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PORQUE SER A FAVOR DO STF NA POSSIBILIDADE DE PRISÃO APÓS A SEGUNDA INSTÂNCIA? O Supremo Tribunal Federal ao decidir que a execução da pena após a decisão condenatória em segundo grau de jurisdição não ofende o princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade, não afeta dessa forma a defesa nem se obriga a culpabilidade, como cita o art. 5º, LXI, CF, no qual a privação de liberdade só ocorre após a ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente. Notem que ninguém será presumido culpado, o indivíduo passará pela 1ª instância, e se o juiz da 2ª instância confirmar a sua culpa, será razoável o início do cumprimento da pena. Desse modo, há sim o período para a ampla defesa e coleta das provas e fatos, tanto da parte da acusação quanto da defesa, sendo esse direito assegurado. Esse direito visa a diminuição da violência e é contra a impunidade dos criminosos que entram com recursos e mais recursos, protelando cada vez mais, adia-se a justiça, esperam a prescrição e nunca são sentenciados. No nosso país é mais fácil punir um pobre da comunidade com 100 g de droga do que um empresário ou político que comete uma fraude milionária, casos como esse o CNJ relatou nos anos de 2010 e 2011 no qual foram prescritas 2.918 ações, ou seja, quase 3.000 criminosos ficam soltou e impunes, além do índice de criminalidade no nosso país, que é mais de 50 mil homicídios por ano. Nessa impunidade processual, cito os casos: - Caso Pimenta Neves: réu confesso que matou a namorada com crime de homicídio qualificado em 2000, o trânsito julgado ocorreu em 2011, após 11 anos sem punição, ele foi preso em 2011 e cumpriu 5 anos de prisão, dos 19 previstos. - Caso Gil Rugai: ex-seminarista que matou o pai e a madrasta, foi preso depois posto em liberdade a espera do transito em julgado, um criminoso que voltou a cadeia graças a essa decisão do STF. Segundos dados da gestão estratégica do STF, entre 2009 e abril/2016 os recursos providos a favor do réu eram menores que 1,12%, os casos de absolvição de réus são raríssimos. Se o sistema prisional está falido é dever de o Estado corrigir e investir nos presídios, o que não pode ficar são esses altos índices de criminalidade, bandido não pode ficar solto. É simples, quem cometeu crime deve sofrer sanção e ser preso após a segunda instância e quem for inocente deve ser inocentado. Contra essa impunidade a lei e o Direito evoluíram de acordo com a nossa necessidade social, como pensa o doutrinador e jurista alemão Friedrich Muller. Assim essa decisão de punir, de fazer a justiça após a segunda instância visa a efetividade do processo e a segurança de todos bens jurídicos do réu, da vítima e de toda sociedade.
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