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METODOLOGIA DO TRAB CIENTIFICO

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Apresentação da disciplina
Prezado Aluno
Esta disciplina destina-se, mais especificamente, à sua formação acadêmica, na medida em que se ocupa de questões relativas aos trabalhos e às pesquisas produzidos no âmbito acadêmico.
Trata de aspectos que lhes propiciará um melhor entendimento dos avanços do conhecimento, expondo-o a métodos, técnicas, procedimentos, aspectos formais, etapas essenciais ao percurso de elaboração de um trabalho acadêmico, bem como ao desenvolvimento de uma pesquisa científica.
Esta disciplina se complementa com as Normas da ABNT que são obtidas no site da nossa biblioteca.
As avaliações abordarão exercícios destribuídos ao longos dos módulos teóricos, conforme segue:
                  A avalição de B1 abarcará os conteúdos e exercícios dos Módulos I, II, III e IV.
               A avaliação de B2 contemplará os conteúdos e exercícios referentes aos Módulos V, VI, VII e VIII.
            As avaliações de Prova Substitutiva e Exame contemplarão os conteúdos e exercícios apresentados do Módulo I ao Módulo VIII.
MÓDULO I = CONHECIMENTO CIENTÍFICO VERSUS SENSO COMUM
 I - CONHECIMENTO CIENTÍFICO VERSUS SENSO COMUM.
 
O que é conhecimento?
Conhecimento pode ser entendido como a compreensão, percepção intelectual dos fatos e relações entre eles (relativos a determinado assunto ou partes da realidade). É o domínio de um assunto, uma técnica, uma arte. É o conjunto do que é sabido por alguém, ou por um grupo, ou em determinado campo de atividade em determinada época, adquirido pela razão, pela experiência ou pela informação recebida.
O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. O conhecimento pode ser adquirido de várias maneiras sendo:
§ Sentidos: tudo o que a visão, a audição, o paladar, o olfato e o tato percebem.
§ Raciocínio: compreensão da realidade por meio da relação objeto, sujeito e imagem.
§ Tradição: as tradições são compreendidas pelo raciocínio e pode incorrer em dogmas.
§ Autoridade - oriunda dos pais, professores, governantes, líderes partidários, jornalistas e escritores.
 
1.1.     Tipos de conhecimento: empírico, filosófico, religioso e científico
O ser humano - entre todos os tipos de animais - é o único capaz de criar e transformar o conhecimento; sendo também capaz de aplicar o que aprendeu, por diversos meios numa situação de mudança do conhecimento. Os humanos são os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos. Por meio dos símbolos e da evolução nos foi possível pensar, ordenar as idéias, prever fenômenos, estudá-los e aplicá-los a nossa realidade.
1.1.1. Conhecimento Empírico(vulgar, ou senso-comum): É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas; provém da experiência cotidiana, pode ser transformada em crença religiosa ou em doutrina inquestionável.
Exemplo: As manchas de carro que a cera de limpeza não remove podem ser resolvidas esfregando-se limão na mancha. O gato sempre cai em pé. O jeitinho para abrir a porta quando a fechadura está emperrando.
1.1.2. Conhecimento Filosófico: É fruto do raciocínio e da reflexão humana com foco na lógica. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. O estudo filosófico tem a intenção de ampliar a compreensão da realidade, no sentido de apreendê-la na sua amplitude, buscando conceitos, definições e classificações. O objeto de análise são as ideias. Suas principais contribuições estão na matemática; lógica.
O conhecimento filosófico: (1) utilização o raciocínio; (2) promover a capacidade de reflexão; (3) estabelecer uma concepção geral do Universo; (4) ser especulativo; não depende de provas materiais/reais (ideias); (5) gerar ideologias.
Exemplo: A clonagem pode ser aplicada em todos os campos? A manipulação genética é responsável por várias doenças como o câncer? As máquinas e robôs vão substituir os homens?
1.1.3. Conhecimento Religioso(teológico): Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo. Está baseado na aceitação de princípios dogmáticos (irrefutáveis e indiscutíveis) ligados à existência de entidades supra-humanas e por vezes místicas.
Exemplo: Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duende; acreditar em reencarnação; acreditar em espírito etc.
1.1.4. Conhecimento Científico: É o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. O conhecimento científico resulta da investigação reflexiva, metódica e sistemática da realidade. Procura descobrir as relações que os fenômenos e fatos estudados possuem entre si, determinar as causas e os respectivos efeitos. O objetivo é construir uma teoria explicativa, determinando se possível as leis gerais que regem a sua produção.
O conhecimento científico é o mais recente dentre os tipos, ganhou força com Descartes, Bacon, Galileu, Kepler, Copérnico a partir do século XVI. É o conhecimento produzido segundo as normas da ciência que se baseia em três pressupostos: (1) o desconhecido é passível de ser conhecido; (2) há ordem na natureza; (3) o Ser Humano é capaz de descobrir essa ordem.
O conhecimento científico resulta de um trabalho de investigação e de pesquisa racional, aberto a mudanças, não sendo nem um mistério incompreensível nem uma doutrina geral sobre o mundo.
1.2.     Pesquisa teórica versus pesquisa empírica
Uma das principais preocupações quando se desenvolve uma pesquisa está relacionada com as questões que abordam a metodologia e as praticas adotadas para a busca dos resultados. A seguir referenciamos textos de diferentes autores sobre a questão da pesquisa. Segundo Demo (1994), podemos distinguir, pelo menos, quatro gêneros de pesquisa, porém nenhum deles é mais ou menos importante que outro. Normalmente o pesquisador define o tipo de pesquisa que utilizará outras vezes a própria geração do conhecimento estabelece seus caminhos.
1.3. Pesquisa teórica:Trata-se da pesquisa que é dedicada a reconstruir teoria, conceitos, idéias, e discussões e um tema ou uma questão intrigante da realidade. Esse tipo de pesquisa tem como pressuposto rever quadros de referência, condições explicativas da realidade, polêmicas e discussões pertinentes. Também chamada de pesquisa pura ou básica tem como objetivo principal satisfazer o desejo de conhecimento sobre determinado tema por meio de rigor conceitual, análise acurada, desempenho lógico, argumentação diversificada, capacidade explicativa.
1.4. Pesquisa empírica: É a modalidade de pesquisa que se faz por meio da vivencia e da presença do pesquisador no campo, isto é, o pesquisador não pode elaborar a pesquisa em “laboratório” ou em uma biblioteca - isolado e apenas com livros à sua volta. Nesta modalidade da elaboração do conhecimento, o pesquisador precisa “ir ao campo”, isto é, o pesquisador precisa inserir-se no espaço social coberto pela pesquisa; necessita estar com pessoas e presenciar as relações sociais que os sujeitos-pesquisados vivem[1]. Não pode ser baseadas em dados secundários. A valorização desse tipo de pesquisa é pela “possibilidade que oferece de maior concretude às argumentações, por mais tênue que possa ser a base fatual”.
[1] Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/078/78meksenas.htm>. Acesso em 10/01/2012.
Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi
MÓDULO II - DETERMINAÇÃO HISTÓRICA NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
II - DETERMINAÇÃO HISTÓRICA NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO.
 
A ciência é parte constante em nosso cotidiano, quando nos comunicamos com palavras ou por meio de telefones, mensagens ou computador, estamos nosrelacionando com ela. A necessidade de conhecer e descobrir os fatos e explicá-los intriga a humanidade desde os primórdios da civilização. As questões como a vida e a morte, o universo, a formação do mundo, as estrelas, as divindades forma objeto de intermináveis discussões, sendo que algumas delas ainda sem resposta até nossos dias. Por outro lado, ao estudarmos, quando escolhemos o que comer ou consumir, utilizamos conceitos obtidos a partir da ciência. Isso vem acontecendo há tanto tempo que por vezes nem nos lembramos mais de como a sociedade atingiu tal nível de progresso. Assim tem sido com a sociedade ocidental há tanto tempo e de tal forma que nem nos damos conta. Não se sabe ao certo quando nós – seres humanos racionais – começamos e a esquecer de tudo isso, mas pode-se afirmar com muita certeza que nem sempre foi assim.
Na idade moderna a Ciência ganhou tanto prestígio que em alguns momentos se colocou em contra ponto com Deus; com crenças que até então eram consideradas como certas e indubitáveis. A partir do momento que o conhecimento religioso se prestou a dar explicações aos fenômenos da natureza a busca pela verdade tornou-se dogmática baseadas em aceitação do divino, sem acesso dos homens dependente só de Deus. Neste período a sobreposição de discursos provocou muita complexidade ao ponto da igreja católica perder os domínios sobre a condição da geração de conhecimento. O conhecimento filosófico baseado na investigação racional – na essência do imutável do real – busca compreensão por meio das leis da natureza.
Esse processo ficou conhecido como “Revolução Científica”. A partir do final do século XVIII, a ciência moderna passou a fazer parte de todos os atos da vida do ser humano. Entre as características da ciência moderna, estava a crença de que esta levaria à verdade, à certeza. Hoje em dia, já não partilhamos mais de tal crença, mas a ciência ainda é fonte de segurança para o homem contemporâneo, de tal forma que ainda procuramos nela, talvez não mais verdades ou certezas, mas uma opinião isenta e abalizada.
O conhecimento adquirido em cada época depende da evolução em que se encontram e de acordo com as necessidades geradas naquele contexto. Esse novo conhecimento gerado substitui o antigo, e dessa maneira sobrepõe a última evolução tornando-a superada. O que permitiu à ciência chegar a seu nível atual foram à constante utilização de técnicas de ordem prática, suas leis e os fatores empíricos, que formam o elemento de continuidade, que foi sendo aperfeiçoado e ampliado ao longo da história do homo sapiens.
As ciências sempre mostram uma metodologia científica cada vez mais apurada, pelo seu fato atual revelar resultados tanto de tentativas ocasionais, empíricas, quanto de pesquisas. A ciência é uma realidade que sempre passa para as gerações seguintes. Em cada período da história há mais conhecimento, e este é consolidado pelo homem, resultado dos estudos científico feito pelas gerações anteriores, ampliando o que se conhecia de fatos transitórios organizando os fatos universais de maneira cumulativa e progressiva. A ciência foi impulsionada pelos métodos e instrumentos investigativos, junto ao espírito científico, à perspicácia e à objetividade de especialistas do saber permitiram.
Método científico é uma forma de investigação da natureza. Para isso, não leva em consideração superstições ou sentimentos religiosos, mas a lógica e a observação sistemática dos fenômenos estudados. Os fatos estão disponíveis no mundo para ser estudados. As teorias geradas destes estudos são as estruturas de ideias que explicam e interpretam os fatos do estudo. Os cientistas criam, então, um conjunto de teorias baseadas nesses estudos e observações, e essas teorias são sujeitadas a uma seleção natural, até que se chegue a uma explicação satisfatória para os fatos observados.
2.1. O papel da ciência na sociedade atual
A ciência é um produto da sociedade que a própria comunidade científica segue a opinião que está dominando no momento histórico, sendo ela pertencente do grupo social, de acordo com a ética da sociedade em questão por meio de estabelecimento dos limites. A comunidade científica pode premiar os pesquisadores de vanguarda, mas, também pode punir os que transgridam os limites e a ética, com descrédito em sua pesquisa.
A ciência é relativamente recente, do jeito que se apresenta hoje. Apenas na idade moderna da História conseguiu adquirir o caráter científico. A revolução científica, propriamente dita, é registrada nos séculos XVI e XVII, com Copérnico, Bacon e seu método experimental, Galileu, Descartes e outros. Já no século XIX, é verificado que há uma modificação nas atividades intelectuais e industriais.
Surgem novos dados relativos à evolução, ao átomo, à luz, à eletricidade, ao magnetismo, à energia. Enfim no século XX, se desenvolve pesquisas em todas as áreas do conhecimento, utilizando a ciência com seus métodos objetivos e exatos, atingindo um grau de precisão surpreendente nos variados setores da realidade, mas obtendo como principal as áreas das navegações espaciais e de transplantes.
Essa evolução das ciências tem, sem dúvida, como mola propulsora os métodos e instrumentos de investigação e ao espírito científico, perspicaz, rigoroso e objetivo. Sendo preparado ao longo da História esse espírito, e impõe-se agora, de maneira inexorável, a todos quantos pretendem conservar o legado científico do passado, ou ainda, propõem-se a ampliar suas fronteiras. (Cervo & Bervian, 1996, pp.9-10)
A produção do conhecimento científico exige do pesquisador: disciplina, criatividade, humildade e organização; o que leva ao confronto entre o possível e o impossível, o visível e o invisível, o transitório e o universal, o conhecimento científico e o senso comum. Uma pesquisa pode ser feita de várias maneiras, não existe um único modelo.
O conhecimento é acumulativo e, portanto, a produção científica de hoje poderá ser negada amanhã, deixando de ser uma verdade absoluta. A ciência dá soluções na medida em que se levantam novos problemas, fazendo assim um processo criativo, em constante transformação.
Os cientistas apenas buscam os fatos que são decisivos para se negar ou confirmar suas teorias. Os fatos são, para a ciência, como testemunhas em um tribunal. Um fato apenas possui significado na medida em que diminui ou acrescenta a plausibilidade de uma teoria. Os cientistas que fotografaram as estrelas próximas do Sol, durante um eclipse, não o fizeram pelo prazer de colecionar fotos. O que eles buscam é observar a teoria da relatividade, e os fatos obtidos pelas fotografias poderiam corroborá-la ou negá-la, ou então eles estão interessados em conhecer sua distancia em relação à Terra ou provar a constância do ângulo de Paralaxe.
De toda a forma o papel desempenhado pela Ciência foi promover a sociedade e a humanidade até o estágio atual das coisas, promovendo conhecimentos, verdades que estão sendo trabalhadas e melhoradas em seu estado da arte, promovendo novas teorias, novos descobrimentos e novas verdades.
2.2. A ciência e a pós-modernidade.
A fase pós-moderna se constitui em certa complexidade e controvérsia. A questão que se impõe é quando se dá seu início – alguns atribuem ao final dos anos 60 com a constatação e o primeiro laser em 1961; enquanto outros atribuem ao fim do comunismo na década de 80 e o significativo aumento da natureza de forma indiscriminada. A exploração excessiva dos recursos naturais desencadeou desequilíbrios ecológicos que atingiram proporções que colocam em risco a sobrevivência da humanidade.
A promessa de um progresso contínuo da humanidade redundou em disparidades mundiais gritantes. O desencanto que se instala na cultura é acompanhado da crise de conceitos fundamentais ao pensamento moderno, tais como verdade, razão, legitimidade, universalidade, sujeito, progresso, etc. O domínio científico nos trouxe a imprevisibilidade do mundo e da natureza. As questões climáticas; o relevo; as propagações de doenças; os custos os vícios, trouxeram a irracionalidadeà tona.
As guerras mundiais, os conflitos e a supervalorização do conhecimento e da ganância promoveram várias crises mundiais a partir dos anos 90. A expectativa quanto aos frutos da Ciência por vezes nos deixa em duvida quanto aos seus benefícios. A dependência da tecnologia torna-se cada dia mais presente no nosso cotidiano, o mercado ganha outras propostas, antes criado para suprir as necessidades do consumidor, enquanto hoje produz a necessidade ao consumidor. Inventamos o produto e também o cliente, tendo assim a garantia da demanda.
A globalização, a inovação tecnológica, as complexidades nas relações humanas, a flexibilidade, a dinâmica dos processos e o imediatismo exerce uma grande pressão sobre a Ciência. A questão da verdade sagrada, religiosidade, da felicidade estão sobre extrema fragilidade. A genética e os avanços na medicina com as próteses; com a cultura ao corpo perfeito desafiam a ética e a estética; as novas idéias alavancam o processo criativo de forma inimaginável.
Criticas a parte; estamos vivenciando uma proposta de homogeneização, estamos diante de uma sociedade global, com vontades, gostos, compras, modelo de consumo, baseada em tecnologia que são alimentadas por interesses desiguais, aquém da verdade e acima dos conteúdos que realmente promovem conhecimento. Afinal O que é ciências?
De forma geral podemos entender as ciências como sendo “conhecimento” ou “prática” sistematizada (método) capaz de produzir explicações para fatos ou fenômenos. Ela se compõe de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de forma programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação da realidade. Por isso podemos observar diversos ramos da ciência e saber exatamente como tal conteúdo foi construído, possibilitando a reprodução da experiência. 
 
_____________________________________________________________
- Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi
MÓDULO III - MÉTODOS CIENTÍFICOS
III - MÉTODOS CIENTÍFICOS
 
As ciências têm por característica principal a utilização de métodos científicos para a busca da verdade, porem nem todos os estudos empregam métodos científicos logo nem tudo é ciência. Por isso, conclui-se que a utilização dos métodos científicos não é exclusividade da ciência. Por outro lado podemos afirmar categoricamente que não há ciência sem a utilização de métodos científicos. Segundo Marconi & Lakatos (2010, p. 65) o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que com maior segurança e economia permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando um caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.
Segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em métodos de abordagem e métodos de procedimentos. Para Garcia (1998, p.44), o método representa um procedimento racional e ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamento da pesquisa (projeto).
3.1. MÉTODO INDUTIVO:
Idealizado por Francis Bacon no século XVII, o método estabelece que o estudo dos fenômenos que segue de planos particulares já constatados para planos cada vez mais abrangentes, inferindo-se uma verdade universal ou geral; indo das propostas mais particulares às leis e teorias mais gerais, logo este método estabelece que partindo de premissas particulares, inferimos uma verdade geral. Uma característica fundamental deste método é sua fundamentação em premissas.[1] Neste método presume-se que se suas premissas são verdadeiras provavelmente sua conclusão também será verdadeira.
Ex:           Cobre conduz energia, ouro conduz energia, ferro conduz energia (...).
Cobre, ouro e ferro são metais. Logo o metal conduz energia.
 
Observações:
§ Quando da descoberta de uma relação constante entre duas ou mais propriedades ou dois fenômenos, passamos deste particular para afirmação de uma relação essencial e em consequência universal.
§ A extensão dos antecedentes é menos do que a conclusão que é generalizada pela palavra “todo”.
§ O caminho parte do especial ao geral, do indivíduo á espécie dos fatos á lei geral.
§ Passa-se dos indícios percebidos a uma realidade maior e revelados por eles.
§ As informações a cerca dos eventos observados, casos ou fatos observados para os casos ou acontecimentos não observados.
 
 
Leis regras do método indutivo
 
Observação dos fenômenos: Observam-se os fenômenos com o objetivo de descobrir as causas de sua manifestação.
Relação entre eles: Após a observação procura-se identificar por meio da comparação, aproximar os fatos com o objetivo de encontrar uma relação constante entre eles.
 
Generalização: A relação encontrada nos precedentes, fatos semelhantes, comportamentos, características observadas passa a ser generalizada e aplicada a todos.
 
Ex:           O homem Pedro é mortal; O homem João é mortal; O homem José é mortal.
                Logo, Todo homem é mortal.
 
3.2. MÉTODO DEDUTIVO
 
Idealizado por Descartes no século XVII; parte de teorias e leis mais gerais para a ocorrência de fenômenos particulares. É possível chegar à certeza através da razão. Partindo das teorias, princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis é possível chegar à determinação ou previsão de fenômenos através da lógica.
Ex:           Todo homem é mortal. (premissa geral)
José é homem. (premissa particular)
Logo, José é mortal. (conclusão particular)
 
Observações:
 
§ No método dedutivo para que a conclusão fosse falsa uma das duas premissas deveriam ser falsas.
§ Na conclusão confirmamos aquilo que na verdade já havia sido observado nas premissas.
§ O método dedutivo reformula ou reafirma o que estava explicito nas premissas.
§ Percebe-se que o método dedutivo busca explicar e dar veracidade às premissas, enquanto que o indutivo tem o propósito de ampliar o alcance dos conhecimentos.
 
3.3. MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO:
A partir das hipóteses formuladas deduz-se a solução do problema. O processo se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo dedutivo, testa a ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese. As hipóteses serão verificadas posteriormente. Estabelece suas conclusões baseado em fatos supostos, o que não garante a veracidade da conclusão, mas uma possibilidade.
Ex:           Todos os estudantes que estudam passam nos exames.
Ora, se Henrique é estudante e estuda.
Logo, passará nos exames.
 
Segundo Karl R. Popper[2] (1935) a ciência deveria ser feita a nível hipotético-dedutivo, em cujo contexto a experiência aparece como método de teste das teorias e não mais como um critério de demarcação científica. Para ele a ciência em momento algum consegue ir mais longe que suas hipóteses. Para ele a ciência começa e termina com problemas. Então vejamos:
Partimos de um problema (P1), ao qual se oferece uma solução provisória – uma teoria tentativa (TT), passando-se a criticar a solução com o objetivo de eliminar o erro (EE); e assim criando outros problemas (P2, P3,...Pn).
 
Processo segundo Popper:
§ O problema surge de conflitos e expectativas e teorias existentes;
§ A solução proposta é uma conjectura (nova teoria) dedução de consequências na forma de proposições passíveis de teste;
§ Os testes de falseamento: tentativas de refutação, entre outros meios, pela observação e experimentação.
§ Se a hipótese não supera os testes será refutada e exigirá nova reformulação do problema e da hipótese 
 
	Expectativas ou conhecimento prévio
	Falseamento
	Conjecturas
	Problema
 
 
 
 
 
 
A necessidade de saber do homem precede suas vontades. A observação como critério de seleção é inata.Qualquer observação tem como pressuposto evidenciar alguma regularidade que foi vagamente vislumbrada. Os filhotes de animais possuem um mecanismo inato para chegar a conclusões inabaláveis. Segundo Popper o processo de aprendizagem consiste na formação de expectativas por meio de tentativa e erro.
Expectativas:
Segundo Popper todos nós temos com expectativas e no contexto destas é que se dá a observação. Quando algo inesperado acontece, quando a expectativa é frustrada a teoria caí em dificuldades, portanto a observação não é o ponto de partida da pesquisa, mas o problema sim. O conhecimento vem sendo construído por meio da evolução de velhos problemas para novos mediados por conjecturas e refutações de coisas até então dadas como certas.
 
Problema:
O problema é o fato gerador que vai desencadear a pesquisa. Toda e qualquer investigação nasce de um problema que pode ser teórico ou prático, e a partir dele é que se estabelecerá que tipo de observações deva ser executado. Esta proposta exige uma hipótese, conjectura e/ou suposição, que servirá de guia ao pesquisador.
 
Conjecturas:
É uma proposta de solução do problema que deverá ser testada de forma direta ou indireta, sempre dedutivamente do tipo: “Se.......então”. A conjectura é lançada para explicar ou prever aquilo que despertou nossa necessidade intelectual ou dificuldade/interesse no assunto, para tanto é essencial que nesta conjectura (hipótese) seja possível fazer comparações (testes) e a falseabilidade.
 
Falseabilidade:
A falseabilidade é a tentativa de eliminação dos erros. Uma das propostas (dentre outras) consiste em falsear as consequências deduzidas ou derivadas da hipótese (conjectura). Quanto mais falseável for uma conjectura mais cientifica será mais falseável quanto mais informações e conteúdos empíricos tiver.
Ex:           O Sol brilhará amanhã no Brasil. (Pouca informação e difícil de falsear).
                O Sol brilhara amanhã, as 06h25min em Porto Seguro com uma temperatura será de 28º por 15  minutos, ou seja, até as 06h40min. (É facilmente falseável; pois tem muita informação e conteúdo                 empírico).
 
Para Bunge o método hipotético-dedutivo é um procedimento regular, explícito e passível de ser repetido para conseguir algo material ou conceitual. Método científico é um conjunto de procedimentos por meio dos quais são propostos os problemas científicos e, a seguir, são colocadas à prova as hipóteses científicas. As etapas do método hipotético-dedutivo segundo Bunge consistem em:
 
1- Colocação do problema:
§ Reconhecimento dos fatos – exame, classificação preliminar e seleção dos fatos.
§ Descoberta do problema – encontro de lacunas.
§ Formulação do problema – colocação de uma questão que tenha alguma probabilidade de ser correta.
 
2- Construção de um modelo teórico:
§ Seleção dos fatores pertinentes – invenção de suposições que se relacionem as variáveis supostamente pertinentes:
§ Invenção das hipóteses centrais e das suposições auxiliares – proposta de um conjunto de suposições que sejam concernentes a supostos nexos entre as variáveis.
 
1-       Dedução de consequências particulares:
 
§ Procura de suportes racionais – dedução de consequências particulares que, no mesmo campo possam ter sido verificadas.
§ Procura de suportes empíricos – tendo em vista as verificações disponíveis, tendo por base o modelo teórico e dados empíricos.
 
 
4- Teste das hipóteses:
§ Esboço da prova – planejamento dos meios para pôr à prova as predições e retrodições[3].
§ Execução da prova – realização das operações planejadas e nova coleta de dados.
§ Elaboração dos dados – procedimentos de classificação, análise, redução e outros, referentes aos dados empíricos coletivos;
§ Inferência da conclusão – à luz do modelo teórico, interpretação dos dados já elaborados.
 
5- Adição ou introdução das conclusões na teoria:
§ Comparação das conclusões com as predições e retrodições – contraste dos resultados da prova com as consequências deduzidas do modelo teórico;
§ Reajuste do modelo – eventual correção ou reajuste do modelo;
§ Sugestões para trabalhos posteriores – confirmação ou reprovação.
 
3.4 - MÉTODO DIALÉTICO
Observa o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. Na concepção de Hegel, o método dialético tem como pressuposto, que toda determinação traz em si sua própria negação, o crescimento das ocorrências desta contradição provoca uma mudança qualitativa, gerando uma nova determinação.
A proposta é estudar a Tese comparar com a Antítese e a partir deste estudo elaborar a Síntese. Mesmo que baseado em muita divergência entre os diversos filósofos desde a Grécia Antiga com Platão, passando por Fitche, Hegel, no século XVIII; Karl Marx e Engels no século XIX; não há um consenso sobre as leis fundamentais para o método dialético, cada filósofo possui uma linha de raciocínio, mesmo porque está o método baseia-se na discussão. De forma geral em quase todas as discussões as leis abaixo estão presentes; as três primeiras observadas na ciência e lógica de Engels e as duas últimas observadas na dialética do materialismo dialético de Marx.
1- A lei da unidade e do conflito dos contrários, contradição que parte do principio que os objetos e fenômenos da natureza se contrapõem, pois tem um lado positivo e um negativo, e isso leva ao desenvolvimento das coisas. A luta do velho com o novo, da morte com a vida.
Ex: a planta surge da semente, e seu aparecimento implica no desaparecimento da semente, a criança desaparece com o surgimento do adolescente.
2- A lei da passagem das mudanças quantitativas em mudanças qualitativas, neste contexto analisa-se a mudança contínua, lenta, e/ou a descontínua por meio de “saltos”.
Ex: a água a partir de 20º vai aumentando de temperatura.... 21º, 22º... 98º, durante esse tempo a mudança é contínua. Ao alcançar 99º e 100º a mudança é brusca e aí temos uma mudança qualitativa, vapor. O contrário também é verdadeiro, porém a 0º a água congela. Assim, de 1º a 99º temos mudanças quantitativas, abaixo e acima deste limite temos mudanças qualitativas.
3- A lei da negação da negação, tudo se transforma, mudança dialética. Todas as coisas estão em constante movimento em constante transformação. Para a dialética o desenvolvimento se dá por meio de contradições ou negação de uma coisa – essa negação refere-se à transformação das coisas. Podemos concluir então que a negação de uma coisa é o ponto de transformação das coisas em seu contrário, a negação por sua vez é negada, logo a mudança dialética é a negação da negação. A negação pode ser entendida como a como a afirmação de coisas polares, a negação da afirmação implica na negação, mas a negação da negação implica em afirmação. Uma dupla negação na dialética não significa o restabelecimento da afirmação primitiva, que conduziria ao ponto de partida, mas sim em outra coisa.
Ex: Toma-se de partida um grão de milho. Para inicio do processo coloca-se na terra. O grão de milho desaparece para dar lugar a planta e a espiga. (primeira negação – o grão desapareceu transformando-se em planta). A planta nasce, cresce produz e por sua vez morre, deixando os grãos de milho que a originou, mas também deixa uma série de outros que possuem outras características, em maior ou em menor grau, que segundo a Teoria de Darwin podem originar novas espécies. A engenharia genética é um ramo da ciência que se preocupa em aplicar essa proposta de forma cientifica.
4- A lei da unidade polar, ação recíproca, tudo se relaciona, interdependentes. Para a dialética nenhum fenômeno da natureza pode ser entendido e analisado isoladamente, considerado fora das condições que o cercam; pois estes fenômenos possuem uma ligação com o ambiente que o circundam que por sua vez condicionam seu comportamento.
Ex: A planta toma o ar como elemento da vida, que a rodeia, em contra partida libera o gás carbônico e vapor d’água, e essa interaçãoao mesmo tempo modifica a planta e o ar. 
5- A lei da Natureza – o cosmos - está em um estado de constante movimento. A dialética entende que as coisas não estão estáticas, mas sim fazem parte de um processo em constante mudança. O processo não produz coisas acabadas, mas coisas em constante transformação – em processo – nada fixo, mas em movimento, sendo que nada é imutável, tudo é um processo ininterrupto e transitório.
Ex: Tomamos como exemplo um fruto e uma cadeira. Um fruto planta resulta de uma flor, que resulta de uma árvore, que de fruto verde amadurece, caí, apodrece, liberta sementes e se transforma em nova árvore, flor, fruto etc; se nada interromper a sequência. A cadeira para existir precisa que uma árvore seja cortada transformada em tábuas e/ou pranchas e submetida à ação do homem para um processo mecânico e não dialético. A transformação não foi proveniente da natureza e sim da ação de agentes externos. 
[1] Cada uma das hipóteses que baseiam um estudo ou pesquisa, cuja qual poderá redundar em conclusões.
[2] Karl Raimund Popper, austríaco naturalizado britânico foi um dos mis influentes filósofos do século XX. Nascido em 1902 sua obra e contribuição para ciência centra-se na proposta do falseamento da hipótese no estudo científico. Suas concepções se afastam da proposta de F. Bacon no que se refere ao empirismo quanto a verificação. Enquanto bacon propõe a verificação da veracidade Popper supõe o falseamento da proposta.
[3] Termo traduzido do inglês “postdiction” que significa fazer previsões sobre algo que tenha acontecido no passado. È uma especulação do passado baseado em fatos/dados observados no presente. É uma proposta amplamente utilizada na arqueologia, climatologia, análise financeira, investigação e ciência forense.
 
- Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi
MÓDULO IV - MÉTODOS DE PROCEDIMENTO
IV -  MÉTODOS DE PROCEDIMENTO
Os métodos de procedimentos se relacionam mais com as etapas de trabalho, referem às etapas mais concretas da investigação. O procedimento pressupõe uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular. Os métodos de procedimento estão descritos a seguir. Para as ciências sociais os mais aplicáveis estão a seguir:
a) Histórico:Parte do princípio de que as atuais formas de vida e de agir na vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, por isso é importante pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função. Esse método consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verifica a sua influencia na sociedade hoje.
Ex: Para entender a situação atual de uma família, pesquisa-se no passado os diferentes elementos construtivos dos vários tipos de famílias e suas fases de evolução social.
b) Monográfico:Para LAKATOS E MARCONI (1996, p. 151) é “[...] um estudo sobre um tema específico ou particular de suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina”. Consiste no estudo de determinados indivíduos, instituições, profissões, grupos e comunidades com a finalidade de obter generalizações. Neste método encontram-se grande parte das pesquisas em Administração de Empresa como os Estudos de Casos.
Ex: O papel da mulher na sociedade moderna; a mão-de-obra flutuante na construção civil, o papel da universidade na vida do aluno.
c) Comparativo: Para FACHIN (2001, p.37), o método comparativo consiste em investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças. Geralmente o método comparativo aborda duas séries de natureza análoga tomadas de meios sociais ou de outra área do saber, a fim de detectar o que é comum a ambos. Este método é de grande valia e sua aplicação se presta nas diversas áreas das ciências, principalmente nas ciências sociais.
Ex: O modelo de colonização espanhol e português na A.L. As classes sociais no Brasil: do Brasil colônia a atualidade. O significado do termo investimento para o governo brasileiro e japonês.
d) Etnográfico: Estudo e descrição de um povo, sua língua, raça, religião, cultura. Consiste no levantamento de todos os dados possíveis sobre a sociedade em geral e na descrição, com a finalidade de conhecer melhor o estilo de vida ou a cultura específica de determinados grupos.
Ex: A cultura do povo indígena na relação familiar. O estilo de vida dos ribeirinhos do amazonas diante da atividade de subsistência.
e) Estatístico: Método que implica em números, percentuais, análises estatísticas, probabilidades. Quase sempre associado à pesquisa quantitativa. Para FACHIN (2001, p. 46), este método se fundamenta nos conjuntos de procedimentos apoiados na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de certos aspectos da realidade social em que se pretenda medir o grau de correlação entre dois ou mais fenômenos. O método estatístico se relaciona com dois termos principais: população e universo.
Ex: Verificar a correlação da frequência as aulas com o aproveitamento dos alunos. Identificar o percentual de alunos dispostos em classes sociais de uma determinada escola. 
f) Tipológico: Para MARCONI & LAKATOS (2010, p. 91) este método apresenta certas semelhanças com o método comparativo. Ao comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos ideais (que não existam de fato na sociedade), construídos a partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno. A característica principal do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de modelo (padrão) para a análise e compreensão de casos concretos.
Ex: Estudo do tipo de governo socialista do presente e do passado, para entender as características típicas e ideais do socialismo segundo Marx.
g) Funcionalista: É a rigor mais um método de interpretação do que de investigação. Estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades. Leva em consideração que a sociedade é formada por partes, diferenciadas e inter-relacionadas, interdependentes, satisfazendo cada uma, funções essenciais da vida social.
Ex: Avaliação das principais diferenças entre nas atividades dos funcionários contratados e dos ACT’s no setor de atendimento do Poupa Tempo da Sé. Averiguação da prevenção da gravidez por meio da orientação sexual dos jovens de baixa renda.
h) Estruturalista: O método parte da investigação de um fenômeno concreto elevando-se, a seguir ao nível abstrato, por intermédio da construção de um modelo que represente o objeto de estudo, retomando por fim ao concreto, dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social.
Ex: A verificação das leis que regem o casamento e o sistema de parentesco das sociedades primitivas. A árvore de decisão no processo de compra de equipamentos de uma multinacional.
 
4.1.  TÉCNICAS DE PESQUISA
Técnica é um conjunto de processos disponíveis pela ciência dispostos de modo que cientista por meio de sua habilidade utilize esses preceitos ou normas em sua prática de pesquisa. Para LAKATOS & MARCONI (2010), uma pesquisa, quanto aos seus procedimentos técnicos, pode ser classificada da seguinte forma:
4.1.1.  DOCUMENTAÇÃO INDIRETA
Implica no levantamento de dados das mais variadas fontes e de qualquer método ou técnica empregada no material - referencia. É a pesquisa realizada para buscar informações prévias sobre o campo de interesse. A busca dos dados pode se apresentar da seguinte forma:
4.1.1.2.  Pesquisa bibliográfica: É desenvolvida com base em material já elaborado, ou seja, de fontes secundárias, abrangendo todo o material já publicado sobre o tema. São normalmente constituídos principalmente de livros, artigos científicos, jornais, revistas, teses, dissertações, sendo possível também a utilização de arquivos falados como rádio, TV, gravações, filmes.
4.1.1.3. Pesquisa documental:É muito parecida com a bibliográfica.A diferença está na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas, tabelas etc.
 
4.2. DOCUMENTAÇÃO DIRETA
Implica no levantamento de dados no próprio local de ocorrência dos fenômenos que interessam ao pesquisador.
4.2.1. Pesquisa de campo: Procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do ocorre naquela realidade. O aspeto complicador deste tipo de pesquisa é a escolha da amostragem (das pessoas que serão escolhidas como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão coletados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos.
4.2.2.. Investigação ação participativa:Também conhecida como pesquisa-ação; é um tipo de pesquisa que é concebida e realizada por meio de uma estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Neste tipo de pesquisa unem-se os pesquisadores e participantes na qual se realiza a investigação da situação ou do problema. Ambos os grupos estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
4.2.3. Pesquisa de laboratório:É uma técnica difícil e também bastante exata. O cientista procura reproduzir as condições de um fenômeno a ser estudado numa situação controlada. Exige uma extensa preparação, material específico, precisão e ambientes adequados.
 
4.3. OBSERVAÇÃO DIRETA INTENSIVA
A observação direta intensiva é um tipo de observação que tem nos “sentidos” – capacidade de entender e observar à realidade a obtenção dos dados de interesse do pesquisador. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar.
4.3.1. Observação:Sendo elemento básico da investigação cientifica constitui-se como técnica fundamental em vários campos de conhecimento. A observação auxilia o pesquisador a identificar r obter provas a respeito dos objetivos sobre os quais versa sua pesquisa. Exige um plano detalhado e sistemático da pesquisa.
4.3.2. Entrevista:Consiste em ajustar o encontro de duas pessoas com o objetivo de conhecer e obter informação sobre um determinado assunto ou fato de forma profissional. Possui grande relevância em alguns campos da ciência como antropologia, sociologia, política, jornalismo. Se realizada de forma consistente, com precisão, foco, e por um investigador experiente é um excelente sistema para a obtenção de dados.
 
4.4. OBSERVAÇÃO DIRETA EXTENSIVA
Realizada através do questionário, formulário de medida de opiniões e atitudes, assim como por meios de técnicas mercadológicas.
4.4.1. Questionário:A organização do questionário se da pela ordenação de perguntas que serão respondidas por escrito pelo entrevistado sem a presença do pesquisador. Sua elaboração requer a observância de normas precisas com o objetivo de validar e aumentar sua eficácia. O pesquisador deve dominar o assunto com o objetivo de gerar as perguntas e obter respostas convenientes para seu interesse e tema.
4.4.2. Formulário:Bastante parecido com a técnica anterior, porém as respostas são obtidas na presença do entrevistador. É um instrumento essencial para a investigação social cuja coleta de dados é conseguida diretamente com o entrevistado, face-a-face. Consiste numa coleção de questões que ao serem respondidas são anotadas de forma sistemática.
4.4.3. Medidas de opinião e atitude:É um instrumento de padronização que visa a assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitudes, com a finalidade de compará-las. Medir e construir escalas nas ciências sociais tem como princípio conhecer a opinião e identificar as atitudes dos entrevistados, criando categorias em suas mensurações. Ex: sexo do entrevistado; característica da personalidade; opinião sobre palavras e nomes; apreciação de aprovação; interesse.
 
4.5. OUTRAS TÉCNICAS
Apesar de também fazer parte do conjunto de procedimentos as descritas a seguir se aplicam a vários campos da investigação social. Está intimamente ligada a questão quantitativa do conhecimento, ou com uma característica intrínseca de um indivíduo.
4.5.1. Testes:São instrumentos utilizados para obter dados que buscam medir uma dimensão. Rendimento, competência, conduta, de forma quantitativa. Testes psicológicos, aptidão; psicotécnicos, escolares.
4.5.2. Sociometria:É uma técnica utilizada que procura explicar as relações pessoais entre indivíduos de um grupo. Grupo familiar, grupo de trabalho, grupo de estudantes. Revela a estrutura interna deste grupo, indicando as posições de cada indivíduo em relação aos demais.
4.5.3. História da vida:Segundo LAKATOS & MARCONI (2010, p. 122) tenta obter dados relativos à experiência pessoal de alguém que tenha significado importante para o conhecimento do objeto de estudo. É uma técnica utilizada por antropólogos, sociólogos, educadores como fonte de informação para seus trabalhos. Alguns autores designam essas informações de “documentos íntimos” “documentos pessoais”.
4.5.4. Técnica mercadológica: A pesquisa mercadológica ganha muita importância com o progresso dos negócios e com o crescimento do mercado. Visa obtenção de informações sobre o mercado de forma sistemática e organizada, de acordo com técnicas específicas, com o objetivo de auxiliar a tomada de decisões nas empresas.
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- Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi
MÓDULO V - LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
V - LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO.
 
O levantamento bibliográfico consiste em um apanhado geral sobre os principais trabalhos já executados sobre o tema. O estudo da literatura pertinente pode ajudar na planificação do trabalho e evitar duplicações e erros, representando uma fonte indispensável de informação.
A capacidade de reunir dados e aplicá-los em sua pesquisa vão depender da habilidade do pesquisador em aproveitá-los de forma consciente para que contribua para obtenção dos resultados esperados. Antes de iniciar qualquer pesquisa é primordial conhecer as fontes documentais que servirão de suporte a sua investigação. Os dados impressos (“de papel”) ou dos arquivos eletrônicos (“bits de informação”) devem ser minuciosamente observados.
O levantamento bibliográfico não deve ser uma atividade puramente mecânica, com o “empilhamento” exaustivo de todos os livros e artigos a respeito de um assunto. Nem sempre é possível ou conveniente fazer levantamentos exaustivos da literatura sobre um determinado assunto, ainda mais se este tema for excessivamente amplo e genérico.
Nossos levantamentos devem ser seletivos e uma primeira maneira de torná-los seletivos é através da demarcação precisa de nossos problemas de pesquisa. Devemos fazer, desde as primeiras etapas da pesquisa, uma avaliação crítica deste material, rejeitando aquelas informações que são claramente inadequadas; mal produzidas ou redundantes. Isto demanda um enorme senso crítico da parte de quem faz o levantamento, o que não deixa de ser mais uma das qualidades exigidas de um bom cientista.
Portanto, para saber “como” procurar, é preciso antes de tudo saber “o quê” procurar. Procuras genéricas trarão resultados genéricos e exaustivos. Se procurarmos, por exemplo, informações sobre “manguezais” ou “praias arenosas” em uma boa biblioteca ou na Internet, chegaremos muito rapidamente a dezenas de milhares de referências, sob a forma de livros, teses, artigos científicos, relatórios, vídeos, etc.
 
5.1.  O FUNCIONAMENTO DA BIBLIOTECA.
 
A grande maioria das bibliotecas já está integralmente informatizada. Nestes casos, os mecanismos de busca serão semelhantes àqueles usualmente adotados na Internet,em terminais de computador à disposição dos usuários.
Por exemplo, a Universidade de São Paulo tem o site http://www.usp.br/sibi/ que permite consulta direta ao acervo de suas 39 bibliotecas. Tem também o site http://www.teses.usp.br/ que permite a busca no banco de teses e dissertações dos mais variados assuntos nas diferentes áreas de conhecimento.
Por sua vez, a Universidade Federal do Paraná tem Portal da Informação, http://www.portal.ufpr.br/ que permite o acesso ao acervo de seu sistema de bibliotecas. Bibliotecas estão freqüentemente interligadas, o que possibilita recuperar numa biblioteca específica o acervo de várias outras, facilitando o acesso às publicações de interesse.
Na ausência de sistemas informatizados, as bibliotecas mantêm catálogos, que são basicamente fichas dispostas em ordem alfabética, por autor, título da obra ou periódico, ou assunto. Nas bibliotecas tradicionais, estas fichas continuam organizadas em fichários de aço, embora a prática mais corrente e eficaz seja a localização das referências através de terminais de computadores. Muitas bibliotecas mantêm sistemas mistos, catalogando nos arquivos de aço as fichas correspondentes às obras incorporadas no seu acervo há mais tempo e nos computadores, apenas as mais recentes.
 
 
5.2. A BUSCA NAS FONTES DE INFORMAÇÃO: PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA.
Primárias: Sendo dados históricos, bibliográficos, estatísticos, arquivos oficiais, registros, arquivos pessoais, documentação, são as informações utilizadas em primeira mão, é a matriz explicativa do objeto de estudo. A palavra primária tem sentido de ordem; daquela que vem primeiro; que deu origem, e não de simplicidade; ou de pouca importância.
Secundárias: É todo o demais conjunto de conhecimento gerado da partir da fonte primária, derivada da fonte original. Refere-se a trabalhos escritos com o objetivo de analisar e interpretar fontes primárias e, normalmente, com o auxílio e consulta de outras obras consideradas É a imprensa em geral, e as obras literárias, como livros, revistas. Consiste em todo trabalho que se baseia em outro, este sendo a fonte original ou primária. Tem como característica o fato de não produzir uma informação original, mas trabalhar sobre ela, procedendo à análise, ampliação, comparação, etc.
Terciárias: São publicações, tais como enciclopédias ou outros compêndios, que resumem muitas fontes secundárias e primárias. Muitos livros-textos introdutórios também podem ser considerados fonte terciária, na medida em que resumem resultados amplamente aceitos de grandes quantidades de fontes primárias e secundárias.
5.3. INTERNET E O CIBERESPAÇO, NOVO PLANO DE CAPTAÇÃO DA INFORMAÇÃO.
Obviamente a Internet acabou com o isolamento entre pesquisadores de todo o mundo. Ninguém com acesso à rede mundial de computadores pode hoje alegar que seu trabalho é ruim por não ter conseguido obter as melhores ou mais atualizadas informações a respeito de um assunto. Contudo, procurar informações na Internet é como procurar agulhas em um palheiro, é uma arte. Com uma simples palavra num mecanismo de busca têm-se milhares de sites referenciados. Se o objetivo é fazer levantamentos sistemáticos e eficazes para fins científicos, deve-se então utilizar instrumentos adequados, caso contrário, corre-se o risco de morrer afogado num mar de dados.
Os dados podem virar informações úteis após análise do pesquisador. Neste contexto, o excesso de informações pode ser tão grave quanto sua escassez. É preciso saber procurar, sobretudo procurando os endereços ou mecanismos de busca mais adequados. Lidar eficiente ou inteligentemente com os mecanismos de busca evita um acúmulo não seletivo de publicações, como resultado de nosso levantamento. Existem programas e/ou mecanismos de busca, vinculados à própria rede, que se encarregam de localizar sites ou endereços com informações sobre um assunto, a partir da indicação (e do cruzamento) de palavras-chave.
Um site muito interessante para fins de pesquisa é o Google Acadêmico, disponível em: http://scholar.google.com.br/. Dentre outros mecanismos de busca exclusivamente voltados para fins científicos vale destacar:
WEB OF SCIENCE, O SCIRUS; disponível em: http://www.scirus.com/
SCIENCE DIRECT; disponível em: http://www.sciencedirect.com/
SCOPUS; disponível em: http://www.scopus.com/home.url
INGENTA; disponível em: http://www.ingentaconnect.com/
CORE; disponível em: http://core.kmi.open.ac.uk/search
LANIC; disponível em: http://www1.lanic.utexas.edu/la/brazil/
SCIENCE RESEARCH; disponível em: http://www.scienceresearch.com/scienceresearch/
BIZNAR; disponível em: http://biznar.com/biznar/
MEDNAR; disponível em: http://mednar.com/mednar/
SCIENCE.GOV.USA; disponível em: http://www.science.gov/scigov/
WORLD WIDE SCIENCE; disponível em: http://worldwidescience.org/
 
Todos os links disponibilizados acima permitem acesso rápido a uma infinidade de informações técnico-científicas, sobre todo e qualquer assunto. No âmbito nacional vale realçar:
 
SIBI (USP); disponível em: http://www.usp.br/sibi/
PORTAL CAPES; disponível em: http://www.periodicos.capes.gov.br/
IBICT; disponível em: http://www.ibict.br/
SCIELO; disponível em: http://www.scielo.org/php/index.php
DOMINIO PUBLICO; disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
COMITE GESTOR DA INTERNET NO BRASIL; disponível em: http://www.cgi.br/gt/gtbv/gtbv.htm
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Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi
MÓDULO VI - PLANEJAMENTO DO TRABALHO ACADÊMICO
VI – PLANEJAMENTO DO TRABALHO ACADÊMICO
 
6.1. INTRODUÇÃO:
 
A introdução tem como objetivo principal a apresentação do tema da pesquisa. Esta apresentação deve promover a explicação de como se chegou a um questionamento e do motivo pelo qual há uma inquietação a respeito do tema que o aluno se propõe pesquisar.
A introdução pode conter um breve histórico sobre o tema a ser abordado, assim como as motivações que levaram o aluno a propô-lo. O leitor, ao ler a introdução precisa ter a idéia exata do que a pesquisa irá trazer de contribuição. Desta forma a introdução deve “fisgar” o leitor, captando sua atenção motivando-o a continuar a leitura do trabalho. O texto deve ser simples, para até mesmo aqueles leitores desconhecedores do assunto possam compreender os aspectos essenciais do assunto e do problema que e está sendo investigado.
É importante salientar a questão da delimitação do Tema. Expressões como “O direito constitucional”, “A escravidão”, “A internet”, entre outras, sugerem temas de conteúdo demasiadamente extenso para ser estudado num único trabalho acadêmico. Uma boa forma de se limitar o tema é circunscrevê-lo espacial e/ou temporalmente. Além da limitação circunstancial (espaço e/ou tempo), outras formas de “afunilamento” do tema deverão ser pensadas de acordo com a especificidade da área escolhida para a pesquisa. Adjetivos restritivos, adjetivos explicativos e complementos nominais de especificação podem auxiliar nessa tarefa de delimitar ainda mais o tema.
 
Finalmente uma preocupação que o aluno deve ter em relação ao tema é a afinidade com a área da qual ele – o tema – faz parte. Lembre-se dos 4T’s. fazer uma pesquisa soa enganosamente simples. Uma pesquisa pode ser uma tarefa árdua, e sem o necessário prazer e interesse pelo tema escolhido, dificilmente teremos um bom trabalho, visto que a demanda tempo, dedicação e empenho também é bastante grande; por isso, o aluno deve procurar escolher um (tema) assunto que seja de uma área de conhecimento/interesse, dentro da sua formação, com a qual ele se identifique e tenha interesse ou curiosidade em conhecer melhor.
6.1 - TEMA:
O tema de pesquisa é, na verdade, uma área de interesse a ser abordada. A escolha de um tema representa uma delimitação de um campo de estudo no interior de uma grande área de conhecimento, sobre o qual se pretende debruçar. Para RUEN, (1999, p. 62) é necessário construir um objeto de pesquisa, ou seja,selecionar uma fração da realidade a partir do referencial teórico-metodológico escolhido.
 
6.2. DELIMITAÇÃO DO TEMA:
É a definição de qual enfoque do tema será explicitado no desenvolvimento do Trabalho. A delimitação pode ser entendida como restrição/delimitação do universo da pesquisa. Delimitar é indicar a abrangência do estudo, estabelecendo os limites de tempo e espaço, bem como os conceituais do tema.
Diversos alunos ou pesquisadores podem abordar um mesmo assunto, o que não significa que todos tratarão do mesmo tema. Podemos dizer que o tema é o assunto delimitado. Para delimitar um tema podemos utilizar vários critérios. O mais comum é o critério temporal. Depois de escolhido o assunto de pesquisa é preciso ainda afunilá-lo, circunscrevê-lo. Para ajudar nesta etapa, podemos estabelecer alguns critérios para a delimitação do tema.
Depois de escolhido o assunto de pesquisa é preciso ainda afunilá-lo, circunscrevê-lo. Para ajudar nesta etapa, podemos estabelecer alguns critérios para a delimitação do tema, a saber:
 
A) Critério ESPACIAL. Segundo GIL (2004, p. 162) o critério espacial delimita o “lócus” da observação, ou seja o local onde o fenômeno em estudo ocorre.
 
Ex: Um estudo que trate das relações comerciais de um país, por exemplo, pode comportar diferentes recortes espaciais (um continente, um bloco econômico, uma zona de influência, etc). Este parâmetro espacial escolhido implicará no resultado e nas conclusões do estudo.
B) Critério TEMPORAL. SegundoGIL (2004, p. 162), o critério temporal estabelece o período em que o fenômeno a ser estudado será abordado. Podemos definir a realização da pesquisa situando nosso objeto no tempo atual, ou recuar no tempo, procurando evidenciar a série histórica de um determinado fenômeno.
 
Ex: Um estudo sobre o desenvolvimento de micro e pequenas empresas os últimos 5 anos no Brasil. Outro exemplo seria estudar o desenvolvimento da industria no período da ditadura militar – entre 1964 e 1982. Obviamente que o interesse da pesquisa vai depender do objetivo do pesquisador em elaborar o dado recorte.
 
C) Critério POPULAÇÃO. Segundo RUDIO (1985, p. 72-75) é a população a ser estudada consiste na definição de quem será objeto da pesquisa. Este critério pode delimitar um conjunto específico de empresas, ou de certos segmentos de negócios ou mesmo sob determinado aspectos do modelo produtivo que por si só já estabeleçam sua delimitação.
 
Ex: Um estudo sobre o desenvolvimento das empresas de manufatura de tecidos em Jacareacanga[1] (PA). Neste caso, a população do estudo dependerá, obviamente, da área de conhecimento na qual ele se insere e no propósito de cada pesquisa.
 
 
6.3.  FORMULAÇÃO DO PROBLEMA:
É a problemática que será explorada e observada como conceito dos questionamentos e dúvidas que o trabalho se proporá a resolver. O problema é a o motor de todo o trabalho de pesquisa. Depois de definido o tema, o pesquisador identifica uma questão (problema) para que esta seja respondida através de uma hipótese, que poderá ser confirmada ou negada através do trabalho de pesquisa.
O Problema é criado pelo próprio pesquisador e deve estar relacionado ao tema escolhido. O pesquisador criará um questionamento para definir a abrangência de sua pesquisa. Não existem regras e/ou modelos para se identificar um Problema, porém alguns autores sugerem que ele seja expresso na forma de pergunta. Eu; enquanto redator deste manual; prefiro chamar de “Problema” àquela indagação que intriga, preocupa; ou ainda incomoda o pesquisador. Esta preocupação pode não ser apenas uma pergunta; ela pode ser entendida pelo aluno/pesquisador como sendo uma afirmação verdadeira onde a proposta do estudo seja confirmá-la. 
Einstein costumava dizer que a formulação de um problema é mais importante que a sua solução. Assim, o sucesso estaria em encontrar a solução certa para o problema certo. Muitas vezes falhamos nas nossas pesquisas ao tentar resolver o problema errado. Essa incidência é bem maior do que por obter uma solução errada para o problema certo. Certos deste dilema; pode-se afirmar que; em relação aos problemas do mundo atual, falhamos mais por deixarmos de abordar os problemas do que com os problemas que não conseguimos resolver. Veja o exemplo abaixo:
Tema: A deficiência na concepção e aplicação da TI - Tecnologia de Informação nas micro e pequenas empresas de manufatura brasileiras; perpetua a ineficiência e a baixa produtividade.
Problema: Esse segmento é pouco incentivado pelo BNDES.
A formulação do problema de certa forma já cria parte da delimitação da pesquisa, pois indica a dificuldade que se pretende resolver ou responder. De outra forma, quando o problema é feito sob a forma de pergunta torna-se fator primordial que haja possibilidade de respondê-las ao longo da pesquisa. Tanto na forma de perguntas como na forma de afirmações aconselha-se a não gerar muitas incógnitas para que não se possa cometer o erro de deixar de apresentadas às devidas respostas.
 
Ex: A Análise das Demonstrações Contábeis oferece elementos para a tomada de decisões gerenciais?
       Caso ofereça; elas dependem do humor do analista ou são inerentes ao processo?
       Quais são os elementos que levam o ministério público a quebrar o sigilo bancário de agentes privados?
 
6.4.  DEFINIÇÃO DE TERMOS (opcional):
É umalista com a definição de termos técnicos chamada de glossário. Neste glossário devem estar contidas palavras de uso restrito ao trabalho de pesquisa ou pouco conhecidas pelo virtual leitor, acompanhadas de definição. Este não é um item obrigatório. Sua inclusão fica a critério do autor da pesquisa, e da solicitação do professor orientador.
Ambos devem ter o “bom senso” de criá-lo; caso haja necessidade de explicar termos que possam gerar equívocos de interpretação por parte do leitor. É importante perceber que qualquer pessoa pode se interessar pelo seu tema e, portanto, necessitará de informações adicionais para compreendê-lo. Neste sentido o glossário é de grande ajuda no contexto da pesquisa.
 
6.5. HIPÓTESES:
Podemos defini-las como sendo uma afirmação que se faz na tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema. Estas afirmações devem ser testadas no decorrer do trabalho para que sua validade seja determinada. Hipótese é sinônimo de suposição. Neste caso a hipótese é uma afirmação categórica (uma suposição), que tente responder ao Problema levantado no tema escolhido para pesquisa. É uma pré-solução para o Problema levantado. O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese (ou suposição) levantada.
Sob o ponto de vista operacional, a hipótese deve servir como uma das bases para a definição da metodologia de pesquisa, visto que, ao longo de toda a pesquisa, o pesquisador deverá confirmá-la ou rejeitá-la no todo ou em parte.
 
Exemplo:
 
Tema: A deficiência na concepção e aplicação da TI - Tecnologia de Informação nas micro e pequenas empresas de manufatura brasileiras; perpetua a ineficiência e a baixa produtividade.
 
Problema: Esse segmento é pouco incentivado pelo BNDES.
 
Hipóteses:
(1) A falta de capital do BNDES deixa de lado as pequenas e médias empresas;
(2) A TI não está acessível ao segmento dado a política de crédito do BNDES;
(3) A ineficiência e a baixa produtividade advêm do baixo nível de investimento em TI pelas pequenas e médias empresas.
 
 
6.6. OBJETIVOS:
A definição dos Objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim. Estabelecer objetivos é definir as metas e resultados que se pretende conseguir. Os objetivos devem apresentar o que se pretende conhecer, ou medir, ou provar no decorrer da pesquisa, ou seja, as metas que se deseja alcançar.
Para facilitar a proposta do estudo, uma maneira fácil para definir objetivos é colocá-los começando com o verbo no infinitivo: esclarecer alguma coisa; definir um assunto; analisar um conceito; caracterizar algo, explicar alguma coisa etc. Observemque existem alguns verbos característicos para os tipos de objetivos, a saber:
 
6.6.1. Objetivo geral: Indicam a ação mais ampla e complexa. O objetivo geral deve descrever de modo claro e sucinto uma meta a ser atingida. Ele pode ser uma proposta que solucione um problema crítico, que você deseja resolver; ele ser claro de modo a explicar o que você realmente deseja obter com o estudo; normalmente ele pode propor a analise uma situação. Os verbos mais usuais para isso são: identificar, levantar, descobrir, caracterizar, descrever, traçar, analisar, explicar, etc.
 
Ex: (1) Conhecer quais os acidentes de trabalho que mais ocorrem na empresa de manufatura e como eles contribuem para estabelecer políticas de prevenção de acidentes.
       (2) Avaliar o processo de produção após a implantação de um programa de melhoria.
6.6.2. Objetivos específicos: Indicação das metas das etapas que levarão à realização dos objetivos gerais. Para o detalhamento do objetivo geral e desdobrá-lo em objetivos específicos, é necessário perceber que o geral é mais amplo, e podem ser subdivididos em partes que se denominam objetivos específicos.
Os objetivos específicos são partes do objetivo geral, porém são objetivos menores e menos complexos. Quando reunimos todos os objetivos específicos, devemos chegar ao objetivo geral da pesquisa. Os verbos mais usuais são: classificar, aplicar, distinguir, enumerar, exemplificar, selecionar, verificar, etc.
 
Ex: Para o objetivo geral (I) detalhamos os seguintes específicos:
1-       Enumerar quais os tipos de acidentes que mais ocorre na empresa;
2-       Observar onde ele ocorre (em que posto, em que função);
3-       Classificar as quais as possíveis causas desses acidentes;
4-       Observar se a carga de trabalho influencia na ocorrência de acidentes;
5-       Verificar a associação entre tipo de atividade e tipo de acidente.
 
Ex: Para o objetivo geral (II) detalhamos os seguintes específicos:
1-       Aplicar indicadores de qualidade no processo;
2-       Verificar os indicadores e suas potencialidades;
3-       Distinguir as técnicas de implantação do programa de melhoria.
 
 
6.7. JUSTIFICATIVAS:
A Justificativa de projeto de pesquisa é a argumentação dos motivos que levaram à decisão de empreender a pesquisa e abordar o tema em questão. No caso de trabalhos mais elaborados e outros níveis de exigência se faz necessário explicar como o tema escolhido pelo pesquisador e as Hipóteses levantadas são de suma importância, para a sociedade ou para alguns indivíduos, quando avaliadas e comprovadas. No Trabalho de Curso essa proposta pode ser descartada.
A justificativa deve se prender em aspectos de ordem teórica, com o cuidado de não se tentar justificar a Hipótese levantada, ou seja, tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A Justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, para isso entende-se que alguns itens se tornam de grande relevância para uma boa justificativa; a saber:
 
1-       Atualidade do tema: inserção do tema no contexto atual.
2-       A proposta sobre a importância ao assunto no contexto acadêmico.
3-       O Interesse do autor e suas expectativas com o tema.
4-       A relevância do tema e o vínculo do pesquisador com o tema.
5-       A pertinência do tema e sua contribuição para a formação do debate acadêmico.
 
6.8. METODOLOGIA:
A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a definição dos procedimentos técnicos e metodológicos da pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa e do instrumental utilizado. Os procedimentos metodológicos respondem: Como? Com quê? Onde?
A metodologia estabelece de forma detalhada e sequencial os métodos e técnicas científicas a serem executados para atingir os objetivos da pesquisa, sendo que para isso, deve atender aos critérios estabelecidos no tema, nos objetivos e hipóteses.
6.9. TIPOS DE PESQUISA
Qualitativa:As pesquisas qualitativas são exploratórias, ou seja, estimulam os entrevistados a pensarem livremente sobre algum tema, objeto ou conceito. Elas fazem emergir aspectos subjetivos e atingem motivações não explícitas, ou mesmo conscientes, de maneira espontânea. São usadas quando se busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a interpretação. Parte de questionamentos como: “Qual conceito novo de produto deveria ser criado em uma determinada categoria?” e “Qual é o melhor posicionamento de comunicação para esse produto?”, por exemplo.
Quantitativa: As pesquisas quantitativas são adequadas para apurar opiniões na pesquisa social quando se utiliza de instrumentos estruturados e outras técnicas estatísticas. Normalmente implica a construção de inquéritos por questionário e análises baseadas em modelos matemáticos para explicar a frequência da ocorrência de eventos, para explicar as conclusões em estudos observacionais e também para justificar a aleatoriedade e a incerteza na previsão de fenômenos futuros. Seu objetivo é mensurar e permitir o teste de hipóteses, já que os resultados são mais concretos e, consequentemente, menos passíveis de erros de interpretação.
Segundo Gil (2002), uma pesquisa, tendo em vista seus objetivos, pode ser classificado da seguinte forma:
a) Pesquisa exploratória: Esta pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.
b) Pesquisa descritiva: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos. Sua principal característica está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Normalmente utilizadas para descobrir a existência de associações entre variáveis, como, por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre o candidato e a escolaridade dos eleitores; ou para descrever características de grupos (idade, sexo, procedência etc.), como também a descrição de um processo numa organização, o estudo do nível de atendimento de entidades, levantamento de opiniões, atitudes e crenças de uma população, etc.
c) Pesquisa explicativa: A preocupação central é identificar os fatores que determinam; ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso, é o tipo mais complexo e delicado.
6.10. MÉTODOS DE PESQUISA
Segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em métodos de abordagem e métodos de procedimentos. Para Garcia (1998, p.44), o método representa um procedimento racional e ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamento da pesquisa (projeto).
6.10.1. MÉTODO DE ABORDAGEM CIENTÍFICO
Os métodos de abordagem referem-se ao plano geral do trabalho, a seus fundamentos lógicos e aos processos de raciocínio adotados, enquanto métodos de procedimentos relacionam-se com as etapas do trabalho. Dedutivo, Indutivo. Dialético, Hipotético.
6.10.2.  MÉTODOS DE PROCEDIMENTO
Os métodos de procedimentos se relacionam mais com as etapas de trabalho, referem às etapas mais concretas da investigação. O procedimento pressupõe uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular. Histórico, estatístico, documental, etnográfico.
6.10.3. UNIVERSO DA PESQUISA
O universo da pesquisa corresponde à amostra do universo global, isto é, em dada população, os sujeitos que serão efetivamente pesquisados. Universo é o conjunto de fenômenos, todos os fatos apresentando uma característicacomum, e população como um conjunto de números obtidos, medindo-se ou contando-se certos atributos dos fenômenos ou fatos que compõem um universo.
6.10.4. TÉCNICAS DE PESQUISA
Estabelecimento dos procedimentos técnicos para a busca de resultados. Pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, documentação indireta.
6.11.  FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Esta parte fundamenta a pesquisa, é a base de sustentação teórica, é a apresentação do embasamento teórico que fundamentará o trabalho. Também conhecida como revisão bibliográfica, revisão teórica, fundamentação bibliográfica, estado da arte, revisão de literatura, resenha bibliográfica, se constitui na principal força para identificar a linha teórica de discussão em que o trabalho se insere, obviamente detalhando as ideias e os autores necessários para dar consistência às indagações do trabalho. Nesta fase o pesquisador deverá responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto? Que aspectos já foram abordados? Quais as lacunas existentes na literatura? Pode ser uma revisão teórica, empírica ou histórica.
Na Fundamentação Teórica deve haver um afunilamento do assunto até o ponto específico que compõe o tema do trabalho. O pesquisador deve dar crédito com maior ênfase a estudos prévios, utilizando-os como base para iniciar uma discussão e contextualizando o tema central.
A fundamentação teórica é importantíssima porque favorecerá a definição do pano de fundo e contornos mais precisos da problemática a ser estudada. Ao escrever, o pesquisador deve ter em mente um balanço crítico da bibliografia relacionada com a pesquisa e diante disso fazer uma breve reflexão sobre os fundamentos teóricos. Neste sentido ele deve apresentar as principais teorias que se relacionam com o tema proposto.
 
6.12. CRONOGRAMA:
 
 
É a distribuição de tarefas e etapas que permitirão um aproveitamento racional e lógico da disponibilidade de tempo para a realização do trabalho.
 
	CRONOGRAMA DE ATIVIDADES – PROJETO DE PESQUISA – TC
	 
	FEV
	MAR
	ABR
	MAI
	JUN
	JUL
	AGO
	SET
	OUT
	NOV
	DEZ
	1.Tema
	XXXX
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	2-Obj/Met
	 
	XXXX
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	3.Leitura
	 
	 
	XXXX
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	4. Leitura
	 
	 
	 
	XXXX
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	5. Leitura
	 
	 
	 
	 
	XXXX
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	6. Dados
	 
	 
	 
	 
	 
	XXXX
	 
	 
	 
	 
	 
	7. Análise /Discussão
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	XXXX
	 
	 
	 
	 
	8. Análise
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	XXXXX
	 
	 
	 
	9. Redige
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	XXXXX
	XXXXX
	 
	Conclui
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	XXXXX
[1] Em 2008, Jacareacanga (PA), na divisa com o Amazonas e Mato Grosso, possuía o menor PIB per capita entre os 5.564 municípios do país (R$ 1 721,23) e tinha cerca de 60,0% da sua economia dependente da administração pública. Além disso, 60% do seu território eram áreas de preservação ambiental e terras indígenas. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1780&id_pagina=1>. Acesso em 24/02/2011.
Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi
MÓDULO VII - ASPECTOS PRÓPRIOS DE UM TRABALHO ACADÊMICO
TIPOS DE TRABALHOS ACADÊMICOS
 
1. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC):O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é uma atividade acadêmica obrigatória que consiste na sistematização, registro e apresentação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos, produzidos na área do Curso, como resultado do trabalho de pesquisa, investigação científica e extensão.
O TCC tem por finalidade estimular a curiosidade e o espírito questionador do acadêmico, fundamentais para o desenvolvimento da ciência. Leva o aluno a promover uma pesquisa de caráter monográfico ou um estudo exploratório, nomalmente, de abordagem qualitativa. A pesquisa permite ao aluno progredir quanto à abstração de textos diversos, a ponto de trabalhar sua capacidade de síntese e redação.
 
 
2. Monografia: A palavra monografia, derivada do grego “monos” (um) e “grapheim” (escrita), ou seja, a monografia deve ser entendida como tipo de trabalho acadêmico em que se escreve sobre apenas um tema, de forma bem delimitada, sistematizada e estudada exaustivamente. 
 
Em monografias de conclusão de curso, o tema e o enfoque deverão expressar conhecimento do assunto escolhido, bem como a afinidade do autor. Deve ser escrito com absoluta clareza, coesão e coerência, com, arguta observância das normas da ABNT, observando que a monografia seja simples, clara e objetiva, sem floreios literários e que mantenha a coerência e  consistência do tema estudado, exigindo o uso de metodologia específica que oriente a coleta de dados, bem como a elaboração do trabalho.
 
Estudos realizados por Tachizava e Mendes (1999), classificam a monografia de acordo com sua abordagem em três tipos:
 
a) Análise Teórica – São as monografias que desenvolvem estudo teórico, investigando e analisando conceitos em fontes referenciais ou documentais. Tais teorias poderão apoiar uma concepção ou serem utilizadas para negar determinado ponto de vista, ou seja, organização coerente de ideias, análise crítica ou comparativa.
 
b) Análise Teórico-empírica - além da abordagem teórica conceitual deverá haver uma pesquisa empírica (trabalho de campo). Análise interpretativa de dados primários, i.e., informações obtidas no estudo de campo, através de respostas a questionário e ou entrevista.
 
c) Estudo de Caso - Tipo de monografia que se apoia na análise da metodologia de ação de determinada organização. Portanto, deve-se retratar a situação encontrada e propor solução/mudança no contexto analisado. (TACHIZAVA E MENDES, 1999, pp. 30-50) Lembramos, porém, que os três tipos devem estar apoiados em uma análise teórica conceitual.
 
Consideramos que é relevante, serem observadas as seguintes orientações para elaboração da monografia:
 
INTRODUÇÃO
- Delimitação do tema
- Objetivo da Pesquisa
- Justificativa
- Metodologia 24
 
DESENVOLVIMENTO
- Conceitual – (se necessário pode incluir histórico)
- Descritivo
- Analítico
 
CONCLUSÃO
Não é um resumo do trabalho, mas exposição dos resultados da pesquisa, quais as conclusões obtidas com o estudo. Abertura de possibilidades para novos estudos.
 
 
3. Dissertação: É um trabalho monográfico apresentado como exigência para obtenção do grau de Mestre e é submetida à defesa pública e à avaliação de uma banca examinadora. Para tanto, é importante que a escolha do tema esteja pautada em um prévio conhecimento teórico sobre o assunto. "..a dissertação é um documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou a exposição de um estudo científico recapitulativo, de um tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações".(NBR, apud, Manual UNIRIO, 1998, p.10).
 
Destinada aos cursos de pós-graduação stricto sensu, define-se, sobretudo, por uma reflexão acerca de um determinado tema ou problema, a qual se materializa pela exposição de ideias de maneira ordenada e fundamentada. Assim, norteados por tais aspectos, podemos afirmar que a dissertação é fruto de um trabalho de pesquisa o mais complexo possível em relação ao tema escolhido. Para obter o grau de mestre, segundo Medeiros (2003, p. 249): [...] além da revisão de literatura, é preciso dominar o conhecimento do método de pesquisa e informar a metodologia utilizada na pesquisa. [...] Embora não haja preocupação em apresentar novidades quanto às descobertas, o pesquisador expõe novas formas de ver uma realidade já conhecida.
 
4. Tese:A tese representa o resultado de um trabalho experimental de um tema específico e bem delimitado. Deve ser elaborado a partir de uma investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. Visa à obtenção do título de Doutor ou Livre Docente. (Manual UNIRIO, op cit, p.10).

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