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Iniciação ao slackline

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Iniciação ao slackline: uma proposta de ensino
Iniciación al slackline: una propuesta de enseñanza
Introduction to slackline: a proposal for teaching
	
	 
	Grupo de Estudos de Esporte de Aventura Escolar
Universidade Nove de Julho – São Paulo
(Brasil)
	Almir Aguiar dos Santos Silva
Jonas de Jesus Carvalho Poli
Dimitri Wuo Pereira
dimitri@rumoaventura.com.br
	 
 
	 
	 
Resumo
          Esse trabalho foi elaborado para auxiliar o professor de Educação Física que queira aplicar a modalidade do Slackline em suas aulas. Essa pesquisa tem como objetivo mostrar procedimentos metodológicos de ensino, facilitando a aprendizagem e evolução dos alunos na prática do Slackline. O método de pesquisa foi o relato de experiência, através do Sistema de Conversação com os próprios pesquisadores de uma Universidade de São Paulo procurando em suas dificuldades formas de ensinar. Os resultados apresentam o Slackline como conteúdo possível nas aulas de Educação Física escolar, sendo criadas estratégias de ensino que permitam a diversão, aprendizagem, o domínio do equilíbrio, num ambiente de desafio e cooperação entre os participantes. A estrutura didática sugerida é uma forma de se criar um ponto de partida aos professores, permitindo novas recriações.
          Unitermos: Slackline. Aprendizagem. Educação Física.
 
Resumen
          Este trabajo ha sido elaborado para ayudar al profesor de Educación Física que quiere aplicar el Slackline en sus clases. Esta investigación tiene como objetivo mostrar los procedimientos metodológicos de la enseñanza, facilitando el aprendizaje y el desarrollo de los estudiantes en la práctica de Slackline. El método de investigación fue el relato de experiencia a través de sistema de conversación con los propios investigadores buscando en sus dificultades las formas de enseñar. Los resultados muestran el contenido Slackline como posible en las clases de educación física escolar, y se crearon estrategias de enseñanza que permitan la diversión, el aprendizaje, el dominio del equilibrio en un ambiente de desafío y la cooperación entre los participantes. La estructura didáctica sugerida es una forma de crear un punto de partida para los profesores, lo que permite nuevas producciones.
          Palabras clave: Slackline. Aprendizaje. Educación Física.
 
Abstract
          This work has been prepared to assist the Physical Education teacher who wants to apply the mode Slackline in their classes. This research aims to show the methodological procedures of teaching, facilitating learning and development of students in the practice of Slackline. The research method was reporting experience, through the System Conversation with the researchers themselves trying in their difficulties how to teach. The results show the Slackline content as possible in school physical education classes, and created teaching strategies that enable fun, learning, mastery of balance in an environment of challenge and cooperation among participants. The pedagogical structure suggested teaching is a way to create a starting point for teachers, allowing new recreations.
          Keywords: Slackline. Learning. Physical Education.
 
	 
	
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 184, Septiembre de 2013. http://www.efdeportes.com/
	
1 / 1 
Introdução
    A Educação Física escolar apesar de ser um contraponto a imobilidade do processo educacional, que sentencia os alunos as suas classes e carteiras, não consegue atrair e incentivar os alunos a uma participação efetiva e prazerosa. Souza e Freire (2008) além de apontarem esse desinteresse, ainda esclarecem que a falta de significado, o conteúdo distante da realidade do aluno, a falta de relação dos mesmos com o cotidiano, a repetição de atividades, o excesso de modalidades coletivas em detrimento de outras práticas e a valorização dos mais habilidosos são os motivos para esse afastamento dos alunos das aulas.
    Nos últimos anos a Educação Física obteve nas atividades motoras de risco controlado uma aliada ao processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos da cultura corporal. Vários trabalhos mostram o potencial de motivação e criação, que os Esportes Radicais proporcionam aos professores de Educação Física escolar, para transformar aulas dantes repetitivas e monótonas, em ambientes privilegiados de interação entre os alunos, e de possibilidades de articulação de conhecimentos (PEREIRA e ARMBRUST, 2010; PEREIRA e BEZERRA, 2012).
    Compreender esses conteúdos e saber como aplicá-los de forma educativa é uma possibilidade de contextualizar as experiências corporais de movimento na escola, e se possível promover a prática da atividade física entre a população, que saberia as vantagens de se fazer exercício para a saúde, para a diversão e para a aquisição de conhecimento.
    Nesse contexto, não basta apenas fazer é preciso que os conteúdos perpassem as dimensões das atitudes, procedimentos e conceitos como explicam Rosseto Junior, Costa e D’Angelo (2008).
Conteúdos atitudinais
Valores – Princípios éticos e ideais que permitem emitir um juízo sobre as condutas e seu sentido. Exemplo: Verdade, Liberdade, justiça e paz;
Atitudes – Refletir a coerência entre o comportamento e o discurso, expressam os valores e a posição do em diferentes contextos. Exemplo: Cooperação, solidariedade, respeito e honestidade;
Normas – Padrão ou regras de comportamentos construídos socialmente para organizar determinadas situações. Exemplo: Regras dos jogos e do estabelecimento, estatuto do centro educacional e normas de convivência.
Conteúdos procedimentais
Saber fazer – envolve tomar decisões e realizar uma série de ações, de forma ordenada e não aleatória, para atingir uma meta. São capacidades e habilidades produtivas, relacionadas à realização, expressar por verbos que indicam ações, como correr, saltar, arremessar, dialogar, selecionar, pesquisar, elaborar tabelas e regulamentos etc.
Conteúdos conceituais
Conceitos e princípios que se prestam a generalizações, deduções, informações e sistematizações relativas ao ambiente sociocultural. Exemplos: Sistemas táticos, princípios do treinamento, definições das capacidades físicas, classificações dos nutrientes e hidratação. Os fatos são relativos aos nomes, às datas e aos eventos socialmente considerados relevantes como conteúdos de aprendizagem. Exemplo: nomes dos fundamentos esportivos, datas e fatos históricos esportivos.
    Nos Esportes Radicais, o Slackline foi a atividade escolhida como proposta de ensino. Para Poli e col. (2012) ele é praticado em parques, praças, acampamentos, praias, entre outros ambientes, atraindo o interesse das pessoas, pela liberdade que o meio e o movimento oferecem.
    O Slackline tem atraído a atenção das pessoas nesse início de século, seu surgimento exato é impreciso, pela falta de registros rigorosos, porém acredita-se que a corda bamba do circo é a ideia básica para a criação dessa modalidade. Nunes (2006) afirma que em Colorado Springs (EUA) no ano de 1907 Ivy Baldwin atravessou num cabo de aço duas torres de arenito com 200 metros de distância a mais de 180 metros de altura.
    Segundo Cardozo e da Costa Neto (2010) o Slackline surgiu nos anos 1980 com os escaladores que esticavam fitas de escalada entre árvores nos momentos de descanso das ascensões. Os mesmos autores também afirmam que os escaladores Adam Grosowsky e Jeff Ellington na Califórnia em 1983 ancoravam suas fitas horizontalmente e que em 1985, Scott Balcom realizou uma travessia nas alturas do que se tornou a famosa linha de Slackline.
    Atualmente, os praticantes usam fitas de poliéster com carga de ruptura de cerca de duas toneladas, e uma catraca para regular a tensão, esse equipamento é utilizado por caminhoneiros para fixar cargas na carroceria, ou por grupos circenses para esticar lonas de circo, o que facilita o acesso, e a popularização da modalidade (PEREIRA e MASCHIÃO, 2012).
    Pereira e col. (2011) apontam que são escassos os estudos sobre o Slacklinee que essa atividade pode ser uma estratégia importante para a melhora do desempenho de modalidades que necessitem a capacidade de equilíbrio, pois quanto mais se pratica, maior o controle corporal, além do desafio de atravessar a linha aumentar a motivação do executante.
    Segundo Silva (2012) o Slackline é praticado atualmente nas versões trickline (manobras), highline (altura), waterline (sobre a água), longline (longa distância).
    Para Magill (1984) a motivação pode ser definida como as causas que afetam o início, a manutenção e a intensidade de comportamento. O comportamento humano é movido por necessidades, interesses e estímulos vindos do meio ambiente. Uma pessoa motivada a realizar certa atividade poderá ter mudanças na compreensão da aprendizagem e de seu desempenho nas habilidades motoras.
    Todos os motivos são considerados como estados internos, mas também são frequentemente despertados por estímulos externos. O ideal seria que toda a criança estivesse motivada internamente a praticar alguma atividade, não necessitando de recompensas para praticar. Percebe-se ainda que vários motivos levem as pessoas à prática de certas atividades motoras, entre eles: a busca do prazer, da diversão, a melhoria da saúde, a aprendizagem, manter-se em forma, a afiliação e o alcance de níveis mais altos de desempenho (BERLEZE, 2002).
Objetivo
    O objetivo dessa pesquisa é apresentar uma forma de se aplicar o Slackline na escola, a partir de procedimentos didáticos que permitam uma aprendizagem autônoma.
Método
    O método de pesquisa escolhido foi o relato de experiência que se justifica pela novidade do tema abordado, e pela pouca literatura científica a cerca do tema. Os pesquisadores analisaram a prática do Slacklineprocurando descrever a partir de suas dificuldades como seriam as melhores formas de se equilibrar e se locomover sobre a fita. O Sistema de Conversação proposto por Gonzalez Rey (2005) foi o instrumento usado para verificar as hipóteses que surgiam as vivências no slackline.
    O local da pesquisa foi uma Universidade de São Paulo. A duração da pesquisa foi de cinco encontros com os sete pesquisadores, que montavam a fita de Slackline e durante duas horas praticavam e conversavam sobre a aplicação do Slackline na escola buscando um método de ensino. As conversas foram descritas em diário de campo a fim de proporcionar lembranças para as sessões seguintes e informações para a elaboração de relatórios.
    A teoria que fundamenta esse estudo é baseada no trabalho de Toledo, Velardi e Nista-Piccolo (2009) e aprofundado por Pereira e Armbrust (2010) para o ensino dos Esportes Radicais. As autoras propõem três momentos didáticos para ensinar em Educação Física, são eles: A Experimentação, na qual o aluno toma contato com o novo objeto de aprendizagem e o explora de forma mais livre; A Solução de problemas, em que o professor sugere problemas a serem resolvidos corporalmente pelos alunos; E por último a Direção, momento em que o professor propõe atividades que a livre exploração e a descoberta guiada não foram capazes de fornecer ao aluno e são consideradas importantes pelo professor para a aprendizagem.
    A proposta metodológica que se seguiu nesse estudo baseia-se nesses princípios e foram seguidas nessa ordem, a fim de permitir uma aprendizagem que pudesse ser reproduzida futuramente em aulas de Educação Física.
Resultados
1ª sessão – No primeiro encontro, a experimentação foi usada como a única estratégia. O grupo teve oportunidade de praticar livremente o Slackline e ao final discutiu-se sobre as dificuldades e pensando em soluções de aprendizagem para a sessão seguinte. Os principais aspectos levantados foram a dificuldade de se manter estável na fita, de se locomover nela e o medo de cair como bloqueador da experiência. A partir de então, algumas sugestões foram colocadas para serem testadas no encontro seguinte: o auxílio de um colega segurando a mão de quem estava na fita; realizar o exercício descalço; utilizar um banco sueco; uma corda no chão para andar sobre ela; realizar exercícios de equilíbrio fora da fita; variar as atividades também foi colocado pelo grupo como proposta de aprendizagem.
2ª sessão – O grupo começou livremente mais uma vez para verificar se a experiência anterior havia dado algum resultado. Ficou evidente que uma única sessão não era capaz de gerar aprendizagem imediata. As sugestões dadas no dia anterior foram aplicadas, iniciou-se um momento didático de solução de problemas. Cada um deveria realizar os exercícios sugeridos e ao final retomar livremente a prática para observar melhoras em sua execução. Descobriu-se que o exercício seria útil caso praticado durante período mais prolongado, mas que deveria proporcionar estímulo específico, isto é: o apoio do colega deveria permitir que as mãos de quem executa esteja na altura dos próprios ombros, para que os braços fiquem em abdução; realizar descalço é muito bom, mas é preciso apoiar os pés frontalmente na fita usando toda a superfície da planta do pé; realizar exercícios em outros materiais também é uma solução interessante, mas que deve proporcionar dificuldade extra, como por exemplo, equilibrar-se sobre um dos pés apenas, tocar uma das mãos no chão sem perder o equilíbrio, andar de olhos fechados, entre outros, porque quando se executa os movimentos em ambiente mais estável diminui-se a dificuldade; finalmente observou-se que a variação de atividades melhora a variabilidade de prática.
3ª sessão – Novamente iniciou-se livremente a prática, seguida de uma conversa sobre aspectos de dificuldade e de possíveis estratégias de ensino. Percebeu-se que a prática livre pode gerar aprendizagem, mas que a ausência do professor enquanto mediador pode gerar desinteresse de quem tem mais dificuldade, e que o momento de solução de problemas é interessante para encontrar respostas novas para os problemas pelos próprios aprendizes, diminuindo a quantidade de repetição. Na sequência, o momento de solução de problemas foi acionado e os diversos exercícios foram praticados. Verificou-se que a postura do praticante é essencial para o controle da estabilidade. Locomover-se com os joelhos semi-flexionados, mantendo a coluna ereta, o abdômen contraído, os ombros alinhados, o queixo levantado e o olhar fixo num ponto único como o final da fita, são formas de atingir o objetivo com mais facilidade. Todos praticaram e novamente outros exercícios foram criados, esses movimentos deveriam ser realizados no chão e depois na fita: com os pés posicionados um em frente ao outro flexionar os joelhos até tocar o chão, e seguir alternando a perna da frente; atividades com e sem deslocamento são importantes, portanto manter-se parado sobre um dos pés e andar sobre a fita é interessante; andar de costas é outra possibilidade; ficar na ponta dos pés para aprender a apoiar o peso e estabilizar a fita é mais uma atividade que foi sugerida. Esses problemas motores devem ser proporcionados para que sua solução aumente controle sobre o corpo na fita.
4ª sessão – A prática livre sempre fez parte do início dos treinos, pois permitia a auto avaliação da aprendizagem, e o início das discussões. Os problemas motores sugeridos foram novamente testados e executados e algumas observações foram tiradas: o apoio de uma pessoa de cada lado para auxiliar no equilíbrio é ainda mais eficiente, pois é possível oferecer a mão como apoio, e o praticante utiliza se sentir necessidade, podendo controlar melhor o próprio movimento; colocar um banco no início do Slackline e começar a movimentação a partir dele facilita o posicionamento do corpo, porque o corpo parte de uma situação muito próxima a que deverá permanecer durante a execução; subir na fita, a partir do chão, pode proporcionar duas situações diferentes de estabilização, a primeira é com o pé posicionado estender o corpo para cima da fita levando a perna contrária para frente, procurando a posição de equilíbrio, ou então, a partir do mesmo movimento colocar a perna que estava no chãoatrás de perna que estava na fita, nas duas situações encontrar o ponto de equilíbrio é a meta, porém em cada uma o centro de gravidade desloca-se para o sentido oposto a outra.
5ª sessão – A experimentação livre e a solução de problemas criados pelos próprios praticantes foram atividades iniciais. Nesse encontro o professor orientador do grupo de pesquisadores trouxe informações técnicas para serem discutidas pelo grupo e serem pensadas como o último momento didático, isto é, a direção da atividade foi usada com base na fundamentação teórica sobre o equilíbrio. Segundo Polli e col. (2012) o medo interfere na prática do Slackline, portanto a correta fixação da fita, com a manutenção da tensão adequada, a colocação numa altura que não supere os 50 centímetros e o uso de colchões para o caso de quedas deve ser observado na iniciação, algumas vezes, nos treinamentos propostos essas observações não haviam sido seguidas podendo dificultar a aprendizagem. Ferreira e Euflasino (2012) afirmam que o Slackline aumenta a resistência muscular, o ritmo, e a consciência corporal, pelas sucessivas contrações isométricas exigidas na prática, portanto modalidades como yoga, ginástica artística, dança, escalada podem servir transferindo aprendizagem de uma para a outra. Pereira e col. (2011) apresentam dados sobre a taxa de desenvolvimento de força dos flexores plantares dos pés, indicando que na aprendizagem a informação sobre o uso de toda a superfície dos pés na fita e a colocação de pressão da planta dos pés na fita pode melhorar a estabilização, esses dados vão de encontro com a supressão do reflexo de Hoffman encontrado também em estudo com praticantes de Slackline. O equilíbrio é a habilidade de adquirir e controlar as posturas necessárias para alcançar um objetivo, isso significa manter o centro de gravidade sobre a base de apoio, esse sistema está em constante articulação com o ambiente sensorial presente, assim sendo, a concentração deve ser estimulada nessa prática para que se possa sentir o corpo e responder com ações motoras adequadas ao meio instável em que se encontra (NEWTON, 2004). Um estudo feito por Loth e col. (2008) demonstra que uma das tarefas mais importantes do sistema do controle postural humano é o equilíbrio do corpo sobre pequena base de apoio fornecida pelos pés, os resultados apontam correlação entre a variação da área de deslocamento do centro de gravidade e o centro de pressão, no Slackline o controle sobre o ponto de apoio dos pés na fita influencia fortemente a obtenção do equilíbrio, indicando que os deslocamentos devem ser próximos aos passos normais da pessoa no chão e com semelhança na forma de pisar da caminhada. Granacher e col. (2006 apud PORTELA, 2010) afirmam que a prática do Slackline favorece o ganho de força muscular devido à manutenção de flexão de joelhos com tensão muscular isométrica, isso significa que se deve tomar cuidado com possíveis lesões que a pessoa já possua para evitar lesões por esforço nessas regiões solicitadas. Todas essas informações auxiliaram o grupo na escolha de futuros exercícios e no correto fornecimento de feedback para aquele que está praticando em busca de superar-se sobre a fita.
Considerações finais
    Nesse epílogo propomos um plano de aula com cinco momentos didáticos, que podem servir de alicerce para novas interpretações e complementaridades pedagógicas dos leitores. Não se pretende que o plano sugerido seja seguido, mas que forneça elementos para a criação de possibilidades educacionais dos próprios professores a partir de suas realidades.
Sugestão didática
	Objetivo
	Conteúdo
	Avaliação
	Conhecer a modalidade.
	História da modalidade, através de vídeo sobre a prática. Apresentação do equipamento.
	Os alunos devem trazer uma pesquisa sobre o Slacklinepara complementar as informações obtidas
	Montar o Slackline.
	Fixação do Slackline pelo professor e pelos alunos.
	A montagem deve ser testada pelos alunos para que fique segura.
	Explorar o Slackline.
	Andar livremente sobre a fita em dupla ou trio com apoio e andar sem apoio.
	Os alunos podem sugerir melhor forma de andar na fita.
Cada aluno relata suas experiências contando suas dificuldades e os problemas que sentiram durante a prática.
	Equilibrar-se sobre diferentes objetos e superfícies.
	Andar na linha da quadra, no banco sueco, em cima de cordas, trave de equilíbrio ou materiais alternativos que simulem a fita. Vivenciar os exercícios individualmente.
	Alunos relatam sobre suas melhoras na execução do exercício e registram suas dificuldades no caderno para futuras interações e memorizações.
	Equilibrar-se em diferentes posições na fita e fora dela.
	Exercício de equilíbrio, os praticantes tem que equilibrar o corpo em uma das pernas em cima da linha da quadra por 20 segundos depois trocar a perna. Repetir com os olhos fechados.
Tentar subir na fita com uma das pernas e permanecer o tempo que aguentar se equilibrando na fita, depois realizar a mesma atividade com a outra perna.
	Um aluno deve avaliar o desempenho do colega buscando auxiliá-lo para melhoria da execução.
	Desenvolver jogos de equilíbrio.
 
	Brincadeira de pega-pega na linha da quadra.
Desafios dos gladiadores. (um de cada lado da fita tem que se equilibrar até que um caia).
Flexionar o joelho até tocar a fita com os dedos da mão. (Ganha quem fizer sem cair).
	Ao final da aula os alunos devem relatar seu interesse por atingir a meta de atravessar a fita e sua motivação pela aula
	Criar movimentos e posições novas na fita.
	Em trio explorar movimentos e criar novos desafios, depois os colegas devem tentar fazer a proposta de outros trios
	Filmagem da aula para verificar a cooperação dos alunos no processo de aprendizagem e a evolução da técnica dos mesmos.
	Sintetizar a técnica da movimentação no Slackline.
	O professor e os alunos falam da posição ideal para atravessar a fita. (Planta do pé total tocando a fita, joelho semi-flexionado, tronco ereto, braços voltados para cima, cotovelos afastados do troco, palma da mão para cima, olhar para horizonte fixando no fim da fita – posicionamento ideal).
	Conceitual – Através de conversa verificar o conhecimento dos alunos sobre o Slackline.
Atitudinal – Através dos relatos dos alunos analisar a motivação, cooperação, participação e o trabalho em equipe.
Procedimental – Medir a distancia que os alunos conseguem se deslocar na fita e verificar o tempo que o aluno consegue ficar em equilíbrio na fita.
    Segundo Silva (2012) algumas informações são importantes para o professor aplicar nas aulas de Slackline como: Equilibrar-se em estruturas rígidas e estreitas; praticar de forma livre; variar os movimentos; fazer pequenos jogos; trabalho coletivo entre os alunos; estimular novos desafios. As ideias do autor confirmam a validade da proposta metodológica sugerida acima.
    Concluímos com este pesquisa, que é possível os professores incluírem esta modalidade nas aulas de Educação Física Escolar, pois além de ser contemporânea, desafiadora e de baixo risco, ela pode proporcionar os benefícios necessários a inovação da disciplina de Educação Física, sem perder sua especificidade. Há poucos estudos sobre o Slackline sendo esse apenas uma contribuição para gerar novos pensamentos e ideias pedagógicas para os professores criarem.
Referências bibliográficas
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CARDOZO, E. M. S.; Da COSTA NETO, J. V. Os esportes de aventura da escola: o slackline. In: V CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura “Entre o urbano e a natureza: A inclusão na aventura”.Anais... São Bernardo do Campo – SP. 5 a 8 de julho de 2010.
FERREIRA. M. EUFLASINO, J. M. A história do slackline e os benefícios que ele proporciona. In: VII CBAA – Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura/ I CIAA “Tecnologias e Atividades de Aventura”.Anais... Rio Claro/SP – Brasil. 6 a 8 de julho de 2012 (p. 54).
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