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biologia aquática

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INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
PARÁ
Biologia Aquática e Pesqueira
Carlos Alberto Machado da Rocha
Curso Técnico em Aquicultura
Capa_Bio_Aq_Pes_A_.indd 1Capa_Bio_Aq_Pes_A_.indd 1 13/12/11 10:1013/12/11 10:10
2011
PARÁ
Biologia Aquática e Pesqueira
Carlos Alberto Machado da Rocha
INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
PARÁ
Ficha catalográfi ca
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central - IFPA 
Equipe de Elaboração
Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia do Pará / IFPA
Reitor
Prof. Edson Ary de Oliveira Fontes
Vice-Reitor
Prof. João Antônio Pinto
Diretor
Prof. Darlindo Maria Pereira Veloso Filho
Coordenador Institucional
Prof. Érick de Oliveira Fontes
Coordenadores dos Cursos 
Prof. Marlon Carlos França 
(Curso Técnico em Pesca)
Maurício Camargo Zorro 
(Curso Técnico em Aquicultura)
Professor-autor 
Carlos Alberto Machado da Rocha
Equipe de Produção
Secretaria de Educação a Distância / UFRN
Reitora
Profa. Ângela Maria Paiva Cruz
Vice-Reitora
Profa. Maria de Fátima Freire Melo Ximenes
Secretária de Educação a DistâncIa
Profa. Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo
Secretária Adjunta de Educação a DistâncIa
Profa. Eugênia Maria Dantas
Coordenador de Produção de Materiais Didáticos
Prof. Marcos Aurélio Felipe
Revisão
Cristinara Ferreira dos Santos
Kaline Sampaio de Araújo
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Verônica Pinheiro da Silva
Diagramação
Ana Paula Resende
Rafael Marques Garcia
Arte e Ilustração
Adauto Harley
Anderson Gomes do Nascimento
Projeto Gráfi co
e-Tec/MEC
© Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA. Este Caderno foi elaborado 
em parceria entre o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA e a 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para o Sistema Escola Técnica Aberta do
Brasil – e -Tec Brasil.
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
e-Tec Brasil
Apresentação e-Tec Brasil
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Bem-vindo ao e-Tec Brasil!
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Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 2007, 
com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na mo-
dalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Minis-
tério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distancia (SEED) 
e de Educação Profi ssional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escolas 
técnicas estaduais e federais.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande 
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao 
garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da 
formação de jovens moradores de regiões distantes, geografi camente ou 
economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de en-
sino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir 
o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino 
e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das 
redes públicas municipais e estaduais.
O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus 
servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profi ssional 
qualifi cada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz de 
promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com auto-
nomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, 
esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
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Ministério da Educação
Janeiro de 2010
Nosso contato
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e-Tec Brasil
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linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
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assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao 
tema estudado.
Glossário: indica a defi nição de um termo, palavra ou expressão 
utilizada no texto.
Mídias integradas: remete o tema para outras fontes: livros, 
fi lmes, músicas, sites, programas de TV.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em 
diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa 
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. 
e-Tec Brasil
Sumário
Palavra do professor-autor 9
Apresentação da disciplina 11
Projeto instrucional 15
Aula 1 – A questão da sistemática biológica 17
1.1 Introdução 17
1.2 Nomenclatura 18
1.3 Os sete grupos básicos de classifi cação 19
Aula 2 – O que é um molusco? 33
2.1 Organização 33
2.2 Digestão 38
2.3 Circulação 38
2.4 Excreção 39
2.5 Respiração 40
2.6 Coordenação 40
2.7 Reprodução 41
Aula 3 – Quais moluscos você conhece? 47
3.1 A diversidade dos moluscos 47
Aula 4 – O que é um crustáceo? 61
4.1 Organização 61
4.2 Digestão 63
4.3 Circulação 64
4.4 Excreção 64
4.5 Respiração 64
4.6 Sistema nervoso 65
4.7 Reprodução 65
Aula 5 – Quais crustáceos você conhece? 69
5.1 A diversidade dos crustáceos 69
e-Tec Brasil
Aula 6 – Os cordados 83
6.1 Organização 83
6.2 Diversidade 85
Aula 7 – Os peixes 91
7.1 Introdução 91
7.2 Morfologia externa 92
7.3 Digestão 95
7.4 Circulação 96
7.5 Excreção 97
7.6 Respiração 99
7.7 Sistema nervoso 99
7.8 Reprodução 99
Aula 8 – Quais peixes você conhece? 103
8.1 Diversidade dos condrictes 103
8.2 Diversidade dos osteíctes 106
Aula 9 – Os anfíbios 115
9.1 Introdução 115
9.2 Morfologia externa 115
9.3 Reprodução 117
9.4 Diversidade 119
Aula 10 – Os répteis 125
10.1 Introdução 125
10.2 Morfologia externa 125
10.3 Reprodução 126
10.4 Diversidade dos répteis 127
Aula 11 – Conhecendo artes de pesca 133
11.1 Introdução 133
11.2 Principais artes de pesca 133
Aula 12 – Noções de estoque e sustentabilidade 143
12.1 Introdução 143
12.2 Estoque pesqueiro 144
12.3 Pesca e sustentabilidade 146
Referências 151
Currículo do professor-autor 154
e-Tec Brasil9
Palavra do professor-autor
Biologia Aquática e Pesqueira é uma disciplina introdutória que deve contri-
buir para a inserção dos alunos no ambiente formativo e nas bases do co-
nhecimento específi co que se inicia. Nesse sentido, a disciplina é organizada 
em 12 aulas, compondo quatro unidades temáticas, de importância funda-
mental para a aquisição de bases de conhecimento e competências míni-
mas para o bom desenvolvimento futuro da sua formação como técnico. Os 
quatro temas da disciplina são os seguintes: I. Nomenclatura e classifi cação 
zoológica; II. Biologia dos grupos animais com representantes aquáticos; III. 
Artes de pesca; IV. Estoques pesqueiros e sustentabilidade.
Na primeira unidade, será indicado como utilizar categorias hierárquicas para 
classifi car organizadamente os seres vivos e como identifi cá-los de maneira 
precisa e singular para que as informações sobre eles possam ser convenien-
temente catalogadas e utilizadas.
A unidade II, maior e organizada em nove aulas, apresentará aspectos da 
morfologia e reprodução de diferentes grupos animais, com ênfase nos mo-
luscos, crustáceos e peixes.
Na terceira unidade, serão apresentados: o conceito de artes de pesca, várias 
das artes mais utilizadas na pesca brasileira, além das relações entre os ape-
trechos utilizados e as características das espécies capturadas.
Finalmente, a unidade IV desenvolverá noções
de estoques pesqueiros e sua 
explotação, com atenção para os modelos de avaliação pesqueira e susten-
tabilidade do setor.
Pretende-se que os alunos adquiram e exercitem a sua capacidade de deba-
ter esses temas de forma crítica, se mantenham receptivos a novos conheci-
mentos e dispostos a reinterpretar e ampliar os conhecimentos anteriormen-
te tidos como defi nitivos.
e-Tec Brasil11
Apresentação da disciplina
Na Aula 1, você verá que, dependendo da localização, existem inúmeras ma-
neiras populares de identifi car uma espécie. Isso pode ser observado quando 
no Mercado Público do Ver-o-Peso, em Belém do Pará, você procurar pela 
pescadinha-gó, um peixe bastante comum em toda a costa atlântica do nos-
so país, e facilmente ser entendido pelos comerciantes do local. No entanto, 
o mesmo não ocorrerá no Mercado Público do Rio Grande, no estado do 
Rio Grande do Sul, pelo menos se procurá-lo pelo nome pescadinha-gó. 
Ocorre que a mesma espécie é mais conhecida nas regiões Sudeste e Sul do 
Brasil como pescadinha real ou pescada-foguete. Por outro lado, é conheci-
da como King weakfi sh em inglês, pescadilla real em espanhol, acoupa 
chaesseur em francês, considerando-se apenas alguns idiomas. Seu nome 
científi co, porém, Macrodon ancylodon, é o mesmo em qualquer lugar do 
mundo.
Já na Aula 2, você vai ver que alguns animais, provavelmente já utilizados 
na sua alimentação, como ostra, mexilhão, lula, polvo, ou mesmo escargot, 
e que são alimentos de alto valor nutritivo, são animais do grupo dos mo-
luscos. Mas o que eles têm em comum para serem reunidos nesse fi lo do 
reino animal? Ao longo dessa aula, você encontrará os detalhes da anato-
mia externa e interna que identifi cam um animal como molusco, bem como 
informações básicas, porém indispensáveis, sobre o funcionamento de seus 
diversos sistemas.
Na Aula 3, você vai ver que existem diversas espécies de moluscos importan-
tes em nossas vidas. Muitas dessas espécies se notabilizam pelo seu aprovei-
tamento como recursos naturais, principalmente no que se relaciona à área 
alimentar. Algumas outras se destacam pelos danos diretos ou indiretos que 
podem proporcionar ao homem. Ao longo dessa aula, serão apresentadas 
informações sobre algumas das espécies de moluscos que foram seleciona-
das entre as que consideramos mais interessantes dentro do fi lo. Além dis-
so, você encontrará orientações que o auxiliarão a obter informações sobre 
muitos outros moluscos.
Na Aula 4, você saberá que diversos animais, provavelmente muito apreciados 
na sua alimentação, como camarões, lagostas, caranguejos e siris, são integran-
tes do grupo dos crustáceos. Mas o que eles têm em comum para serem reuni-
dos nesse grupo? E como se distinguem dos outros artrópodes? Ao longo dessa 
aula, você encontrará os detalhes da anatomia externa e interna que identifi cam 
um animal como crustáceo, bem como informações básicas, porém indispensá-
veis, sobre o funcionamento de seus diversos sistemas.
Complementando os conhecimentos da Aula 4, na Aula 5, você vai ver que 
existem diversas espécies de crustáceos importantes em nossas vidas. A 
maioria dessas espécies se notabiliza pelo seu aproveitamento como recurso 
natural, principalmente relacionado à alimentação. Ao longo dessa aula, se-
rão apresentadas informações sobre algumas das espécies de crustáceos que 
foram selecionadas entre as que consideramos mais interessantes dentro 
do grupo. Além disso, você encontrará orientações que o auxiliarão a obter 
informações sobre muitos outros crustáceos.
Na Aula 6, você verá algumas informações sobre animais que estão entre 
os mais comuns à nossa volta. Na realidade, você conhece muitos deles e, 
nessa aula, poderá relacioná-los por meio das principais características que 
permitem reuni-los em um mesmo grupo. Estamos falando dos cordados, 
dentre os quais são mais notáveis os vertebrados. Ao longo dessa aula, você 
encontrará os detalhes embriológicos e anatômicos que identifi cam um ani-
mal como cordado, bem como informações básicas sobre alguns de seus 
representantes (urocordados, cefalocordados e ciclóstomos). A maioria dos 
vertebrados será abordada nas quatro aulas posteriores.
Na Aula 7, você vai ver que apesar da grande diversidade de tamanhos, 
cores e hábitos, dentre outros aspectos, os vertebrados reunidos no grupo 
dos peixes comungam diversas características. Mas o que eles têm em co-
mum para serem reunidos nesse grupo e como se distinguem dos outros 
vertebrados? Ao longo dessa aula, você encontrará os detalhes da anatomia 
externa e interna que identifi cam um animal como peixe; conhecerá as prin-
cipais diferenças entre peixes cartilaginosos e peixes ósseos, bem como terá 
informações básicas, porém indispensáveis, sobre o funcionamento de seus 
diversos sistemas e sua reprodução.
Já na Aula 8, você terá informações sobre as diversas espécies de peixes que 
foram selecionadas entre as que consideramos mais interessantes dentro 
do grupo e perceberá que já conhece ou pelo menos ouviu falar de algu-
mas delas, principalmente das que ocorrem na sua região. Todas as espécies 
mencionadas se notabilizam pelo seu aproveitamento como recurso natural, 
particularmente aquelas relacionadas à área alimentar. Além disso, você en-
contrará orientações que lhe auxiliarão a obter informações sobre muitos 
outros peixes.
Na Aula 9, você vai conhecer informações sobre a anatomia externa dos anfí-
bios que facilitam sua identifi cação, bem como alguns aspectos relacionados à 
sua reprodução. Também são apresentadas algumas espécies de anfíbios que 
foram selecionadas entre as que consideramos mais interessantes dentro do 
grupo, principalmente as relacionadas à alimentação. Além disso, você encon-
trará orientações que lhe auxiliarão a obter informações sobre outros anfíbios.
Na Aula 10, você estudará a anatomia externa dos répteis que facilitam sua 
identifi cação, bem como alguns aspectos relacionados à sua reprodução. Tam-
bém são apresentadas algumas espécies de répteis que foram selecionadas 
entre as que consideramos mais interessantes dentro do grupo, principalmen-
te as utilizadas na alimentação humana. Além disso, você encontrará orienta-
ções que lhe auxiliarão a obter informações sobre outros répteis.
Na Aula 11, você vai ver que “conhecer o equipamento a ser utilizado é fun-
damental na hora de pescar”. Nessa aula, você encontrará o signifi cado da 
expressão “artes de pesca”, algumas informações sobre a diversidade de ape-
trechos utilizados, bem como dados sobre a relação entre o tipo de aparelho 
e o comportamento da espécie a ser capturada.
Por fi m, na Aula 12, você vai ver o signifi cado da expressão “estoque pes-
queiro”, bem como informações sobre as categorias de pesca e explotação 
pesqueira. Além disso, são apresentados alguns comentários sobre esforço de 
pesca e sobrepesca, como orientação no sentido de se alcançar o uso susten-
tável do recurso natural “peixe”.
e-Tec Brasil15
Projeto instrucional
Disciplina: Biologia Aquática e Pesqueira (Carga horária: 45h)
Ementa: Noções de nomenclatura biológica; Características gerais e sistemas dos fi -
los: Mollusca, Arthropoda (subfi lo Crustacea), Chordata: classe Chondrichthyes, classe 
Osteichthyes, classe Amphibia, classe Reptilia (ordem Chelonia); Ecologia trófi ca em 
peixes; Artes de pesca; Noções de estoque pesqueiro e captura máxima sustentável.
AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
CARGA 
HORÁRIA
(horas)
1. A questão da
sistemática biológica
Conhecer as principais regras de nomenclatura biológica e suas aplicações. 
Identifi car os mais importantes grupos animais. 
5
2. O que é um molusco?
Conhecer as diversas características morfológicas e fi siológicas dos moluscos.
Entender a relação entre as estruturas morfológicas e sua fi siologia.
Relacionar a morfologia e fi siologia dos moluscos com o seu modo de vida e 
relações com os ambientes onde estão adaptados.
4
3. Quais moluscos você 
conhece?
Caracterizar a diversidade de moluscos do Brasil.
Identifi car moluscos de maior frequência na fauna brasileira 
e de maior manejo humano.
4
4. O que é um 
crustáceo? 
Conhecer as diversas características morfológicas e fi siológicas dos crustáceos.
Entender a relação entre as estruturas morfológicas e sua fi siologia.
Relacionar a morfologia e fi siologia dos crustáceos com o seu modo de vida e 
relações com os ambientes onde estão adaptados.
4
5. Quais crustáceos você 
conhece?
Conhecer um pouco da diversidade de crustáceos do Brasil, com ênfase em algu-
mas regiões.
Identifi car crustáceos de maior frequência na fauna brasileira e de maior manejo 
humano.
4
6. Os cordados
Conhecer aspectos morfológicos dos cordados para identifi car seus representantes. 
3
7. Os peixes
Identifi car a morfologia externa geral dos peixes.
Conhecer a estrutura e o funcionamento dos diversos sistemas dos peixes.
Compreender a reprodução dos peixes.
5
8. Quais peixes você 
conhece?
Conhecer um pouco da diversidade de peixes do Brasil.
Identifi car peixes de maior frequência na fauna brasileira e de importância para a 
pesca, cultivo e consumo humano.
4
9. Os anfíbios
Identifi car a morfologia externa geral dos anfíbios.
Conhecer a reprodução dos anfíbios.
Entender um pouco a diversidade de anfíbios do Brasil.
3
e-Tec Brasil 16
AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
CARGA 
HORÁRIA
(horas)
10. Os répteis
Identifi car a morfologia externa geral dos répteis.
Entender o processo reprodutivo dos répteis.
Conhecer um pouco da diversidade de répteis do Brasil.
3
11. Conhecendo artes 
de pesca
Conceituar artes de pesca.
Conhecer as artes mais utilizadas na pesca brasileira.
3
12. Noções de estoque 
e sustentabilidade
Conceituar estoque pesqueiro.
Analisar as estimações da captura máxima sustentável.
3
Objetivos
Conhecer as principais regras de nomenclatura biológica e suas aplicações.
Identifi car os mais importantes grupos animais.
e-Tec BrasilAula 1 – A questão da sistemática biológica 17
Aula 1 – A questão da sistemática biológica
1.1 Introdução
Olá! Nossa disciplina de Biologia Aquática e Pesqueira aborda generalidades 
sobre sistemática biológica, enfatiza representantes aquáticos dos diferentes 
grupos animais e analisa aspectos ligados aos estoques pesqueiros e à sele-
tividade dos apetrechos de pesca.
Nesta primeira aula, você verá, por exemplo, como utilizar categorias hierár-
quicas para classifi car organizadamente os seres vivos. Se bem que organizar 
os seres vivos de forma hierárquica é apenas parte da sistemática biológica. 
É importante que você saiba ainda da necessidade de identifi cá-los de ma-
neira precisa e singular para que as informações sobre os mesmos possam 
ser convenientemente catalogadas e organizadas.
Observe o a situação-exemplo no Box a seguir.
Ao entrar no Mercado Público do Ver-o-Peso, em Belém do Pará e procu-
rar pela pescadinha-gó, um peixe bastante comum em toda a costa atlântica 
do nosso país, você facilmente será entendido pelos comerciantes de peixe. 
Porém, o mesmo não ocorrerá no Mercado Público do Rio Grande, no estado 
do Rio Grande do Sul, pelo menos se procurá-lo pelo nome pescadinha-gó. 
A mesma espécie é mais conhecida, por exemplo, nas regiões Sudeste e Sul do 
Brasil como pescadinha real ou pescada-foguete. Por outro lado, é conhecida 
como King weakfi sh em inglês, pescadilla real em espanhol, acoupa chaesseur 
em francês, considerando-se apenas alguns idiomas. Porém seu nome cientí-
fi co, Macrodon ancylodon, é o mesmo em qualquer lugar do mundo.
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 18
Agora você já pode facilmente entender que o uso de um nome científi co 
para cada espécie corresponde a uma padronização mundial, evitando pro-
váveis confusões geradas pela existência de diferentes termos populares que 
variam de uma região para outra. 
Você conhece algum caso em que o nome de um mesmo ser vivo é diferente 
de uma região para outra, ou mesmo, algum caso em que um mesmo nome 
é utilizado para diferentes seres vivos? Comente.
1.2 Nomenclatura
A designação de uma espécie é feita por dois termos latinos ou latinizados 
(nomenclatura binominal). 
• O primeiro nome, geralmente um substantivo, corresponde ao gênero e 
deve ser escrito com letra inicial maiúscula. 
• O segundo nome é um adjetivo que representa o epíteto específi co, sen-
do grafado com inicial minúscula.
• O nome científi co, a partir do gênero, deve ser grifado, ou seja, destaca-
do no texto onde aparece, podendo tanto ser impresso em itálico (letra 
inclinada) como em sublinhado.
Ex.1: No nome científi co do caranguejo-uçá Ucides cordatus, o termo “Uci-
des” designa o gênero e o termo “cordatus”, o epíteto específi co.
Ex.2: No nome científi co do tambaqui Colossoma macropomum, o termo “Co-
lossoma” designa o gênero e o termo “macropomum”, o epíteto específi co.
Se o autor da descrição de uma espécie for mencionado, seu nome deverá 
aparecer em seguida ao epíteto específi co (termo específi co) sem pontuação 
e sem grifo; o ano em que ele descreveu a espécie virá após seu nome, pre-
cedido de uma vírgula:
Ex.3: Ucides cordatus Linnaeus, 1763.
Ex.4: Colossoma macropomum Cuvier, 1818.
e-Tec BrasilAula 1 – A questão da sistemática biológica 19
O próximo exemplo será apresentado por você. Pesquise na internet uma espé-
cie de organismo aquático de seu interesse e a escreva, de acordo com as regras 
de nomenclatura, acompanhada das referências de autor e ano da descrição.
1.3 Os sete grupos básicos de classifi cação
Agora que você já sabe a importância e a lógica do uso da nomenclatura, 
vamos entender um pouco sobre os grupos hierárquicos de classifi cação dos 
seres vivos. Os termos caranguejo-uçá, camarão da malásia, tambaqui, e 
corvina referem-se a espécies diferentes. Uma espécie, segundo a defi nição 
mais usual, é formada por um grupo de indivíduos muito semelhantes e 
capazes de cruzar entre si, gerando descendentes férteis. Algumas espécies 
diferentes podem cruzar entre si, mas os fi lhos são geralmente estéreis.
Com base na espécie, foram organizados outros grupos taxonômicos, que 
reúnem seres vivos com graus de semelhança cada vez menores.
Espécies muito parecidas podem ser reunidas no grupo gênero; neste, o 
grau de semelhança é menor que na espécie. Gêneros afi ns formam famílias 
e estas compõem ordens, que se reúnem em classes. Os fi los (ou divisões) 
são compostos por classes semelhantes. Os diversos fi los ou divisões são reu-
nidos em reinos. Além dessas categorias, muitas vezes utilizamos táxons in-
termediários, tais como subfi lo, subordem, infraordem, superfamília, subfa-
mília, subgênero, subespécie.
Utilizando o tambaqui como exemplo, teríamos a seguinte classifi cação hie-
rárquica: Reino Animalia, Filo Chordata, Subfi lo Vertebrata, Superclasse Pis-
ces, Classe Osteichthyes, Ordem Characiformes, Família Characidae, Gênero 
Colossoma, Espécie Colossoma macropomum.
I. Qual a ordem hierárquica (decrescente) dos sete grupos básicos de clas-
sifi cação biológica?
II. Se reunirmos as famílias Loricariidae (acaris), Ariidae (gurijuba), 
Pimelodidae (piramutaba, dourada e fi lhote) e Ictaluridae (bagre-americano), 
veremos que todos são peixes de corpo nu, envolto por pele espessa, ou 
coberto por placas ósseas; portanto, pertencem a (ao) mesma (o):
Para ajudá-lo na sua leitura 
desse texto, acesse o artigo 
Glossário sobre ecossistema 
aquático – Zoologia, disponível 
no link <http://www.cadernos.
ecologia.furg.br/images/
artigos/05_sandra_CAB.pdf>.
Acesso em: 15 out. 2010.
Táxons 
As unidades utilizadas em 
sistemática. São também 
denominados taxa (plural de 
taxon em latim) e podem ocupar 
qualquer nível de um sistema 
de classifi cação: reinos, ordens, 
famílias, gêneros e subgêneros 
são alguns táxons.
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 20
a) espécie.
b) ordem.
c) subespécie.
d) família.
e) gênero.
III. Se reunirmos as ordens Siluriformes (acaris, gurijuba, piramutaba e fi -
lhote), Perciformes (tucunarés, tilápias, pescadas e pargo) e Mugiliformes 
(tainhas), veremos que todos são peixes de escamas dérmicas, com guelras 
protegidas e com nadadeiras medianas e pares sustentadas por raios cartila-
ginosos ou ósseos; portanto, pertencem a (ao) mesma (o):
a) espécie.
b) classe.
c) ordem.
d) família.
e) gênero.
A vida surgiu na água há aproximadamente quatro bilhões de anos. Muitas 
espécies se extinguiram e outras evoluíram até as formas atuais, que incluem 
representantes aquáticos e terrestres. Em nosso curso precisamos estudar 
espécies atuais que integram o reino animal, com ênfase nos seus represen-
tantes aquáticos.
1.4 O reino Animalia
O reino Animalia ou Metazoa abrange todos os animais, seres eucariontes, 
pluricelulares e heterótrofos. Como vimos anteriormente, nos grupos hie-
rárquicos, um reino é composto por fi los. Assim, os componentes do reino 
animal são organizados em numerosos fi los, dos quais destacaremos os mais 
interessantes quanto à biologia aquática.
1.4.1 Poríferos 
Você provavelmente conhece esses animais como esponjas, a denominação 
mais popular. São animais assimétricos ou radiais, sésseis (fi xos ao substra-
to), fi ltradores, com numerosos poros na parede do corpo. Fazem parte da 
Por convenção internacional, 
o nome ofi cial de uma família 
animal sempre apresenta o 
sufi xo IDAE. Já uma subfamília 
animal tem seu nome 
terminando em INAE.
e-Tec BrasilAula 1 – A questão da sistemática biológica 21
macrofauna bentônica. As esponjas não possuem órgãos e têm como prin-
cipais células: coanócitos, amebócitos, arqueócitos, pinacócitos e porócitos.
Figura 1.1: Poríferos fi xos a um substrato no fundo do mar
Disponível em: <http://www.cadernos.ecologia.furg.br/images/artigos/05_sandra_CAB.pdf>. Acesso em: 15 out. 2010.
1.4.2 Cnidários
Os animais deste fi lo podem ser muito perigosos devido às substâncias ur-
ticantes que fabricam e que podem causar queimaduras às pessoas que 
entram em contato. Seus representantes mais característicos são as águas-
vivas, caravelas, hidras, corais e anêmonas-do-mar.
Os cnidários (do grego knidos = urticantes) são animais radiais, sésseis (“póli-
pos”) ou móveis (“medusas”). Caracterizam-se pelas células urticantes conhe-
cidas como cnidoblastos, úteis na defesa e na captura de alimentos (pequenos 
animais). Outra importante característica é a grande cavidade gastrovascular 
ou enteron. Os cnidários são os primeiros animais na escala evolutiva que 
apresentam sistema digestivo (incompleto) e sistema nervoso (difuso). 
Sistema Nervoso Difuso é o sistema constituído por uma rede de células 
nervosas, mas sem que haja regiões com maior concentração de neurônios 
e sinapses, ou seja, não há gânglios nem cérebro.
Os tipos morfológicos dos cnidários (pólipo e medusa) são apresentados nas 
Figuras 8 e 9.
Bentônica 
relativa aos bentos, que são 
comunidades de organismos que 
vivem no fundo do mar, desde 
as praias até as profundezas 
abissais. Suas vidas estão ligadas 
a algum substrato.
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 22
Figura 1.2: Colônia de pólipos: cada indivíduo como uma haste cilíndrica, com uma 
extremidade apoiada em um substrato e a outra livre, onde se encontra a 
boca rodeada de tentáculos.
Disponível em:<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/coelenterata/coelenterata.php> Acesso em: 28 out. 2010.
Figura 1.3: Medusa: arredondada ou em forma de guarda-chuva, deslocando-se livre-
mente. A boca localiza-se na face inferior; tentáculos ao redor da boca e 
na periferia do corpo.
Disponível em:<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/coelenterata/coelenterata.php> Acesso em: 28 out. 2010.
e-Tec BrasilAula 1 – A questão da sistemática biológica 23
1.4.3 Ctenóforos
Estes animais provavelmente se originaram de cnidários medusóides (forma 
de medusa), com os quais muito se assemelham. Os ctenóforos constituem 
um pequeno fi lo de animais marinhos com cerca de apenas 80 espécies. A 
cavidade gastrovascular tem a forma de um sistema de canais. O corpo é 
esférico ou oval e dividido em secções iguais por oito eixos constituídos por 
faixas ciliadas, característica a partir da qual deriva o nome do fi lo.
Cnidários e Ctenóforos podem ser reunidos sob a denominação de “Celen-
terados”, devido à grande cavidade gastrovascular que possuem.
Nesta atividade utilizaremos palavras cruzadas. Primeiramente, escreva na 
coluna vertical em destaque o nome dado a um cnidário que vive fi xo a 
algum substrato.
Em seguida, responda às perguntas abaixo preenchendo as linhas corres-
pondentes.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
1. Qual a denominação popular dos animais do fi lo Porífera?
2. De qual tipo morfológico de cnidários provavelmente se originaram os 
ctenóforos?
3. De acordo com a hierarquia de classifi cação, qual a categoria formada 
pela reunião de vários gêneros?
4. Qual o adjetivo utilizado para uma espécie ou toda uma comunidade que 
vive no fundo de um ecossistema aquático, em contato com o substrato?
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 24
5. Se o nome científi co (a espécie) do camarão branco do Atlântico é Lito-
penaeus schmitti, qual é o seu gênero? 
6. Como é chamada a célula urticante, característica dos cnidários?
1.4.4 Platelmintos
Você certamente já ouviu falar ou mesmo estudou sobre os vermes conhe-
cidos como tênias – as solitárias. Muito bem. Todos os vermes de corpo 
chato, como as solitárias, pertencem ao fi lo dos platelmintos (do grego platy 
= achatado; helminthes = verme). São, portanto, animais bilaterais, carac-
terizados como vermes de corpo achatado no sentido dorso-ventral. Nesse 
grupo passamos a observar centralização do sistema nervoso na região cefá-
lica. Entre os platelmintos mais populares, além das solitárias, encontramos 
as planárias (vermes achatados de vida livre) e os esquistossomos (parasitas 
de veias do fígado e intestino).
Quanto aos platelmintos que parasitam peixes, diversas espécies do gênero 
Diphyllobothrium são conhecidas também por infectar seres humanos, po-
rém o Diphyllobothrium latum é o mais freqüente. Suas larvas são encontra-
das em crustáceos e peixes. O homem e outros mamíferos, como os ursos, 
são infectados ao ingerir peixes contaminados e passam a abrigar a forma 
adulta do verme no intestino.
1.4.5 Asquelmintos
Agora vamos ver os asquelmintos. Você já ouviu falar sobre esses seres? 
Bem, eles são animais bilaterais, caracterizados como vermes de corpo ci-
líndrico, revestido por uma cutícula protetora. É como se o verme estivesse 
empacotado, dentro de um saco (asIkon = saco; helminthes = verme).
Na realidade o termo asquelmintos não corresponde a um fi lo, mas sim um 
adjetivo aplicado a alguns fi los de vermes. Dentre estes fi los, merecem desta-
que Nematodas e Acantocéfalos, pelo fato de incluírem várias espécies que 
podem parasitar peixes.
Um exemplo interessante é a espécie Anisakis simplex, pertencente ao fi lo 
Nematoda. Suas larvas infectantes são encontradas em diversos peixes. Al-
guns mamíferos marinhos, e mais raramente (ou acidentalmente) o homem, 
abrigam a forma adulta do verme. Alguns casos de anisaquíase (nome da 
doença) já foram descritos na Europa.
e-Tec BrasilAula 1 – A questão da sistemática biológica 25
1.4.6 Moluscos
Após os dois grupos de
vermes, você passará a observar animais relativamen-
te mais complexos quanto à organização do corpo. O primeiro destes será o 
grupo dos moluscos, animais com uma série de características interessantes.
Os moluscos (do latim mollis = mole) são invertebrados de corpo mole, não 
segmentado, geralmente envolvido por uma concha calcária. Este fi lo com-
preende mais de 100.000 espécies, que se espalham pelos mais variados 
tipos de habitat. 
Em sua maioria, vivem no mar, fi xos sobre as rochas (ostras e mexilhões), 
deslocando-se ativamente (polvos e lulas) ou enterrados na areia (dentálios). 
Há, porém, alguns dulcícolas (vivem em água doce), como o caramujo Biom-
phalaria, hospedeiro do Schistosoma mansoni, e alguns terrestres que vivem 
em locais úmidos (caracóis e lesmas).
Figura 1.4: Representantes dos moluscos. A) ostra, B) caracol, C) dentálio, D) polvo, E) 
quíton.
Disponível em: <http://cas.bellarmine.edu/tietjen/Laboratories/Bio%20Pix%204%20U/Image95.gif>. Acesso em: 15 out. 2010.
1.4.7 Anelidas
O termo anelida ou anelídeo (anelo = anel) indica uma das principais ca-
racterísticas desses animais: a segmentação do corpo, com repetições des-
Um representante curioso deste 
fi lo é o turu. O animal adulto 
lembra a aparência de um 
verme, porém na extremidade 
anterior possui uma concha 
com duas peças, chamadas 
valvas. É um molusco bivalve, 
como as ostras e habita troncos 
podres do mangue. Também 
conhecido como bicho-de-pau. 
Rico em cálcio e proteína, pode 
ser comido cru com sal e limão, 
cozido com vegetais, na sopa ou 
refogado na frigideira à moda 
provençal. Além de apetecer ao 
paladar dos marajoaras, existe 
a crença nas propriedades 
afrodisíacas, do turu.
Metameria
signifi ca segmentação em 
metâmeros. De forma mais 
simples, é quando uma parte 
do corpo do animal se repete 
várias vezes.
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 26
ses segmentos (em forma de anel). Esse fenômeno é chamado metameria 
(meta = sucessão; meros = parte).
Os representantes mais populares deste fi lo são as minhocas e sanguessu-
gas, entretanto há um número muito grande de anelídeos constituindo prin-
cipalmente a fauna bentônica de ecossistemas dulcícolas e marinhos. A fi gu-
ra 1.5, a seguir, mostra um anelídeo marinho pertencente ao gênero Nereis.
Figura 1.5: Nereis, um anelídeo marinho da classe dos poliquetas
Disponível em: <http://biology.unm.edu/ccouncil/Biology_203/Summaries/Protostomes.htm>
Acesso em: 15 out. 2010.
1.4.8 Artrópodes
Outro grupo que precisamos que você entenda é o grupo dos artrópodes. 
Ele tem em comum com os anelidas o corpo segmentado (metameria), po-
rém se diferencia pelo exoesqueleto quitinoso (esqueleto externo no qual se 
destaca uma substância chamada quitina) e principalmente pelos apêndices 
articulados, como as pernas, por exemplo (daí o nome do fi lo: artro = arti-
culação; podos = patas).
Os artrópodes formam o mais numeroso e um dos mais diversifi cados gru-
pos de animais; há mais espécies de artrópodes que de todos os outros 
animais reunidos.
Tradicionalmente, o fi lo Arthropoda era dividido em cinco classes:
Insecta (insetos: mosquitos, gafanhotos, barbeiros, borboletas, pulgas, abe-
lhas, formigas etc.); 
e-Tec BrasilAula 1 – A questão da sistemática biológica 27
Crustacea (crustáceos: camarões, lagostas, siris, caranguejos etc.);
Arachnida (aracnídeos: aranhas, escorpiões, carrapatos etc.); 
Chilopoda (quilópodes: lacraia); 
Diplopoda (diplópodes: piolho de cobra ou embuá). 
Hoje, existem outras propostas de classifi cação. Em uma delas, considera-se 
que os crustáceos formam um subfi lo (Crustacea ou Biramia, por serem dota-
dos de apêndices birremes, ou seja, divididos em dois ramos na extremidade); 
os aracnídeos formam uma classe do subfi lo Chelicerata (quelicerados: “por-
tadores de quelíceras”); os insetos formam uma classe do subfi lo Uniramia 
(“dotados de apêndices unirremes”, isto é, sem ramifi cações), que também 
inclui as classes Chilopoda e Diplopoda.
Figura 1.6 – Diversidade dos artrópodes.
Disponível em: <http://www.animalshow.hpg.ig.com.br/artrop.htm>. Acesso em: 15 out. 2010.
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 28
Nesta atividade novamente utilizaremos palavras cruzadas. Então, responda 
às perguntas abaixo preenchendo as linhas correspondentes.
1. A
2. Q
3. U
4. Á
5. T
6. I
7. C
8. O
1. Qual a outra denominação do subfi lo Crustacea?
2. Se, acidentalmente, um homem for parasitado pelo verme Anisakis sim-
plex, como será chamada a doença?
3. Como é conhecido o molusco que parece um verme leitoso, mas é capaz 
de perfurar troncos, principalmente no mangue?
4. Qual o grupo de artrópodes mais importante para a Biologia Aquática e 
Pesqueira?
5. Qual a característica comum mais marcante entre anelídeos e artrópo-
des? 
6. Qual a denominação popular do principal representante terrestre dos 
anelídeos?
7. O que a maioria dos moluscos apresenta externamente ao corpo?
8. Qual a denominação popular comum aos vermes das espécies Taenia 
solium, Taenia saginata e Diphyllobothrium latum?
 
Deuterostômios: 
os animais nos quais a forma-
ção da boca ocorre em época 
posterior à do ânus, durante 
o desenvolvimento. São deu-
terostômios os representantes 
dos equinodermos e cordados.
e-Tec BrasilAula 1 – A questão da sistemática biológica 29
1.4.9 Equinodermas
Os equinodermas (do grego echinos = espinhos; derma = pele) são animais 
exclusivamente marinhos, deuterostômios, dotados de um endoesqueleto 
calcário, muitas vezes provido de espinhos salientes, que justifi cam o nome 
zoológico do grupo. Entre os equinodermas encontramos as estrelas-do-
mar, os ouriços-do-mar, os pepinos-do-mar e os lírios-do mar, entre outros.
Figura 1.7: Fotografi a de uma estrela-do-mar.
Disponível em:<http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/Equinodermos.php>. Acesso em: 28 out. 2010.
O tamanho dos equinodermos varia bastante; o diâmetro da estrela-do-mar 
(fi gura acima), por exemplo, medido de uma ponta a outra de seus braços, 
pode ser de alguns centímetros a até um metro, dependendo da espécie.
1.4.10 Cordados
Os cordados são animais adaptados para a vida aquática e terrestre. São deu-
terostômios e bilaterais. Dividem-se em: protocordados e eucordados. Os pro-
tocordados são destituídos de coluna vertebral e de caixa craniana. Já os eucor-
dados, ou vertebrados, possuem coluna vertebral e têm crânio com encéfalo.
As características diferenciais e exclusivas, que permitem o enquadramento 
de um animal no grupo dos cordados e que estão presentes pelo menos 
no desenvolvimento embrionário, são a notocorda (um cordão de células 
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 30
Para ajudá-lo na sua 
leitura desse texto, visite o 
endereço abaixo e encontre 
informações interessantes 
sobre classifi cação e regras de 
nomenclatura zoológica: 
<http://www.avesmarinhas.
com.br/Nomenclatura%20
zool%F3gica.pdf>
Nota: O material está 
disponível para download.
que se forma acima do intestino primitivo, representando o primeiro eixo de 
sustentação do animal), as fendas branquiais (pequenos orifícios que se 
formam na faringe do embrião e que, quando persistentes, se prestam à res-
piração e, algumas vezes, fi ltração de alimentos) e o tubo nervoso dorsal 
(do qual se origina o sistema nervoso central).
Apesar da grande variabilidade observada na fi gura a seguir, todos os ani-
mais apresentados são cordados, pois obedecem à descrição apresentada 
acima quanto às três características exclusivas deste fi lo.
Figura 1.8: Diversidade dos cordados
Disponível em: <http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/em/biologia/temasbio/transparencias/organismos_13.pdf>.
Acesso em: 15 out. 2008.
Para muitos autores também devemos considerar característica
diferencial 
dos cordados a ocorrência de cauda pós-anal, ou seja, apenas neste grupo 
de animais a cauda estende-se além do ânus (ou após o ânus).
As noções de nomenclatura e classifi cação dos seres vivos que você estudou 
no início desta aula são aplicadas para facilitar o estudo dos diversos grupos 
do reino dos animais. O objetivo da classifi cação é organizar grupos de orga-
nismos que, além de suas semelhanças na aparência, descendam, por evo-
lução, de um mesmo ancestral. Peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, 
e-Tec BrasilAula 1 – A questão da sistemática biológica 31
por exemplo, pertencem ao mesmo fi lo, o que signifi ca que esses animais 
evoluíram de antepassados dos cordados atuais.
Resumo 
Nesta aula, você viu que a classifi cação dos seres vivos é feita por meio de 
categorias hierárquicas, conheceu as principais regras de nomenclatura bio-
lógica e constatou que a utilização de um nome científi co para cada espécie 
é uma tentativa de padronização, para evitar possíveis confusões geradas 
pelo uso de diferentes nomes populares, que variam entre idiomas e mesmo 
dentro de um idioma quando abordado em diferentes regiões. Viu ainda a 
descrição geral dos maiores fi los que integram o reino animal, com ênfase 
nos seus representantes aquáticos. Em relação à nossa área de estudo, são 
particularmente interessantes os fi los dos moluscos; artrópodes, por conta 
dos crustáceos; e cordados, principalmente por incluírem os peixes. 
Atividade de aprendizagem
Estamos chegando ao fi nal da nossa 1ª aula. E então? Você já consegue 
aplicar as principais regras de nomenclatura biológica e identifi car os grupos 
de animais mais importantes para o seu curso?
1. Explique a expressão: “A espécie é binominal”.
2. Leptodactylus labyrinthicus é um nome aparentemente complicado para 
um anfíbio que ocorre em brejos de diversos pontos do Brasil. Justifi que 
o uso do nome científi co em vez de identifi car o anfíbio como “rã-pimen-
ta”, como fazem os pescadores.
3. Pargo é a denominação popular para algumas espécies do gênero Lutja-
nus. Uma dessas espécies foi descrita por Poey, em 1875, e tem como 
epíteto específi co o termo purpureus. Vamos supor que você está escre-
vendo um relatório sobre a pesca dessa referida espécie de pargo em 
um determinado ponto do litoral brasileiro. Como devem ser reunidas e 
escritas as informações acima, de acordo com as normas internacionais 
de nomenclatura? 
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 32
4. Explique com as suas palavras como são os moluscos.
5. Entre os artrópodes, a classe dos crustáceos é a mais importante para 
nossa área de estudo. Então, como você diferencia os crustáceos dos 
demais artrópodes?
6. Quais as três características diferenciais dos cordados?
Objetivos 
Conhecer as diversas características morfológicas e fi siológicas dos 
moluscos.
Entender a relação entre as estruturas morfológicas e sua fi siologia.
Relacionar a morfologia e fi siologia dos moluscos com o seu modo 
de vida e relações com os ambientes onde estão adaptados.
e-Tec BrasilAula 2 – O que é um molusco? 33
Aula 2 – O que é um molusco? 
2.1 Organização
Na primeira aula você teve contato com as noções de nomenclatura e clas-
sifi cação de seres vivos, além de um resumo de diversos grupos ou fi los que 
constituem o reino dos animais. Muito bem, a partir de agora passaremos a 
destacar cada um dos fi los animais que merecem maior importância na área 
de recursos pesqueiros.
O primeiro destaque será para os moluscos, animais estudados na Mala-
cologia. Isso mesmo. Chamamos de Malacologia a ciência que estuda os 
moluscos. Então, nesta aula, você verá que alguns animais, provavelmente já 
utilizados na sua alimentação, como ostra, mexilhão, lula, polvo, ou mesmo 
escargot, e que são alimentos de alto valor nutritivo, são animais do grupo 
dos moluscos. Mas, o que eles têm em comum, para serem reunidos nesse 
fi lo do reino animal? Ao longo desta aula você encontrará os detalhes da 
anatomia externa e interna que identifi cam um animal como molusco, bem 
como informações básicas, porém indispensáveis, sobre o funcionamento de 
seus diversos sistemas.
Os moluscos são animais de corpo mole, não segmentado e geralmente 
protegido por uma concha de material calcário. O corpo desses animais é 
dividido em três regiões: cabeça ou região cefálica, pé e massa visceral. Ob-
serve a Figura 2.1 para entender melhor.
DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DE UM GASTRÓPODE
Glândulas digestivas
Gânglios nervosos Pé
Glândulas sexuais
Coração
Brânquia
Orifício urogenitalEstômago
Concha
Manto
Rádula
(língua rugosa)
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 34
Figura 2.1: Esquema geral de molusco semelhante a caracol.
Fonte: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/fi lo-mollusca/imagens/diagrama-esquem%E1tico-de-um-gastropodeg.
jpg>. Acesso em: 29 out. 2010.
Ao longo da evolução, essas partes sofreram mudanças e passaram a ser 
diferentes em cada grupo de moluscos, principalmente como adaptação ao 
modo de vida e ambiente ocupado pelo animal.
A cabeça ocupa uma posição anterior, onde se abre a boca, entrada do tubo 
digestivo. Na cabeça também se localizam centros nervosos, como os gân-
glios cerebrais (equivalentes ao cérebro do animal) e estruturas sensoriais, 
como os olhos.
O pé tem localização ventral (parte de baixo do animal) e corresponde à es-
trutura muscular mais desenvolvida dos moluscos, podendo ser usado para 
deslocar, cavar, capturar presas ou mesmo fi xar o animal.
Todo o restante do corpo recebe o nome de massa visceral, pois abriga a 
maioria e os principais órgãos internos ou vísceras.
A massa visceral é revestida por uma dobra da epiderme chamada manto ou 
pálio (você pode ver na Figura 2.1), que produz os componentes calcários 
da concha. O manto também delimita uma cavidade entre ele e a massa 
visceral, chamada cavidade palial ou cavidade do manto. Nela estão as aber-
turas dos sistemas digestivo e excretor, além de brânquias (ou pulmões, nas 
espécies terrestres).
e-Tec BrasilAula 2 – O que é um molusco? 35
A concha calcária corresponde a um exoesqueleto, revestindo o corpo. No 
caracol, ela é composta de uma peça só (univalve = uma valva = peça única) 
e na ostra de duas (bivalve = duas valvas). Na lesma e no polvo, está ausente. 
A lula tem uma concha interna e muito reduzida, sendo geralmente chama-
da de pena ou gládio.
Em geral, a ostra deixa sua concha aberta por pouco tempo. Quando algum 
inimigo se aproxima, ela imediatamente a fecha graças à ação de um pode-
roso músculo adutor. Ele prende o corpo da ostra à parte interna das valvas 
da concha e promove o fechamento até que o perigo passe. 
O movimento dos moluscos depende da musculatura do pé, que pode ser 
usado para rastejar, nadar ou cavar. No polvo e na lula, ele está transformado 
em tentáculos. Por sinal, além de rastejarem, utilizando seus tentáculos, os 
polvos e lulas deslocam-se por propulsão de jatos de água emitidos por um 
sifão, formado pela cavidade do manto, como você pode ver na Figura 2.2. 
Figura 2.2: Esquema da locomoção de uma lula
Fonte: Marczwski e Vélez (1999).
Jato de água lançado
para a frente provocando
deslocamento para trás.
Jato de água lançado
para trás provocando
deslocamento para a frente.
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 36
Em animais que vivem fi xos a algum substrato, como os mexilhões, o pé 
fabrica uma substância que endurece em contato com a água e forma fi os 
que aderem o molusco ao substrato. Essa região do pé formada pelos fi os de 
fi xação é chamada bisso e pode ser vista na Figura 2.3, a seguir. 
Figura 2.3: Mexilhão Mytilus edulis fi xa-se às superfícies por um conjunto de 
fi lamentos chamado de bisso
Grande parte dos moluscos vive no mar (lulas, polvos e a maioria dos maris-
cos). Alguns vivem em terra (lesmas e caracóis); outros vivem em água doce 
(caramujos dos rios).
Os moluscos são importantes para nossas vidas sob diversos aspectos. Muitos 
deles, tais como ostras, mexilhões, polvos, lulas e escargots, são utilizados na 
nossa alimentação há bastante tempo. Os moluscos participam de cadeias 
alimentares, consumindo outros seres, como plantas e animais menores, e ser-
vindo de alimento para diversos peixes ou mesmo diretamente para o homem.
Em algumas ostras, pequenas partículas de areia e outros corpos estranhos 
podem se instalar entre o manto e a concha. Parte do manto envolve a par-
tícula, formando uma cobertura circular que passa a depositar carbonato de 
cálcio em camadas mais ou menos concêntricas ao redor da partícula. Grada-
tivamente mais e mais material se deposita, formando-se a pérola (Figura 2.4).
sifão
manto
pé
bisso brânquias
e-Tec BrasilAula 2 – O que é um molusco? 37
Figura 2.4: Ostra com pérolas formadas
Fonte: <http://img130.imageshack.us/img130/3120/islama38af7.jpg>. Acesso em: 15 out. 2010.
A formação da pérola pode ser induzida artifi cialmente com a introdução 
de um fragmento de concha envolvido por um retalho de manto, entre a 
concha e o manto de uma ostra. São as “pérolas cultivadas”.
Responda às questões que seguem.
I. I. O pé dos moluscos é uma estrutura muscular, de localização ventral, 
que pode adaptar-se a variadas funções. Nesse sentido, identifi que um 
exemplo de molusco em que o pé desempenha cada uma das funções 
abaixo.
a) Fixação:
b) Locomoção:
II. As ostras, pertencentes ao fi lo Mollusca e classe Bivalvia, são de grande 
interesse econômico para o homem por diversas razões. As ostras perlí-
feras despertam interesse econômico pelo fato de poderem desenvolver 
entre o manto e a concha as famosas pérolas. Sobre esses organismos, 
responda:
a) Como são formadas as pérolas naturais?
b) Qual a importância do processo de formação de pérolas para as ostras? 
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 38
2.2 Digestão
O tubo digestivo é completo: boca, estômago, glândula digestiva e intestino, 
que se abre pelo ânus. Muitos moluscos apresentam na boca uma estrutura 
característica do grupo, semelhante a uma língua com pequenos dentes de 
quitina, a rádula (visível na Figura 2.1). Com esse órgão, o animal raspa algas 
e outros alimentos presos nas pedras e nas conchas de outros moluscos e os 
envia para o tubo digestivo. Apresentam, ainda, o hepatopâncreas (fígado + 
pâncreas), uma importante glândula digestiva. Os moluscos fi ltradores, que se 
alimentam de plâncton, como as ostras e o mexilhão, não apresentam rádula.
Que tal palavras cruzadas?
1. P
2. O
3. L
4. V
5. O
1. Epitélio que reveste a massa visceral e secreta a concha dos moluscos.
2. Glândula digestiva que acumula as funções de fígado e pâncreas.
3. Estrutura típica de moluscos, funcionando como uma língua com dentes.
4. Tipo de concha das ostras, de acordo com o número de valvas.
5. Músculo que conecta as duas valvas da concha dos mexilhões e ostras.
2.3 Circulação
O metabolismo de um animal requer o constante suprimento de alimento 
e oxigênio molecular para as células. Por outro lado, o funcionamento das 
células produz substâncias que devem ser excretadas. A difusão de partículas 
entre as células não é sufi ciente para o trânsito das substâncias dentro do or-
ganismo. O aparelho circulatório realiza o transporte, entre longas distâncias, 
de moléculas de um ponto a outro de um organismo multicelular.
e-Tec BrasilAula 2 – O que é um molusco? 39
Na maioria dos moluscos, a circulação é aberta. Isso quer dizer que o sangue 
percorre vasos, mas também extravasa dos mesmos para cavidades denomi-
nadas hemoceles, nas quais banha diretamente os órgãos.
No polvo e na lula, a circulação é fechada: o sangue circula sempre dentro de 
vasos, e as trocas de alimento e gases ocorrem entre os capilares e os tecidos. 
O pigmento respiratório no sangue dos moluscos é geralmente a hemocianina 
(de cor azulada), mas existem alguns que possuem a hemoglobina (de cor 
vermelha, como no nosso sangue).
2.4 Excreção 
O sistema excretor dos moluscos é formado por estruturas chamadas nefrí-
dios, que quando reunidos formam rins primitivos. Cada nefrídio é consti-
tuído por três partes: nefróstoma, a extremidade ciliada voltada para a inti-
midade do animal; nefroduto, o canal que conduz o produto de excreção; 
nefridióporo, a extremidade externa do órgão. Na Figura 2.5 você pode ver 
um nefrídio isolado, porém não esqueça que na maioria dos moluscos essas 
estruturas são numerosas e se agrupam para funcionar como rins.
Figura 2.5: Esquema de um nefrídio
Fonte: Marczwski e Vélez (1999).
Estatocistos
órgãos estáticos localizados no 
pé ou na cabeça do molusco, 
para a percepção da gravidade, 
capazes de detectar mudanças 
na posição do corpo, o que 
facilita a manutenção 
da postura e do equilíbrio.
Osfrádios
são como manchas de epitélio 
sensorial localizadas na 
margem posterior de cada uma 
das membranas branquiais 
aferentes. Eles funcionam como 
quimiorreceptores e também 
determinam a quantidade de 
sedimentos na corrente inalante.
sifão exalante
sifão inalante
fluxo da água
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 40
2.5 Respiração
Como mencionado anteriormente, o metabolismo de um animal requer o 
constante suprimento de alimento e gás oxigênio para as células. O aparelho 
respiratório é o responsável pela obtenção desse gás a partir do ambiente, 
bem como pela eliminação do gás carbônico proveniente das células. Na 
maioria dos moluscos, a respiração se faz através de brânquias, chamadas 
ctenídios (Figura 2.6). Essas brânquias são localizadas na cavidade palial e 
retiram o oxigênio dissolvido na água, que é levado pelo sangue para todas 
as células do corpo. O gás carbônico segue caminho inverso.
Figura 2.6: Esquema da respiração branquial de uma ostra
Fonte: Marczwski e Vélez (1999).
Em alguns caracóis (terrestres) e caramujos de água doce, a cavidade palial 
transforma-se em uma câmara cuja parede é irrigada de sangue. Essa câmara 
funciona como um pulmão primitivo, retirando oxigênio do ar atmosférico.
2.6 Coordenação
Os moluscos apresentam um sistema nervoso constituído por gânglios in-
terligados por condões nervosos. Esse sistema é particularmente desenvol-
vido nos polvos e lulas. Na sua constituição destacam-se os gânglios ce-
rebrais (ou cerebroides) diretamente ligados a estruturas sensitivas: olhos, 
estatocistos (relacionados ao equilíbrio), tentáculos e osfrádios (relacio-
nados à quimiorrecepção). 
Existem, ainda, massas de gânglios distribuídas pelas principais regiões do 
corpo, como gânglios pediais (no pé) e gânglios viscerais (na massa visceral).
e-Tec BrasilAula 2 – O que é um molusco? 41
O polvo e a lula têm olhos bem desenvolvidos, semelhantes aos dos verte-
brados e capazes de formar imagens. Em outros moluscos, como as ostras e 
mexilhões, os órgãos visuais são mais simples e capazes apenas de captar a 
presença de luz. 
2.7 Reprodução
A reprodução dos moluscos é sexuada. Nos representantes aquáticos, há es-
pécies monoicas (hermafroditas) e espécies dioicas (de sexos separados, como 
o mexilhão), com fecundação externa. A forma mais comum de desenvolvi-
mento é o indireto, ou seja, com a ocorrência de estágios larvais. As larvas de 
moluscos mais conhecidas são a trocófora e a véliger (ou larva velígera), que 
você pode ver no ciclo de vida de uma ostra mostrado na Figura 2.7.
Figura 2.7: Ciclo de vida de uma ostra
Fonte: Matias (2010). Disponível em: <http://ipimar-iniap.ipimar.pt/projectos/biotecmar/Documentos/2010/Apresenta-
cao%20BIOTECMAR_Domitilia_Matias.pdf>. Acesso em: 31 out. 2010.
O caramujo-de-jardim, por exemplo, é hermafrodita, com fecundação inter-
na e cruzada. Na cópula, dois indivíduos aproximam-se e encostam seus po-
ros genitais, pelos quais se fecundam reciprocamente. Os ovos desenvolvem-
se e, ao eclodirem, liberam novos indivíduos sem a passagem por fase larval 
(desenvolvimento direto).
Os polvos e as lulas são dotados 
de uma glândula produtora 
de tinta escura, que pode ser 
esguichada, turvando a água 
e prejudicando a visão e o 
olfato de eventuais predadores. 
Apresentam, também, 
cromatóforos, que são estruturas 
epidérmicas portadoras 
de pigmentos capazes de 
determinar a mudança de 
coloração do animal, de maneira 
a camufl á-lo no ambiente em 
que se encontra. A emissão de 
tintas e a mudança de cor são, 
portanto, mecanismos de defesa 
do animal.
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 42
Que tal palavras cruzadas?
1. C
2. A
3. R
4. A
5. C
6. O
7. L
1. Proteína azulada que transporta oxigênio no sangue da maioria dos moluscos.
2. Como é chamado o tipo de mecanismo de defesa utilizado pelos polvos 
por meio dos cromatóforos?
3. Um exemplo de molusco fi ltrador.
4. Qual o tipo predominante de respiração dos moluscos?
5. Nome de uma das principais larvas observadas no desenvolvimento de 
mexilhões e ostras.
6. Como também são conhecidas as brânquias dos moluscos?
7. Um exemplo de molusco de sexos separados.
Os moluscos estão entre os invertebrados com maior nível de especialização 
de organização do corpo, o que justifi ca sua adaptação por variados habi-
tats, bem como a existência de mais de 80.000 espécies nesse fi lo, o segun-
do maior no reino animal. Na Aula 3, destacaremos alguns dos moluscos de 
maior interesse para os recursos pesqueiros.
Rádula
Cabeça
Tentáculo
Massa visceral
Glândula digestiva
Concha
Estômago
Cavidade do
manto
Pé
e-Tec BrasilAula 2 – O que é um molusco? 43
Resumo
Nesta aula, você viu que os moluscos são animais de corpo mole, não seg-
mentado e geralmente envolvido por uma concha de natureza calcária. Seus 
representantes estão entre os animais invertebrados mais conspícuos e in-
cluem formas bastante familiares. Esse fi lo é um dos poucos grupos de inver-
tebrados com certa popularidade entre leigos e colecionadores amadores. 
Várias espécies, principalmente do mar, são utilizadas como alimento (ostras, 
mexilhões, polvos, lulas), porém há espécies dulcícolas comestíveis (mexi-
lhões) e outras que se destacam como hospedeiros intermediários de alguns 
vermes (certos caramujos). Existem ainda espécies terrestres de caracóis e 
lesmas. Algumas ostras destacam-se pela produção de valiosas pérolas.
Atividades de aprendizagem
Estamos chegando ao fi nal da nossa 2ª aula. Então, é hora da autoavaliação.
1. Você pode ver na fi gura a seguir a organização geral de um molusco 
gastrópode, em que se observa um corpo constituído por cabeça, massa 
visceral (onde se concentram os órgãos) e pé. Com relação ao fi lo Mollus-
ca, é correto afi rmar que:
a) não apresenta sistema digestivo completo, de forma que a digestão é 
processada através de uma bolsa enzimática.
b) apresenta respiração exclusivamente branquial.
c) o sistema nervoso consiste de um anel situado em torno da boca.
Você pode ler mais sobre a 
anatomia e fi siologia dos 
moluscos no seguinte endereço: 
<http://malaconet.
br.tripod.com/osmoluscos_
anatomia&fi siologia.htm>.
Esse site também lhe permite 
obter informações sobre 
fi logenia e classifi cação.
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 44
d) a excreção é feita através dos túbulos de Malpighi e de glândulas locali-
zadas na base dos pés.
e) lesmas, ostras, mexilhões, lulas e polvos são moluscos.
2. Uma estrutura comum no tubo digestivo de várias classes de moluscos 
é a rádula, que funciona como uma língua raspadora e trituradora de 
alimentos. Porém, nos bivalves, a rádula está ausente. Por quê?
3. Para que serve o músculo adutor do mexilhão?
4. Diferencie moluscos gastrópodes e moluscos bivalves quanto à concha.
5. Descreva a locomoção de uma lula.
6. “... Os moluscos constituem um grupo muito bem sucedido na natureza. 
Ocupam vários ambientes e exibem hábitos de vida bastante diversifi -
cados” (Trecho extraído do livro “Biologia” de Amabis e colaboradores, 
1974, p.294).
Em relação a esse fi lo e baseado na observação dos diferentes hábitos mos-
trados na fi gura, assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S).
( ) Como características embrionárias são celomados, deuterostômios e 
apresentam simetria radial.
( ) Os gastrópodes possuem no assoalho da boca ou faringe a rádula, que 
utilizam para raspar o alimento.
( ) A respiração é branquial nos animais aquáticos e pulmonar nos terrestres.
e-Tec BrasilAula 2 – O que é um molusco? 45
( ) O grupo dos bivalves compreende muitos animais comestíveis e importan-
tes economicamente, como os mexilhões, as ostras e os escargots.
( ) A fi gura representa o grupo dos bivalves, que se caracterizam por apre-
sentar uma concha formada por duas partes chamadas valvas.
( ) Baseado na fi gura, podemos constatar que enquanto o Pecten é um 
animal de vida livre, a ostra e o Mytilus são fi xos.
Objetivos 
Caracterizar a diversidade de moluscos do Brasil.
Identifi car moluscos de maior frequência na fauna brasileira e de 
maior manejo humano.
3.1 A diversidade dos moluscos
Nesta aula, você verá que existem diversas espécies de moluscos importantes 
em nossas vidas. Muitas dessas espécies se notabilizam pelo seu aproveita-
mento como recursos naturais, principalmente, no que se relaciona à área 
alimentar. Algumas outras se destacam pelos danos diretos ou indiretos que 
podem proporcionar ao homem. Ao longo desta aula, serão apresentadas 
informações sobre algumas das espécies de moluscos que foram selecionadas 
entre as que consideramos mais interessantes dentro do fi lo. Além disso, você 
encontrará orientações que o auxiliarão a obter informações sobre muitos ou-
tros moluscos de interesse para o técnico na área de recursos pesqueiros.
O número de espécies conhecidas é realmente muito grande, menor apenas 
que o de artrópodes. Distinguem-se três classes principais de moluscos: Gas-
tropoda, Bivalvia ou Pelecypoda e Cephalopoda. Além dessas, podemos 
mencionar as classes Amphineura e Scaphopoda. 
Como vimos na aula anterior, os moluscos são animais de corpo mole, não 
segmentado e geralmente protegido por uma concha de material calcário. O 
corpo desses animais é dividido em três partes: cabeça, pé e massa visceral. 
Ao longo da evolução, essas partes sofreram mudanças e passaram a ser 
diferentes em cada classe de moluscos, principalmente devido ao modo de 
vida e adaptação ao ambiente ocupado pelo animal.
A seguir, faremos uma descrição resumida de cada classe de moluscos, 
acompanhada da apresentação de seus exemplos mais representativos.
e-Tec BrasilAula 3 – Quais moluscos você conhece? 47
Aula 3 – Quais moluscos você conhece?
Helicicultura
denominação utilizada para 
o cultivo de escargot. Deriva 
do nome do principal gênero 
cultivado: Helix.
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 48
3.1.1 Gastrópodes
A classe Gastropoda é a maior classe dos moluscos, já tendo sido descritas 
mais de 30.000 espécies viventes. Considerando a ampla variedade de habi-
tats que os gastrópodes invadiram, eles certamente constituem o grupo mais 
bem-sucedido entre todas as classes de moluscos. O nome da classe deve-se 
ao fato de o pé apresentar-se achatado em forma de palmilha recobrindo 
o ventre do animal. São representados pelos caramujos (aquáticos), pelas 
lesmas e pelos caracóis (terrestres). 
A maioria possui uma concha enrolada em
espiral (que você pode ver nas 
Figuras 3.1, 3.2 e 3.2), mas outros, como certas lesmas terrestres, não têm 
concha. Em outros, como a lesma-do-mar, a concha é interna e reduzida. 
A cabeça é bem desenvolvida, com um ou dois pares de tentáculos sensoriais 
(Figuras 3.1 e 3.2) e olhos. O pé possui uma glândula pedal ou numerosas 
células glandulares, que produzem um muco para ajudar no deslocamento 
do animal. A maioria possui brânquias; o caracol e o caramujo de água doce 
possuem um pulmão primitivo.
Como representantes dos gastrópodes serão apresentadas duas espécies de 
escargots: Helix aspersa e Achatina fulica, além de três gêneros de caramu-
jos de água doce: Planorbis, Australorbis, Biomphalaria.
3.1.1.1 Helix aspersa (escargot) 
A helicicultura tem se destacado como opção de cultivo alternativo no Bra-
sil, especialmente na região Sul onde o clima é favorável a essa atividade. Os 
escargots do gênero Helix apresentam maior aceitação no mercado consu-
midor e valor econômico para a comercialização, devido às suas característi-
cas desejáveis, como a cor mais clara de sua carne.
Figura 3.1: Exemplar de Helix aspersa
Fonte: <http://correiogourmand.com.br/images/cg_escargot_10_470.jpg>. Acesso em: 15 out. 2010.
e-Tec BrasilAula 3 – Quais moluscos você conhece? 49
3.1.1.2 Achatina fulica (caracol gigante africano) 
Espécie também conhecida como caramujo gigante africano (Figura 3.2). 
Chega a pesar 200 g. Essa espécie de caramujo terrestre foi importada para 
cultivo, visando à comercialização para consumo humano como escargot. 
Porém, devido à perda de controle ou mesmo abandono de muitos cultivos, 
A. fulica passou a se espalhar no ambiente de diversas cidades do Brasil. O 
encontro de A. fulica em vida livre é importante por se tratar de espécie en-
volvida na transmissão de Angiostrongylus cantonensis, verme nematódeo 
causador da angiostrongilíase meningoencefálica no homem, que é uma 
doença comparável às meningites.
Figura 3.2: Exemplar adulto de Achatina fulica
Fonte: <http://correiogourmand.com.br/images/cg_escargot_03_470.jpg>. Acesso em: 15 out. 2010.
3.1.1.3 Planorbis, Australorbis, Biomphalaria (caramujos)
Esses moluscos têm a concha em espiral, com as voltas ou giros no mesmo 
plano (Figura 3.3) e, por isso, recebem a denominação de planorbídeo (famí-
lia Planorbidae). Os caramujos planorbídeos criam-se e vivem na água doce 
de córregos, riachos, valas, alagados, brejos, açudes, represas ou outros lo-
cais onde haja pouca correnteza. 
Destacam-se por sua participação como hospedeiros intermediários no ciclo 
evolutivo da doença esquistossomose, causada por verme platelminto da 
espécie Schistosoma mansoni.
Nota: É importante frisar que 
a zoonose (doença que se 
transmite de outro animal para 
o homem) conhecida como 
angiostrongilíase, na forma 
meningoencefálica, ocorre 
principalmente no Sudeste 
Asiático e que até o presente 
não há nenhum registro de sua 
ocorrência no Brasil 
(Aquino, 2010).
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 50
Figura 3.3: Caramujo do gênero Biomphalaria, hospedeiro intermediário do verme 
Schistosoma mansoni na América Latina 
Fonte: <http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/img/caramujo.jpg>. Acesso em: 15 out. 2010.
Pesquisando na rede internacional (internet)
Nessa atividade, você deverá pesquisar na internet para obter respostas às 
questões a seguir, relacionadas à helicicultura.
a) Como é feito o abate do escargot cultivado?
b) O manejo de escargot como alimento obedece aos ditames da tradição e 
dos mais experientes chefes de cozinha franceses. Nesse sentido, o que 
é “court bouillon”?
3.1.2 Bivalves 
A classe Bivalvia, ou Pelecypoda, é formada pelos moluscos lateralmente 
comprimidos e que possuem uma concha com duas valvas (como você pode 
ver nas Figuras 3.4 e 3.5) articuladas na porção dorsal e que envolvem total-
mente o corpo. 
O pé tem a forma de uma lâmina de machado, sendo esta a origem do 
nome Pelecypoda (pé em forma de machado; Pelekys = machado). 
A cabeça é muito reduzida e as brânquias são geralmente muito grandes, 
desempenhando dupla função – retiram o oxigênio dissolvido na água (como 
qualquer brânquia) e fi ltram partículas alimentares e algas verdes microscó-
picas, que são em seguida conduzidas à boca. Por essa razão, os bivalves são 
considerados “animais fi ltradores”.
Nota: Os bivalves são 
os moluscos realmente 
importantes em termos de 
aquicultura, pois, na prática, 
observamos apenas o 
desenvolvimento de tecnologia 
para o cultivo desse grupo 
de moluscos. Nesse contexto, 
você precisa conhecer termos 
como Mitilicultura (o cultivo 
de mexilhões) e Ostreicultura 
(para o cultivo de ostras). 
Por outro lado, se quisermos 
fazer referência ao cultivo de 
qualquer molusco, devemos 
usar o termo Malacocultura.
e-Tec BrasilAula 3 – Quais moluscos você conhece? 51
Como representantes dos bivalves serão apresentados: uma espécie de ostra 
(Crassostrea rhizophorae), duas espécies de mexilhões (Mytella guyanensis e 
Mytella falcata), além de alguns turus.
3.1.2.1 Crassostrea rhizophorae (ostra-do-mangue)
Crassostrea rhizophorae é a espécie de ostra-do-mangue mais comumente 
encontrada na costa do Brasil (Figura 3.4). Ocupa lugar de destaque nas raízes 
aéreas dos manguezais de diversos estados brasileiros, na forma de extensos 
bancos naturais nas regiões entremarés. Ocorre também em formações rocho-
sas que fi cam submersas durante a maré alta. É utilizada como recurso tanto 
para fi ns de cultivo quanto para alimentação das populações locais.
Figura 3.4: Valvas da concha de Crassostrea rhizophorae (ostra), município de Bra-
gança – Pará
Fonte: Foto de Carlos Fernandes (2003).
3.1.2.2 Mytella guyanensis e Mytella falcata (mexilhões) 
Muitas espécies de mexilhões são largamente utilizadas na alimentação 
humana. Entre elas estão as do gênero Mytella. A espécie M. guyanensis 
(Figura 3.5), conhecida pelos nomes populares de sururu, mexilhão de estu-
ário, bacucu ou bico-de-ouro, pode apresentar comprimento máximo de 8 
cm e distribui-se em bosques de mangue, situados na zona entremarés de 
ambientes estuarinos. Enquanto isso, M. falcata, conhecido como sururu, 
Nota: Crassostrea gigas é uma 
ostra nativa das costas do Oce-
ano Pacífi co na Coreia, China 
e Japão. É também cultivada 
em alguns estados brasileiros 
(principalmente Santa Catarina 
e São Paulo), e outros países, 
como nos Estados Unidos da 
América, Austrália e Nova 
Zelândia (onde substituiu 
comercialmente a ostra 
nativa Crassostrea glomerata). 
Também foi levada para o Mar 
Frísio, na Europa, onde é uma 
espécie invasora e compete, 
com sucesso, com outras 
espécies de bivalves, como o 
mexilhão Mytilus edulis.
mexilhão de estuário ou bacucu, que pode crescer até 5 cm, é encontrado 
da zona infralitoral até a zona entremarés.
Figura 3.5: Valvas da concha de Mytella guyanensis (mexilhão), município de 
Bragança – Pará
Fonte: Foto de Carlos Fernandes (2003).
3.1.2.3 Teredo sp., Neoteredo reynei e outros (turus) 
Os turus são importantes decompositores de madeira, especialmente em 
manguezais, onde a produtividade é alta. Mas certamente chamam a aten-
ção pelos prejuízos que podem causar perfurando o casco de embarcações 
(Figura 3.6). São como cupins de madeira molhada. Por outro lado, desta-
cam-se ainda por serem utilizados como alimento.
Figura 3.6: Espécimes de turus do gênero Teredo
Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/_esD6aRur2q0/R6r4dJzYT0I/AAAAAAAABDI/aBpYz8WbZNM/s400/turu+-+ele.jpg>. 
Acesso em: 15 out. 2010.
Nota: Alguns bivalves de água 
doce formam larvas chamadas 
gloquídios, que parasitam 
(geralmente peixes) até que 
sua metamorfose ocorra e 
as transforme em adultos, 
que se fi xam em substratos e 
passam a viver como moluscos
fi ltradores. Entre esses bivalves, 
podemos destacar: Paxyodon 
syrmatophorus dos rios 
Guamá e Tocantins, no Pará; 
Anodontites trapesialis do rio 
Pardo, em São Paulo; Diplodon 
berthae do rio Sinos, no Rio 
Grande do Sul.
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 52
Pesquisando na rede internacional (internet)
Nessa atividade, você deverá escolher uma espécie de molusco bivalve, de 
preferência bastante valorizada no seu estado ou região, sobre a qual deverá 
reunir informações através de pesquisas feitas na internet.
Em seguida, procure realizar sua atividade utilizando o seguinte padrão de 
tópicos: 
1. Taxonomia 
2. Morfologia 
3. Distribuição 
4. Importância e curiosidades 
5. Endereços consultados
Logicamente cada um desses tópicos deverá conter as informações que você 
obteve sobre o animal que escolheu para a atividade. 
3.1.3 Cefalópodes
Incluem os mais especializados e mais bem organizados de todos os molus-
cos. A maioria desloca-se ativamente, apesar dos polvos terem assumido se-
cundariamente um hábito menos ativo. A cabeça é geralmente bem desen-
volvida e a porção anterior do pé apresenta-se transformada em uma coroa 
de tentáculos, que você pode observar nas Figuras 3.7 e 3.8. Os cefalópodes 
atingiram o maior tamanho entre todos os invertebrados. Embora a maio-
ria tenha comprimento entre 6 e 70 cm, incluindo os tentáculos, algumas 
espécies de lulas alcançam proporções gigantescas. Polvos gigantes existem 
apenas em contos. Nessa classe, uma concha completamente desenvolvida 
apenas é observada nas poucas espécies do Nautilus (Figura 3.9), que ocor-
rem no Pacífi co Ocidental Tropical.
Como representantes dos cefalópodes serão apresentados: uma espécie de polvo 
(Octopus vulgaris), uma espécie de lula (Loligo vulgaris) e o gênero Nautilus.
e-Tec BrasilAula 3 – Quais moluscos você conhece? 53
3.1.3.1 Octopus vulgaris (polvo comum)
Na Figura 3.7 você pode ver uma fotografi a de polvo. Ele apresenta o corpo 
globoso e dotado de oito tentáculos, do mesmo comprimento. O macho, 
em geral, é maior que a fêmea, podendo atingir mais de 1 m e ultrapassar os 
8 kg. Vive em tocas e faz excursões à procura de alimento ou então espera 
na entrada da toca. Alimenta-se de crustáceos, peixes pequenos e outros 
moluscos. Sua cor é geralmente cinza-esbranquiçada, mas ele pode mudar 
de cor para camufl ar-se. 
A captura do polvo é feita com potes, que, do ponto de vista pesqueiro, 
é considerada mais efi ciente que o arrasto, em razão da reduzida fauna 
acompanhante e do menor impacto sobre a biota bentônica. Essa espécie de 
polvo é usada como alimento por várias comunidades, porém é interessante 
ressaltar que existem polvos venenosos.
Figura 3.7: Espécime de Octopus vulgaris
Fonte:<http://www.okeefes.org/Marine_Life/marinelife.htm#Mollusks>. Acesso em: 10 nov. 2010. 
3.1.3.2 Loligo vulgaris (lula vulgar)
O corpo é alongado. O comprimento dos machos é de aproximadamente 
35 cm, podendo chegar a 50 cm, e o das fêmeas, 22 cm. Cabeça com dois 
grandes olhos, situados lateralmente, boca central rodeada por cinco pares 
de tentáculos, sendo os menores mais grossos com numerosas ventosas no 
lado interno (http://www.vivaterra.org.br/moluscos.htm).
Os dois tentáculos restantes são bem mais longos, apresentando ventosas 
apenas nas extremidades dilatadas (Figura 3.8). O resto do corpo é delgado, 
cônico, com uma nadadeira triangular ao longo de cada lado da extremida-
de afi lada, as quais equilibram o animal durante o deslocamento. Essa es-
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 54
pécie é comestível, fazendo parte de algumas receitas de sucesso em alguns 
restaurantes brasileiros.
Figura 3.8: Espécime de lula do gênero Loligo
Fonte: <http://www.katembe2.com/images/lulart07f4.gif>. Acesso em: 15 out. 2010.
3.1.3.3 Nautilus (náutilos)
Os náutilos são os únicos cefalópodes dotados de concha, a qual é enrolada 
acima da cabeça numa espiral plana bilateralmente simétrica (Figura 3.9). 
Figura 3.9: Espécime de Nautilus pompilius em aquário
Fonte: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/73/Nautilus_pompilius.jpg>. Acesso em: 15 out. 2010.
Nos náutilos, apenas as duas últimas voltas da concha são visíveis, uma vez 
que elas recobrem as voltas internas. Esses cefalópodes apresentam dois 
pares de brânquias e numerosos tentáculos, porém não preênseis.
e-Tec BrasilAula 3 – Quais moluscos você conhece? 55
Figura 3.10: Espécime de quíton do gênero Callistochiton. Há espécies desse gênero 
que ocorrem na plataforma continental de Pernambuco, Brasil
Fonte: <http://cuhwww.upr.clu.edu/~cgarcia/quitones/shuttleworthianus/mohoso.jpg>. Acesso em: 1 nov. 2010.
Figura 3.11: Representação esquemática de Dentalium enterrado na areia do mar
Fonte: <http://cas.bellarmine.edu/tietjen/images/scaphopoda.jpg>. Acesso em: 01 nov. 2010.
Nota: Além de gastrópodes, 
bivalves e cefalópodes, outros 
grupos de moluscos são os 
anfi neuros e escafópodes. Os 
anfi neuros, também chamados 
quítons (Figura 3.10), medem 
cerca de 5 cm e rastejam no 
fundo do mar, raspando algas 
das rochas com o auxílio da 
rádula. A concha é formada 
pela superposição de oito 
placas produzidas pelo manto. 
Já os escafópodes têm o corpo 
protegido por uma concha 
tubular, recurvada como um 
grande canino, medindo cerca de 
6 cm de comprimento e aberta 
nas duas extremidades. Passam a 
maior parte do tempo enterrados 
na areia das águas rasas. Um 
exemplo é o gênero Dentalium, 
que você pode observar na 
Figura 3.11.
Biologia Aquática e Pesqueirae-Tec Brasil 56
Que tal, palavras cruzadas? 
1. Após encontrar as palavras de cada linha, defi na a palavra que surgirá na 
coluna em destaque.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
 
1. Molusco gastrópode sem concha.
2. Bivalves são também chamados pelecípodes porque seu pé tem a forma de...
3. Nome popular comum a moluscos dos gêneros Mytella e Mytilus.
4. Órgãos utilizados pelos bivalves para fi ltrar partículas alimentares trazidas 
pela água.
5. Denominação utilizada para certos caracóis herbívoros terrestres; uma 
iguaria presente nos melhores restaurantes do mundo.
6. Molusco cefalópode dotado de oito tentáculos.
7. Classe de moluscos à qual pertencem os turus.
e-Tec BrasilAula 3 – Quais moluscos você conhece? 57
8. O gênero da ostra-do-mangue e da ostra gigante do Pacífi co.
9. O gênero da lula vulgar.
10. Nome dado ao cultivo de escargot. 
11. Cefalópode dotado de concha externa normal.
Resumo
Nesta aula, você estudou alguns dos mais importantes animais do fi lo Mollus-
ca. Viu que eles se destacam pelos variados tipos de relações que mantêm 
com a espécie humana. Assim, embora existam escargots, ostras, mexilhões, 
polvos e lulas comestíveis, ostras produtoras de pérolas, há espécies prejudi-
ciais ao homem, como as lesmas que podem atuar como pragas em planta-
ções, caramujos hospedeiros de parasitas que causam enfermidades em hu-
manos, além de alguns polvos e outros moluscos venenosos. Você entendeu 
por que precisamos conhecer esses animais para melhor aproveitamento das 
espécies úteis e o adequado controle das nocivas.
Atividades de aprendizagem
Chegamos ao fi nal da nossa 3ª aula. Então é hora da avaliação.
1. Como é chamado o cultivo de escargot?
2. Quais gêneros de escargot você conhece? 
3. Qual importante verminose humana tem em seu ciclo evolutivo um mo-
lusco gastrópode como hospedeiro intermediário?
4. Como você identifi ca um molusco pelecípode?
5. Complete as lacunas no trecho a seguir com os termos técnicos corres-
pondentes.
“De acordo com a defi nição do IBAMA, o cultivo de organismos aquáticos 
que tenham na água o seu normal ou mais frequente meio de vida é chama-
Biologia

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