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Resumo de Direito Civil Assunto: PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO NOVO CÓDIGO CIVIL Autores: Aurélia Lizete de Barros Czapski e Débora Consoni NOVO CÓDIGO CIVIL PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO DIREITO DE FAMÍLIA IGUALDADE O código faz referência ao "homem" (art. 2º) Agora, se usa a palavra "pessoa" (art. 1º) VIRGINDADE O marido pode pedir a anulação do casamento em caso de "defloramento da mulher" ignorado por ele. (art. 219, IV) A desonestidade da filha que vive na casa paterna é causa que autoriza a deserdação dos descendentes por seus ascendentes (art. 1.744, III) - A perda de virgindade da mulher não é tratada no código. O art. 1.557, suprime esta possibilidade. a perda da virgindade (desonestidade da filha que vive na casa paterna) não consiste mais motivo para a sua deserdação. (art. 1962) ADULTÉRIO O adultério é causa de dissolução do casamento e impede que o adúltero se case com o amante art. 183, VII O adultério continua como causa de dissolução do casamento, por grave infração do dever de fidelidade conjugal, (art. 1.573, I) mas não como impedimento do casamento do cônjuge adúltero com o seu cúmplice por tal condenado (o art. 1521 suprimiu esta hipótese) FAMÍLIA A "família legítima" é aquela formada pelo casamento formal e é o eixo central do direito de família. art. 229 A "família" abrange as unidades familiares formadas por casamento, união estável, ou comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendente (família monoparental) É um conceito muito mais amplo CASAMENTO O objetivo do casamento é constituir família (art. 229) artigos 180 a 314 - o chefe de família é o marido, que exerce o "pátrio poder", com a colaboração da mulher art. 233 - o casamento pode celebrar-se mediante procuração com poderes especiais. O C. Civil não trata do prazo do mandato e nem da revogação (art. 201) a idade núbil é de 16 anos para a mulher e de 18 anos para o homem (art. 183) O casamento é a "comunhão plena de vida" com direitos iguais para os cônjuges (art. 1511) artigos 1511 a 1595 - a direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz, que decidirá tendo em consideração aqueles interesses. (art. 1567 e § único) - o casamento pode celebrar-se mediante procuração por instrumento público, com validade restrita para 90 dias (art. 1542 § 3º); prevê a revogação do mandato por instrumento público. (art. 1542 § 4º) - houve a equiparação da idade núbil do homem e da mulher aos 16 anos de idade (art. 1.517) VALIDADE DO CASAMENTO RELIGIOSO O casamento religioso, para ter efeito civil, deve ser registrado em até 30 dias, no Registro Civil das Pessoas Naturais: arts. 71 a 75 da LRP (não está previsto no Código Civil) - a gratuidade da celebração não está prevista no Código Civil, somente está prevista na Constituição Federal art. 226, § 1º: “o casamento é civil e gratuita a celebração” O Novo Código prevê expressamente o registro civil do casamento religioso; o prazo de registro aumenta para 90 dias. (art. 1.515/1516); - prevê também a gratuidade da celebração (as pessoas pobres são isentas das despesas do casamento civil. (art. 1512) IMPEDIMENTOS A capacidade matrimonial dos menores esta estabelecida da seguinte forma: estão impedidas de se casar as mulheres menores de 16 anos e os homens menores de 18 anos (art. 183 XII) - quanto aos impedimentos, estes estão divididos em (art. 183) a) absolutamente dirimentes (I a VIII)- geram a nulidade b) relativamente dirimentes (IX a XII) – geram a anulabilidade c) impedientes ou meramente proibitivos (XIII a XVI) – geram penalidades civis aos contraentes. Ex. regime da separação obrigatória de bens (art. 258, parágrafo único, I ao IV); perda do direito ao usufruto dos bens dos filhos (art. 225). Prevê a redução da capacidade matrimonial para 16 anos (homem e mulher) art. 1517. - houve redução dos impedimentos matrimoniais, catalogando apenas os dirimentes absolutos (art. 1521/ 1548, II) - acrescentou as cláusulas suspensivas do casamento em lugar dos antigos Impedimentos impedientes ou meramente proibitivos. (art. 1523) - constitui inovação a previsão específica de causa suspensiva de casamento para o divorciado, enquanto não efetuada a partilha dos bens do casal (art. 1.523, III). como conseqüência penalizadora do casamento celebrado com infração ao inciso III do art. 1.523, o Novo Código prevê, no capítulo de regime de bens, que se torna obrigatório o regime da separação, sem a comunhão dos aqüestos. SOBRENOME A mulher pode adotar o nome do marido. art. 240, parágrafo único O marido e a mulher, querendo, poderão acrescer ao seu o sobrenome do outro. art. 1.565, § 1º REGIME DE BENS - É irrevogável, não podendo ser alterado após o casamento art. 230 - Os bens aqüestos se comunicam no regime da separação de bens (legal ou convencional) art. 258, parágrafo único e 259) - Existência do regime dotal: arts. 278 a 288 - Regime da separação de bens é obrigatório para os órfãos e menores cujos pais decaíram do “pátrio poder” – art. 258, III - bens reservados da mulher, previsto no art. 246 - mulher maior de 50 e homem maior de 60, regime obrigatório da separação de bens (art. 258, II) é necessário o consentimento do outro cônjuge para alienar ou gravar de ônus reais seus próprios bens, qualquer que seja o regime de bens (art. 276) - É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges. (art. 1639, § 2º). Só para os novos casamentos ou para todos? - Não há mais comunhão dos bens aqüestos no regime da separação de bens (legal e convencional) art. 1.641 - Omissão do regime dotal e introdução do novo regime de bens: participação final nos aqüestos – arts. 1.672 a 1.686 - Regime da separação de bens não é mais obrigatório para os órfãos e menores cujos pais decaíram do “pátrio poder” – art. 1.641 - tratamento igual entra os nubentes, em virtude da idade, sem distinção de sexo, no regime da separação de bens – 60 anos.(art. 1.669, II) - no regime da separação de bens, o cônjuge poderá livremente alienar, hipotecar ou gravar de ônus reais seus bens, móveis ou imóveis, independentemente da outorga ou consentimento do outro (art. 1.687) FIANÇA Os cônjuges precisam de autorização um do outro para prestar fiança. O aval não requisita autorização. Arts. 235, III, 242, I e 263, X Tanto a fiança quanto o aval requerem autorização do cônjuge (Art. 1.647, III) ALIMENTOS - A mulher e os filhos têm direito à pensão alimentícia.(art. 19 da LDi) - A mulher perde esse direito quando casa novamente. (art. 29 da Lei do Divórcio). - Os parentes podem pedir alimentos (art. 396) até o 6º grau de parentesco, conforme o disposto no art. 331. - A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.796 do CC. (a herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual na proporção da parte que na herança lhe coube) arts. 396 a 405 - Os cônjuges ou conviventes podem pedir alimentos (art. 1694). Por ocasião da separação judicial, será fixada uma pensão alimentícia para o cônjuge que necessitar, ainda que tenha culpa. (art. 1.694, §2º) - Quem recebe pensão alimentícia perde esse direito com um novo casamento, união estável ou concubinato (1.708). - Os parentes podem pedir alimentos (limitação ao parentesco colateral até o 4º grau – art. 1592), nos casos de não ter aptidão para o trabalho. (art. 1.704, parágrafo único). - A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor na forma do art. 1694 (art. 1.700). arts. 1.694 a 1.710 FILIAÇÃO Há distinção entre o filho do casamento (arts. 338 a 351 – legitimados: arts. 352/ 354), o filho "ilegítimo" (concebido fora do casamento arts. 356 a 367) e o filho adotivo (ECA e arts. 368 a 378) Art. 1.577 – a capacidade para suceder é a do tempo da abertura da sucessão, que se regulará conforme a lei em vigor. Repete o dispositivo constitucional art. 227, § 6º: "os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação". art. 1.596 art. 1.597 – trata da inseminação artificial. São presumidos filhos, os concebidos por inseminação artificial, na constância do casamento. No caso de embriões excedentes, podem ser considerados filhos, os nascidos após a morte do pai? Os havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. Art. 1.787 – herdeiros são os existentes até a abertura da sucessão PÁTRIO PODER - há uma posição privilegiada do pai no exercício do pátrio poder, embora o art. 380 tenha sido alterado pelo art. 21 do ECA (lei n. 8.069/90), “exercendo o marido com a colaboração da mulher”. Somente na falta ou impedimento de um dos progenitores poderia o outro exercê-lo com exclusividade -O pátrio poder passa a se chamar “poder familiar” (art. 1630) e é exercido por ambos e, na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade. - Qualquer dos progenitores havendo divergência poderá recorrer ao juiz. GUARDA DOS FILHOS A guarda é da mãe, exceto em casos particulares. Arts. 9º ao 16º da Lei do Divórcio. A guarda é do cônjuge que tiver "melhores condições" de exercê-la. art. 1.584 EMANCIPAÇÃO A anuência do pai é essencial para a emancipação do filho (Art. 9º, § 1º, I) Aos 21 anos se atinge a maioridade civil: art. 9º, caput A emancipação pode ser feita pelo pai ou pela mãe isoladamente (art. 5º, parágrafo único, I, se o menor tiver 16 anos completos) Maioridade civil passa de 21 para 18 anos: art. 5º, caput SEPARAÇÃO A separação pode ser consensual ou litigiosa. Art. 3º e 4º da Lei do Divórcio. O prazo para se requerer a separação consensual é de 2 anos após o casamento. (art. 5º, § 1º) O art. 1574 do novo Código prevê a possibilidade da separação judicial consensual após um ano de casamento através da manifestação de vontade do casal perante o juiz. Houve, portanto a redução do prazo para a obtenção da separação por mútuo consentimento , eis que o artigo 4º da Lei do Divórcio estabelecia requisito temporal de dois anos. UNIÃO ESTÁVEL Regulada pelas leis 8.971/94 e 9.278/96 Houve a inclusão da união estável na estrutura organizacional do código arts. 1.723 a 1.727 - Não há fixação de um prazo rígido para que se constitua a união estável (art. 1.723) As pessoas que mantiveram o seu estado civil de casadas, mas estando separadas de fato, poderão constituir união estável (§1º, art. 1723) REGIME DE BENS - os bens móveis e imóveis adquiridos onerosamente na constância da união, pertencem a ambos, em condomínio, em partes iguais, salvo estipulação em contrário. (art. 5º, Lei 9.278/96) O art. 1.725 estabelece para as relações patrimoniais entre os companheiros, salvo contrato escrito, a aplicação das normas do regime da comunhão parcial de bens. SUCESSÃO O companheiro sobrevivente terá direito: a) usufruto da ¼ parte dos bens do de cujus se houver filhos deste ou comuns e de ½ se não houver filhos, embora sobrevivam ascendentes. (art. 2º, I e II da lei 8.971/94) b) direito real de habitação: art. 7º, parágrafo único, da Lei 9.276/96 c) totalidade da herança na falta de descendentes e ascendentes (art. 2º, III da Lei 8.971/94) - O NCC derrogou as leis 8.971/94 e 9.278/96? É difícil falar em usufruto e direito real de habitação do companheiro sobrevivente, vez que há dispositivo específico regulamentando a sucessão do companheiro sobrevivente (art. 1.790) O companheiro sobrevivente é herdeiro, concorrendo com os filhos, ou demais parentes sucessíveis, dos bens adquiridos onerosamente na constância da união, da seguinte forma: a) se concorrer com filhos comuns, receberá uma cota equivalente atribuída ao filho; b) se concorrer com descendentes só do autor da herança, receberá a ½ que couber a cada um daqueles; c) se concorrer com outros parentes sucessíveis terá direito a 1/3 da herança; não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança . ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA A ordem de vocação hereditária está prevista no art. 1.603. O cônjuge sobrevivente não é herdeiro necessário (art. 1.721). O cônjuge sobrevivente passa a figurar na ordem de sucessão, entre os herdeiros necessários, em concorrência com os descendentes e ascendentes do falecido. art. 1.829 a 1.832 a)dividem-se os bens entre o cônjuge, descendentes e ascendentes: - regime da comunhão parcial, se houver deixado bens particulares - regime da separação convencional - regime da participação final dos aqüestos b)os bens não se comunicam e o cônjuge não herda: - regime da separação obrigatória (legal) - regime da comunhão universal - regime da comunhão parcial, se não tiver deixado bens particulares SUCESSÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE O cônjuge sobrevivente separado de fato, em tese herda, uma vez que não foi expressamente excluído da ordem de vocação hereditária. A jurisprudência é que vem excluindo o cônjuge separado da sucessão. - direito real de habitação: possui o cônjuge sobrevivente casado sob o regime da comunhão universal de bens (art. 1.611, § 2º) - usufruto: ¼ ou da ½ dos bens do falecido se concorrer com descendentes ou ascendentes do de cujus, salvo se o regime de bens era o da comunhão universal (art. 1.611, § 1º) O cônjuge sobrevivente é herdeiro na falta de descendentes ou ascendentes, independentemente do regime de bens (art. 1.611) O cônjuge para ser herdeiro não pode estar separado de fato há mais de 2 anos, salvo se a culpa pela separação tiver sido do falecido (art. 1.830). - qualquer que seja o regime de bens adotado, o cônjuge sobrevivente tem direito real de habitação sobre o imóvel residencial, desde que seja o único desta natureza (art. 1.831). Problema: é vitalício, o artigo não contempla o novo casamento ou união estável -O Novo Código extinguiu o direito ao usufruto do cônjuge sobrevivente. O cônjuge sobrevivente será herdeiro, concorrendo com os descendentes, dependendo do regime de bens, na forma prescrita pelo art. 1.829, I. É herdeiro: regime da comunhão parcial de bens com bens particulares e regime da separação convencional de bens. - O cônjuge sobrevivente será herdeiro, concorrendo com os ascendentes, na forma prescrita pelo art. 1.836/1837: Recebe 1/3 da. herança concorrendo com ascendente de primeiro grau, e ½ se concorrer com um só ascendente ou se maior for aquele grau. - O cônjuge sobrevivente será herdeiro da totalidade da herança, na falta de descendentes ou ascendentes (art. 1.829, III e 1.838. TESTAMENTO São necessárias pelo menos 5 testemunhas art. 1.632, 1.645 (testamento público e particular). O código prevê o "testamento marítimo" 1.656 a 1.659 O testamento particular requer 3 testemunhas (art. 1.876, § 1º) e o público, 2 (art. 1.864, II). Além do "testamento marítimo", o código prevê o "testamento aeronáutico" arts. 1.888 a 1.892 As clausulas restritivas do direito de propriedade (incomunicabilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade), sobre a legítima, agora, têm que ser justificadas – art. 1.848 Admite a inclusão de prole eventual, desde que dentro de um prazo de 2 anos. Do contrário a herança será divida entre os demais herdeiros. NOVO CÓDIGO CIVIL PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO DIREITO DAS SUCESSÕES IGUALDADE O código faz referência ao "homem" (art. 2º) Agora, se usa a palavra "pessoa" (art. 1º) FAMÍLIA A "família legítima" é aquela formada pelo casamento formal e é o eixo central do direito de família. art. 229 A "família" abrange as unidades familiares formadas por casamento, união estável, ou comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendente (família monoparental) É um conceito muito mais amplo ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA A ordem de vocação hereditária está prevista no art. 1.603: “ A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I- aos descendentes; II- aos ascendentes; III – ao cônjuge sobrevivente; IV – aos colaterais; V- aos Municípios, ao Distrito Federal ou à União. O cônjuge sobrevivente não é herdeiro necessário (art. 1.721). A ordem de vocação hereditária está prevista no art. 1.829: “A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I- aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; III – ao cônjuge sobrevivente; IV – aos colaterais; V- aos Municípios, ao Distrito Federal ou à União. O cônjuge sobrevivente é herdeiro necessário (art. 1.845 e 1.829, I, II,) a)dividem-se os bens entre o cônjuge, descendentes e ascendentes: - regime da comunhão parcial, se houver deixado bens particulares - regime da separação convencional - regime da participação final dos aqüestos b)os bens não se comunicam e o cônjuge não herda: - regime da separação obrigatória (legal) - regime da comunhão universal - regime da comunhão parcial, se não tiver deixado bens particulares SUCESSÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE O cônjuge sobrevivente separado de fato, em tese herda, uma vez que não foi expressamente excluído da ordem de vocação hereditária. A jurisprudência é que vem excluindo o cônjuge separado da sucessão. - Direito real de habitação: possui o cônjuge sobrevivente casado sob o regime da comunhão universal de bens (art. 1.611, § 2º) - Usufruto: ¼ ou da ½ dos bens do falecido se concorrer com descendentes ou ascendentes do de cujus, salvo se o regime de bens era o da comunhão universal (art. 1.611, § 1º). Problema: bloqueia a livre disposição dos bens herdados. Os herdeiros têm seus bens hereditários vitaliciamente vinculados ao cônjuge credor do usufruto vidual. Vale lembrar que o usufruto é instituído sobre a totalidade da herança (e não apenas sobre os bens adquiridos na constância do casamento) O cônjuge sobrevivente é herdeiro na falta de descendentes ou ascendentes, independentemente do regime de bens (art. 1.611) O cônjuge para ser herdeiro não pode estar separado de fato há mais de 2 anos, SALVO se a culpa pela separação tiver sido do falecido (art. 1.830). (Como se prova esta culpa ?) Assim, o marco da incomunicabilidade dos bens e exclusão do cônjuge sobrevivente da ordem de vocação hereditária do cônjuge falecido é a supressão da vida em comum. - qualquer que seja o regime de bens adotado, o cônjuge sobrevivente tem direito real de habitação sobre o imóvel residencial, desde que seja o único desta natureza (art. 1.831). Problema: é vitalício, o artigo não contempla o novo casamento ou união estável -O Novo Código extinguiu o direito ao usufruto do cônjuge sobrevivente. -O cônjuge sobrevivente será herdeiro, concorrendo com os descendentes, dependendo do regime de bens, na forma prescrita pelo art. 1.829, I. É herdeiro: no regime da comunhão parcial de bens com bens particulares e no regime da separação convencional de bens. - O cônjuge sobrevivente será herdeiro, concorrendo com os ascendentes, na forma prescrita pelo art. 1.836/1837: Recebe 1/3 da. Herança concorrendo com ascendente de primeiro grau, e ½ se concorrer com um só ascendente ou se maior for aquele grau. -O cônjuge sobrevivente será herdeiro da totalidade da herança, na falta de descendentes ou ascendentes (art. 1.829, III e 1.838.] O cônjuge sobrevivente casado sob o regime da separação obrigatória de bens (art. 1.641) não é herdeiro. O NCC ignora a Súmula 377 do STF, a qual prevê a partilha igualitária dos bens adquiridos a título oneroso na constância da sociedade conjugal. SUCESSÃO DO DESCENDENTE O descendente encontra-se no primeiro lugar da ordem de vocação hereditária. (art. 1.603, I) e exclui o cônjuge. Os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau. (art. 1.604) Sem correspondente no Código Civil. Sem correspondente no Código Civil, pois só existe esta previsão na hipótese de ascendentes. Sem correspondente no Código Civil. O descendente, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, encontra-se em primeiro lugar da ordem de vocação hereditária. (1.829, I) Repete o dispositivo do Código Civil no art. 1.835. O quinhão hereditário é igualmente dividido entre os descendentes. No entanto, o cônjuge sobrevivente não pode ter sua quota inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros que concorrer. (art. 1.832) Acrescenta o artigo 1.833 o qual prevê que entre os descendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, salvo direito de representação. E ainda, o descendente que herdar por representação terá o mesmo direito que teriam seus ascendentes. (art. 1.834) A concorrência dos descendentes com o cônjuge sobrevivente só se dá sobre aqueles bens que não se comunicam pelo regime matrimonial e que pertencem ao viúvo como sua legítima meação. SUCESSÃO DO ASCENDENTE O ascendente encontra-se no segundo lugar da ordem de vocação hereditária. (art. 1.603, II). Não havendo herdeiros da classe dos descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes. Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. (art. 1.607) Havendo igualdade de grau e diversidade de linha, “a herança partir-se-á entre as duas linhas pelo meio” (art. 1.608) Não há correspondente no Código Civil. Não há correspondente no Código Civil. Na falta de descendentes são chamados à sucessão os ascendentes em concorrência com o cônjuge sobrevivente. (art. 1.829, II). Repete o disposto no Código Civil, porém, no parágrafo 1º do art. 1.836. No parágrafo 2º do art. 1.836, também repete o dispositivo do Código Civil, alterando apenas a redação final “os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna”. Concorrendo com o cônjuge sobrevivente a herança será dividida em 3: 1/3 para o cônjuge sobrevivente, 1/3 para a linha materna e 1/3 para linha paterna do falecido. (art. 1.837) Se o grau de parentesco do ascendente for mais distanciado (avô, avó), ainda assim, concorre com este o cônjuge, mas neste caso, terá direito a ½ da herança (art. 1.837) SUCESSÃO DOS COLATERAIS Encontram-se no quarto lugar da ordem de vocação hereditária. (art. 1.603, IV). O grau mais próximo exclui o mais remoto. (art. 1.613), salvo direito de representação dos filhos do irmão. Irmãos colaterais concorrendo com irmãos unilaterais, estes últimos herdarão ½ do que cada um daqueles. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes. (art. 1.843) Utiliza a palavra “germanos” para tratar os irmãos filhos da mesma mãe e do mesmo pai. Continua no quarto lugar da ordem de vocação hereditária ( 1.829, IV) Manteve o disposto no art. 1.613. (art. 1.840) Também manteve o disposto no Código Civil. (art. 1.842) Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes E NÃO OS HAVENDO, os tios. (art. 1.843) Utiliza a palavra “bilaterais” para tratar os irmãos filhos da mesma mãe e do mesmo pai. SUCESSÃO DO COMPANHEIRO SOBREVIVENTE Regulada pelas leis 8.971/94 e 9.278/96 O companheiro sobrevivente tem direito: a) usufruto da ¼ parte dos bens do de cujus se houver filhos deste ou comuns e de ½ se não houver filhos, embora sobrevivam ascendentes. (art. 2º, I e II da lei 8.971/94) b) direito real de habitação: art. 7º, parágrafo único, da Lei 9.276/96 c) totalidade da herança na falta de descendentes e ascendentes (art. 2º, III da Lei 8.971/94) Encontra-se no terceiro lugar da ordem de vocação hereditária, ao lado do cônjuge. Entenda-se herda todo o patrimônio do falecido, independentemente de ter sido adquirido a título oneroso ou gratuito, antes ou durante a vigência da união estável. O Novo Código Civil derrogou as leis 8.971/94 e 9.278/96 ? Houve a inclusão da união estável na estrutura organizacional do código arts. 1.723 a 1.727 É difícil falar em usufruto e direito real de habitação do companheiro sobrevivente, vez que há dispositivo específico regulamentando a sucessão do companheiro sobrevivente (art. 1.790) e que não prevê tal direito. O companheiro sobrevivente é herdeiro, concorrendo com os filhos, ou demais parentes sucessíveis, dos bens adquiridos onerosamente na constância da união, da seguinte forma: a) se concorrer com filhos comuns, receberá uma cota equivalente atribuída ao filho; b) se concorrer com descendentes só do autor da herança, receberá a ½ que couber a cada um daqueles; c) se concorrer com outros parentes sucessíveis terá direito a 1/3 da herança; d) não havendo parentes sucessíveis (leia-se ascendentes e colaterais), terá direito à totalidade da herança. Só herda o que adquiriu a título oneroso na vigência da união estável. Assim, se não houverem “outros parentes sucessíveis”, esta outra parte da herança é considerada herança jacente. O NCC acarreta prejuízos à sucessão do companheiro sobrevivente quando o óbito ocorrer na sua vigência. DA HERANÇA E SUA ADMINISTRAÇÃO Capítulo II – Da Transmissão da Herança. Art. 1.580 – prevê a indivisibilidade da herança até a partilha. O artigo 1.770 prevê o prazo de 1 mês para o processamento do inventário e partilha, podendo ser prorrogado por mais 3 meses pelo juiz a requerimento do inventariante. Parágrafo único – permite a remoção do inventariante, quando por sua culpa, não se achar finda a partilha no prazo. Capítulo II – Da Herança e sua Administração O artigo 1.791 reafirma o princípio da indivisibilidade da herança. “até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio” O artigo 1.794 prevê que a quota hereditária não pode ser cedida a um estranho se outro co-herdeiro quiser. E ainda, prevê, o art. 1.795, que a cessão da quota hereditária deverá ser feita por instrumento público. E o co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, exercer o direito de preferência, no prazo de 180 dias após a transmissão. O artigo 1.796 prevê o prazo de 30 dias para instaurar-se o inventário perante o juízo competente. Exclui o parágrafo único do art. 1.770 do CC. ACEITAÇÃO E RENÚNCIA Previsto nos arts. 1.581 a 1.586 Não há correspondente no Código Civil. Art. 1.582: “Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros” A renúncia deve ser expressa por escritura pública ou termo judicial (art. 1.581). A herança é indivisível, não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte (art. 1.583). Não há correspondente no Código Civil. Com o falecimento do herdeiro antes de aceitar a herança, este direito passa aos seus herdeiros. (art. 1.585) A aceitação é retratável se não resultar prejuízos a credores, bem como a renúncia quando proveniente de violência, erro ou dolo. (art. 1.590) Não há correspondente no Código Civil. Previsto nos arts. 1.804 a 1.813 Acrescenta o artigo 1.804: “Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão” (irrevogabilidade da aceitação da herança) Parágrafo único: “A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança”. Repete o disposto no art. 1.582, no §2º do art. 1.805: “Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros” A renúncia deve ser expressa por instrumento público ou termo judicial (art. 1.806) Mantém a indivisibilidade da aceitação e da renúncia da herança (art. 1.808) O NCC inova acrescentando o § 2º ao art. 1.808: “O herdeiro que, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios diversos (herdeiro legítimo/testamentário) pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia”. HERANÇA JACENTE Prevista nos arts. 1.591 a 1.594 Conceito de herança jacente previsto no art. 1.591 Decorridos 5 anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município, Distrito federal ou União Federal (art. 1.594) O art. 1.158 do CPC permite a habilitação de qualquer herdeiro, mesmo após o trânsito em julgado da sentença. A declaração de vacância dos bens da herança jacente só é permitida após todas as diligências legais. (art. 1.593) Prevista nos arts. 1.819 a 1.823 O art. 1.819 simplificou a redação do art. 1.591: “Falecendo alguém sem deixar testamento, nem herdeiro legítimo, os bens da herança, depois de arrecadados ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância”. Mantém a regra de que, decorridos 5 anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município, Distrito federal ou União Federal (art. 1.822) Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficam excluídos da sucessão. Permite, desde logo, a declaração da vacância, SEM o período de diligências relativas à arrecadação e jacência, quando TODOS os chamados a suceder renunciarem à herança. (art. 1.823) INDIGNIDADE E DESERDAÇÃO DOS QUE NÃO PODEM SUCEDER Arts. 1.595 a 1.597 O art. 1.595 exclui da sucessão: I- “cúmplice” e em “homicídio voluntário” contra a pessoa de cuja sucessão se tratar; II- que a acusaram caluniosamente. III. que inibiram por violência ou fraude, de livremente dispor de seus bens; Prescreve em 4 anos a ação do interessado para exclusão do herdeiro (art. 178) O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos bens que a seus filhos couberem na herança (art. 1.602) O excluído da sucessão não tem direito ao ressarcimento das despesas que teve na conservação dos bens da herança. (art. 1.598) A reabilitação do indigno deve ser expressa no testamento ou outro ato autêntico (art. 1.597) Deserdação: arts. 1.741 a 1.745 A desonestidade da filha é causa que autoriza a deserdação. (art. 1.744, III) DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO Arts. 1.814 a 1.818 O art. 1.814 atualiza a terminologia, excluindo da sucessão: I- o “co-autor ou partícipe” de homicídio doloso ou tentativa, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, e acrescenta ainda neste rol seu cônjuge, companheiro, ascendente e descendente. Amplia a configuração da indignidade capaz de excluir herdeiro. II- corrige a redação: “que houverem acusado caluniosamente”, o autor da herança e acrescenta o cônjuge e o companheiro; III. não alude mais a fraude, mas a “meios fraudulentos”. Manteve o prazo de 4 anos, a contar da abertura da sucessão, para exclusão do herdeiro e acrescenta também o legatário (parágrafo único do art. 1815). Decorrido este prazo, extingue o direito do interessado demandar. Mantém o disposto no art. 1.602 do CC, no parágrafo único do art. 1.816. Ao invés de filho utiliza a palavra sucessores. Acrescenta o direito à indenização das despesas com a conservação dos bens da herança (art. 1.871, parágrafo único) Mantém expressa a reabilitação do indigno no testamento ou ato autêntico, art. 1.818. Acrescenta o parágrafo único: “Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposição testamentária. Deserdação: arts. 1.961 a 1.965 A perda da virgindade (desonestidade da filha que vive na casa paterna) não consiste mais motivo para a sua deserdação. (art. 1962) DA PETIÇÃO DE HERANÇA Não há correspondente no Código Civil Há uma previsão isolada no parágrafo único do art. 1.580, na parte de Disposições Gerais, de que qualquer dos co- herdeiros pode reclamar a universalidade da herança a terceiro, que indevidamente a possua. Introduziu um novo capítulo : VII Da Petição de Herança Arts. 1.824 a 1.828 “O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua” (art. 1.824) A ação de petição de herança, ainda que exercida por um só dos herdeiros, poderá compreender todos os bens hereditários. (art. 1.825). E ainda, “o herdeiro pode demandar os bens da herança, mesmo em poder de terceiros, sem prejuízo da responsabilidade do possuidor originário pelo valor dos bens alienados (art. 1.827) “São eficazes as alienações feitas, a título oneroso pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-fé” (parágrafo único) TESTAMENTO Arts. 1.626 a 1.769 Art. 1.626: “Considera-se testamento o ato revogável pelo qual alguém, de conformidade com a lei, dispõe, no todo ou em parte, do seu patrimônio, para depois da sua morte” Não há correspondente no Código Civil Não há correspondente no Código Civil O código prevê o "testamento marítimo" Arts. 1.656 a 1.659 Não podem ser nomeados em testamento, como herdeiros ou legatários: - O cônjuge (art. 1.719, I) - a concubina do testador (Art. 1.719, III) Arts. 1.857 a 1.990 O art. 1.857 altera a redação do art. 1.626, acrescenta dois parágrafos e prevê a legítima dos herdeiros necessários: “Toda pessoa capaz pode dispor por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. §1º - A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento. § 2º - São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas tenha se limitado” Há previsão expressa de que o testamento é ato personalíssimo e pode ser mudado a qualquer tempo (art. 1.858) É fixado um prazo decadencial de 5 anos para o exercício do direito de impugnar a validade do testamento, contado o prazo da data do seu registro. (art. 1.859) Além do "testamento marítimo", o código prevê o "testamento aeronáutico" arts. 1.888 a 1.892. Não podem ser nomeados em testamento, como herdeiros ou legatários: - o cônjuge e o companheiro (art. 1.801, I) - concubino, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de 5 anos. (art. 1.801, III) CAPACIDADE PARA TESTAR art. 1.627 São incapazes de testar: menores de 16 anos, loucos de todo gênero, os que não estão em perfeito juízo. art. 1.860. Mantém como regra a capacidade testamentária ativa e a incapacidade como exceção. Acrescenta no parágrafo único: maiores de 16 podem testar. TESTAMENTO PÚBLICO E PARTICULAR Testamento Público (arts. 1.632 a 1.637) Deve ser escrito por oficial público em seu livro de notas. São necessárias pelo menos 5 testemunhas art. 1.632 Testamento Particular (arts. 1.645 a 1.649) Deve ser escrito pelo testador. São necessárias pelo menos 5 testemunhas art. 1.645. Para sua confirmação são necessárias 3 das 5 testemunhas. (art. 1.648) Arts. 1.857 a 1.990 O art. 1.857 altera a redação do art. 1.626, acrescenta dois parágrafos e prevê a legítima dos herdeiros necessários: “Toda pessoa capaz pode dispor por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. §1º - A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento. § 2º - São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas tenha se limitado” Há previsão expressa de que o testamento é ato personalíssimo e pode ser mudado a qualquer tempo (art. 1.858) É fixado um prazo decadencial de 5 anos para o exercício do direito de impugnar a validade do testamento, contado o prazo da data do seu registro. (art. 1.859) Além do "testamento marítimo", o código prevê o "testamento aeronáutico" arts. 1.888 a 1.892. Não podem ser nomeados em testamento, como herdeiros ou legatários: - o cônjuge e o companheiro (art. 1.801, I) - concubino, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de 5 anos. (art. 1.801, III) DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS Permite que as clausulas restritivas de propriedade (incomunicabilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade) sejam gravadas sobre a legítima (art. 1.723). As clausulas restritivas do direito de propriedade (incomunicabilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade), sobre a legítima, agora, têm que ser justificadas expressamente – art. 1.848 Exemplos de justa causa: herdeiro pródigo, péssimo administrador patrimonial etc. Do contrário, caracterizaria um arbitrário ato de sucessão e inaceitável forma de impedir a livre circulação dos bens. Acrescenta o § 1º no art. 1.848, que proíbe a conversão dos bens da legítima em outros de espécie diversa. E também o § 2º que permite a sub-rogação do vínculo. A imposição de uma das cláusulas implica nas outras também. (art. 1.911) São anuláveis as disposições testamentárias inquinadas em erro, dolo ou coação. O direito de anular a disposição se extingue em 4 anos a contar do conhecimento do vício pelo interessado. (arts. 1.909) A ineficácia de uma disposição testamentária, importa a das outras que, sem aquela não teriam sido determinadas pelo testador (1.910) LEGADOS Arts. 1.678 a 1.716 Somente o herdeiro é obrigado a cumprir os legados (arts. 1.702 e 1.703) Prevê o direito de acrescer entre os co-legatários, quando o objeto do legado não puder ser dividido “sem risco de deterioração” (art. 1710, parágrafo único) Arts. 1.912 a 1.946 Além dos herdeiros, inclui os próprios legatários no rol dos obrigados a cumprir os legados. Inova ao prever o direito de acrescer entre os co-legatários, quando o objeto do legado não puder ser dividido “sem risco de desvalorização” (art. 1.942 SUBSTITUIÇÕES Não há correspondente no Código Civil Estipula que a substituição fideicomissária somente se permite em favor dos não concebidos ao tempo da morte do testador (art. 1.952) Acrescenta o parágrafo único que se nessa ocasião, já houver nascido o fideicomissário, adquirirá este, diretamente a propriedade dos bens fideicometidos, convertendo-se em usufruto, o direito do fiduciário. Acrescenta o art. 1.954: “Salvo disposição em contrário do testador, se o fiduciário renunciar a herança ou o legado, defere-se ao fideicomissário o poder de aceitar”. TESTAMENTEIRO Arts. 1.753 a 1.769 Prevê o prazo de 1 ano para cumprir o testamento e prestar contas (art. 1.762) Parágrafo único: pode ser prorrogado ocorrendo motivo cabal. Na falta de testamenteiro nomeado pelo testador, a execução testamentária compete ao cabeça do casal. (art. 1.763) Permite ao legatário que for nomeado testamenteiro preferir o prêmio ao legado. (art. 1.767) Art. 1.769 – “...testamenteiro exercerá as funções de cabeça-de-casal”. Arts. 1.976 a 1.990 Reduz o prazo para 180 dias, contados da aceitação testamentária. (art. 1.983) Parágrafo único: pode ser prorrogado se houver motivo suficiente. Seguindo o princípio da igualdade, troca “cabeça do casal” por “a um dos cônjuges” (art. 1.984). Não prevê o companheiro ( ? ) Amplia o rol do art. 1.767, incluindo o herdeiro: “o herdeiro ou legatário que for nomeado testamenteiro poderá preferir o prêmio à herança ou ao legado” (art. 1.988) Se o testador tiver distribuído toda a herança em legados, exercerá o testamenteiro as funções de INVENTARIANTE. (art. 1.990) COLAÇÃO A colação tem por fim igualar a legítima dos herdeiros (art. 1.785) Os bens doados serão conferidos pelo valor certo, ou pela estimação que deles houver sido feita na data da doação (art. 1.792) Em vigor: art. 1.014 do CPC – valor do bem computado ao tempo da abertura da sucessão. Art. 1.788 - são dispensadas da colação as doações os dotes ou as doações que o doador determinar saiam da sua metade, contanto que não a excedam, computados seu valor ao tempo da doação. Considera inoficiosa a parte da doação que exceder a legítima (art. 1.790, parágrafo único) A colação tem por fim igualar a legítima dos descendentes e do cônjuge sobrevivente. (art. 2003) Acrescenta o parágrafo único: “Se computados os valores das doações feitas em adiantamento de legítima, não houver no acervo bens suficientes para igualar as legítimas dos descendentes e do cônjuge, os bens assim doados serão conferidos em espécie, ou, quando deles já não disponha o donatário, pelo seu valor ao tempo da liberalidade” Retorna ao previsto no CC de 1916: O valor de colação dos bens doados será aquele, certo ou estimativo, que lhes atribuir o ato de liberalidade. (art. 2004) O art. 2005 mantém o princípio de que são dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte disponível, desde que não a exceda. Mas acrescenta no parágrafo único: “Presume-se imputada na parte disponível a liberalidade feita a descendente que, ao tempo do ato, não seria chamado à sucessão na qualidade de herdeiro necessário” O art. 2007 prevê a redução das doações realizadas acima da parte disponível, no momento da liberalidade. A redução da liberalidade se fará pela restituição ao monte do excesso, que poderá ser em espécie, ou se não existir mais o bem, em dinheiro, segundo seu valor na abertura da sucessão. Está sujeita a redução a parte da doação feita a herdeiros necessários que exceder a legítima (§ 3º, 2007). PARTILHA Os bens insuscetíveis de divisão serão vendidos em hasta pública, ou os herdeiros podem requerer a adjudicação, repondo aos outros em dinheiro. (art. 1.777) A partilha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam em geral, os ATOS jurídicos (art. 1.805) Acrescenta o art. 2.014, o qual prevê que o testador pode indicar os bens e os valores que devem compor os quinhões hereditários, deliberando, ele próprio a partilha, que prevalecerá, salvo se o valor dos bens não corresponder às quotas estabelecidas. Os bens insuscetíveis de divisão cômoda, que não couberam na meação do cônjuge sobrevivente, ou no quinhão de um só herdeiro, além da venda judicial o NCC prevê a possibilidade de também o cônjuge requerer a adjudicação, e a licitação se mais de um herdeiro pretender (art. 2.019 e§ §) A partilha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam em geral, os NEGÓCIOS jurídicos (art.2.027) Este direito se extingue em 1 ano (parágrafo único) Referências Biográficas Aurélia Lizete de Barros Czapski – Coordenadora e Professora do Curso de Direito da Universidade de Guarulhos; Doutora em Direito Civil pela Universidade de Camerino – Itália, título reconhecido pela Universidade de São Paulo; advogada militante na área de Direito de Família e Sucessões; Juíza Eleitoral Substituta do Tribunal Regional Eleitoral – classe jurista Débora Consoni – Advogada militante na área de direito de família e sucessões, formada na Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie
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