exterior. 
Exceto: as divulgações feitas nos 12 meses anteriores à data do depósito ou da 
prioridade do pedido de patente, feita pelo inventor, pelo INPI ou por terceiros (feita com 
base em informações obtidas através do inventor). Esse período é denominado período 
de graça. 
B) Atividade Inventiva - A invenção, bem como o modelo de utilidade devem despertar 
no espírito dos técnicos da área o sentido de um real progresso. Não há invenção nem 
modelo de utilidade na mera aplicação óbvia do que já se conhece, que já seja de 
domínio público. 
C) Aplicação Industrial – Tanto a invenção, quanto o modelo de utilidade, só podem ser 
patenteáveis se puderem ser utilizados na indústria ou produzidos mediante escala 
industrial. Ex: não pode ser patenteável uma máquina que, para seu funcionamento, 
dependa de um combustível ainda inexistente. 
D) Não impedimento – a lei proíbe, por razões de ordem técnica ou de interesse público, 
a patenteabilidade de determinadas invenções ou modelos de utilidade, por exemplo, que 
afrontem à moral e aos bons costumes, à segurança, à ordem e à saúde públicas etc. (art. 
18 da LPI). 
 
 
 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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24 
 
3.9.2 Prazos de Vigência das patentes 
 
A Patente de Invenção – Vigora pelo prazo de 20 anos da data do depósito, não 
podendo o prazo de vigência ser inferior a 10 anos. 
A Patente de Modelo de Utilidade – Vigora pelo prazo de 15 anos da data do depósito, 
não podendo o prazo de vigência ser inferior a 7 anos. 
A regra do prazo mínimo tem por objetivo impedir que o titular seja prejudicado por 
atrasos no procedimento de exame e concessão da patente. Por isso, essa regra não se 
aplica nos casos de o INPI estar impedido de proceder ao exame de mérito do pedido, em 
caso de pendência judicial comprovada ou por motivo de força maior. 
 
3.9.3 Direito de Prioridade 
 
Quando uma pessoa faz um pedido de patente ou registro industrial em país que 
mantenha acordo com o Brasil, tem o direito, caso haja interesse de sua parte, de 
expandir seu direito de proteção da patente ou do registro, também em território brasileiro. 
Para isso, deve reivindicar a prioridade no prazo máximo de 12 meses, no caso de 
patente (invenção/ modelo de utilidade), e de 6 meses, em caso de registro (desenho 
industrial/ marca). 
Direito de reciprocidade - o mesmo acontece com as patentes e os registros de brasileiro, 
caso tenham interesse de ressalvar seus direitos em outro país signatário. 
 
3.9.4 Licença Compulsória 
 
O titular da patente que não explorar a invenção ou modelo de utilidade pelo prazo de 3 
anos da data da concessão poderá ficar sujeito a ter a patente compulsoriamente 
licenciada por outra pessoa. 
Também poderá sujeitar-se à licença compulsória caso utilize dos direitos concedidos 
pelo INPI de forma abusiva, ou se, através deles, se praticar abuso do poder econômico. 
Razão do instituto – O Direito considera relevante o interesse social relacionado às 
comodidades propiciadas pelo desenvolvimento industrial. Assim, se o titular do direito 
não o utiliza, de forma a atender de forma regular e conveniente ao mercado, outros 
empresários interessados e capacitados poderão ter o direitode explorá-la. 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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25 
 
Após dois anos da concessão da licença compulsória, caso o inventor ainda não tenha 
cessado a forma de exploração abusiva, ou o desuso, a invenção ou o modelo de 
utilidade cairão em domínio público. 
 
3.9.5 Extinção da patente 
 
• Com o término do prazo; 
• Caducidade (caso da licença compulsória); 
• Renúncia aos direitos industriais (desde que não implique prejuízos para terceiros 
(ex; licenciados); 
• Falta de pagamento da taxa devida ao INPI (retribuição anual); 
• Falta de representante no Brasil (quando o titular é domiciliado no exterior). 
 
3.10 Marca 
 
Marca, segundo a lei brasileira, é todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que 
identifica e distingue produtos e serviços de outros análogos, de procedência diversa, 
bem como certifica a conformidade dos mesmos com determinadas normas ou 
especificações técnicas. 
Para obter o registro de uma marca, é necessário apresentar o pedido ao INPI que o 
examinará com base nas normas legais estabelecidas pela Lei da Propriedade Industrial e 
nos atos resoluções administrativos. 
Não se confunde com outros designativos presentes na empresa. Assim, se distingue do 
nome empresarial e do título do estabelecimento (nome de fantasia). 
 
3.10.1 Requisitos para pedido de registro de marca 
 
A proteção da marca se dá com seu registro no INPI. Para o registro da marca, é 
indispensável o atendimento dos seguintes requisitos: 
a) Novidade Relativa – não se exige da marca a representação de uma novidade 
absoluta. Isto é: a expressão lingüística ou signo utilizado não precisam ser, 
necessariamente, criados pelo empresário. Deve ser nova a utilização daquele signo na 
identificação de produtos industrializados / comercializados ou de serviços prestados, de 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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acordo com a classe de atividades econômicas afins. Princípio da especialidade/ 
especificidade. 
b) Não- colidência com marca notória e de alto renome- As marcas notoriamente 
conhecidas, mesmo que não registradas no INPI, merecem a tutela do direito industrial. 
c) Não- impedimento – A lei impede o registro, como marcas, de determinados signos. Ex: 
usando as armas oficiais do Estado, o nome civil, a imagem de alguém ( salvo se com 
consentimento) etc. (art. 124 LPI). 
 
3.10.2 Prazo do registro da marca 
 
O registro da marca tem duração de 10 anos a partir da sua concessão (LPI, art. 133). 
Este, ao contrário dos demais prazos, é prorrogável por períodos iguais e sucessivos, 
enquanto o titular tiver interesse, desde que a prorrogação seja pleiteadas sempre no 
último ano de vigência do registro e que se pague as taxas devidas. ( o titular ainda 
poderá fazer o pedido de prorrogação do registro nos seis meses subseqüentes ao final 
do prazo de vigência, desde que pague uma retribuição adicional. 
 
3.10.3 Marcas de alto renome e marca notoriamente conhecida 
 
A marca de alto renome (art. 125 LPI), tendo em vista sua proeminente notoriedade, após 
seu registro no INPI, conta com participação em todos os ramos de atividade, e não 
somente, em sua classe. É amplamente conhecida por todos. Ex: Coca-Cola, 
McDonald´s. 
A marca notoriamente conhecida (art. 126 LPI), diferente da marca de alto renome. Goza 
de proteção especial, independente de estar previamente depositada ou registrada no 
Brasil, bastando que seja efetivamente considerada notoriamente conhecida pelo INPI. 
6- Colidência entre nome empresarial e marca- 
Vigora, no caso, o princípio da anterioridade. 
 
3.10.4 Extinção da Marca 
 
a) se a exploração não se deu em 5 anos a partir da concessão, 
b)se ficou interrompida a exploração por período de 5 anos consecutivos, 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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27 
 
c) se houver alteração substancial da marca, 
d) pela expiração do prazo de vigência, 
e) pela renúncia, 
f) se o titular domiciliado no exterior não mantiver procurador habilitado no Brasil. 
 
3.11 Desenho Industrial 
 
Conceito – Desenho industrial é a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto 
ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando 
resultado visual novo e original em sua configuração externa e que possa servir de tipo de 
fabricação industrial. É por isso que não se pode considerar desenho industrial qualquer 
obra de caráter puramente artístico. (art. 95 da LPI). Tem finalidade simplesmente 
estética, não se comprometendo com a funcionalidade do bem. Ex: eletrodomésticos com 
formato e cores mais atrativos etc). 
 
3.11.1 Requisitos para se obter o registro de um Desenho Industrial 
 
A- Novidade - o desenho industrial deve ser novo, isto é, não compreendido no estado da 
técnica. Deve propiciar um visual inédito, desconhecido dos técnicos do setor.(art. 96 LPI) 
O estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao público antes da 
data de depósito do pedido do registro. 
B- Originalidade- apresentar uma configuração estética própria, ou quando combina 
elementos já conhecidos de forma original.(art. 97, LPI) 
C – Desimpedimento - a lei impede o registro de desenhos industriais em determinadas 
situações (art. 100 LPI) Ex: desenhos contrários aos bons costumes, ofensivos à honra ou 
à imagem das pessoas, formas comuns etc. 
 
3.11.2 Prazo do registro do desenho industrial 
 
O prazo de vigência será de 10 anos contados da data do depósito, podendo ser 
prorrogado por até três períodos sucessivos de 5 anos cada, o que perfaz um total de 25 
anos (art. 108, caput). 
4- Extinção do registro do desenho industrial 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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Pode extinguir o registro: 
• Pela expiração do prazo de vigência; 
• Pela renúncia, ressalvados os direitos de terceiros; 
• Pelo não pagamento da retribuição prevista; 
• Se o titular for domiciliado no exterior não mantiver procurador qualificado e 
domiciliado no Brasil, com poderes de representação administrativa e judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 4 
TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO (PARTE I) 
 
4.1 Conceito De Sociedade 
 
Sociedade é a entidade constituída por várias pessoas, com objetivos econômicos. Em 
virtude da diversificação do direito privado (dicotomia) em direito civil e empresarial, 
seriam as sociedades de uma ou outra natureza, conforme seu objeto: sociedade 
comercial para a prática constante de atos de comércio; sociedade civil (sociedade 
simples), para a prática de atos civis com fins econômicos(p. ex.: uma sociedade 
imobiliária). 
 
4.2 Diferença Entre Fundação E Sociedade 
 
Fundação é patrimônio dotado de personalidade jurídica e constituído para realizar certo 
fim lícito. 
Não tem fins econômicos, visa principalmente o social. 
Os bens das fundações são inalienáveis e impenhoráveis. Somente em casos especiais 
poderão ser vendidos, doados, trocados, hipotecados etc. Assim mesmo, com autorização 
judicial, ouvido o MP. 
Possui estatuto. 
Pode ser criada por ato inter vivos (escritura pública) ou causa mortis (testamento). 
 
4.3 Diferença Entre Associação E Sociedade 
 
Segundo o art. 53, do Código Civil, a expressão “associação” está reservada para 
designar a união de pessoas que se organizam para fins não econômicos. 
A diferença principal reside no fim a que se destinam. 
Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos (art. 53, parágrafo único, 
CC). 
 
 
 
 DIREITO EMPRESARIAL 
 
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4.4 Princípio Da Tipicidade Em Matéria De Direito Societário 
 
Segundo este princípio, os vários tipos de sociedades empresárias são classificados 
como de pessoas ou de capital. 
As sociedades de pessoas são as que se constituem tendo em vista a pessoa dos sócios. 
Assim, se forma em atenção às qualidades pessoais dos sócios. 
Ninguém nela ingressa, nem nela se faz substituir, sem a concordância dos demais 
sócios, importando o ingresso ou retirada em modificação do contrato social. 
Nas sociedades de capital é indiferente a pessoa do sócio, prevalecendo o impessoalismo 
do capital, pois, o acionista ingressa na sociedade ou dela se retira, sem dar atenção aos 
demais, pela simples aquisição ou venda de suas ações. 
 
4.5 Sociedade Simples E Sociedade Empresária 
 
Como vimos em paginas anteriores, nem toda sociedade é pessoa jurídica, pois, para que 
a pessoa jurídica de direito privado exista legalmente e tenha regularidade, será preciso 
inscrever seus atos constitutivos, ou seja, contrato e estatuto, no seu registro peculiar e 
na forma da lei (CC, art. 985), passando a ser sujeito de direito com existência distinta da 
de seus membros (CC, art. 45). Assim, para ter personalidade jurídica, a sociedade 
empresária deverá ser inscrita no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo Junta 
Comercial (Lei. N. 8.934/94, art. 1º, instrução do Departamento Nacional do Registro de 
Comercio, art. 4º, II), desde que haja visto de advogado, o que, portanto, é indispensável 
para que a junta Comercial efetue o registro do ato constitutivo da sociedade (art. 1º, §2º, 
da Lei n. 8.906/94), e a sociedade simples, no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, local 
onde estiver sua sede (a de sua administração ou a do estabelecimento onde se realizam 
as atividades sociais – Enunciado n. 215 do Conselho de Justiça Federal, aprovado na III 
Jornada de Direito Civil; Lei n.6.015/73, arts. 114 a 119; CC, arts. 985 e 1.150; RT, 
136:692; AJ, 59:493). 
Com tal inscrição, ter-se-á a sociedade personificada, ou seja; 
a) pessoa jurídica distinta da pessoa natural de seus sócios (CC, art. 45), 
pois passará, em seu nome, a contrariar obrigações e a exercer direitos, 
tendo nacionalidade, capacidade e domicílios próprios; 
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b) patrimônio social separado do dos sócios. Ter-se-á, portanto, ente 
individualizado, autônomo contratual e patrimonialmente e representado 
ativa e passivamente, em juízo, pelo seu administrador ou representante. 
Com a aquisição da personalidade jurídica, a sociedade passará a ter não só 
o poder de exercer direitos sobre o seu patrimônio, como também o de 
contrair obrigações necessárias ao seu desenvolvimento e ao exercício de 
suas atividades. Como diz Sylvio Marcondes, ao adquirir personalidade, com 
a inscrição do ato constitutivo, a sociedade personificada deverá atender aos 
requisitos, estipulados naquele ato, por serem necessários à sua vida interna 
e externa e por estarem baseados em lei. 
Nem toda sociedade, mesmo personificada, tem por objeto o exercício de atividade 
econômica organizada em empresa, e, assim embora seja pessoa jurídica não é 
empresária. Logo, as sociedades personificadas poderão ser simples ou empresárias, 
distinguindo-se pelo modo em que se exerce a atividade econômica. 
A sociedade empresária é, como já dissemos, a pessoa jurídica que visa ao lucro ou ao 
resultado econômico ou social, mediante exercício habitual de atividade econômica 
organizada, como a exercida por empresário, sujeito a registro (CC, arts. 967 e 982), 
como o escopo de obter a produção ou circulação de bens ou de serviços no mercado 
(CC, art. 966). Tal sociedade reúne três fatores essenciais: a habitualidade no exercício 
dos atos negociais que visem à produção ou circulação de bens ou serviços; o escopo de 
lucro ou o resultado econômico ou social; a organização ou estrutura estável dessa 
atividade. Assume as formas: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita 
simples, sociedade em comandita por ações, sociedade limitada e sociedade anônima 
(CC, arts. 1.088, 1.089 e 982, parágrafo único) ou por ações (RT, 434; 122). 
A sociedade será simples se não exercer atividade empresarial, econômica, técnica e 
organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços, mesmo que venha a 
adotar quaisquer das formas empresárias, como permite o art. 983, 2ª parte, do Código 
Civil, exceto se for por ações que, por força de lei, será sempre empresária (CC, art. 982, 
parágrafo único). A cooperativa é uma sociedade simples (CC, arts. 982, parágrafo único, 
infine, 983, parágrafo único, e 1.093 a 1.096) e “a natureza de sociedade simples da 
cooperativa, por força legal, não impede de ser sócia de qualquer tipo societário, 
tampouco de praticar ato de empresa” (Enunciado n. 207 do CJF, aprovado na III Jornada 
de Direito Civil). Nem toda sociedade personificada pretende exercer atividade econômica 
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organizada, e assim, mesmo sendo pessoa jurídica, não é empresária, mais simples. 
Realiza operações econômicas de natureza não empresarial, vinculada ao Registro Civil 
de Pessoas Jurídicas, não estando subordinada, embora tenha atividade de fins 
econômicos, às normas relativas à empresarialidade, mesmo que venha a assumir uma 
das formas previstas para sociedade empresária, exceto se em comandita de ações ou 
anônima. 
 
4.5.1 Sociedade Simples 
 
A sociedade simples é a pessoa jurídica de direito privado (CC, art. 44, II) que visa ao fim 
econômico ou lucrativo, pois o lucro obtido deverá ser repartido entre sócios, sendo 
alcançado com o exercício de certas profissões ou pela prestação de serviços técnicos 
(CC, arts. 997 a 1.038; RT, 462;81, 39:216, 395:205). P. ex., uma sociedade imobiliária, 
uma sociedade de advogado (Lei n. 8.906/94, arts. 15 a 17 e provimento n. 112/206 do 
Conselho Federal da OAB); uma sociedade que presta serviços de pintura (RT, 39I;216), 
de mecânica ou de terraplanagem (RT, 395:205), ou uma sociedade cooperativa (CC, 
arts. 982, parágrafo Único 1.093 a 1.096; STJ, súmula 262). Essas atividades não poderáser objeto de exploração direta, por não poder constituir elemento da empresa (CC, art. 
966, parágrafo Único, in fine), hipótese em que a sociedade deixará de ser simples, 
passando a ser, então, empresária. 
Será simples a sociedade que tiver por objeto atividades profissionais regulamentadas, 
cientificas, literárias, artísticas, a não ser que o exercício da profissão ou do oficio venha a 
constituir elemento da empresa. 
É uma sociedade cujo objeto social é o exercício de atividade econômica não empresarial, 
ou melhor, é a prestação de serviços profissionais, mesmo com concurso de 
colaboradores ou auxiliares, de natureza cientifica (como p. ex., de consultoria informática 
etc.), literária, artística (musica, representação cênica, pintura, desenho de moda, 
fotografia), de atividades voltadas á educação, à agricultura e á pecuária (com exceção da 
atinente á indústria agrícola, que é empresária) e de atividade cooperativa. O pintor, o 
advogado, o escritor, o médico, o dentista, o musico, o estilista, o pesquisador, o contador 
etc. não são empresários, mas, se agruparem para o exercício profissional, darão origem 
a uma sociedade simples, sujeita a registro civil na entidade de classe, p. ex., OAB, CFM 
etc. 
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É, como diz Fábio Ulhoa Coelho, um tipo societário mais apropriado a pequenos negócios 
ou a prestação de serviços não empresariais. Serão simples, como exemplifica Arnaldo 
Rizzardo, as sociedades prestadoras de serviços de intermediação, abrangendo, p. ex., 
os corretores, os negociadores de valores em bolsa; as voltadas á pesquisa como os 
centros de estudo de assessoria; as envolvidas com artes, como as manifestadas nos 
grupos de teatro, de cinema, de musica e de artesãos; as que tem por escopo a execução 
de oficio, como de marceneiro, eletricista, encanador, construtor civil etc. não exerce, 
portanto atividade própria de empresário sujeito a registro, como prescreve o art. 982 do 
Código civil. 
Se, p. ex., um grupo de médicos ou de engenheiros e arquitetos vier a constituir uma 
sociedade simples, alugando imóvel, contratando empregados, utilizando-se de insígnia 
para efetuar pesquisas sobre as varias tendências da medicina ou da engenharia, 
publicando os resultados em revistas cientificas ou divulgando-se em palestras e depois 
resolver fazer uso habitual dessa atividade mediante prestação de serviços médicos ou 
técnicos a terceiros, contratando outros profissionais, ministrando cursos, oferecendo 
planos de saúde ou projetos á população etc., deixará de ser simples e passará a ser 
empresária, visto que não mais se exerce pessoalmente uma atividade profissional a se 
está explorando a atividade intelectual como elemento empresa (CC, art. 982 c/c o art. 
966, parágrafo único, in fine). Mas, se vier a praticar, eventualmente, atos empresariais, 
tal fato não irá descaracterizá-la como sociedade simples, pois sua atividade principal 
continuará sendo a cientifica ou intelectual. 
Distingue-se no direito brasileiro, a sociedade empresária da simples pelos três elementos 
identificadores da empresarialidade, previstos no CC, art. 966: economicidade, 
organização e profissionalidade. Estando presentes esses três elementos, ter-se-á a 
configuração da sociedade empresária. A sociedade simples exerce, portanto, atividade 
sem os fatores de produção. Assim, se a sociedade conservar caracteres da sociedade 
empresária, mas for insuficientemente organizada para a produção ou circulação de bens 
ou serviços, continuará sendo considerada sociedade simples. “Na sociedade simples, 
por não ter natureza empresarial, admite-se que sócio apenas venha a contribuir com 
serviços, como ocorria na sociedade de capital e industria. O contrato social deverá, por 
isso, especificar, com minúcias, o trabalho a ser prestado pelo sócio à sociedade, 
impondo, inclusive, sanções se vier a praticar atos alheios ao objeto social, como perda 
da participação dos resultados obtidos, exclusão da sociedade etc. Mas, por outro lado, é 
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comum nas sociedades simples que pessoas admitidas como empregadas, ante a 
excelência do serviço prestado, sejam promovidas a sócias. Daí ser relevante o fator 
“trabalho”, a competência e experiência do sócio. 
Assim, sendo sociedade de pessoas, constituída para, profissionalmente, desempenhar 
atividade econômica, em especial a de prestação de serviço intelectual, desde que não 
organizada empresarialmente, será simples. E qualquer que seja o tipo societário por ela 
adotado, não se sujeitará à falência, nem poderá requerer recuperação judicial ou 
extrajudicial, uma vez que a opção por uma das formas societárias empresariais não 
exigirá que se efetue sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis. Seu 
assento far-se-á no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Realmente, é o que se pode 
inferir do disposto no art. 1.150 do Código Civil, que, assim, reza: “O Empresário e a 
sociedade empresária vinculam-se ao Registro Publico de Empresas Mercantis a cargo 
das Juntas Comerciais, e a sociedade de simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, 
o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples 
adotar um dois tipos de sociedade empresária”. 
A sociedade simples (sociedade de pessoas), ante o disposto no art. 997 do novel Código 
Civil, apresenta a natureza de sociedade contratual, visto que se constitui mediante 
contrato social feito por instrumento público ou particular. A sociedade contratual constitui-
se pelo contrato social, representativo da declaração volitiva dos interessados na 
formação de uma nova pessoa jurídica, mediante seu arquivamento no órgão competente. 
Há, nesse contrato societário, congregação de vontades dirigidas para a obtenção de um 
objetivo comum e cláusulas estipuladas pelas partes para lograr o resultado por elas 
almejado, cuja ulterior alteração dependerá de deliberação da maioria dos sócios. Essas 
cláusulas facultativas poderão dispor sobre; disciplina das reuniões assembleares; 
instituição de conselho fiscal; administração por estranho; forma de dissolução; exclusão 
de sócio; inclusão de estranho no quadro societário; cessão de quotas. Mas, além dessas 
cláusulas, o contrato deverá, obrigatoriamente, mencionar (CC, art. 997, I a VIII) cláusulas 
com as seguintes informações essenciais, que só poderão ser modificadas pelo consenso 
unânime dos sócios (CC, art. 999): 
 
a) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, 
se forem pessoas naturais. Se forem pessoas jurídicas, deverão 
especificar sua firma ou razão social, nacionalidade e sede. 
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A sociedade simples poderá ter, portanto, pessoas naturais ou jurídicas 
como sócias, que deverão estar devida e completamente qualificadas no 
contrato social. Se for pessoa natural deverá estar individuada, com a 
menção do nome, nacionalidade, estado civil, residência, número do RG e 
do CPF. Se for solteira, deverá, como ensina Arnoldo Wald, constar a data 
de nascimento para averiguação de sua capacidade.

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