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DIDATICA CONTEUDO ON LINE

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DIDÁTICA
A Didática como campo de estudos tem se constituído desde o século XIX a partir da contribuição de Comênio, Dewey, entre outros. Inicialmente preocupada em sistematizar os processos e técnicas de ensino, hoje a Didática é uma campo de estudos acerca do fazer pedagógico. Portanto, ao tomar a prática pedagógica como objeto de reflexão acaba por constituir-se como uma disciplina síntese, para onde fluem saberes das diferentes Ciências da Educação. Tem assumido um papel destacado nos cursos de Pedagogia procurando contribuir para a formação de profissionais comprometidos com um projeto histórico e ético.
Aula 01 - Didática: Campo de Estudos e Práticas
Ao final desta aula, você será capaz de:
identificar a Didática como um campo de estudos e práticas;
comparar as diferentes perspectivas teóricas que marcam o campo da Didática;
analisar as tensões e perspectivas que se colocam no debate da Didática hoje;
identificar os elementos e as dimensões da situação didática.
O que é Educação?
A educação nos acompanha por toda a vida. A todo o momento estamos aprendendo, ensinando, nos educando e participando da educação de alguém.
Isso implica dizer que a educação:
É um processo social
É resultado da interação entre os homens
Envolve a transmissão, reelaboração e produção de saberes, valores, modos de sentir, agir e pensar.
Assim, a educação é um processo que guarda múltiplas dimensões: pessoal, social, econômica, política, filosófica. Diz respeito a processos individuais de aprendizagem, a dinâmicas de grupos e culturas, a determinantes e estruturas de produção e poder, a concepções de mundo e de homem.
Toda sociedade tem um projeto de desenvolvimento e, dentro dele, idealiza um papel para a educação.
Política ou projeto educacional conservador - Por exemplo, uma política ou um projeto educional conservador tende a reproduzir a forma como a sociedade está organizada. Tem como objetivo principal garantir que os sujeitos se tornem aptos a trabalhar pela continuidade desse sistema, gerando assim, harmonia social.
Política ou projeto educacional transformador – por outro lado, uma política ou um projeto educacional transformador procura modificar a forma como a sociedade está organizada. Nesse caso, a educação objetiva promover a consciência critica dos sujeitos e incentivar a organização social. E assim, cada grupo social, dependendo de sua visão sobre a sociedade, irá defender ou rechaçar um modelo educativo.
Portanto, não podemos falar de uma educação, mas de educações. Afinal, a educação não é a mesma em todos os tempos e em todas as partes. “se considerarmos varias sociedades e varias épocas históricas, veremos que há diferentes ideias educativas” (piletti, 1995). A educação é um processo histórico.
Embora o pensamento educacional venha se constituindo desde a antiguidade, a Didática surge como uma resposta aos desafios que se colocam para a educação com a emergência da escola. Nesse momento, a instrução popular é fundamental para a reforma religiosa, sendo necessário, portanto, encontrar um modo de normatizar a prática docente e racionalizar o ensino tornando-o mais eficiente.
Conheça alguns dos pensadores que contribuíram de forma valiosa para a Didática.
Comenius (1592-1670) - Comenius é reconhecido como o pai da Didática Moderna e um dos maiores educadores do século XVII. Ele escreveu a Didáctica Magna, definida como “tratado da arte universal de ensinar tudo a todos”. 
Esse pensador comparava a arte de ensinar com o trabalho do jardineiro no cuidado das plantas – educadores devem semear na alma dos jovens boas lições e cuidar/regar para que floresçam. 
Inspirado nas proposições de Bacon, Comenius propunha um ensino do fácil para o mais difícil, das coisas às ideias, do particular para o geral, sem pressa.
Herbart  (1776-1847)  - Herbart propõe uma abordagem científica para a educação e funda as bases teóricas da Didática na Filosofia e na Psicologia (“a ética determina os fins da educação e a psicologia regula seus meios”). Para ele, a educação moral deveria desenvolver na alma da criança o desenvolvimento de uma inteligência e uma vontade adequadas. 
Herbart toma a experiência sensível como fonte de conhecimento, mas não a única, pois, “à medida que elementos primários são experimentados, os conhecimentos posteriores são adquiridos com base nos primeiros”, num processo cumulativo, onde o homem passa a formular representações acerca de sua experiência. 
Ele desenvolveu um método de cinco passos que o celebrizou:
1º) recordar os conhecimentos já aprendidos;
2º) apresentar o conhecimento novo (transmissão);
3º) comparar o conhecimento novo com o velho (assimilação);
4º) levar a generalização;
5º) aplicação de exercícios.
As proposições apresentadas anteriormente se opuseram a educadores que deslocavam a centralidade do ensino para a aprendizagem na abordagem dos processos pedagógicos.
DEWEY 1859-1952 – Dewey fazendo severa crítica ao modelo tradicional da escola, baseado na transmissão/assimilação de conhecimentos, propõe um modelo renovado. 
Modelo tradicional 
Pedagogia Tradicional
Surge no momento de consolidação do capitalismo e da escola moderna como uma resposta aos processos de racionalização das instituições. 
Objetivo: exercitar a inteligência e formar o senso moral - preparar o intelectual. 
Conhecimentos: são tidos e passados como verdades absolutas, independentes da experiência. Sua apreensão se dá por mera memorização.
Avaliação: é centrada no produto do trabalho. Uso de testes e provas.
Relação professor-aluno: o aluno é visto como um receptor passivo, inserido em um mundo que irá conhecer pelo repasse de informações. O professor é tido como uma figura de autoridade, centro dos processos pedagógicos. A disciplina é utilizada como mecanismo de controle e garantia de que o conhecimento seja conseguido independente do interesse do aluno.
Metodologia: aulas expositivas, atividades de repetição e memorização, exercícios, “lições de casa”. Privilégio do verbal, escrito e oral.
Modelo renovado
Pedagogia Renovada
É a chamada Pedagogia Nova ou Escola Nova, origina-se em movimento pedagógico nos Estados Unidos e na Europa no final do século XIX, influenciando o Brasil por volta dos anos 1930. O movimento escolanovista criticou a “escola tradicional” e propôs uma “escola nova”, fundada nas novas ciências e em uma visão multidimensional do homem.
Objetivo: desenvolver a inteligência, considerando seus determinantes biopsicossociais - formar o homem. 
Conhecimentos: são vistos como produtos da interação do homem com o mundo, compreendidos/aprendidos a partir da experiência vivida (aprendizagem significativa).
Relação professor-aluno: o aluno é ativo, sujeito de seu processo de aprendizagem. O professor é um facilitador da aprendizagem do aluno.
Método: ensino fundamentado na atividade do aluno - aprender experimentando, aprender a aprender (Pedagogia Ativa); conteúdos e atividades organizados em torno de projetos e adequados aos diferentes níveis de aprendizado, às necessidades e interesses dos alunos. 
Avaliação: centrada no processo de aprendizagem, múltiplos critérios e instrumentos, autoavaliação.
Para Dewey, o ensino deve adequar-se aos diferentes níveis de aprendizado, as necessidades e interesses dos alunos. O professor deverá organizar os conteúdos e atividades em tono de centros de interesse e criar situações – problema estimuladoras para provocar os sentidos e a inteligência dos alunos.
Assim, em oposição a Herbert, ele propõe um método de cinco passos:
1 – colocar os alunos em atividade (experiência)
2- definir uma problemática de estudos (problematização da experiencia)
3 – buscar informações e fazer observações (coletar dados)
4 – levantar sugestões para a solução do problema (hipótese)
5 – testar as sugestões (experimentação/verificação)
Como você pôde perceber, até meados do século XX, a Didática oscilou entre dois modos de interpretar as situações de ensino-aprendizagem.
Ênfase na aprendizagem, no sujeito que aprende,seduzido a aprender.
Ênfase no ensino, no método, “como caminho que leva do não saber ao saber, caminho formal descoberto pela razão humana”. (CASTRO, 2009).
Hoje, com as intensas transformações ocorridas nos processos sociais de produção e de difusão de informação, novas reflexões sobre o papel da educação e das organizações educacionais tomam cada vez mais espaço na vida social. Diferentes tendências doutrinárias e/ou teóricas desenvolvem concepções acerca dos processos ensino-aprendizagem.
A partir de uma concepção crítica acerca dos processos educacionais, mais que uma visão universalizante sobre os processos ensino-aprendizagem, é preciso considerar os contextos onde eles se dão, as cotidianidades e sentidos que eles constroem. Assim, a Didática passa a ser vista como “Uma reflexão sistemática e busca de alternativas para os problemas da prática pedagógica”. (CANDAU, 2004).
Concepção crítica
Pedagogia Crítica
Surge nos fins da década de 1950, em contraposição à escola que reproduz o sistema e as desigualdades sociais. Propõe uma educação como instrumento de libertação do homem e transformação da realidade/sociedade.
Objetivo: preparar o aluno para participação ativa, consciente e crítica na sociedade – formar o cidadão.
Conhecimentos: são construídos nas relações entre os homens, são culturais e históricos, sempre reavaliados frente à realidade social
Relação professor-aluno: é dialógica e democrática – os alunos e professores são vistos como sujeitos socioculturais que criam cultura no ato de conhecer. A prática pedagógica é vista como práxis - prática política. Assim, o professor é engajado, faz a mediação crítica entre a realidade, o conhecimento e os alunos. 
Método: parte de temas geradores extraídos da vida dos alunos, saber do próprio aluno; rodas de leitura, discussão/debate com vistas a desvelar contradições que engendram os processos de dominação. 
Avaliação: avaliação dialógica, mediadora, mais voltada para a reflexão dos processos pedagógicos do que para o desempenho dos alunos.
Dentro da perspectiva crítica, é preciso que todo educador desenvolva uma visão contextualizada e multidimensional dos processos pedagógicos. Que desenvolva um senso crítico capaz de analisar os fins sociais e específicos das práticas pedagógicas, vivenciadas numa determinada cultura e sociedade a partir dos elementos que constituem a situação didática: os sujeitos (o professor, o aluno), os espaços, os saberes, as metodologias de ensino (os procedimentos e os recursos).
Na concepção crítica de educação, o trabalho do professor se desenvolve a partir de recursos, procedimentos e relações organizadas dentro da escola, visando à aprendizagem de um saber sistematizado pelo aluno. Mas, o trabalho pedagógico desenvolvido pela escola não possui um fim em si mesmo.
Por meio do ato de ensinar, a escola concretiza finalidades educativas especificas no contexto da sociedade CANDAU 2004
Por isso, é preciso considerar os diferentes elementos e dimensões que envolvem a situação didática.
As diferentes dimensões
Dimensão técnica – o processo ensino-aprendizagem é uma atividade intencional, com recursos, procedimentos e situações organizadas a partir de princípios filosófico-pedagogicos e com determinados objetivos.
Dimensão político – cultural – o processo ensino-aprendizagem acontece num determinado ambiente educacional e contexto histórico.
Dimensão humana – o processo ensino-aprendizagem se realiza através da interação entre pessoas, com seus sentimentos e ideias, provocando afetos e conflitos.
A condição para um professor assumir o papel de sujeito nos processos pedagógicos é:
Reconhecer que a prática pedagógica não está desvinculada da pratica social mais ampla.
Assumir um compromisso com a sua competência política e técnica, como sujeito que se coloca diante do mundo;
Encontrar em si o que o mobiliza, o que provoca o seu desejo e sua alegria no ensinar;
Descobrir e dar forma a sua intencionalidade, a sua vontade;
Começar a se questionar e a procurar respostas aos desafios que a pratica pedagógica nos coloca todos os dias.
Nessa disciplina, vamos refletir sobre essas questões. Provavelmente, nem todas as respostas serão encontradas, mas certamente, aprenderemos a fazer boas perguntas.
1. Leia as afirmativas abaixo e assinale a opção correta.
 
A partir do que foi apresentado na aula telepresencial, podemos dizer que:
A - A Didática surgiu na Antiguidade, para garantir a educação da elite aristocrática.
B - O campo da Didática se constituiu como um esforço de racionalização dos processos pedagógicos.
C -  Comenius pode ser considerado o fundador da Didática.
D - A Didática pretendia normatizar a prática docente.
 1) Verdadeiro – Verdadeiro – Falso – Verdadeiro. 
 2) Falso – Verdadeiro – Verdadeiro – Falso. 
 3) Falso – Verdadeiro – Verdadeiro – Verdadeiro. 
 4) Verdadeiro – Verdadeiro – Verdadeiro – Falso.
2. (SESI-SP, 2004). “O processo ensino-aprendizagem, para ser adequadamente compreendido, precisa ser analisado de tal modo que articule consistentemente as dimensões humana, técnica e político-social. O difícil é superar uma visão reducionista, dissociada ou justaposta da relação entre as diferentes dimensões e, partir para uma perspectiva em que a articulação entre elas é o centro configurador da concepção do processo ensino-aprendizagem.” Segundo Candau, a didática se situa numa perspectiva de:
 1) Organização das áreas do conhecimento de acordo com os temas transversais propostos nos PCNs. 
 2) Formação ao educador, para que este articule a proposta educacional da escola junto ao diretor e corpo técnico. 
 3) Multidimensionalidade, que articula organicamente as diferentes dimensões do processo ensino-aprendizagem. 
 4) Valorização da cultura da comunidade escolar como centro dos currículos escolares. 
Aula 02 - Os Espaços do Processo Ensino-Aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
conhecer os processos históricos de constituição da escola na modernidade;
compreender a dimensão pedagógica na análise das questões relativas aos espaços educacionais;
identificar a singularidade do espaço escolar, suas características, seus limites e possibilidades.
No campo educativo, fala-se muito no “ensino”, em “conteúdos”, no “aluno”, nos “recursos didáticos”, mas você já pensou como o processo educativo inclui outras dimensões como, por exemplo, o contexto social, o espaço físico e, principalmente, os objetivos que esse processo educativo deverá ter?
Pensar em um processo educacional significa ampliar o nosso campo de visão para incluir
 as diferentes formas e instâncias de socialização que estão presentes.
Os processos educacionais podem admitir diferentes formas:
*Podem ser intencionais ou não intencionais. “é intencional quando as condições educativas – objetivos, recursos, atividades- são previamente estabelecidas e arranjadas pelo grupo social. É não intencional, quando não há preparação previa das condições que levem a educação”, o indivíduo a partir da própria convivência social, vai compartilhando modos de vida (PILETTI, 1995, p.114.)
*Podem ser formais ou informais. Podem acontecer em espaços, organizações socialmente definidas para tal função, ou ocorrer em situações diferenciadas dentro ou não de espaços organizados para outros fins.
*podem se dar no âmbito de organizações públicas ou privadas. Ou seja, organizações mantidas pelo Estado, voltadas para o interesse comum, ou mantidas pelo intreresse privado.
*podem se desenvolver a partir da ação direta e/ou mediatizada. O contato pode ser estreito, pessoal, presencial entre os atores envolvidos ou a interação mediatizada por recursos tecnológicos, a distancia.
*podem envolver a participação de leigos e/ou profissional. Podem envolver trabalhadores qualificados e contratados para atuar neste campo específico, ou envolver pessoas despreparadas, embora muitas vezes bem intencionadas ou vocacionadas, sem nenhum vínculo de trabalho.
Historicamente diferentes espaços sociais têmse especializado na gestão dos processos educacionais.
A família e a comunidade são, desde os tempos mais remotos, os campos de socialização onde crianças e adolescentes têm contato com a língua, os costumes, os valores, os saberes e sentidos, que dão identidade à realidade onde vivem.
Muitas vezes, outras instituições assumem também a função de compartilhar, “ensinar” aos jovens certos princípios e práticas, tais como, os templos religiosos, as oficinas de trabalho, os clubes recreativos, os museus, as associações culturais e políticas etc. 
Desde a modernidade, a escola tem se constituído como a organização cuja função primeira tem sido disponibilizar às novas gerações, “através de atividades sistemáticas e programadas, o patrimônio cultural da humanidade”. (PILETTI, 1995, p.116).
Mesmo que ao longo dos tempos, diferentes correntes de pensamento tenham considerado diferentemente o papel da escola, os saberes válidos, as estratégias que são ou não adequadas, o fato é que a escola ainda é um espaço marcante na vida das pessoas. É a partir dela, que vivemos grande parte de nosso processo de formação identitária. 
A escola
Qualquer um nos dias de hoje é capaz de identificar uma escola. Embora sejam variadas as formas de estruturá-la, existem alguns elementos que parecem recorrentes na maioria das organizações escolares.
Do ponto de vista material
Na escola, o espaço físico, e nele os materiais, estão dispostos de modo ordenado como, por exemplo: as salas de “aula”, salas para refeições, quadras/ambientes para atividades físicas, mobiliário específico, equipamentos e materiais “didáticos”.
Do ponto de vista humano
Os processos educacionais ganham um caráter formal na escola, com papéis bem definidos para todos os envolvidos: diretores, coordenadores, professores, inspetores, merendeira/lancheiras, pessoal de limpeza e segurança, e alunos.
Quanto aos saberes
Os saberes que são trabalhados na escola são aqueles considerados válidos pela comunidade escolar. Embora frequentemente sejam disciplinarizados, é crescente o número de experiências que propõem outras formas de organização dos conhecimentos na escola
Quanto às práticas
As atividades na escola são organizadas a partir de uma programação que organiza os eventos no tempo e no espaço. Envolvem planejamento e avaliação regular segundo os objetivos/metas/fins estabelecidos.
Agora... Veja as fotos abaixo.
(Projeto de formação de professores do Parque Indígena do Xingu – MT)
As imagens mostram diferentes realidades escolares. Você não é capaz de, a partir da disposição das pessoas, dos materiais e equipamentos no espaço da escola, deduzir os princípios pedagógicos que norteiam a organização das atividades escolares?
Pois é, o espaço escolar guarda uma tipicidade própria, reconhecível por aqueles que vivem numa mesma sociedade, mas diferentes concepções de educação vão implicar em diferentes arranjos para esses elementos. (maior ou menor mobilidade de mobiliários, trabalhos feitos por professores ou pelos alunos nos murais, onde e como a professora se coloca diante da turma, são pistas da forma como a escola compreende o processo ensino-aprendizagem)
Mas, se desde a modernidade a escola parecia a mesma (carteiras enfileiradas, professor à frente da classe etc.) e vinha ocupado posição de destaque na formação das novas gerações, hoje esse lugar tem novos arranjos e tem sido compartilhado com novos espaços com grande poder de disseminação de informações, valores e atitudes.
As transformações recentes no âmbito dos processos econômicos e socioculturais, as novas tecnologias de comunicação e informação, têm provocado uma verdadeira revolução no campo educacional e uma profunda reflexão sobre o papel da escola.
- as novas tecnologias de comunicação e informação
É recorrente a discussão sobre os efeitos dos meios de comunicação no campo educacional. Alguns autores tem dado grande contribuição a esse debate como Marshall McLuhan e Pierre Levi.
McLuhan foi precursor dos estudos midioticos. Estudava como a forma de um meio social tem a ver com as novas maneiras de percepção instauradas pelas tecnologias de comunicação e informação impõem novos modelos de educação e a transformação radical da escola.
Levi é um filosofo da informação que se ocupa em estudar as interações entre a internet e a sociedade. Ele defende que a escola esta perdendo progressivamente seu monopólio de criação e transmissão do conhecimento, e que precisa rever o seu papel social.
No mundo contemporâneo, os meios de comunicação têm se tornado importantes mediadores das relações entre as pessoas e delas com o mundo. Diariamente, sabemos da nossa realidade a partir de informações por meio de rádio, jornal, televisão, Internet, celulares... Nossas crianças e jovens já chegam à escola com imagens, ideias e valores disseminados por esses meios.
Dessa forma, a lanhouse, o ciberespaço, os restaurantes, os centros culturais, os cinemas, o ônibus, enfim, qualquer lugar hoje pode ser concebido como espaço educativo. São muitas as formas e espaços para ter acesso ao conhecimento. A escola não tem mais a quase exclusividade desse papel.
Cada vez mais, movimentos e organizações têm questionado o universo escolar. Tem sido discutido o quanto é preciso reinventar a escola tornando-a mais que um espaço de disseminação do conhecimento socialmente produzido, um lócus diferenciado de diálogo, intercâmbio de diferentes experiências educativas. Espaço dinâmico de articulação entre os vários agentes educativos que se encontram numa determinada comunidade. Espaço para o exercício do debate, da análise crítica, para o fortalecimento de uma visão plural e histórica de diferentes saberes e linguagens.
Por essas e outras, um dos desafios que se colocam hoje para a educação é reconhecer, ampliar e fortalecer ecossistemas educativos. Essa proposta rompe com a visão da escola como uma instituição meramente educacional, mas passa a compreendê-la na sua dimensão cultural e política. Ressignificada, a escola deixa de ser vista como uma instituição, mas como projeto que ocupa todo o espaço das cidades, uma verdadeira cidade escola.
1.
 
“As cadeiras de braço estão organizadas em fila, em frente ao quadro branco. As janelas possuem cortinas, para que o cenário exterior não atrapalhe a concentração das crianças. As paredes são bem limpas e brancas e em uma delas está o grande mural: apenas os melhores desenhos e os trabalhos mais bem feitos são expostos semanalmente. Também tem lugar no mural a pontuação alunos, que recebem prêmios a cada final de bimestre. Abaixo do quadro branco um tablado é utilizado pela professora para que ela possa ser vista e consiga ver a todos os alunos ao mesmo tempo. Os aparelhos de TV e DVD são novos e estão ao lado do quadro branco: ‘só exibo vídeos educativos que reforçam a matéria ensinada, porque se não, eles se distraem dos conteúdos e não se dão bem nas provas’ explica a professora.” Neste espaço educativo é possível perceber que:
 1) Os conteúdos são valorizados e todo o ambiente estimula a participação ativa dos alunos. 
2) A escola incentiva a competição entre os alunos e dá ênfase ao bom desempenho em provas. 
3) As boas condições da sala de aula indicam os bons resultados na aprendizagem dos alunos. 
4) As cadeiras organizadas em fila diminui o ruído dos alunos, o que proporciona um melhor ambiente de aprendizagem
2.
 
Os procedimentos de ensino não são casuais, nem os espaços onde ocorrem. Ambos são intencionalmente selecionados e organizados de tal modo que sirvam para atingir o objetivo que se tem. Então, se deseja que o educando tenha uma formação cidadã e participativa, deve-se:
 1) Abolir as salas de aula, anular a autoridade do professor e promover o protagonismo dos educandos. 
2) Politizar o educando para que ele entenda que têm direitos e tome posições radicais e transformadoras, sem ameaçar a estabilidade da equipe escolar. 
3) Organizar a turma em círculo, incentivar o protagonismo dos alunos e promover o debate ao redor dafigura do professor, quem tem sempre a palavra final. 
4) Promover relações de diálogo e troca, onde o professor atue como mediador e assegure ao educando conhecimentos e habilidades que o permita tomar suas próprias decisões.
3.
 
Leia as opções e assinale a opção correta.
 
a) A Escola Moderna tem como principal característica a tentativa de homogeneizar: todos são iguais e devem ser tratados como iguais no espaço educativo.
b) As Tecnologias de Informação e Comunicação ameaçam a educação escolar, substituindo os professores.
c) Em cada contexto e período histórico, os processos educativos tomam diferentes formas e instâncias de socialização.
d) É impossível reconhecer elementos comuns nas escolas de diferentes países, visto que em cada contexto social os processos educativos tomam diferentes formas.
 1) Falso – Verdadeiro – Verdadeiro – Falso. 
2) Verdadeiro – Falso – Falso – Falso. 
3) Falso – Falso – Falso – Verdadeiro. 
4) Verdadeiro – Falso – Verdadeiro – Falso
Aula 03 - Diversidade Cultural e Cotidiano Escolar
Ao final desta aula, você será capaz de:
identificar a sala de aula como um espaço de encontro entre diferenças;
perceber a profissão docente como uma prática reflexiva;
analisar as tensões e perspectivas presentes no campo da Didática ao lidar com a diversidade cultural no cotidiano da sala de aula.
“os educadores não poderão ignorar no século XXI, as difíceis questões do multiculturalismo, da raça, da identidade, do poder, do conhecimento, da ética e do trabalho. Essas questões exercem um papel importante na definição do significado do propósito da escolarização, no que significa ensinar e na forma como os estudantes devem ser ensinados para viver em um mundo que será amplamente mais globalizado, higt tech e racialmente diverso que qualquer outra época da história.” Henry Giroux
Imagine que hj é o seu primeiro dia de aula, como professor em uma escola púbica de alguma cidade brasileira. Você entra na sala de aula e após cumprimentar carinhosamente seus alunos, inicia uma dinâmica de apresentação. Cada aluno é convidado a dizer o nome, a idade, o lugar onde mora e o que gosta de fazer no tempo livre.
Os alunos, muito inquietos e animados, começam suas apresentações. Pouco a pouco vc vai conhecendo cada um dos vinte e cinco estudantes da turma. Mas vc sabe que esse é só um primeiro passo de aproximação: será no dia a dia da sala de aula que vc ira conhecer como eles reagem aos momentos de dificuldade, como interagem com os colegas de classe, quais os hábitos culturais que trazem da vivencia familiar e comunitária, ou ainda o que cada um planeja quando falam sobre o futuro.
É importante lembrar que em uma turma de ensino fundamental, apesar da relativa proximidade de idade entre os alunos, talvez haja mais diferenças que na maioria dos demais grupos constituídos em uma sociedade. A escola ainda é o principal lugar de encontro, onde crianças de diferentes origens sociais e familiares irão compartilhar muitos anos de suas vidas.
A diversidade talvez represente para nós, professores, um grande problema se não formos capazes de enfrentar essa mesma diversidade: capazes de lhe conferir sentido, de ordená-la e de utilizá-la para alcançar nossos objetivos.
Ela irá representar um problema se não dispormos de esquemas diferenciados correspondentes, ou seja, se queremos ensinar tudo a todos da mesma forma e no mesmo ritmo, aí sim teremos problema. 
Também pode ser um problema fechar os olhos para pequenas demonstrações de preconceitos, discriminações ou atos de intolerância cometidos por nossos alunos. Será difícil agir como se não tivéssemos nenhuma responsabilidade frente a tais conflitos, e mesmo assim, continuar acreditando que nós professores contribuímos para a formação de “cidadãos” participativos em uma sociedade “democrática”...
A sociedade brasileira vem vivenciando uma nova consciência das diferentes culturas presentes no tecido social e um forte questionamento do mito da “democracia racial”.
*a medida que a nação brasileira foi sendo construída, uma crença em torno desta nação começou a ser criada – o mito da democracia racial – onde por muito tempo acreditou-se que no Brasil, diferente de outros países como os EUA e a Africa do sul, não existiam conflitos raciais. Também se acreditava que em nosso pais não houvesse obstáculos para ascenção social do negro e do mulato, significando que o Brasil seria uma nação sem raças todos seriam mestiços. Apesar dessa forte crença, estudos recentes provam que determinados grupos raciais, como indígenas ou negros, possuem menos possibilidades de ascenção social, contam com menor renda e permanecem por menos tempo nas escolas devido a necessidade de trabalho.
 Diferentes movimentos sociais – consciência negra, grupos indígenas, de cultura popular, de movimentos feministas, homossexuais, grupos religiosos, de trabalhadores rurais etc. – têm reivindicado um reconhecimento e valorização mais efetivos das respectivas identidades culturais, de suas particularidades e contribuições específicas à construção social.
Neste contexto, é preciso buscar caminhos de incorporar positivamente a diversidade cultural no cotidiano escolar. Nesta perspectiva, os “Parâmetros Curriculares Nacionais”, propostos pelo Ministério de Educação em 1996, apresentam em sua quarta página um dos temas transversais: a pluralidade cultural. 
“Parâmetros Curriculares Nacionais” são diretrizes elaboradas pelo Governo Federal que orientam a Educação no Brasil. Existem parâmetros separados por disciplina e parâmetros referentes a temas transversais (temas que deveriam ser tratados por todas as disciplinas), tais como: sexualidade, ética e diversidade cultural. Alem da rede publica, a rede privada de ensino tbm adota as parâmetros, porem sem caráter obrigatório,
Tratar da diversidade cultural brasileira, reconhecendo-a e valorizando-a, e da superação das discriminações aqui existentes é atuar sobre uns dos mecanismos de exclusão, tarefa necessária, ainda que insuficiente, para caminhar na direção de uma sociedade mais democrática. 
É um imperativo de trabalho educativo voltado para a cidadania, uma vez que tanto a desvalorização cultural – traço bem característico da nossa história de país colonizado – quanto a discriminação são entraves à plenitude da cidadania para todos, portanto, para a própria nação.
Dessa forma, a relação entre diversidade cultural e cotidiano escolar constitui, portanto, um tema de grande importância para a construção de uma escola verdadeiramente democrática e coloca desafios para o professor repensar sua prática pedagógica.
A dimensão cultural passa a ser entendida como um elemento não só vivenciado, mas também construído no interior da escola e parte integrante do cotidiano escolar.
Para o professor, uma das facetas da diversidade presente em sala de aula é percebida pelas dinâmicas estabelecidas entre as crianças, por suas relações mais ou menos conflituosas e pela dinâmica do grupo no dia a dia das aulas.
Mas é importante lembrar que o professor também é membro do grupo, e entre ele e os alunos igualmente há diferenças e distâncias de valores culturais. Ele também é um sujeito sociocultural e precisa estar atento para esse rico encontro entre tantas diferenças!
E os professores estão preparados para agir nesse contexto de tamanha diversidade? Essa é uma dúvida comum vivenciada pela maioria de professores no mundo inteiro. O campo da didática tem tentado incluir essa questão em suas reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem. Apontamos, então, três pontos para a nossa reflexão sobre o tema.
Reconhecer as diferenças – como incluir a diversidade cultural em nossos projetos educacionais, se não sabemos quais as diferenças (culturais, cognitivas, afetivas etc.) existentes em nossas salas de aula?
Conhecer e reconhecer as identidades culturais representadas no espaço educativo é o primeiro passo para que sejam desenvolvidas atividades que contribuam para a valorização dessa diversidade humana. Somostodos diferentes e essa é a nossa riqueza!
Desenvolver variadas estratégias que promovam o encontro – após o reconhecimento das diferenças, é preciso iniciar um processo de desconstrução d visões estereotipadas de certas identidades, como o negro e o nordestino, o indígena ou o religioso, através do estudo das origens históricas de algumas características desses grupos culturais,
Incluir esses temas no programa disciplinar pode ser uma estratégia muito interessante, principalmente se o professor se posiciona como uma liderança sempre disposta a incentivar o debate e a troca de ideias.
Estimular a curiosidade – todo grupo cultural tende a ser etnocêntrico. O que é isso? Acreditar que seu modo de viver, que seus hábitos culturais e sociais são os únicos válidos (ou os melhores) no mundo. Essa tendência não so nos afasta, como tbm desqualifica qualquer grupo que seja diferente de nós. Todo professor deve estar atento para não produzir esse pensamento em suas praticas cotidinas.
é importante estimular a curiosidade de seus alunos sobre outros modos de vida, evitando comparações descontextualizadas. Toda cultura é incompleta e imperfeita. Por isso mesmo temos muito o que aprender sobre outros grupos culturais.
Conheça mais alguns pontos para a sua reflexão sobre o tema diversidade.
Não transformar a diferença em desigualdade – comumente utilizamos a palavra diferença como sinônimo de desigualdade, mas é importante repensamos esses conceitos. As diferenças só se tornam sinônimo de desigualdade, quando existe uma hieraquizaçao de valores, ou seja, quando eu priorizo e valorizo determinadas caractristicas e discrimino outras. Desse modo, eu crio desigualdade se supervalorizo hábitos culturais, valores religiosos, características de personalidade apenas se estas estão próximas de meu estilo de vida, se não estão, as desqualifico. Crianças e jovens levam para o espaço escolar suas experiências e valores culturais, é preciso estar atento para não criar através de ações cotidianas, a desigualdade entre as diferenças.
Promover o diálogo – as diferenças existentes no espaço escolar tendem a criar tensões se não considerarmos a importância do dialogo. Professores e alunos, alunos e alunos devem se relacionar de forma a valorizar o dialogo, que significa uma não hierarquização das culturas e dos saberes que se cruzam, num processo de negociação cultural. O reconhecimento da legitimidade da bagagem cultural do estudante não era, para Paulo Freire, uma mera estratégia metodológica. Trazia no seu bojo um modo de liderar com a diferença cultural. Mais de que um respeito distante e asséptico por esse diferença, mais do que a mera tolerância, enfatiza-se e estimula-se a troca entre os sujeitos das relações pedagógicas. Objetivava tbm a autoconfiança desse aluno, sempre em um sentido explicitamente ligado a construção de novas trajetórias coletivas de transformação da realidade.
Sem dúvida, a inclusão das diferenças na escola demanda muitos outros pontos de reflexão além dos cinco citados anteriormente. Nosso objetivo aqui foi “esquentar” o debate que deverá continuar através das atividades de complementação, da aula teletransmitida e dos textos de apoio que fazem parte dessa aula.
Temos um longo caminho pela frente até percebemos que a escola, a sala de aula, o cotidiano escolar, todos esses espaços refletem a diversidade presente em nossa sociedade. O que não podia mesmo ser diferente.
1.
 
(SMCP-PB, 2002.) Durante os encontros para a preparação do ano letivo em uma escola, alguns tópicos foram considerados como os mais importantes. Dentre eles, destaca-se a grande diversidade existente entre os estudantes e, por isso, no planejamento das atividades, foi preciso levar em conta:
1) O modelo social idealizado pelos pais dos alunos da escola. 
2) O meio ambiente das classes mais favorecidas daquela região. 
3) A vivência limitada das pessoas de grupos sociais minoritários. 
4) O reconhecimento do contexto sociocultural específico dos alunos.
2.
 
Assinale a afirmativa correta:
 
1) Desigualdade
2) Etnocentrismo
3) Cotidiano escolar
4) Escola e Culturas
 
a) Sua análise favorece a prática escolar e a revisão crítica da Didática.
b) Reconhecer que a escola é um espaço de encontro entre diferentes grupos culturais.
c) Resultado da hierarquização das diferenças.
d) Acreditar que o seu grupo cultural é o melhor e único modelo válido.
 1) 1C – 2D – 3A – 4B. 
2) 1A – 2C – 3B – 4D. 
3) 1B – 2A – 3C – 4D. 
4) 1C – 2A – 3D – 4B.
Aula 04 - Os Sujeitos do Processo Ensino-Aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
identificar as condições socioculturais relacionadas às interações de professores e alunos; 
analisar as implicações da relação professor-aluno sobre o processo ensino-aprendizagem;
demonstrar a importância da construção de uma relação dialógica entre professores e alunos para a aprendizagem significativa.
Você já percebeu como, em uma instituição educacional, diferentes sujeitos estão em interação? Alunos, professores, orientadores, diretores, funcionários, pais... Cada um tem funções, atividades e responsabilidades diferentes na dinâmica da instituição. Há uma expectativa com relação aos comportamentos de cada um deles, espera-se que:
Professores ensinem;
Alunos aprendam;
Coordenadores/orientadores promovam a mediação das relações entre professores e entre a escola e a família, de modo a efetivar o projeto pedagógico da instituição e desenvolver um trabalho que alcance os objetivos da instituição;
Diretores gerenciem toda a equipe e garantam o bom funcionamento da escola;
Os funcionários realizem tarefas que dão apoio ao desenvolvimento das atividades pedagógicas;
A família crie as condições necessárias e apoie seus filhos no desenvolvimento de suas tarefas escolares.
Dependendo da concepção de educação que os sujeitos de uma instituição educacional têm e compartilham, outras características/expectativas poderão ser atribuídas a eles. Podemos considerar que:
Funcionários - os funcionários não cumprem apenas um papel administrativo, coadjuvante, mas também têm uma responsabilidade formativa/educativa para com os alunos;
Pais – a família deve participar de modo mais efetivo da construção do projeto pedagógico da escola;
Professor – os professores podem dividir o protagonismo nos processos ensino-aprendizagem com seus alunos;
Coordenador/diretor – a direção e coordenações/orientações devem meter “a mao na massa” na realização de tarefas menos formais.
Todo o arranjo socialmente estabelecido para esses sujeitos pode ser mudado. No entanto, podemos considerar que professores e alunos são as figuras centrais do processo ensino-aprendizagem. Afinal, para que esse processo se dê, é imprescindível um ensinante e um aprendente.
Professores e alunos como sujeitos socioculturais e sujeitos do conhecimento
Alunos e professores não são apenas papéis desempenhados, peças na complexa engrenagem da escola.
Eles são sujeitos do conhecimento, mas também “pessoas vivas e reais, existindo a partir de uma corporeidade e lugar social, a partir de sua condição de mulheres, homens, negros, brancos. Pertencem a diferentes raças e etnias. São crianças, jovens ou de mais idade; adeptos de variadas crenças e costumes. Têm desejos, projetos e atribuem variadas significações às suas experiências e ao mundo”. (TEIXEIRA, 2001).
Para entendê-los, portanto, será preciso considerar não apenas seu lugar nos processos de ensino-aprendizagem, mas suas condições de existência.
Seja pela mídia, na literatura, ou na nossa experiência pessoal, um conjunto de ideias têm sido associadas à figura do professor.
Muitas vezes, vista como uma profissão feminina, constrói-se uma imagem quase sacerdotal do professor: ser professor é ser dedicado aos seus alunos, um modelo de virtudes, uma pessoa altruísta. Mas o professor não é um agente educativo, uma pessoa, descolada de uma determinada instituição e condição trabalho. 
As instituições educacionais são organizações sociais que têm uma dinâmicade funcionamento e uma cultura próprias, que criam oportunidades e limites a ação do professor, promovem envolvimentos, relacionamentos, conflitos. Não são entidades abstratas, mas um lócus de cotidianidades, com forte marca na constituição de identidades. 
Uma das marcas das condições de trabalho do professor, que tem grande impacto sobre sua vida, é a baixa remuneração e o regime de horas-aula.
Os professores são remunerados de acordo com as horas de aula que realizam. Como, geralmente, a remuneração por aula é muito baixa, os professores trabalham em diferentes turmas e instituições.
Isso exige do professor ter que elaborar diferentes planos de aula, ser capaz de lidar com diferentes realidades institucionais e ainda com uma rotina de vida agitada, com muito tempo gasto com deslocamentos.
Essa rotina também leva o professor a relativo isolamento. De aula em aula, apressado de uma escola para outra, o professor tem pouco tempo para compartilhar com colegas suas aspirações, dúvidas, projetos.
As questões vistas anteriormente, como pressão do tempo e relativo isolamento, não são um privilégio dos professores. Elas parecem ser elementos característicos desse nosso mundo contemporâneo.
Contudo, no caso da educação, essas questões ganham um sentido maior. Ainda mais se considerarmos que a complexidade, a intensidade e a agilidade dos novos processos de produção e disseminação de conhecimentos, promovidas pelas novas tecnologias de comunicação, têm imposto muitos desafios à prática docente e, portanto, exigido novas competências e posturas dos professores.
O professor como mero transmissor de conhecimentos não responde mais às demandas da sociedade. Ele precisa, agora, assumir o lugar de mediador entre as diferentes fontes, os instrumentos e os processos relativos ao ato de conhecer e os aprendizes. E isso não é fácil considerando que a massificação do ensino trouxe para as salas de aula crianças e jovens de diferentes origens socioculturais. Isso exige lidar com a diversidade de modos de sentir, pensar e agir, favorecendo a integração e o aprendizado.
As contradições inerentes às novas e maiores demandas sociais e suas condições de vida e trabalho têm gerado dúvidas, angústias, uma verdadeira crise de identidade no professor. Vários estudos têm mostrado a emergência de doenças funcionais relacionadas a essa crise como a culpa depressiva ou síndrome de burnout. (diante das pressões sociais e profissionais, e do sentimento de incapacidade de cuidar de seus alunos, assume-se um comportamento mecânico, descomprometido emocionalmente.)
Você consegue imaginar o quanto tudo isso tem impactado na relação dos professores com seus alunos, ocasionando implicações no processo ensino-aprendizagem?
O modo de agir do professor estabelece um tipo de relação com o aluno. Frequentemente as características dos alunos (gênero, etnia, condições econômicas) determinam um rol de expectativas sobre seu desempenho. Porém, não é só o professor que cria expectativas. Os alunos também criam as suas expectativas. Eles esperam ser reconhecidos como pessoa e valorizam no professor as qualidades que os ligam afetivamente.
Alguns pensadores fizeram considerações importantes sobre o processo ensino-aprendizagem. O primeiro pensador que vc conhecerá é Carl Rogers.
Carl Rogers, psicopedagogo preocupado com a relação entre o facilitador e o aprendiz, destaca três qualidades que considera fundamentais aos professores facilitadores: autenticidade, confiança e compreensão empática.
Para esse pensador, é preciso que o professor seja autêntico, se apresente tal como ele é, sem ostentar uma fachada; coloque-se diante do aluno com seus sentimentos, convicções; seja uma pessoa inteira e não apenas alguém que cumpre uma função. É preciso construir uma relação pessoa a pessoa. 
Além disso, é preciso ter apreço pelo aprendiz, acreditar nas suas capacidades, confiar nos seus sentimentos e intenções, reconhecendo-o na pessoa que ele é e respeitando-o como tal. E ainda, ser capaz de colocar-se em seu lugar, fazendo-o sentir-se compreendido por alguém sem julgamentos.
Segundo Rogers, essas atitudes contribuíram para a construção de uma relação afetuosa/amorosa entre professores e alunos, favorável ao desenvolvimento da aprendizagem significativa.
Conheça agora algumas das considerações de Paulo Freire sobre o processo ensino-aprendizagem.
Paulo Freire considera que, mais que afetuosa a relação entre professores e alunos deve ser revestida de compromisso. Ele defende que na há docência sem discencia. “as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem a condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.
Ele propõe que o professor assuma uma postura problematizadora e dialógica com seus alunos. Um educador problematizador é aquele que assume uma postura comprometida com seus alunos. Mais do que reconhecer suas necessidades, é aquele que valoriza suas realidades e se solidariza no enfrentamento de seus problemas. Assim, ele se diferencia de um educador bancário que, numa relação verticalizada, apenas deposita conhecimentos descontextualizados sobre seus alunos.
O educador problematizador mantém vivo em seus alunos “o gosto da rebeldia, aguçando sua curiosidade e estimulando sua capacidade de arriscar-se, aventurar-se”. Para isso, será necessário estabelecer uma relação horizontalizada e dialogica.
Para Paulo Freire, quando professores e alunos se abrem ao mundo, assumindo-se como sujeito históricos e éticos eles inauguram uma relação dialógica. “o dialogo é o encontro dos homens com o mundo”. Uma relação de força onde “ninguém educa ninguém, ninguém educada a si mesmo”, mas todos se educam em comunhão.
1.
 
(SBC/2006) Assinale a alternativa correta.
 
Para Paulo Freire:
1) O professor é o sujeito e o aluno é o objeto que é formado. 
2) O professor é aquele que sabe e que transfere conhecimentos ao aluno, o único sujeito da relação. 
3) O aluno é um paciente que recebe os conhecimentos conteúdos-acumulados pelo sujeito que sabe, o professor. 
4) A docência e a discência se explicam mutuamente e seus sujeitos não se reduzem à condição de objeto um do outro.
2.
 
Vários autores têm apontado a importância da relação professor aluno para os processo de aprendizagem. Assinale a alternativa correta:
 
a) Uma prática docente que acompanhe e estimule o desenvolvimento do aluno favorece a aprendizagem significativa.
b) Uma prática docente que avalia e classifica o comportamento do aluno estabelece uma relação positiva promovendo maior desenvolvimento.
c) Frequentemente os professores tem expectativas diferentes consideradas as diferenças de sexo, classe social e etnia de seus alunos.
d) O êxito do aluno reflete exclusivamente o empenho do professor ao reproduzir o conteúdo dado.
1) Verdadeiro – Verdadeiro – Falso – Verdadeiro. 
2) Verdadeiro – Falso – Verdadeiro – Verdadeiro. 
3) Falso – Verdadeiro – Verdadeiro – Verdadeiro. 
4) Falso – Falso – Verdadeiro – Verdadeiro.
Aula 05 - Diferentes Saberes em Confronto na Escola
Ao final desta aula, você será capaz de:
identificar os diferentes saberes em confronto no espaço escolar;
diferenciar saber acadêmico e saber escolar;
identificar os diferentes saberes docentes;
compreender o conceito de transposição didática;
verificar como a abordagem interdisciplinar e a contextualização ressignificam os saberes escolares.
Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro.
Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
Companheiro, vc entende de leis?
Não.
E o advogado compadecido diz:
É pena, vc perdeu metade da vida!
A professora, muito social, entra na conversa:
Seu barqueiro, vc sabe ler e escrever?
Também não.
Que pena!
Vc perdeu metade da vida!
Nisso, chega uma onda bastante forte e vira o barco. O canoeiro preocupado pergunta:
Vcs sabem nadar?Não!
Então é pena. Vcs perderam toda a vida!
Reflexão: não há saber mais ou saber menos: “há saberes diferentes”.
Assim como visto no conto, na escola também estão presentes diferentes saberes - eruditos, científicos, práticos, populares. No entanto, ao entrarem para a escola, os objetos de conhecimento se convertem em objetos de ensino.
Como a finalidade da escola envolve ensinar certos conhecimentos, esses saberes precisam tornar-se ensináveis, ou seja, em condições de serem aprendidos pelos alunos. Para isso, eles são modificados de acordo com as especificidades da instituição, os objetivos do projeto pedagógico onde se inserem e as características dos alunos.
*segundo Perrenoud, pode-se considerar ao menos três transformações a que os saberes são submetidos, para que se tornem conteúdos ensináveis:
-dos saberes acadêmicos ou sociais aos saberes a ensinar (currículo pensado, o que está nos programas);
-dos saberes a ensinar aos saberes ensinados (currículo vivido, a experiência real);
- dos saberes ensinados aos saberes adquiridos (a aprendizagem efetiva dos alunos).
Essa modificação é chamada de “transposição didática”. Dessa forma, podemos compreender que o conhecimento escolar não é mera reprodução dos conhecimentos científicos, mas uma parte modificada deles.
A transposição didática envolve atividade complexa do professor. Ela acontece quando o professor:
seleciona apenas uma parte do conteúdo, aquela que ele considera mais relevante;
valoriza mais um aspecto, tema ou abordagem em detrimento de outras;
divide o conteúdo em partes, trabalhando-as separadamente;
estabelece uma forma de apresentação desses conceitos.
constrói sequências, ordena no tempo uma série de conceitos e relações;
O processo de transposição didática acontece mais ou menos intencionalmente no cotidiano do professor. Esse processo mostra como os professores se apropriam dos saberes científicos didatizando-os. Segundo Tardif, os professores mobilizam diferentes saberes nesse processo.
Saberes disciplinares – são os saberes correspondentes aos diversos campos do conhecimento, produzidos nas universidades, transmitidos nos cursos superiores.
Saberes profissionais – são aqueles que se referem as ciências da educação, adquiridos pelo professor em sua formação docente e que orientam sua pratica educativa.
Saberes curriculares – diz respeito aos conteúdos e programas escolares que o professor deve aprender a aplicar, definidos nas instituições onde trabalham sob orientação de políticas de governo.
Saberes experienciais – são os saberes da experiência, baseados na pratica cotidiana do professor no exercício de sua profissão. Eles incorporam-se a experiência individual e coletiva.
Contudo, nem sempre a transposição didática acontece de forma eficaz. Muitas vezes, nesse movimento e na urgência da sala de aula há distorções conceituais graves.
Frequentemente, nas aulas de ciências, ao explicar os estados físicos da água, os professores ilustram sua explicação dizendo que “a” é a água em estado gasoso.
Na tentativa de facilitar a aprendizagem da criança, que precisa “ver”, perceber concretamente os fenômenos para melhor compreendê-los, o professor acaba ensinando errado.
Afinal, “a fumacinha que vemos sair da chaleira quando a água está fervendo” é composta por gotículas e, portanto, de água em estado líquido.
Alguns recursos podem ser importantes para garantir mais eficácia no processo de transposição didática.
Um deles refere-se à certa análise conceitual em um determinado campo de conhecimento. Erros como o que evidenciamos anteriormente acontecem, muitas vezes, porque o professor tem ainda dúvidas sobre os conceitos que está trabalhando, ou porque não refletiu e discutiu com outros professores o suficiente a sua compreensão de como esses conceitos podem ser ensinados.
Geralmente, a análise mais cuidadosa dos conceitos em uma disciplina levará o professor a reconhecer a sua articulação com outras áreas de conhecimento e com situações e movimentos da própria realidade. É fundamental reconhecer a natureza complexa e contraditória da realidade humana. Afinal, parece evidente que nenhuma “ciência” é autossuficiente para dar conta de objeto tão rico, multifacetário e profundo. 
O conhecimento do homem passa necessariamente pela articulação de diferentes saberes sobre diferentes esferas da experiência humana.
O diálogo, as trocas e a integração entre diferentes saberes colocam-se como um desafio. Romper as barreiras linguísticas, conceituais, estruturais, epistemológicas não é tarefa fácil. A interface, a articulação possível entre as diferentes áreas do conhecimento, parece realizar-se em um continnum que percorre ao menos quatro modalidades dessa articulação: a multi, a pluri, a inter e transdisciplinaridade.
Multidisciplinaridade - Cada disciplina trata de temas e conceitos próprios. São processos paralelos que não confluem uma mesma direção.
Exemplo: Em um mesmo período, o professor de Geografia está trabalhando bacias hidrográficas, o de Biologia está tratando de diferentes espécies vegetais, o de Matemática de progressão geométrica etc.
Assim, em um projeto multidisciplinar encontraríamos a presença de diferentes áreas de conhecimento sem, no entanto, manter qualquer articulação entre si. 
Pluridisciplinaridade - Várias disciplinas trabalham um mesmo tema.
Exemplo: Em torno do tema “Meio ambiente”, o professor de Geografia, quando estiver trabalhando bacias hidrográficas, vai destacar a questão da poluição dos rios; o professor de Biologia vai discutir desmatamento; o de Matemática vai formular problemas matemáticos usando como tema as questões de meio ambiente.
Em um projeto de caráter pluridisciplinar, haveria articulação entre os saberes, ainda que em nível temático, mas não necessariamente conceitual.
Interdisciplinaridade - Várias disciplinas procuram identidades conceituais.
Exemplo: os professores de Geografia e de Biologia percebem que o conceito de ecossistema é um conceito chave para as duas disciplinas. Então, eles resolvem trabalhar juntos, articulando as abordagens das duas disciplinas para esse conceito.
Na interdisciplinaridade, a integração alcança o nível conceitual.
Transdisciplinaridade -Surge uma nova área de estudo/novos conceitos.
Exemplo: a Ecologia como conceito e campo de estudos.
Em um projeto de caráter transdisciplinar, a integração se faria em tal nível que permitiria o surgimento de um novo tipo de saber.
Contudo, não basta integrar conceitos, é preciso colocar esses conceitos em uma determinada realidade, contextualizá-los para que ganhem vida.
Afinal, quanto mais os saberes escolares estiverem articulados às realidades de vida, às experiências concretas dos alunos, mais significado terão para eles. 
Ao construir significados para os saberes escolares, o professor envolve, mobiliza afetivamente seus alunos. Mais que isso, provoca-os a ressignificar sua realidade.
1.
 
São diferentes os saberes presentes na escola. Esses saberes sofrem uma transformação a que chamamos de “transposição didática”. A que se refere esse processo?
 1) Modificação por que passam os saberes acadêmicos e sociais para tornarem-se ensináveis. 
2) Transferência de conhecimentos de uma disciplina para outra. 
3) Transformação do saber escolar em saber acadêmico. 
4) Elevação do nível de complexidade de um conhecimento.
.
 
Quais são os saberes docentes?
1) Saberes disciplinares, saberes curriculares, saberes pessoais e saberes experienciais. 
2) Saberes pessoais, saberes curriculares, saberes profissionais e saberes experienciais. 
3) Saberes disciplinares, saberes curriculares, saberes profissionais e saberes experienciais. 
4) Saberes disciplinares, saberes pessoais, saberes profissionais e saberes experienciais.
	1a Questão (Ref.: 200725598657)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	O tecnicismo se desenvolveu no Brasil à sombra do progressivismo. Esta orientação pedagógica acabou sendo imposta às escolas pelos organismos oficiais, por ser compatívelcom a lógica econômica, política e ideológica do Regime Militar, então vigente, atingindo seu auge na década de 70. Marque a resposta que apresente todas as palavras-chave que caracterizam esta modalidade educacional.
		
	 
	conscientização - mediação - problematização
	
	coletividade - dialógica - transformação
	
	autonomia - democracia - mercado de trabalho
	 
	estímulo-resposta - módulo - comportamental
	
	contextualização - crítica - heterogeneidade
	2a Questão (Ref.: 200725598246)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta. Segundo Paulo Freire, "Na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da __________ sobre a __________".
		
	 
	reflexão crítica / teoria e prática
	
	prática empírica / teoria e o conhecimento científico
	
	reflexão assistida / consciência dos fatos
	
	reflexão espontânea / teoria e prática
	
	experiência / prática espontânea
	3a Questão (Ref.: 200725598630)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	Paulo Freire, representante da pedagogia libertadora, faz uma crítica à pedagogia tradicional, atribuindo a esta prática o conceito de educação bancária e conteudista, uma vez que o professor deposita na mente do aluno uma massa de conhecimentos, visando o desenvolvimento moral e intelectual do mesmo. A perspectiva progressista libertadora da educação, por sua vez, tem como expectativa que os alunos:
		
	
	aceitem a ordem social
	
	reproduzam o conhecimento científico
	 
	critiquem a realidade social posta
	
	observem os fenômenos naturais
	
	atendam acriticamente às exigências do mercado
	4a Questão (Ref.: 200725598229)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	Assinale a Abordagem correspondente à postura da escola: Educação de caráter amplo e não só restrito à escola; a escola deve ser um local onde seja possível o crescimento do professor e dos alunos.
		
	
	tecnicista
	 
	sociocultural
	
	comportamental
	 
	cognitivista
	
	tradicional
	5a Questão (Ref.: 200725598626)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	Legitimar a ideologia dominante a partir do seguinte pensamento: "eu sou incapaz e, portanto, sou responsável pelo meu fracasso ou sucesso escolar e na vida", está de acordo com uma concepção de educação que compreende o homem como:
		
	 
	mero objeto condicionado.
	 
	sujeito da história.
	
	protagonista social.
	
	cidadão emancipado.
	
	político e cultural
	6a Questão (Ref.: 200725598664)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	Fundamentado na pedagogia tradicional, é correto dizer que:
		
	 
	o professor propõe desafios, faz indagações e administra a pluralidade cultural.
	
	o professor trabalha o conhecimento científico partindo do conhecimento popular.
	 
	o professor transmite o conhecimento como verdade absoluta.
	
	o professor incentiva o aluno pensar.
	
	o professor promove o debate, mediando o conhecimento entre as pessoas.
	7a Questão (Ref.: 200725598237)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	Quando o professor desmitifica os fatos e questiona junto ao aluno a cultura dominante, valorizando a linguagem e cultura deste, criando condições para que cada um dos sujeitos educativos analise seu conteúdo e produza cultura, podemos dizer que o professor fundamenta suas ações na abordagem:
		
	 
	sociocultural
	 
	humanista
	
	tradicional
	
	cognitivista
	
	escolanovista
	8a Questão (Ref.: 200725598240)
	Pontos: 1,0  / 1,0
	Aprender a conviver e relacionar-se com pessoas que possuem habilidades e competências diferentes, que possuem expressões culturais e marcas sociais próprias, é condição necessária para o desenvolvimento de valores.
		
	 
	Éticos, como a dignidade do ser humano, o respeito ao outro, a igualdade e a equidade e a solidariedade.
	
	Perpetuados por uma sociedade antidemocrática e de cunho segregador.
	
	Morais e comportamentos condescendentes para com a deficiência do outro.
	
	Econômicos, como a ascensão social e profissional.
	
	Permeados por ideais de competitividade.
	9a Questão (Ref.: 200725583047)
	
	A didática da escola nova também denominada de pedagogia ativa e pragmática, a partir da década de 30, foi considerada uma evolução na educação, uma vez que veio a superar a didática tradicional de ensino. A partir do enunciado da questão, argumente a favor da prática pedagógógica escolanovista, mostrando sentido para sua aplicação no universo escolar.
		
	
Sua Resposta:
	
Compare com a sua resposta: O professor não fica preso à dissertação, ele propõe aulas práticas em que o aluno deixa a condição de sujeito passivo e se torna ativo (sujeito cognoscente), estabelecendo uma relação direta entre indivíduo-meio, se debruçando sobre o objeto de estudos, fazendo pesquisa, solucionando problemas, constatando na prática, no concreto, o conceito teórico. Isso traz motivação ao aluno, fazer aulas passeio e aulas em laboratórios.
	9a Questão (Ref.: 200725583047)
	
	A didática da escola nova também denominada de pedagogia ativa e pragmática, a partir da década de 30, foi considerada uma evolução na educação, uma vez que veio a superar a didática tradicional de ensino. A partir do enunciado da questão, argumente a favor da prática pedagógógica escolanovista, mostrando sentido para sua aplicação no universo escolar.
		
	
Sua Resposta:
	
Compare com a sua resposta: O professor não fica preso à dissertação, ele propõe aulas práticas em que o aluno deixa a condição de sujeito passivo e se torna ativo (sujeito cognoscente), estabelecendo uma relação direta entre indivíduo-meio, se debruçando sobre o objeto de estudos, fazendo pesquisa, solucionando problemas, constatando na prática, no concreto, o conceito teórico. Isso traz motivação ao aluno, fazer aulas passeio e aulas em laboratórios.
	10a Questão (Ref.: 200725583056)
	
	É comum a substituição da palavra prática pela palavra práxis no contexto educacional; e ao se fazer a substituição, pensa-se estar resolvendo um problema teórico ao se colocar em prática o conhecimento científico. A prática, aqui, nesse sentido, é concebida como prática utilitária, isto é, aquela que é usada para satisfazer necessidades imedidatas da vida cotidiana. A práxis, por sua vez, corresponde:
		
	
Sua Resposta:
	
Compare com a sua resposta: Corresponde à atividade humana transformadora da realidade natural e humana; não é uma prática pedagógica qualquer, a prática pela prática e sim uma prática, uma ação docente refletida, fundametnada, consciente da realidade educacional, envolve refletir sobre e na prática para reorientar as ações.
	1a Questão (Ref.: 200725598350)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	Aprendizagem significativa pode ser definida como um processo por meio do qual uma nova informação relaciona-se, de maneira substantiva e não arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura do conhecimento do indivíduo. Em outras palavras, os novos conhecimentos que se adquirem relacionam-se com o conhecimento prévio que o aluno possui. Nesse sentido, é correto afirmar que a aprendizagem significativa pressupõe:
		
	 
	a assimilação passiva do conhecimento.
	
	a memorização de conceitos.
	 
	o envolvimento e o debruçar-se sobre o objeto de estudos.
	
	a reprodução mecânica do conhecimento
	
	o controle do meio.
	2a Questão (Ref.: 200725598382)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	A escola fundamentada na pedagogia tradicional tem como função:
		
	 
	a constatação do fenômeno pelo aluno na prática e a articulação com a teoria, de modo que o aluno gradativamente passe do raciocínio concreto para o abstrato
	
	a conscientização dos alunos acerca dos fatos, o desvelamento da realidade e a transformação da sociedade
	
	a administração de conflitos entre os diversos sujeitos educativos para queeles desenvolvam o senso de cidadania, cumprindo seus deveres e lutando por seus direitos
	
	a formação crítica dos alunos para a cidadania, de modo que eles aprendam a confrontar escola e sociedade num movimento dialético
	 
	o desenvolvimento moral e intelectual do aluno a partir da transmissão da cultura acumulada passada de geração para geração
	3a Questão (Ref.: 200725597922)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	O principal objetivo do trabalho da maior parte dos docentes é conseguir que seus discentes tenham a possibilidade de desenvolver a sua aprendizagem da melhor forma possível. Libâneo (1991) nos mostra que o campo principal da educação escolar é o processo de ensino, que se constitui no objeto de estudo da Didática. Como não há técnica pedagógica sem uma concepção de homem e de sociedade, também não há uma concepção de homem e sociedade sem uma competência técnica para realizá-la, educacionalmente. Cabe à Didática tratar os objetivos, condições e meios de realização do processo de ensino, interligando os meios pedagógico-didáticos aos objetivos sócio-políticos. Logo, para Libâneo (1991), pode-se definir processo de ensino como uma sequência de atividades docentes e discentes, tendo em vista a assimilação de conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades (tais como o pensamento independente, observação, análise-síntese e outras), através dos quais os alunos:
		
	 
	entendem-se como expectadores da aprendizagem.
	
	assimilam os conhecimentos científicos independente de suas realidades.
	 
	melhoram sua formação sócio-acadêmica.
	
	colocam em evidência a avaliação como a parte mais importante do processo ensino/aprendizagem.
	
	aprimoram as capacidades cognitivas.
	4a Questão (Ref.: 200725597939)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova foi publicado em 1932 e assinado por 26 educadores brasileiros, entre eles Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo e Lourenço Filho. Nos trechos a seguir, aparecem algumas de suas principais ideias: "Mas, do direito de cada indivíduo à sua educação integral, decorre logicamente para o Estado que o reconhece e o proclama, o dever de considerar a educação, na variedade de seus graus e manifestações, como uma função social e eminentemente pública, que ele é chamado a realizar, com a cooperação de todas as instituições sociais. A consciência desses princípios fundamentais da laicidade, gratuidade e obrigatoriedade, consagrados na legislação universal, já penetrou profundamente os espíritos, como condições essenciais à organização de um regime escolar, lançado, em harmonia com os direitos do indivíduo, sobre as bases da unificação do ensino, com todas as suas consequências". Com base nesses trechos, conclui-se que, em seu contexto histórico, o Manifesto era:
		
	 
	autoritário, já que defendia a obrigatoriedade escolar.
	 
	inovador, pois compreendia a educação como um direito social.
	
	elitista, porque pregava a dualidade do sistema de ensino.
	
	libertário, pois pregava o fim do Estado.
	
	conservador, na medida em que entendia a educação pública como privilégio.
	5a Questão (Ref.: 200725598385)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	A história da didática está ligada ao aparecimento do ensino; o termo didática surge quando os adultos começam a intervir na atividade de aprendizagem das crianças e jovens e a escola se torna uma instituição, inaugurando-se o caráter transmissor e sistematizado de ensino. Nesse contexto, a Didática Magna teve como representante:
		
	
	Jean Jacques Rousseau
	 
	João Amós Comênio
	
	J. Friedrich Herbart
	
	Henrique Pestalozzi
	 
	J. Dewey
	6a Questão (Ref.: 200725598343)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	Dentro de uma concepção pedagógica baseada na psico-genética, a educação é concebida como a vivência de experiências múltiplas e variadas tendo em vista o desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e social do educando. Na prática, significa:
		
	
	que o aluno é protagonista do processo de aprendizagem, portanto, articulando o saber popular ao científico, visando à libertação da condição de opressão.
	 
	que o aluno é sujeito ativo, portanto, participando da aula passeio e no laboratório, constatando na prática a teoria.
	 
	que o aluno é interativo, portanto, confrontando dialeticamente o conhecimento espontâneo e científico e buscando a superação.
	
	que o aluno é sujeito crítico, portanto, polemizando a temática de estudo.
	
	que o aluno é sujeito passivo, portanto, assistindo a aulas teóricas e dissertativas.
	7a Questão (Ref.: 200725597935)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	Quando o professor cria situações-problema, provoca desequilíbrios, desafios e estimula a cooperação, podemos dizer que o professor fundamenta suas ações na abordagem:
		
	
	sociocultural
	 
	libertador
	
	tradicional
	 
	cognitivista-escolanovista
	
	comportamental
	8a Questão (Ref.: 200725597940)
	Pontos: 0,0  / 1,0
	Aprender a conviver e relacionar-se com pessoas que possuem habilidades e competências diferentes, que possuem expressões culturais e marcas sociais próprias, é condição necessária para o desenvolvimento de valores.
		
	
	Morais e comportamentos condescendentes para com a deficiência do outro.
	
	Perpetuados por uma sociedade antidemocrática e de cunho segregador.
	
	Permeados por ideais de competitividade.
	 
	Éticos, como a dignidade do ser humano, o respeito ao outro, a igualdade e a equidade e a solidariedade.
	 
	Econômicos, como a ascensão social e profissional.
	9a Questão (Ref.: 200725582747)
	
	A didática da escola nova também denominada de pedagogia ativa e pragmática, a partir da década de 30, foi considerada uma evolução na educação, uma vez que veio a superar a didática tradicional de ensino. A partir do enunciado da questão, argumente a favor da prática pedagógógica escolanovista, mostrando sentido para sua aplicação no universo escolar.
		
	
Sua Resposta:
	
Compare com a sua resposta: O professor não fica preso à dissertação, ele propõe aulas práticas em que o aluno deixa a condição de sujeito passivo e se torna ativo (sujeito cognoscente), estabelecendo uma relação direta entre indivíduo-meio, se debruçando sobre o objeto de estudos, fazendo pesquisa, solucionando problemas, constatando na prática, no concreto, o conceito teórico. Isso traz motivação ao aluno, fazer aulas passeio e aulas em laboratórios.
	10a Questão (Ref.: 200725582756)
	
	É comum a substituição da palavra prática pela palavra práxis no contexto educacional; e ao se fazer a substituição, pensa-se estar resolvendo um problema teórico ao se colocar em prática o conhecimento científico. A prática, aqui, nesse sentido, é concebida como prática utilitária, isto é, aquela que é usada para satisfazer necessidades imedidatas da vida cotidiana. A práxis, por sua vez, corresponde:
		
	
Sua Resposta:
	
Compare com a sua resposta: Corresponde à atividade humana transformadora da realidade natural e humana; não é uma prática pedagógica qualquer, a prática pela prática e sim uma prática, uma ação docente refletida, fundametnada, consciente da realidade educacional, envolve refletir sobre e na prática para reorientar as ações.
	
Aula 06 – A Organização Curricular
Ao final desta aula, você será capaz de:
analisar diferentes concepções de currículo;
identificar os limites da organização disciplinar do currículo;
identificar as características do currículo em torno de áreas de conhecimento, temas geradores e projetos de trabalho.
Desde os fins do século XIX, os currículos escolares expressam o conjunto de saberes científicos produzidos no âmbito das disciplinas universitárias (teoria tradicional).
A disciplinarização do conhecimento é a expressão da disciplinarização do mundo, efeito da divisão industrial do trabalho que exige altos níveis de segmentação/especialização.Corresponde também ao estatuto de cientificidade proposto pelo paradigma positivista, valorizando a delimitação precisa do objeto, o que reforça a especialização dos saberes.
somente a partir da década de 60, é que a critica aos modelos vigentes irá descentrar a organização do currículo em torno de conteúdos acadêmicos e focalizar a experiência, a cultura, os saberes e as competências dos diferentes agentes envolvidos nas pratica pedagógicas (teorias criticas e pos-criticas).
Nesta concepção, o currículo não é visto apenas como um programa ou elenco de disciplinas, mas como o conjunto de saberes, valores, atividades e experiências vividas na escola que, mesmo de forma subjacente, são convergentes para objetivos educacionais.
É considerado curricular aquilo que foi planejado pelos educadores, o currículo pensado, mas também o que foi de alguma forma vivenciado na escola, o currículo vivido.  
Passa-se a considerar, inclusive, aquilo que foi vivido, mesmo que sem intenção educativa (certas posturas dos professores, as conversas no corredor, amores e conflitos vividos entre alunos etc.), mas que acaba por ter um caráter formativo, dado que todas as interações sociais provocam algum tipo de aprendizado, o chamado currículo oculto.
Currículo oculto - Apesar de boa parte dos processos educacionais vividos dentro da escola terem sido previamente estabelecidos, como espaço social, a escola abriga um campo de experiências espontâneas, muitas vezes contraditórias, mais ou menos intencionais, que também confluem ou expressam processos de socialização. Por exemplo, promovendo uma festinha surpresa para a professora, os alunos discutiram ideias, se organizaram, dividiram despesas, escreveram uma mensagem. Nessas experiências, muitos saberes foram exercitados. 
Diante de atitude preconceituosa de alguns alunos contra outros na sala, por exemplo, a postura do professor silenciando-se ou contrapondo-se a tal atitude dos alunos, também ensina.
Formas do organização curricular
Quando chegamos a uma escola nos deparamos com uma instituição em pleno funcionamento: horários organizados, quadro de professores e disciplinas, atividades acontecendo, materiais selecionados, enfim, uma escola em plena atividade. Contudo, como todos esses elementos foram organizados?
A seguir vc conhecerá as seguintes formas de organização curricular:
*o currículo disciplinar;
*o currículo em torno de áreas de conhecimento;
*o currículo a partir de temas geradores;
*o currículo a partir de projetos.
O currículo disciplinar
Currículos escolares organizados em torno desse paradigma se constituem por um conjunto de disciplinas, definidas por seu status e aparente funcionalidade. Assim, nem todos os campos do saber estão representados.
A organização disciplinar do conhecimento escolar privilegia a abordagem teórica, muitas vezes, desvalorizando o conhecimento prévio dos alunos e provocando distanciamento entre saberes escolares e as necessidades/questões objetivas que se colocam para os alunos e professores. Além disso, acaba por forjar uma estrutura inflexível que dificulta a realização de outras atividades que não a aula tradicional.
Porém, hoje, diante das críticas à concepção tradicional do currículo, podemos observar uma tendência à hibridização de diferentes saberes, científicos e não-científicos, em busca de compreensão mais ampliada e útil sobre a realidade. Buscando superar, assim, os limites da abordagem disciplinar, vemos a emergência de propostas de organização do currículo em torno de áreas de conhecimento, temas geradores ou projetos de trabalho.
O currículo em torno de áreas de conhecimento
Na contramão da territorialização do conhecimento, procura-se reduzir as fronteiras que demarcam os campos específicos em cada área do saber.
A reunião de conhecimentos afins em campos mais abrangentes permite reconhecer aproximações conceituais, mas não muda substancialmente a forma disciplinar de organização do currículo. 
Esse modelo tem sua expressão mesmo nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que reuniram as disciplinas nas áreas de Linguagens e Códigos, Ciências Humanas e Sociais, 
Ciência Naturais...
O currículo a partir de temas geradores
O trabalho com temas geradores envolve tratamento multidisciplinar para questões/assuntos da atualidade, geralmente ancorados nos interesses de alunos e professores. 
Quanto mais intensa a discussão do grupo em torno dos temas, maior a possibilidade de identificação de pontos de confluência entre as disciplinas e de superação de suas fronteiras. Afinal, os “temas” são realidades complexas que não cabem nos limites das disciplinas. 
Nessa proposta,frequentemente saberes não acadêmicos são valorizados e novas experiências didáticas são vivenciadas. É possível valorizar as experiências educativo-culturais da comunidade onde se insere a escola, promovendo um resgatea identidade coletiva e uma nova forma de envolvimento e participação da família.
Temas geradores
Tema: identidade social
Identidade e memória – como a memória é importante na construção da identidade. (filosofia e biologia)
População e diversidade – determinantes biológicos, geográficos de nossa identidade. (biologia, geografia e matemática)
Identidade local/nacional - a diversidade de povos culturas que constituem nossa identidade, elementos de identidade brasileira. (historia,literatura, artes)
O currículo a partir de projetos
Ao lado das propostas por uma pedagogia ativa, na pedagogia por projetos, o currículo deveria se organizar em torno de projeto(s) onde diferentes saberes e ações se articulam na solução de um problema. 
A lógica subjacente a este modelo admite um novo arranjo do saber escolar, agora menos acadêmico, onde diferentes atores e suas experiências passam a ser valorizados e dissolvem-se os princípios de territorialidade e linearidade do conhecimento.
Nesta perspectiva, a transferência e a integração de diferentes conhecimentos se fazem a partir do desenvolvimento de certas competências.
Projetos de trabalho
Situação-problema: abastecimento e tratamento de água
Pesquisa sobre sistema de distribuição da água.
Análise das condições de abastecimento e tratamento da água na comunidad.
Desenvolvimento do projeto de construção de caixa dagua na escola.
Discussão sobre hábitos, valores e percepções em torno do uso da água.
Obtenha mais informações sobre o currículo a partir de projetos.  
A ideia de um currículo organizado em torno de competências, embora implique em uma nova visão em um rearranjo dos componentes fundamentais da situação educativa, não implica em desvalorização dos processos de transmissão e produção de conhecimento. Afinal, quase a totalidade das ações humanas exige algum tipo de conhecimento, as vezes superficial, outras vezes aprofundado, oriundo da experiência pessoal, do senso comum, da cultura partilhada em im círculo de especialistas ou da pesquisa tecnológica ou cientifica.
Assim todo projeto deve ter vinculo estreito com a realidade, ou seja, estar constituído a partir de situações-problema. Não problemas artificiais, gerados nas pranchetas. Mas situações concretas, que ofereçam obstáculos, levem os alunos a investir conhecimentos prévios, levantar informações, reelaborar concepções e representações, criar novas ideias/saberes, desenvolver habilidades, promover interações, tomar decisões. Muitas vezes, o obstáculo torna-se, neste sentido, o ponto modal da ação pedagógica.
Isso implica que, muitas vezes, nos grupos de trabalho, vamos ver a emergência de divergência de opiniões, nflitos, tensões. Assim, o acompanhamento e a avaliação do desenvolvimento da Açao educativa ganham uma dimensão e importância destacada nessa proposta curricular. Impõem-se a concepção de um currículo em movimento, em constante (re)construção pelo coletivo dos agentes envolvidos na ação educativa.
1.
 
Na obra intitulada Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo, Tomaz Tadeu da Silva faz uma importante análise sobre as teorias do currículo.

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