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por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza política”. Diógenes Gasparini vê o Direito Administrativo como uma “sistematização de normas doutrinárias de direito, conjunto harmônico de princípios jurídicos” destinadas a ordenar a estrutura e o pessoal (órgãos e agentes) e os atos e atividades da Administração Pública, praticadas ou desempenhadas enquanto Poder Público. Para nós, Direito Administrativo é o complexo de posições jurídicas e princípios que disciplinam as relações da Administração Pública (órgãos e entidades) e seus agentes públicos na busca do bem comum. OBJETO Para Hely Lopes Meirelles, a caracterização e a delimitação do objeto do Direito Administrativo estão nas atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. José Cretella Júnior diz que o Direito Administrativo tem como objeto a administração, isto é, “os serviços públicos são o objeto do Direito Administrativo”. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO Segundo o saudoso Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo possui quatro fontes: a lei, a doutrina, a jurisprudência e os costumes, sendo a lei a principal, formal e primordial. I – A lei, em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo, abrangendo esta expressão desde a Constituição até os regulamentos executivos. E compreende-se que assim seja, porque tais atos, impondo o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio Estado, estabelecem relações de administração de interesse direto e imediato do Direito Administrativo. II – A doutrina, formando o sistema teórico de princípios aplicáveis ao Direito Positivo, é elemento construtivo da Ciência Jurídica à qual pertence a disciplina em causa. A doutrina é que distingue as regras que convêm ao Direito Público e ao Direito Privado, e mais particularmente a cada um dos sub-ramos do saber jurídico. Ela influi não só na elaboração da lei, como nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, o próprio Direito Administrativo. III – A jurisprudência, traduzindo a reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influencia poderosamente a construção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo, que se ressente de sistematização doutrinária e de codificação legal. A jurisprudência tem um caráter mais prático, mais objetivo que a doutrina e a lei, mas nem por isso se aparta de princípios teóricos que, por sua persistência nos julgados, acabam por penetrar e integrar a própria Ciência Jurídica. Outra característica da jurisprudência é o seu nacionalismo. Enquanto a doutrina tende a universalizar-se, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos princípios teóricos ao caso concreto. Sendo o Direito Administrativo menos geral que os demais ramos jurídicos, preocupa-se diretamente com a Administração de cada Estado, e por isso mesmo encontra, muitas vezes, mais afinidade com a jurisprudência pátria que com a doutrina estrangeira. A jurisprudência, entretanto, não obriga quer a Administração, quer o Judiciário, porque não vigora entre nós o princípio norte-americano do stare decises, segundo o qual a decisão judicial superior vincula as instâncias inferiores para os casos idênticos. IV – O costume, em razão da deficiência da legislação, a prática administrativa vem suprindo o texto escrito, e sedimentada na consciência dos administradores e administrados, a praxe burocrática passa a suprir a lei, ou atua como elemento reformativo da doutrina. Ao lado da lei, a principal fonte de qualquer direito, os autores enumeram outros: • a analogia, a eqüidade, os princípios gerais do Direito, os tratados internacio- nais, a instrução e a circular. Sistema Administrativos Sistema Administrativos (ou mecanismos de controle) São sistemas de controle exercidos sobre os atos administrativos (legais ou ilegítimos) editados pela Administração Pública. Sistema Francês ou X Sistema Inglês, Judicial Contencioso ou Uno Administrativos ou Duo Há dualidade de Jurisdição: - a justiça comum (Juízos) - a justiça administrativa (tribunais administrativos) - Adotado no Brasil - Somente se faz coisa julgada na via judicial - Inafastabilidade da apreciação judicial - Princípio de segurança jurídica (nenhum ato ou ameaça de direito escapa da apreciação judicial). Todos os letígios serão resolvidos pela justiça comum, pelo poder judiciário Efeito vinculante = Decisão Judicial superior vincula as instâncias inferiores Regime Jurídico Conjunto de regras, princípios e fundamentos que se identificam com o Direito Público ou com o Direito Privado (Determinado por Lei) Regime Jurídico de Direito X Regime Jurídico Privado Administrativo - Empresas Públicas - Sociedade de economia mista Art. 173 C.F. - A Administração age, em regra, no mesmo nível do particular - Supremacia do interesse público, sobre o particular (privilégios e prerrogativas) - Indisponibilidade do interesse público (impenhorabilidade, inalie- nabilidade,imprescritibilidade) - Unilateralidade, imperatividade, auto- executoriedade, presunção de legitimidade, etc. Ex.: Autarquias Administração Pública Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico Compreende órgãos, agentes e entidades (pessoas jurídicas) tendentes à realização das atividades administrativas ... – Compõem e conceito de Administração Pública subjetivo os poderes legislativos e judiciários e seus agentes quando no exercício de atividade administrativa. Administração Pública em sentido material, objetivo ou funcional. Compreende ao exercício de atividade administrativa – Típica do poder Executivo – Atípica dos demais poderes Atividades: – Fomento – Polícia Administrativa – Serviços Públicos – Intervenção Codificação do Direito Administrativos – Não há – Codificado: Licitações e contratos (Lei 8.666/93) Estatuto dos Servidores Públicos Civis (Lei 8.112/90) Interpretação do Direito Administrativo Pressupostos: 1) a desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados(prevalência do interesse público sobre o interesse particular) 2) Presunção relativa de legitimidade dos atos administrativos 3) Poderes discricionários para a Administração atender os interesses públicos - limite: a norma legal - finalidade: o bem comum Princípios Administrativos 1 - Basilares ou primados A supremacia do interesse público sobre o interesse privado A indisponibilidade do interesse público pela administração. 2 - Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência 3 – Fundamentais Planejamento Coordenação Descentralização Delegação de competência Controle TEORIA GERAL DO ATO ADMINISTRATIVO Conceitos Segundo Hely Lopes Meirelles: “Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”. J. Cretella Junior apresenta uma definição partindo do conceito de ato jurídico. Segundo ele, ato administrativo é “a manifestação de vontade