Buscar

questão do texto texto Capelato M.H.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Utilizando como base o texto Capelato M.H. Estado Novo: nova História, disserte sobre as razões que levaram os historiadores a se debruçar sobre essa fase da historia do Brasil. Explore temas relacionados ao estado novo e os resultados mais significativos das pesquisas realizadas sobre o assunto a partir de 1980.
Em seu texto Estado Novo: nova História Capelato analisa o populismo. Segundo a autora este foi um tema amplamente analisado por historiadores brasileiros, especial interesse foi demonstrado pelo estudo do varguismo, sobretudo no período dos anos 30 e Estado Novo.
As analises sobre a época se valem de conceitos diversos para definir a natureza do regime: populista, bonapartista, autoritário, fascista, totalitário.
Os estudos sobre o populismo brasileiro elaborados até a década de 70 tendiam a enfocar o processo histórico mais geral, tendo como base a revolução de 30 como marco inicial e a revolução de 64 como marco final, sendo assim ficavam de fora diversas conjunturas que permitiriam explicar de forma mais aprofundada questões especificas sobre cada momento desse processo, interpretado como um modelo econômico e político particular que tipifica uma etapa do capitalismo brasileiro.
A nova historiografia propõe um caminho inverso: privilegiar as particularidades nacionais e os recortes mais específicos. Nesse contexto, o varguismo ganhou destaque na produção historiográfica brasileira,com atenção voltada, sobretudo,para a fase de 1930-1945; o estado novo ai se coloca como tema de especial interesse,principalmente para os que se dedicam ao estudo dos aspectos políticos e culturais dessa experiência.
Devemos levar em conta o contexto interno e externo que motivaram a proliferação de estudos no campo da história política. Esta se impôs nas ultimas décadas, como uma reação, não só a ênfase no estrutural enquanto definidor do processo histórico, mas também aos enfoques deterministas que não levavam devidamente em conta a liberdade de escolha e de ação dos sujeitos na história. 
Capelato afirma ser impossível compreender os avanços dos estudos políticos no Brasil tanto sem uma remissão aos debates interdisciplinares travados no nível internacional, quanto sem uma clara referencia ao impacto dramático trazido pelo reestabelecimento do autoritarismo e da aberta repressão política, particularmente desde fins da década de 60.Não é por tanto casual que nos anos 70 tenha surgido uma literatura voltada para compreensão do fenômeno do autoritarismo e das causas do golpe de 1964.
Nesse contexto houve um significativo retorno ao pré-1964, orientado pela busca das raízes mais profundas do autoritarismo brasileiro. Esta realidade levou os estudiosos da sociedade brasileira a se indagar sobre a constituição e natureza do autoritarismo no passado mais recente e no delonga duração, e a de dar destaque ao novo estado. Pois este Estado Novo produziu ideologicamente sua própria significação ao emitir um discurso que procura apagar o espaço social, despolitiza-lo, ao tentar representar este espaço em suas leis e fazer desta representação e significado de seu tempo. 
No decorrer do texto Capelato procura mostrar como os novos estudos sobre o estado novo permitem repensar a natureza do regime, refletir sobre aspectos da política e cultura do período, não abordados pelos estudos anteriores, e apontar as especificidades dessas experiências em relação aos modelos externos. A autora toma como exemplo aspectos da propaganda política relacionadas aos meios de comunicação e a cultura para mostrar que, mesmo neste terreno, onde o influxo externo foi forte, os resultados brasileiros foram particulares, deixando evidente os limites do controle do estado.
A política varguista, embora tenha inovado em muitos aspectos, em outros deu continuidade a procedimentos arraigados na tradição política brasileira, como é o caso da pratica de valorização das elites e exclusão das massas, que explica a limitada preocupação em mobiliza-las para uma atuação mais próxima do poder.
Estas constatações corroboram a ideia de que o conceito de totalitarismo é inadequado a caracterização do estado novo. Capelato resalta que o governo descartou os projetos mais radicais de uso intenso dos meios de comunicação para fins de propaganda política.
A política cultural do regime, embora tenha se inspirado nas experiências nazi-facista, distanciou-se delas em muitos aspectos: enquanto na Alemanha e na Itália houve um grande esforço para se organizar uma cultura de consenso através da conquista de uma solida base de apoio envolvendo diferentes setores sociais populares, especialmente, no Brasil o governo preocupou-se em estruturar uma política de consenso que envolvia, prioritariamente, os setores da elite, onde foi buscar a legitimação do regime.
Capelato mostra que os novos estudos sobre o período na esfera da propaganda política e política-cultural, são identificáveis traços de concepções totalitárias na construção dos imaginários sociais, traços que associados a concepções e condutas autoritárias oriundas de um passado mais distante, serviram de referencia para a elaboração de novas formas de controle social nos anos 30. A persistência, por sua vez, de componentes da cultura política introduzida pelo varguismo dificulta a consolidação de praticas democráticas na sociedade atual. 
Por essa razão, a preocupação dos estudiosos em revisar o estado novo, alem de enriquecer a historiografia brasileira, permitindo que se compreendam melhor aspectos da política de massas pouco explorado pelas analises aneriores,possibilita uma reflexão apurada sobre o presente,abrindo perspectivas para discussão sobre o significado da permanência do passado e mudanças possíveis no campo da cultura política, que engloba todas as questões trazidas a baila nesse contexto.

Outros materiais