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Resoluc¸a˜o da Lista de Exerc´ıcios 1 - Equac¸o˜es Diferenciais Vin´ıcius Fratin Netto Maio de 2016 Estes exerc´ıcios foram selecionados das listas de Equac¸o˜es Diferenciais do professor Eduardo Brietzke, do Departamento de Matema´tica da UFRGS, retirados de http://www.mat.ufrgs.br/˜brietzke/listas.html 1. Prove que a seguinte relac¸a˜o define uma soluc¸a˜o impl´ıcita da equac¸a˜o diferencial dada: y = Ce y x , y′ = y2 xy − x2 . Resoluc¸a˜o: O exerc´ıcio pede para provarmos que a relac¸a˜o define uma soluc¸a˜o impl´ıcita para a equac¸a˜o diferencial. Em princ´ıpio, temos duas opc¸o˜es: ou derivamos a primeira equac¸a˜o e chegamos na equac¸a˜o diferencial, ou resolvemos a segunda equac¸a˜o e cheg- amos na primeira. Neste caso, a escolha mais prudente e´ partir da primeira equac¸a˜o, pois na˜o sabemos de antema˜o como resolver a equac¸a˜o diferencial. Desta forma, derivando a primeira equac¸a˜o implicitamente, temos que d dx y = y′ = d dx [Ce y x ]. No lado direito da equac¸a˜o, devemos aplicar a Regra da Cadeia, pois e y x depende de y e de x, e y e´ uma func¸a˜o de x. Assim, y′ = C d dx [ e y x ] = C [ e y x d dx ( y x )] = Ce y x ( xy′ − y x2 ) , em que usamos, no u´ltimo passo, a Regra do Quociente. Perceba que, pela primeira equac¸a˜o, y = Ce y x . Portanto, y′ = y ( xy′ − y x2 ) . 1 Para tentarmos encontrar a forma da segunda equac¸a˜o, devemos isolar y′. Desenvol- vendo, obtemos que y′ = xyy′ − y2 x2 = xyy′ x2 − y 2 x2 = yy′ x − y 2 x2 , de onde tiramos que y′ − yy ′ x = −y 2 x2 e, portanto, y′ ( 1− y x ) = −y 2 x2 . Dividindo nos dois lados da equac¸a˜o por (1− y x ), y′ = − y 2 (1− y x )x2 = − y 2 x2 − xy = y2 xy − x2 , que e´ a segunda equac¸a˜o, como quer´ıamos demonstrar! 2. Determine todos os valores de m para os quais a func¸a˜o y(x) = xm e´ soluc¸a˜o em todo o intervalo (−∞,+∞) da equac¸a˜o diferencial x2y′′ + 2xy′ − 6y = 0. Resoluc¸a˜o: O enunciado sugere que y(x) = xm e´ soluc¸a˜o para certos valores de m. Para descobrirmos para que valores de m a func¸a˜o y(x) satisfaz a equac¸a˜o diferencial, devemos substituir y(x) na equac¸a˜o diferencial e, enta˜o, resolver para m. Antes disso, devemos calcular a derivada primeira e a derivada segunda de y(x) para podermos fazer a substituic¸a˜o. Assim, y(x) = xm, y′(x) = mxm−1, y′′(x) = m(m− 1)xm−2. Substituindo na equac¸a˜o diferencial, 2 x2 [ m(m− 1)xm−2]+ 2x(mxm−1)− 6xm = 0. Reunindo os fatores, temos que m(m− 1)xm + 2mxm − 6xm = 0 e, desta forma, podemos dividir ambos os lados da equac¸a˜o por xm. Portanto, obtemos que m(m− 1) + 2m− 6 = m2 −m+ 2m− 6 = m2 +m− 6 = 0. Basta agora resolver a equac¸a˜o de segundo grau em m. Resolvendo, obtemos que as duas ra´ızes sa˜o m = 2 e m = −3. Uma resposta direta, sem prestar atenc¸a˜o no enunciado, pode levar a um erro: o enunciado deseja saber para quais valores de m, y(x) = xm no intervalo (−∞,∞). Perceba, portanto, que quando m = −3, y(x) = x−3 = 1 x3 possui uma descontinuidade em x = 0. Assim, a u´nica soluc¸a˜o definida para toda a reta acontece apenas quando m = 2. 3. Verifique que a func¸a˜o dada e´ uma soluc¸a˜o do problema de valor inicial (PVI): y(t) = ∫ t 0 e2(t−s)s2ds y′ = 2y + t2, y(0) = 0 Resoluc¸a˜o: Para checarmos que y(t) e´, de fato, uma soluc¸a˜o da equac¸a˜o diferencial, devemos substitu´ı-la na equac¸a˜o e obter uma igualdade va´lida. Ale´m disso, antes de fazermos a substituic¸a˜o, podemos checar se a func¸a˜o satisfaz a condic¸a˜o inicial e, se na˜o for, ja´ podemos descartar a soluc¸a˜o. Como y(t) e´ uma integral de 0 a t, se avaliarmos a func¸a˜o em t = 0, teremos uma integral de 0 ate´ 0 e, portanto, resultado 0. Desta forma, provamos que a func¸a˜o satisfaz a condic¸a˜o inicial e podemos prosseguir com a substituic¸a˜o na ED. Primeiro precisamos calcular y′(t). Perceba que a varia´vel de integrac¸a˜o e´ s e, portanto, t e´ uma constante para a integral. Assim, temos que a integral pode ser reescrita como y(t) = ∫ t 0 e2(t−s)s2ds = e2t ∫ t 0 e−2ss2ds. 3 Como s e´ apenas uma varia´vel muda e a integral deve ser avaliada nos limites de inte- grac¸a˜o, temos que esta integral sera´ tambe´m uma func¸a˜o de t. Desta forma, devemos aplicar a Regra do Produto para calcular y′(t), em que y′(t) = d dt ∫ t 0 e2(t−s)s2ds = d dt [ e2t ∫ t 0 e−2ss2ds ] = ∫ t 0 e−2ss2ds d dt e2t + e2t d dt [ ∫ t 0 e−2ss2ds ] = 2e2t ∫ t 0 e−2ss2ds+ e2t [ e−2tt2 ] = 2e2t ∫ t 0 e−2ss2ds+ t2 = 2 ∫ t 0 e2(t−s)s2ds+ t2 = 2y + t2. Note que chegamos diretamente ao lado direito da equac¸a˜o diferencial, portanto prova- mos que y(t), de fato, e´ soluc¸a˜o! Caso na˜o tive´ssemos notado que obtemos y(t) no- vamente na primeira parcela da derivada, poder´ıamos simplesmente ter deixado nesta forma e, apo´s, substituido y(t) no lado esquerdo da equac¸a˜o diferencial. Neste caso, chegar´ıamos em duas expresso˜es ideˆnticas e ter´ıamos uma igualdade va´lida. Ambas as abordagens devem produzir o mesmo resultado. Observac¸a˜o: Na derivada da integral, utilizamos a primeira forma do Teorema Fun- damental do Ca´lculo, que diz que para uma func¸a˜o cont´ınua f(x) definida em uma intervalo fechado [a, b], F (x) = ∫ x a f(s)ds⇒ F ′(x) = f(x). Este teorema deve estar nas mentes de todos os estudantes! 4. Resolva as seguintes equac¸o˜es separa´veis: (a) y′ = xy 1 + x2 Resoluc¸a˜o: A equac¸a˜o ja´ esta´ na forma normal separa´vel (na˜o confundir com y′(x) = F (x, y), a forma normal de uma EDO de 1a ordem gene´rica), ou seja, y′(x) = f(x)g(y), com f(x) = x 1+x2 e g(y) = y. Assim, devemos primeiro procurar valores constantes de y que zerem g(y) = y. Neste caso, portanto, ja´ sabemos que y = 0 e´ uma soluc¸a˜o. Agora, prosseguimos separando as varia´veis: 4 y′ = dy dx = xy 1 + x2 ⇒ dy y = x 1 + x2 dx⇒ ∫ dy y = ∫ x 1 + x2 dx. Calculando as integrais: ∫ dy y = ln|y|+ C. Na segunda integral, ∫ x 1 + x2 dx, fazendo a substituic¸a˜o u = 1 + x2, temos que du = 2xdx e, portanto,∫ x 1 + x2 dx = 1 2 ∫ x xu du = 1 2 ∫ du u = 1 2 ln|u|+ C = ln(1 + x2) 12 + C. Note que apenas pudemos tirar o mo´dulo porque √ 1 + x2 e´ sempre positivo. Igualando as integrais e unificando as constantes em apenas um dos lados, temos que ln|y| = ln( √ 1 + x2) + C ⇒ eln|y| = eln( √ 1+x2)+C ⇒ |y| = C √ 1 + x2, em que chamamos novamente de C cada constante arbitra´ria que apareceu. Por u´ltimo, obtemos que |y| = C √ 1 + x2 ⇒ y = ±C √ 1 + x2 = C √ 1 + x2. Em princ´ıpio, chegamos em duas soluc¸o˜es: y(x) = 0 e y(x) = C √ 1 + x2. Pore´m, note que, se definirmos C = 0, podemos obter a primeira soluc¸a˜o a partir da segunda. Portanto, temos que a soluc¸a˜o geral da equac¸a˜o diferencial e´ dada apenas por y(x) = C √ 1 + x2. (b) y dx− (1 + x) dy = 0 Resoluc¸a˜o: Escrevendo a EDO na forma normal, temos que dy dx = y 1 + x e, portanto, f(x) = 1 1+x e g(y) = y. Apenas y = 0 zera g(y) e, assim, e´ uma soluc¸a˜o. Agora, separando as varia´veis, obtemos que 5 dy dx = y 1 + x ⇒ dy y = dx 1 + x ⇒ ∫ dy y = ∫ dx 1 + x . Calculando as integrais: ∫ dy y = ln|y|+ C, e ∫ dx 1 + x = ln|1 + x|+ C. Assim, igualando as integrais com as constantes para um lado, ln|y| = ln|1 + x|+ C |y| = eln|1+x|+C = C(1 + x) e, por fim, y = C(1 + x). Novamente, e´ poss´ıvel obter y = 0 de y = C(1+x) definindo C = 0. Desta forma, a soluc¸a˜o geral para a equac¸a˜o diferencial e´ y(x) = C(1 + x). Observac¸a˜o: escrevendo a equac¸a˜o na forma normal nosmostra que ha´ uma de- scontinuidade em x = −1. Enta˜o, pelo Teorema de Existeˆncia e Unicidade, so´ podemos assumir que as soluc¸o˜es existem e sa˜o u´nicas para x > −1 ou x < −1 (vide condic¸o˜es de continuidade da func¸a˜o impostas pelo teorema). Desta forma, retiramos o mo´dulo do logaritmo natural pois supusemos, por exemplo, que x > −1, tornando o logaritmando positivo. Assim, a operac¸a˜o e´ definida. (c) y′ tan x = y, y ( pi 6 ) = −1 2 Resoluc¸a˜o: O problema da´ uma equac¸a˜o diferencial e uma condic¸a˜o inicial, por- tanto este e´ um Problema de Valor Inicial (PVI). O primeiro passo e´ percebermos que a equac¸a˜o na˜o esta´ na forma normal. Colocando nesta forma, temos que y′ = y tan x . Como g(y) = y, ja´ temos que y = 0 e´ uma soluc¸a˜o. Agora, separando as varia´veis, obtemos que 6 dy dx = y tan x ⇒ dy y = dx tan x ⇒ ∫ dy y = ∫ dx tan x . Como tan x = senx cosx , 1 tan x = cosx senx . Calculando as integrais:∫ dy y = ln|y|+ C e ∫ dx tan x = ∫ cosx senx dx, em que, fazendo a substituic¸a˜o u = senx, du = cosxdx, temos que∫ cosx senx dx = ∫ cosx ucosx du = ∫ du u = ln|u|+ C = ln|senx|+ C. Igualando as integrais e colocando as constantes apenas de um lado: ln|y| = ln|senx|+ C ⇒ |y| = eln|senx|+C = C|senx| e, por fim, y(x) = C|senx|. Temos que y = 0 e y = C|senx| sa˜o soluc¸o˜es. Note que, novamente, podemos obter a primeira soluc¸a˜o da segunda apenas difinindo C = 0. Assim, a soluc¸a˜o geral da equac¸a˜o e´ dada por y(x) = C|senx|. E´ importante perceber que, pelo Teorema de Existeˆncia e Unicidade, as soluc¸o˜es esta˜o bem definidas apenas em (0, pi). Isto porque ha´ uma divisa˜o por tan x na equac¸a˜o e, portanto, temos descontinuidades sempre que x = npi, n = 0, 1, 2, .... O intervalo ma´ximo de definic¸a˜o da func¸a˜o varia de acordo com o ponto x = x0 da condic¸a˜o inicial. Como x0 = pi 6 , e 0 < x0 < pi, a soluc¸a˜o deve estar definida neste intervalo. Desta forma, como senx > 0 em (0, pi), podemos retirar o mo´dulo da soluc¸a˜o e, em seguida, aplicar a condic¸a˜o inicial. y ( pi 6 ) = −1 2 ⇒ Csen ( pi 6 ) = C 2 = −1 2 ⇒ C = −1. Como o valor da constante determinado, temos que a soluc¸a˜o do PVI e´ dada por y(x) = −senx. 7 (d) y′ = xex+y Resoluc¸a˜o: Para colocar a equac¸a˜o na forma y(x) = f(x)g(y), pelas propriedades das exponenciais, temos que y(x) = xexey, onde identificamos f(x) = xex e g(y) = ey. Perceba que, neste caso, na˜o ha´ uma constante que zere a func¸a˜o g(y) = ey, pois isto aconteceria apenas se y → −∞. Assim, as u´nicas soluc¸o˜es sera˜o obtidas pela separac¸a˜o de varia´veis. Separando, temos que dy dx = xexey ⇒ dy ey = xexdx⇒ ∫ e−ydy = ∫ xexdx. Calculando as integrais: ∫ e−ydy = −e−y + C. Na segunda integral, podemos utilizar Integrac¸a˜o por Partes. Escolhendo u = x⇒ du = dx e dv = exdx⇒ v = ex, obtemos que∫ xexdx = uv − ∫ vdu = xex − ∫ exdx = xex − ex + C. Igualando as integrais e tratando todas as constantes arbitra´rias como antes: −e−y = xex − ex + C ⇒ e−y = ex − xex + C ⇒ −y = ln|ex − xex + C|, de onde tiramos, finalmente, que y(x) = −ln|ex − xex + C|. 5. (a) Resolva a equac¸a˜o diferencial y′ = x3y2. Fac¸a um esboc¸o da famı´lia de soluc¸o˜es. Encontre a expressa˜o e o intervalo ma´ximo de definic¸a˜o correspondentes a cada uma das condic¸o˜es abaixo: Resoluc¸a˜o: Como a equac¸a˜o ja´ esta´ na formal normal, percebemos que y = 0 ja´ e´ uma soluc¸a˜o. Prosseguindo com a separac¸a˜o das varia´veis, temos que 8 dy dx = x3y2 ⇒ dy y2 = x3dx⇒ ∫ dy y2 = ∫ x3dx. Calculando as integrais: ∫ dy y2 = −1 y + C e ∫ x3dx = x4 4 + C. Igualando as integrais e tratando as constantes como anteriormente: −1 y = x4 + 4C 4 = x4 + C 4 ⇒ −y = 4 x4 + C , em que, por fim, y(x) = 4 C − x4 . Perceba que, agora, e´ imposs´ıvel obter y = 0 de y = 4 C−x4 , pois nenhum valor de C zera esta soluc¸a˜o. Assim, estas sa˜o as duas soluc¸o˜es poss´ıveis. (b) y(0) = 4 Resoluc¸a˜o: Como y(0) 6= 0, aplicamos a condic¸a˜o inicial na segunda soluc¸a˜o: y(0) = 4⇒ 4 C − 0 = 4 C = 4⇒ C 4 = 1 4 ⇒ C = 1, portanto, y(x) = 4 1− x4 . Perceba que a soluc¸a˜o possui descontinuidades em x = ±1, portanto e´ definida ou em (−∞,−1), ou em (−1, 1), ou em (1,∞). Como a condic¸a˜o inicial e´ definida no ponto x = 0, enta˜o o Intervalo Ma´ximo de Existeˆncia da soluc¸a˜o e´ (−1, 1). (c) y(−√3) = −1 2 Resoluc¸a˜o: Como y(−√3) 6= 0, aplicamos a condic¸a˜o inicial na segunda soluc¸a˜o: 9 y(− √ 3) = −1 2 ⇒ 4 C − (−√3) 4 = 4 C − 9 = − 1 2 ⇒ C − 9 4 = −2 e, portanto, C − 9 = −8⇒ C = 1. Assim, a soluc¸a˜o e´ dada por y(x) = 4 1− x4 . Pore´m, desta vez a condic¸a˜o inicial e´ definida no ponto x = −√3 < −1. Portanto, o Intervalo Ma´ximo de Existeˆncia e´ (−∞,−1). (d) y(1) = −1 Resoluc¸a˜o: Como y(1) 6= 0, aplicamos a condic¸a˜o inicial na segunda soluc¸a˜o: y(1) = −1⇒ 4 C − 14 = 4 C − 1 = −1⇒ C − 1 4 = −1, de onde tiramos que C − 1 = −4⇒ C = −3. Com o valor da constante, ja´ temos a soluc¸a˜o determinada com y(x) = 4 −3− x4 = − 4 3 + x4 . Agora, para qualquer valor de x, o denominador e´ positivo e diferente de 0. Assim, a soluc¸a˜o vale para todo x ∈ R. (e) y(−2) = 0 Resoluc¸a˜o: Perceba que, agora, y(−2) = 0. Portanto, a soluc¸a˜o e´, imediata- mente, y(x) = 0, va´lida para todo x ∈ R. Se tenta´ssemos obter a soluc¸a˜o uti- lizando a condic¸a˜o inicial na segunda equac¸a˜o, chegar´ıamos a uma contradic¸a˜o. 6. Para a > 0, mostre que as seguintes func¸o˜es sa˜o soluc¸o˜es do PVI y′ = 2 √|y|, y(0) = 0: 10 (a) y(x) = 0 Resoluc¸a˜o: Comec¸amos verificando a condic¸a˜o inicial y(0) = 0. De fato, como y(x) = 0 para todo x, enta˜o a condic¸a˜o e´ satisfeita. Para provarmos que a soluc¸a˜o satisfaz a ED, substu´ımos na equac¸a˜o e verificamos se obtemos uma igualdade verdadeira. Do lado esquerdo: y′ = (0)′ = 0 e, do lado direito, 2 √ |y| = 2 √ |0| = 0. Portanto, temos que 0 = 0 e, assim, y(x) e´ soluc¸a˜o do PVI. (b) y(x) = { −x2 se x ≤ 0 x2 se x > 0 Resoluc¸a˜o: Como o problema e´ separado em casos, tambe´m devemos analisar a soluc¸a˜o por casos. Primeiro, considerando x ≤ 0, observamos que y(x) = −x2. Em x = 0, y = 0. Portanto, a condic¸a˜o inicial y(0) = 0 e´ satisfeita. Agora, devemos substituir na ED. Do lado esquerdo, y′ = (−x2)′ = −2x, e, do lado direito, 2 √ | − x2| = 2 √ |x|2 = 2|x|. Aparentemente, na˜o chegamos em uma igualdade. Mas, perceba o seguinte: x e´ sempre menor ou igual a 0, portanto y = −2x e´ sempre igual ou maior a 0 e pode ser reescrito como y = −2|x|. Assim, temos que uma igualdade verdadeira no caso x ≤ 0. Resta analisar para x > 0. Assumindo x > 0, temos que y(x) = x2. 11 A condic¸a˜o inicial na˜o pode ser considerada aqui, pois no ponto x = 0, a func¸a˜o cai no primeiro caso, y(x) = −x2. So´ precisamos substituir na ED. Do lado esquerdo: y′ = (x2)′ = 2x, e, do lado direito, 2 √ |y| = 2 √ |x2| = 2|x| = 2x, pois x > 0, por hipo´tese. Por fim, chegamos em uma igualdade verdadeira nos dois casos. Assim, provamos que y(x), de fato, e´ soluc¸a˜o do PVI! (c) y(x) = { 0 se x ≤ a (x− a)2 se x > a Resoluc¸a˜o: Como y(x) e´ definida por partes, da mesma forma que no exerc´ıcios anterior, devemos analisar a soluc¸a˜o por casos. Primeiro, como a > 0, supondo x ≤ a, temos que y(x) = 0. Desta forma, como x = 0 esta´ contido neste caso, a condic¸a˜o inicial y(0) = 0 e´ satisfeita. Substituindo na ED, do lado esquerdo obtemos que y′ = (0)′ = 0, e, do lado direito, 2 √ |y| = 2 √ |0| = 0. Com 0 = 0, sabemos que y(x) = 0 e´ umasoluc¸a˜o para o primeiro caso. Resta agora considerar o caso em que x > a. Neste caso, y(x) = (x− a)2. Novamente, a condic¸a˜o inicial na˜o e´ definida neste caso, apenas para o primeiro. Portanto, so´ precisamos substituir na ED e verificar. Substituindo, do lado esquerdo temos que y′ = [(x− a)2]′ = 2(x− a), e, do lado direito, 2 √ |y| = 2 √ |(x− a)2| = 2|x− a| = 2(x− a), 12 pois x− a > 0 para hipo´tese de que x > a. Assim, obtemos uma igualdade nos dois casos e confirmamos que, de fato, y(x) e´ soluc¸a˜o para o PVI! RESPOSTAS 2) m = 2 4a) y(x) = C √ 1 + x2 4b) y = C(1 + x) 4c) y = −senx 4d) y = −ln(ex − xex + C) 5a) y = 4 C − x4 , y = 0 5b) y = 4 1− x4 , I = (−1, 1) 5c) y = 4 1− x4 , I = (−∞,−1) 5d) y = − 4 3 + x4 , I = R = (−∞,∞) 5e) y = 0, I = R = (−∞,∞) 13
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