Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Coordenadas cilíndricas No sistema de coordenadas cilíndricas, um ponto P do espaço tridimensional é representado pela tripla ordenada (r, θ, z), onde (r, θ) são as coordenadas polares da projeção do ponto P sobre o plano xy e z é a coordenada cartesiana que estamos acostumados. Podemos obter as coordenadas cartesianas (x, y, z) de um ponto P ∈ R3 à partir das suas coordenadas cilíndricas (r, θ, z) utilizando as fórmulas x = r cos θ, y = r sen θ, z = z Exemplo 1. Plote o ponto com coordenadas cilíndricas ( 2, 2pi 3 , 1 ) e determine sua coordendas cartesianas. O ponto com coordenadas cilíndricas ( 2, 2pi 3 , 1 ) é o ponto Em coordenadas cartesianas (x, y, z) temos x = 2 cos 2pi 3 = 2 · ( −1 2 ) = −1 y = 2 sen 2pi 3 = 2 · (√ 3 2 ) = √ 3 z = 1 Ou seja, em coordenadas cartesianas o ponto é representado pela tripla ordenada (−1,√3, 1). 1 Observe que a equação cilíndrica r = c representa o cilindro de raio c dado em coordenadas cartesianas por x2 + y2 = c2. A equação cilíndrica θ = c representa um plano que é equivalente ao plano xz rotacionado em c radianos. Já a equação cilíndrica z = c continua representando simplesmente o plano paralelo ao plano xy que passa pelo ponto (0, 0, c). 2 Exemplo 2. Determine a equação em coordendas cilíndricas do elipsóide 4x2 + 4y2 + z2 = 1. Como r2 = x2 + y2, então, em coordenadas cilíndricas, o elipsóide é descrito por 4r2 + z2 = 1. Exemplo 3. Determine a equação em coordendas cilíndricas do parabolóide z = x2 + y2. Como r2 = x2 + y2, então, em coordenadas cilíndricas, o parabolóide é descrito por z = r2. Integrais triplas em coordenadas cilíndricas Suponha que E seja um sólido do tipo 1 descrito por E = {(x, y, z) ∈ R3 | (x, y) ∈ D, u1(x, y) ≤ z ≤ u2(x, y)} cuja projeção D no plano xy tenha uma representação conveniente em coordenadas polares dada por D = {(r, θ) ∈ R2 | α ≤ θ ≤ β, h1(θ) ≤ r ≤ h2(θ)} Suponha que f(x, y, z) seja uma função de três variáveis contínua no sólido E. Sabemos que a integral tripla de f em E é dada por∫∫∫ E f(x, y, z) dV = ∫∫ D ∫ u2(x,y) u1(x,y) f(x, y, z) dz dA Lembramos que primeiro calculamos a integral em z∫ u2(x,y) u1(x,y) f(x, y, z) dz e depois calculamos a integral dupla em D do resultado. Como a integral dupla será calculada em coordenadas polares, temos que traduzir o resultado da integração para coordenadas polares. Mas isto é o mesmo que traduzir x e y para polares, manter z fixo e calcular∫ u2(r cos θ,r sen θ) u1(r cos θ,r sen θ) f(r cos θ, r sen θ, z) dz 3 uma vez que z é constante em x, y, r e θ. Logo,∫∫ D ∫ u2(x,y) u1(x,y) f(x, y, z) dz dA = ∫∫ D [∫ u2(r cos θ,r sen θ) u1(r cos θ,r sen θ) f(r cos θ, r sen θ, z) dz ] dA = ∫ β α ∫ h2(θ) h1(θ) [∫ u2(r cos θ,r sen θ) u1(r cos θ,r sen θ) f(r cos θ, r sen θ, z) dz ] r dr dθ = ∫ β α ∫ h2(θ) h1(θ) ∫ u2(r cos θ,r sen θ) u1(r cos θ,r sen θ) f(r cos θ, r sen θ, z) r dz dr dθ Concluímos assim que ∫∫∫ E f(x, y, z) dV = ∫ β α ∫ h2(θ) h1(θ) ∫ u2(r cos θ,r sen θ) u1(r cos θ,r sen θ) f(r cos θ, r sen θ, z) r dz dr dθ Observe que o que estamos fazendo é escrever a integral tripla ∫∫∫ E f(x, y, z) dV em coor- denadas cilíndricas. O resultado que chegamos nos diz que para isso temos que: • Descrever o sólido E em coordenadas cilíndricas para encontrar os limites de integração da integral tripla. • Reescrever a função a ser integrada f(x, y, z) em coordenadas cilíndricas utilizando as fórmulas x = r cos θ, y = r sen θ e z = z. • Reescrever o elemento de integração dV como sendo r dz dr dθ. Exemplo 4. Calcule o volume do sólido E que está contido dentro do cilindro x2 + y2 = 1, abaixo do plano z = 4 e acima do parabolóide z = 1− x2 − y2. 4 Sabemos que Volume de E = ∫∫∫ E 1 dV Observe que o parabolóide z = 1 − x2 − y2 pode ser descrito em coordenadas cilíndricas como z = 1− r2 e que a projeção do sólido E no plano xy é o disco D de raio 1 centrado na origem. Logo, D = {(r, θ) ∈ R2 | 0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ 2pi} e o sólido E pode ser descrito em coordenadas cilíndricas como E = {(r, θ, z) ∈ R3 | 0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ 2pi, 1− r2 ≤ z ≤ 4} Temos então que Volume de E = ∫ 2pi 0 ∫ 1 0 ∫ 4 1−r2 r dz dr dθ Vamos calcular a integral em z:∫ 4 1−r2 r dz = [rz]z=4z=1−r2 = [4r]− [r − r3] = 3r + r3 Calculando a integral do resultado em r:∫ 1 0 3r + r3 dr = [ 3r2 2 + r4 4 ]r=1 r=0 = 3 2 + 1 4 = 7 4 Calculando a integral do resultado em θ:∫ 2pi 0 7 4 dθ = [ 7θ 4 ]θ=2pi θ=0 = 7pi 2 e, portanto, Volume de E = 7pi 2 Exemplo 5. Calcule ∫ 2 −2 ∫ √4−x2 −√4−x2 ∫ 2 √ x2+y2 (x2 + y2) dz dy dx. Observe que essa integral iterada é a integral tripla da função f(x, y, z) = x2 + y2 sobre o sólido E = {(x, y, z) ∈ R3 | −2 ≤ x ≤ 2, − √ 4− x2 ≤ y ≤ √ 4− x2, √ x2 + y2 ≤ z ≤ 2} Esse sólido é um sólido do tipo 1 (já que z é uma função de x e y) e sua projeção no plano xy é a região D = { (x, y) ∈ R2 | −2 ≤ x ≤ 2, − √ 4− x2 ≤ y ≤ √ 4− x2 } que é um disco centrado na origem de raio 2. Observe que z varia entre a parte superior do cone z = √ x2 + y2 e o plano z = 2. 5 Reescevendo a região D em coordenadas polares, temos D = { (r, θ) ∈ R2 | 0 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ 2pi} Reescrevendo a equação do cone z = √ x2 + y2 em coordenadas cilíndricas obtemos z = √ r2 = |r| = r (já que r ≥ 0 em D) e, portanto, o sólido E pode ser descrito em coordenadas cilíndricas como E = { (r, θ, z) ∈ R3 | 0 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ 2pi, r ≤ z ≤ 2} Além disso, a função f(x, y, z) é escrita em coordenadas cilíndricas como f(r cos θ, r sen θ, z) = r2 Logo, concluímos que a integral do enunciado pode ser escrita em coordenadas cilíndricas como∫ 2 −2 ∫ √4−x2 −√4−x2 ∫ 2 √ x2+y2 (x2 + y2) dz dy dx = ∫ 2pi 0 ∫ 2 0 ∫ 2 r r2 r dz dr dθ = ∫ 2pi 0 ∫ 2 0 ∫ 2 r r3 dz dr dθ Vamos calcular a integral em z:∫ 2 r r3 dz = [ r3z ]z=2 z=r = 2r3 − r4 Calculando a integral do resultado em r:∫ 2 0 2r3 − r4 dr = [ r4 2 − r 5 5 ]r=2 r=0 = 8− 32 5 = 8 5 Calculando a integral do resultado em θ:∫ 2pi 0 8 5 dθ = [ 8θ 5 ]θ=2pi θ=0 = 16pi 5 e, portanto, ∫ 2 −2 ∫ √4−x2 −√4−x2 ∫ 2 √ x2+y2 (x2 + y2) dz dy dx = 16pi 5 6
Compartilhar