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Tecnologia da Colagem da Madeira

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Colagem 
da madeira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI 
Armando de Queiroz Monteiro Neto – Presidente 
 
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL 
DEPARTAMENTO NACIONAL 
José Manuel de Aguiar Martins - Diretor Geral 
Regina de Fátima Torres - Diretora de Operações 
Orlando Clapp - Gerente Executivo da Unidade de Tecnologia Industrial 
Sergio Motta - Gerente da Unidade de Serviços Técnicos e Tecnológicos 
 
 
 
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARANÁ - FIEP 
Rodrigo Costa da Rocha Loures – Presidente 
 
SENAI/PR - DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARANÁ 
Carlos Sérgio Asinelli - Diretor Regional 
Luiz Henrique Bucco - Diretor de Operações 
Amilcar Badotti Garcia - Alianças Estratégicas e Projetos Especiais 
 
Centro Tecnológico da Madeira e Mobiliário 
Márcia Donegá Ferreira Leandro - Gerente 
 
 
 
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - FIERGS 
Paulo Gilberto Fernandes Tigre - Presidente 
 
SENAI/RS - DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL 
José Zortéa - Diretor Regional 
Paulo Fernando Presser - Diretor de Educação e Tecnologia 
Liane Ritzel - Assessoria de Planejamento 
Carlos Artur Trein - Gerente de Negócios em Serviços Tecnológicos 
 
Centro Tecnológico do Mobiliário SENAI 
Cesar Augusto Modena - Diretor 
 
 
 
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA - FIESC 
Alcântaro Corrêa - Presidente 
 
SENAI/SC - DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA 
Sérgio Roberto Arruda - Diretor Regional 
Antônio José Carradore - Diretor de Educação e Tecnologia 
Marco Antônio Dociatti - Diretor de Desenvolvimento Organizacional 
 
Centro de Tecnologia do Mobiliário 
José Luiz de Oliveira - Diretor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Colagem 
da madeira 
 
 
Marilsa Rech 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2007 
 
 
©2007, SENAI. Departamento Nacional 
 
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. 
 
1ª edição: 2.000 exemplares 
 
Publicação elaborada por técnicos dos Departamentos Regionais do SENAI Paraná, Rio Grande do Sul e 
Santa Catarina, sob a coordenação do Departamento Regional do SENAI-RS, através do Centro 
Tecnológico do Mobiliário SENAI/CETEMO e com apoio fi nanceiro do Departamento Nacional - Projeto PJ-
ME 0649 - Ampliação de Produtos em Informação Tecnológica nas Áreas Madeira e Mobiliário. 
 
Coordenação do Projeto Multiestadual: 
Renato Bernardi - SENAI/RS – CETEMO 
 
Coordenação Técnica do Projeto: 
Leandra Valenti - SENAI/RS - CETEMO 
 
Apoio Técnico ao Projeto: 
Cleder Bez Batti - SENAI/SC - CTM 
Devair Carlos Ferreira - SENAI/PR - CETMAM 
Enilda Hack - SENAI/RS - UNET 
Mara Gomes - SENAI/DN - UNITEC 
Sônia Bitti - SENAI/RS - UNET 
 
Elaboração: Marilsa Rech 
 
Ilustração: Warner Jesus da Silva 
 
Revisão Gramatical e Lingüística: Pedro Ernesto Gasperin 
 
 
R296c Rech, Marilsa. 
Colagem da madeira. / Marilsa Rech. - Porto Alegre: SENAI-RS, 2007. (Coleção Cartilhas Moveleiras). 
68 p.; il. 
ISBN: 978-85-60375-07-3 
1. Colagem da madeira. I. Título. II. Série. 
CDU: 674:665.93 
 
Bibliotecária Responsável: Leandra Valenti CRB - 10/860 
 
 
 
SENAI/PR 
Departamento Regional do Paraná 
 
Centro Tecnológico da Madeira e Mobiliário 
SENAI/CETMAM 
Fone (43) 3275.8800 
cetmam@pr.senai.br 
 
SENAI/RS 
Departamento Regional do Rio Grande do Sul 
 
Centro Tecnológico do Mobiliário 
SENAI/CETEMO 
Fone (54) 3451.4166 
nit@cetemo.com.br 
 
SENAI/SC 
Departamento Regional de Santa Catarina 
Centro de Tecnologia do Mobiliário 
SENAI/CTM 
Fone (47) 3631.1600 
ctm@senai-sc.ind.br 
 
SENAI - Instituição mantida e administrada pela indústria. 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
 
Colar a madeira é uma técnica tão antiga quanto o homem, no entanto os materiais 
usados no passado para colar a madeira não são os que atualmente são utilizados. 
 
Quantas claras de ovo seriam necessárias hoje para atender a demanda dos 
adesivos? 
 
Quanto leite deveria haver hoje para dele extrair a caseína e produzir os adesivos? E 
quanto pescado seria necessário para obter a gelatina? 
 
Esses adesivos foram durante muito tempo utilizados pelo homem para a colagem de 
seus utensílios e para expressar a arte da pintura, proporcionando aderência entre 
diferentes materiais. Claro que não estão esquecidos, e muitos processos especiais 
ainda usam os adesivos de origem natural provenientes de animais e vegetais. 
 
Relembrando a história da humanidade, a música e a arte foram o princípio da 
comunicação do homem. Para construir os instrumentos musicais e deles tirar belas 
canções, foi preciso conhecer qual a madeira que produzia o melhor som e também a 
cola que pudesse se instalar nos poros da madeira, sem, no entanto, interromper as 
vibrações sonoras. 
 
O objetivo deste trabalho é conhecer a tecnologia da colagem da madeira na produção 
de móveis, porém chamando atenção para o fato de que a tecnologia dos adesivos e 
dos materiais a serem unidos por colas está em constante desenvolvimento. 
 
Sabe-se hoje que os adesivos tecnicamente conseguem unir materiais iguais ou 
diferentes e manter uma estrutura fortemente unida por longo tempo. Por exemplo, 
nenhum móvel até hoje se desmontou completamente, separando todas as suas 
emendas. Mas isso ainda não basta para os pesquisadores que querem um adesivo 
mais forte ainda. Foi assim que descobriram uma bactéria que vive nas águas dos rios 
e córregos, capaz de produzir o adesivo mais potente que se conhece atualmente. 
 
No campo da pesquisa, ainda faltam muitas respostas: por exemplo, como o adesivo 
se une à madeira. Sabe-se que isso envolve processos de natureza física e também 
química, no entanto ainda não completamente entendidas. 
 
A inspiração da pesquisa vai além. Como uma lagartixa consegue andar no teto ou em 
superfícies lisas? 
 
Para esse questionamento uma resposta é certa. Não se trata de substâncias 
adesivas em suas patas e sim de inúmeras ramificações nas patas, que funcionam 
como almofadas e apresentam força de natureza química que permite à lagartixa ficar 
presa ao teto. 
 
A breve explanação tem por objetivo fazer entender o que são adesivos, os tipos de 
adesivos, como colam a madeira e que cuidados devem ser observados no uso desse 
importante e indispensável produto na produção de móveis e artefatos de madeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. O processo da colagem da madeira 
 
 
 
A colagem da madeira envolve três elementos importantes: adesivo - aderente - 
adesão. 
 
 
Adesivo 
É um termo genérico que designa cola, pasta, goma, cimento, que denomina uma 
categoria de produtos cuja finalidade é prender, ligar ou juntar dois materiais. 
 
Em se tratando de um termo específico para a linha industrial, um adesivo é toda 
substância com propriedades de aderir algo fortemente a um substrato igual ou 
diferente, formando uma ligação superficial forte e duradoura. 
 
Essa propriedade de aderir se desenvolve dentro de condições específicas, tais como 
calor, pressão, tempo. 
 
 
Aderente 
São os materiais sólidos capazes de se ligarem através dos adesivos. 
 
É o substrato a colar. Por exemplo: a madeira, a lâmina, a fita de borda, a cavilha, 
entre outros. 
 
 
Adesão 
É o fenômeno mais importante do processo da colagem. Pode ser entendido como a 
interação entre duas superfícies, causada por um forte campo de “forças atrativas” 
provenientes dos constituintes de cada superfície. 
 
Quando não é possível separar duas peças de madeira coladas, é porque há uma 
adequada adesão. 
 
 
Aderência 
É a resistência oferecida quando se pretende separar dois materiais colados. Pode ser 
medida através de testes de laboratório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Como um adesivo se espalha na madeira?Uma gota de adesivo assume formato diferente para cada material em que o adesivo é 
aplicado. Isso ocorre devido ao modo como o volume da gota de adesivo se acomoda. 
 
Esse formato depende apenas da afinidade entre o adesivo e a superfície do material 
em que ele foi depositado. 
 
Observe as gotas de água sobre uma superfície de vidro: elas não se espalham. 
 
Observe as gotas de adesivo sobre uma madeira contaminada por óleo: também não 
se espalham. 
 
Esses exemplos permitem entender que o formato das gotas dos líquidos é diferente 
para cada material. 
 
Na aplicação de um adesivo sobre a madeira, o ideal é o adesivo romper a forma de 
gota, para que ele se espalhe pela madeira e, dessa forma, molhar a madeira, o que 
tecnicamente se denomina umectação. 
 
 
Umectação 
É a capacidade de o adesivo interagir com a madeira, umedecer e se espalhar sobre 
ela. 
 
 
Condição necessária do adesivo 
Fazer uma perfeita umectação na madeira. 
 
 
Condição necessária da madeira 
Estar com rugosidade adequada para que o adesivo possa ser espalhado 
uniformemente. 
 
O contato uniforme entre o adesivo e a superfície da madeira é chamado de ângulo de 
contato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Entendendo o ângulo de contato 
 
 
O contato uniforme entre o adesivo e a superfície da madeira é chamado de ângulo de 
contato. 
 
 
Importante saber que: 
 
• Em madeira contaminada com óleo, graxa ou resina, o adesivo não consegue 
se espalhar completamente, porque o ângulo de contato é pequeno, e a 
colagem poderá falhar. 
 
• A madeira preparada para a colagem que não seguiu a velocidade de avanço 
de corte correto da serra, pode apresentar alta rugosidade. Isso compromete a 
qualidade da colagem, porque o ângulo de contato é baixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Classificação dos adesivos 
 
 
Estão agrupados conforme a origem em dois grupos: 
 
• derivados de produtos sintéticos, que são produzidos em escala industrial; 
 
• derivados de produtos naturais, com origem animal e vegetal. 
 
 
 
O quadro abaixo mostra a origem dos adesivos: 
 
 
Animal: 
• Adesivos de albumina 
• Adesivos de gelatina 
• Adesivos de caseína 
 
 
 
Vegetal: 
• Adesivos de dextrina 
• Adesivos de amido 
 
 
 
Sintéticos: 
• Adesivos de PVA 
• Adesivos de contato 
• Adesivos de hot melt 
• Adesivos de termorrígidos 
• Adesivos termoplásticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Adesivos de origem animal 
 
 
 
Adesivos à base de albumina 
 
A albumina é uma proteína extraída do sangue ou do ovo e produz um adesivo com 
uso que requer uma baixa resistência à umidade e exige segurança em relação à 
saúde, como, por exemplo, na colagem de etiquetas. 
 
 
 
 
Adesivos à base de gelatina 
 
Foi o adesivo mais utilizado pelos marceneiros, pela facilidade do uso, pelas 
qualidades adesivas e pela vantagem de não causar manchas na madeira. 
 
A gelatina é obtida da moagem de ossos ou colágeno, que é a parte interna da pele 
animal. Após lavagem e desengraxe é transformada em pó ou escamas e então 
comercializada para o preparo de colas. 
 
 
 
 
Adesivos à base de caseína 
 
A caseína é uma proteína derivada do soro do leite tratado quimicamente com ácido 
clorídrico. 
 
O leite de soja também produz caseína, porém com menores propriedades adesivas. 
 
Foi muito usada na Primeira Guerra Mundial, na construção de aviões que tinham sua 
estrutura montada quase exclusivamente com madeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Adesivos de origem vegetal 
 
 
 
Adesivos à base de dextrina 
 
Estão considerados entre os principais e mais utilizados adesivos de origem não 
sintética, devido à sua grande solubilidade em água e à versatilidade de aplicação. 
 
As dextrinas são obtidas a partir do amido de milho, mandioca, trigo ou batata por 
meio de um processo químico. 
 
As dextrinas são utilizadas como agentes colantes, preparadores de superfície, 
espessantes, ligantes, agentes de penetrabilidade, aglomerante e dispersante, 
fechamento de caixas de embalagens, sacos e sacolas, rotulagem em vidro, colagem 
de envelopes. 
 
 
 
 
Adesivos de amido 
 
O amido está presente nas sementes e nas reservas das plantas. Nessa classe estão 
as farinhas de trigo e as féculas de batata e mandioca. 
 
Não são adesivos propriamente ditos, e sim elementos auxiliares que ajudam na 
viscosidade, pois apresentam fraca aderência. 
 
O adesivo de amido não resiste à umidade, porém, quando em mistura com cola de 
uréia-formol, é usado, por sua moderada resistência, para colar caixas de papelão. 
 
O amido (farinha de trigo) é muito usado na mistura com a cola de uréia-formol para a 
colagem de lâminas de madeira. A cola é conhecida popularmente pela marca 
“Cascamit”. É preparada com água, farinha, sal (catalisador), misturados à cola de 
uréia-formol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Adesivos de origem sintética 
 
 
Os adesivos usados para a colagem da madeira são formulados a partir de um grupo 
químico denominado polímeros. Para exemplificar o vasto mundo dos polímeros, é só 
observar os equipamentos, vasilhas e sistemas usados na colagem da madeira. Existe 
muito material plástico nesses exemplos. O termo polímero é muito confundido com 
plástico. 
 
O que precisa ser entendido é que a denominação “plástico” define um grupo de 
polímeros cujo comportamento é ser maleável e sofrer transformação mediante o 
calor, assumindo comportamento plástico e moldável. 
 
Alguns polímeros têm esse comportamento. Assim se explica por que certos adesivos 
sofrem alterações com o calor e outros, não. 
 
Portanto, para entender os tipos de adesivos usados na colagem da madeira, é 
necessário antes entender que todos os adesivos sintéticos são derivados de 
polímeros. 
 
 
Polímeros 
É o agrupamento de moléculas simples formando uma molécula grande, ou seja, 
uma macromolécula. 
 
 
Adesivos de PVA 
 
São obtidos a partir do polímero acetato de vinila, cuja sigla deriva da seguinte 
combinação: 
 
P= Polímero + V= Vinila + A= Acetato 
 
O PVA é comumente chamado de “cola branca”, porém existem outros adesivos que 
têm a cor com tom amarelado e também são à base de PVA. 
 
A cola branca é, portanto, um produto químico, o que pode ser visto na estrutura 
química acima e, como tal, precisa de cuidados quanto ao uso e manuseio. 
 
O adesivo de PVA pode-se dizer que é universal na colagem da madeira, pois é 
utilizado para a colagem de painéis sarrafeados, emendas fingerjoint, laminação e na 
montagem dos componentes dos móveis, tais como cavilhas, montantes, quadros, 
molduras. 
 
 
Adesivos de contato 
 
O adesivo de contato é também conhecido como cola de sapateiro. É um produto 
obtido através da borracha sintética, cuja base química é o cloropreno em mistura com 
solventes orgânicos, daí a razão do seu forte cheiro. No entanto, em razão das 
exigências ambientais, essa cola se apresenta formulada com solvente à base de 
água, sendo um adesivo ecológico e com desempenho semelhante aos formulados 
com solventes orgânicos. 
 
A borracha natural não é usada para fabricação de adesivos, pois é insolúvel, 
altamente viscosa e demanda longo tempo de secagem, tornando o filme mole e 
pegajoso. 
 
A borracha natural teve todo o seu sucesso no período de 1900. No entanto surgiram 
muitos problemas quanto ao uso. As botas de borracha usadas na Primeira Guerra, 
por exemplo, apresentaram problemas por amolecerem com o calor, sofrendo 
aderência entre as peças, e por tornarem-se duras e quebradiças com o frio. 
 
Mais tarde surgiu a tecnologia da vulcanização, inserindo compostos químicos na 
estrutura química da borracha,e assim foi possível usar a borracha natural 
começando pelos pneus de bicicletas e, posteriormente, de automóveis. 
 
O uso da borracha na formulação dos adesivos ocorreu a partir da tecnologia dos 
polímeros sintéticos derivados do petróleo e do gás natural. 
 
 
Características 
Os adesivos de contato são de secagem longa, devido à reação com seus elementos, 
que formam ramificações e pequenas cadeias de moléculas. 
 
Essa reação é chamada de vulcanização. Isso explica o fato da longa secagem da 
cola de sapateiro, pois as condições de temperatura, tempo e pressão são 
indispensáveis para que a reação se complete. 
 
Outra característica desse adesivo é que a colagem só ocorre quando se coloca em 
contato adesivo com adesivo. 
 
Após aplicação do adesivo, deve-se aguardar um certo tempo para que ocorra a 
evaporação do solvente, pois a união entre as peças só vai acontecer quando o 
adesivo não mais resistir ao tato. Essa é uma das suas vantagens, pois a adesão só 
ocorre quando as peças entram em contato entre si, daí o nome adesivo de contato. 
 
 
Características dos adesivos de contato: 
 
Viscosidade 
Varia conforme o método de aplicação. Assim, com aplicação por spray, a viscosidade 
é mais baixa. 
 
Teor de sólidos 
Varia com menor teor de sólidos para aplicação em spray e maior, para aplicação com 
espátula ou pincel. 
 
Tempo aberto 
Varia conforme o tipo de adesivo, podendo ser de segundos a perto de uma hora, 
conforme a temperatura ambiente. 
 
Resistência ao calor 
Após completada a reação de cura, a colagem apresenta boa resistência ao calor. 
 
Poder adesivo 
Ocorre o aumento da adesão com o tempo, sendo melhor após alguns dias. 
 
 
Recomendações 
Na colagem de lâminas de madeira e laminados plásticos, devem ser tomados alguns 
cuidados. 
 
 
• Distribuição da cola: 
Quando distribuída irregularmente, pode ocorrer o aparecimento de bolhas embaixo 
das lâminas, pois, na parte com maior quantidade de cola, há muita liberação de 
solvente, empurrando a lâmina e restando um espaço vazio entre o substrato e a 
lâmina. 
 
Devido à baixa espessura da lâmina, há um desnível entre lâmina e madeira, e assim 
surge uma espécie de colchão de ar, onde não há contato entre os elementos a colar, 
podendo ocorrer o defeito das bolhas no momento da colagem ou até alguns dias 
após a colagem. 
 
 
• Umidade da madeira ou da lâmina: 
As bolhas podem surgir em virtude da diferença de umidade entre o substrato e a 
lâmina. Geralmente devido à baixa espessura, as lâminas tendem a ganhar e perder 
umidade mais rapidamente, conforme o substrato e o ambiente em que se encontram. 
Devido à sua maior espessura, demoram mais para se equilibrarem com a umidade do 
ambiente, por isso a colagem de lâminas sempre requer cuidados. 
 
A matemática da transferência de umidade entre os substratos é: quem tem menor 
umidade recebe de quem tem maior umidade. O resultado é a formação de bolhas 
sempre na lâmina, pois é a que tem menor umidade. 
 
 
• Tempo em aberto: 
Problemas de aderência com adesivo de contato são decorrentes de um curto ou 
longo tempo em aberto. 
 
Em substratos com alta porosidade é possível aplicar até duas demãos de adesivo, 
pois, na primeira demão, o adesivo pode ser totalmente absorvido pela madeira. 
Portanto como a colagem só ocorre quando entra em contato adesivo + adesivo, 
justifica-se a segunda demão. O tempo aberto ideal deve ser observado no boletim 
técnico da cola. 
 
Deve-se observar que as lâminas coladas, após algumas horas ou até mesmo alguns 
dias, podem descolar. Isso não caracteriza uma falha de colagem, pois, devido ao fato 
de a reação de cura completa da borracha sintética ser lenta, essa cura propriamente 
dita ocorre somente após alguns dias. Uma vez completada, o adesivo adquire alta 
resistência a solventes e à temperatura. 
 
 
Adesivos de contato à base de água 
 
São sistemas formados pela borracha sintética e por elementos que os ativam: o 
catalisador (ativador) e a parte líquida, que contém uma proporção de água. 
 
O processo químico da formação do filme ocorre através da aproximação das 
partículas, enquanto que a água é evaporada. Apresentam como vantagem aderência 
quase imediata, pois a água residual se distribui através da porosidade do substrato. 
 
Outra vantagem é que nesse sistema não há necessidade de controle do tempo em 
aberto para a evaporação do solvente. 
 
Quanto ao sistema de aplicação, quando requer o ativador, há necessidade de pistola 
especial em que o ativador e a resina se misturam sobre o substrato e saem em 
sistemas separados. Outros sistemas são monocomponentes e não exigem aplicação 
especial. 
 
Adesivos de contato à base de água são largamente usados na colagem de espumas, 
calçados, tecidos, entre outros substratos, e a principal vantagem é a boa aderência e 
resistência à água. Outra vantagem é que a cura ocorre à temperatura ambiente e não 
emite solventes inflamáveis como os à base de solventes. 
 
 
 
Adesivos de hot melt 
 
Os adesivos de hot melt são sólidos, sem solvente, que, sob ação do calor, sofrem 
amolecimento, podendo então ser aplicados. A colagem ocorre com o resfriamento e 
solidificação do adesivo, sendo, portanto, uma colagem física. 
 
Essa capacidade do adesivo amolecer é devido à sua natureza química de ser 
termoplástico e, para tal, precisar ser fundido em um coleiro, equipamento 
indispensável para a sua aplicação. 
 
Hot melt reativo 
Uma recente tecnologia foi desenvolvida em que o adesivo de holt melt apresenta alta 
resistência de colagem. Isso porque sua base química contém poliuretano, no qual a 
colagem ocorre por um processo químico. 
 
Principais usos 
Os principais setores de uso dos adesivos hot melt são os de embalagens, gráfico, 
automotivo, calçadista, eletroeletrônico, rotulagem, moveleiro e de produtos 
descartáveis. 
 
 
Aplicação no setor moveleiro 
 
• Colagem de bordas retas 
É o tipo mais comum de colagem, pois ocorre em ângulo reto, sem perfis 
curvos. O adesivo é aplicado na borda do material a colar e não na fita de 
borda. Esse processo de colagem, quando automatizado, é altamente 
produtivo, ao contrário do processo com bordas perfiladas. 
 
• Colagem de bordas irregulares 
O adesivo deve ser aplicado na fita de borda e não na lateral do painel. As 
bordas usadas são na maioria compostas de papel impregnado com resinas ou 
lâminas de madeira. 
 
• Colagem em laminados 
O laminado recobre totalmente o substrato e, nesse caso, o adesivo é sempre 
aplicado no laminado. 
 
• Montagens 
Adesivos de hot melt são usados em colagens em que é necessário unir 
substratos diferentes, tais como apliques, componentes de móveis e tecidos 
em estofados. 
 
• Colagem de laminados plásticos tipo PVC, PS e ABS 
Esses materiais já vêm com um primer especial aplicado na base para 
favorecer a colagem, porém deve ser usado adesivo específico para esses 
tipos de materiais. 
 
 
Variáveis a observar na colagem com hot melt 
 
• Tempo em aberto 
Adesivos para montagem possuem tempo em aberto maior, enquanto em 
adesivos para equipamentos automáticos normalmente o tempo em aberto é 
curto. 
 
• Temperatura de aplicação 
É a temperatura necessária para o adesivo hot melt passar do estado sólido 
para o estado pastoso. Deve ser consultado o boletim técnico do adesivo, pois 
a temperatura de aplicação varia conforme a composição do adesivo. No geral 
a faixa de temperatura está entre 100 a 200ºC. 
 
• Temperatura do ambiente 
Em temperatura ambiente muito baixa, o adesivo sofre solidificação muito 
rápida. Com isso ele perde parte de sua pegajosidade, podendo causar falhas 
na colagem. 
 
• Quantidade de adesivo aplicado 
A quantidade de adesivo varia conforme a composição do adesivo. Deve-se 
consultar o fabricante, pois alguns adesivos contêm elementos que auxiliamna 
formação da parte sólida, chamados de cargas. Esses elementos não são 
responsáveis pela colagem. Portanto: 
- em adesivos que contêm cargas, a gramatura de aplicação é maior; 
- em adesivos que não contêm cargas, a gramatura de aplicação é menor. 
No geral a gramatura fica numa faixa entre 150 a 250 g/m². 
 
• Teor de umidade da madeira 
Madeiras com umidade acima de 12% apresentam problemas na colagem, pois 
o adesivo é aplicado em temperaturas acima de 100ºC. Com umidade alta, 
esta tende a evaporar, vindo a formar bolhas e descolamentos do laminado ou 
da borda colada. 
 
 
 
 
Adesivos termorrígidos 
 
Os adesivos conhecidos por termorrígidos, ou também termofixos, são todos aqueles 
em que no processo de cura, seja por ação de calor ou por ação de catalisador, o 
adesivo adquire resistência à água, à umidade e ao calor. 
 
No grupo dos termorrígidos estão os principais adesivos: 
 
Fenólico 
Conhecido popularmente por cola vermelha, devido à sua cor em tom avermelhado. 
 
É o adesivo usado na fabricação do compensado, na laminação e em colagens de 
produtos que precisam resistir à umidade, tais como barcos, estruturas de madeira, 
móveis de exterior, produtos esportivos, entre outros. 
 
Uréico 
Conhecido popularmente pela marca “Cascamit”, é muito usado na colagem de 
lâminas de madeira sobre MDF, aglomerado e OSB. 
 
Melamínico 
É o adesivo usado na fabricação dos laminados decorativos, conhecidos popularmente 
por fórmica, e também nos laminados conhecidos por BP, sigla derivada do processo 
de fabricação em que ocorre baixa pressão. 
 
Resorcínico 
Adesivo de elevado custo, é usado na fabricação do compensado naval, colagem de 
silos, casas pré-fabricadas, carrocerias de caminhão e indústria aeronáutica. 
 
A característica principal desse grupo de adesivos é que podem sofrer processo de 
cura em temperatura ambiente para alguns tipos ou em faixas de temperatura de até 
200ºC. 
 
A condição do uso ou não da temperatura é uma característica própria de cada 
adesivo. 
 
Outra característica é que pode ser adicionada, em alguns casos, farinha de trigo, para 
melhorar as propriedades do adesivo. 
 
Durante a colagem dos adesivos termorrígidos ocorre a evaporação do solvente, além 
de ocorrer uma modificação química, formando um sistema tecnicamente chamado de 
reticulação. Nele as moléculas se ligam, formando ramificações, tramando-se umas às 
outras, tornando a colagem de alto desempenho, com boa resistência à temperatura e 
à umidade. São indicados para a colagem de móveis de exterior e para uso estrutural. 
 
Além do PVA, outros adesivos, tintas e vernizes estão enquadrados no grupo dos 
termofixos. 
 
 
 
Adesivos termoplásticos 
 
Adesivos que sofrem modificações através do calor, assumindo uma natureza 
termoplástica, secam apenas pela evaporação do solvente, resultando uma colagem 
de baixa resistência térmica e baixa resistência a ambientes úmidos. 
 
A parte química deste grupo de adesivos é explicada pelo tipo da cadeia química em 
que o adesivo, após aplicação e secagem, mantém a cadeia química linear. Esse 
comportamento explica o porquê de certos tipos de PVA não poderem ser usados em 
móveis de exterior ou para fins estruturais. Portanto não é a marca que diz se o 
adesivo é bom ou não: é preciso conhecer sua natureza química. 
 
Além do PVA, outros adesivos, tintas e vernizes estão enquadrados no grupo dos 
termoplásticos. 
 
 
8. Resistência do PVA à umidade 
 
 
O uso dos adesivos PVA para colagens em produtos de interior e fora do contato com 
a umidade ou em produtos que estão em contato com a umidade tanto em interior 
quanto em exterior, é definido conforme as normas européias EN 204 e 205. São elas 
que classificam a resistência dos adesivos em quatro níveis. Essa classificação é 
realizada através de testes laboratoriais, seguindo uma metodologia, desde o uso da 
madeira indicada pela norma, condições da colagem, preparo das amostras para 
testagem e condicionamentos específicos para cada nível testado, variando desde 
imersão em água por quatro dias até fervura durante seis horas. 
 
Após esses condicionamentos, as amostras preparadas são submetidas à força de 
tração em máquina de teste, apresentando um valor médio da força de tração a ser 
atingido para cada um dos níveis. 
 
 
 
Uma freqüente pergunta... 
Qual a melhor cola para colar móveis de jardim, de cozinha, de banheiro e outros? 
A resposta é: entender o que cada um dos níveis a seguir recomenda. 
 
 
 
 
Níveis de Resistência 
 
 
Nível D-1 
Classifica os adesivos que não apresentam resistência à umidade, e, portanto, são 
indicados na colagem da madeira que vai ficar protegida da umidade, especificamente 
em móveis de uso interno. 
 
 
Nível D-2 
Classifica os adesivos com limitada resistência à umidade. O uso dos produtos 
colados com esse nível é para exposição ocasional à umidade, como em móveis de 
cozinha, por exemplo. 
 
 
Nível D-3 
Classifica os adesivos para o uso em peças coladas que podem ficar sob a ação da 
umidade em ambientes externos, porém protegidos da ação direta das intempéries. 
 
 
Nível D-4 
Classifica os adesivos para situações de uso externo e em prolongada exposição à 
umidade. 
 
 
 
 
 
 
9. Temperatura mínima de formação do filme 
adesivo 
 
 
A formação do filme adesivo ocorre na fase da eliminação do solvente, onde as 
partículas do PVA se unem para formar uma película adesiva homogênea e contínua. 
Porém, em uma certa temperatura, esse fenômeno não ocorre, pois a película adquire 
um aspecto esfarelento e esbranquiçado. Esse fenômeno é conhecido por formação 
de ponto branco. 
 
O ponto branco é comum acontecer em dias de muito frio, quando o adesivo é 
aplicado numa temperatura abaixo do seu limite recomendado. 
 
A temperatura mínima para a formação do filme não é um padrão para todos os 
fabricantes dos adesivos, pois, durante a formulação do adesivo, são adicionados 
produtos especiais que controlam o desempenho da película. Portanto um adesivo 
PVA que funciona bem no inverno rigoroso da Europa, tende a apresentar ponto 
branco, se aplicado no clima quente dos trópicos. 
 
Alguns fabricantes de PVA informam, nos seus boletins técnicos dos adesivos, faixas 
de aplicação mínima abaixo de 0ºC, ou seja, temperatura negativa. 
 
 
Por que ocorre o ponto branco? 
Para entender, usa-se como exemplo o preparo do molho para a maionese. Quem já 
não sofreu a frustração de ter o molho separado? Assim acontece com o PVA, mas é 
claro que, neste caso, os ingredientes são diferentes. Enfim, as moléculas do PVA se 
separam com aspecto igual ao molho. Quando aplicado o adesivo com esse aspecto, 
com as moléculas separadas, não haverá a formação do filme contínuo e, em 
conseqüência, a colagem será ineficiente. 
 
Isso explica por que há necessidade no inverno de se manter a barrica de cola 
próxima de áreas aquecidas e fazer a colagem em local longe de influências externas, 
longe de portas abertas, por exemplo. 
 
 
Variáveis a considerar no processo de colagem com adesivos de PVA 
 
A eficiência dos adesivos de PVA somente será alcançada se forem controladas as 
variáveis que interferem nos resultados. 
 
Vamos conhecer as principais variáveis envolvidas no processo da colagem: 
 
• Gramatura de aplicação 
É a quantidade de cola a ser distribuída numa área expressa em gramas/metro 
quadrado (g/m²). 
 
Uma maior gramatura de aplicação aumenta o tempo de prensagem e o tempo em 
aberto, pois é maior a quantidade de água que deve ser liberada das linhas de cola. 
 
Uma baixa gramatura de aplicação pode comprometer a colagem. 
 
Aplicar mais cola não é garantia de boa colagem. O boletim técnico indica a 
quantidade a ser aplicada. 
 
• Umidade da madeira 
O excesso de umidade da madeira retarda o processo de formação do filme, porque 
os poros estão preenchidoscom água e não há espaço para a cola fluir. 
 
Uma baixa umidade requer tempo aberto mais curto, acelerando o tempo de 
prensagem, além do adesivo ser absorvido mais profundamente pela madeira. 
 
Na fabricação de móveis para exportação, o teor de umidade ideal da madeira não 
deve ser superior a 12%. 
 
• Tempo em aberto 
Cada adesivo tem o seu tempo em aberto, o qual expressa a velocidade de formação 
da película. 
 
Quanto mais se prolonga o tempo em aberto, mais rápido ocorre a formação do filme, 
e, embora se possa ganhar tempo na prensagem, o poder adesivo tende a falhar, pois 
a movimentação e o agrupamento entre as partículas do adesivo poderão não se 
completar totalmente. 
 
O tempo em aberto está influenciado pelas seguintes variáveis: 
 
a) Condições do ambiente 
 
Um ambiente muito úmido aumenta o tempo em aberto. Quanto maior é a temperatura 
ambiente, mais curto será o tempo em aberto. 
 
Exemplo: 
• temperatura do bulbo seco de 25ºC; 
• temperatura do bulbo úmido de 20ºC; 
• umidade relativa do ar de 63%. 
 
Nessas condições a madeira tende a se equilibrar com o ambiente na faixa de 12%. 
 
b) Pressão de colagem 
 
Não existe a possibilidade de colar sem exercer pressão. Uma pressão muito alta 
corresponde a uma velocidade de prensagem mais curto, já que a água é rapidamente 
eliminada do meio. Uma pressão muito baixa corresponde a um tempo de prensagem 
mais longo. 
 
c) Temperatura da colagem 
 
A temperatura da colagem se refere ao calor das linhas de cola que pode ser 
produzido através de duas formas: 
 
• através do meio externo em que a prensa tem os pratos aquecidos através do 
calor gerado pelo aquecimento de óleo térmico ou vapor; 
 
• através do meio interno, dentro da prensa em que o calor é gerado com a 
ativação do adesivo por meio de um campo de alta freqüência, gerando o calor 
necessário para a secagem e cura do adesivo. 
 
 
 
10. Fixação do adesivo na madeira 
 
 
A fixação do adesivo na madeira ocorre, inicialmente, de uma forma mecânica, 
obedecendo à seguinte seqüência de fenômenos físico e químico. 
 
 
Umectação 
 
O adesivo deve realizar a umectação da madeira, isto é, se espalhar e molhar a 
madeira. 
 
Nesta etapa é muito importante a compatibilidade do líquido com a superfície da 
madeira, inexistindo forças repelentes. Um exemplo de repelência é a madeira estar 
contaminada por óleo, ou então estar com a superfície queimada devido ao corte 
realizado com ferramentas sem afiação. A superfície fica lisa, fechando os poros da 
madeira e evitando a umectação do adesivo à madeira. 
 
 
Absorção 
 
O adesivo deve ser absorvido pela madeira. Nesta etapa as variáveis mais 
importantes são: 
 
• viscosidade do adesivo; 
• porosidade da madeira. 
 
O adesivo será indicado em função da porosidade da madeira, pois a viscosidade é 
ajustada para que o adesivo possa fluir de uma forma controlada sem, no entanto, ser 
demasiadamente absorvido; do contrário, ocorre um típico defeito de colagem, 
denominado linha de cola faminta. 
 
Esse problema ocorre quando o adesivo é totalmente absorvido pela madeira, não 
restando adesivo suficiente na superfície para interagir com a madeira. 
 
 
Secagem 
 
Os adesivos de PVA são à base de água, enquanto outros são à base de solventes 
orgânicos. Independente de o líquido ser água ou solvente, é uma fase importante no 
processo da colagem a perda desse líquido. Nesta etapa da secagem, as variáveis do 
processo, como o tempo em aberto, que é o tempo decorrido desde a aplicação do 
adesivo até o instante de receber a prensagem, devem ser cuidadosamente 
controladas. 
 
• Tempo em aberto muito longo 
O adesivo perde todo o líquido, dificultando a aproximação da parte química do 
adesivo, vindo a formar uma linha de cola irregular. 
 
• Tempo em aberto muito curto 
O líquido não completa a absorção na madeira e agrava a situação, quando o 
processo da colagem é por ativação a quente ou por alta freqüência. 
 
O processo da secagem do adesivo está influenciado também pelas variáveis 
ambientais; portanto, em dias muito quentes, o tempo em aberto deve ser o mais curto 
possível. 
 
É importante sempre observar no boletim técnico do adesivoqual a recomendação 
desse tempo. 
 
 
Cura 
 
A cura dos adesivos envolve um processo químico no qual, após a saída do solvente, 
o adesivo sofre a reticulação, formando uma cadeia química com ramificações, 
apresentando maior resistência de colagem. 
 
Esse processo químico ocorre com os adesivos formulados para sofrerem reticulação. 
Geralmente os adesivos bicomponentes, ou seja, aqueles que levam adição de 
catalisador e outros que são monocomponentes, sofrem esse processo de cura com 
reticulação. 
 
 
 
Resumo: Fixação do adesivo na madeira 
 
Umectação => Absorção => Secagem = Processo Mecânico 
 
Umectação => Absorção => Secagem => Reticulação = Processo Químico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11. Equipamentos usados para colagem dos 
adesivos 
 
 
Toda colagem requer um sistema que aplique pressão para que ocorra o contato entre 
o adesivo e o substrato a colar. 
 
Exemplo de aplicação de pressão: 
O martelo exerce pressão sobre o prego para penetração na madeira. 
 
 
Principais formas de aplicar pressão sobre os adesivos 
 
Prensagem Manual 
 
Ocorre em colagens de lâminas, geralmente em pequenas produções e sem aplicação 
de calor. 
 
 
Prensagem com aperto por parafusos 
 
Sistema manual ou automático de prensa em que se usa o aperto através de 
parafusos, chamado de prensa carrossel. 
 
É usado em colagens para formar blocos que posteriormente receberão o 
torneamento. 
 
Esse sistema dispensa o uso de calor para ativar o adesivo. 
 
 
Prensagem com controle de calor e pressão 
 
• Colagem com prensa a quente 
A colagem em prensa com prato aquecido favorece a secagem do adesivo pela ação 
do calor. 
 
Devido ao calor aplicado aquecer toda a madeira, é importante que a umidade da 
madeira não exceda os 12% e que a temperatura de prensagem não exceda o 
recomendado, pois é possível queimar a linha adesiva. Além disso, a linha de cola 
pode ficar elástica demais e, durante a abertura da prensa, ao movimentar os sarrafos 
colados, tornar-se fraca. 
 
Por outro lado, o calor excessivo pode modificar a estabilidade dimensional da 
madeira, podendo originar tensões internas dos sarrafos, vindo a causar 
empenamentos dos painéis e descolagem após a retirada da prensa. 
 
Na fabricação de compensados e sarrafeados usa-se a prensagem a quente com 
adesivos uréia-formol e fenol-formol. Na laminação em que painéis são revestidos com 
lâminas de madeira, usa-se, na maioria dos casos, adesivo de PVA e adesivo uréico 
(uréia-formol). 
 
• Pressão da prensa 
A pressão depende do tipo de madeira e do perfeito contato da superfície da madeira 
com o prato da prensa. 
 
Geralmente se recomenda, para madeiras duras e na fabricação de compensado, uma 
faixa de 14 a 20 kgf/cm² e, para madeiras de baixa densidade, uma faixa entre 7 a 10 
kgf/cm². 
 
 
Prensagem com prensa de alta freqüência 
 
A colagem por alta frequência (AF) é também chamada de colagem de radiofreqüência 
(RF). 
 
A prensa é formada por duas placas. Quando ela entra em funcionamento, uma 
dessas placas se torna condutora de cargas positivas, e a outra, de cargas negativas. 
 
• Como ocorre a cura do adesivo por alta freqüência? 
As partículas do adesivo apresentam estruturas carregadas de cargas positiva e 
negativa. Essas cargas são puxadas ou empurradas pelas cargas das placas da 
prensa, e esse movimento de atração e repulsão entre as cargas elétricas produz calor 
na linha de cola, provocando a cura dosadesivos. 
 
A madeira que separa o adesivo funciona como isolante, pois, quando a eletricidade 
encontra vários caminhos, ela sempre pegará o caminho com maior condução, neste 
caso, o adesivo, devido à presença de água em sua composição. 
 
Quando a madeira se encontra com alta umidade, o movimento de cargas ocorre 
também com a madeira e assim resulta uma perda (dissipação) dessas cargas, vindo 
a esquentar a madeira, o que não é o correto. 
 
 
Prensagem com prensa a frio 
 
A prensagem a frio é um processo lento e de baixa produção, por isso é usado em 
empresas de pequeno porte, para junções onde se trabalha com madeiras de grande 
espessura. 
 
A prensagem a frio pode ser feita com aperto de parafusos, com sargentos ou com 
sistema de macaco hidráulico. 
 
Os adesivos usados nesse sistema são os curáveis a frio, predominando os à base de 
PVA. 
 
O tempo de cura é bastante variado, podendo muitas vezes ser acelerado com adição 
de catalisador específico para o adesivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerações finais 
 
 
A floresta brasileira, seja ela nativa ou reflorestada, quando explorada de forma legal e 
consciente, fornece lenha, carvão, madeira para móveis, celulose para fabricação do 
papel, remédios, resinas para as indústrias de materiais de acabamento, enfim, gera 
negócios e equilíbrio para o planeta. Sem dúvida, não é possível viver sem madeira. 
Temos a madeira como matéria-prima necessária para a produção de móveis, de 
chapas de MDF, de compensado, de aglomerado, OSB e também de lâminas. Em 
todos esses produtos, a tecnologia dos adesivos é indispensável na produção de 
móveis. 
 
A função do adesivo na madeira e derivados é o de fazer uma união com alta 
resistência, sendo possível variar as dimensões da madeira, unir partes com formatos 
diferentes ou com materiais diferentes. Enfim, graças à particular natureza química 
dos adesivos e toda a sua tecnologia que está em constante desenvolvimento, pode-
se sentir segurança, por exemplo, ao sentar numa cadeira, sem que se separem as 
diferentes partes da madeira, comumente oriundas de árvores diferentes, com idades 
diferentes e até provindas de regiões diferentes, todas unidas por adesivos. 
 
O processo de colagem não consiste apenas em aplicar o adesivo e exercer pressão. 
Estão envolvidas variáveis que devem contribuir para que ocorra a perfeita união dos 
materiais. Por isso é fundamental: 
 
• ter o conhecimento do material a colar, ou seja, da madeira e suas 
características; 
• ter o conhecimento do adesivo, suas características e escolher corretamente o 
adesivo para o tipo de união que se pretende fazer; 
• ter o controle do processo da colagem, observando as variáveis de pressão, 
tempo de prensagem e tipo de prensa adequada para o adesivo em uso. 
 
Observa-se, portanto, que colar a madeira é um processo que exige conhecimento 
técnico do adesivo, do material a colar e do processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 
 
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