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1 2 SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 4 1. DA LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 6 1.1. Das disposições gerais 1.2. Das espécies 1.3. Da parte ilíquida e líquida 1.4. Da pendência de recurso 1.5. Do recurso cabível 2. DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 8 2.1. Das disposições gerais 2.2. Do cumprimento provisório da sentença que reconhece a exigibilidade de pagar quantia certa 2.3. Do cumprimento definitivo da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa 2.4. Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar alimentos 2.5. Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa pela fazenda pública 2.6. Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer, não fazer e de entregar coisa 3. DA EXECUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 41 3.1. Da aplicabilidade 3.2. Da execução por quantia certa 3.3. Do procedimento 3.4. Da certidão sobre a tramitação da execução 3.5. Da fraude a execução 3.6. Da penhora 3.7. Da avaliação 3 4. DA FASE EXPROPRIATÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 60 4.1. Da aplicabilidade 4.2. Das modalidades 4.3. Da remissão 5. DA SATISFAÇÃO DO CRÉDITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 71 6. DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 73 6.1. Da aplicabilidade 7. DA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 74 7.1. Da aplicabilidade 8. DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 75 8.1. Da aplicabilidade 9. DA SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO . . . . . . . . . . . . p. 79 9.1. Da suspensão do processo de conhecimento 9.2. Da extinção do processo de execução 10. PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS COM BASE NO NCPC . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 81 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 85 BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 86 4 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Desafiadora é a promessa constitucional de prestar a tutela jurisdicional em tempo razoável. Contudo, ainda mais ambiciosa é a de que será assegurada sua efetividade. Todos sabemos que a expectativa de efetivação da tutela, que, em tese, retratará o justo julgamento, é o que move o jurisdicionado a instaurar a demanda e a fazer valer as medidas necessárias para lograr sua realização, quer se trate de uma obrigação de fazer, não fazer, dar ou pagar quantia certa. Foi este o propósito que norteou a reforma processual que, em 2005 e 2006, por meio das Leis n. 11.232 e 11.382, respectivamente, alterou profundamente a sistemática da execução, a começar pela ruptura do dualismo processual antes vigente nos casos em que se buscava a efetivação de uma sentença, tendo se inaugurado uma nova concepção, a do sincretismo processual. Com ele, o processo passou a ser visto como um só, ainda que existam duas fases: na primeira, se busca a prolação do julgamento (fase cognitiva) e, na segunda, são implementados os atos necessários à sua efetivação (fase de cumprimento da sentença). Deste modo, o juiz deixou de cumprir e acabar seu ofício jurisdicional com a prolação da sentença, como constava na letra da lei (já revogada), status que passou a alcançar apenas quando assegura sua efetivação. O novo Código de Processo Civil, consubstanciado na Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015, não deixou a menor dúvida de que se investiu deste objetivo como principal diretriz orientadora das modificações implementadas. No que tange à sistemática de execução amplamente considerada, seja em relação à fase de cumprimento da sentença, seja ao processo de execução propriamente dito (fundado, portanto, em título executivo extrajudicial). Exemplos marcantes disso constam nos seus artigos inaugurais, muitos deles extraídos dos mandamentos constitucionais, os quais compõe a Parte Geral que antes não existia e que veio justamente para estabelecer, ao operador do Direito, tais parâmetros interpretativos. Dois artigos são suficientes para bem demonstrar tal contexto, o 4º (“As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.”) e o 6º (“Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.”). Pois bem. A partir do compromisso assumido com a efetividade da tutela jurisdicional, é possível vislumbrar a dimensão da tarefa confiada ao operador do Direito que, por um lado, terá em suas mãos uma nova legislação, repleta de dispositivos que otimizam os atos processuais e desburocratizam sua operacionalização, mas, por outro, terá o mesmo quadro social, a partir do qual, muitas vezes, concorrem forças contrárias ao cumprimento da obrigação. Quanto a estas, 5 pode-se identificar algumas realistas (a exemplo de dificuldades financeiras, ausência de bens penhoráveis, etc), porém outras nem tanto, porquanto arquitetadas estrategicamente para driblar ou, pelo menos, retardar a efetivação da pretensão formulada pelo credor, portador de título executivo extrajudicial ou reconhecido como titular do Direito pelo Poder Judiciário, por sentença transitada em julgado. Como se percebe, algumas adversidades podem ser superadas, outras não. Esta circunstância é própria da vida e nem mesmo a lei tem o poder de alterá-la. Contudo, este exercício de discernimento retrata claramente uma conclusão: a de que o cidadão que se investe da condição de intérprete e que, como profissional, assume a missão de operar o Direito, pode e deve se imbuir do intuito transformador oriundo destas importantes alterações legislativas para tentar proporcionar um resultado diferente daquele já vivenciado. Ou seja, é seu o papel de lapidar uma nova realidade. 6 CAPÍTULO 1 - DA LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA 1.1. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS. A liquidação continua sendo um incidente processual,cuja instauração se faz necessária nos casos em que a sentença não é líquida (CPC, art. 509). 1.2. DAS ESPÉCIES. Permanecem duas espécies, a liquidação por arbitramento e a liquidação pelo procedimento comum1 (antes denominada liquidação por artigos). Caso dependa apenas de cálculo, a liquidação será promovida pelo próprio advogado do credor por ocasião do requerimento inicial (que será instruído com o demonstrativo do débito – art. 509, §2º). Mesmo que a sentença fixe determinada forma de liquidação, admite-se que o seja diversamente, pois referido comando não faz coisa julgada2. Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. (...) § 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. § 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. § 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial. Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código. 1 Exemplo de Liquidação Pelo Procedimento Comum está na apuração do dano no juízo penal, pois o CPP estabelece, em seu art. 387, IV, que o juiz “fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos pelo ofendido.” Assim, a parte incontroversa fixada desde logo poderá ser prontamente executada e a outra, ainda não apurada, deverá ser objeto da fase de liquidação. 2 Súmula 344 do STJ: “A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada.” 7 1.3. DA PARTE LÍQUIDA E ILÍQUIDA. Nesta hipótese, admite-se que a parte credora promova o cumprimento da sentença na parte que é líquida e promova a liquidação da parte ilíquida (o que se dará em autos apartados). Art. 509. (...) § 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. (...) 1.4. DA PENDÊNCIA DE RECURSO. Ainda que esteja pendente o julgamento de recurso (e, portanto, a sentença condenatória ainda não tenha transitado em julgado), é possível instaurar a fase de liquidação, com a ressalva de que caberá ao liquidante instruir o pedido com cópia das peças necessárias (pois os autos terão sido remetidos ao tribunal para julgamento do recurso). Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. 1.5. DO RECURSO CABÍVEL. Da decisão prolatada no incidente de liquidação, encerrando-o, cabe recurso de agravo de instrumento (CPC, art. 1015, Parágrafo Único). 8 CAPÍTULO 2 - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 2.1. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS O novo Código regulamenta, nas disposições gerais do Título II (Do Cumprimento de Sentença) matérias que serão aplicáveis comumente às diferentes espécies de cumprimento de sentença (exceção feita àquelas em que se faz desnecessária a instauração de tal fase, como ocorre no cumprimento de obrigação de fazer, não fazer e entregar coisa). Regulamenta, portanto, a intimação do devedor para efetuar o pagamento, a relação dos títulos executivos judiciais, o foro competente para o processamento da fase de cumprimento, o protesto da sentença, entre outros aspectos. 2.1.1. NORMAS DE REGÊNCIA DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. O cumprimento de sentença será regido pelas normas previstas neste título, aplicando-se também, no que couber e conforme a natureza da obrigação, as regras previstas no livro que trata da execução fundada em título extrajudicial (Livro II da Parte Especial) CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a naturez1a da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela provisória. 2.1.2. ESPÉCIES DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. O novo CPC passa a regulamentar as diferentes espécies de cumprimento de sentença neste mesmo título (inserido no Livro I - DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, da Parte Especial). São elas: Do cumprimento provisório da sentença que reconhece a exigibilidade de pagar quantia certa. Do cumprimento definitivo da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa. Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar alimentos. 9 Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa pela fazenda pública. Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer, não fazer e de entregar coisa. 2.1.3. INICIATIVA DO REQUERIMENTO. Caberá ao credor formular o requerimento de instauração da fase de cumprimento (seja provisório ou definitivo), ou seja, não poderá se dar de ofício. CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. § 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. 2.1.4. INTIMAÇÃO DO DEVEDOR. A intimação do devedor, para promover o pagamento espontâneo, observará a forma prevista no art. 513 do CPC (atentando-se para o fato de que, a exemplo do que já ocorria, continua sendo dispensada preferência à intimação na pessoa do respectivo advogado, porém contempla outras situações antes não reguladas pela lei, nas quais se justifica a intimação de forma diversa, na pessoa do próprio executado por AR, por meio eletrônico ou por edital). Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. (...) § 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; NOVIDADE Critérios para a definição do modo de intimação do devedor. A definição da forma como se dará a intimação do devedor dependerá da agilidade com que atuar o advogado do credor no tocante ao ato inicial (formulação do requerimento de instauração da fase de cumprimento). Afinal, a lei exige que tenha formulado o requerimento referido no prazo de até 01 (um) ano a contar do trânsito em julgado da decisão para que a intimaçãodo devedor seja efetuada na pessoa do seu advogado, pelo Diário da Justiça. Após tal prazo, terá que ser feita na pessoa do próprio devedor (por AR), providência que poderá encontrar certa dificuldade na sua efetivação (entrave que justificou aludida reforma advinda com a Lei n. 11.232/05). Esta regra geral, todavia, não se aplica aos casos ressalvados no art. 513, §2º (como aqueles em que o devedor não tem defensor, for revel ou representado pela Defensoria Pública). 10 II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246, não tiver procurador constituído nos autos IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento. § 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274. § 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste artigo. 2.1.5. INTIMAÇÃO DOS FIADORES. Respeitando a legitimidade passiva, a lei reafirmou que a intimação dos fiadores, coobrigados ou corresponsáveis somente será possível, na fase de cumprimento, se tiverem participado da fase de conhecimento. Art. 513. (...) § 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. 2.1.6. DA CONDIÇÃO PARA O CUMPRIMENTO DA SENTENÇA. Se a relação jurídica estiver sujeita a condição ou termo, deverá o exequente demonstrar que esta se realizou. Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo. 11 2.1.7. DOS TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS. Constam relacionadas, no art. 515, as espécies de títulos executivos judiciais. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; X - (VETADO). § 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. § 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. 2.1.8. DO FORO. A exemplo do que já era estabelecido no art. 475-P do CPC/1973, continua sendo permitida a instauração da fase de cumprimento em juízo diverso daquele que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição (contemplando- se, agora, além das hipóteses já conhecidas, como o ATENÇÃO Ampliação do rol dos títulos executivos judiciais. Especial atenção deve ser dispensada, no art. 515: - ao inciso I do art. 515, que alterou a expressão “sentença” por “decisões”, contemplando, assim, as decisões interlocutórias; - ao inciso V, que passou a considerar título executivo judicial o crédito de auxiliar da justiça (a exemplo dos honorários periciais fixados em decisão judicial), o qual antes era elencado como título executivo extrajudicial; - ao inciso IX que igualmente considerou título executivo judicial a decisão interlocutória estrangeira (e não apenas a sentença, objeto do inciso VIII), após a concessão do exequatur à carta rogatória (pelo STJ). 12 juízo do atual domicílio do executado ou do local onde se encontram os bens sujeitos à execução, também a possibilidade de fazê-lo no juízo do local onde deve ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer). Em todos os casos, solicita-se a remessa dos autos do processo ao juízo de origem. Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. 2.1.9. DO PROTESTO DA SENTENÇA. Admite-se, com o novo CPC, o protesto da decisão judicial transitada em julgado, desde que instaurada a fase de cumprimento e intimado o devedor para efetuar o pagamento no prazo de 15(quinze) dias, este não o faça. Em tal caso, o credor solicitará certidão ao chefe de cartório e a submeterá a protesto. Comprovando em juízo o pagamento, poderá o devedor solicitar o cancelamento do protesto, o que será decidido pelo juiz (o qual, caso o reconheça, expedirá ofício determinando tal providência). Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. NOVIDADE Possibilidade de protesto da sentença. Passou a ser admitida a possibilidade de protestar a sentença transitada em julgado, uma vez instaurada a fase de cumprimento da sentença e decorrido o prazo para pagamento voluntário pelo devedor. SUGESTÃO Designação de audiência conciliatória antes da expedição da certidão. Havendo interesse pelo credor, em tais casos, poder-se-ia designar audiência conciliatória (com a possível brevidade), salientando-se no próprio despacho que a ausência do devedor importará na imediata expedição da certidão para fins de protesto. Isso porque, como se sabe, o objetivo do credor é a satisfação do débito e nem sempre o protesto viabiliza tal desiderato. Em alguns casos, poderá haver maiores chances de êxito em caso de parcelamento da dívida (respeitando-se, assim, as possibilidades financeiras do devedor) 13 § 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. § 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado,o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. § 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. § 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação. 2.1.10. DAS QUESTÕES INCIDENTAIS. Embora desnecessário, fez questão o legislador de salientar que as questões incidentais serão resolvidas nos próprios autos, chancelando, assim, o procedimento já adotado por meio de exceção de pré-executividade. Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz. 2.2. DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA 2.2.1. APLICABILIDADE. A execução provisória passou a se denominar cumprimento provisório da sentença, o que não altera a natureza da referida tutela jurisdicional. Com isso, fica clara a noção de que somente há cumprimento provisório de título judicial e não extrajudicial (controvérsia erigida, anteriormente, com a redação do art. 587 do CPC/1973), pois este último comportará sempre execução definitiva. 2.2.2. DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA. Em linhas gerais, são mantidas as regras procedimentais previstas no CPC/1973. Desnecessariamente o NCPC fez constar que, no cumprimento provisório, poderá ser apresentada impugnação, pois o caput do mesmo artigo (520) já prevê que a execução provisória será realizada da mesma forma que o cumprimento definitivo. Não à toa, o art. 527 preconiza que se aplicam ao cumprimento provisório da sentença, no que couberem, as disposições previstas no capítulo que regula o cumprimento definitivo. Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. Atenção: Ao prever que eventual modificação da sentença executada provisoriamente não implicará no desfazimento dos atos de expropriação (art. 14 520, §4º), regra já antes vigente, o legislador resguardou os interesses dos terceiros que venham a participar de algum ato expropriatório (com a aquisição/arrematação de bens penhorados, por exemplo). Novidade 1 – incidência da multa na execução provisória: Contrariando entendimento firmado pelos tribunais em relação à aplicação da multa (após sua edição, o que se deu com a reforma instituída pela Lei n. 11.232/05), o novo CPC prevê a incidência da multa e dos honorários no cumprimento provisório da sentença e expressamente ressalva que tal providência não configurará conduta incompatível com a interposição de recurso (afastando, assim, a preclusão lógica outrora invocada em situações desta natureza – art. 520, §3º). Ou seja, para afastar a incidência da multa e dos honorários, caberá ao devedor, em caso de cumprimento provisório da sentença, mesmo que tenha interposto recurso, promover o depósito do valor cobrado, sugerindo-se que ressalte claramente que não se presta a pagamento (para obstar a possibilidade de levantamento, o que se dará apenas nas hipóteses legalmente previstas, a exemplo da dívida alimentar). Novidade 2 – irrelevância da origem da obrigação exequenda para a dispensa da caução, a qual não mais fica condicionada a limite de valor: Se o exequente demonstrar situação de necessidade (quanto ao recebimento imediato do crédito para assegurar sua subsistência, p.ex), associada à impossibilidade material de prestar caução, poderá ser dispensada a caução para, assim, viabilizar o levantamento do crédito, seja qual for sua origem (lembrando-se que antes tal possibilidade apenas era admitida nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito – art. 475-O, §2º, CPC/1973). Aliás, em se tratando de obrigação alimentar, sequer precisa ser demonstrada a situação de necessidade, porquanto presumida em casos tais. Outrossim, não há mais limite de valor (como antes, quando era previsto o limite de até 60 vezes o valor do salário mínimo), mas o parágrafo único estabelece a ressalva de que a caução poderá ser mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação. NOVIDADES REF. EXECUÇÃO PROVISÓRIA 1) Passa a incidir a multa de 10% também na fase de cumprimento provisório da sentença, caso em que, para dela se desvencilhar, deve o credor promover o depósito judicial do valor do débito. 2) Deixa de ser relevante a origem da obrigação da obrigação exequenda (antes restrita à obrigação alimentar ou decorrente de ato ilícito) para permitir o levantamento do valor independentemente de caução, afastado também o limite de valor outrora estabelecido. Importará, sim, a motivação invocada (a exemplo da situação de necessidade, aliada à impossibilidade de prestar caução), ressalvada a configuração de risco (fundado na alegação de que sua dispensa poderá resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação), juízo a ser formulado pelo magistrado no momento de decidir a respeito. 3) Possibilidade de ser dispensada a caução também em hipótese de prestígio aos precedentes. Tal circunstância assumiu grande relevância no NPC por força da estimulada observância da jurisprudência construída a partir das decisões prolatadas pelos Tribunais Superiores. 15 Novidade 3 – dispensa de caução também em prestígio aos precedentes: Poderá ser igualmente dispensada caução quando a sentença executada provisoriamente tiver como fundamento súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal ou estiver em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos (art. 521, inc. IV). Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. § 1o No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525. § 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. § 3o Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. § 4o A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direitoreal eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. § 5o Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - o credor demonstrar situação de necessidade; 16 III - pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.0423; IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação. 2.2.3. DO PROCEDIMENTO. São mantidas as regras procedimentais previstas no CPC/1973, observando-se, todavia, que, em se tratando de autos eletrônicos, fica dispensada a juntada das peças então relacionadas, porquanto naturalmente acessíveis a todos. Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: I - decisão exequenda; II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III - procurações outorgadas pelas partes; IV - decisão de habilitação, se for o caso; V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito. 3 Seção III - Do Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão de presidente ou de vice-presidente do tribunal que: I - indeferir pedido formulado com base no art. 1.035, § 6o, ou no art. 1.036, § 2o, de inadmissão de recurso especial ou extraordinário intempestivo; II - inadmitir, com base no art. 1.040, inciso I, recurso especial ou extraordinário sob o fundamento de que o acórdão recorrido coincide com a orientação do tribunal superior; III - inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, § 8o, ou no art. 1.039, parágrafo único, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida. (...) 17 2.3. DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA LINHA DO TEMPO PROCESSUAL FASE DE CUMPRIMENTO DA SENTENÇA 2.3.1. APLICABILIDADE. O cumprimento definitivo da sentença que reconhece a obrigação de pagar quantia certa, portanto já liquidada, observará as normas procedimentais previstas neste capítulo, as quais foram alteradas em poucos aspectos em relação à sistemática anterior (vigente após a edição da Lei n. 11.232/05). Evidentemente, não se aplicam tais regras ao cumprimento da sentença que reconhece a obrigação de pagar alimentos, de fazer, não fazer ou de entregar coisa, as quais são reguladas nos capítulos subsequentes, dadas as suas particularidades (valendo notar que, nas obrigações de fazer, não fazer ou entregar coisa sequer é instaurada a fase de cumprimento, pois as providências inerentes ao seu cumprimento são implementadas na própria fase cognitiva, ainda que posteriormente à sentença, a exemplo da expedição de mandado de desocupação, de imissão de posse, de entrega, etc). CAPÍTULO III - DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA 18 Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa4, o cumprimento definitivo da sentença far- se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. 2.3.2. PROCEDIMENTO. Considerando que o CPC/1973 sofreu profundas modificações na matéria (execução fundada em título judicial e extrajudicial) com a edição da Lei n. 11.232/05, a qual instituiu o sincretismo processual, e que a jurisprudência já consolidou importantes entendimentos a respeito, poucas alterações são implementadas como advento do novo CPC. Vejamos as principais novidades: Novidade 01 – possibilidade de cumprimento definitivo em relação à decisão sobre parcela 4 A propósito da decisão sobre parcela incontroversa, vale conferir a redação do art. 356 do NCPC, o qual regulamenta a inovadora hipótese de julgamento antecipado parcial da lide. Preconiza: Seção III - Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. § 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. § 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. § 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. § 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. NOVIDADES 1) Admitir-se-á o cumprimento definitivo em relação à decisão sobre parcela incontroversa; 2) O termo a quo para apresentação da impugnação, pelo executado, passará a ser contado automaticamente (a partir do escoamento do prazo de 15 dias para pagamento voluntário). Além disso, será dispensada a garantia do juízo, a menos que o impugnante requeira a atribuição de efeito suspensivo. 19 Incontroversa: Com o novo CPC, admite-se a fase de cumprimento definitivo da decisão que reconhece a procedência do pedido em relação à parcela incontroversa, a qual é prolatada no curso da tramitação do feito por meio de decisão interlocutória. Novidade 02 – termo a quo automático para apresentação de impugnação e dispensa de garantia do juízo: Considerada uma das alterações mais expressivas, passa a ser automático o curso do prazo para apresentação de impugnação pelo devedor (o que se dará após o prazo de 15 dias para pagamento espontâneo) e a dispensa de garantia do juízo para tanto (salvo se pleitear a atribuição de efeito suspensivo à execucional, a exemplo do que ocorrida na execução de título executivo extrajudicial). Passamos, agora, a abordar os atos processuais alusivos ao cumprimento definitivo de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. REMISSÃO DA DÍVIDA Antes de ser intimado, o devedor pode se prontificar ao pagamento ANTES DE SER INTIMADO PARA O CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO, O DEVEDOR PODE PRONTIFICAR-SE AO PAGAMENTO DO VALOR QUE REPUTA DEVIDO Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminadado cálculo. § 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. § 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes. § 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo. REQUERIMENTO INICIAL Não adimplido o débito, o credor instaurará a fase de cumprimento POSSIBILIDADE PASSO 1 20 CONFIGURADO O INADIMPLEMENTO, O EXEQUENTE FORMULARÁ O REQUERIMENTO DE INSTAURAÇÃO DA FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. Continua sendo necessária a iniciativa do credor. Por isso, a norma exige requerimento do exequente. CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. § 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. QUANTO AOS REQUISITOS DO REQUERIMENTO. Tal requerimento deverá ser instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito (apontando precisamente o índice de correção monetária e de juros, com os respectivos termos iniciais e taxas aplicadas, além das demais informações previstas no art. 524) Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter: I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 3o; II - o índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível. § 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada. § 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado. 21 § 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência. § 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência. § 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe. INTIMAÇÃO DO DEVEDOR Estando em ordem o requerimento, o devedor será intimado para pagar em 15 dias, sob pena de multa (10%) e honorários (10%). ESTANDO EM ORDEM O REQUERIMENTO, O DEVEDOR SERÁ INTIMADO PARA CUMPRIR A SENTENÇA, NO PRAZO DE 15 (QUINZE DIAS) SOB PENA DE MULTA DE 10%. CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. § 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. (...) Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. (...) QUANTO À INTIMAÇÃO DO DEVEDOR. Apresentado o requerimento pelo credor, com a observância das respectivas exigências, o devedor será intimado para efetuar o pagamento do débito no prazo de 15(quinze) dias. Art. 513. (...) § 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença: PASSO 2 22 I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246, não tiver procurador constituído nos autos IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento. § 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274. § 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste artigo. § 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. Caso o devedor tenha efetuado o pagamento, o credor será intimado para se manifestar a respeito. DEVEDOR EFETUOU O PAGAMENTO? HIPÓTESE 1 – SIM, DEVEDOR EFETUOU O PAGAMENTO HIPÓTESE 3 – DEVEDOR EFETUOU O PAGAMENTO PARCIALMENTE HIPÓTESE 2– NÃO, DEVEDOR NÃO EFETUOU O PAGAMENTO HIPÓTESE 1 – SIM, DEVEDOR EFETUOU O PAGAMENTO PASSO 3 23 Se silenciar, presumir-se-á satisfeito com o pagamento, caso em que será extinta a execução. Se reclamar alguma diferença, o juiz intimará o devedor para que promova a complementação (hipótese em que, sobre tal diferença, incidirá multa e honorários). Caso não promova a complementação, prosseguirá a execução em relação à tal diferença, acrescida de multa e honorários. Art. 523. (...) § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. Caso, intimado, o devedor não tenha efetuado o pagamento do débito, este será acrescido de multa de 10% e honorários advocatícios também de 10% sobre o montante exequendo. Certificada tal inércia, promover-se- á a penhora, priorizando-se a indicação dos bens feita pelo exequente no requerimento, se houver (a exemplo de eventual pedido de penhora de dinheiro por meio de BACEN-JUD, o qual exige requerimento pelo credor). Se não houver indicação feita pelo credor, expedir-se-á mandado de penhora a incidir sobre tantos bens quantos forem necessários para garantir o juízo. Art. 523. (...) § 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. § 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. Tal hipótese se equipara àquela em que, efetuadoo pagamento, o credor reclama alguma diferença, sobre a qual, neste caso, incidirá multa de 10% e honorários de 10%, prosseguindo com base nela a execução. Art. 523. (...) § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. HIPÓTESE 2– NÃO, DEVEDOR NÃO EFETUOU O PAGAMENTO HIPÓTESE 3 – DEVEDOR EFETUOU O PAGAMENTO PARCIALMENTE 24 DECORRIDO O PRAZO PARA PAGAMENTO SEM QUE TENHA OCORRIDO A COMPLETA QUITAÇÃO DO DÉBITO: NA IMPUGNAÇÃO, O EXECUTADO PODERÁ ARGUIR APENAS AS MATÉRIAS PREVISTAS NO ART. 525 DO CPC, CONSIDERANDO QUE A COGNIÇÃO PLENA (ATINENTE AO PLEITO QUE DESENCADEOU A SENTENÇA EXEQUENDA) TEVE LUGAR NA FASE PRECEDENTE DE CONHECIMENTO. Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1o Na impugnação, o executado poderá alegar: PASSO 4 EXPEDIR-SE-Á MANDADO DE PENHORA E AVALIAÇÃO. Incidirá a penhora sobre os bens indicados pelo credor no requerimento inicial. Se não tiver indicado, expedir-se-á mandado de penhora, a incidir sobre os bens que forem localizados pelo Oficial de Justiça, até o montante necessário a garantir a execução AUTOMATICAMENTE CORRERÁ O PRAZO DE 15 (QUINZE) DIAS PARA APRESENTAÇÃO DE IMPUGNAÇÃO PELO EXECUTADO. Ou seja, decorrido o prazo para pagamento, correrá automaticamente o prazo subsequente de 15 dias para apresentação de impugnação, para o que será desnecessária a garantia do juízo (a menos que o devedor requeira a atribuição de efeito suspensivo – art. 525, §6º). Na impugnação, nem toda matéria poderá ser arguida, admitida tão somente aquelas relacionadas no art. 525, §1º. 25 I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. § 2o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148. § 3o Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. § 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. § 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. § 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens § 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. § 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante. § 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz. 26 § 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato. § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda. § 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. 27 LINHA DO TEMPO PROCESSUAL IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA IMPUGNAÇÃO (art. 525) dispensa penhora (salvo para pleitear atribuição de efeito suspensivo) Deliberação sobre pedido de atribuição do efeito suspensivo CONTRADITÓRIO Decisão extingue execução? SIM. É SENTENÇA NÃO. AINDA REMANESCE O DÉBITO (TOTAL OU PARCIALMENTE). É DECISÃO INTERLOCUTÓRIA SEGUEM-SE OS ATOS EXPROPRIATÓRIOS 28 2.4. DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS 2.4.1. DA APLICABILIDADE. A execução da dívida alimentar passou a contar com regulamentação própria, inserida no Título II (Do Cumprimento da Sentença) do Livro I (Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença), na Parte Especial do NCPC, aplicando-se tanto à execução dos alimentos definitivos, como aos provisórios. OBSERVAÇÃO QUANTO À AUTUAÇÃO. Em se tratando de execução de alimentos provisórios (cuja decisão/sentença ainda não transitou em julgado), será processada em autos apartados. Do contrário, caso já tenha transitado em julgado a decisão, será processada nos próprios autos. Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou provisórios. § 1o A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos apartados. § 2o O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença. 2.4.2. DA ESCOLHA DO PROCEDIMENTO. Caberá ao exequente escolher o procedimento que melhor lhe aprouver (segundo a perspectiva de maior efetividade em relação ao esperado adimplemento do débito), dentre os possíveis, a saber: Vejamos: I) PRISÃO. Trata-se do procedimento regulado no artigo 528 e seguintes do NCPC, adotado na hipóteseem que ao credor/alimentando mais interessa a medida constritiva pessoal (prisão), normalmente mais aplicada nas hipóteses em que o CREDOR ESCOLHERÁ: I) PRISÃO II) PENHORA III) OFÍCIO À EMPRESA EMPREGADORA PROCEDIMENTO BASEADO NA CONSTRIÇÃO PESSOAL PROCEDIMENTO BASEADO NA EXPROPRIAÇÃO PATRIMONIAL PROVIDÊNCIA ALUSIVA AO DESCONTO EM FOLHA 29 executado não tem bens penhoráveis (caso em que a expropriação patrimonial não apresenta boas perspectivas de êxito). Será objeto de estudo mais detalhado adiante. II) PENHORA. Poderá o exequente optar, a seu critério, pelo procedimento atinente ao cumprimento definitivo de sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa, regulada nos artigos 523 a 527), a qual objetiva a satisfação do débito por meio da expropriação patrimonial. Seu estudo foi desenvolvido no item 2.3, supra. A possibilidade de escolha deste procedimento também no cumprimento da decisão/sentença que condena à prestação de alimentos está prevista no próprio art. 528 do NCPC, em seu §8º, o qual estabelece que, em tal caso, não será admissível a prisão do executado e, recaindo a penhora em dinheiro, a eventual concessão do efeito suspensivo à impugnação não impedirá o levantamento, pelo exequente/alimentando, mensalmente, do respectivo valor devido a título de prestação alimentar. Art. 528. (...) § 8o O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. III) OFÍCIO À EMPRESA EMPREGADORA. A exemplo do que já acontecia na prática forense habitual, persiste admitida a expedição de ofício à empresa empregadora do executado para que promova o desconto, em sua folha de pagamento, da importância devida a título de pensão alimentícia. Novidade: Inovou o legislador ao permitir que, para além dos descontos em relação às prestações alimentícias vincendas (com vencimento futuro), estes compreendam também as parcelas vencidas, objeto da execucional, feita a ressalva de que, tal montante somado à parcela devida (vincenda), não ultrapasse o limite correspondente a 50% (cinquenta por cento) dos seus ganhos líquidos. Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá NOVIDADE Na execução de alimentos, admite-se que o desconto em folha de pagamento compreenda não somente as parcelas vincendas, mas também as vencidas (cujo cômputo pode ser parcelado), desde que, somadas tais importâncias, não ultrapasse o limite de 50% dos ganhos líquidos do executado 30 requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia. § 1o Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. § 2o O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito. § 3o Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. 2.4.3. DO FORO. Assegura-se, também na fase de cumprimento de sentença de obrigação de prestar alimentos, a possibilidade de sua instauração no juízo do atual domicílio do executado ou do local onde se encontram os bens sujeitos à execução, tal como previsto para as demais espécies de fase de cumprimento de sentença, consoante redação do Parágrafo Único do art. 5165 do NCPC. O §9º do art. 528 permite que, além destas opções de foro, possa o exequente escolher o foro do local do seu próprio domicílio, consoante regra protetiva já aplicada anteriormente. Art. 528. (...) § 9o Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio. 5 Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. 31 2.4.4. DO PROCEDIMENTO BASEADO NA CONSTRIÇÃO PESSOAL (PRISÃO). A seguir, passamos a analisar, separadamente, os atos processuais que integram aludido procedimento, na ordem em que são praticados. I) CREDOR FORMULA REQUERIMENTO. Não tendo sido satisfeito espontaneamente o débito alimentar (quer sejam alimentos provisórios, quer definitivos), cabe ao exequente/alimentando requerer a instauração da fase de cumprimento respectiva, para o que formulará requerimento próprio (idêntico ao exigido nas demais espécies de fase de cumprimento), instruindo-o com o demonstrativo do débito, o qual, em tal caso, poderá compreender apenas as três últimas inadimplidas ao tempo do ajuizamento da demanda. II) O JUIZ MANDARÁ INTIMAR O EXECUTADO PESSOALMENTE PARA QUE, EM 03 DIAS, PAGUE O DÉBITO, PROVE QUE O FEZ OU JUSTIFIQUE A IMPOSSIBILIDADE DE EFETUÁ-LO. Identicamente ao que já ocorria, o executado será intimado (e não citado, pois se trata meramente de nova fase, reconhecido o sincretismo processual) pessoalmente para, no prazo de 03(três) dias, efetuar o pagamento do débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. É o que disciplina o art. 528 do NCPC: Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. II.1) Neste caso, intima-se o exequente para que se pronuncie a respeito. Caso o exequente reconheça que o débito foi satisfeito integralmente, será prolatada sentença extinguindo a execução. Caso o exequente aponte a existência de saldo devedor remanescente, a execução prosseguirá em relação à tal diferença. II.2) ALTERNATIVAS CONFERIDAS AO EXECUTADO: O DEVEDOR PAGA O DÉBITO O DEVEDOR PROVA QUE JÁ PAGOU O DÉBITO 32 Do mesmo modo, caso o devedor informe e comprove que já efetuou o pagamento do débito exigido, intima-se o exequente para que se pronuncie a respeito. Caso o exequente reconheça que aludido débito foi satisfeito integralmente, será prolatada sentença extinguindo a execução. Caso o exequente aponte a existência de saldo devedor remanescente, a execução prosseguirá em relação à tal diferença. II.3) Poderá o devedor, no prazo referido(03 dias), justificar a impossibilidade absoluta de efetuar o pagamento do débito, caso em que lhe será atribuído o ônus da prova em relação aos motivos alegados (a exemplo de doença, dificuldade/impossibilidade de conseguir emprego, existência de despesas extraordinárias, etc). Apresentada a justificativa, será oportunizada manifestação à parte contrária, após o que encaminhar-se-á o feito com vista ao Representante do Ministério Público (pois, de regra, envolve interesse de incapaz). Se necessário, o juiz oportunizará a produção de prova oral (caso tenha sido requerido pela parte interessada), caso em que designará audiência de instrução e julgamento. Assegurada a produção dos necessários meios de prova, seguir-se-á a prolação de decisão a respeito, a qual acolherá a justificativa ou a rejeitará (hipótese em que mandará protestar a decisão e, além disso, decretará a prisão do devedor pelo prazo de um a três meses, em regime fechado, porém o preso civil deverá permanecer separado dos presos comuns). Art. 528. (...) § 2o Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento. § 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. § 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. § 5o O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. II.4) Caso o devedor, no prazo de 03(três) dias, não efetue o pagamento e se mantenha inerte (ou seja, nem mesmo apresente qualquer justificativa), encaminhar-se-á o feito com vista ao Representante do Ministério Público (pois, de regra, envolve interesse de incapaz). Após, será prolatada O DEVEDOR JUSTIFICA A IMPOSSIBILIDADE DE PAGAR O DÉBITO O DEVEDOR SILENCIA 33 decisão, a qual, em tal circunstância, mandará protestar a decisão e, além disso, decretará a prisão do devedor pelo prazo de um a três meses, em regime fechado). Art. 528. (...) § 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517. (...) § 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. § 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. § 5o O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. § 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. § 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. III) SE, MESMO ASSIM, CUMPRIDA OU NÃO A MEDIDA PRISIONAL, O DÉBITO REMANESCER, TOTAL OU PARCIALMENTE, A EXECUCIONAL PROSSEGUIRÁ, DAÍ EM DIANTE BASEADA NA CONSTRIÇÃO PATRIMONIAL (PENHORA). Se todos os atos processuais atinentes a tal espécie de fase de cumprimento (fundada na obrigação de prestar alimentos, regulada pelos art. 528 a 533) forem praticados e, mesmo assim, com ou sem o cumprimento da medida prisional, remanescer insatisfeito o débito alimentar (ou parte dele), a execucional prosseguirá, porém daí em diante baseada na constrição patrimonial, ou seja, com a efetivação da penhora e demais atos expropriatórios. É o que preconiza o art. 530 do NCPC. Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 8316 e seguintes. 6 Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. 34 2.4.5. DAS CONSEQUÊNCIAS APLICÁVEIS EM CASO DE CONDUTA PROCRASTINATÓRIA PELO EXECUTADO. O art. 532 do NCPC determina que, em se verificando a prática de conduta procrastinatória por parte do executado no curso da fase de cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar alimentos - a exemplo da ocultação para intimação ou da formulação de defesa fundada em fatos manifestamente falsos arguidos apenas com o intuito de protelar a tramitação do feito com a produção de provas (o que, muitas vezes, acarreta expressiva delonga processual) -, o juiz disto dê ciência ao Representante do Ministério Público (com atuação na esfera criminal), dada a configuração de indícios da prática de crime de abandono material. Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material. 2.4.6. DA CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL EM GARANTIA OU INCLUSÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO EM CASO DE OBRIGAÇÃO ALIMENTAR DECORRENTE DE ATO ILÍCITO. Prescreve, o art. 533 do NCPC, que, em caso de indenização por ato ilícito que inclua prestação alimentar, havendo requerimento do exequente, deverá o executado constituir capital em garantia (representado por imóveis ou direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, além dos demais bens previstos no §1º), de modo a assegurar que sua renda possibilite o pagamento do valor mensal da pensão. Tal medida pode ser substituída pela inclusão do credor na folha de pagamento da empresa executada (quando se tratar de pessoa jurídica com notória capacidade econômica), providência que tem apresentado bons resultados na prática judiciária por conta da efetividade alcançada. Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão. § 1o O capital a que se refere o caput, representado por imóveis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimônio de afetação. § 2o O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. § 3o Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação. § 4o A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo. § 5o Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas. 35 2.5. DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA. Os art. 534 e 535 do NCPC regulamentam a fase de cumprimento da sentença atinente aos casos em que é a Fazenda Pública que deve cumprir a obrigação de pagar. DO REQUERIMENTO INICIAL. Identicamente ao que ocorre na fase de cumprimento fundada na obrigação de pagar quantia certa, caberá ao exequente instaurar a fase de cumprimento respectiva mediante formulação de requerimento, acompanhado do demonstrativo do débito. Todavia, havendo pluralidade de exequentes (o que ocorre comumente em demandas desta natureza), deverão ser apresentados os demonstrativos individualmente (art. 534, §1º), viabilizando,assim, o melhor exercício da defesa (com a apuração do acerto do cálculo ou identificação de eventual inconsistência) por parte da Fazenda Pública. DA MULTA. Como se sabe e consoante já sedimentado na jurisprudência, não incide a multa (de 10%, prevista no §1º do art. 523) nesta espécie de execucional, porquanto instaurada contra a Fazenda Pública. CAPÍTULO V - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo: I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; II - o índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados. § 1o Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 113. § 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública. DO PROCEDIMENTO. Apresentado o requerimento pelo(s) exequente(s), a Fazenda Pública será intimada (e não mais citada, como equivocamente constava anteriormente) para apresentar impugnação (e não mais embargos à execução contra Fazenda Pública), o que deverá fazer no prazo de 30(trinta) dias, facultando-lhe 36 arguição das matérias elencadas no art. 535 (defesa restrita). Após, assegurar-se-á o contraditório, oportunizando-se a manifestação por parte dos exequentes. Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença. § 1o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148. § 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição. DA DECISÃO PROLATADA NA IMPUGNAÇÃO E IMPULSO PROCESSUAL. Caso a impugnação seja acolhida totalmente de modo a reconhecer a inexistência do débito, a inexequibilidade do título ou qualquer outra razão que obste a sua exigibilidade, extinguir-se-á a fase de cumprimento. Caso não seja ofertada impugnação ou, ofertada, não seja acolhida ou o seja parcialmente, remanescendo hígido, portanto, o débito exequendo (ainda que em parte), expedir-se-á precatório ou, em se tratando de pequeno valor, promover-se-á o pagamento da obrigação por meio de requisição respectiva, na forma e segundo as condições previstas na lei. Art. 535. (...) § 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada: I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição Federal; II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente. § 4o Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento. 37 § 5o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 6o No caso do § 5o, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica. § 7o A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5o deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda. § 8o Se a decisão referida no § 5o for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. 2.6. DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, DE NÃO FAZER OU DE ENTREGAR COISA. A sexta e última espécie de fase de cumprimento de sentença regulada no Título II que trata Do Cumprimento da Sentença, inserida no Livro I da Parte Especial do NCPC, regula as obrigações de fazer, de não fazer ou de entregar coisa, valendo-se, para tanto, do mesmo procedimento já aplicado anteriormente, cuja natureza é simples já que, de regra, se limita à prática dos atos necessários à efetivação do comando judicial (tais como a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras, além de outras), admitido o arbitramento de astreinte, se necessário. 2.6.1 DA FIXAÇÃO DE MULTA (ASTREINTE). Conforme preconiza o art. 537 do NCPC, seu arbitramento pode se dar de ofício ou a requerimento da parte interessada, e poderá ter lugar tanto na fase de conhecimento, como na decisão antecipatória da tutela, na sentença ou até mesmo na fase de cumprimento da sentença, como forma de compelir a parte executada ao cumprimento da obrigação (de fazer, não fazer ou dar). Na tarefa de fixar o seu valor, o juiz levará em conta principalmente a relevância da obrigação, o resultado acarretado na hipótese de descumprimento (dimensão do risco) e a possibilidade econômico-financeira da parte executada, de modo que seja suficiente e compatível com a obrigação. Além disso, NOVIDADE A possibilidade de modificação do valor das astreintes ou da sua periodicidade, assim também da sua exclusão, foi regulada no art. 537, §2º, do NCPC, cujas hipóteses deixam clara sua aplicabilidade apenas em relação à multa vincenda (sem afetar, portanto, o período já vencido). 38 o juiz deverá estabelecer prazo razoável para o cumprimento da obrigação (ex.: 48 horas, 10 dias). A incidência poderá ser diária, mensal ou com periodicidade coerente com a obrigação a que se refere o comando judicial (ex.: a cada boleto indevidamente emitido). Excepcionalmente, a incidência poderá ser única (quando normalmente se dá em valor mais expressivo, suficiente para coibir o ato que se quer obstar), a exemplo da hipótese de obrigação de não fazer, como não realizar uma exibição de filme ou realização de show, caso em que, ocorrido o ato vedado, os efeitos se projetam automática e irremediavelmente. Nas hipóteses previstas no §2º do art. 537, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, modificar o valor (aumentando-o ou reduzindo-o) ou a periodicidade da multa vincenda
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