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PROCESSO CIVIL DE CONHECIMENTO

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Prévia do material em texto

Caro aluno,
 
Seja bem vindo,
Nesta disciplina trataremos de assuntos como: atos de comunicação processual, vícios dos atos processuais, formação suspensão e extinção do processo, etc.
O objetivo principal será promover a compreensão e a importância do Direito Processual Civil, bem como discutir o significado dos seus institutos fundamentais, de forma a estimular a capacidade de análise, argumentação interpretação e valorização dos fenômenos jurídicos e sociais envolvidos.
Considerando que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos 2 horas por semana para esta disciplina, estudando a legislação, as bibliografias indicadas e realizando os exercícios de auto-avaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana.
Para facilitar seu trabalho, apresentamos abaixo os assuntos que deverão ser estudados e a bibliografia indicada, para aprofundar o conhecimento, e entender a posição da doutrina e jurisprudência atual.  No mínimo, sugerimos a leitura do conteúdo disponibilizado e ainda a leitura das obras indicadas para cada assunto, pois somente assim você terá uma compreensão maior da matéria.
 
a-    Módulos 
Módulo I – Atos de Comunicação Processual. Citação. Intimações. Cartas (precatória, rogatória e de ordem).
Módulo II – Vícios dos atos processuais. Conceito. Espécies. Sistema de nulidades no direito processual civil.
Módulo III – Formação, Suspensão e Extinção do Processo: Formação do Processo. Suspensão do Processo. Conceito. Hipóteses de Ocorrência. Extinção do Processo. Conceito. Hipóteses de Extinção do Processo Sem Resolução de Mérito. Hipóteses de Extinção do Processo Com Resolução de Mérito.
Módulo IV – Processo e procedimentos de conhecimento. Procedimento comum: rito ordinário e sumário. Fase de Postulação. Petição Inicial. Requisitos da Petição Inicial.
Módulo V – Antecipação de tutela
Módulo VI – Causas de indeferimento da petição inicial. Julgamento imediato do pedido.
 
Módulo VII – . Respostas do réu. Contestação. Reconvenção. Exceções processuais. Impugnações.
 
Módulo VIII – Reconhecimento jurídico do pedido. Revelia.
b-   Avaliações
Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, cabendo a você tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das datas das suas provas, dentro dos períodos especificados.
 
Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os exercícios de auto-avaliação, disponibilizados para você neste sistema de disciplinas on line. O que tem que ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada avaliação não são a repetição dos exercícios de auto-avaliação.
 
Para sua orientação, informamos abaixo os assuntos requeridos em cada uma das avaliações:
 
·         NP1 abrangerá o conteúdo referente aos módulos I à IV
·         NP2 os módulos V à VIII
·         As avaliações Substitutivas e o Exame abrangerão todos os módulos.
 
c-    Referências bibliográficas
 
·         GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro. 19ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v. 2.
·         NERY JUNIOR, Nelson. Código de processo civil comentado. 10ª ed. São Paulo: RT, 2007.
·         SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de direito processual civil. 24ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v. 2.
·         THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 49ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008. v. 1.
 
Bibliografia Complementar:
 
·         ALVIM, José Manoel Arruda. Manual de direito processual civil. 12ª ed. São Paulo: RT, 2008. v. 2.
·         ARAGÃO, Egas Dirceu Moniz. Comentários ao código de processo civil. 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005.
·         DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do processo. 13ª ed. São Paulo: Malheiros, 2008.
·         MACHADO, Antonio Claudio da Costa. Código de processo civil interpretado. 7ª ed. São Paulo: Manole, 2008.
·         MARQUES, José Frederico. Manual de direito processual civil. 9ª ed. Campinas: Millennium, 2003. v. 1.
·         WAMBIER, Luiz Rodrigues (Coord.) Curso avançado de processo civil. São Paulo: RT, 2008. v. 1.
MÓDULO I – ATOS DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL. CITAÇÃO. INTIMAÇÕES. CARTAS (PRECATÓRIA, ROGATÓRIA E DE ORDEM).
 
Atos de Comunicação Processual
             Existem duas espécies de comunicação entre os atos processuais. A que se estabelece entre órgãos do Poder Judiciário, e a que ocorre entre o juízo e as partes. 
            A comunicação entre os órgãos do Poder Judiciário se dá por meio de cartas (precatórias, rogatórias ou de ordem), enquanto que a comunicação entre o juízo e as partes se dá por meio da citação e da intimação.
 Citação
             De acordo com Santos (2008) a citação “[...] é o chamamento do réu a juízo pra defender-se da ação contra ele proposta [...]”
 
            O legislador definiu a citação no artigo 213 do Código de Processo Civil de 1973 (CPC/73) como: “Art. 213.  Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.”.
 
            Portanto a citação é um ato constitutivo da relação processual determinado pelo juiz, conforme se constata com uma leitura do seguinte dispositivo legal extraído do CPC/73:
Art. 285.  Estando em termos a petição inicial, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu, para responder; do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor.
 
            Conforme apontado acima, é com a citação que se forma a relação processual, por isso que a mesma se faz necessária para validade do processo. Necessário destacar, contudo, que o comparecimento espontâneo do réu suprirá eventual defeito, tudo isso nos termos do artigo 214 do Diploma Processual de 1973, que tem a seguinte redação:
 
Art. 214. Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação.
§ 2º Comparecendo o réu apenas para argüir a nulidade e sendo esta decretada, considerar-se-á feita a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão.
           
            O réu é o destinatário da citação, nos ditames do Código de Processo Civil/73, mais especificamente pelo artigo “Art. 215  Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado.”.
 
            Entretanto, excepcionalmente, a citação poderá ser realizada em pessoa diversa da do réu, como por exemplo: os incapazes serão citados na pessoa de seus representantes; a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios na pessoa de seus procuradores; o Município na pessoa do prefeito ou então na pessoa do procurador; a massa falida na pessoa do administrador judicial; a herança jacente ou vacante na pessoa do curador; o espólio na pessoa do inventariante; as pessoas jurídicas nas pessoas indicadas nos estatutos, ou, se não forem indicados, na pessoa de seus diretores; o condomínio na pessoa do síndico; as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração dos bens; a pessoa jurídica estrangeira, por seu gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal instalada no Brasil.
 
            Importante destacar que o advogado apenas poderá receber citação em nome de seu cliente se tiver poderes expressos e específicos para tanto.
 
            E ainda em relação ao destinatário da citação, mister destacar que a jurisprudência e a doutrina acolhem como válida a citação da pessoa jurídica quando esta é feita na pessoa que se apresenta como representante legal da empresa e recebe a citação sem ressalva quanto à inexistência de poderes de representação em juízo. Tal situação recebe o nome de teoria da aparência, que pode ser ilustrada pela decisão contida no informativo nº 0499 do STJ:
 
CITAÇÃO. TEORIA DA APARÊNCIA. A pessoajurídica - ente evidentemente abstrato - faz-se representar por pessoas físicas que compõem seus quadros dirigentes. Se a própria diretora geral, mesmo não sendo a pessoa indicada pelo estatuto para falar judicialmente em nome da associação, recebe a citação e, na ocasião, não levanta nenhum óbice ao oficial de justiça, há de se considerar válido o ato de chamamento, sob pena de, consagrando exacerbado formalismo, erigir inaceitável entrave ao andamento do processo. Precedente citado: AgRg nos EREsp 205.275-PR, DJ 28/10/2002. EREsp 864.947-SC, Rel. Min. Ministra Laurita Vaz, julgados em 6/6/2012. Disponível em https://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/ . Acesso em 13/01/2016, às 15hs09min.
 
            A citação válida gera os seguintes efeitos:
torna o juízo prevento;
induz litispendência;
faz litigiosa a coisa; e
ainda que ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor;  interrompe a prescrição, retroagindo à data da propositura da ação.
 
            O ato citatório será realizado onde quer que o réu se encontre. O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo se não for conhecida a sua residência ou se nela não for localizado.
 
            Como todos os demais atos processuais, a citação também deverá ser realizada nos dias úteis, das 6 às 20 horas, salvo se autorizado, pelo magistrado, nos termos do artigo 172, § 2º do CPC/73, hipótese em que o ato processual poderá ser efetuado em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido pelo Diploma Processual de 1973.
 
            Entretanto, nos moldes do artigo 217 do CPC/73, a citação não será realizada, salvo para evitar o perecimento do direito: a quem estiver assistindo ato de culto religioso;   ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas; e aos doentes, enquanto grave o seu estado de saúde.
 
            Merece destaque a hipótese peculiar da citação de réu que é demente ou que esteja impossibilitado de recebê-la. Nesse caso o oficial de justiça certificará minuciosamente a ocorrência e o juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em 5 (cinco) dias. Se reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, restrito àquela causa, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. Daí então a citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.
 
            A citação pode ser feita pelo correio, por oficial de justiça, por edital, ou por meio eletrônico.
 
            A regra é que a citação seja feita pelo correio, exceto:
nas ações de estado;
quando for ré pessoa incapaz ou pessoa de direito público;
nos processos de execução;
quando o réu residir em local não atendido pela entrega de correspondência, ou ainda
quando o autor a requerer de outra forma.
 
            O procedimento da citação pelo correio consistirá basicamente na remessa ao réu de cópias da petição inicial e do despacho do juiz, expressamente consignada em seu inteiro teor a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte do CPC/73, comunicando, ainda, o prazo para a resposta e o juízo e cartório, com o respectivo endereço. A carta será registrada para entrega ao réu, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo.
 
            Nesse sentido a Súmula 429 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) indica que “A citação postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento.”.
 
            Sendo o réu pessoa jurídica será válida a citação com a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração, conforme está disciplinado no Código de Processo Civil/73 
Art. 223. [...]
Parágrafo único. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração.
 
            A citação também poderá ser realizada por oficial de justiça.
 
            Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé, certificando se o citando recebeu ou recusou a contrafé, e obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.
 
            O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir deverá obrigatoriamente conter:
os nomes das partes, com os respectivos domicílios ou residências;
a finalidade da citação, com as especificações constantes da petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte,  do CPC/73 se a demanda versar sobre direitos disponíveis;
a eventual cominação;
o dia, hora e lugar do comparecimento;
a cópia do despacho; 
o prazo para defesa;
a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do magistrado.
 
            Contudo se o oficial de justiça por 3 (três) vezes houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar e suspeitar de ocultação poderá ser realizada a citação por hora certa.
 
            O procedimento da citação por hora certa consistirá na intimação de qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia seguinte, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar. No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência. Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação. Certificada a ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, declarando-lhe o nome. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, dando-lhe de tudo ciência.
 
            A citação também poderá ser realizada por edital, quando:
for desconhecido ou incerto o réu;
for ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar; ou
nos casos expressos em lei como por exemplo na ação de usucapião.
 
            Convém destacar que se considera inacessível, para fins de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória. No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
 
            São requisitos da citação por edital:
a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às ao fato de o réu ser incerto, ignorado, ou estar em local inacessível;
a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;
a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão oficial e pelo menos duas vezes em jornal local, onde houver;
a indicação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, correndo da data da primeira publicação; e
a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte do CPC/73, se o litígio tratar de direitos disponíveis.
 
            A parte que requerer, dolosamente, a citação por edital, incorrerá em multa em valor equivalente a 5 (cinco) vezes o valor do salário mínimo vigente na sede do juízo, que será revertida em benefício do citando.
 
            Necessário o destaque ao teor da Súmula 282 do STJ: “Cabe a citação por edital em ação monitória.”
 
            Importante lembrar que o réu que for citado por edital ou por hora certa (modalidades de citação ficta) terá direito a nomeação de curador especial em caso de revelia.
 
            Por sua vez a citação por meios eletrônicos foi incluída no Código de Processo Civil/73 pela Lei nº 11.419/06 que dispõe sobre a informatização do processo judicial. Importante destacar que tal lei passou a indicar que o referido ato processual deverá ser feito por meio eletrônico exceto quando, por motivo técnico,se tornar inviável.
 
Novo Código de Processo Civil
 
            Em razão da publicação da Lei nº 13.105/15 (novo Código de Processo Civil), se faz prudente alguns destaques a respeito do instituto da citação na novel legislação.
 
            A nova definição trazida pelo legislador no “Art. 238.  Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.” do CPC/15 supriu a falta de técnica processual existente na definição anterior. Os doutrinadores indicam que o atual conceito se tornou mais técnico. O conceito trazido pelo artigo 213 do CPC/73 foi elaborado com base no processo de conhecimento, sem o cuidado de que a citação também se aplicaria ao processo de execução, em que o executado é citado para cumprir com a obrigação e não para se defender.  Ainda em relação à nova conceituação elogia-se a indicação de que a citação ocorre para que alguém passe a integrar a relação processual. Integrar a relação processual tem ligação com o princípio constitucional do contraditório, pois será com tal ato processual que será dada a possibilidade de reação ao réu, executado ou a eventual interessado.
 
            Ainda, o réu deixou de ser o único destinatário da citação, podendo também ser citado para integrar a relação processual eventual interessado.
 
            A citação continua indispensável para a validade do processo, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. Prudente também o destaque em relação à ação de usucapião em que é dispensada a citação dos confinantes quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio.
 
            O ato citatório permanece sendo um ato pessoal, ressalvadas as hipóteses da citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e as suas respectivas autarquias e fundações de direito público que serão realizadas perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
 
            Visando possibilitar a citação por meio eletrônico, se tornou obrigatório que a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, às entidades da administração indireta, as empresas públicas e privadas, com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, mantenham cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações.
 
            Nas ações de execução passou a ser possível a citação pelo correio.
 
            O CPC/15 também criou a possibilidade de citação pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório.
 
            Também será reputada válida a entrega de mandado para o funcionário responsável pelo recebimento da correspondência quando se tratar de pessoa jurídica, ou nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso.
 
            Em relação à citação por hora certa, os requisitos permanecem os mesmos, exceto em relação ao número de diligências, pois agora basta que o oficial de justiça diligencie por 2 (duas) vezes.           
 
Intimações
 
            A doutrina, (Marques 2003), define a intimação como “o ato pelo qual se comunica a alguém, para sua ciência, de algum ato praticado ou que se deva praticar.”.
 
            O artigo 234 do CPC/73 por sua vez define a intimação como “[...] o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.”.
 
            São destinatários das intimações: as partes, os advogados, o Ministério Público, e os auxiliares da justiça.
 
            As intimações efetuam-se de ofício e servem para impulsionar o andamento do processo.
 
            A intimação quando endereçada a parte será realizada na pessoa de seu advogado, pois o advogado tem poderes para praticar os atos processuais, exceto, por exemplo, a intimação para prestar depoimento pessoal, que então deverá ser pessoal. É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, suficientes para sua identificação.
 
            As intimações podem ser feitas por carta com aviso de recebimento, pelo oficial do cartório, ou Diário Oficial eletrônico.
 
            O procedimento da intimação por oficial de justiça e por carta com aviso de recebimento, segue tudo aquilo que é disposto pela lei processual para a citação.
 
            Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço informado pelas partes na inicial, contestação ou nos embargos, cumprindo à elas atualizar o respectivo endereço sempre que houver modificação.
 
            A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
 
            A contagem do prazo, de acordo com o artigo 245 do CPC/73, será efetuada da seguinte maneira:
quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de recebimento;
quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do mandado cumprido;
quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido;
quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da data de sua juntada aos autos devidamente cumprida;
quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz;
da audiência quando nesta for publicada a decisão ou a sentença; e
a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.
 
            Muito embora não tenha força vinculante é importante lembrar o conteúdo do Enunciado 13 do Fórum Nacional de Juizados Especiais (FONAJE), a respeito do início da contagem dos prazos nos procedimentos que tramitam perante os Juizados Especiais, a saber:
ENUNCIADO 13 – Os prazos processuais nos Juizados Especiais Cíveis, contam-se da data da intimação ou ciência do ato respectivo, e não da juntada do comprovante da intimação, observando-se as regras de contagem do CPC ou do Código Civil, conforme o caso (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ES).
 
            Em se tratando de intimação pelo Diário Oficial Eletrônico a contagem do prazo será feita da seguinte forma: Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico. Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação, nos termos da Lei nº 11.419/06.
 
Novo Código de Processo Civil
 
            O novo Código de Processo Civil trouxe algumas alterações em relação às intimações.
 
            Convém ressaltar a inserção no texto legal possibilitando ao advogado da parte promover a intimação do advogado da outra pelo correio, nos termos do artigo 269 e respectivos §§, a saber:
Art. 269.  Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.
§ 1º É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento.
§ 2º O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da decisão ou da sentença.
 
            Ainda merece destaque a possibilidade de que as intimações por meio eletrônico possam ser feitas em nome da sociedade de advogados, nos termos do artigo 272, § 1º:
Art. 272.  Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1º Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
 
            Também merece destaque a inclusão no texto legal da possibilidade de realização das intimações por hora certa e por edital, o que na prática já era aceito pelos Tribunais. Aliás, nesse sentido é que foi decidido pelo STJ e divulgado no Informativo nº 0179, a saber:
INTIMAÇÃOPESSOAL. PRAÇA. AUSÊNCIA EVENTUAL. A eventual ausência do devedor por motivo de viagem, como no caso, não é suficiente para dispensar-se sua intimação pessoal da realização da praça. Caso suspeite-se de intuito protelatório, a intimação poderá ser realizada com hora certa. Precedente citado: REsp 37.958-SP, DJ 4/10/1993. REsp 470.226-GO, Rel. Min. Castro Filho, julgado em 7/8/2003. Disponível em https://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/?acao=pesquisar&livre=intimação+e+hora+e+certa&b=INFJ&thesaurus=JURIDICO Acesso em 13/01/2016, às 15hs06min
 
            Com relação ao início da contagem do prazo para resposta merece destaque a mudança trazida pelo artigo 335 do novo CPC.
 
Cartas (precatória, rogatória e de ordem)
 
            Os atos processuais são cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta, conforme hajam de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca.
 
            Expedir-se-á carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela emanar; carta rogatória, quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira; e carta precatória nos demais casos.
 
            As cartas devem conter obrigatoriamente:
a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado;
a menção do ato processual, que lhe constitui o objeto; e
o encerramento com a assinatura do juiz.
 
            Opcionalmente, dependendo do ato a ser cumprido, as cartas poderão ser instruídas com quaisquer outras peças, tais como: mapas, desenhos ou gráficos, sempre que estes documentos devam ser examinados, na diligência, pelas partes, peritos ou testemunhas. E ainda, quando o objeto da carta for a realização de exame pericial sobre documento, este será remetido em original, ficando nos autos reprodução fotográfica.
 
            Em todas as cartas a autoridade judiciária fixará o prazo dentro do qual deverão ser cumpridas, levando em consideração à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.
 
            As cartas têm caráter itinerante, tanto que poderão ser apresentadas a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.
 
            Havendo urgência, transmitir-se-ão a carta de ordem e a carta precatória por telegrama, radiograma ou telefone.
 
            A autoridade judiciária poderá recusar, motivadamente, o cumprimento da carta se:
não estiver revestida dos requisitos legais;
carecer de competência em razão da matéria ou da hierarquia; e/ou
tiver dúvida acerca de sua autenticidade.
 
            Devidamente cumprida a carta, ela será devolvida ao juízo de origem, no prazo de 10 (dez) dias, independentemente de traslado.
 
            Merece destaque a alteração ocorrida em razão da Emenda Constitucional nº 45, que alterou o texto do artigo 105, I, i da Constituição Federal, atribuindo ao Superior Tribunal de Justiça a concessão de exequatur às cartas rogatórias, sem contudo alterar o a redação do artigo 211 do CPC/73.
 
            Em razão da Lei nº 11.419/06 a carta de ordem, a carta precatória ou a carta rogatória podem ser expedidas por meio eletrônico, situação em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica.
 
Novo Código de Processo Civil
 
            A seguir serão feitos alguns destaques em relação no novo Código de Processo Civil.
 
            O novel Código de Processo Civil criou mais uma modalidade de carta, a carta arbitral, nos termos do inciso IV do artigo 237:
Art. 237.  Será expedida carta:
[...]
IV - arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória.
 
            Dessa forma deverão ser expedidas cartas arbitrais ao Poder Judiciário, sempre que surgir a necessidade de se praticar determinado ato pelo juízo arbitral fora dos limites territoriais de sua atuação, ou então quando for necessária a efetivação de tutela provisória.
 
            Também merece destaque que o novo CPC autorizou expressamente a prática dos atos processuais por meio de videoconferência ou por intermédio de qualquer outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real. Assim passa a ser desnecessária a expedição de carta para colher depoimento pessoal da parte e ouvir testemunha em localidade diversa daquela por onde tramita o feito.
 
            Eis o teor do § 3º do artigo 236 do CPC/15:
Art. 236.  Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.
[...]
§ 3º Admite-se a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.
 
            Importante também destacar que merece atenção a alteração trazida pelo novo CPC, com relação ao início do prazo para apresentação de defesa. Tal mudança está inserida no artigo 335 do novo CPC:
Art. 335.  O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§ 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
 
            Para facilitar os estudos segue tabela comparando alguns artigos do CPC/73 com os artigos do CPC/15 tratados neste módulo:
 
	CPC 1973
	CPC 2015
	Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.
	Art. 238.  Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.
	Art. 214. Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu.
 § 1º O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação.
 § 2º Comparecendo o réu apenas para argüir a nulidade e sendo esta decretada, considerar-se-á feita a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão. 
	Art. 239.  Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
§ 1o O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.
§ 2o Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de:
I – conhecimento, o réu será considerado revel;
II – execução, o feito terá seguimento.
	Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado.
§ 1o Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou na localidade, onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação, será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.
	Art. 242.  A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.
§ 1o Na ausênciado citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo.
§ 3o A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
	Art. 216  A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu.
Parágrafo único. O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo se não for conhecida a sua residência ou nela não for encontrado.
 
	Art. 243.  A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado.
Parágrafo único.  O militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for encontrado.
	Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I – a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;
II – ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; 
III – aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias de bodas; 
 IV – aos doentes, enquanto grave o seu estado.
	Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I – de quem estiver participando de ato de culto religioso;
II – de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
III – de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
IV – de doente, enquanto grave o seu estado.
	Art. 218. Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê-la.
§ 1o O oficial de justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência. O juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em 5 (cinco) dias.
§ 2o Reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. A nomeação é restrita à causa.
§ 3o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.
	Art. 245.  Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la.
§ 1o O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocorrência.
§ 2o Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3o Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2o se pessoa da família apresentar declaração do médico do citando que ateste a incapacidade deste.
§ 4o Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à causa.
§ 5o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando.
	Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
§ 1o A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.
§ 2o   Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subsequentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
§ 3o   Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias.
§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição.
§ 5º O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.
§ 6o Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão comunicará ao réu o resultado do julgamento.
Art. 220. O disposto no artigo anterior aplica-se a todos os prazos extintivos previstos na lei.
	Art. 240.  A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
§ 1o A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
§ 2o Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto no § 1o.
§ 3o A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
§ 4o O efeito retroativo a que se refere o § 1o aplica-se à decadência e aos demais prazos extintivos previstos em lei.
 
	Art. 221. A citação far-se-á:
I – pelo correio;
II – por oficial de justiça;
III – por edital.
IV – por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria.
	Art. 246.  A citação será feita:
I – pelo correio;
II – por oficial de justiça;
III – pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;
IV – por edital;
V – por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
§ 1o Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
§ 2o O disposto no § 1o aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da administração indireta.
§ 3o Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.
	Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:
a) nas ações de estado;
b) quando for ré pessoa incapaz;
c) quando for ré pessoa de direito público;
d) nos processos de execução;
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
f) quando o autor a requerer de outra forma.
 
	Art. 247.  A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:
I – nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3o;
II – quando o citando for incapaz;
III – quando o citando for pessoa de direito público;
IV – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
V – quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
	Art. 223. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou chefe da secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz, expressamente consignada em seu inteiro teor a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, comunicando, ainda, o prazo para a resposta e o juízo e cartório, com o respectivo endereço.
Parágrafo único. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração.
	Art. 248.  Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório.
§ 1o A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo.
§ 2o Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou deadministração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências.
§ 3o Da carta de citação no processo de conhecimento constarão os requisitos do art. 250.
§ 4o Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.
	Art. 224. Far-se-á a citação por meio de oficial de justiça nos casos ressalvados no art. 222, ou quando frustrada a citação pelo correio.
	Art. 249.  A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses previstas neste Código ou em lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.
	Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter.
I – os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências;
II – o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis;
III – a cominação, se houver;
IV – o dia, hora e lugar do comparecimento;
V – a cópia do despacho;
VI – o prazo para defesa;
VII – a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz.
Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado.
	Art. 250.  O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá:
I – os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou residências;
II – a finalidade da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a menção do prazo para contestar, sob pena de revelia, ou para embargar a execução;
III – a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se houver;
IV – se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado de advogado ou de defensor público, à audiência de conciliação ou de mediação, com a menção do dia, da hora e do lugar do comparecimento;
V – a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir tutela provisória;
VI – a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração de que o subscreve por ordem do juiz.
	Art. 226. Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo:
I – lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II – portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III – obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.
	Art. 251.  Incumbe ao oficial de justiça procurar o citando e, onde o encontrar, citá-lo:
I – lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II – portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III – obtendo a nota de ciente ou certificando que o citando não a apôs no mandado.
	Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
	Art. 252.  Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Parágrafo único.  Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência.
	Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência.
§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca.
§ 2o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
	Art. 253.  No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência.
§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias.
§ 2o A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado.
§ 3o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
§ 4o O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que será nomeado curador especial se houver revelia.
	Art. 229. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo ciência.
	Art. 254.  Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
	Art. 230. Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer delas.
	Art. 255.  Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos.
	Art. 231. Far-se-á a citação por edital:
I – quando desconhecido ou incerto o réu;
II – quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;
III – nos casos expressos em lei.
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
	Art. 256.  A citação por edital será feita:
I – quando desconhecido ou incerto o citando;
II – quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;
III – nos casos expressos em lei.
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
§ 3o O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos.
	Art. 232. São requisitos da citação por edital:
I – a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas nos ns. I e II do artigo antecedente;
II – a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;
III – a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão oficial e pelo menos duas vezes em jornal local, onde houver;
IV – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, correndo da data da primeira publicação;
V – a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígioversar sobre direitos disponíveis.
§ 1o Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do anúncio, de que trata o no II deste artigo.
§ 2o A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a parte for beneficiária da Assistência Judiciária.
	Art. 257.  São requisitos da citação por edital:
I – a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circunstâncias autorizadoras;
II – a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos autos;
III – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira;
IV – a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia.
Parágrafo único.  O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja feita também em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculiaridades da comarca, da seção ou da subseção judiciárias.
	Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231, I e II, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo.
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.
	Art. 258.  A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário-mínimo.
Parágrafo único.  A multa reverterá em benefício do citando.
	 
	Art. 241.  Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do julgamento.
Art. 259.  Serão publicados editais: 
I – na ação de usucapião de imóvel;
II – na ação de recuperação ou substituição de título ao portador;
III – em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, a provocação, para participação no processo, de interessados incertos ou desconhecidos.
 
INTIMAÇÃO
 
	CPC/73
	CPC/15
	Art. 234. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
	Art. 269.  Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.
§ 1o É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento.
§ 2o O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da decisão ou da sentença.
§ 3o A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
	Art. 235. As intimações efetuam-se de ofício, em processos pendentes, salvo disposição em contrário.
	Art. 271.  O juiz determinará de ofício as intimações em processos pendentes, salvo disposição em contrário.
	Art. 236. No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1o É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, suficientes para sua identificação.
§ 2o A intimação do Ministério Público, em qualquer caso será feita pessoalmente.
	Art. 272.  Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1o Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2o Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados.
§ 3o A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas.
§ 4o A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao nome completo e ser a mesma que constar da procuração ou que estiver registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 5o Constando dos autos pedido expresso para que as comunicações dos atos processuais sejam feitas em nome dos advogados indicados, o seu desatendimento implicará nulidade.
§ 6o A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo advogado, por pessoa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de advogados, pela Advocacia Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público implicará intimação de qualquer decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de publicação.
§ 7o O advogado e a sociedade de advogados deverão requerer o respectivo credenciamento para a retirada de autos por preposto.
§ 8o A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo preliminar do próprio ato que lhe caiba praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício for reconhecido.
§ 9o Não sendo possível a prática imediata do ato diante da necessidade de acesso prévio aos autos, a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da intimação, caso em que o prazo será contado da intimação da decisão que a reconheça.
	Art. 237. Nas demais comarcas aplicar-se-á o disposto no artigo antecedente, se houver órgão de publicação dos atos oficiais; não o havendo, competirá ao escrivão intimar, de todos os atos do processo, os advogados das partes:
I - pessoalmente, tendo domicílio na sede do juízo;
II - por carta registrada, com aviso de recebimento quando domiciliado fora do juízo.
Parágrafo único.  As intimações podem ser feitas de forma eletrônica, conforme regulado em lei própria.
	Art. 270.  As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei.
Parágrafo único.  Aplica-se ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Advocacia Pública o disposto no § 1o do art. 246.
Art. 273.  Se inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na localidade publicação em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secretaria intimar de todos os atos do processo os advogados das partes:
I - pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo;
II - por carta registrada, com aviso de recebimento, quando forem domiciliados fora do juízo.
	Art. 238. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais e aos advogados pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.
Parágrafo único.  Presumem-se válidas as comunicações e intimações dirigidas ao endereço residencial ou profissional declinado na inicial, contestação ou embargos, cumprindo às partes atualizar o respectivo endereço sempre que houver modificação temporária ou definitiva.
	Art. 274.  Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos do processo pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.
Parágrafo único.  Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço.
	Art. 239. Far-se-á a intimação por meio de oficial de justiça quando frustrada a realização pelo correio.
Parágrafo único. A certidão de intimação deve conter:
I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando possível, o número de sua carteira de identidade e o órgão que a expediu;
II - a declaração de entrega da contrafé;
III - a nota de ciente ou certidão de que o interessado não a apôs no mandado.
	Art. 275.  A intimação será feita por oficial de justiça quando frustradaa realização por meio eletrônico ou pelo correio.
§ 1o  A certidão de intimação deve conter:
I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando possível, o número de seu documento de identidade e o órgão que o expediu;
II - a declaração de entrega da contrafé;
III - a nota de ciente ou a certidão de que o interessado não a apôs no mandado.
§ 2o Caso necessário, a intimação poderá ser efetuada com hora certa ou por edital.
	Art. 240. Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o Ministério Público contar-se-ão da intimação.
Parágrafo único. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense.
	Art. 230.  O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Ministério Público será contado da citação, da intimação ou da notificação.
	Art. 241. Começa a correr o prazo:
I - quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de recebimento;
II - quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do mandado cumprido;
III - quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido;
IV - quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da data de sua juntada aos autos devidamente cumprida;
V - quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz.
Art. 242. O prazo para a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.
§ 1o Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença.
§ 2o Havendo antecipação da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, mandará intimar pessoalmente os advogados para ciência da nova designação.
 
	Art. 231.  Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
§ 1o Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput.
§ 2o Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.
§ 3o Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação.
§ 4o Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa.
	Art. 242. O prazo para a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.
§ 1o Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença.
§ 2o Havendo antecipação da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, mandará intimar pessoalmente os advogados para ciência da nova designação .
	Art. 1.003.  O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
§ 1o Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for proferida a decisão.
§ 2o Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação.
§ 3o No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial.
§ 4o Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data de interposição a data de postagem.
§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
§ 6o O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.
 
CARTAS
 
	CPC/73
	CPC/15
	Art. 202. São requisitos essenciais da carta de ordem, da carta precatória e da carta rogatória:
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado;
III - a menção do ato processual, que lhe constitui o objeto;
IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
§ 1º O juiz mandará trasladar, na carta, quaisquer outras peças, bem como instruí-la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que estes documentos devam ser examinados, na diligência, pelas partes, peritos ou testemunhas.
§ 2º Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remetido em original, ficando nos autos reprodução fotográfica.
§ 3º  A carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória pode ser expedida por meio eletrônico, situação em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei.
	Art. 260.  São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória:
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado;
III - a menção do ato processual que lhe constitui o objeto;
IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
§ 1o O juiz mandará trasladar para a carta quaisquer outras peças, bem como instruí-la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que esses documentos devam ser examinados, na diligência, pelas partes, pelos peritos ou pelas testemunhas.
§ 2o Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remetido em original, ficando nos autos reprodução fotográfica.
§ 3o A carta arbitral atenderá, no que couber, aos requisitos a que se refere o caput e será instruída com a convenção de arbitragem e com as provas da nomeação do árbitro e de sua aceitação da função.
	Art. 203. Em todas as cartas declarará o juiz o prazo dentro do qual deverão ser cumpridas, atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.
	Art. 261.  Em todas as cartas o juiz fixará o prazo para cumprimento, atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.
§ 1o As partes deverão ser intimadas pelo juiz do ato de expedição da carta.
§ 2o Expedida a carta, as partes acompanharão o cumprimento da diligência perante o juízo destinatário, ao qual compete a prática dos atos de comunicação.
§ 3o A parte a quem interessar o cumprimento da diligência cooperará para que o prazo a que se refere o caput seja cumprido.
	Art. 204. A carta tem caráter itinerante; antes ou depois de lhe ser ordenado o cumprimento, poderá ser apresentada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.
	Art. 262.  A carta tem caráter itinerante, podendo, antes ou depois de lhe ser ordenado o cumprimento, ser encaminhada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.
Parágrafo único.  O encaminhamento da cartaa outro juízo será imediatamente comunicado ao órgão expedidor, que intimará as partes.
	Art. 205. Havendo urgência, transmitir-se-ão a carta de ordem e a carta precatória por telegrama, radiograma ou telefone.
	Art. 263.  As cartas deverão, preferencialmente, ser expedidas por meio eletrônico, caso em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei.
	Art. 206. A carta de ordem e a carta precatória, por telegrama ou radiograma, conterão, em resumo substancial, os requisitos     mencionados no art. 202, bem como a declaração, pela agência expedidora, de estar reconhecida a assinatura do juiz.
	Art. 264.  A carta de ordem e a carta precatória por meio eletrônico, por telefone ou por telegrama conterão, em resumo substancial, os requisitos mencionados no art. 250, especialmente no que se refere à aferição da autenticidade.
	Art. 207. O secretário do tribunal ou o escrivão do juízo deprecante transmitirá, por telefone, a carta de ordem, ou a carta precatória ao juízo, em que houver de cumprir-se o ato, por intermédio do escrivão do primeiro ofício da primeira vara, se houver na comarca mais de um ofício ou de uma vara, observando, quanto aos requisitos, o disposto no artigo antecedente.
§ 1º O escrivão, no mesmo dia ou no dia útil imediato, telefonará ao secretário do tribunal ou ao escrivão do juízo deprecante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando-lhe que lha confirme.
§ 2º Sendo confirmada, o escrivão submeterá a carta a despacho.
	Art. 265.  O secretário do tribunal, o escrivão ou o chefe de secretaria do juízo deprecante transmitirá, por telefone, a carta de ordem ou a carta precatória ao juízo em que houver de se cumprir o ato, por intermédio do escrivão do primeiro ofício da primeira vara, se houver na comarca mais de um ofício ou de uma vara, observando-se, quanto aos requisitos, o disposto no art. 264.
§ 1o O escrivão ou o chefe de secretaria, no mesmo dia ou no dia útil imediato, telefonará ou enviará mensagem eletrônica ao secretário do tribunal, ao escrivão ou ao chefe de secretaria do juízo deprecante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando-lhe que os confirme.
§ 2o Sendo confirmada, o escrivão ou o chefe de secretaria submeterá a carta a despacho.
	Art. 208. Executar-se-ão, de ofício, os atos requisitados por telegrama, radiograma ou telefone. A parte depositará, contudo, na secretaria do tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a importância correspondente às despesas que serão feitas no juízo em     que houver de praticar-se o ato.
	Art. 266.  Serão praticados de ofício os atos requisitados por meio eletrônico e de telegrama, devendo a parte depositar, contudo, na secretaria do tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a importância correspondente às despesas que serão feitas no juízo em que houver de praticar-se o ato.
	Art. 209. O juiz recusará cumprimento à carta precatória, devolvendo-a com despacho motivado:
I - quando não estiver revestida dos requisitos legais;
II - quando carecer de competência em razão da matéria ou da hierarquia;
III - quando tiver dúvida acerca de sua autenticidade.
	Art. 267.  O juiz recusará cumprimento a carta precatória ou arbitral, devolvendo-a com decisão motivada quando:
I - a carta não estiver revestida dos requisitos legais;
II - faltar ao juiz competência em razão da matéria ou da hierarquia;
III - o juiz tiver dúvida acerca de sua autenticidade.
Parágrafo único.  No caso de incompetência em razão da matéria ou da hierarquia, o juiz deprecado, conforme o ato a ser praticado, poderá remeter a carta ao juiz ou ao tribunal competente.
	Art. 210. A carta rogatória obedecerá, quanto à sua admissibilidade e modo de seu cumprimento, ao disposto na convenção internacional; à falta desta, será remetida à autoridade judiciária estrangeira, por via diplomática, depois de traduzida para a língua do país em que há de praticar-se o ato.
	 
	Art. 211. A concessão de exeqüibilidade às cartas rogatórias das justiças estrangeiras obedecerá ao disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
	 
	Art. 212. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem, no prazo de 10 (dez) dias, independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.
	Art. 268. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem no prazo de 10 (dez) dias, independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.
 
MÓDULO II – VÍCIOS DOS ATOS PROCESSUAIS. CONCEITO. ESPÉCIES. SISTEMA DE NULIDADES NO DIREITO PROCESSUAL CIVIL.
 
Vícios dos atos processuais
 
            O CPC/73 elegeu a liberdade de formas como regra para disciplinar o ato processual.
 
Eis o disposto no artigo 154 do estatuto supracitado:
Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
 
Contudo, a lei pode determinar a observância de determinada forma. Como exemplo pode ser citado o “Art. 247. As citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem observância das prescrições legais.” do CPC de 1973.
 
            Assim, se a lei prescrever determinada ela deve ser observada sob pena de ser reputado viciado o ato processual que desprezar a imposição legal.
 
Conceito
 
            Os atos processuais são condutas humanas praticadas no processo.
 
            Para que sejam reputados válidos, os atos processuais devem obedecer a certos requisitos.
 
            É regra que os atos processuais tenham forma livre, sendo exceção algumas imposições legais.
 
            Quanto ao modo de serem praticados, eles devem ser públicos, excetuadas as hipóteses de segredo de justiça, e redigidos no vernáculo com tinta escura.
 
            Os atos processuais, costumeiramente, devem ser praticados nos Fóruns.
 
            Por fim os atos processuais devem ser realizados na ocasião e nos prazos apropriados.
 
            Desrespeitadas as exigências, será necessário verificar se o ato processual estava apto para alcançar a finalidade para que ele foi realizado, sob pena de ser reputado viciado.
 
            Assim, temos duas categorias de atos processuais:
 
Ato válido – é aquele que harmoniza com a lei e está apto para produzir os efeitos desejados pelo agente; e
Ato inválido ou viciado – aquele que está em confronto com a lei, portanto inapto para produzir os efeitos jurídicos desejados.
 
Espécies
 
            No sistema processual brasileiro os vícios podem ser agrupados em 3 (três) categorias: os atos inexistentes, as meras irregularidades e as nulidades que se subdividem em nulidades relativas e absolutas.
 
            Os atos inexistentes, categoria controvertida entre os doutrinadores, decorrem da inexistência jurídica do mesmo e não fática. A inexistência do ato processual pode ser sanada no curso do processo, entretanto se o feito já estiver extinto qualquer interessado poderá buscar a declaração por meio de ação declaratória (querela nullitatis insanabilis). Alguns exemplos clássicos que retratam a inexistência do ato processual são: o desenvolvimento e encerramento de um processo sem que haja a citação do réu; uma sentença proferida por quem não é juiz; os atos praticados por advogado sem mandato e que não forem ratificados nos termos do parágrafo único do artigo 37 do Código de Processo Civil/73 (CPC/73).
 
            As meras irregularidades são aquelas que desobedecem a uma formalidade irrelevante para a validade do ato. Facilmente percebida tal categoria de vício no artigo 244 do CPC de 1973:
“Artigo 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.”
 
            Nessa trilha decidiu o Superior Tribunal de Justiça (STJ) conforme divulgado no Informativo 0526:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ANÁLISE DOS EFEITOS DE IRREGULARIDADE PROCESSUAL À LUZ DO PRINCÍPIO DO MÁXIMO APROVEITAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS. O fato de umrecurso ter sido submetido a julgamento sem anterior inclusão em pauta não implica, por si só, qualquer nulidade quando, para aquele recurso, inexistir norma que possibilite a realização de sustentação oral. Isso porque, apesar da ocorrência de irregularidade processual (inobservância do art. 552 do CPC), deve ser considerada a regra segundo a qual o ato não se repetirá, nem se lhe suprirá a falta, quando não prejudicar a parte (art. 249, § 1º, do CPC), em consonância com o princípio do máximo aproveitamento dos atos processuais. REsp 1.183.774-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/6/2013. Disponível emhttps://ww2.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/?acao=pesquisar&livre=ato+e+processual+e+irregularidade&b=INFJ&thesaurus=JURIDICO Acesso em 14/01/2015, às 10hs59min
 
            A outra categoria de vício é a das nulidades. Nulidade foi definida como sendo “[...] uma sanção que incide sobre a declaração de vontade contrária a algum preceito do direito positivo.” (Theodoro Junior, 2008)  
 
             A lei não enumera especificamente quais são as nulidades, mas indica que serão nulos os atos praticados em desrespeito a determinação legal, como por exemplo, o disposto pelo CPC/73 no artigo 246
Art. 246. É nulo o processo, quando o Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.
Parágrafo único. Se o processo tiver corrido, sem conhecimento do Ministério Público, o juiz o anulará a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado.
 
            As nulidades se dividem em absolutas e em relativas.
 
            Para diferenciar uma da outra basta identificar se a forma foi prevista em norma cogente em favor do interesse público ou se foi ajustada por norma não cogente em favor do interesse das partes. Se a violação foi de forma foi estatuída em norma cogente em favor do interesse público será hipótese de nulidade absoluta, enquanto que se a inobservância for de norma não cogente em benefício das partes teremos uma nulidade relativa.
 
            A doutrina (Theodoro Júnior, 2008) faz a seguinte distinção
[...] Quando a ilegalidade atinge a tutela de interesses de ordem pública, ocorre a nulidade (ou nulidade absoluta), que ao juiz cumpre decretar de ofício, quando conhecer do ato processual viciado (não depende, pois, de requerimento da parte prejudicada; o prejuízo é suportado diretamente pela jurisdição).
            Sempre, porém, que a ilegalidade tiver repercussão sobre interesse apenas privado da parte (que, por isso, tem disponibilidade do direito tutelado pela norma ofendida), o que ocorre é a anulabilidade (ounulidade relativa). Pela menor repercussão social do vício, a lei reserva para o titular da faculdade prejudicada o juízo de conveniência sobre anular ou manter o ato defeituoso. Não cabe ao juiz, por sua própria iniciativa, decretar a invalidação de ato apenas anulável. Sem o requerimento da parte interessada, o ato se convalida (é como se não portasse o defeito que nele se instalou).
 
            Além da lição supracitada importante ainda lembrar que os atos processuais viciados com nulidade absoluta apresentam vício insanável, que compromete a execução da função jurisdicional. Os atos absolutamente nulos não produzem eficácia no mundo jurídico, apenas produzem aparência exterior até que o juiz declare a nulidade. Com exemplo pode ser citado o “Art. 247.  As citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem observância das prescrições legais.” do CPC/73.
 
            Por sua vez os atos processuais maculados por nulidade relativa apresentam defeitos que podem retirar a sua eficácia jurídica. Produzem efeitos até que seja arguido pelo interessado. Embora viciado, é capaz de produzir efeitos, se a parte prejudicada não requerer sua invalidação, portanto são passíveis de convalidação e dependem de requerimento da parte prejudicada. Exemplificativamente pode ser mencionado o “Art. 114. Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do parágrafo único do art. 112 desta Lei ou o réu não opuser exceção declinatória nos casos e prazos legais.” do Diploma Processual de 73.
 
Sistema de nulidades no direito processual civil
 
            Na história do Direito os doutrinadores identificaram vários sistemas que tratavam das nulidades.
 
            Eis apenas alguns deles:
 
Sistema do absolutismo da lei – Teve origem no sistema do antigo direito francês, em que qualquer violação à forma prescrita, por menor que fosse, anularia o ato. Tal sistema pecava pelo excesso de rigor;
Sistema da equidade – Em tal sistema cabia ao juiz decidir quando a não observância da forma, estabelecida em lei, geraria nulidade. Diametralmente oposto ao sistema do absolutismo da lei o sistema da equidade trazia insegurança em razão da  ausência de uniformidade em sua aplicação, e em razão da concentração excessiva de poder nas mãos do juiz;
Sistema de Bentham – O jurista inglês Bentham pregava que deveria haver a decretação de nulidade apenas quando houvesse má-fé. Tal sistema tinha como pilar a presunção de má-fé quando da violação da forma. Tal sistema invertia o princípio da boa-fé preconizado em nosso ordenamento jurídico, e poderia trazer procrastinação do procedimento em razão dos inúmeros incidentes que poderiam surgir;
Sistema do ato processual como meio – considerando que o processo não é um fim em si mesmo, mas sim um instrumento para a composição da lide, não haverá vício no ato processual caso ele tenha alcançado o resultado previsto e se inexistir prejuízo para a parte. Dessa forma, norteia o sistema brasileiro o binômio escopo-prejuízo. Em relação à finalidade estamos diante do princípio da instrumentalidade das formas que está insculpido no “Art. 244.  Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.” CPC/73
 
            Destarte não haverá nulidade, se realizado o ato, ainda que de outro modo, lhe alcançar a finalidade. 
 
            Por sua vez a necessidade de prejuízo para o reconhecimento da nulidade decorre da máxima pás de nullité sans grief, oriunda do direito francês, em que não existirá nulidade se não houver prejuízo. No CPC/73 tal postulado está previsto no artigo 249 e respectivos parágrafos, a saber:
Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados.
§ 1º O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte.
§ 2º Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.
 
            Por último, mas não menos importante, a menção a respeito do aproveitamento dos atos processuais que sejam independentes dos que eventualmente estiverem viciados, nos termos do
Art. 248. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes. CPC/73
 
Novo Código de Processo Civil
 
            Em relação ao Novo Código de Processo Civil não são necessários grandes destaques, servindo para o estudo o acompanhamento da tabela comparativa que segue:
 
	CPC/73
	CPC/15
	Art. 243. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
	Art. 276.  Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
	Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
	Art. 277.  Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
	Art. 245. A nulidade dos atos deve

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