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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO – CAMPUS RIO VERDE AGRONOMIA CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA FERNANDO RODRIGUES CABRAL FILHO GIOVANI SANTOS MORAIS RIO VERDE 2013 CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA FERNANDO RODRIGUES CABRAL FILHO GIOVANI SANTOS MORAIS Orientador: Prof. Dr. Elbo Lacerda Ramos. RIO VERDE 2013 Trabalho para avaliação de complemento da nota do bimestre, como requisito da disciplina de Metodologia científica do Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde. 3 Introdução A descoberta da agricultura pelo homem ocorreu tem apenas 10 mil anos, em relação a grandes acontecimentos como a evolução da fotossíntese e a dos insetos, é um evento recente, porém que mudou a história do mundo, e do estilo de vida da população global. A consequência do seu descobrimento foram os estoques de suprimentos de alimentos e a fixação do homem no campo, entre outros, até se chegar ao século XXI, na revolução gênica com a biotecnologia (WAQUIL, 2002). Após esse contato do homem com a terra vieram várias teorias ao longo dos anos, como por exemplo, as de escassez de alimentos devido o alto crescimento da população mundial. Porém não é apenas o alto índice de crescimento demográfico, perdas no transporte, desperdício, e falta de acesso que causam essa escassez. As plantas invasoras, insetos e doenças são responsáveis desde a perda da produtividade, até o momento do beneficiamento onde pesa no bolso do consumidor, sendo esses problemas com as pragas uma consequência direta da descoberta e prática agrícola (IBIDEM). Devido ao quebra-cabeça enfrentado pelos produtores para diminuir estas perdas causadas pelas pragas, exemplo disso é a resistência de certas pragas aos pesticidas, o aparecimento de novas pragas, ou até mesmo aquelas que eram consideradas secundárias, passaram a ser problema. Migração de insetos para outras culturas, efeitos adversos do mal uso de inseticidas sobre inimigos naturais, impacto ambiental pelo uso excessivo de pesticidas, dentre tantos outros obstáculos. Portanto foi-se preciso, e até mesmo obrigatório o surgimento de um novo conceito para manejo/controle de pragas, tendo como objetivo eliminar certos problemas, e minimizar outros (CARVALHO, L. et al., 2012). Este novo conceito é denominado de Manejo Integrado de Pragas (MIP), além do seu impacto social e ambiental, este teve uma grande influência na venda de produtos químicos agrícolas. Além do que, há as diversas toneladas de produtos agroquímicos que deixaram de serem jogados no meio ambiente, isto acontece pelo fato de que o principal e fundamental motivo do surgimento desse manejo é propor um controle de insetos agrícolas baseado em critérios técnicos, níveis de ação e controle. Estes critérios podem ser obtidos através de monitoramento das pragas na lavoura (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). O MIP é um sistema de controle de pragas que procura preservar e aumentar os fatores de mortalidade natural das pragas pelo uso integrado de métodos 4 de controle selecionados com base em parâmetros técnicos, econômicos, ecológicos e sociológicos. Este sistema também é conhecido como manejo ecológico de pragas (MEP) e manejo agroecológico de pragas (MAP), (PICANÇO 2010, p. 1), substituindo assim o manejo convencional 1 já utilizado para controle. Porém mesmo com sua adoção parcial, e total ao longo do tempo o MIP sofre várias dificuldades para sua implantação, além da falta de atenção do produtor ao monitoramento, e também a falta de qualificação técnica para esse tipo de trabalho, a saída mais prática ainda na concepção do produtor são os agrotóxicos (CARVALHO, N. et al., 2012). Segundo Yamamoto et al., (2003) o controle biológico possui posição de destaque dentro deste novo conceito de controle de pragas, sendo responsável pelo controle e equilíbrio do nível de insetos. A tendência natural do MIP é fornecer aos inimigos naturais das pragas melhores condições para sua prevalência territorial dentro do sistema de cultivo, sendo assim um desequilíbrio ecológico benéfico. Entende-se o uso de produtos seletivos, ou seja, o produto químico utilizado seleciona a praga no agro ecossistema, não afetando a população de inimigos naturais da mesma. Isso se resume a um conceito do MIP, a seletividade 2 biológica e níveis de ação dos produtos agroquímicos utilizados. Quando se prática a pulverização, pode se levar a morte não somente da praga alvo, mais também de seus inimigos naturais, acarretando devido a sua mortalidade efeitos indesejáveis como o aumento do custo de produção. Os inimigos naturais por si só já atuam no controle natural das pragas alvo, evitando surtos de pragas secundárias e auxiliando no retardamento da resistência de pragas perante os produtos fitossanitários. Por esse fato que o produto agroquímico ideal perante o MIP é aquele que elimina apenas as pragas visadas e preserve os artrópodes benéficos (IBIDEM). Portanto como define Carvalho, N. et al., (2012), o MIP é um conjunto de ações a serem compreendidas dentro do controle eficiente, não se aplica apenas o método da 1 Neste sistema de controle adota-se geralmente o método químico quando há a presença das pragas prejudiciais, independendo de outros fatores. Seu uso é devido à falta de informação técnica adequada e o pouco fomento desse sistema perante o governo e normas públicas, entretanto seu uso promove muitas perdas como o aumento do custo de produção, problemas ambientais e de saúde. 2 É definida em dois parâmetros, seletividade fisiológica e ecológica. Fisiológica é quando inseticidas, em relação às diferenças fisiológicas entre pragas, eliminam estas a uma porcentagem que não afeta os inimigos naturais. A ecológica é o efeito seletivo dos produtos agroquímicos com base nas diferenças biológicas das pragas e seus respectivos inimigos naturais, ou seja, a técnica utilizada de forma em que o produto não afete diretamente a população de inimigos naturais inseridos no contexto do agro ecossistema. Quanto ao aperfeiçoamento de aplicação, onde se baseia na redução da dosagem, baixa persistência, aplicação seletiva, inseticidas sistêmicos, tratamento de sementes e granulados no plantio. E também em relação a comportamental, onde se baseia no uso de atraentes, com utilização de armadilhas de luz e feromônios. 5 aplicação de produtos agroquímicos, mais sim antes desse manejo se aplica a amostragem e a visualização através dos índices de danos e controle de cada praga, onde deve-se ter em conhecimento a nível de campo e técnico, não apenas o ciclo da cultura, mais o ciclo de vida dos insetos pragas, sua população, inimigos naturais e sua população, produtos químicos seletivos disponíveis no mercado, o melhor método de amostragem a ser usado, épocas de plantio e de maior incidência das pragas, os patógenos relacionados ao agro ecossistema trabalhado, característica da região em relação as condições de crescimento e incidência de insetos, variedades de cultivares com resistência aos insetos praga. Portanto o MIP segue um procedimento onde se executa a diagnose das pragas, posteriormente a amostragem, onde está dirá se haverá o controle ou não segundoestudos já realizados, e no decorrer do ciclo se aplica técnicas para evitar o aparecimento dessas pragas, como por exemplo, a mantença dos inimigos naturais no agro ecossistema. E assim se consegue não apenas um eficiente controle, como também redução de custos, menores perdas, e uma consciência ambiental e de saúde criada através da redução do uso de agrotóxicos. Manejo Integrado de Pragas da Soja (MIP-Soja) A utilização e conservação desses inimigos naturais ou agentes de controle biológicos dentro dos sistemas agropecuários é um dos principais delineamentos estratégicos de controle de pragas do MIP. Sendo a partir de esse parâmetro definir e conhecer os níveis de ação dos produtos agroquímicos sobre os inimigos naturais determinando assim sua seletividade e compatibilidade com a cultura e o sistema que será adotado o manejo (FILHO et al., 2003), devido a sua importância econômica uma das primeiras culturas a ser implantado o MIP foi a cultura da soja. A tecnologia de Manejo Integrado de Pragas da soja (MIP-Soja) foi incorporada no Brasil na década de 1970, e tem sido aperfeiçoada até os dias atuais, principalmente pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) sendo referencia no mundo em sistemas de manejo de pragas. Está tecnologia promove o delineamento, para orientação na tomada de decisão do controle de pragas com base no conjunto de dados relacionados à cultura, densidade insetos alvo, e inimigos naturais, resistência da cultura a danos, seletividade dos produtos fitossanitários utilizados. Assim o monitoramento do agro ecossistema, a identificação das pragas e dos inimigos naturais, o conhecimento do estádio fenológico da planta, e dos níveis de ação são importantes componentes do MIP-Soja (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). 6 Está cultura representa a nível mundial a principal oleaginosa, devido a sua importância animal (farelo de soja), e consumo humano (óleo). Nacionalmente a partir de 1970 a sua produção começou a crescer, devido ao incremento de tecnologias e importância agroindustrial. Nos anos de 1990 a agricultura brasileira passou por um processo de modernização do sistema de produção agrícola, favorecendo assim o crescimento do complexo da soja no país (SILVA et al., 2011). O desenvolvimento do Brasil conta principalmente com a participação da agricultura, onde no ano de 2011 o PIB do agronegócio alcançou R$ 46,6 bilhões no terceiro trimestre, sendo a sojicultora no mesmo ano, movimentou 24 bilhões de dólares apenas na exportação. A expectativa é de que para a safra 2012/2013 o Brasil passará a ser o maior produtor de soja, ultrapassando os Estados Unidos, devido à quebra da safra americana (CARVALHO, L. et al., 2012). A produção estimada na safra 2010/2011 foi de 75 milhões de toneladas, sendo uma produtividade média de 3.106 kg ha -1 em uma área de 24,2 milhões de hectares. Indo para primeiro em exportação do complexo da soja (EMBRAPA, 2011). O Brasil, segundo dados até a safra 2008/2009, a nível mundial era o segundo maior produtor, processador, e exportador (soja, farelo, e óleo). Porém apesar das diversas vantagens que o país apresenta para alta produção da soja, este também apresenta vários desafios, que se superados poderão alavancar a produção (SILVA et al., 2011). Segundo Carvalho, L. et al., (2012) a fronteira agrícola nacional é potencialmente favorável e poderosa, onde o autor cita que pelo potencial de onde e como crescer, estima um salto na produção da cultura em mais de 40% até o ano de 2020, enquanto que o maior produtor atualmente, os EUA, apenas 15%. Se essa projeção se confirmar o Brasil atingirá a produção de 105 milhões de toneladas, quando se tornará o maior produtor e exportador a nível mundial dessa commodity 3 . Hoffmann-Campo et al., (2000) afirmam que mesmo com todo esse cenário favorável à cultura ao longo dos anos vem sendo atacada cada vez mais por diversas pragas durante todo o seu ciclo fenológico. Como por exemplo, o complexo das lagartas que provocam redução na área foliar, prejudicando assim a fotossíntese da planta. O controle dessas principais pragas, portanto deve ser efetuado através do MIP, afirma Carvalho, N. et al., (2012) que o principal problema enfrentado nos últimos anos para os 3 Definição: significa mercadoria, sendo um termo de referência de produtos de base em estado bruto, considerado “matéria-prima”. Além deste, é aquele produto que apresenta grau mínimo de industrialização. Em geral são produzidos em grande quantidade por vários produtores. São produtos “in natura” provenientes de cultivo ou de extração. Apresentam nível de negociação global. 7 sojicultores é o ataque das pragas à cultura da soja, assim estes estão optando a lançar mão do manejo convencional, ou seja, o químico, e estão adotando o MIP. Como parte do MIP-Soja, vários métodos como o biológico e o químico podem ser utilizados para o controle das principais pragas. Além disso, a rotação de culturas e a manipulação de época de semeadura têm sido recomendadas principalmente para insetos de ciclo longo (HOFFMANN et al., 2000, p. 11). As pragas da soja dentro do MIP são classificadas segundo Picanço (2010), como: Pragas diretas: atacam a parte comercial da cultura como, por exemplo, os percevejos em geral. Normalmente essas pragas tendem a aparecer já na fase final do processo reprodutivo da soja; e Pragas indiretas: atacam a parte da planta não comercial, ou seja, afetam indiretamente a parte comercial da cultura. Por exemplo, a lagarta da soja (Anticarsia gemmatali) sendo seu dano à desfolha da soja. Normalmente essas pragas tendem a aparecer no estágio inicial, ou de crescimento da cultura (vegetativo). A amostragem é de fundamental utilização nesse manejo, ela avalia a unidade de pragas e de inimigos naturais presentes na área ou planta avaliada. Está deve ser representativa em relação a todo o talhão. Os períodos podem ser semanalmente, quinzenalmente, isso depende da incidência e época. A amostragem é feita de forma fixa, ou variável, onde a quantidade de amostras muda de talhão para talhão e repetição. Porém ambos levam em consideração os níveis populacionais (IBIDEM). Leva-se em conta o tamanho da área, definindo-se: até 10 ha -1 /6 pontos de amostragem; 10 – 30 ha-1 /8 pontos; 31 – 100 ha-1 /10 pontos, e > 100 ha-1/subdividir em talhões menores (IBIDEM). Em relação às lagartas desfolhadoras e dos percevejos, as amostragens são realizadas com um pano de batida, de cor branca com 1 metro de comprimento. Onde colocasse entre duas fileiras de soja e deve-se sacudir as plantas sobre o pano, assim com a queda dos insetos, pode-se fazer a contagem e tomar a decisão de controlar ou não com produtos químicos, isso segundo dados de pesquisa. Repetindo-se esse procedimento por diversas vezes dentro do talhão (EMBRAPA, 2011). Para percevejos segue-se a seguinte indicação: 1) as amostras devem ser realizadas nos horários mais frescos do dia, onde os percevejos se movimentam menos; 2) realizadas nas bordas com maior intensidade, pois é onde acontece o ataque primário dos percevejos; 3) repetições semanais, no inicio de formação das vagens (R3) até a maturação (R7), e 4) usar 8 pano de batida de 1 metro de comprimento, para comparação exata com os estudos de níveis de controle (IBIDEM). Segundo Embrapa (2011) os níveis de dano para a tomada de decisão para controle são consultados segundo estudos já estabelecidos, onde: para lagartas desfolhadoras (A. gemmatalis e P. includens) deve-se controla-las quando há 20 lagartas adultas (> 1,5 cm) por1m, ou se a desfolha for de aproximadamente 30% antes da floração, e 15% na aparição das primeiras flores. Para o controle com Baculovírus, considerar para controle a quantidade de 20 lagartas pequenas, ou 15 lagartas pequenas e 5 grandes por 1m. Em momentos de seca e com plantas de 50 cm de altura, reduzir este valor pela metade. O controle de percevejos dentro do agro ecossistema deve ser efetuado quando encontrar 2 percevejos adultos ou ninfas com mais de 0,5 cm em 1m. Em lavouras de produção de semente, reduzir este número pela metade (1 percevejo/m). Lagarta das vagens o nível de controle a se considerar é de 10% das vagens atacadas. Afirma Picanço (2010) que o nível de controle para a Broca das axilas até formação das vagens é de 30% das ponteiras atacadas, e para Broca das vagens, sendo formação e enchimento de grãos, 10% de vagens atacadas, ou 20 lagartas por amostragem. Segundo Hoffmann-Campo et al., (1999) para as pragas de solo efetuar a cada 10ha -1 4 amostras de solos centradas, sendo do tamanho de 1m e 25 cm de profundidade, onde se encontrado de 3 a 6 larvas/m² (1 a 2 se tornaram adultas), sendo preciso efetuar os manejos. As táticas de controle podem ser divididas em vários métodos, como: Controle cultural para percevejos: fazer uso de variedades de ciclo curto (sai da época de maior população); fazer plantios em diversas épocas, e uso de armadilhas nas bordas, com variedades de ciclo menor para atração dos percevejos, sendo controlados com uso de inseticidas. Para lagartas, a época de plantio e uso de diferentes espaçamentos influenciam diretamente nas populações de lagartas desfolhadoras. Larvas de coleópteros: executar o preparo do solo para exposição das larvas contra o sol e ataque de pássaros. Também existe o controle por comportamento; resistência de plantas; controle químico, e controle biológico aplicado (PICANÇO, 2010). Lagarta-da-soja (A. gemmatalis): Dar preferência, sempre que possível, à utilização do Baculovirus, na dose de 20 g/ha de lagartas mortas pelo próprio vírus (aproximadamente 50 lagartas/ha), maceradas em um pouco de água, ou 20g/ha da formulação em pó molhável. Em situações nas quais a população de lagartas grandes já tenha ultrapassado o limite para a aplicação de Baculovírus puro (mais que 5 lagartas grandes/m) e for inferior ao nível preconizado para o controle químico (20 lagartas grandes/m), o Baculovírus 9 pode ser utilizado em mistura com o inseticida profenofós ou com endossulfam, na dose de 30 g i.a./ha e 35 g i.a./ha, respectivamente.O preparo do material deve ser feito batendo-se a quantidade de lagartas mortas ou o pó, juntamente com a água, em liquidificador, e coando a calda em tecido tipo gaze, no momento de transferir para o tanque do avião ou do pulverizador. Caso a aplicação tenha início pela manhã, o preparo do material pode ser realizado durante a noite anterior. No caso de aplicação por avião, usar a mesma dose, empregando água como veículo, na quantidade de 15 l/ha, ajustar o ângulo da pá do “micronair” para 45 a 50 graus, estabelecer a largura da faixa de deposição em 18 m e voar a uma altura de 3 a 5 m, a 105 milhas/hora, com velocidade do vento não superior a 10 km/h. Em caso de ataques da lagarta-da-soja no início do desenvolvimento da cultura (plantas até o estádio V4 - três folhas trifolioladas), associados com períodos de seca, o controle da praga deverá ser realizado com outros produtos seletivos e indicados, visto que, nessas condições, haverá necessidade de controle rápido das lagartas, caso contrário poderá ocorrer desfolha que prejudicará o desenvolvimento das plantas (EMBRAPA, 2011, p. 179). Ainda em relação ao ataque de lagartas da soja existe uma variedade de inseticidas químicos, quanto biológicos, como o B. anticarsia, e Bacillus thuringiensis var. kurstaki (Berliner), sendo um tipo de bactéria que possui uma toxina específica para lepidópteros, onde paralisa o intestino da lagarta, estas param de se alimentar, e poucos dias depois morrem. O autor também reforça o uso de produtos químicos seletivos quando o ataque ocorrer no início da cultura (três trifólios) com período de seca, isso para evitar a desfolha que prejudicaria o crescimento (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). Os percevejos, dependendo do caso não é necessário o controle químico em toda a área, e sim apenas nas bordas, onde começa o ataque desta praga. Uma das alternativas econômicas para controle é o uso de sal de cozinha (cloreto de sódio), sendo da seguinte forma: usa-se apenas metade da dose indicada do inseticida, misturada a uma solução de 0,5% de sal (500g de sal, para cada 100 litros de água), sendo primeiro faz-se a salmoura, e posteriormente se mistura a calda. Para o não aumento da população de resistentes ao inseticida utilizado, indica-se não se fazer uso de inseticidas com mesmo modo de ação na mesma área de forma repetida (EMBRAPA, 2011). Pode-se fazer o controle dos percevejos biologicamente, afirmam Hoffmann-Campo et al., (2000) com o T. basalis, este ocorre naturalmente nas lavouras de soja, porém com o uso incorreto de inseticidas, sua população foi drasticamente reduzida. Portanto o parasitoide deve ser utilizado para controle em áreas onde a lagarta da soja está sendo controlada com produtos biológicos (B. anticarsia ou B. thuringiensis), ou está se fazendo uso de produtos fisiológicos com alta taxa de seletividade. Para o controle no período crítico de desenvolvimento de vagens e formação das sementes faz-se a liberação de 5000/ha adultos do parasitoide, sendo 10 está podendo ser feita com ovos (3 cartelas/ha) colocadas um a dois dias antes da emergência dos adultos. A melhor eficiência é quando se faz a liberação no final da floração, época em que os percevejos estão começando a colonização nas bordas, ressaltando-se que mesmo após a liberação é importante continuar o trabalho de monitoramento da população de percevejos (amostragens). Sendo quando não houver percevejos na área, não usar o parasitoide, pois este necessita do hospedeiro para sua multiplicação, ou também na situação em que o número de percevejos já esteja próximo ao nível de dano econômico (4 percevejos/ pano). O autor ainda cita que devido à abundância do percevejo marrom (E. heros) atualmente se utiliza a liberação de ovos Telenomuspodisi, pelo fato de ter preferência por massas de ovos pequenas. Em relação às pragas de solos (Corós e o percevejo castanho da raiz) são pragas de difícil controle e por isso não possuem um MIP definido, até mesmo o controle químico não é eficiente, as únicas medidas é o revolvimento do solo, rotação de culturas, e não efetuar o plantio quando observado alta população dessas pragas no agro ecossistema. O bom manejo do solo, com adubações ajuda também no controle destas pragas (IBIDEM). Portanto, como comprova Corrêa-Ferreira (2010) em pesquisas feitas em Castelândia – GO, comparando o MIP, sendo manejo integrado (MI), e manejo biológico (MB), em relação ao manejo do produtor (MP), com a cultura da soja, comprovou-se que o MI e MB sempre houve menores índices populacionais de lagartas, onde em nenhum dos tratamentos o nível de ação (20 grandes > 1,5 cm)/ m foi ultrapassado. Sendo também as aplicações de inseticidas menores, comparando-se as repetições e volumes aplicados no MP (5 aplicações no final do ciclo da cultura em MP, e 3 aplicações no MI). Comprovando também os menores custos com o uso de agroquímicos. Este demonstra em resultado não somente a eficácia do MIP em relação ao manejo convencional utilizado pelo produtor, demonstra os diversos benefícios sociais, financeirose de saúde. Porém este manejo deve ser adotado de forma rápida, com assistência técnica, e principalmente com eficiência diante do que é proposto para que os resultados sejam obtidos, como revela o estudo isso ainda não acontece com o MIP, na maioria das vezes que é proposto e executado. 11 Referências CARVALHO, L. C.; FERREIRA, F. M.; BUENO, N. M. Importância econômica e generalidade para o controle da lagarta falsa-medideira na cultura da soja. Enciclopédia Biosfera, centro cientifico conhecer, Goiânia, v.8, n.15, p.1021, 2012. CARVALHO, N. L.; BARCELOS, A. L. Adoção do manejo integrado de pragas baseado na percepção e educação ambiental. Revista eletrônica em gestão, educação e tecnologia ambiental, v.5, n.5, p. 749-766, 2012. CORRÊA-FERREIRA, B. S.; ALEXANDRE, T. M.; PELLIZZARO, E. C. et al. Praticas de manejo de pragas utilizadas na soja e seu impacto sobre a cultura. Embrapa. Circular técnica 78. Londrina - PR, Junho 2010. EMBRAPA SOJA. 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