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Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 1 GEOMETRIA A ALÍTICA 1. Introdução 1.1 Eixo (Reta orientada) Representada por uma reta com indicação de sentido. O sentido positivo (+) é indicado pela reta, e o sentido negativo (-) é o oposto da reta 1.2 Segmento Orientado Determinado por um par ordenado de pontos. Representação: AB • Segmento Nulo: quando a origem coincide com a extremidade • Segmentos Opostos: BA é oposto de AB • Medida de um Segmento: Seu comprimento ou módulo é dado em unidade de comprimento (u.c): Daí, temos também que AB = BA, e que o comprimento de um segmento nulo é 0. 1.3 Segmento Equipolente Os segmentos AB e CD são eqüipolentes quando têm a mesma direção, sentido e módulo. Representação: AB~CD • Propriedades: I. AB~AB II. Se AB~CD, CD~AB III. Se AB~CD, e CD~EF, daí AB~EF IV. Dado um segmento orientado AB e um ponto C, só existe um ponto D que AB~CD 1.4 Vetores Determinado por um segmento orientado AB, é o conjunto de todos os segmentos orientados eqüipolentes a AB, ou seja, �� = {��/ ��~ �} . Representação: ������� �� �� • Características de um vetor ��: são as mesmas que as de seus representantes, ou seja, direção, módulo e sentido de �� são iguais a de qualquer um de seus representantes (segmentos orientados eqüipolentes) Y X B A v B . A r B . A u AB = 5u.c Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 2 • Módulo de ��: é dado por |��| • Vetores iguais: �������� �������� são iguais se AB~CD • Vetor ulo: 0�� • Se �� = �������, portanto � ������ é oposto de ������� Indicação: ������� = −� ������ • Versor: o versor de um vetor não nulo �� é o vetor unitário, ou seja, |��| = 1, de mesma direção e sentido de ��. • Vetores Colineares: Os vetores �� � ��� são colineares se têm a mesma direção, ou seja, são paralelos (ou coincidentes). • Vetores Coplanares: Vetores não nulos, ��, ��� � ���� pertencem a um mesmo plano π É importante dizer que dois vetores não colineares são sempre coplanares. 2. Operações com Vetores 2.1 Adição O vetor soma de �� ��� ��� (�� + ���) é o vetor �� determinado pelo segmento AC: Propriedades: I. �� + ��� = ��� + �� II. ��� + ���� + ���� = ��� + ��� + ����� III. Existe um só vetor nulo 0�� tal que para todo vetor �� se tem �� + 0�� = 0�� + �� = �� IV. Qualquer que seja ��, existe um só vetor �−��� tal que: �� + �−��� = −�� + �� = 0�� v B . A u u Nesse caso, temos queo vetor ��� é versor do vetor �� ���� �� ��� π �� ��� �� � � Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 3 2.2 Diferença de Vetores Dados os vetores �� � ���, o vetor diferença � entre �� � ��� é a soma de �� com o oposto de ���: 2.3 Multiplicação de um vetor por um número real Sendo o vetor �� ≠ 0��, e um número real " ≠ 0, temos que o vetor produto é #� = " ∙ ��, e suas características são: Módulo: |#�| = |" ∙ ��| = |��| ∙ |"| Direção: a direção de #� é a mesma de ��, pois k��//�� Sentido: é o mesmo que �� se " > 0 é oposto a �� se " < 0 Observações: • Se " = 0 �� �� = 0��, então #� = 0�� • Se ��� = − '( ��, �)*ã� �� = − (' ��� • O versor ��� de um vetor não nulo �� é o VETOR UNITÁRIO dado por: Veja que ��� sempre será unitário pois: ��� = ,��|,��| → |���| = . ,��|,��|. = |,��||,��| = 1 Propriedades: I. / ∙ �0 ∙ ��� = �/ ∙ 0� ∙ �� Prop. Associativa II. �/ + 0� ∙ �� = /�� + 0�� Prop. Distributiva em relação a adição escalar III. /��� + ���� = /�� + /��� .......Prop. Distributiva em relação a adição vetorial IV. 1�� = �� Identidade 2.4 Ângulo entre Vetores É o ângulo θ formado pelos vetores 1 ������ � 1������� tal que: 0 ≤ 3 ≤ 4 �� −�� �� ��� � = �� − ��� = �� + �−���� ��� = ��|��| 3 � 1 ��� ��� Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 4 Obs: 1. Se 3 = 4, ��� � �� têm a mesma direção, porém com sentidos opostos 2. Se 3 = 0, ��� � �� têm a mesma direção e sentido 3. Se 3 = 5' , ��� � �� são ortogonais, e daí, por Pitágoras, temos: |��� + ��|' = |���|' + |��|' 4. O vetor nulo 1�� é ortogonal a qualquer vetor 5. Se ��� é ortogonal a ��, e m é um número real qualquer, ��� é ortogonal a � ∙ �� 3. Vetores no R2 e R3 3.1 Decomposição de um vetor no R2 Dados dois vetores não colineares ��6 � ��', vimos que �� = /6 ∙ ��6 + /' ∙ ��', onde �� é um vetor qualquer coplanar com ��6 � ��'. Ou seja, qualquer vetor �� coplanar com ��6 � ��' pode ser decomposto em dois vetores com as direções de ��6 � ��', que são /6��6 � /'��', respectivamente. O vetor /6��6 é a projeção de �� sobre ��6 na direção ��'. Já o vetor /'��' é a projeção de �� sobre ��' na direção de ��6. Diz-se então, que �� é uma combinação linear de ��6 � ��', e que ��6 � ��' constituem a base do plano, representados então por {��6 � ��'} , e a1 e a2 são as coordenadas de �� em relação a base {��6 � ��'}. Mas o problema está na determinação dos reais a1 e a2. Para fins práticos, as bases mais utilizadas são as formadas por vetores ortogonais e de módulo unitário. Tais bases são chamadas de ortonormais. Num plano cartesiano xOy, existem infinitas bases. Daí tem-se uma base padrão, onde a origem é sempre no ponto O (do plano cartesiano xOy), e o vetor 7 ̂tem extremidade no ponto (1,0) e o vetor 9̂ tem extremidade no ponto (0,1). Essa é a chamada Base Canônica. :7̂ /'��' �� ��6 ��' /'��' ;��6 ;��' Onde <;��6< = <;��'< = 1, e ;��6 é ortogonal a ;��' y x 7̂ 9̂ �� F9̂ �� = :7̂ + F9̂ Expressão geométrica ou �� = �:, G� Expressão analítica Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 5 3.1.1 Igualdade e Operações Igualdade: Sejam os vetores ��6 = �:6, F6� � ��' = �:', F'�; temos que ��6 = ��' se, e somente se, :6 = :' � F6 = F' Soma: Sejam os vetores ��6 = �:6, F6� � ��' = �:', F'�; temos ��6 + ��' = �:6 + :', F6 + F'� Multiplicação por número real “a”: Seja o vetor ��6 = �:6, F6�, temos /��6 = �/:6, /F6� Exemplo 1: Dados os vetores ��� = �3, −1� � �� = �−1,2�, determinar o vetor w���� tal que: R�S��� − T��� + UV W��� = XS��� − W��� Resp: Para o x: 4Z�3 − �−1�] + 6\ : = 2�3� − : ⟹ 4 ∙ 4 + 6\ : = 2 ∙ 3 − : ⇒ 43 : = 6 − 16 ⇒ 43 : = −10 ⇒ : = − 304 ⇒ ` = − UaX Para o y: 4Z�−1� − 2] + 6\ F = 2�−1� − F ⇒ 4 ∙ �−3� + 6\ : = −2 − F ⇒ 43 F = −2 + 12 ⇒ 43 F = 10 ⇒ F = 304 ⇒ b = UaX Então, o vetor w���� é: W��� = �− UaX ; UaX � 3.1.2 Vetor sem origem no ponto O Exemplo com o vetor ������� com origem no ponto �:6, F6� e extremidade no ponto ��:', F'� Exemplo 2: Dados os pontos A(-1,3), B(1,0), C(2,-1), determinar D tal que �������� = � ������. Resp: Sabendo que o ponto D é D(x,y), devemos primeiro encontrar os vetores � ������ � ��������: � ������ = − � = �−1,3� − �1,0� → � ������ = �−2,3� B A Onde 1 ������ = �:6, F6� � 1������� = �:', F'� Veja que 1 ������ + ������� = 1�������, �)*ã� ������� = 1������� − 1 ������, que é dado então por ������� = �:', F'� − �:6, F6�, resultando em: Fazendo isso, é como se estivéssemos transferindo o vetor para a origem. ������� = �:' − :6, F' − F6� Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 6 �������� = � − � = �2, −1� − �:, F� → �������� = �2 − :; −1 − F� Como �������� = � ������, podemos escrever as equações de igualdade para x e para y: Parax: 2 − : = −2 → −: = −2 − 2 → −: = −4 → ` = R Para y: −1 − F = 3 → −F = 3 + 1 → −F = 4 → b = −R Então, o ponto D é D(4,-4) 3.2 O Espaço R3 Qualquer conjunto de vetores {��6, ��', ��\} não coplanares é uma base, sendo possível descrever qualquer vetor �� do espaço pela seguinte forma: �� = /6 ∙ ��6 + /' ∙ ��' + /\ ∙ ��\ Logo, qualquer vetor do espaço é uma combinação linear dos vetores da base. Para fins práticos, assim como no caso do R2, é usada a base canônica, onde cada vetor da base, os vetores 7̂, 9̂ � "d têm módulo 1. Cada dupla de eixo forma um plano coordenado. Esses três planos: xy, yz e xz se interceptam e formam um octante. Dado um vetor �� = :7̂ + F9̂ + e"d, �� = 1f������, onde O(0,0,0) e P(x,y,z). Sua expressão analítica é dada por �� = �:, F, e�. 4.2.1 Igualdade e Operações Igualdade: Sejam os vetores ��6 = �:6, F6, e6� � ��' = �:', F', e'�; temos que ��6 = ��' se, e somente se, :6 = :' � F6 = F' � e6 = e' Soma: Sejam os mesmos vetores; temos ��6 + ��' = �:6 + :', F6 + F', e6 + e'� Multiplicação por número real “a”: Seja o vetor ��6 = �:6, F6, e6�, temos /��6 = �/:6, /F6, /e6� 4.2.2 Vetor sem origem no ponto O Analogamente ao descrito para o plano R2, podemos encontrar o vetor AB sem origem no ponto O a partir de: ������� = �:' − :6, F' − F6, e' − e6� Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 7 3.3 Condição de Paralelismo Para que haja paralelismo entre os vetores ��6 � ��', a relação ��6 = " ∙ ��' deve ser verdadeira, pois assim os vetores têm a mesma direção, ou seja, apresentam representantes que estão na mesma reta ou em retas paralelas. Sejam os vetores ��6 = �:6, F6, e6� � ��' = �:', F', e'�, para que tenhamos ��6//��', temos: ��6 = " ∙ ��' �:6, F6, e6� = "�:', F', e'� g:6 = ":'F6 = "F'e6 = "e' h → Exemplo 3: Determinar a e b de modo que os vetores ��� = �4,1, −3�� �� = �6, /, 0� sejam paralelos. Resp: pela condição de paralelismo, temos que ��� = " ∙ ��, daí: :i:, = FiF, = eie, = " Como temos xu e xv, podemos encontrar a constante k, e em seguida encontrar a=yv e b=zv. Encontrando a: jkjl = mkml ⇒ no = 6p ⇒ / = on ⇒ q = VX Encontrando b: jkjl = rkrl ⇒ no = − \s ⇒ 0 = − o∙\n ⇒ 0 = − 6tn ⇒ u = − vX 3.4 Ponto Médio O ponto médio M entre dois pontos A e B pode ser encontrado com a seguinte relação: w������� = 12 ������� �:x − :p, Fx − Fp , ex − ep� = 12 �:s − :p, Fs − Fp, es − ep, � Fazendo a igualdade para o x, temos: :x − :p = :s2 − :p2 ⇒ :x = :s2 − :p2 + :p ⇒ `y = `u + `qX :6:' = F6F' = e6e' = " w������� ������� Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 8 Analogamente, temos que z{ = z| + z}X ~ { = | + }X Então, dizemos que o ponto médio de A e B é: Exemplo 4: Determinar o ponto médio M(x,y,z) em relação ao ponto A(-1,0,-3) e B(-5,-1,-4) Resp: o ponto médio M é dado por: w�:0 + :/2 ; yb + ya2 , zb + za2 � ⇒ M��−5� + �−1�2 , −1 + 02 , �−4� + �−3�2 � ⇒ M�3, − 12 , 72� 4. Produto Escalar Sendo os vetores ��� = :67̂ + F69̂ + e6"d � �� = :'7̂ + F'9̂ + e'"d , o produto ��� escalar ��, representado por ��� ∙ ����� , ou por < ���, ��� >, é dado por: ��� ∙ �� = �:6, F6, e6� ∙ �:', F', e'� ��� ∙ �� = �:6 ∙ :' + F6 ∙ F' + e6 ∙ e'� Veja que o resultado de um produto escalar é um número, e não um vetor. Exemplo 5: Dados os vetores ��� = �−3,1, −1�, �� = �1,1,1� � ���� = �4,0,2�, determinar o vetor :� tal que: X�`�� − ��� = �`�� + ����� ∙ ������� Resp: Vamos, primeiramente, calcular o produto escalar ���� ∙ ��� : ���� ∙ ��� = �: ∙ :i + F ∙ Fi + e ∙ ei� = 4 ∙ �−3� + �0 ∙ 1� + 2 ∙ �−1� = −14 Daí: 2:� − ��� = :� + ����� ∙ ������ ⇒ 2:� − ��� = :� + �−14��� Sabendo que :� = �:, F, e�, e fazendo a igualdade para as três incógnitas: 2: − �−3� = : + �−14� ∙ 1 ⇒ : = −172F − 1 = F + �−14� ∙ 1 ⇒ F = −132e − �−1� = e + �−14� ∙ 1 ⇒ e = −15 h Então, temos �`�� = �−U, −UV, −Ua� �`u + `qX ; z| + z}X , | + }X � Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 9 4.1 Módulo de um Vetor Sendo �� = �:, F, e�, seu módulo |���| sempre maior que zero, é dado por: |��| = �� ∙ �� = �:, F, e� ∙ �:, F, e� = �: ∙ : + F ∙ F + e ∙ e� Obs: • Versor de um vetor Seja ��� versor de ��, temos: • Distância entre dois pontos Tendo dois pontos, �:6, F6, e6� � ��:', F', e'�, podemos encontrar a distância entre eles descrevendo-se o vetor �������, e em seguida encontrando seu módulo. Lembrando que ������� = � − , temos que a distância d é dada por: Exemplo 6: Dados os vetores ��� = �7,4,0� � �� = �7,4, −2�, determinar o versor do vetor ����, sendo: ���� = V��� − X��� Resp: Encontrando o vetor ����: ���� = 3��� − 2�� = 3 ∙ 7 − 2 ∙ 7,3 ∙ 4 − 2 ∙ 4,3 ∙ 0 − 2 ∙ �−2� = �7,4,4� Então, devemos encontrar o módulo do vetor ����, que é dado por: |����| = :' + F' + e' = 7' + 4' + 4' = √81 = 9 Daí, o versor � do vetor ���� é encontrado por: � = ����|����| ⇒ ��� = �v , Rv , Rv� |��| = :' + F' + e' ��� = ��|��| = < �������< = ��:' − :6�' + �F' − F6�' + �e' − e6�'� Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 10 Exemplo 7: Seja o vetor �� = �� + 7�7̂ + �� + 2�9̂ + 5"d, calcular m para que |��| = √38 Resp: Da expressão de módulo de vetores, temos: |��| = �� + 7�' + �� + 2�' + 5' = √38 Elevando os dois lados ao quadrado e desenvolvendo: �' + 18� + 40 + �' + 4� + 4 + 25 = 38 2�' + 18� + 40 = 0 Encontrando a reposta pela fórmula quadrática: : = −0 ± √0' − 4/�2/ = −18 ± √18' − 4 ∙ 2 ∙ 402 ∙ 2 = −18 ± 24 ⇒ { = −R ou { = −a 4.2 Propriedades do Produto Escalar I. ��� ∙ ��� ≥ 0 � ��� ∙ ��� = 0 somente se ��� = 1�� = �0,0,0� II. ��� ∙ �� = �� ∙ ������ Propriedade Comutativa III. ������ + ����� = ����� + ������� Distributiva em relação à adição de vetores IV. �m���� ∙ �� = ����� ∙ ��� = �������� V. ��� ∙ ��� = |���|' 4.3 Ângulo entre dois vetores Sejam os vetores ��� ≠ 1�� � �� ≠ 1��, o ângulo θ, sendo 0 ≤ 3 ≤ 180 é dado por: Veja também que, a partir da figura acima, temos a seguinte importante relação: Obs: • Se ��� ∙ �� > 0 ∴ cos 3 > 0, daí temos que 0° ≤ 3 < 90° • Se ��� ∙ �� < 0 ∴ cos 3 < 0, daí temos que 90° < 3 ≤ 180° • Se ��� ∙ �� = 0 ∴ cos 3 = 0, daí temos que 3 = 90° ��� − �� ��� �� θ ��� ∙ �� = |���| ∙ |��| cos 3 cos 3 = ��� ∙ ��|���| ∙ |��| |��� − ��|' = |���|' − 2��� ∙ �� + |��|' = |���|' − 2|���| ∙ |��| cos 3 + |��|' Condição de Ortogonalidade: ��� ∙ �� = 0 → � ���� �� Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 11 Exemplo 8: Seja o triângulo de vértices A(-1,-2,4), B(-4,-2,0) e C(3,-2,1). Determinar o ângulo interno ao vértice B. Resp: Considere a seguinte figura: Então, o ângulo θ é o ângulo entre os vetores � ������ � �������� � ������ = − � = �3,0,4� �������� = � − � = �7,0,1� O co-seno de θ é dado pela expressão: cos 3 = � ������ ∙ ��������<� ������< ∙ <��������< = �3 ∙ 7� + �0 ∙ 0� + �4 ∙ 1�√3' + 0' + 4' ∙ √7' + 0' + 1' = 255√50 = 55√2 = √22 Assim, temos que θ=45º Exemplo 9: Determinar se o vetor �� = �3, −2,1� é ortogonal ao vetor ��� = �2, −3, −12� Resp: para que o vetor �� seja ortogonal ao vetor ���, temos que o produto escalar entre eles é nulo: �� ∙ ��� = 3 ∙ 2 + �−2� ∙ �−3� + 1 ∙ �−12� = 6 + 6 − 12 = 0 Então os vetores ��� ��� são ortogonais. 4.3.1 Ângulos Diretores e Co-senos Diretores de um vetor Sendo o vetor ��, seus ângulos diretores são os ângulos formados entre o vetor �� e os vetores da base canônica. Ângulos Diretores:: �)* � �� � 7̂ ¡: �)* � �� � 9̂¢: �)* � �� � "d h Co-senos Diretores: cos = ,��∙£̂|,��|∙|£̂| = �j,m,r��6,¤,¤�|,��|∙6 = j|,��| Analogamente, temos: cos = :|��| cos ¡ = F|��| cos ¢ = e|��| A C B θ Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 12 4.3.1.1 Propriedades dos co-senos diretores I. Seja ��� versor de �� = �:, F, e�, temos que: II. Seja ��� versor de ��, sabendo que |���| = 1, � ���� ��� = �cos , cos ¡ , cos ¢�, tem-se: 4.4 Projeção de um vetor Seja ��� ≠ 1�� � �� ≠ 1��, e θ o ângulo formado entre ��� � ��, o vetor ����, projeção de ��� �� ��, é: cos 3 = |����||���| → |����| = |���| cos 3 = |���| ��� ∙ ��|���| ∙ |��| → |����| = ��� ∙ ��|��| Como ���� � �� têm a mesma direção: ���� = "�� → |����| = |"| ∙ |��| → ��� ∙ ��|��| = |"| ∙ |��| → |"| = ��� ∙ ��|��| ∙ |��| = ��� ∙ ��|��|' ∴ " = ��� ∙ ��|��|' Substituindo k em ���� = "��, temos que o vetor projeção ���� é dado por: Exemplo 10: Determinar o vetor projeção de ��� = �1,2, −3� na direção de �� = �2,1, −2� Resp: Encontramos o vetor projeção de ��� em �� pela seguinte expressão: f �G,��i��� = ¥��� ∙ ��|��|' ¦ ∙ �� = ¥�1 ∙ 2� + �2 ∙ 1� + �−3� ∙ �−2�2 ∙ 2 + 1 ∙ 1 + �−2� ∙ �−2� ¦ ∙ �� = §109 ¨ ∙ �2,1, −2� f �G,��i��� = �209 , 109 , − 209 � ��� = ��|��| = �:, F, e�|��| = § :|��| , F|��| , e|��|¨ → ��� = �cos , cos ¡ , cos ¢� cos' + cos' ¡ + cos' ¢ = 1 |���| = cos' + cos' ¡ + cos' ¢ = 1 → �� ���� ��� θ Agudo �� ���� ��� θ Obtuso ���� = ¥��� ∙ ��|��|' ¦ ∙ �� ou f �G,��i��� = ¥��� ∙ ��|��|' ¦ ∙ �� Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 13 5. Produto Vetorial Dados os vetores ��� = :67̂ + F69̂ + e6"d � �� = :'7̂ + F'9̂ + e'"d, o produto vetorial ��� × �� �� ��� ∧ ��, é dado por: Ou então, de uma forma mais fácil, o produto vetorial é dado pela seguinte determinante: ��� × �� = « 7̂ 9̂ "d:6 F6 e6:' F' e'« Veja que o produto vetorial forma um vetor, diferente do produto escalar, em que o resultado é um número real. 5.1 Propriedades do Produto Vetorial I. ��� × ��� =1�� qualquer que seja ��� II. ��� × ��=-�� × ��� III. ��� × ��� + ����� = ��� × �� + ��� × ���� IV. ������ × �� = ����� × ��� V. ��� × �� = 1�� ¬�, � ¬���)*� ¬� a) ��� é nulo, ��� = �0,0,0� b) ��� � �� são colineares: ��� = ��� VI. O vetor ��� × �� é ortogonal simultaneamente aos vetores ��� � ��. Daí, temos da condição de ortogonalidade que ��� ∙ ���� × ��� = �� ∙ ���� × ��� = 0 VII. ��� × �� � �� × ��� são simultaneamente ortogonais a ��� � �� VIII. |��� × ��|' = |��� |'|��|' − ���� ∙ ���' IX. Se ��� ≠ 1�� � �� ≠ 1�� e se θ é o ângulo entre ��� � ��, tem-se: |��� × ��| = |���||��| sin 3 X. O produto vetorial não é associativo, ou seja: ��� × ��� × ����� ≠ ���� × ��� × ���� Exemplo 11: Dados os vetores ��� = �2, −1,1�, �� = �1, −1,0� � ���� = �−1,2,2�, calcular: - ���� × ��� Resp: ���� × �� = �Fe, − F,e�7̂ − �:e, − :,e�9̂ + �:F, − :,F�"d ���� × �� = �2 ∙ 0 − �−1� ∙ 2�7̂ − ��−1� ∙ 0 − 1 ∙ 2�9̂ + ��−1� ∙ �−1� − 1 ∙ 2�"d ���� × �� = 27̂ + 29̂ − 1"d = �2,2, −1� _______________ __ _________________ ��� × �� = �F6e' − F'e6�7̂ − �:6e' − :'e6�9̂ + �:6F' − :'F6�"d Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 14 - (��� × ���� ∙ ���� × ���� Resp: O produto vetorial é dado pela seguinte expressão: ��� × �� = �Fie, − F,ei�7̂ − �:ie, − :,ei�9̂ + �:iF, − :,Fi�"d ��� × �� = �−1� ∙ 0 − �−1� ∙ 17̂ − �2 ∙ 0 − 1 ∙ 1�9̂ + �2 ∙ �−1� − 1 ∙ �−1��"d ��� × �� = �1,1, −1� Então, o produto escalar é: (��� × ��� ∙ ���� × ��� = �1 ∙ 1� + �1 ∙ 1� + Z�−1� ∙ �−1�] = 1 + 1 + 1 (��� × ���� ∙ ���� × ���� = V Exemplo 12: Determinar um vetor simultaneamente ortogonal aos vetores ��� = �1,0,0� � �� = �3,2,1�. Resp: Pela propriedade VI, vemos que o produto vetorial entre dois vetores não colineares e não nulos forma um vetor simultaneamente ortogonal a esses dois vetores. Daí, temos que o vetor ���� ortogonal a ��� � �� é dado pelo seguinte produto vetorial: ���� = ��� × �� = �F6e' − F'e6�7̂ − �:6e' − :'e6�9̂ + �:6F' − :'F6�"d ���� = ��� × �� = �0 ∙ 1 − 2 ∙ 0�7̂ − �1 ∙ 1 − 3 ∙ 0�9̂ + �1 ∙ 2 − 3 ∙ 0�"d ���� = ��� × �� = �0,2,2� 5.2 Interpretação Geométrica do módulo do produto vetorial O módulo do produto vetorial é a área do paralelogramo formado pelos dois vetores, como mostrado na figura a seguir: θ D C B A ℎ �� ��� Á �/ ��� = |���| ∙ ℎ Á �/ ��� = |���| ∙ |��| sin 3 Como ℎ = |��| sin 3, tem-se: Relembrando a propriedade IX do produto vetorial, podemos dizer então que: Á �/ ��� = |���� × ����| = |����||����| sin 3 Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 15 6. Produto Misto Sejam os vetores ��� = :67̂ + F69̂ + e6"d � �� = :'7̂ + F'9̂ + e'"d e ���� = :\7̂ + F\9̂ + e\"d, o produto misto entre esses três vetores, (���, ��, ����� é dado por: ����, ��, ����� = ��� ∙ ��� × ����� = ¯:6 F6 e6:' F' e':\ F\ e\¯ 6.1 Propriedades do Produto Misto I. Temos que ����, ��, ����� = 0 a) Se ���, �� �� ���� = 1�� b) Se dois deles forem colineares c) Se os três vetores forem coplanares, pois o produto vetorial �� × ���� formaria um vetor ortogonal ao plano, que seria então ortogonal ao vetor ��� II. ����, ��, ����� = ���, ����, ���� = �����, ���, ���, #orém, se mudar a ordem, tem-se: ����, ��, ����� = −���, ���, ����� III. Sendo m ∈ ℝ: ����, ��, ������ = ����, m��, ����� = �m���, ��, ����� IV. ����, ��, ���� + �� = ����, ��, ����� + ����, ��, �� Exemplo 13: Verificar se os vetores ��� = �4, −2,0�, �� = �6,2,4� � ���� = �−7,1, −2� são coplanares. Resp: Pela propriedade I-c do produto misto, vemos que o produto misto será nulo caso os vetores sejam coplanares. Então, devemos verificar se o produto misto será nulo: ����, ��, ����� = ��� ∙ ��� × ����� = ¯:6 F6 e6:' F' e':\ F\ e\¯ = ¯ 4 −2 06 2 4−7 1 −2¯ = −16 + 56 + 0 − 0 − 16 − 24 = 0 Então, os vetores ���, ��� ���� são coplanares. Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 16 6.2 Interpretação Geométrica do Produto Misto Sejam os vetores ���, �� � ����: Pela geometria da figura, temos: ℎ = |���| cos 3 e 0/¬� = |�� × ����| Então o volume é: ´�µ��� = 0/¬� ∙ ℎ = |���||�� × ����||cos 3| eq1 Mas vimos também que dados dois vetores �6����� � �'�����, é válido dizer que: �6����� ∙ �'����� = |�6�����||�'�����| cos 3 → |�6����� ∙ �'�����| = |�6�����||�'�����||cos 3| eq2 Fazendo �6����� = ��� � �'����� = ���� × �����, e substituindo na eq2, temos: |��� ∙ ��� × �����| = |���||�� × ����||cos 3| = ´�µ��� Esses três vetores formam um tetraedro, que é 1/6 do paralelepípedo, então ficamos com as seguintes expressões: Exemplo 14: Dados os vetores ��� = �1,1, −7�, �� = �−1,4, −3� � ���� = �−2,8, −2�, calcular o volume do paralelepípedo formado esses três vetores. Resp: O volume é dado pelo produto misto entres esses três vetores. Temos então: ´�µ��� = �����, ����, ������ = ¯:1 F1 e1:2 F2 e2:3 F3 e3¯ = ¯ 1 1 −7−1 4 −3−2 8 −2¯ = −8 + 6 + 56 − 56 + 24 − 2 = 20 O volume é de 20 unidades de volume. ´�µ��� = |��� ∙ ����� × ������| = �����, ����, ������ ¶´·¶¸p·¹¸ = |��� ∙ ����� × ������|6 = �����, ����, ������6 h θ ���� �� ��� Abase Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 17 7. Reta 7.1 Equação Vetorial da Reta Seja uma reta r que passa pelo ponto conhecido A(x1,y1,z1) e tem a direção do vetor �� = �/, 0, ��.Para o ponto P pertencer a reta, o vetor f������ deve ser paralelo ao vetor ��, tendo então a seguinte relação: f������ = *�� ⇒ f − = *�� ⇒ f = + *�� O vetor �� é o vetor diretor da reta, e t é o parâmetro, que varia de -∞ / + ∞. 7.2 Equações Paramétricas da Reta Seja o sistema de coordenadas (0, 7�, 9�, "���; um ponto P genérico da reta r; A(x1,y1,z1) um ponto dado da reta r; e �� = /7̂ + 09̂ + �"d o vetor diretor da reta r. Lembrando que f = + *�� ⇒ �:, F, e� = :1, F1, e1 + *�/, 0, �� ⇒ �:, F, e� = �:6 + */, F6 + *0, e6 + *�� Desse modo, podemos escrever: OBS: essa reta pode ser descrita por qualquer outro vetor ��� paralelo ao vetor ��. 7.3 Reta definida por dois pontos Seja a reta que passa pelos pontos A(x1,y1,z1) e B(x2,y2,z2), observamos que um possível vetor diretor é o vetor �� = ������� = � − = �:' − :6, F' − F6, e' − e6� = �/, 0, �� z x y �� f������ A P(x,y,z) Equação Vetorial da Reta: �:, F, e� = �:6, F6, e6� + *�/, 0, �� g: = :6 + /*F = F6 + 0*e = e6 + �* h ⇒ Equações Paramétricas da Reta Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 18 Exemplo 15: A reta r, determinada pelos pontos A(1,-2,-3) e B(3,1,-4) tem a direção do vetor �� = ������� = �2,3, −1�. a) Determine as equações paramétricas passando pelo ponto A. Resp: g : = :» + /* → 1 + 2*F = F» + 0* → −2 + 3*e = e» + �* → −3 − 1* h b) Qual o valor de t para encontrarmos o ponto B? Resp: g : = 1 + 2* → 3 = 1 + 2* → * = 1F = −2 + 3* → 1 = −2 + 3* → * = 1e = −3 − 1* → −4 = −3 − * → * = 1h 7.4 Equações Simétricas da Reta Das equações paramétricas, podemos encontrar o valor do parâmetro t, que será comum para qualquer ponto P em todas as equações: ¼½ ¾: = :6 + /* → * = j¿jÀpF = F6 + 0* → * = m¿mÀse = e6 + �* → * = r¿rÀÁ h OBS: a) Caso seja dado dois pontos A(x1,y1,z1) e B(x2,y2,z2) pertencentes a reta Nesse caso, o vetor diretor é �� = ������� = �:' − :6, F' − F6, e' − e6�. Então, em relação ao ponto A: b) Caso A(x1,y1,z1), B(x2,y2,z2) e C(x3,y3,z3) pertençam a mesma reta Nesse caso, os vetores ������� e ������� são colineares, e seguem a relação ������� = � �������, daí:  = ` − `Uq = b − bUu = à − ÃUÄ : − :6:' − :6 = F − F6F' − F6 = e − e6e' − e6 � = :' − :6:\ − :6 = F' − F6F\ − F6 = e' − e6e\ − e6 Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 19 Exemplo 16: Estabelecer as equações simétricas da reta determinada pelos pontos A(4,2,-6) e B(2,0,-1). Resp: ������� = �−2, −2,5� Em relação ao ponto A: j¿jÀp = m¿mÀs = r¿rÀÁ ⇒ j¿n¿' = m¿'¿' = rÅo( Em relação ao ponto B: j¿jÀp = m¿mÀs = r¿rÀÁ ⇒ j¿'¿' = m¿' = rÅ6( 7.5 Equações Reduzidas da Reta A partir das equações simétricas, podemos encontras as equações reduzidas. A seguir, usaremos a variável x como variável independente, isolando-a em duas equações com y e z sendo as variáveis dependentes: F − F60 = : − :6/ ⇒ F − F6 = 0/ �: − :6� = 0/ : − 0/ :6 ⇒ F = 0/ : − 0/ :6 + F6 Sendo � = 0/ � ) = − 0/ :1 + F1, temos: F = �: + ) Analogamente para z, e dizendo que # = �/ � = − �/ :1 + e1, temos que as equações reduzidas da reta são escritas por: OBS: Em exercícios que são dadas as equações reduzidas da reta, e é preciso encontrar o vetor diretor dessa reta, ou então um ponto pertencente à reta, é mais fácil transformá-las em equações simétricas da reta, pelo seguinte método: ÆF = �: + ) → : = F − )�e = #: + → : = e − # h : − :6/ = F − F60 = e − e6� F = �: + ) e = #: + e Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 20 Como as duas equações são igual a x, temos a seguinte equação simétrica: : = : − 01 = F − )� = e − # Então, nesse caso, o ponto que podemos encontrar é P(0,n,q), e o vetor diretor é �� = �1, �, #� Exemplo 17: Mostrar que as retas r e s são paralelas, sendo: r: j¿t = mÅ6Ço = rÅ'6¤ e ¬: F = − \n : + Èn e = − (n : + 6\n h Resp: Primeiramente, devemos encontrar o vetor diretor da reta s, deixando y e z em função de x: ¼ÉÉ ½ Éɾ F = − 34 : + 94 → : = F − 94− 34 e = − 54 : + 134 → : = e − 134− 54 h ⇒ �/í, ¬�� ��*� é ��Ë = �1, − 34 , − 54� Para que as retas sejam paralelas, devemos ter ��Ë = ���¸, ou então: /Ë/¸ = 0Ë0¸ = �Ë�¸ = � ⇒ 1−8 = − 346 = − 5410 ⟹ − 18 = − 18 = − 18 Assim, podemos dizer que as retas r e s são paralelas. 7.6 Retas paralelas aos planos e aos Eixos Coordenados Observando as equações simétricas da reta, vemos que as componentes a,b e c do vetor diretor não podem ser nulas, pois teria zero no denominador. Mas elas podem, sim, serem nulas, como vemos nos casos a seguir: 7.6.1 Só uma componente de ��� é nula Temos que �� é ortogonal a um dos eixos coordenados, e a reta r é paralela ao plano dos outros eixos a) Se q = Ì, ��� = �Ì, u, Ä� ⊥ Î`: Ï ∥ bÎÃ, ou seja, a reta r é paralela ao plano yOz Ñ : = :6F − F10 = e − e1� h Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 21 b) Se u = Ì, ��� = �q, Ì, Ä� ⊥ Îb: Ï ∥ `ÎÃ, ou seja, a reta r é paralela ao plano xOz c) Se Ä = Ì, ��� = �q, u, Ì� ⊥ ÎÃ: Ï ∥ `Îb, ou seja, a reta r é paralela ao plano xOy 7.6.2 Duas componentes de ��� são nulas a) Se q = u = Ì, ��� = �Ì, Ì, Ä� ∥ ÒÓ: Ï ∥ ÎÃ, ou seja, a reta r é paralela a reta do eixo z b) Se q = Ä = Ì, ��� = �Ì, u, Ì� ∥ Ô̂: Ï ∥ Îb, ou seja, a reta r é paralela a reta do eixo y c) Se u = Ä = Ì, ��� = �q, Ì, Ì� ∥ Õ̂: Ï ∥ Î`, ou seja, a reta r é paralela a reta do eixo x 7.7 Ângulo entre Duas Retas O menor ângulo formado entre duas retas r1 e r2 é dado pelo co-seno entre os vetores diretores de cada reta: cos 3 = |��6 ∙ ��'||��6| ∙ |��'| , 0 ≤ 3 ≤ 42 OBS: α é o ângulo suplementar de θ, ou seja, α é o ângulo formado por −��6 � ��' �� ��6 � − ��', temos: cos = −cos 3 Ñ F = F6: − :1/ = e − e1� h Ñ F = F6: − :1/ = e − e10 h g : = :6F = F6e = e6 + �*h g : = :6F = F6 + 0*e = e6 h g: = :6 + /*F = F6e = e6 h Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 22 7.8 Condição de Paralelismo de Duas Retas Sejam as retas r1 e r2, com vetores diretores ��6 = �/6, 06, �6�� ��' = �/', 0', �'�, respectivamente, para que sejam paralelas, devemos ter: ��6 = ���', ou: 7.9 Condição de Ortogonalidade Sejam as retas r1 e r2, com vetores diretores ��6 � ��', respectivamente, para serem ortogonais, devemos ter ��6 ⊥ ��', ou: OBS: Uma reta r, cujo vetor diretor é ortogonal a um plano π, é ortogonal a qualquer reta contida nesse plano. 8. Plano 8.1 A Equação Geral do Plano Seja um vetor )�� = �/, 0, ��, não nulo, e um ponto A(x,y,z), onde A∈ #µ/)� 4 � )�� é ortogonal ao plano. /6/' = 060' = �6�' = � ��6 ∙ ��' = 0 4 A(x1,y1,z1) P(x,y,z) )�� = �/, 0, �� f������ Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 23 O Plano 4 é definido pelo conjunto de todos os pontos P(x,y,z) tais que: f������ ∙ )�� = 0 ���) Ýçã� � � *�ß�)/µÝ / �� Z�: − :6, F − F6, e − e6��/, 0, ��] = 0 /: − /:6 + 0F − 0F6 + �e − �e6 = 0 /: + 0F + �e − /:6 − 0F6 − �e6 = 0 OBS: O vetor à��� é denominado o vetor normal ao plano. Com essa equação, é possível saber em que ponto o plano corta cada eixo: /: + 0F + �e + = 0 ¼É ½É ¾: = 0 � F = 0 ⇒ e = − � )� �Ý:� á: = 0 � e = 0 ⇒ F = − 0 )� �Ý:� �F = 0 � e = 0 ⇒ : = − / )� �Ý:� � h 8.2 Determinação de um Plano Para a determinação da equaçãodo plano, há 7 casos que devem ser avaliados: I. Conhecimento de um ponto pertencente ao plano e do vetor normal: esse é o caso mais simples, em que só é preciso colocar as coordenadas no ponto em d, e do vetor na equação. Sendo o vetor normal )�� = �2,3,4�, � � #�)*� �5,6,7�, temos: = −�2 ∙ 5 + 3 ∙ 6 + 4 ∙ 7� = −56, � / ��/çã� âÝ�/: 2: + 3F + 4e − 56 = 0 Exemplo 18. Determinar a equação do plano paralelo ao plano 4: 2: − 3F − e + 5 = 0 e que contém o ponto A(4,-1,2). Resp: Nesse caso, já temos o vetor normal ao plano e o ponto pertencente a esse plano. Como o plano é paralelo ao plano π, temos que seu vetor normal é o mesmo que do plano π, e podemos encontrar esse vetor na equação do plano 4, que é: )�� =(2,-3,-1). A partir do ponto, encontramos d: = −�2 ∙ 4 + �−3� ∙ �−1� + �−1� ∙ 2� = −9, � / ��/çã� � #µ/)� âÝ�/: 2: − 3F − e − 9 = 0 d /: + 0F + �e + = 0 Equação Geral do Plano Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 24 II. Conhecimento de um ponto pertencente ao plano e dois vetores não colineares também pertencentes ao plano: nesse caso, para encontrarmos o vetor normal )��, devemos fazer o produto vetorial entre os dois vetores �� � ��� pertencentes ao plano. Lembre-se que o produto vetorial gera outro vetor simultaneamente ortogonal aos dois vetores do produto, logo, como eles estão no plano, o produto vetorial será um vetor normal ao plano. Após fazer o produto vetorial, você terá o vetor normal ao plano, e então é possível usar o mesmo procedimento que no caso I. III. Conhecimento de dois pontos pertencentes ao plano e um vetor paralelo ao plano: Quando dizemos que o vetor é paralelo ao plano, entende-se que ele é pertencente ao plano. Então, sendo os pontos A e B, e o vetor �� pertencente ao plano, temos que o vetor normal à��� é encontrado por: )�� = ������� × �� Nesse caso, o valor de d pode ser encontrado por qualquer um dos pontos, tanto A quanto B. OBS: os vetores ������� � �� não podem ser colineares, pois assim teríamos um produto vetorial nulo. Exemplo 19. Paralelo ao eixo do z e que contém os pontos A(0,3,1) e B(2,0,-1). Resp: Como o plano é paralelo ao eixo z, podemos dizer que o vetor "d = �0,0,1� pertence a esse plano. A partir dos pontos A e B, que pertencem ao plano, podemos encontrar outro vetor pertencente ao plano, que no caso é: ������� = � − = �2, −3, −2� O vetor normal )�� é dado pelo produto vetorial desses dois vetores pertencentes ao plano: )�� = ������� × "d = �−3, −2,0� Usando o ponto A para encontrar d: = −�−3� ∙ 0 + �−2� ∙ 3 + 0 ∙ 1 = 6, �)*ã� / ��/çã� � #µ/)� âÝ�/: − 3: − 2F + 6 = 0 OBS: Veja que a resposta também poderia ser 3x+2y-6=0, isso porque poderiam ter feito o produto vetorial "d × �������, ou poderíamos ter pego o vetor � ������ ao invés de �������, e outros motivos diversos, obtendo valores diferentes para o vetor normal (geralmente valores opostos). 4 A )�� ��� �� Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 25 IV. Conhecimento de três pontos (não colineares) pertencentes ao plano: Sendo os pontos A, B e C pertencentes ao plano, é preciso fazer dois vetores usando esses pontos, ou seja, obtém-se ������� � �������, ou qualquer outra combinação, e encontramos o vetor normal da seguinte forma: )�� = ������� × ������� O valor de d, para ser colocado na equação geral do plano, pode ser obtido a partir de qualquer um desses três pontos dados. Exemplo 20. Determinar a equação do plano que contém os pontos A(-1,2,0), B(2,-1,1) e C(1,1,-1). Resp: Devemos determinar os vetores pertencentes ao plano, que serão: ������� = � − = �3, −3,1� ������� = � − = �2, −1, −1� Agora, para encontrar o vetor normal ao plano, fazemos o produto vetorial entre esses dois vetores pertencentes ao plano: )�� = ������� × ������� = �4,5,3� Utilizando o ponto A para determinar d: = −Z4 ∙ �−1� + 5 ∙ 2 + 3 ∙ 0] = −6, �)*ã� / ��/çã� âÝ�/: 4: + 5F + 3e − 6 = 0 V. Conhecimento de duas retas concorrentes e pertencentes ao plano: Esse caso é similar ao caso II, pois agora, os vetores pertencentes ao plano são os vetores diretores da reta, e o ponto para encontrar d é qualquer ponto de uma das retas. Então, deve-se encontrar os vetores diretores �� � ���, das retas rv e ru, respectivamente, e fazer o produto vetorial entre eles, para obter o vetor )�� normal ao plano. )�� = �� × ��� Exemplo 21. Determinar a equação do plano que contém o seguinte par de retas: : : − 12 = F + 23 = e − 3−1 � ¬: : − 1−2 = F + 2−1 = e − 32 4 A )�� ��� �� ru rv Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 26 Resp: Como plano contém as retas, então os vetores diretores dessas retas são pertencentes ao plano, e podemos encontrar o vetor normal pelo produto vetorial entre esses dois vetores. Sendo os vetores diretores ��¸ = �2,3, −1� � ��Ë = �−2, −1,2�, temos que o vetor normal é: )�� = ��¸ × ��Ë = �5, −2,4� Utilizando o ponto P(1,-2,3) da reta r, que pertence ao plano, temos: = −Z5 ∙ 1 + �−2� ∙ �−2� + 4 ∙ 3] = −21, � / ��/çã� � #µ/)� âÝ�/: 5: − 2F + 4e − 21 = 0 VI. Conhecimento de duas retas paralelas e pertencentes ao plano: Como as retas são paralelas, o vetor diretor delas é o mesmo, então não é possível encontrar o vetor normal ao plano somente com os vetores diretores das retas. É preciso encontrar um outro vetor pertencente ao plano. Para isso, encontra-se um ponto de cada reta, no caso os pontos A e B, e cria-se o vetor �������, que é pertencente ao plano. Então, efetuamos os produto vetorial entre o vetor diretor �� das retas e o vetor �������, para encontrar o vetor normal )��. )�� = �� × ������� Exemplo 22. Determinar a equação do plano que contém o seguinte par de retas: : g: = −3 + *F = −*e = 4 h � ¬: ã: + 22 = F − 1−2 ; e = 0h Resp: Nesse caso, temos que os vetores diretores das retas pertencentes ao plano são ��¸ = �1, −1,0� � ��Ë = �2, −2,0�. Assim, vemos que eles são vetores paralelos, logo, as retas são paralelas. Devemos encontrar outro vetor então que não seja paralelo a esses dois vetores, para podermos efetuar o produto vetorial (que quando é feito entre vetores paralelos gera um vetor nulo). Para isso, vamos utilizar os pontos Pr=(-3,0,4) da reta r, e Ps=(-2,1,0) da reta s, para encontrarmos o vetor que precisamos: �� = f¸ fË�������� = fË − f¸ = �1,1, −4� Faremos agora o produto vetorial entre ��¸ e ��, para encontrarmos o vetor normal (poderíamos usar também o vetor ��Ë, mas como é paralelo a ��¸, o produto vetorial será igual, só que, no caso, duas vezes maior). )�� = ��¸ × �� = �4,4,2� Utilizando o ponto Pr para encontrar d: = −Z4 ∙ �−3� + 4 ∙ 0 + 2 ∙ 4] = 4, /í / ��/çã� � #µ/)� âÝ�/: 4: + 4F + 2e + 4 = 0 �� r1 r2 A B Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 27 VII. Conhecimento de uma reta pertencente ao plano e um ponto também pertencente ao plano, mas que não pertence a reta: Esse caso é similar ao anterior. Só que agora não é preciso encontrar o ponto B pela equação da reta, ele já é dado. E o vetor normal ao plano é então dado por: )�� = �� × ������� Exemplo 23. Determinar a equação do plano que contém o ponto A(1,-1,2) e o eixo dos z. Resp: Um dos vetores pertencentes ao plano é o vetor "d, pois é o vetor diretor do eixo dos z. O outro vetor pertencente ao plano pode ser encontrado utilizando o ponto A e um ponto do eixo z, que no caso pode ser o ponto O(0,0,0), daí fazendo o vetor 1 ������ = − 1 = �1, −1,2�, temos o vetor normal originado do produto vetorial entre 1 ������ � "d: )�� = 1 ������ × "d = �−1,−1,0� Utilizando o ponto O para encontrar d, temos que d=0, daí a equação fica: −: − F = 0 8.3 Casos Particulares 8.3.1 Planos que passam pela origem: ponto O(0,0,0) Pela equação geral do plano, /: + 0F + �e + = 0, temos que d = 0, pois o ponto é O(0,0,0), daí a equação do plano fica: /: + 0F + �e = 0 8.3.2 Planos paralelos ao eixo x O vetor normal é )�� = �0, 0, ��, então, a equação do plano fica: 0F + �e + = 0 A B �� r1 r2 A B y x z Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 28 8.3.3 Planos paralelos ao eixo y Temos que o vetor normal é )�� = �/, 0, ��, então a equação do plano fica: /: + �e + = 0 8.3.4 Planos paralelos ao eixo z Temos que o vetor normal é )�� = �/, 0, 0�, então a equação do plano fica: /: + 0F + = 0 8.3.5 Planos paralelos ao plano xy O vetor normal é )�� = �0,0, ��, e a equação de plano fica: �e + = 0 8.3.6 Planos paralelos ao plano xz O vetor normal é )�� = �0, 0, 0�, e a equação de plano fica: 0F + = 0 8.3.7 Planos paralelos ao plano yz O vetor normal é )�� = �/, 0,0�, e a equação de plano fica: /: + = 0 y x z y x z xy xz yz Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 29 8.4 Equações Paramétricas do Plano Sejam os vetores não colineares ��6 � ��', e o ponto A pertencentes ao plano, temos: f������ = ℎ��6 + *��' �: − :6, F − F6, e − e6� = �/6ℎ + /'*, 06ℎ + 0'*, �6ℎ + �'*� Então: : − :6 = /6 ℎ + /'*F − F6 = 06 ℎ + 0'*e − e6 = �6 ℎ + �'* ` = `U + qUä + qX �å�b = bU + uUä + uX �åå�à = ÃU + ÄUä + ÄX �ååå�h As equações I, II, e III são as equações paramétricas do plano, e os termos h e t são os parâmetros. 8.5 Ângulo entre Planos Sejam os planos 46 � 4', a vista de perfil deles é: Desse modo, pode-se ver que: �90° − 3� + ¡ = 90°, daí: 3 = ¡ Ou seja, o ângulo entre dois planos é igual ao menor ângulo entre os vetores normais dos respectivos planos. Então, o ângulo θ é dado por: cos 3 = |)��6 ∙ )��'||)��6||)��'| A P f������ ��6 ��' ℎ��6 *��' 4' 46 3 90° − 3 ¡ ¡ Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 30 8.6 Condição de Paralelismo e Ortogonalidade Sejam os planos 46 � 4', com vetores normais )��6 = �/6, 06, �6� � )' = �/', 0', �'�, respectivamente. Para serem paralelos, devemos ter: /6/' = 060' = �6�' Sejam os planos 46 � 4', com vetores normais )��6 = �/6, 06, �6� � )' = �/', 0', �'�, respectivamente. Para serem ortogonais, devemos ter: )��6 ∙ )��' = 0 8.7 Ângulo entre uma Reta e um Plano Sendo θ o ângulo formado entre o vetor normal )�� do plano e o vetor diretor �� da reta, e æ o ângulo formado entre a reta e o plano, temos: cos 3 = sin æ = |)�� ∙ ��||)��||��| 8.8 Reta pertencente a um plano Para a reta pertencer ao plano, uma das duas seguintes condições devem ser satisfeitas: i. O vetor diretor da reta deve ser ortogonal ao vetor normal do plano e a reta ter um ponto pertencente ao plano ii. Dois pontos da reta pertencerem ao plano 8.9 Intersecção de Dois Planos A intersecção de dois planos é uma reta. Devemos encontrar a equação para essa reta. Vemos que o vetor diretor �� da reta é simultaneamente ortogonal aos vetores normais dos dois planos, então, para encontrar o vetor diretor da reta, devemos fazer o produto vetorial entre esses dois vetores normais: �� = )��6 ∙ )��' Por fim, devemos encontrar um ponto dessa intersecção, para podermos montar a equação da reta. Para isso, devemos resolver o sistema das duas equações de plano, deixando uma variável em como variável independente. Estipulando qualquer valor para essa variável independente, podemos achar um ponto da intersecção. Tendo um ponto, e o vetor diretor dessa reta, podemos montar sua equação como descrito no item de Retas. Arthur Henrique Chaves Consulin – Monitor de Geometria Analítica - 2009 31 Exemplo 24. Determinar as equações reduzidas da reta intersecção dos planos: 46: 2: − F − 3e − 5 = 0 � 4': : + F − e − 3 = 0 Resp: Devemos deixar as variáveis y e z como função de x, e obtemos as equações reduzidas da reta: ã2: − F − 3e − 5 = 0 �ç� ⇒ F = 2: − 3e − 5 �ççç� : + F − e − 3 = 0 �çç� h Substituindo III em II: : + 2: − 3e − 5 − e − 3 = 0 ⇒ 3: − 4e − 8 = 0 ⇒ e = \n : − 2 (IV) Substituindo IV em I: 2: − F − 3 §34 : − 2¨ − 5 = 0 ⇒ 84 : − F − 94 : + 6 = 0 ⇒ F = − 14 : + 6
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