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Conceitos Fundamentais da moral,ética,direito e justiça

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A ÉTICA NA ANTIGA GRÉCIA
Historicamente, a idéia de Ética surgiu na antiga Grécia, por volta de 500 a 300 a.C, através das observações de Sócrates e seus Discípulos.
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Sócrates refletiu sobre a natureza do bem moral, na busca de um princípio absoluto de conduta.
Duas formulações mais conhecidas:
“Nada em excesso”
“Conhece-te a ti mesmo”
“Uma coisa posso afirmar e provar com palavras e atos: é que nos tornamos melhores se cremos que é nosso dever seguir em busca da verdade desconhecida.”
	 Sócrates
“Só sei que nada sei.”
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Colocava a busca da felicidade (Sumo BEM) como o centro das preocupações éticas.
O Homem só encontra a felicidade na prática das virtudes.
O ideal buscado pelo homem virtuoso é a imitação de Deus: aderir ao divino.
Virtudes:
Justiça 
ordena e harmoniza
Prudência ou sabedoria
 põe ordem em nossos pensamentos
Fortaleza ou valor 
 faz com que o prazer se subordine ao dever
Temperança 
 serenidade, autodomínio
Platão, discípulo de Sócrates,
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Aristóteles,
Discípulo de Platão,
Estudou as virtudes e os vícios, concluindo que existem vários bens em concreto para o homem. 
O homem, como um ser complexo, precisa de vários bens, tais como: Amizade, saúde, e até riqueza.
O homem tem seu ser no VIVER, no SENTIR e na RAZÃO.
Ele não pode apenas viver, mas viver racionalmente, com a razão.
O maior bem? A vida virtuosa.
A maior virtude: a inteligência.
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A ética grega fundou-se na busca da felicidade.
Para Aristóteles, o fim do homem é a felicidade, a que é necessária à virtude, e a esta é necessária a razão. 
A característica fundamental da moral aristotélica é, portanto, o racionalismo, visto ser a virtude ação consciente segundo a razão.
Se a virtude é uma atividade segundo a razão, mais precisamente é ela um hábito, um costume moral, adquire-se mediante a ação, a prática, o exercício e, uma vez adquirida, estabiliza-se, mecaniza-se; torna-se quase uma segunda natureza e, logo, torna-se de fácil execução - como o vício.
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ÉTICA E RELIGIÃO
A Religião trás em si uma mensagem ética profunda de liberdade, de amor, de fraternidade universal. 
Estabeleceu muitas regras de conduta, trazendo, sem dúvida, um grande progresso moral à humanidade. 
Na Idade Média, o pensamento ético passou a ser ligado à religião, à interpretação da bíblia e à teologia.
É T I C A N A 
I D A D E M É D I A
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Na Idade Moderna (1.600...) encontramos duas tendências:
A busca de uma ética racional pura – subjetividade humana;
Tentativa de unir a ética religiosa às reflexões filosóficas.
É T I C A N A I D A D E M O D E R N A
GRANDES PENSADORES MODERNOS:
Ludwig Feuerbach (1804-1872): tentou traduzir a verdade da religião num estudo filosófico ao alcance de todos os homens instruídos. Teve muitos seguidores.
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GRANDES PENSADORES MODERNOS:
Karl Marx - desenvolveu uma nova visão do mundo e da história humana, que veio substituir a da religião: a moral revolucionária.
A moral revolucionária foi muito influenciada pela tradição ética cristã.
O marxismo é uma grande tradição de preocupações éticas, onde persistem elementos do cristianismo.
“Os filósofos limitaram-se até agora a interpretar o mundo de diferentes modos; do que se trata é de o transformar .”
(Karl Marx)
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CONTEMPORANEAMENTE:
Temos as idéias de Immanuel Kant, através da teoria da Concepção racionalista: 
É da natureza humana que extraímos as formas corretas da ação moral. 
Uma ação moralmente boa é aquela que pode ser universalizável. 
Ex.: a tortura.
Sua teoria procura basear-se nas leis do pensamento e da vontade. 
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Ética Prática
é sempre uma resposta a problemas
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Ética Prática
Problemas que provocaram reflexões
Papel da Mulher/Feminismo
Usos e Abusos de Animais
Direitos das Crianças
Degradação do Ambiente
Guerra/Paz
Pesquisa em Seres Humanos
Direito à Saúde
Alocação de Recursos
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Mas, afinal, quais os critérios da moralidade?
Agir moralmente significa agir de acordo com a própria consciência.
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Quais, então, os ideais éticos?
Para os gregos: a busca do bem supremo (Platão) e da felicidade, através de uma vida virtuosa (Aristóteles).
Para os cristãos da idade média: o ideal ético é o da vida espiritual, de amor e fraternidade (Santo Agostinho).
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Quais, então, os ideais éticos?
Idade moderna (iluminismo e renascimento): ideal seria viver de acordo com a própria liberdade pessoal. Critério da moralidade é ser racional, autônomo, autodeterminado, agir segundo a razão e a liberdade (Kant).
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MORAL E DIREITO
Na gênese o Direito confundia-se com a Moral, chegando ao ponto desta ser utilizada como única fonte de produção das normas jurídicas.
Com a modernidade, o Direito passou a se distanciar da Moral, acompanhando as mudanças de valores e passando a proteger somente o que fosse essencial à paz, à segurança e ao convívio social.
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PRESSUPOSTOS
O legislador ao aprovar as leis utiliza-se da Moral, podendo a lei aprovada, sem prejuízo de sua efetivação, ser moralmente aceita ou não-aceita por todos ou por parte da sociedade, sendo que, na maioria das vezes, prevalece o padrão moral médio daqueles a quem a lei é dirigida. 
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O Direito e a Moral se relacionam, ora em sintonia um com o outro, ora em total dissonância, chegando ao ponto de se poder ter uma norma legal absolutamente imoral. 
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IMPORTANTE
LEIB SOIBELMAN , diz que os gregos não dispunham de um vocábulo próprio para designar o Direito, unindo Moral e Direito no conceito de “justo”. 
Afirma que os romanos também não fizeram uma separação nítida, embora Paulo tenha vislumbrado uma distinção, ao escrever que “nem tudo que é lícito é honesto”.
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 E acrescenta, com maestria, que o cristianismo reservou a Moral para Deus e o jurídico para o Estado quando proclama: “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. 
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DISTINÇÃO CLÁSSICA
THOMASIUS - 1705, disse que a Moral é de foro interno do indivíduo e o Direito é de foro externo; a Moral é norma de conduta individual, o Direito é norma de conduta social.
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CONTRAPONTO
Segundo NORBERTO BOBBIO Thomasius, na realidade, não fez uma bipartição entre Direito e Moral, e sim, uma tripartição, distinguindo todas as regras da conduta humana em três categorias, segundo se refiram ao honestum, ao justum ou ao decorum.
Dentro do direito os elementos do justum; a Moral com as normas da esfera do honestum, ficando a política com as normas que fazem referência ao decorum.
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ILUSTRAÇÃO
 para o honestum temos a máxima: 
faz por ti mesmo o que queres que os outros façam por si mesmo; 
para o decorum a máxima é:
faz aos outros o queres que os outros façam a ti; 
para o justum: 
não faz aos outros o que não queres que os outros façam a ti.
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LOGO ...
De acordo com esse entendimento, o Direito regula as ações externas,
enquanto a Moral regula as ações que têm como destinatário o próprio emitente. 
Dessa forma, a exterioridade da ação é que determinaria a distinção entre o Direito e a Moral.
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IMPORTANTE
Para CARLOS MAXIMILIANO, a órbita do Direito e a da Moral são concêntricas, sendo que o raio desta última é o mais longo.
Todavia, tudo o que os textos exigem ou protegem está de acordo com o senso Moral médio da coletividade. 
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Afirma ainda, de forma categórica, que não pode haver Direito contra a Moral, embora nem todos os ditames desta encontrem sanção nos códigos.
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NOVO CONTRAPONTO
KELSEN critica a afirmação de que o Direito prescreve uma conduta externa e a Moral uma conduta interna. 
Para ele, as normas das duas ordens determinam as espécies de conduta e como exemplo diz que a virtude moral da coragem não consiste apenas num estado de alma onde predomina a ausência de medo, mas também numa conduta exterior condicionada por aquele estado
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Quando uma ordem jurídica proíbe o homicídio, proíbe não apenas a morte de um homem causada
pela conduta exterior de outro homem, mas também uma conduta interna, ou seja, a intenção de produzir tal resultado.
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MIGUEL REALE
Segundo MIGUEL REALE , o grande mérito de Thomasius foi ter reconhecido que o Direito pode estar unido à coação, mas que não está necessariamente unido a ela. 
Thomasius viu que o Direito não se realiza sempre pela força, porquanto é necessário admitir-se a sua realização espontânea, graças a motivos ditados pelos interesses dos obrigados.
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A coação sobrevém quando falha o cumprimento espontâneo; o recurso à força é uma segunda instância, um elemento extrínseco ou exterior à norma Jurídica, e não um de seus ingredientes essenciais. Assim, a coação é um elemento virtual do Direito, podendo existir ou não.
A Moral não admite a possibilidade da interferência da força, pois “um ato moral, realizado por astúcia ou força, não é ato moral no sentido autêntico da palavra”.
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KANT
Kant apresentou como critérios diferenciadores entre Direito e Moral a autonomia e a heteronomia. A autonomia indica a exigência, no plano moral, de uma adequação ou de uma conformidade absoluta entre a regra e a vontade pura do sujeito obrigado.
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 A moralidade, sendo autônoma, não precisa se conformar com nada além da vontade pura do agente. O Direito, por sua vez, é heterônomo. Para a sua manifestação não se exige que a pessoa queira internamente realizar ou abster-se de um ato, basta que aja de conformidade exterior à norma.
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INTERESSANTE
 É bom alertar que o Direito não consegue se abstrair totalmente da Moral, e que os dois permanecem sempre em contato. No Direito Penal temos referências explícitas a termos estritamente morais como: dolo, culpa, vida pregressa etc. No Direito Civil também encontramos referências à Moral, veja como exemplo a previsão de anulação dos contratos jurídicos maculados por erros de vontade. 
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Para ele o Direito são conjuntos de comandos provenientes de uma sociedade política e independente. Política, por indicar ser composta por um número relevante de pessoas sujeitas a um superior comum; independente, por indicar que é autônoma e soberana. 
a existência da lei è uma coisa; seu mérito ou demérito é outra. Significa que a lei não é necessariamente boa, correta e justa e que a lei é moralmente falível.
AUSTIN
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AINDA SEGUNDO AUSTIN ...
Por ser posta por um sujeito humano que não possui qualidade de soberano para outro ou para outros sujeitos humanos, a Moral não prevê a aplicação de sanção em caso da sua não observância.
Austin conclui a distinção entre norma jurídica e norma Moral dizendo que o Direito é um “comando soberano” enquanto que a Moral é constituída de “comandos humanos”.
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O fenômeno jurídico depende das relações sociais para o seu surgimento. Com o intuito de demonstrar a certeza dessa afirmação, a doutrina se vale da ilustração literária alusiva à história de Robson Crusoé, quando enfatiza que o náufrago não experimenta a base fenômeno jurídico enquanto se encontra sozinho naquela ilha desabitada. 
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Essa alusão busca ilustrar a idéia de que a relação social (intersubjetiva) é pressuposto necessário para a ocorrência dos diversos fenômenos sociais, tais como a religião, a etiqueta, a política, a moral, o direito, entre outros.
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Havendo relações entre pessoas, surge o evento jurídico como uma das expressões sociais mais evidentes. A política, a economia, a cultura, a religião, florescem como eventos decorrentes do fato social, inclusive estabelecendo normas de conduta. Entretanto, ao direito interessa a investigação da norma social qualificada, ou seja, a norma jurídica.
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“ Teu dever é lutar pelo direito, mas no dia em que encontrares o direito em conflito com a Justiça, luta pela Justiça”
Eduardo Couture em Mandamento dos Advogados
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Justo é aquilo que é adequado, correto. A idéia de Justiça, então, poderá ser definida como a reunião de valores éticos e morais, que atribui, a cada um, de forma igualitária, a cada um o que lhe pertence.
Há na doutrina uma discussão a cerca do caráter absoluto ou relativo da palavra Justiça.
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Na acepção relativa, a palavra Justiça possuiria significação ampla, e que poderia divergir de tempos em tempos, pois o que estaria correto e adequado no presente poderia se alterar no futuro e vice versa. 
Por isso, atentam aqueles que concordam com esse posicionamento, que a colocação dessa palavra no corpo dos textos jurídicos, poderá causar distorções, pois não haverá um comando totalmente definido. 
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A concepção de Justiça, então, seria relativa, por ser extremamente subjetiva. 
Por isso, atentam aqueles que concordam com esse posicionamento, que a colocação dessa palavra no corpo dos textos jurídicos, poderá causar distorções, pois não haverá um comando totalmente definido. A concepção de Justiça, então, seria relativa, por ser extremamente subjetiva. 
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1. Critérios Formais:
1.1 Igualdade – tratamento igual para situações iguais
1.2 Proporcionalidade – aquinhoar desigualmente aos desiguais na medida em que se desigualam
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2. Critérios Materiais:
2.1 Mérito – valor individual, qualidade intrínseca da pessoa.
2.2 Capacidade – obras realizadas, trabalho produzido – (salário a ser pago / exames e concursos/imposto de renda)
2.3 Necessidade – A cada um segundo suas
necessidades. Necessidades vitais
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1. Justiça distributiva
– Estado (agente) compete a repartição
dos bens e dos encargos aos membros
da sociedade (ex. Ensino gratuito)
2.Justiça Comutativa
– Relações de troca entre particulares. Critério da igualdade quantitativa 
(ex. compra e venda).
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3. Justiça Geral
– Contribuição dos membros da comunidade para o bem comum (pagamento imposto, serviço militar)
4. Justiça social
– Proteção dos mais pobres
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A norma jurídica, como já visto anteriormente, é a descrição de uma conduta geral e abstrata, e, por isso, pode não se vincular diretamente a determinado caso concreto, haja vista que os acontecimentos sociais são muito mais complexos.
Dessa forma, pode-se dizer que, em alguns casos, a norma deverá ser adaptada ao caso concreto, para vislumbrar as particularidades trazidas em cada caso. À essa adaptação dá-se o nome de eqüidade. 
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Assim, a eqüidade é a possibilidade do aplicador do Direito de moldar a norma no intuito de que essa seja sensível às peculiaridades de cada situação trazida pela realidade, e dessa forma, possa ser mais justa. 
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Pode-se dizer que leis injustas são contrárias à Justiça, ou seja, contrárias ao objetivo maior do Direito que, conforme já dito, é dar a cada um o que lhe pertence. Por alguma distorção, a norma se torna inútil na função a que se destina, ocorrendo uma injustiça. 
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Pode ser que essa distorção se dê de três maneiras: por destinação, quando a intenção do legislador é exatamente a de se criar uma norma injusta, causais, que se dão em virtude de incompetência política, que produz leis que desviam de sua finalidade e eventuais, quando, diante do caso concreto, a norma poderá se tornar injusta. 
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