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Comprometimento neurológico após infecção por arbovírus. Enfª Ms. Roberta da Paz Melo Recife-PE 2016 ARBOVÍRUS Arbovírus (Arthropod-borne virus) são vírus transmitidos por artrópodes. FAMÍLIA • Togaviridae Chikungunya. • Flaviviridae Dengue e Zika. PORQUE ISSO TUDO ESTA ACONTECENDO? QUAL É A NOSSA PREOCUPAÇÃO? • Rápidas mudanças climáticas (regiões tropicais) • Desmatamentos, • Migração populacional, • Ocupação desordenada de áreas urbanas, • Precariedade das condições sanitárias que favorecem a amplificação e transmissão viral. VISITA INCONVENIENTE DOENÇAS CAUSADAS PELO Aedes aegypti QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS QUEIXAS? Manifestações clínicas das arboviroses 1. Doença febril indiferenciada, moderada ou grave; 2. Erupções cutâneas; 3. Artralgia; 4. Síndrome neurológica; 5. Síndrome hemorrágica. Manifestações clínicas das arboviroses 1. Doença febril indiferenciada, moderada ou grave: • Sintomas de gripe; • Febre; • Cefaleia; • Dor retro-orbital; • Mialgia. Manifestações clínicas das arboviroses 2. Erupções cutâneas: • Exantema ou rash maculopapular. Manifestações clínicas das arboviroses 3. Artralgia: • Poliartralgia (dores articulares) • Poliartrite (inflamação articular) Manifestações clínicas das arboviroses 4. Síndrome neurológica: • Mielite; • Meningite e/ou encefalite (com mudanças de comportamento); • Paralisia; • Paresia; • Convulsões; • Problemas de coordenação. Manifestações clínicas das arboviroses 5. Síndrome hemorrágica: • Petéquias; • Hemorragia; • Choque combinado com uma redução intensa de plaquetas. Dengue x Chikungunya x Zika DENGUE APRESENTAÇÃO CLÍNICA DA DENGUE • Dengue Clássica; • Febre Hemorrágica da Dengue; • Síndrome do Choque da Dengue; • Dengue com Complicações. APRESENTAÇÃO CLÍNICA DA DENGUE Dengue Clássica: • Febre alta; • Cefaleia; • Prostração, • Mialgia; • Artralgia; • Anorexia; • Náuseas e vômitos; • Exantema e prurido cutâneo. APRESENTAÇÃO CLÍNICA DA DENGUE Febre Hemorrágica da Dengue: • Febre; • Trombocitopenia (plaquetas abaixo de 100.000/mm3); • Hemorragias. APRESENTAÇÃO CLÍNICA DA DENGUE Síndrome do Choque da Dengue: • Choque; • Extremidades frias, cianose; • Pulso rápido e fino; • Hipotensão arterial. APRESENTAÇÃO CLÍNICA DA DENGUE Dengue com Complicações: • Falência hepática; • Miocardiopatia; • Manifestações neurológicas. MANIFESTAÇÃO NEUROLÓGICA DENGUE • Ocorre em 4 a 6% dos casos. Mecanismos causadores: • Invasão do SNC; • Reação autoimune secundária a infecção viral; • Distúrbio metabólico; • Hemorragia. MANIFESTAÇÃO NEUROLÓGICA DENGUE QUADRO CLÍNICO • Cefaléia: - Forte intensidade, bilateral, localizada nas regiões frontal e retro-ocular; - Pulsátil; - Associada a foto e fonofobia. MANIFESTAÇÃO NEUROLÓGICA DENGUE QUADRO CLÍNICO • Encefalopatia hepática: - Confusão mental; - Redução do nível de consciência; - Alteração da coordenação; - Pode ocorrer convulsões. MANIFESTAÇÃO NEUROLÓGICA DENGUE QUADRO CLÍNICO • Encefalite: - Redução do nível de consciência; - Alteração da coordenação; - Convulsões. MANIFESTAÇÃO NEUROLÓGICA DENGUE QUADRO CLÍNICO • Acidente Vascular Cerebral (AVC): - Decorre da extensão e localização da lesão. MANIFESTAÇÃO NEUROLÓGICA DENGUE QUADRO CLÍNICO • Mielite: - Paraparesia (perda parcial das funções motoras dos MMII ou MMSS); - Paraplegia (perda da sensibilidade e da força muscular em MMII); - Alteração na RNM da medula. MANIFESTAÇÃO NEUROLÓGICA DENGUE QUADRO CLÍNICO • Síndrome de Guillain-Barré (SGB): - Fraqueza dos membros; - Arreflexia; - LCR com aumento de proteínas; - Eletroneuromiografia (ENMG) com alteração. MANIFESTAÇÃO NEUROLÓGICA DENGUE QUADRO CLÍNICO • Miosite (inflamação nos músculos): - Mialgia (dor muscular); - Grave fraqueza muscular de membros (alguns casos). MANIFESTAÇÃO NEUROLÓGICA DENGUE QUADRO CLÍNICO • Outras manifestações raras: - Encefalomielite Disseminada Aguda (ADEM); - Neuromielite óptica (NMO). FEBRE DE CHIKUNGUNYA Espectro clínico – Febre Chikungunya 70% dos casos Espectro clínico – Febre Chikungunya Pode evoluir em três fases: • Aguda (período de incubação inicia se a fase aguda ou febril, que dura até o décimo dia); • Subaguda (persistência das dores articulares, com duração até 3 meses); • Crônica (persistência dos sintomas com duração de mais de 3 meses). Espectro clínico – Febre Chikungunya Fase Aguda: • Febre de início súbito; • Intensa poliartralgia (geralmente com dores nas costas); • Cefaleia; • Fadiga. Espectro clínico – Febre Chikungunya Fase Subaguda: • Febre normalmente desaparece, • Persistência ou agravamento da artralgia. Espectro clínico – Febre Chikungunya Fase Crônica: • Persistência dos sintomas, principalmente dor articular e musculoesquelética. • Principais fatores de risco para a cronificação: idade acima de 45 anos, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões articulares na fase aguda. Manifestações atípicas e graves – Febre Chikungunya ZIKA ZIKA • Doença pouco descrita; • sua caracterização clínica e história natural se fundamentam em um número limitado de relatos de casos e investigações de surto; • 18% resultam em manifestações clínicas; • Mais frequente a infecção assintomática. Quadro clínico - ZIKA Quando sintomática: • Febre baixa; • Exantema maculopapular; • Artralgia; • Mialgia; • Cefaleia; • Hiperemia conjuntival. Quadro clínico - ZIKA Quando sintomática (menos frequente): • Edema; • Odinofagia (dor durante a deglutição); • Tosse seca; • Alterações gastrointestinais (principalmente vômitos). Comprometimento neurológico - ZIKA Recentemente, foi observada uma possível correlação entre a infecção pelo vírus da ZIKA e a Síndrome de Guillain-Barré (SGB) em locais com circulação simultânea do vírus da dengue Qual o comprometimento neurológico citado nas três infecções virais? RESPOSTA Síndrome de Guillain-Barré (SGB) O QUE É SGB? SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ Uma doença de caráter autoimune que acomete primordialmente a mielina da porção proximal dos nervos periféricos de forma aguda/subaguda. MECANISMO DE AÇÃO MECANISMO DE AÇÃO QUADRO CLÍNICO • Fraqueza simétrica dos membros, com parestesias; • Progressivo; • Ascendente (podendo acometer tronco, pescoço e face); • Arreflexia; • Pode haver o comprometimento do nervo facial. GRAVIDADE • Início discreto; • Quadro piora rapidamente (+- pico de piora em 2 semanas); • Melhorando em seguida; • Em 20% dos casos necessita de cuidados em UTI (comprometimento respiratório). PROGNÓSTICO • Em geral é bom, com reversibilidade completa do comprometimento neurológico (+- 60%); • Índice de mortalidade 10%; • O que ajudará no melhor prognóstico e redução do tempo de internação na UTI será o uso da plasmaférese(4 sessões em dias alternados) ou de imunoglobulina IV (0,4g/kg/dia por 5 dias). Primeiros 6 meses - 2015 131 casos de complicações neurológicas no HR Desse total 69 pacientes reavaliados 42 tiveram o diagnóstico confirmado da SGB 04 pacientes com presença do vírus da zika CONCLUSÃO • QUAL A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO?; • O QUE SE DEVE ATENTAR?; • QUAL O NOSSO PAPEL QUANTO PROFISSIONAL DE SAÚDE E CIDADÃO? MINISTÉRIO DA SÚDE PARTE DA EQUIPE REFERÊNCIAS • BERTOLUCCI, P.H.F. et. al. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar da UNIFESP-EPM: neurologia. Barueri, SP: Manoele, 2011. • LOPES, N. et al. Características gerais e epidemiologia dos arbovírus emergentes no Brasil. Rev Pan-Amaz Saude, 2014; 5(3):55-64. • MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de Gestão. Dengue : diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança. 4. ed. Brasília : Ministério da Saúde, 2013. • MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Febre pelo vírus Zika: uma revisão narrativa sobre a doença. Bol Epidemiol. 2015; 46(26):1-7. • MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Febre de chikungunya: manejo clínico. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. • ROWLAND, L.P. Merritt: tratado de neurologia. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. • SOUZA, S.E. Tratamento das doenças neurológicas. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
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