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FERNANDO R. C. FILHO_Revisão bibliográfica_ Manejo Integrado de Pragas1.1

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO – 
CAMPUS RIO VERDE 
AGRONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA 
 
 
 
 
 
 
 
 
FERNANDO RODRIGUES CABRAL FILHO 
GIOVANI SANTOS MORAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO VERDE 
2013 
 
 
 
CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA 
 
 
 
 
 
 
FERNANDO RODRIGUES CABRAL FILHO 
GIOVANI SANTOS MORAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Orientador: Prof. Dr. Elbo Lacerda Ramos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO VERDE 
2013 
 
Trabalho para avaliação de complemento 
da nota do bimestre, como requisito da 
disciplina de Metodologia científica do 
Instituto Federal Goiano – Campus Rio 
Verde. 
3 
 
 
 
 
Introdução 
 
A descoberta da agricultura pelo homem ocorreu tem apenas 10 mil anos, em relação a 
grandes acontecimentos como a evolução da fotossíntese e a dos insetos, é um evento recente, 
porém que mudou a história do mundo, e do estilo de vida da população global. A 
consequência do seu descobrimento foram os estoques de suprimentos de alimentos e a 
fixação do homem no campo, entre outros, até se chegar ao século XXI, na revolução gênica 
com a biotecnologia (WAQUIL, 2002). 
Após esse contato do homem com a terra vieram várias teorias ao longo dos anos, 
como por exemplo, as de escassez de alimentos devido o alto crescimento da população 
mundial. Porém não é apenas o alto índice de crescimento demográfico, perdas no transporte, 
desperdício, e falta de acesso que causam essa escassez. As plantas invasoras, insetos e 
doenças são responsáveis desde a perda da produtividade, até o momento do beneficiamento 
onde pesa no bolso do consumidor, sendo esses problemas com as pragas uma consequência 
direta da descoberta e prática agrícola (IBIDEM). 
Devido ao quebra-cabeça enfrentado pelos produtores para diminuir estas perdas 
causadas pelas pragas, exemplo disso é a resistência de certas pragas aos pesticidas, o 
aparecimento de novas pragas, ou até mesmo aquelas que eram consideradas secundárias, 
passaram a ser problema. Migração de insetos para outras culturas, efeitos adversos do mal 
uso de inseticidas sobre inimigos naturais, impacto ambiental pelo uso excessivo de 
pesticidas, dentre tantos outros obstáculos. Portanto foi-se preciso, e até mesmo obrigatório o 
surgimento de um novo conceito para manejo/controle de pragas, tendo como objetivo 
eliminar certos problemas, e minimizar outros (CARVALHO, L. et al., 2012). 
Este novo conceito é denominado de Manejo Integrado de Pragas (MIP), além do seu 
impacto social e ambiental, este teve uma grande influência na venda de produtos químicos 
agrícolas. Além do que, há as diversas toneladas de produtos agroquímicos que deixaram de 
serem jogados no meio ambiente, isto acontece pelo fato de que o principal e fundamental 
motivo do surgimento desse manejo é propor um controle de insetos agrícolas baseado em 
critérios técnicos, níveis de ação e controle. Estes critérios podem ser obtidos através de 
monitoramento das pragas na lavoura (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). 
 
 
O MIP é um sistema de controle de pragas que procura preservar e aumentar 
os fatores de mortalidade natural das pragas pelo uso integrado de métodos 
4 
 
 
 
de controle selecionados com base em parâmetros técnicos, econômicos, 
ecológicos e sociológicos. Este sistema também é conhecido como manejo 
ecológico de pragas (MEP) e manejo agroecológico de pragas (MAP), 
(PICANÇO 2010, p. 1), substituindo assim o manejo convencional
1
 já 
utilizado para controle. 
 
Porém mesmo com sua adoção parcial, e total ao longo do tempo o MIP sofre várias 
dificuldades para sua implantação, além da falta de atenção do produtor ao monitoramento, e 
também a falta de qualificação técnica para esse tipo de trabalho, a saída mais prática ainda na 
concepção do produtor são os agrotóxicos (CARVALHO, N. et al., 2012). 
Segundo Yamamoto et al., (2003) o controle biológico possui posição de destaque 
dentro deste novo conceito de controle de pragas, sendo responsável pelo controle e equilíbrio 
do nível de insetos. A tendência natural do MIP é fornecer aos inimigos naturais das pragas 
melhores condições para sua prevalência territorial dentro do sistema de cultivo, sendo assim 
um desequilíbrio ecológico benéfico. Entende-se o uso de produtos seletivos, ou seja, o 
produto químico utilizado seleciona a praga no agro ecossistema, não afetando a população de 
inimigos naturais da mesma. Isso se resume a um conceito do MIP, a seletividade
2
 biológica e 
níveis de ação dos produtos agroquímicos utilizados. 
Quando se prática a pulverização, pode se levar a morte não somente da praga alvo, 
mais também de seus inimigos naturais, acarretando devido a sua mortalidade efeitos 
indesejáveis como o aumento do custo de produção. Os inimigos naturais por si só já atuam 
no controle natural das pragas alvo, evitando surtos de pragas secundárias e auxiliando no 
retardamento da resistência de pragas perante os produtos fitossanitários. Por esse fato que o 
produto agroquímico ideal perante o MIP é aquele que elimina apenas as pragas visadas e 
preserve os artrópodes benéficos (IBIDEM). 
Portanto como define Carvalho, N. et al., (2012), o MIP é um conjunto de ações a 
serem compreendidas dentro do controle eficiente, não se aplica apenas o método da 
 
1
Neste sistema de controle adota-se geralmente o método químico quando há a presença das pragas prejudiciais, 
independendo de outros fatores. Seu uso é devido à falta de informação técnica adequada e o pouco fomento 
desse sistema perante o governo e normas públicas, entretanto seu uso promove muitas perdas como o aumento 
do custo de produção, problemas ambientais e de saúde. 
2
É definida em dois parâmetros, seletividade fisiológica e ecológica. Fisiológica é quando inseticidas, em relação 
às diferenças fisiológicas entre pragas, eliminam estas a uma porcentagem que não afeta os inimigos naturais. A 
ecológica é o efeito seletivo dos produtos agroquímicos com base nas diferenças biológicas das pragas e seus 
respectivos inimigos naturais, ou seja, a técnica utilizada de forma em que o produto não afete diretamente a 
população de inimigos naturais inseridos no contexto do agro ecossistema. Quanto ao aperfeiçoamento de 
aplicação, onde se baseia na redução da dosagem, baixa persistência, aplicação seletiva, inseticidas sistêmicos, 
tratamento de sementes e granulados no plantio. E também em relação a comportamental, onde se baseia no uso 
de atraentes, com utilização de armadilhas de luz e feromônios. 
 
5 
 
 
 
aplicação de produtos agroquímicos, mais sim antes desse manejo se aplica a amostragem e a 
visualização através dos índices de danos e controle de cada praga, onde deve-se ter em 
conhecimento a nível de campo e técnico, não apenas o ciclo da cultura, mais o ciclo de vida 
dos insetos pragas, sua população, inimigos naturais e sua população, produtos químicos 
seletivos disponíveis no mercado, o melhor método de amostragem a ser usado, épocas de 
plantio e de maior incidência das pragas, os patógenos relacionados ao agro ecossistema 
trabalhado, característica da região em relação as condições de crescimento e incidência de 
insetos, variedades de cultivares com resistência aos insetos praga. Portanto o MIP segue um 
procedimento onde se executa a diagnose das pragas, posteriormente a amostragem, onde está 
dirá se haverá o controle ou não segundoestudos já realizados, e no decorrer do ciclo se 
aplica técnicas para evitar o aparecimento dessas pragas, como por exemplo, a mantença dos 
inimigos naturais no agro ecossistema. E assim se consegue não apenas um eficiente controle, 
como também redução de custos, menores perdas, e uma consciência ambiental e de saúde 
criada através da redução do uso de agrotóxicos. 
 
Manejo Integrado de Pragas da Soja (MIP-Soja) 
 
A utilização e conservação desses inimigos naturais ou agentes de controle biológicos 
dentro dos sistemas agropecuários é um dos principais delineamentos estratégicos de controle 
de pragas do MIP. Sendo a partir de esse parâmetro definir e conhecer os níveis de ação dos 
produtos agroquímicos sobre os inimigos naturais determinando assim sua seletividade e 
compatibilidade com a cultura e o sistema que será adotado o manejo (FILHO et al., 2003), 
devido a sua importância econômica uma das primeiras culturas a ser implantado o MIP foi a 
cultura da soja. A tecnologia de Manejo Integrado de Pragas da soja (MIP-Soja) foi 
incorporada no Brasil na década de 1970, e tem sido aperfeiçoada até os dias atuais, 
principalmente pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) sendo 
referencia no mundo em sistemas de manejo de pragas. Está tecnologia promove o 
delineamento, para orientação na tomada de decisão do controle de pragas com base no 
conjunto de dados relacionados à cultura, densidade insetos alvo, e inimigos naturais, 
resistência da cultura a danos, seletividade dos produtos fitossanitários utilizados. Assim o 
monitoramento do agro ecossistema, a identificação das pragas e dos inimigos naturais, o 
conhecimento do estádio fenológico da planta, e dos níveis de ação são importantes 
componentes do MIP-Soja (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). 
6 
 
 
 
Está cultura representa a nível mundial a principal oleaginosa, devido a sua 
importância animal (farelo de soja), e consumo humano (óleo). Nacionalmente a partir de 
1970 a sua produção começou a crescer, devido ao incremento de tecnologias e importância 
agroindustrial. Nos anos de 1990 a agricultura brasileira passou por um processo de 
modernização do sistema de produção agrícola, favorecendo assim o crescimento do 
complexo da soja no país (SILVA et al., 2011). 
O desenvolvimento do Brasil conta principalmente com a participação da agricultura, 
onde no ano de 2011 o PIB do agronegócio alcançou R$ 46,6 bilhões no terceiro trimestre, 
sendo a sojicultora no mesmo ano, movimentou 24 bilhões de dólares apenas na exportação. 
A expectativa é de que para a safra 2012/2013 o Brasil passará a ser o maior produtor de soja, 
ultrapassando os Estados Unidos, devido à quebra da safra americana (CARVALHO, L. et al., 
2012). 
A produção estimada na safra 2010/2011 foi de 75 milhões de toneladas, sendo uma 
produtividade média de 3.106 kg ha
-1
 em uma área de 24,2 milhões de hectares. Indo para 
primeiro em exportação do complexo da soja (EMBRAPA, 2011). O Brasil, segundo dados 
até a safra 2008/2009, a nível mundial era o segundo maior produtor, processador, e 
exportador (soja, farelo, e óleo). Porém apesar das diversas vantagens que o país apresenta 
para alta produção da soja, este também apresenta vários desafios, que se superados poderão 
alavancar a produção (SILVA et al., 2011). 
Segundo Carvalho, L. et al., (2012) a fronteira agrícola nacional é potencialmente 
favorável e poderosa, onde o autor cita que pelo potencial de onde e como crescer, estima um 
salto na produção da cultura em mais de 40% até o ano de 2020, enquanto que o maior 
produtor atualmente, os EUA, apenas 15%. Se essa projeção se confirmar o Brasil atingirá a 
produção de 105 milhões de toneladas, quando se tornará o maior produtor e exportador a 
nível mundial dessa commodity
3
. Hoffmann-Campo et al., (2000) afirmam que mesmo com 
todo esse cenário favorável à cultura ao longo dos anos vem sendo atacada cada vez mais por 
diversas pragas durante todo o seu ciclo fenológico. Como por exemplo, o complexo das 
lagartas que provocam redução na área foliar, prejudicando assim a fotossíntese da planta. 
O controle dessas principais pragas, portanto deve ser efetuado através do MIP, afirma 
Carvalho, N. et al., (2012) que o principal problema enfrentado nos últimos anos para os 
 
3
Definição: significa mercadoria, sendo um termo de referência de produtos de base em estado bruto, 
considerado “matéria-prima”. Além deste, é aquele produto que apresenta grau mínimo de industrialização. Em 
geral são produzidos em grande quantidade por vários produtores. São produtos “in natura” provenientes de 
cultivo ou de extração. Apresentam nível de negociação global. 
7 
 
 
 
sojicultores é o ataque das pragas à cultura da soja, assim estes estão optando a lançar mão do 
manejo convencional, ou seja, o químico, e estão adotando o MIP. 
 
 
Como parte do MIP-Soja, vários métodos como o biológico e o químico 
podem ser utilizados para o controle das principais pragas. Além disso, a 
rotação de culturas e a manipulação de época de semeadura têm sido 
recomendadas principalmente para insetos de ciclo longo (HOFFMANN et 
al., 2000, p. 11). 
 
 
As pragas da soja dentro do MIP são classificadas segundo Picanço (2010), como: 
Pragas diretas: atacam a parte comercial da cultura como, por exemplo, os percevejos em 
geral. Normalmente essas pragas tendem a aparecer já na fase final do processo reprodutivo 
da soja; e Pragas indiretas: atacam a parte da planta não comercial, ou seja, afetam 
indiretamente a parte comercial da cultura. Por exemplo, a lagarta da soja (Anticarsia 
gemmatali) sendo seu dano à desfolha da soja. Normalmente essas pragas tendem a aparecer 
no estágio inicial, ou de crescimento da cultura (vegetativo). 
A amostragem é de fundamental utilização nesse manejo, ela avalia a unidade de 
pragas e de inimigos naturais presentes na área ou planta avaliada. Está deve ser 
representativa em relação a todo o talhão. Os períodos podem ser semanalmente, 
quinzenalmente, isso depende da incidência e época. A amostragem é feita de forma fixa, ou 
variável, onde a quantidade de amostras muda de talhão para talhão e repetição. Porém ambos 
levam em consideração os níveis populacionais (IBIDEM). 
Leva-se em conta o tamanho da área, definindo-se: até 10 ha
-1
/6 pontos de 
amostragem; 10 – 30 ha-1 /8 pontos; 31 – 100 ha-1 /10 pontos, e > 100 ha-1/subdividir em 
talhões menores (IBIDEM). 
Em relação às lagartas desfolhadoras e dos percevejos, as amostragens são realizadas 
com um pano de batida, de cor branca com 1 metro de comprimento. Onde colocasse entre 
duas fileiras de soja e deve-se sacudir as plantas sobre o pano, assim com a queda dos insetos, 
pode-se fazer a contagem e tomar a decisão de controlar ou não com produtos químicos, isso 
segundo dados de pesquisa. Repetindo-se esse procedimento por diversas vezes dentro do 
talhão (EMBRAPA, 2011). 
Para percevejos segue-se a seguinte indicação: 1) as amostras devem ser realizadas nos 
horários mais frescos do dia, onde os percevejos se movimentam menos; 2) realizadas nas 
bordas com maior intensidade, pois é onde acontece o ataque primário dos percevejos; 3) 
repetições semanais, no inicio de formação das vagens (R3) até a maturação (R7), e 4) usar 
8 
 
 
 
pano de batida de 1 metro de comprimento, para comparação exata com os estudos de níveis 
de controle (IBIDEM). 
Segundo Embrapa (2011) os níveis de dano para a tomada de decisão para controle são 
consultados segundo estudos já estabelecidos, onde: para lagartas desfolhadoras (A. 
gemmatalis e P. includens) deve-se controla-las quando há 20 lagartas adultas (> 1,5 cm) por1m, ou se a desfolha for de aproximadamente 30% antes da floração, e 15% na aparição das 
primeiras flores. Para o controle com Baculovírus, considerar para controle a quantidade de 
20 lagartas pequenas, ou 15 lagartas pequenas e 5 grandes por 1m. Em momentos de seca e 
com plantas de 50 cm de altura, reduzir este valor pela metade. O controle de percevejos 
dentro do agro ecossistema deve ser efetuado quando encontrar 2 percevejos adultos ou ninfas 
com mais de 0,5 cm em 1m. Em lavouras de produção de semente, reduzir este número pela 
metade (1 percevejo/m). Lagarta das vagens o nível de controle a se considerar é de 10% das 
vagens atacadas. 
Afirma Picanço (2010) que o nível de controle para a Broca das axilas até formação 
das vagens é de 30% das ponteiras atacadas, e para Broca das vagens, sendo formação e 
enchimento de grãos, 10% de vagens atacadas, ou 20 lagartas por amostragem. Segundo 
Hoffmann-Campo et al., (1999) para as pragas de solo efetuar a cada 10ha
-1 
4 amostras de 
solos centradas, sendo do tamanho de 1m e 25 cm de profundidade, onde se encontrado de 3 a 
6 larvas/m² (1 a 2 se tornaram adultas), sendo preciso efetuar os manejos. 
As táticas de controle podem ser divididas em vários métodos, como: Controle cultural 
para percevejos: fazer uso de variedades de ciclo curto (sai da época de maior população); 
fazer plantios em diversas épocas, e uso de armadilhas nas bordas, com variedades de ciclo 
menor para atração dos percevejos, sendo controlados com uso de inseticidas. Para lagartas, a 
época de plantio e uso de diferentes espaçamentos influenciam diretamente nas populações de 
lagartas desfolhadoras. Larvas de coleópteros: executar o preparo do solo para exposição das 
larvas contra o sol e ataque de pássaros. Também existe o controle por comportamento; 
resistência de plantas; controle químico, e controle biológico aplicado (PICANÇO, 2010). 
 
 
 Lagarta-da-soja (A. gemmatalis): Dar preferência, sempre que possível, à 
utilização do Baculovirus, na dose de 20 g/ha de lagartas mortas pelo próprio 
vírus (aproximadamente 50 lagartas/ha), maceradas em um pouco de água, 
ou 20g/ha da formulação em pó molhável. Em situações nas quais a 
população de lagartas grandes já tenha ultrapassado o limite para a aplicação 
de Baculovírus puro (mais que 5 lagartas grandes/m) e for inferior ao nível 
preconizado para o controle químico (20 lagartas grandes/m), o Baculovírus 
9 
 
 
 
pode ser utilizado em mistura com o inseticida profenofós ou com 
endossulfam, na dose de 30 g i.a./ha e 35 g i.a./ha, respectivamente.O 
preparo do material deve ser feito batendo-se a quantidade de lagartas mortas 
ou o pó, juntamente com a água, em liquidificador, e coando a calda em 
tecido tipo gaze, no momento de transferir para o tanque do avião ou do 
pulverizador. Caso a aplicação tenha início pela manhã, o preparo do 
material pode ser realizado durante a noite anterior. No caso de aplicação por 
avião, usar a mesma dose, empregando água como veículo, na quantidade de 
15 l/ha, ajustar o ângulo da pá do “micronair” para 45 a 50 graus, estabelecer 
a largura da faixa de deposição em 18 m e voar a uma altura de 3 a 5 m, a 
105 milhas/hora, com velocidade do vento não superior a 10 km/h. Em caso 
de ataques da lagarta-da-soja no início do desenvolvimento da cultura 
(plantas até o estádio V4 - três folhas trifolioladas), associados com períodos 
de seca, o controle da praga deverá ser realizado com outros produtos 
seletivos e indicados, visto que, nessas condições, haverá necessidade de 
controle rápido das lagartas, caso contrário poderá ocorrer desfolha que 
prejudicará o desenvolvimento das plantas (EMBRAPA, 2011, p. 179). 
 
 
Ainda em relação ao ataque de lagartas da soja existe uma variedade de inseticidas 
químicos, quanto biológicos, como o B. anticarsia, e Bacillus thuringiensis var. kurstaki 
(Berliner), sendo um tipo de bactéria que possui uma toxina específica para lepidópteros, onde 
paralisa o intestino da lagarta, estas param de se alimentar, e poucos dias depois morrem. O 
autor também reforça o uso de produtos químicos seletivos quando o ataque ocorrer no início 
da cultura (três trifólios) com período de seca, isso para evitar a desfolha que prejudicaria o 
crescimento (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). 
Os percevejos, dependendo do caso não é necessário o controle químico em toda a 
área, e sim apenas nas bordas, onde começa o ataque desta praga. Uma das alternativas 
econômicas para controle é o uso de sal de cozinha (cloreto de sódio), sendo da seguinte 
forma: usa-se apenas metade da dose indicada do inseticida, misturada a uma solução de 0,5% 
de sal (500g de sal, para cada 100 litros de água), sendo primeiro faz-se a salmoura, e 
posteriormente se mistura a calda. Para o não aumento da população de resistentes ao 
inseticida utilizado, indica-se não se fazer uso de inseticidas com mesmo modo de ação na 
mesma área de forma repetida (EMBRAPA, 2011). 
Pode-se fazer o controle dos percevejos biologicamente, afirmam Hoffmann-Campo et 
al., (2000) com o T. basalis, este ocorre naturalmente nas lavouras de soja, porém com o uso 
incorreto de inseticidas, sua população foi drasticamente reduzida. Portanto o parasitoide deve 
ser utilizado para controle em áreas onde a lagarta da soja está sendo controlada com produtos 
biológicos (B. anticarsia ou B. thuringiensis), ou está se fazendo uso de produtos fisiológicos 
com alta taxa de seletividade. Para o controle no período crítico de desenvolvimento de 
vagens e formação das sementes faz-se a liberação de 5000/ha adultos do parasitoide, sendo 
10 
 
 
 
está podendo ser feita com ovos (3 cartelas/ha) colocadas um a dois dias antes da emergência 
dos adultos. 
A melhor eficiência é quando se faz a liberação no final da floração, época em que os 
percevejos estão começando a colonização nas bordas, ressaltando-se que mesmo após a 
liberação é importante continuar o trabalho de monitoramento da população de percevejos 
(amostragens). Sendo quando não houver percevejos na área, não usar o parasitoide, pois este 
necessita do hospedeiro para sua multiplicação, ou também na situação em que o número de 
percevejos já esteja próximo ao nível de dano econômico (4 percevejos/ pano). O autor ainda 
cita que devido à abundância do percevejo marrom (E. heros) atualmente se utiliza a liberação 
de ovos Telenomuspodisi, pelo fato de ter preferência por massas de ovos pequenas. Em 
relação às pragas de solos (Corós e o percevejo castanho da raiz) são pragas de difícil controle 
e por isso não possuem um MIP definido, até mesmo o controle químico não é eficiente, as 
únicas medidas é o revolvimento do solo, rotação de culturas, e não efetuar o plantio quando 
observado alta população dessas pragas no agro ecossistema. O bom manejo do solo, com 
adubações ajuda também no controle destas pragas (IBIDEM). 
Portanto, como comprova Corrêa-Ferreira (2010) em pesquisas feitas em Castelândia 
– GO, comparando o MIP, sendo manejo integrado (MI), e manejo biológico (MB), em 
relação ao manejo do produtor (MP), com a cultura da soja, comprovou-se que o MI e MB 
sempre houve menores índices populacionais de lagartas, onde em nenhum dos tratamentos o 
nível de ação (20 grandes > 1,5 cm)/ m foi ultrapassado. Sendo também as aplicações de 
inseticidas menores, comparando-se as repetições e volumes aplicados no MP (5 aplicações 
no final do ciclo da cultura em MP, e 3 aplicações no MI). Comprovando também os menores 
custos com o uso de agroquímicos. Este demonstra em resultado não somente a eficácia do 
MIP em relação ao manejo convencional utilizado pelo produtor, demonstra os diversos 
benefícios sociais, financeirose de saúde. Porém este manejo deve ser adotado de forma 
rápida, com assistência técnica, e principalmente com eficiência diante do que é proposto para 
que os resultados sejam obtidos, como revela o estudo isso ainda não acontece com o MIP, na 
maioria das vezes que é proposto e executado. 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
Referências 
 
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generalidade para o controle da lagarta falsa-medideira na cultura da soja. Enciclopédia 
Biosfera, centro cientifico conhecer, Goiânia, v.8, n.15, p.1021, 2012. 
CARVALHO, N. L.; BARCELOS, A. L. Adoção do manejo integrado de pragas baseado na 
percepção e educação ambiental. Revista eletrônica em gestão, educação e tecnologia 
ambiental, v.5, n.5, p. 749-766, 2012. 
CORRÊA-FERREIRA, B. S.; ALEXANDRE, T. M.; PELLIZZARO, E. C. et al. Praticas de 
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FILHO, B. A.; RAMIRO, Z. A.; LEITE, L. Z. et al. Manejo integrado de pragas em soja: 
Impacto de inseticidas sobre inimigos naturais. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.70, n.1, p.61-
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HOFFMANN-CAMPO, C. B.; MOSCARDI, F.; CORRÊA-FERREIRA, B. S. Pragas da soja 
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PICANÇO, M. C. Manejo integrado de pragas. Departamento de biologia animal. Viçosa -
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