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Roteiro Simplificado de Cumprimento de Sentença e Execução Quitéria Péres 2016

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 4 
1. DA LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 6 
1.1. Das disposições gerais 
1.2. Das espécies 
1.3. Da parte ilíquida e líquida 
1.4. Da pendência de recurso 
1.5. Do recurso cabível 
2. DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 8 
2.1. Das disposições gerais 
2.2. Do cumprimento provisório da sentença que reconhece a exigibilidade de 
pagar quantia certa 
2.3. Do cumprimento definitivo da sentença que reconhece a exigibilidade de 
obrigação de pagar quantia certa 
2.4. Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação 
de prestar alimentos 
2.5. Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação 
de pagar quantia certa pela fazenda pública 
2.6. Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação 
de fazer, não fazer e de entregar coisa 
3. DA EXECUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 41 
3.1. Da aplicabilidade 
3.2. Da execução por quantia certa 
3.3. Do procedimento 
3.4. Da certidão sobre a tramitação da execução 
3.5. Da fraude a execução 
3.6. Da penhora 
3.7. Da avaliação 
 
 
 
3 
 
4. DA FASE EXPROPRIATÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 60 
4.1. Da aplicabilidade 
4.2. Das modalidades 
4.3. Da remissão 
5. DA SATISFAÇÃO DO CRÉDITO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 71 
 
6. DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 73 
 
6.1. Da aplicabilidade 
7. DA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 74 
 
7.1. Da aplicabilidade 
8. DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 75 
 
8.1. Da aplicabilidade 
9. DA SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO . . . . . . . . . . . . p. 79 
 
9.1. Da suspensão do processo de conhecimento 
9.2. Da extinção do processo de execução 
10. PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS COM BASE NO NCPC . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 81 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 85 
 BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 86 
4 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Desafiadora é a promessa constitucional de prestar a tutela jurisdicional em 
tempo razoável. Contudo, ainda mais ambiciosa é a de que será assegurada sua 
efetividade. 
Todos sabemos que a expectativa de efetivação da tutela, que, em tese, 
retratará o justo julgamento, é o que move o jurisdicionado a instaurar a demanda e a 
fazer valer as medidas necessárias para lograr sua realização, quer se trate de uma 
obrigação de fazer, não fazer, dar ou pagar quantia certa. 
Foi este o propósito que norteou a reforma processual que, em 2005 e 
2006, por meio das Leis n. 11.232 e 11.382, respectivamente, alterou profundamente 
a sistemática da execução, a começar pela ruptura do dualismo processual antes 
vigente nos casos em que se buscava a efetivação de uma sentença, tendo se 
inaugurado uma nova concepção, a do sincretismo processual. Com ele, o processo 
passou a ser visto como um só, ainda que existam duas fases: na primeira, se busca 
a prolação do julgamento (fase cognitiva) e, na segunda, são implementados os atos 
necessários à sua efetivação (fase de cumprimento da sentença). Deste modo, o juiz 
deixou de cumprir e acabar seu ofício jurisdicional com a prolação da sentença, como 
constava na letra da lei (já revogada), status que passou a alcançar apenas quando 
assegura sua efetivação. 
O novo Código de Processo Civil, consubstanciado na Lei n. 13.105, de 16 
de março de 2015, não deixou a menor dúvida de que se investiu deste objetivo como 
principal diretriz orientadora das modificações implementadas. No que tange à 
sistemática de execução amplamente considerada, seja em relação à fase de 
cumprimento da sentença, seja ao processo de execução propriamente dito (fundado, 
portanto, em título executivo extrajudicial). Exemplos marcantes disso constam nos 
seus artigos inaugurais, muitos deles extraídos dos mandamentos constitucionais, os 
quais compõe a Parte Geral que antes não existia e que veio justamente para 
estabelecer, ao operador do Direito, tais parâmetros interpretativos. Dois artigos são 
suficientes para bem demonstrar tal contexto, o 4º (“As partes têm o direito de obter 
em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.”) e o 
6º (“Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em 
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.”). 
Pois bem. A partir do compromisso assumido com a efetividade da tutela 
jurisdicional, é possível vislumbrar a dimensão da tarefa confiada ao operador do 
Direito que, por um lado, terá em suas mãos uma nova legislação, repleta de 
dispositivos que otimizam os atos processuais e desburocratizam sua 
operacionalização, mas, por outro, terá o mesmo quadro social, a partir do qual, muitas 
vezes, concorrem forças contrárias ao cumprimento da obrigação. Quanto a estas, 
5 
 
pode-se identificar algumas realistas (a exemplo de dificuldades financeiras, ausência 
de bens penhoráveis, etc), porém outras nem tanto, porquanto arquitetadas 
estrategicamente para driblar ou, pelo menos, retardar a efetivação da pretensão 
formulada pelo credor, portador de título executivo extrajudicial ou reconhecido como 
titular do Direito pelo Poder Judiciário, por sentença transitada em julgado. Como se 
percebe, algumas adversidades podem ser superadas, outras não. Esta circunstância 
é própria da vida e nem mesmo a lei tem o poder de alterá-la. 
Contudo, este exercício de discernimento retrata claramente uma 
conclusão: a de que o cidadão que se investe da condição de intérprete e que, como 
profissional, assume a missão de operar o Direito, pode e deve se imbuir do intuito 
transformador oriundo destas importantes alterações legislativas para tentar 
proporcionar um resultado diferente daquele já vivenciado. Ou seja, é seu o papel de 
lapidar uma nova realidade. 
 
 
 
6 
 
CAPÍTULO 1 - DA LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA 
 
1.1. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS. A liquidação continua sendo um incidente 
processual,cuja instauração se faz necessária nos casos em que a sentença 
não é líquida (CPC, art. 509). 
 
1.2. DAS ESPÉCIES. Permanecem duas espécies, a liquidação por arbitramento 
e a liquidação pelo procedimento comum1 (antes denominada liquidação por 
artigos). Caso dependa apenas de cálculo, a liquidação será promovida pelo 
próprio advogado do credor por ocasião do requerimento inicial (que será 
instruído com o demonstrativo do débito – art. 509, §2º). Mesmo que a sentença 
fixe determinada forma de liquidação, admite-se que o seja diversamente, pois 
referido comando não faz coisa julgada2. 
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á 
à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: 
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou 
exigido pela natureza do objeto da liquidação; 
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. 
(...) 
§ 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá 
promover, desde logo, o cumprimento da sentença. 
§ 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos 
interessados programa de atualização financeira. 
§ 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. 
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de 
pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de 
plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial. 
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do 
requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver 
vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, 
observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste 
Código. 
 
1 Exemplo de Liquidação Pelo Procedimento Comum está na apuração do dano no juízo penal, pois o CPP 
estabelece, em seu art. 387, IV, que o juiz “fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, 
considerando os prejuízos pelo ofendido.” Assim, a parte incontroversa fixada desde logo poderá ser 
prontamente executada e a outra, ainda não apurada, deverá ser objeto da fase de liquidação. 
2 Súmula 344 do STJ: “A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada.” 
7 
 
1.3. DA PARTE LÍQUIDA E ILÍQUIDA. Nesta hipótese, admite-se que a parte 
credora promova o cumprimento da sentença na parte que é líquida e promova 
a liquidação da parte ilíquida (o que se dará em autos apartados). 
Art. 509. (...) 
§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito 
promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação 
desta. 
(...) 
1.4. DA PENDÊNCIA DE RECURSO. Ainda que esteja pendente o julgamento de 
recurso (e, portanto, a sentença condenatória ainda não tenha transitado em 
julgado), é possível instaurar a fase de liquidação, com a ressalva de que 
caberá ao liquidante instruir o pedido com cópia das peças necessárias (pois 
os autos terão sido remetidos ao tribunal para julgamento do recurso). 
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em 
autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias 
das peças processuais pertinentes. 
1.5. DO RECURSO CABÍVEL. Da decisão prolatada no incidente de liquidação, 
encerrando-o, cabe recurso de agravo de instrumento (CPC, art. 1015, 
Parágrafo Único). 
 
8 
 
CAPÍTULO 2 - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
2.1. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
O novo Código regulamenta, nas disposições gerais do Título II (Do Cumprimento de 
Sentença) matérias que serão aplicáveis comumente às diferentes espécies de 
cumprimento de sentença (exceção feita àquelas em que se faz desnecessária a 
instauração de tal fase, como ocorre no cumprimento de obrigação de fazer, não fazer 
e entregar coisa). Regulamenta, portanto, a intimação do devedor para efetuar o 
pagamento, a relação dos títulos executivos judiciais, o foro competente para o 
processamento da fase de cumprimento, o protesto da sentença, entre outros 
aspectos. 
2.1.1. NORMAS DE REGÊNCIA DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. O 
cumprimento de sentença será regido pelas normas previstas neste título, 
aplicando-se também, no que couber e conforme a natureza da obrigação, as 
regras previstas no livro que trata da execução fundada em título extrajudicial 
(Livro II da Parte Especial) 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, 
observando-se, no que couber e conforme a naturez1a da obrigação, o disposto no Livro 
II da Parte Especial deste Código. 
 
Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou 
definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela provisória. 
 
2.1.2. ESPÉCIES DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. O novo CPC passa a 
regulamentar as diferentes espécies de cumprimento de sentença neste mesmo 
título (inserido no Livro I - DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, da Parte Especial). São elas: 
Do cumprimento provisório da sentença que reconhece a exigibilidade de pagar 
quantia certa. 
Do cumprimento definitivo da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de 
pagar quantia certa. 
Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar 
alimentos. 
9 
 
Do cumprimento de sentença que reconheça a 
exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa pela 
fazenda pública. 
Do cumprimento de sentença que reconheça a 
exigibilidade de obrigação de fazer, não fazer e de 
entregar coisa. 
 
2.1.3. INICIATIVA DO REQUERIMENTO. Caberá ao 
credor formular o requerimento de instauração da fase 
de cumprimento (seja provisório ou definitivo), ou seja, 
não poderá se dar de ofício. 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo 
as regras deste Título, observando-se, no que couber e 
conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II 
da Parte Especial deste Código. 
§ 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever 
de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a 
requerimento do exequente. 
 
2.1.4. INTIMAÇÃO DO DEVEDOR. A intimação do 
devedor, para promover o pagamento espontâneo, 
observará a forma prevista no art. 513 do CPC 
(atentando-se para o fato de que, a exemplo do que já 
ocorria, continua sendo dispensada preferência à 
intimação na pessoa do respectivo advogado, porém 
contempla outras situações antes não reguladas pela 
lei, nas quais se justifica a intimação de forma diversa, 
na pessoa do próprio executado por AR, por meio 
eletrônico ou por edital). 
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito 
segundo as regras deste Título, observando-se, no que 
couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no 
Livro II da Parte Especial deste Código. 
(...) 
§ 2o O devedor será intimado para cumprir a 
sentença: 
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu 
advogado constituído nos autos; 
NOVIDADE 
Critérios para a definição 
do modo de intimação do 
devedor. A definição da 
forma como se dará a 
intimação do devedor 
dependerá da agilidade 
com que atuar o advogado 
do credor no tocante ao ato 
inicial (formulação do 
requerimento de 
instauração da fase de 
cumprimento). Afinal, a lei 
exige que tenha formulado 
o requerimento referido no 
prazo de até 01 (um) ano a 
contar do trânsito em 
julgado da decisão para que 
a intimaçãodo devedor seja 
efetuada na pessoa do seu 
advogado, pelo Diário da 
Justiça. Após tal prazo, terá 
que ser feita na pessoa do 
próprio devedor (por AR), 
providência que poderá 
encontrar certa dificuldade 
na sua efetivação (entrave 
que justificou aludida 
reforma advinda com a Lei 
n. 11.232/05). Esta regra 
geral, todavia, não se aplica 
aos casos ressalvados no 
art. 513, §2º (como aqueles 
em que o devedor não tem 
defensor, for revel ou 
representado pela 
Defensoria Pública). 
10 
 
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria 
Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do 
inciso IV; 
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246, não tiver procurador 
constituído nos autos 
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de 
conhecimento. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando 
o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o 
disposto no parágrafo único do art. 274. 
§ 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 (um) ano do trânsito 
em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta 
com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o 
disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste artigo. 
 
2.1.5. INTIMAÇÃO DOS FIADORES. Respeitando a legitimidade passiva, a lei 
reafirmou que a intimação dos fiadores, coobrigados ou corresponsáveis 
somente será possível, na fase de cumprimento, se tiverem participado da fase 
de conhecimento. 
Art. 513. (...) 
§ 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do 
coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. 
 
2.1.6. DA CONDIÇÃO PARA O CUMPRIMENTO DA SENTENÇA. Se a relação 
jurídica estiver sujeita a condição ou termo, deverá o exequente demonstrar que 
esta se realizou. 
Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento 
da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu 
o termo. 
 
11 
 
2.1.7. DOS TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS. 
Constam relacionadas, no art. 515, as espécies de 
títulos executivos judiciais. 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento 
dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: 
I - as decisões proferidas no processo civil que 
reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar 
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; 
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; 
III - a decisão homologatória de autocomposição 
extrajudicial de qualquer natureza; 
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em 
relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores 
a título singular ou universal; 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, 
emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por 
decisão judicial; 
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
VII - a sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior 
Tribunal de Justiça; 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão 
do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de 
Justiça; 
X - (VETADO). 
§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado 
no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a 
liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito 
estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que 
não tenha sido deduzida em juízo. 
 
2.1.8. DO FORO. A exemplo do que já era 
estabelecido no art. 475-P do CPC/1973, continua 
sendo permitida a instauração da fase de 
cumprimento em juízo diverso daquele que decidiu a 
causa no primeiro grau de jurisdição (contemplando-
se, agora, além das hipóteses já conhecidas, como o 
ATENÇÃO 
Ampliação do rol dos 
títulos executivos 
judiciais. 
Especial atenção deve ser 
dispensada, no art. 515: 
- ao inciso I do art. 515, 
que alterou a expressão 
“sentença” por 
“decisões”, 
contemplando, assim, as 
decisões interlocutórias; 
- ao inciso V, que passou 
a considerar título 
executivo judicial o 
crédito de auxiliar da 
justiça (a exemplo dos 
honorários periciais 
fixados em decisão 
judicial), o qual antes era 
elencado como título 
executivo extrajudicial; 
- ao inciso IX que 
igualmente considerou 
título executivo judicial a 
decisão interlocutória 
estrangeira (e não 
apenas a sentença, 
objeto do inciso VIII), 
após a concessão do 
exequatur à carta 
rogatória (pelo STJ). 
12 
 
juízo do atual domicílio do executado ou do local onde 
se encontram os bens sujeitos à execução, também a 
possibilidade de fazê-lo no juízo do local onde deve 
ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer). 
Em todos os casos, solicita-se a remessa dos autos 
do processo ao juízo de origem. 
 
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á 
perante: 
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; 
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de 
jurisdição; 
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença 
penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença 
estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal 
Marítimo. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o 
exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do 
executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens 
sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser 
executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em 
que a remessa dos autos do processo será solicitada ao 
juízo de origem. 
 
 
 
 
2.1.9. DO PROTESTO DA SENTENÇA. Admite-se, 
com o novo CPC, o protesto da decisão judicial 
transitada em julgado, desde que instaurada a fase de 
cumprimento e intimado o devedor para efetuar o 
pagamento no prazo de 15(quinze) dias, este não o 
faça. Em tal caso, o credor solicitará certidão ao chefe 
de cartório e a submeterá a protesto. Comprovando 
em juízo o pagamento, poderá o devedor solicitar o 
cancelamento do protesto, o que será decidido pelo 
juiz (o qual, caso o reconheça, expedirá ofício 
determinando tal providência). 
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos 
da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. 
NOVIDADE 
Possibilidade de protesto 
da sentença. Passou a ser 
admitida a possibilidade de 
protestar a sentença 
transitada em julgado, uma 
vez instaurada a fase de 
cumprimento da sentença e 
decorrido o prazo para 
pagamento voluntário pelo 
devedor. 
SUGESTÃO 
Designação de audiência 
conciliatória antes da 
expedição da certidão. 
Havendo interesse pelo 
credor, em tais casos, 
poder-se-ia designar 
audiência conciliatória (com 
a possível brevidade), 
salientando-se no próprio 
despacho que a ausência do 
devedor importará na 
imediata expedição da 
certidão para fins de 
protesto. Isso porque, como 
se sabe, o objetivo do 
credor é a satisfação do 
débito e nem sempre o 
protesto viabiliza tal 
desiderato. Em alguns 
casos, poderá haver 
maiores chances de êxito 
em caso de parcelamento 
da dívida (respeitando-se, 
assim, as possibilidades 
financeiras do devedor) 
13 
 
§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da 
decisão. 
§ 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará 
o nome e a qualificação do exequente e do executado,o número do processo, o valor da 
dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. 
§ 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda 
pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura 
da ação à margem do título protestado. 
§ 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, 
mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de 
protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação. 
2.1.10. DAS QUESTÕES INCIDENTAIS. Embora desnecessário, fez questão o 
legislador de salientar que as questões incidentais serão resolvidas nos próprios 
autos, chancelando, assim, o procedimento já adotado por meio de exceção de 
pré-executividade. 
Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da 
sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos 
próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz. 
 
2.2. DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE 
RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR 
QUANTIA CERTA 
2.2.1. APLICABILIDADE. A execução provisória passou a se denominar 
cumprimento provisório da sentença, o que não altera a natureza da referida 
tutela jurisdicional. Com isso, fica clara a noção de que somente há cumprimento 
provisório de título judicial e não extrajudicial (controvérsia erigida, 
anteriormente, com a redação do art. 587 do CPC/1973), pois este último 
comportará sempre execução definitiva. 
2.2.2. DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA. Em linhas gerais, 
são mantidas as regras procedimentais previstas no CPC/1973. 
Desnecessariamente o NCPC fez constar que, no cumprimento provisório, 
poderá ser apresentada impugnação, pois o caput do mesmo artigo (520) já 
prevê que a execução provisória será realizada da mesma forma que o 
cumprimento definitivo. Não à toa, o art. 527 preconiza que se aplicam ao 
cumprimento provisório da sentença, no que couberem, as disposições previstas 
no capítulo que regula o cumprimento definitivo. 
Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da 
sentença, no que couber. 
Atenção: Ao prever que eventual modificação da sentença executada 
provisoriamente não implicará no desfazimento dos atos de expropriação (art. 
14 
 
520, §4º), regra já antes vigente, o legislador 
resguardou os interesses dos terceiros que venham a 
participar de algum ato expropriatório (com a 
aquisição/arrematação de bens penhorados, por 
exemplo). 
Novidade 1 – incidência da multa na execução 
provisória: Contrariando entendimento firmado pelos 
tribunais em relação à aplicação da multa (após sua 
edição, o que se deu com a reforma instituída pela Lei 
n. 11.232/05), o novo CPC prevê a incidência da multa 
e dos honorários no cumprimento provisório da 
sentença e expressamente ressalva que tal 
providência não configurará conduta incompatível 
com a interposição de recurso (afastando, assim, a 
preclusão lógica outrora invocada em situações desta 
natureza – art. 520, §3º). Ou seja, para afastar a 
incidência da multa e dos honorários, caberá ao 
devedor, em caso de cumprimento provisório da 
sentença, mesmo que tenha interposto recurso, 
promover o depósito do valor cobrado, sugerindo-se 
que ressalte claramente que não se presta a 
pagamento (para obstar a possibilidade de 
levantamento, o que se dará apenas nas hipóteses 
legalmente previstas, a exemplo da dívida alimentar). 
Novidade 2 – irrelevância da origem da obrigação 
exequenda para a dispensa da caução, a qual não 
mais fica condicionada a limite de valor: Se o 
exequente demonstrar situação de necessidade 
(quanto ao recebimento imediato do crédito para 
assegurar sua subsistência, p.ex), associada à 
impossibilidade material de prestar caução, poderá 
ser dispensada a caução para, assim, viabilizar o 
levantamento do crédito, seja qual for sua origem 
(lembrando-se que antes tal possibilidade apenas era 
admitida nos casos de crédito de natureza alimentar 
ou decorrente de ato ilícito – art. 475-O, §2º, 
CPC/1973). Aliás, em se tratando de obrigação 
alimentar, sequer precisa ser demonstrada a situação 
de necessidade, porquanto presumida em casos tais. 
Outrossim, não há mais limite de valor (como antes, 
quando era previsto o limite de até 60 vezes o valor 
do salário mínimo), mas o parágrafo único estabelece 
a ressalva de que a caução poderá ser mantida 
quando da dispensa possa resultar manifesto risco de 
grave dano de difícil ou incerta reparação. 
NOVIDADES REF. 
EXECUÇÃO 
PROVISÓRIA 
1) Passa a incidir a multa de 10% 
também na fase de 
cumprimento provisório da 
sentença, caso em que, para 
dela se desvencilhar, deve o 
credor promover o depósito 
judicial do valor do débito. 
2) Deixa de ser relevante a 
origem da obrigação da 
obrigação exequenda (antes 
restrita à obrigação alimentar 
ou decorrente de ato ilícito) 
para permitir o levantamento 
do valor independentemente de 
caução, afastado também o 
limite de valor outrora 
estabelecido. Importará, sim, a 
motivação invocada (a exemplo 
da situação de necessidade, 
aliada à impossibilidade de 
prestar caução), ressalvada a 
configuração de risco (fundado 
na alegação de que sua dispensa 
poderá resultar manifesto risco 
de grave dano de difícil ou 
incerta reparação), juízo a ser 
formulado pelo magistrado no 
momento de decidir a respeito. 
3) Possibilidade de ser 
dispensada a caução também 
em hipótese de prestígio aos 
precedentes. Tal circunstância 
assumiu grande relevância no 
NPC por força da estimulada 
observância da jurisprudência 
construída a partir das decisões 
prolatadas pelos Tribunais 
Superiores. 
 
15 
 
Novidade 3 – dispensa de caução também em prestígio aos precedentes: 
Poderá ser igualmente dispensada caução quando a sentença executada 
provisoriamente tiver como fundamento súmula do Superior Tribunal de Justiça 
ou do Supremo Tribunal Federal ou estiver em conformidade com acórdão 
proferido no julgamento de casos repetitivos (art. 521, inc. IV). 
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de 
efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, 
sujeitando-se ao seguinte regime: 
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for 
reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; 
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da 
execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos 
nos mesmos autos; 
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em 
parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; 
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência 
de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar 
grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano 
pelo juiz e prestada nos próprios autos. 
§ 1o No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, 
se quiser, nos termos do art. 525. 
§ 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 são devidos no cumprimento 
provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. 
§ 3o Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de 
isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele 
interposto. 
§ 4o A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento 
da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direitoreal 
eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos 
causados ao executado. 
§ 5o Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não 
fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. 
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em 
que: 
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; 
II - o credor demonstrar situação de necessidade; 
16 
 
III - pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.0423; 
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em 
conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. 
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar 
manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação. 
 
2.2.3. DO PROCEDIMENTO. São mantidas as regras procedimentais previstas 
no CPC/1973, observando-se, todavia, que, em se tratando de autos eletrônicos, 
fica dispensada a juntada das peças então relacionadas, porquanto 
naturalmente acessíveis a todos. 
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo 
competente. 
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias 
das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio 
advogado, sob sua responsabilidade pessoal: 
I - decisão exequenda; 
II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; 
III - procurações outorgadas pelas partes; 
IV - decisão de habilitação, se for o caso; 
V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar 
a existência do crédito. 
 
 
 
3 Seção III - Do Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão de presidente ou de vice-presidente do tribunal que: 
I - indeferir pedido formulado com base no art. 1.035, § 6o, ou no art. 1.036, § 2o, de inadmissão de recurso 
especial ou extraordinário intempestivo; 
II - inadmitir, com base no art. 1.040, inciso I, recurso especial ou extraordinário sob o fundamento de que o 
acórdão recorrido coincide com a orientação do tribunal superior; 
III - inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, § 8o, ou no art. 1.039, parágrafo único, sob o 
fundamento de que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão 
constitucional discutida. 
(...) 
17 
 
 
2.3. DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE 
RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR 
QUANTIA CERTA 
LINHA DO TEMPO PROCESSUAL 
FASE DE CUMPRIMENTO DA SENTENÇA 
 
 
2.3.1. APLICABILIDADE. O cumprimento definitivo da sentença que reconhece 
a obrigação de pagar quantia certa, portanto já liquidada, observará as normas 
procedimentais previstas neste capítulo, as quais foram alteradas em poucos 
aspectos em relação à sistemática anterior (vigente após a edição da Lei n. 
11.232/05). Evidentemente, não se aplicam tais regras ao cumprimento da 
sentença que reconhece a obrigação de pagar alimentos, de fazer, não fazer ou 
de entregar coisa, as quais são reguladas nos capítulos subsequentes, dadas as 
suas particularidades (valendo notar que, nas obrigações de fazer, não fazer ou 
entregar coisa sequer é instaurada a fase de cumprimento, pois as providências 
inerentes ao seu cumprimento são implementadas na própria fase cognitiva, 
ainda que posteriormente à sentença, a exemplo da expedição de mandado de 
desocupação, de imissão de posse, de entrega, etc). 
CAPÍTULO III - DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A 
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA 
18 
 
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já 
fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela 
incontroversa4, o cumprimento definitivo da sentença far-
se-á a requerimento do exequente, sendo o executado 
intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, 
acrescido de custas, se houver. 
Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao 
cumprimento provisório da sentença, no que couber. 
 
2.3.2. PROCEDIMENTO. Considerando que o 
CPC/1973 sofreu profundas modificações na matéria 
(execução fundada em título judicial e extrajudicial) 
com a edição da Lei n. 11.232/05, a qual instituiu o 
sincretismo processual, e que a jurisprudência já 
consolidou importantes entendimentos a respeito, 
poucas alterações são implementadas como advento 
do novo CPC. Vejamos as principais novidades: 
Novidade 01 – possibilidade de cumprimento 
definitivo em relação à decisão sobre parcela 
 
4 A propósito da decisão sobre parcela incontroversa, vale conferir a redação do art. 356 do NCPC, o qual 
regulamenta a inovadora hipótese de julgamento antecipado parcial da lide. Preconiza: 
Seção III - Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela 
deles: 
I - mostrar-se incontroverso; 
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. 
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou 
ilíquida. 
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar 
parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. 
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados 
em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. 
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. 
 
NOVIDADES 
1) Admitir-se-á o 
cumprimento definitivo em 
relação à decisão sobre 
parcela incontroversa; 
2) O termo a quo para 
apresentação da impugnação, 
pelo executado, passará a ser 
contado automaticamente (a 
partir do escoamento do prazo 
de 15 dias para pagamento 
voluntário). Além disso, será 
dispensada a garantia do 
juízo, a menos que o 
impugnante requeira a 
atribuição de efeito 
suspensivo. 
19 
 
Incontroversa: Com o novo CPC, admite-se a fase de cumprimento definitivo 
da decisão que reconhece a procedência do pedido em relação à parcela 
incontroversa, a qual é prolatada no curso da tramitação do feito por meio de 
decisão interlocutória. 
Novidade 02 – termo a quo automático para apresentação de impugnação 
e dispensa de garantia do juízo: Considerada uma das alterações mais 
expressivas, passa a ser automático o curso do prazo para apresentação de 
impugnação pelo devedor (o que se dará após o prazo de 15 dias para 
pagamento espontâneo) e a dispensa de garantia do juízo para tanto (salvo se 
pleitear a atribuição de efeito suspensivo à execucional, a exemplo do que 
ocorrida na execução de título executivo extrajudicial). 
Passamos, agora, a abordar os atos processuais alusivos ao cumprimento 
definitivo de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. 
 
REMISSÃO DA DÍVIDA 
Antes de ser intimado, o devedor pode se prontificar ao pagamento 
 
ANTES DE SER INTIMADO PARA O CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO, O 
DEVEDOR PODE PRONTIFICAR-SE AO PAGAMENTO DO VALOR QUE 
REPUTA DEVIDO 
Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, 
comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando 
memória discriminadado cálculo. 
§ 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, 
sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. 
§ 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de 
dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se 
a execução com penhora e atos subsequentes. 
§ 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o 
processo. 
 
 
REQUERIMENTO INICIAL 
Não adimplido o débito, o credor instaurará a fase de cumprimento 
POSSIBILIDADE 
PASSO 1 
20 
 
 
CONFIGURADO O INADIMPLEMENTO, O EXEQUENTE FORMULARÁ O 
REQUERIMENTO DE INSTAURAÇÃO DA FASE DE CUMPRIMENTO DE 
SENTENÇA. Continua sendo necessária a iniciativa do credor. Por isso, a norma 
exige requerimento do exequente. 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, 
observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II 
da Parte Especial deste Código. 
§ 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou 
definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. 
 
QUANTO AOS REQUISITOS DO REQUERIMENTO. Tal requerimento deverá 
ser instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito (apontando 
precisamente o índice de correção monetária e de juros, com os respectivos 
termos iniciais e taxas aplicadas, além das demais informações previstas no art. 
524) 
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo 
discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter: 
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o 
disposto no art. 319, §§ 1o a 3o; 
II - o índice de correção monetária adotado; 
III - os juros aplicados e as respectivas taxas; 
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; 
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; 
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; 
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível. 
§ 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da 
condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base 
a importância que o juiz entender adequada. 
§ 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que 
terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado. 
21 
 
§ 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou 
do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência. 
§ 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder 
do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de 
até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência. 
§ 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem apresentados pelo executado, 
sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados 
pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe. 
 
 
INTIMAÇÃO DO DEVEDOR 
Estando em ordem o requerimento, o devedor será intimado para pagar 
em 15 dias, sob pena de multa (10%) e honorários (10%). 
 
ESTANDO EM ORDEM O REQUERIMENTO, O DEVEDOR SERÁ INTIMADO 
PARA CUMPRIR A SENTENÇA, NO PRAZO DE 15 (QUINZE DIAS) SOB PENA 
DE MULTA DE 10%. 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, 
observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II 
da Parte Especial deste Código. 
§ 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou 
definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. 
(...) 
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso 
de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a 
requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 
15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. (...) 
 
QUANTO À INTIMAÇÃO DO DEVEDOR. Apresentado o requerimento pelo 
credor, com a observância das respectivas exigências, o devedor será intimado 
para efetuar o pagamento do débito no prazo de 15(quinze) dias. 
Art. 513. (...) 
§ 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença: 
PASSO 2 
22 
 
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; 
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria 
Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do 
inciso IV; 
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246, não tiver procurador 
constituído nos autos 
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de 
conhecimento. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando 
o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o 
disposto no parágrafo único do art. 274. 
§ 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 (um) ano do trânsito 
em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta 
com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o 
disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste artigo. 
§ 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do 
coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caso o devedor tenha efetuado o pagamento, o credor será 
intimado para se manifestar a respeito. 
DEVEDOR 
EFETUOU O 
PAGAMENTO? 
HIPÓTESE 1 – 
SIM, DEVEDOR 
EFETUOU O 
PAGAMENTO 
HIPÓTESE 3 – 
DEVEDOR 
EFETUOU O 
PAGAMENTO 
PARCIALMENTE 
HIPÓTESE 2– 
NÃO, DEVEDOR 
NÃO EFETUOU O 
PAGAMENTO 
HIPÓTESE 1 – 
SIM, DEVEDOR 
EFETUOU O 
PAGAMENTO 
PASSO 3 
23 
 
Se silenciar, presumir-se-á satisfeito com o pagamento, 
caso em que será extinta a execução. 
Se reclamar alguma diferença, o juiz intimará o devedor 
para que promova a complementação (hipótese em que, 
sobre tal diferença, incidirá multa e honorários). Caso não 
promova a complementação, prosseguirá a execução em 
relação à tal diferença, acrescida de multa e honorários. 
Art. 523. (...) § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no 
caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o 
restante. 
 
Caso, intimado, o devedor não tenha efetuado o 
pagamento do débito, este será acrescido de multa de 10% 
e honorários advocatícios também de 10% sobre o 
montante exequendo. Certificada tal inércia, promover-se-
á a penhora, priorizando-se a indicação dos bens feita pelo 
exequente no requerimento, se houver (a exemplo de 
eventual pedido de penhora de dinheiro por meio de 
BACEN-JUD, o qual exige requerimento pelo credor). Se 
não houver indicação feita pelo credor, expedir-se-á 
mandado de penhora a incidir sobre tantos bens quantos 
forem necessários para garantir o juízo. 
Art. 523. (...) 
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito 
será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de 
advogado de dez por cento. 
§ 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será 
expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se 
os atos de expropriação. 
 
Tal hipótese se equipara àquela em que, efetuadoo 
pagamento, o credor reclama alguma diferença, sobre a 
qual, neste caso, incidirá multa de 10% e honorários de 
10%, prosseguindo com base nela a execução. 
Art. 523. (...) 
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa 
e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. 
 
HIPÓTESE 2– 
NÃO, DEVEDOR 
NÃO EFETUOU O 
PAGAMENTO 
HIPÓTESE 3 – 
DEVEDOR 
EFETUOU O 
PAGAMENTO 
PARCIALMENTE 
24 
 
 
 
 
 
DECORRIDO O PRAZO PARA PAGAMENTO SEM QUE TENHA OCORRIDO 
A COMPLETA QUITAÇÃO DO DÉBITO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NA IMPUGNAÇÃO, O EXECUTADO PODERÁ ARGUIR APENAS AS 
MATÉRIAS PREVISTAS NO ART. 525 DO CPC, CONSIDERANDO QUE 
A COGNIÇÃO PLENA (ATINENTE AO PLEITO QUE DESENCADEOU A 
SENTENÇA EXEQUENDA) TEVE LUGAR NA FASE PRECEDENTE DE 
CONHECIMENTO. 
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, 
inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de 
penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. 
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar: 
PASSO 4 
EXPEDIR-SE-Á MANDADO DE PENHORA E 
AVALIAÇÃO. Incidirá a penhora sobre os bens indicados 
pelo credor no requerimento inicial. Se não tiver indicado, 
expedir-se-á mandado de penhora, a incidir sobre os bens 
que forem localizados pelo Oficial de Justiça, até o 
montante necessário a garantir a execução 
AUTOMATICAMENTE CORRERÁ O PRAZO DE 15 
(QUINZE) DIAS PARA APRESENTAÇÃO DE 
IMPUGNAÇÃO PELO EXECUTADO. Ou seja, decorrido 
o prazo para pagamento, correrá automaticamente o 
prazo subsequente de 15 dias para apresentação de 
impugnação, para o que será desnecessária a garantia 
do juízo (a menos que o devedor requeira a atribuição de 
efeito suspensivo – art. 525, §6º). Na impugnação, nem 
toda matéria poderá ser arguida, admitida tão somente 
aquelas relacionadas no art. 525, §1º. 
25 
 
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à 
revelia; 
II - ilegitimidade de parte; 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; 
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; 
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; 
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, 
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à 
sentença. 
§ 2o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 
148. 
§ 3o Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. 
§ 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia 
quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor 
que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu 
cálculo. 
§ 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não apresentado o 
demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de 
execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será 
processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. 
§ 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, 
inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde 
que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe 
efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da 
execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de 
difícil ou incerta reparação. 
§ 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o não impedirá a 
efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de 
avaliação dos bens 
§ 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a 
parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. 
§ 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos 
executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o 
respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante. 
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente 
requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios 
autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz. 
26 
 
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para 
apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à 
adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem 
ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o 
prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada 
ciência do fato ou da intimação do ato. 
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, considera-se também 
inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato 
normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado 
em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal 
Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de 
constitucionalidade concentrado ou difuso. 
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão 
ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. 
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao 
trânsito em julgado da decisão exequenda. 
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da 
decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em 
julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
27 
 
LINHA DO TEMPO PROCESSUAL 
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPUGNAÇÃO 
(art. 525) 
dispensa penhora 
(salvo para pleitear 
atribuição de efeito 
suspensivo) 
Deliberação 
sobre pedido 
de atribuição 
do efeito 
suspensivo 
CONTRADITÓRIO 
Decisão 
extingue 
execução? 
SIM. É SENTENÇA 
NÃO. AINDA REMANESCE O 
DÉBITO (TOTAL OU 
PARCIALMENTE). É DECISÃO 
INTERLOCUTÓRIA 
SEGUEM-SE OS ATOS 
EXPROPRIATÓRIOS 
28 
 
 
2.4. DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A 
EXIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS 
2.4.1. DA APLICABILIDADE. A execução da dívida alimentar passou a contar com 
regulamentação própria, inserida no Título II (Do Cumprimento da Sentença) do Livro 
I (Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença), na Parte Especial 
do NCPC, aplicando-se tanto à execução dos alimentos definitivos, como aos 
provisórios. 
OBSERVAÇÃO QUANTO À AUTUAÇÃO. Em se tratando de execução de alimentos 
provisórios (cuja decisão/sentença ainda não transitou em julgado), será processada 
em autos apartados. Do contrário, caso já tenha transitado em julgado a decisão, será 
processada nos próprios autos. 
Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou provisórios. 
§ 1o A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em 
sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos apartados. 
§ 2o O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será processado nos 
mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença. 
 
2.4.2. DA ESCOLHA DO PROCEDIMENTO. Caberá ao exequente escolher o 
procedimento que melhor lhe aprouver (segundo a perspectiva de maior efetividade 
em relação ao esperado adimplemento do débito), dentre os possíveis, a saber: 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos: 
I) PRISÃO. Trata-se do procedimento regulado no artigo 528 e seguintes do NCPC, 
adotado na hipóteseem que ao credor/alimentando mais interessa a medida 
constritiva pessoal (prisão), normalmente mais aplicada nas hipóteses em que o 
CREDOR ESCOLHERÁ: 
I) PRISÃO 
II) PENHORA 
III) OFÍCIO À EMPRESA EMPREGADORA 
PROCEDIMENTO BASEADO NA CONSTRIÇÃO PESSOAL 
PROCEDIMENTO BASEADO NA EXPROPRIAÇÃO PATRIMONIAL 
PROVIDÊNCIA ALUSIVA AO 
DESCONTO EM FOLHA 
29 
 
executado não tem bens penhoráveis (caso em que a 
expropriação patrimonial não apresenta boas perspectivas 
de êxito). Será objeto de estudo mais detalhado adiante. 
II) PENHORA. Poderá o exequente optar, a seu critério, 
pelo procedimento atinente ao cumprimento definitivo de 
sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de 
pagar quantia certa, regulada nos artigos 523 a 527), a qual 
objetiva a satisfação do débito por meio da expropriação 
patrimonial. Seu estudo foi desenvolvido no item 2.3, supra. 
A possibilidade de escolha deste procedimento também no 
cumprimento da decisão/sentença que condena à 
prestação de alimentos está prevista no próprio art. 528 do 
NCPC, em seu §8º, o qual estabelece que, em tal caso, não 
será admissível a prisão do executado e, recaindo a 
penhora em dinheiro, a eventual concessão do efeito 
suspensivo à impugnação não impedirá o levantamento, 
pelo exequente/alimentando, mensalmente, do respectivo 
valor devido a título de prestação alimentar. 
Art. 528. (...) 
§ 8o O exequente pode optar por promover o cumprimento 
da sentença ou decisão desde logo, nos termos do 
disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que 
não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a 
penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à 
impugnação não obsta a que o exequente levante 
mensalmente a importância da prestação. 
 
III) OFÍCIO À EMPRESA EMPREGADORA. A exemplo do 
que já acontecia na prática forense habitual, persiste 
admitida a expedição de ofício à empresa empregadora do 
executado para que promova o desconto, em sua folha de 
pagamento, da importância devida a título de pensão 
alimentícia. 
Novidade: Inovou o legislador ao permitir que, para além 
dos descontos em relação às prestações alimentícias 
vincendas (com vencimento futuro), estes compreendam 
também as parcelas vencidas, objeto da execucional, feita 
a ressalva de que, tal montante somado à parcela devida 
(vincenda), não ultrapasse o limite correspondente a 50% 
(cinquenta por cento) dos seus ganhos líquidos. 
Art. 529. Quando o executado for funcionário público, 
militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado 
sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá 
NOVIDADE 
Na execução de alimentos, 
admite-se que o desconto 
em folha de pagamento 
compreenda não somente 
as parcelas vincendas, mas 
também as vencidas (cujo 
cômputo pode ser 
parcelado), desde que, 
somadas tais importâncias, 
não ultrapasse o limite de 
50% dos ganhos líquidos do 
executado 
30 
 
requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia. 
§ 1o Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, 
determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira 
remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. 
§ 2o O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do 
exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua 
duração e a conta na qual deve ser feito o depósito. 
§ 3o Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução 
pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos 
termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse 
cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. 
2.4.3. DO FORO. Assegura-se, também na fase de cumprimento de sentença de 
obrigação de prestar alimentos, a possibilidade de sua instauração no juízo do atual 
domicílio do executado ou do local onde se encontram os bens sujeitos à execução, 
tal como previsto para as demais espécies de fase de cumprimento de sentença, 
consoante redação do Parágrafo Único do art. 5165 do NCPC. O §9º do art. 528 
permite que, além destas opções de foro, possa o exequente escolher o foro do local 
do seu próprio domicílio, consoante regra protetiva já aplicada anteriormente. 
Art. 528. (...) 
§ 9o Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente pode promover 
o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação 
alimentícia no juízo de seu domicílio. 
 
 
5 Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: 
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; 
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; 
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de 
sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio 
do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde 
deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será 
solicitada ao juízo de origem. 
 
31 
 
2.4.4. DO PROCEDIMENTO BASEADO NA CONSTRIÇÃO PESSOAL (PRISÃO). A 
seguir, passamos a analisar, separadamente, os atos processuais que integram 
aludido procedimento, na ordem em que são praticados. 
I) CREDOR FORMULA REQUERIMENTO. Não tendo sido satisfeito 
espontaneamente o débito alimentar (quer sejam alimentos provisórios, quer 
definitivos), cabe ao exequente/alimentando requerer a instauração da fase de 
cumprimento respectiva, para o que formulará requerimento próprio (idêntico ao 
exigido nas demais espécies de fase de cumprimento), instruindo-o com o 
demonstrativo do débito, o qual, em tal caso, poderá compreender apenas as 
três últimas inadimplidas ao tempo do ajuizamento da demanda. 
II) O JUIZ MANDARÁ INTIMAR O EXECUTADO PESSOALMENTE PARA 
QUE, EM 03 DIAS, PAGUE O DÉBITO, PROVE QUE O FEZ OU JUSTIFIQUE 
A IMPOSSIBILIDADE DE EFETUÁ-LO. Identicamente ao que já ocorria, o 
executado será intimado (e não citado, pois se trata meramente de nova fase, 
reconhecido o sincretismo processual) pessoalmente para, no prazo de 03(três) 
dias, efetuar o pagamento do débito, provar que o fez ou justificar a 
impossibilidade de efetuá-lo. É o que disciplina o art. 528 do NCPC: 
 
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação 
alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do 
exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o 
débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. 
 
 
 
 
 
II.1) 
Neste caso, intima-se o exequente para que se pronuncie a respeito. Caso 
o exequente reconheça que o débito foi satisfeito integralmente, será 
prolatada sentença extinguindo a execução. Caso o exequente aponte a 
existência de saldo devedor remanescente, a execução prosseguirá em 
relação à tal diferença. 
 
II.2) 
ALTERNATIVAS CONFERIDAS AO EXECUTADO: 
O DEVEDOR PAGA O DÉBITO 
O DEVEDOR PROVA QUE JÁ PAGOU O DÉBITO 
32 
 
Do mesmo modo, caso o devedor informe e comprove que já efetuou o 
pagamento do débito exigido, intima-se o exequente para que se pronuncie 
a respeito. Caso o exequente reconheça que aludido débito foi satisfeito 
integralmente, será prolatada sentença extinguindo a execução. Caso o 
exequente aponte a existência de saldo devedor remanescente, a 
execução prosseguirá em relação à tal diferença. 
 
II.3) 
Poderá o devedor, no prazo referido(03 dias), justificar a impossibilidade 
absoluta de efetuar o pagamento do débito, caso em que lhe será atribuído 
o ônus da prova em relação aos motivos alegados (a exemplo de doença, 
dificuldade/impossibilidade de conseguir emprego, existência de despesas 
extraordinárias, etc). Apresentada a justificativa, será oportunizada 
manifestação à parte contrária, após o que encaminhar-se-á o feito com 
vista ao Representante do Ministério Público (pois, de regra, envolve 
interesse de incapaz). Se necessário, o juiz oportunizará a produção de 
prova oral (caso tenha sido requerido pela parte interessada), caso em que 
designará audiência de instrução e julgamento. Assegurada a produção 
dos necessários meios de prova, seguir-se-á a prolação de decisão a 
respeito, a qual acolherá a justificativa ou a rejeitará (hipótese em que 
mandará protestar a decisão e, além disso, decretará a prisão do devedor 
pelo prazo de um a três meses, em regime fechado, porém o preso civil 
deverá permanecer separado dos presos comuns). 
Art. 528. (...) 
§ 2o Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar 
justificará o inadimplemento. 
§ 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além 
de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão 
pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. 
§ 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos 
presos comuns. 
§ 5o O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações 
vencidas e vincendas. 
 
II.4) 
Caso o devedor, no prazo de 03(três) dias, não efetue o pagamento e se 
mantenha inerte (ou seja, nem mesmo apresente qualquer justificativa), 
encaminhar-se-á o feito com vista ao Representante do Ministério Público 
(pois, de regra, envolve interesse de incapaz). Após, será prolatada 
O DEVEDOR JUSTIFICA A IMPOSSIBILIDADE DE PAGAR O DÉBITO 
O DEVEDOR SILENCIA 
33 
 
decisão, a qual, em tal circunstância, mandará protestar a decisão e, além 
disso, decretará a prisão do devedor pelo prazo de um a três meses, em 
regime fechado). 
Art. 528. (...) 
§ 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove 
que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará 
protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517. 
(...) 
§ 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além 
de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão 
pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. 
§ 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos 
presos comuns. 
§ 5o O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações 
vencidas e vincendas. 
§ 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. 
§ 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até 
as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no 
curso do processo. 
 
III) SE, MESMO ASSIM, CUMPRIDA OU NÃO A MEDIDA PRISIONAL, O 
DÉBITO REMANESCER, TOTAL OU PARCIALMENTE, A EXECUCIONAL 
PROSSEGUIRÁ, DAÍ EM DIANTE BASEADA NA CONSTRIÇÃO 
PATRIMONIAL (PENHORA). Se todos os atos processuais atinentes a tal 
espécie de fase de cumprimento (fundada na obrigação de prestar alimentos, 
regulada pelos art. 528 a 533) forem praticados e, mesmo assim, com ou sem o 
cumprimento da medida prisional, remanescer insatisfeito o débito alimentar (ou 
parte dele), a execucional prosseguirá, porém daí em diante baseada na 
constrição patrimonial, ou seja, com a efetivação da penhora e demais atos 
expropriatórios. É o que preconiza o art. 530 do NCPC. 
Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 8316 e seguintes. 
 
 
6 Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal 
atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. 
 
34 
 
2.4.5. DAS CONSEQUÊNCIAS APLICÁVEIS EM CASO DE CONDUTA 
PROCRASTINATÓRIA PELO EXECUTADO. O art. 532 do NCPC determina que, em 
se verificando a prática de conduta procrastinatória por parte do executado no curso 
da fase de cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de 
prestar alimentos - a exemplo da ocultação para intimação ou da formulação de defesa 
fundada em fatos manifestamente falsos arguidos apenas com o intuito de protelar a 
tramitação do feito com a produção de provas (o que, muitas vezes, acarreta 
expressiva delonga processual) -, o juiz disto dê ciência ao Representante do 
Ministério Público (com atuação na esfera criminal), dada a configuração de indícios 
da prática de crime de abandono material. 
Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, 
dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do crime de abandono material. 
 
2.4.6. DA CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL EM GARANTIA OU INCLUSÃO EM 
FOLHA DE PAGAMENTO EM CASO DE OBRIGAÇÃO ALIMENTAR 
DECORRENTE DE ATO ILÍCITO. Prescreve, o art. 533 do NCPC, que, em caso de 
indenização por ato ilícito que inclua prestação alimentar, havendo requerimento do 
exequente, deverá o executado constituir capital em garantia (representado por 
imóveis ou direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, além dos demais 
bens previstos no §1º), de modo a assegurar que sua renda possibilite o pagamento 
do valor mensal da pensão. Tal medida pode ser substituída pela inclusão do credor 
na folha de pagamento da empresa executada (quando se tratar de pessoa jurídica 
com notória capacidade econômica), providência que tem apresentado bons 
resultados na prática judiciária por conta da efetividade alcançada. 
Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, caberá ao 
executado, a requerimento do exequente, constituir capital cuja renda assegure o 
pagamento do valor mensal da pensão. 
§ 1o O capital a que se refere o caput, representado por imóveis ou por direitos reais sobre 
imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em 
banco oficial, será inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, 
além de constituir-se em patrimônio de afetação. 
§ 2o O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha 
de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do 
executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo 
juiz. 
§ 3o Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, 
conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação. 
§ 4o A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo. 
§ 5o Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital, cessar o 
desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas. 
 
35 
 
2.5. DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE 
OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA. 
Os art. 534 e 535 do NCPC regulamentam a fase de cumprimento da sentença 
atinente aos casos em que é a Fazenda Pública que deve cumprir a obrigação de 
pagar. 
DO REQUERIMENTO INICIAL. Identicamente ao que ocorre na fase de cumprimento 
fundada na obrigação de pagar quantia certa, caberá ao exequente instaurar a fase 
de cumprimento respectiva mediante formulação de requerimento, acompanhado do 
demonstrativo do débito. Todavia, havendo pluralidade de exequentes (o que ocorre 
comumente em demandas desta natureza), deverão ser apresentados os 
demonstrativos individualmente (art. 534, §1º), viabilizando,assim, o melhor exercício 
da defesa (com a apuração do acerto do cálculo ou identificação de eventual 
inconsistência) por parte da Fazenda Pública. 
DA MULTA. Como se sabe e consoante já sedimentado na jurisprudência, não incide 
a multa (de 10%, prevista no §1º do art. 523) nesta espécie de execucional, porquanto 
instaurada contra a Fazenda Pública. 
CAPÍTULO V - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A 
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA 
PÚBLICA 
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar 
quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito 
contendo: 
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; 
II - o índice de correção monetária adotado; 
III - os juros aplicados e as respectivas taxas; 
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; 
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; 
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados. 
§ 1o Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu próprio 
demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 
113. 
§ 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública. 
DO PROCEDIMENTO. Apresentado o requerimento pelo(s) exequente(s), a Fazenda 
Pública será intimada (e não mais citada, como equivocamente constava 
anteriormente) para apresentar impugnação (e não mais embargos à execução contra 
Fazenda Pública), o que deverá fazer no prazo de 30(trinta) dias, facultando-lhe 
36 
 
arguição das matérias elencadas no art. 535 (defesa restrita). Após, assegurar-se-á o 
contraditório, oportunizando-se a manifestação por parte dos exequentes. 
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por 
carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos 
próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: 
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; 
II - ilegitimidade de parte; 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; 
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; 
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, 
compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado 
da sentença. 
§ 1o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148. 
§ 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia 
superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que 
entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição. 
DA DECISÃO PROLATADA NA IMPUGNAÇÃO E IMPULSO PROCESSUAL. Caso a 
impugnação seja acolhida totalmente de modo a reconhecer a inexistência do débito, 
a inexequibilidade do título ou qualquer outra razão que obste a sua exigibilidade, 
extinguir-se-á a fase de cumprimento. Caso não seja ofertada impugnação ou, 
ofertada, não seja acolhida ou o seja parcialmente, remanescendo hígido, portanto, o 
débito exequendo (ainda que em parte), expedir-se-á precatório ou, em se tratando 
de pequeno valor, promover-se-á o pagamento da obrigação por meio de requisição 
respectiva, na forma e segundo as condições previstas na lei. 
Art. 535. (...) 
§ 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada: 
I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em favor 
do exequente, observando-se o disposto na Constituição Federal; 
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado 
para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 
2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco 
oficial mais próxima da residência do exequente. 
§ 4o Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, 
desde logo, objeto de cumprimento. 
37 
 
§ 5o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste 
artigo, considera-se também inexigível a obrigação 
reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou 
ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo 
Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou 
interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo 
Tribunal Federal como incompatível com a Constituição 
Federal, em controle de constitucionalidade concentrado 
ou difuso. 
§ 6o No caso do § 5o, os efeitos da decisão do Supremo 
Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, de 
modo a favorecer a segurança jurídica. 
§ 7o A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 
5o deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado da 
decisão exequenda. 
§ 8o Se a decisão referida no § 5o for proferida após o 
trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação 
rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado 
da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. 
2.6. DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE 
RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE 
FAZER, DE NÃO FAZER OU DE ENTREGAR COISA. 
A sexta e última espécie de fase de cumprimento de 
sentença regulada no Título II que trata Do Cumprimento 
da Sentença, inserida no Livro I da Parte Especial do 
NCPC, regula as obrigações de fazer, de não fazer ou de 
entregar coisa, valendo-se, para tanto, do mesmo 
procedimento já aplicado anteriormente, cuja natureza é 
simples já que, de regra, se limita à prática dos atos 
necessários à efetivação do comando judicial (tais como a 
busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o 
desfazimento de obras, além de outras), admitido o 
arbitramento de astreinte, se necessário. 
2.6.1 DA FIXAÇÃO DE MULTA (ASTREINTE). Conforme 
preconiza o art. 537 do NCPC, seu arbitramento pode se 
dar de ofício ou a requerimento da parte interessada, e 
poderá ter lugar tanto na fase de conhecimento, como na 
decisão antecipatória da tutela, na sentença ou até mesmo 
na fase de cumprimento da sentença, como forma de 
compelir a parte executada ao cumprimento da obrigação 
(de fazer, não fazer ou dar). Na tarefa de fixar o seu valor, 
o juiz levará em conta principalmente a relevância da 
obrigação, o resultado acarretado na hipótese de 
descumprimento (dimensão do risco) e a possibilidade 
econômico-financeira da parte executada, de modo que 
seja suficiente e compatível com a obrigação. Além disso, 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVIDADE 
A possibilidade de 
modificação do valor das 
astreintes ou da sua 
periodicidade, assim 
também da sua exclusão, 
foi regulada no art. 537, 
§2º, do NCPC, cujas 
hipóteses deixam clara 
sua aplicabilidade apenas 
em relação à multa 
vincenda (sem afetar, 
portanto, o período já 
vencido). 
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o juiz deverá estabelecer prazo razoável para o cumprimento da obrigação (ex.: 48 
horas, 10 dias). A incidência poderá ser diária, mensal ou com periodicidade coerente 
com a obrigação a que se refere o comando judicial (ex.: a cada boleto indevidamente 
emitido). Excepcionalmente, a incidência poderá ser única (quando normalmente se 
dá em valor mais expressivo, suficiente para coibir o ato que se quer obstar), a 
exemplo da hipótese de obrigação de não fazer, como não realizar uma exibição de 
filme ou realização de show, caso em que, ocorrido o ato vedado, os efeitos se 
projetam automática e irremediavelmente. Nas hipóteses previstas no §2º do art. 537, 
o juiz poderá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, modificar o valor 
(aumentando-o ou reduzindo-o) ou a periodicidade da multa vincenda

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