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Trabalho de Literatura Lirismo na rua

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UNIP – Letras - Noturno
Trabalho de Literatura – Lirismo na Rua - Parnasianismo.
Dulcinéia Ferrari – RA C238FJ8
Quantas pessoas prestaram atenção neste aviso colado no lado externo deste viaduto? Quantas será que perceberam a intenção do autor do aviso ao sugerir que ali poderia existir um poema? E, ainda por cima, um poema do parnasianismo.
Andando pelas ruas da cidade, se prestarmos atenção veremos que cada estrutura do espaço urbano pode ser lida como texto, seja poesia, seja prosa. Seria possível imaginar a cidade como uma grande biblioteca? Provavelmente alguém responderia que na confusão concreta da cidade, a sua organização, ao contrário das bibliotecas, seria tarefa praticamente impossível devido à imensa variedade de gêneros e assuntos. 
O Teatro Municipal de São Paulo é outro exemplo de lirismo na rua. A forma do edifício se assemelha à de um poema parnasiano, que valoriza a beleza, os detalhes, a simetria, o vocabulário rebuscado e o resgate de temas clássicos. Com sua arquitetura ornamentada e imponente, desenhada por Ramos de Azevedo, o Municipal atraí olhares que muitas vezes o fitam tentando desvendá-lo. Por correspondência, abaixo, o poema “Olha-me!”, escrito por Olavo Bilac um dos maiores nomes do parnasianismo no Brasil. Assim como o poeta parnasiano, o arquiteto que projetou o teatro se baseia em uma métrica rigorosa com códigos preestabelecidos.
Enfim, percebemos claramente que basta um olhar mais crítico e curioso para associarmos ao lirismo os enredos, estilos, e personagens embrenhados no concreto dessa nossa selva de pedra. 
Olha-me!
Olavo Bilac
Olha-me! O teu olhar sereno e brando
Entra-me o peito, como um largo rio
De ondas de ouro e de luz, límpido, entrando
O ermo de um bosque tenebroso e frio.
Fala-me! Em grupos doudejantes, quando
Falas, por noites cálidas de estio,
As estrelas acendem-se, radiando,
Altas, semeadas pelo céu sombrio.
Olha-me assim! Fala-me assim! De pranto
Agora, agora de ternura cheia,
Abre em chispas de fogo essa pupila...
E enquanto eu ardo em sua luz, enquanto
Em seu fulgor me abraso, uma sereia
Soluce e cante nessa voz tranquila!

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