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(4.24) 4.4Calibraçãode semáforos isolados pelo métodode Webster c: tempo de ciclo [s); O: a relação entreo verdeefetivo e o tempoeleciclo para a aproximação (ri =g/C); q: volume observadona aproximação [veic/s]; .1': nuxo de saturação[veic/(s.faixa)]; e x: grau elesaturação,ou seja, a relaçãoentreo volume observadoe a capacidadeda aproximação (x =q /() .1'). Para facilitar a utilização do método,Webster reescreveua Equação 4.23 como: B d=CA+~-D q e calculou e tabulou os valores elosparâmetrosA, B e D. Numa época em que praticamentenão existiam calculadoras e computadores, a aplicação do método tornava-semuito mais simples com o uso de valores tabulados. Webster procurou determinaro ciclo ótimo,ou seja, o valor de C para o qual o atrasototal numa interseçãoé minímo, diferenciando a expressãoque fornecia o somatório do atrasomédio nasaproximaçõesde um cruzamento. Para uma ampla gamade condições, Websterdeterminouque o atrasosofrido pelos veículos numa interseçãocontrolada por Um selnáforo é mínimo quando ()ciclo é calculado pela expressão 145 1,5 L +5C('=-----I - '\~(.'YL,=I ( (4.25) em que C,,: comprimento ótimo do ciclo [s]; L: tempo perdido tolal por ciclo [s1; ri: relação volumeJnuxo de saturaçãoparaa aproximação crítica paraa fasei;e 11: número de fases. Esse ciclo ótimo é aquele que fornece a maior razão entre volume e nuxo de saturação.Webstertambémconcluiu queo atrasototalnãovariamuito paratempos de ciclo no intervaloentre0,75 C" e 1,5C". O processoé,contudo, sensívelaerros nas estimativasdos nuxos de saturaçãoc dos volumes nas aproximações. Para um cruzamentocom duas fases,o tempo total de verdeefetivo gr é I( gr =C - /, =(' .- L li i.c I (4.26) 146----------------_._ ..._-------~------~_._-_._----~~-_.-. Capítulo4. Fluxos de veículos em Interseções em que C: tcmpo de ciclo [sI: L: tempopcrdidototal por ciclo [sl: li: tempopcrdido na fase i:e 11: número de fases. otempoperdido na fase i,1;, édado por: li = (1- I,,) -I- Pi cm que 1;: tcmpo perdido na r(lsci: I: entrcverdes,ou sej;),I" -I- I,: I,,: tempodc amarelo: I,: tempodc verluelh()gcr(ll: e fli: tempo perdido. (4.27) Como no Brasil quasc nunca se usa o vermclho gcral, o tcmpo dc entreverdesé, quasescrnpre,o tcmpodc amareloe 1; =fli _ (ls;lIldo-se o vermelhogeral, o tempo perdido na raseipassaa ser li = I, -f- Pi. Definindo-se a aproximaçiío crítica cm ,::adafase como a que tcm a maior rebçiío cntre o volume (a deluilnda)e o f1UX() de saturaçiio(a oferta), a distrihuição de tcmpo de verde para cada rasc é proporcional aos volumcs das aproximações críticas cm cada rase. Ou scja, o tempo de vcrdc efetivo da rasc i,gi pode scr calculado por: cm que r, g; = '\-"--T. g IL,-I I gi: tempode verdeefetivo para ;1 rasei [sj. (4.28) otempode hl/. verde paracada f,lsepode ser determinadopor em ljlle Gj: tcmpo de indicaçiío de verdeparaa fasei [s]; gi: tenlp()lk verdeefetivo paraa fase i[sl: 1;: tempo perdido na fasei [sI: e A;: tempodl' lu/. ;lnl<lrel:lnafasei Is]. (4.29) Os passosnecess;íriosparaa calihraçiío de um sinal com dllilS fases,scm faixas ou f<lSCScxclusiv<lspar<lconversiío,siío os seguintes: Capítulo4. Fluxos de veículos em Interseções----------_._--_._--_._,----_._-_.__ .~-- .._-----~--~._-_.._--~---_._--------- Estágio 1 2 Estágio 2 A.proximação I 2 ~ 4 1'0lume 1.200veic/h (í00veic/h ()OO veic/h ROO veic/h Fluxodesaturação :\.000veic/htv* 2.000veie/htv 3.000veic/htv 2.400veic/htv Fig. 4.7:Diagramadecst:ígins.volumese nuxosdesaturação Corno YI > Y3 e Y4 > Y2. asaproximaçõeserÍticassãoasaproximações1e4 e o somatóriodastaxasdeocupaçãocríticasdecadafaseé Y =YI +Y4 =0.733. O tempoperdidoemcadafaseé: li =(l - I{/) -I- Pi =(4 - 3) -I- 2 =3 s. Dessaforma.o tempoperdidoporciclo é {,=(í s.jiÍ quecxistcmduasfases. O dlculo do tempodeciclo ótimopodeserfeitousando-sea Equação4.25: 1.5.()'I 5 C~(/== ---- == 52.4 s. I -- 0.73.1 Adotando-seo tempodeciclo como55segundos.o tempodc verdeefetivototalé !?r =C - L =55- (í =49s. Pode-sedistrihuiressctempototaldeverdeefetivo entrcasduasfases(Eq. 4.2X): 0,4 2(í.7s;e gl --49 0.733IU33 22.3s. .1:2 ---/19 (J.733 Ou scj;).g, -= 27 segundose g2 -= 22 segundos.Os temposde luz verdepodem scrdc!erminadosusando-sea EqU:l<;i'íO·1.2l): 271.1-3 22+3-3 27segundosc 22 segundos. Fica par;)o leitorelahoraro diagramadc tcmposcorrespondente. 4.5 Sistemas de cruzamentos controlados por semáforos Num trecho no qll:ll os selllMoros estiio separadospor distâncias relativamente curtas. o padrão de saídas da fila de um sinal areta o processo de chegadas à fila do sinal seguinte, j;í que a distância entre os dois sinais é insuficiente para 4.4Calibraçãode semáforos isolados pelo métododeWebster----------------- -------------------------; !. Para cada aproximação,estabeleçao fluxo de saturaçãoSi. 2. Para cada aproximação, determineo volume elahora-pico, qi' 3. Para cada aproximação, calcule n relação q;1.1';. Para caela1l.1n,escolha o maior qi Is; entre os calculados paraas suas aproximações. Se os volumes forem dados por faixa de tráfego,o procedimentoéo mesmo. 4. Determine o tempoperdido paracada fase. 5. Determine o tempode duraçãoelociclo ótimo. 6. Calcule o tempo total de verdeefetivo e distribun essetempo entre as duas fases. 7. Construa uma tabela ou gráfico com os tempos de luz verde, amarela e vermelhaparacada fase,de acordo com as seguintesregras: (a) O tempomínimo de qualquer indicação eleverdeé 15 s, se não houver fluxo significativo de pedestres. (b) O tempo de ciclo deve ser ajustado para um múltiplo de 5 s (para C <90 s) ou 10s (para C > 90 S). (c) Todos os intervalosdevemser arrendondadospAraseremmúltiplos de um segundo. o Exemplo 4.4 a seguir ilustra a aplicação do métodode Webster. Exemplo 4.4 COlIsidere-se 11111cmZ(l/1I1'1I10.110l/llo/III"i'fI'IIr/e-SI' illsl%r 11111SClIlIí/ám rle tClIlllo/ixo, COIll r/lws/áscs. 1Il0stmr/as 110r/iagmlllll r/I' est!Ígios lIlostmr/o 1/0 Figllm 4,7. O tCIIlPO de a111(//'('/0 dCI'e ser iglla/ a 3 seglllldos c dc\'c cxistir 1I11l/leríodo de I segUI/do de I'crlllcl!To gemI. O tl'111/IOperdir/o 1'111(,(lIla o/Iroxilllo\'iio, 11;./IOr/C ser ('ollsir/emdo como selldo 2 scglllldos. Os l'O/III1lCS c OSf/IIXO,I' r/e sotllmçiio lias (fllatro opmximoçfies eslcio dados lia Figura 4.7. Faça a cali1Jmçao rIo scmlífill'O U,WIlr/O o lIlétor/o dc WcllstCl: Solução: COIllO o tempode amareloL( ~ segundose o tempode vermelhogeralé I segundo,()períododeentreverdesL( 4 segundos.As taxasdeocupação,ou seja, as relaçõesentreo volulllee o l1uxode satura~'ãoparacadaaproximação,podem sercalculadas: }'I 1.200jl.OOO =0,4 Y2 600/2.000 =lU Y1 l)()O/3.00() =lU r.1 ROO12AOO o.:rn Fig. 4.8: Diagramaespaço-tempoparalimaviademão lí1lica dCIJ jt"1 l C ][dBC TI·dAB lO~A Semáforos (4.30) 4.5Sistemasde cruzamentoscontrolados por semáforos uma completadissipaçãodo pelotão formado pelo fechamentoe aberturado sinal. Nesse caso, o conjunto de interseçõessemaforizadas deve ser tratado como um sistema. A otimização de sistemasde interseçõessemaforizadaséum assuntopor demais complexo para os objetivos destetexto;no entanto,os conceitos geraisde operaçãode semáforos sincronizados são relativamentesimples e ilustram bem a importância das redesde interseçõessemaforizadas. Observando-seuma via onde existemdois semáfo- ros não muito distantesUlll do outro, pode-se perceber que oscarrosquepartemdeum semáforotêmheadways praticamente iguais e movem-se num pelotão, que se desloca ao longo da via. Esse pelotão tende a desa- parecer à medida em que se afastado sinal. já que os veÍCulosde melhordesempenhoou conduzidos por JTlO- toristas mais agressivos têm velocidade maior. Se a distância entre os doissemáforos for pequena,o efei- to dessefenômeno é irre!evantee os carros chegamao segundosinal ainda formando um grupo compacto. IdealmenteO segundosemáforodeveriaseroperado de tal maneiraqueo tempode verdeefetivoestivessese iniciando no instanteem que o líder do pelotãoestiver chegandoao cruzamcnto, de tal forma que o progresso do pelotão não fosse interrompido ao longo da via. Desta forma, um carro trafe- gando pela via teoricamentenunca teria que parar apôs encontrarum sinal verde. Este processoé denominado "onda verde" ou, mais corretamente,de sislema pro- RI"essiv() de cool"dclIlIçiio dc sCll/{ífiJ/"Os. Um sistemaprogressivoéconseguidoatravésde"ofTsets",ou defasagens,entre o início do verde do primeiro sinal e o início do verde do lI-ésimo semáforo na via arterial. A. determinaçãodo o'Tsetde cada sem<Íforoé feita conhecendo-sea velocidade da correntede tráfegoe da distância que separaos dois sinais: IJi 1"1"1 = l,ó'l em que I"I"( ofTsetls]; IJi: dislância entreos semáforos [mj;e v: velocidade de progressão[km/hj. A Figura 4.8 serve para ilustrar o conceito de sistema progrcssivo. O tcmpo de Liclo, c, é pré-dcterminadoe deveser o mesmoparatodasas interseções.Nor- / 149 150 Capítulo 4. Fluxos de veículos em Interseções mahnente,define-seuma velocidadede progressão V tal que ela seja compatível com o uso do solo adjaccnte, Note-se que se o offset for maior que o tempo ele ciclo c, como é o caso do ofTsctdo cruzamento 1), pode-se dizer que o offset é !orr=!nrr- c. () exemplo a seguir ilustra como deveser feita a determinaçãodos offsets. Exemplo4.5 Cnllsidere-se () Irecllomoslradollo Figura 4.8.emque as dislâncias dAR = D5 11/.dRC = 2()() m c de n = 2RO m, A I'irl lell/ mrlo líllim no sClllido de A para D. Adolalldn-se 1//11 ciclo dc 50s, com 30 S de \'crde efeli\'()para (/ I'ia principal, delerminar os defasagells aprolJrilldlls flllm os sillllis n.c. c n 17(//'{/ qlle 11 \'clocidade de progressrlo sej(/ de 40 /.;m/II. Solução: Se c = ()()s e a velocidade de progressão é 4()km/h, a defasagem do semáforo B em relação ao semáforo A l~ n5 I"rrn = .~.640=12.15 s. Os ofTsetsdos sl'm;Íforos C e f) podem ser delermin<Hlosde mancira similar c são, respectivamente.lnfTe= 30.15s e 'nfT/>= 55.35.1'. Como c < f"rrf)' a defasagem l~l"fT/>=55..~5-- 50 =5.35s. 'j(ldos as defasagcns são medidas a partir do início do ciclo do sell1;ÍforoA. o método aqui apresentadopressupõeo uso de um ciclo igual em todas as interseções. O Mal/lla/ dc 5;cl//{ífl)f'OSdo Departamento Nacional de Trânsito) sugereo uso do ciclo da interseçãomais crítica. 4.6 Determinação do tempo de amarelo A função principal da indicação de amarelodepois do verde num sinal luminoso é alertar os motoristas para o imincnte surgilllento da indicação de vermelho e, assim, permitir que os que.i<Íestejampr6ximos da interseçãopossamcruzá-Ia com segurança. Um m:í escolha do tempo de amarelo (tnmhémchamado de intervalo entreverdes)podeprovocaro apnrecilllcnlo dc uma aJlla dc dilcl/1a, queéumaárea pr6xima il intcrseçãonaquallull vl'Ículonão podc ncm pnrarcom segurançaantes de chegar no cruzamcntp c ncm s<lirdo crtlzal11enloantesdo início do verl11elho selll exceder<lvc!oci(!:t(kde aproxil11a~·ão. )))ENi\TRAN (1()79) ;\111I1/101 d,' S"II/fí{i'",,\". \)('p:III:II11Cll!ONaciollal dc Trânsito, Conselho Nacional dc Tr:lnsilo. 1\,linis!('ri" da .I11sli~·;l.Hr:lsília. I lF. 4.6Determinaçãodo tempode amarelo oesquemalnostrado na Figura 4.9 mostracomo determinara existênciade umazonélde dilema. O retângulohachuradoda parte superior indica a região dentro da qual um veículo não é capaz de parar com segurançasem entrar no cl11zamento.O comprimento desta zona é X J, medido a partir do meio-fio da via transversal. O retângulo da parte inferior indica o limite a partir do qual um veículo nãoconseguecl11zara interseçãoe percorrerumadistância igual ao seucomprimento,semaumentarsuavclocidade. antesdo sinal fechar. Esse limite está localizado a uma distância X" do meio-fio da transversal. 151 W L Zonade dl/ema Fig. 4.9:Zona dc ()ilcma num cruzamento sell1aforizado Paraqueazonadedilema nãoexista,éprecisoqueessesdois limitescoincidam, ou seja,que XI =X 2. Chamando o tempomínimo de amarelode Tlllill' têm-seque (4.31) em que X I: limite de passagem[m1; /10: velocidade de aproximação [m/s]: Tlllill: tempo mínimo de ,lmarelo Isl; w: largura total da transversal[m]; e L: comprimento do veículo [m]. Para o veículo ser capazelepararantesde chegar i'I interse<';'ão, ) liií X, =I/oS -I- - . 21/ em que X7.: limite de rrenagcm[111]; S: Icmpo de percepçãoe rea<';'ãodo motorista [sJ; e o: desaccleraçãom,íxima de rrenagemcom segurança[m/s"]. (4.32) Para a eliminação da zona de dilema n\lm trecho plano. "li deve ser zero, ou seja, L f) =X I -- X 2 =n. Portanto,, /lõ 110S + - 21/ 1/(1Tlllin - (IV -I- ") => (4.33) A literatura especiali;l.ada(lrecomendaque o tempo de reação adotado seja I se- gundo e que a desaceleraçãom,íxima dl' rrenagemseja n,31 g (ou seja, 31% da-------_._------ . ('Pline. .I. I .. (1l}(l21. 'I;"(/{lirFIIgilll'f'I'illg /I'"lrI"""k ITF/Pn'nlicc·llall. EnglewoodClilTs. N.I. EUA. 152 Capítulo4. Fluxos de veículos em Interseções aceleraçãoda gravidadeou 3,O.'im/s2), que é a dcsace1craçãom<Íximaconfortável num veículo. O valor recomendadoparao comprimentomédio do veículo é6,1 m. Intervalos de entre verdesinferiores a 3 segundosnunca são usados, para ga- rantir asegurançaviária. Por outro lado, paravelocidadesnormaisdeaproximação em zonas urbanas,não se usam intervalos entre verdesmaiores que 5 segundos, paraevitarque os motoristasdesrespeitemo sinal amarelo. Quando intervalosen- tre verdesmais longos são necessários(em cruzamentosem zonas rura~sou com muitos pedestres),é costumeiro usar o que se chamade "vermelho geral" além do tempode amarelo. Nesse caso, o tempode amarelo -" deveser: 1/(}\'=8+- . 2(/ e o tempode vermelho total r deveser: W+L 1'= Exemplo4.6 De1crmillar o illtcr\'(I1oclltrc pcrdcs míllimo IIlIma artcrial COI/1 velocidade dc 50kl11/h.qllc é cruzada I'or ruas com /2.51/1d(l 1(II'Rflm. Solução: Uma velocidadede50 km/hequivalea I :~.R9m/s. Usandoa expressão daEquação4.:n.pode-secalcular()tempomínimoentreverdes: /2.5+(1,1 I.\XlJ Tlltill =1-+ ------ -i --- =4.6 s. 13.XlJ 2.3,05 Para cruzamentosem desnível, o ITE7 propõe que a Equação 4.33 seja modi- ficada para: w +/, 1/0 Tlltill =8 +~--_.---+- -------, 1/0 2(/=l:2gm em que g: aceleraçãoda gravidadeIlJ,R I m/s21: e m: grau de declivid:llle da ramp:l Im/lOO ml. (4.34) 7ITE ( I <JX'i). /)c/I'I'lIIillillg \ ,'l1i'-{(' CI1{/lIg(·/II/(""'{//s. I'lllposcc1 RCCllllll1lcnded I'racticc. !nstitutc llfTmnSpllrt:ltiol1 Engil1cl'Is. W:lShingloll. Il(·. FI 11\.
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