Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA PARASITOLOGIA VETERINÁRIA I: ROTEIRO DE AULAS Profa. Dra. Helcileia Dias Santos Araguaína-TO 2016 1 SUMÁRIO 1. RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS 2 2. CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITAS DE ACORDO COM O COMPORTAMENTO BIOLÓGICO 2 3. NOMENCLATURA ZOOLÓGICA 5 4. ARTRÓPODES ARACHNIDEOS 6 4.1 CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA 6 4.2 MORFOLOGIA GERAL 6 4.3 CARRAPATOS DE IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA 7 4.3.1 Superordem Parasitiformes 7 4.3.1.1 Ordem: Ixodida (= metastigmata) 7 4.4 ÁCAROS MESOSTIGMATAS DE IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA 13 4.4.1 Ordem Mesostigmata 13 4.4.1.1 Coorte: Gamasina 13 4.5 ÁCAROS CAUSADORES DE SARNAS 16 4.5.1 Superordem Acariforme 16 4.5.1.1 Ordem: Sarcoptiformes 16 4.5.1.2 Ordem: Trombidiformes 19 5. INSETOS DE IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 21 5.1 CARACTERÍSTICA GERAIS 21 5.2 ORDEM: PHTHIRAPTERA 5.3 5.3 ORDEM: SIPHONAPTERA 27 5.4 ORDEM: HEMIPTERA 29 5.5 ORDEM: DIPTERA 32 5.5.1 Subordem: Nematocera 32 5.5.2 Subordem: Brachycera 36 6 PROTOZOÁRIOS DE IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 42 6.1 CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA 42 6.1.1 Filo: Sarcomastighophora 42 6.1.2 Filo: Apicomplexa 46 6.1.2.1 Classe: Coccidia 46 6.1.2.2 Classe: Piroplasmidia 50 6.1.2.3 Classe: Haemosporidia 51 BIBLIOGRAFIA 2 1. RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS 1.1 RELAÇÕES INTRAESPECÍFICAS Colônias (reprodução por brotamento) Sociedades (indivíduos unidos pelo instinto de associação) Canibalismo (uma espécie se alimenta de outra da mesma espécie) 1.2 RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS 1.2.1 Simbiose: não ocorre prejuízo para nenhuma das espécies a. Mutualismo: vantagens recíprocas, indispensáveis para ambas as espécies Ex. protozoários do rúmen b. Comensalismo: apenas uma espécie é beneficiada. Ex. peixe-piolho c. Inquilinismo: uma espécie vive no interior de outra, onde encontra abrigo. Peixe Fierasfer x pepino-do-mar. 1.2.2 Parasitismo: um ser que se alimenta de outro. O hospedeiro é indispensável ao parasito que dele se alimenta. 1.2.3 Predação: uma espécie ataca e devora a outra. 1.2.4 Competição: disputa por melhores condições entre espécies diferentes que ocupam o mesmo habitat. 2. CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITAS DE ACORDO COM O COMPORTAMENTO BIOLÓGICO. 2.1 EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE HOSPEDEIROS Monoxeno ou direto: necessita apenas um hospedeiro para completar o ciclo. Heteroxeno ou indireto: necessita mais de um hospedeiro para completar o ciclo 2.2 EM RELAÇÃO AO TEMPO DE PERMANÊNCIA NO HOSPEDEIRO: Periódico: é parasita em apenas uma fase da vida. Ex. Cochliomyia hominivorax Temporário: procura o hospedeiro apenas para se alimentar. Ex.: Mosquitos; piolho. Permanente: permanece no hospedeiro durante todas as fases da vida. Ex.: Piolhos, protozoários. 2.3 EM RELAÇÃO A ESPECIFICIDADE PARASITÁRIA: Estenoxeno: apresenta uma especificidade parasitária restrita Eurixeno: especificidade parasitária ampla Oligoxeno: especificidade parasitária limitada a famílias ou gêneros 2.4. EM RELAÇÃO À EXIGÊNCIA DE PARASITISMO Obrigatório: pelo menos uma fase de vida necessita de hospedeiro. Facultativo: organismo que podem ou não viver parasitando. Ex. Moscas da família Calliphoridae (miíase secundária) Acidental: organismo saprófita que acidentalmente entra em contato com um hospedeiro e pode tornar-se parasito. Ex. Naegleria fowleri (ameba de vida livre que acidentalmente parasita o homem). Organismo que pode tornar-se parasito de uma espécie acidentalmente. Ex. Dipylidium caninum parasitando o homem. 3 2.5 EM RELAÇÃO À NUTRIÇÃO: Estenotrófico (steno=estreito, trophe= nutrir): exige um único tipo de alimento. Ex. Carrapatos Euritrófico (eurys=amplo): nutre-se de diversas substâncias. 2.6 EM RELAÇÃO À LOCALIZAÇÃO Ectoparasita: localiza-se na superfície externa do corpo, como pele, pêlo e cavidades naturais. Endoparasita: localiza-se no sistema circulatório, respiratório, digestivo, urinário, genital, nervoso e musculatura. Hiperparasita: Parasita que desenvolve-se em outro parasito. 2.7 EM RELAÇÃO AO HABITAT Normal: hospedeiro que oferece melhores condições para a subsistência e evolução do parasita. Errático: mesmo vivendo no hospedeiro normal, não atinge o órgão adequado. Extraviado: parasita habitual de um determinado hospedeiro que se implanta em outro 2.8 EM RELAÇÃO AO TIPO DE HOSPEDEIRO Definitivo: alberga o parasita no estágio adulto ou no qual este realiza reprodução sexuada. Ex. Homem é o hospedeiro definitivo de Taenia solium Intermediário: alberga o parasita no seu estágio larval ou no qual este se reproduz assexuadamente. Ex. Suíno como hospedeiro intermediário de Taenia solium Vetor: artrópode que transmite o parasita entre dois hospedeiros. Vetor biológico: o parasita evolui no vetor. Ex. Carrapatos para a Babesia spp. Vetor mecânico: o parasita não evolui, funcionam apenas como transportadores do agente entre dois hospedeiros. Ex. Stomoxys calcitrans para o Trypanosoma vivax. Hospedeiro paratênico: ser vivo onde o parasito permanece infectante, mas sem evoluir. Atua como transportador, facilitando a transmissão do parasito. Ex. Minhoca para o Heterakis galinarum Reservatório natural: hospedeiro que é responsável pela disseminação do parasita para as espécies de importância econômica. 2.9 ADAPTAÇÕES DOS PARASITOS Morfológicas: armadura bucal dos insetos; locomotor; aparelho digestivo; aparelho reprodutor. Fisiológicas: Nutrição (anticoagulante); Dispersão;Tipos de penetração (oral, cutânea, respiratório, transovariana, trasnplacentária, inoculativa, contaminativa); 2.10 REPRODUÇÃO DOS PARASITOS Assexuada ou agâmica: origina novos indivíduos a partir de um. Apresenta as seguintes modalidades: a) Cissiparidade: divisão simples organismo em duas ou várias células-filhas. b) Gemiparidade (brotamento). Indivíduos desiguais c) Partenogênese: formação de novos indivíduos a partir de uma fêmea adulta, sem a presença do macho. d) Pedogênese: aparecimento de novos indivíduos a partir de formas jovens. 4 e) Esquizogonia ou Divisão Múltipla: O núcleo da célula se divide várias vezes antes que o citoplasma se divida. f) Endogenia: formação de células filhas no interior da célula primitiva. As células filhas são liberadas somente após o rompimento da célula primitiva. g) Esporogonia: formação de células filhas haplóides após um processo de meiose da célula primitiva. Reprodução sexuada ou gâmica ou singamia: novos indivíduos são formados a partir de células sexuais produzidas pelos pais 2.11 AÇÃO DOS PARASITOS Ação mecânica: a) Obstrutiva: vasos sanguíneos, órgãos ocos ( Ex. Ascaris spp.) b) Compressiva: aumento de volume de órgãos (Ex.: Cisto hidático) d)Traumática: lesão causada ao se fixarem ou alimentarem (Ex.: carrapatos) Ação Tóxica: secreções e excreções produzidas pelo parasito (Ex.: Trypanosoma equiperdum) Ação espoliadora: absorção de substâncias do hospedeiro (Ex: Artrópodes hematófagos) Ação inflamatória/antigênica: presença do parasito ou secreções e excreções nos tecidos e órgãos do hospedeiro estimula resposta imunológica. (Ex: Toxocara spp.) Ação anóxica: parasitos consomem oxigênio ou destroem eritrócitos (Ex.: Babesia bovis) Ação enzimática: Enzimas liberadas para penetração de larvas de nematóides nos tecidos. 2.12 PERÍODOS PARASITOLÓGICOS Períodopré-patente (PPP): fase que vai desde a entrada do parasito até a possibilidade de diagnóstico de suas formas evolutivas no hospedeiro. Período patente (PP): período de tempo no qual os parasitos podem ser facilmente revelados. Período subpatente (PSP): não é possível revelar a presença do parasito no hospedeiro através de suas formas evolutivas, é seguido por um novo período patente. 5 3. NOMENCLATURA ZOOLÓGICA 3.1 SISTEMÁTICA Identificar: comparar os seres vivos com os já conhecidos Denominar: dar nomes adequados (taxonomia). Classificar: reunir em grupos. 3.2 CATEGORIAS ZOOLÓGICAS Caráter biológico: detalhes morfológicos e fisiológicos que caracterizam os seres vivos. Espécie: são semelhantes entre si e com os seus ascendentes e descendentes. Férteis e geram prole fértil. Subespécie ou raça: grupo de indivíduos de uma espécie que apresenta característica particular que se transmite por herança às gerações seguintes. Variedade: grupo de indivíduos que apresenta dentro da espécie uma característica particular não estável. Gênero: grupo formado por várias espécies que possuem caracteres comuns. Subgênero: grupos de espécies de um mesmo gênero, mas que apresentam certas características que permitem agrupá-los numa categoria intermediária entre gênero e espécie. TRIBO Subfamília FAMÍLIA Superfamília Subordem ORDEM Subclasse CLASSE Subphylum FILO Sub-reino REINO 3.3 REGRAS INTERNACIONAIS DE NOMENCLATURA ZOOLÓGICA ESPÉCIE: nome latino ou latinizado, binominal, grifado e escrito com letra minúscula. Ex. Rhipicephalus (Boophilus) microplus SUBESPÉCIE: latino ou latinizado, trinominal, grifado, escrito com letra minúscula e seguindo imediatamente o nome da espécie. Ex. Leishmania infantum chagasi Leishmania infantum infantum GÊNERO: substantivo latinizado, uninominal, iniciado com letra maiúscula e grifado. Ex. Rhipicephalus SUBGÊNERO: substantivo latinizado, escrito com inicial maiúscula e grifado e deve ser colocado entre parêntese e entre o nome do gênero e da espécie. Ex. Laelaps (Echinolaelaps) echidninus Rhipicephalus (Boophilus) microplus SUPERFAMÍLIA: oidea FAMÍLIA: idae SUBFAMÍLIA: inae TRIBO: ini 6 Uma espécie mencionada e não denominada: sp. Ex. Dermacentor sp. Mais de uma espécie: spp. Ex. Amblyomma spp. O nome do autor que primeiro descreveu a espécie deve ser escrito logo após o nome científico e sem interposição de qualquer sinal de pontuação, seguido pelo ano de descrição, separado por virgula. Ex. Trypanosoma cruzi Chagas, 1909. 4. ARTRÓPODES ARACHNIDEOS 4.1 CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA A classificação utilizada foi a contida na obra de Krantz & Walter (2009). Reino: Animal (seres vivos pluricelulares, eucariontes) Filo: Arthropoda (invertebrados que possuem patas articuladas e exoesqueleto) Classe: Arachnida (Artrópodes que possuem 4 pares de patas e corpo com duas divisões) Subclasse: Araneida (Corpo dividido em cefalotórax e abdomen – Aranhas e escorpiões) Subclasse: Acari (Corpo dividido em gnatossoma e idiossoma - Ácaros) Superordem Parasitiformes Ordem Opilioacarida Ordem Holothyrida Ordem Ixodida Ordem Mesostigmata Superordem Acariformes Ordem Trombidiformes Ordem Sarcoptiformes 4.2 MORFOLOGIA GERAL Fonte: Flechtmann, 1973. 7 Figura 2 – Aspecto dorsal e ventral de ácaros da família Ixodidae Fonte: Flechtmann, 1973. 4.3 – CARRAPATOS DE IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA 4.3.1 Superordem Parasitiformes Presença de coxas capazes se movimentarem livremente e por exibirem estigmas visíveis. 4.3.1.1 Ordem: Ixodida (= metastigmata) Estigma respiratório localizado após o quarto par de patas Superfamília: Ixodoidea 8 Família: Ixodidae Subfamília: Ixodinae Ixodes spp. (234 espécies) Morfologia: Rostro longo Peritremas ovais Macho com escudo dorsal deixando livres faixas laterais 07 placas ventrais Corpo ovalado, avermelhado e semeado de pêlos Hipostômio com 8 fileiras de dentes Orifício genital a nível do 3º para de patas Hospedeiros: Adultos: aves, caprinos, ovinos, bovinos, eqüinos, Caninos: felinos e homem. Larvas: lagartos, roedores e quirópteros Ciclo evolutivo: Carrapato de 03 hospedeiros Ciclo pode durar 06 meses a 03 anos. Importância: transmissão de Borreliose de Lyme (Ixodes scapularis), algumas espécies provocam ixodidiose como a paralisia flácida ascendente que é causada por Ixodes holocyclus ,fora do Brasil.) Subfamília: Rhipicephalinae Olhos presentes Rostro curto Presença de placas adanais no macho Escudo não decorado Rhipicephalus (Boophilus) microplus Machos com 02 pares de placas adanais Apêndice caudal Ausência de festões Palpos curtos Peritrema arredondado Hospedeiros: Bovinos, ovinos, caprinos e outros mamíferos Ciclo evolutivo: Monoxeno. Tempo de parasitismo: 18 a 21 dias Importância: transmissão da Babesia bigemina e B. bovis; depreciação do couro, diminui produção de leite. Rhipicephalus (Rhipicephalus) sanguineus (carrapato vermelho do cão) Escudo não ornamentado Festões na borda posterior do corpo Macho com duas placas adanais Peritrema em forma de vírgula Base do gnatossoma hexagonal Hospedeiro: cão, gato, carnívoros silvestres. 9 Ciclo evolutivo: carrapato de 03 hospedeiros. Postura: 4000 ovos Importância: transmissão de Babesia canis, Hepatozoon canis e Erhlichia spp., espoliação de sangue. Subfamília: Amblyominae Amblyomma spp. (102 espécies) Hospedeiros: mamíferos, aves, répteis, anfíbios A. cajennense (carrapato estrela do cavalo) Rostro longo Macho sem placas adanais Festões presentes Escudo ornamentado Biologia Carrapato de 03 hospedeiro Postura: 5000 ovos Eurixeno Importância: transmissão de patógenos aos animais (Ex.: Babesia equi), reação inflamatória, transmissão da febre maculosa e doença de Lyme-símile ao homem. Haemaphysalis spp. (147 espécies) Ex.: H. leporispalustre (coelhos) H. cinnabarina (aves) H. juxtakochi (cervídeos) Hospedeiro: coelhos silvestres, felinos, eqüinos Rostro curto e sem olhos Placas adanais ausentes e escudo não ornamentado Peritremas ovais ou circulares Artículo do palpo com projeção lateral saliente . Biologia: carrapato de 03 hospedeiros Importância: transmissão de Rickettsias Dermacentor nitens (Dermacentor nitens) Rostro curto e com olhos Escudo sem ornamentação 07 festões Peritremas ovais e com fossetas (forma de disco de telefone) Hospedeiros: eqüinos, asininos, bovinos e caprinos Biologia: Carrapato de um hospedeiro (monoxeno) Importância: Obstrução do conduto auditivo Invasão bacteriana Vetor da Babesia equi e B. caballi Fonte: http://www.ijon.de/zecken/haemaphy.html 10 Ciclo evolutivo dos ixodideos Carrapato de 01 hospedeiro (Monoxeno) Postura: 15 dias Eclosão: 7 dias Infestação: 4 dias Desenvolvimento no hospedeiro: 21 dias (R.microplus) Ciclos biológicos: (esquematize os ciclos biológicos utilizando os hospedeiros abaixo). Monoxeno Heteroxeno Amblyomma spp. Carrapato de 03 hospedeiros Pré-postura: 10 dias a 15 dias Oviposição:10 a 30 dias Eclosão: 10 a 30 dias Larva no hospedeiro: 4 a 6 dias Pré-muda: 1 a 2 semanasAcasalamento: no hospedeiro Rhipicephalus sanguineus 11 Família Argasidae Subfamília: Argasinae Ausência de escudo Tegumento granular, mamilonado ou enrugado Gnatossoma ventral Argas spp. (52 espécies) A. miniatus (Brasil) Margem do corpo achatada, possuindo uma linha sutural bem demarcada (retículos) Capítulo terminal nas larvas e ventral em ninfas e adultos Biologia Hospedeiro: galinhas, pombos e pássaros silvestres Hábitos noturnos Heteroxeno Habitat: regiões semi-áridas, toca de animais, ninhos de aves silvestres, galinheiros, pocilgas, habitações rústicas. Ciclo biológico Ovo: 30 dias de incubação Larva: (fixa-se no hospedeiro por 4 a 10 dias) Vários estágios ninfais (alimentam-se 10 a 20 min.) Adulto macho e fêmea: alimentam-se rapidamente (30 a 40 minutos) Acasalamento fora do hospedeiro Postura: 400 a 800 ovos parcelados (8 a 10 posturas) Em condições favoráveis o ciclo é completado com 30 dias Subfamília: Ornithodorinae Otobius spp. (02 espécies) O. megnini (carrapato espinhoso da orelha) Adultos com corpo alongado e estreitado no meio Somente larvas e ninfas são parasitas Tegumento granulado ou verrugoso e espinhoso nas ninfas Biologia: Monoxeno Hospedeiro: mamíferos domésticos e silvestres, incluindo o homem Larvas fixam-se no tegumento da cavidade auricular e alimentam-se por 7 a 15 dias 02 estágios ninfais (ninfa 2 alimenta-se por vários meses) Muda para forma adulta fora do hospedeiro (fendas em estábulos, ocos de árvores) Postura pode ser prolongada Importância médico-veterinária: Vetor da riquétsia Coxiella burneti, causadora da febre Q Infecções secundárias e perfuração do tímpano 12 Ornithodoros spp. O. brasiliensis (porco do mato) O. rostratus “carrapato do chão” (coelhos, ratos, cobaias, macacos) O. hasei (morcegos) O. jul (morcegos) O. talaje (mocó, paca e porco do mato) Tegumento mamilonado (tubérculos) Margem do corpo arredondada, sem separação nítida entre face dorsal e ventral Hospedeiro: mamíferos incluindo o homem, aves e répteis Habitat: cavernas, oco de árvores, frestas em estábulos. Biologia: Vários estágios ninfais Adultos alimentam-se muitas vezes e apresentam grande longevidade Importância: picada dolorosa, reservatórios e vetores da febre recorrente em várias partes do mundo, vetores de arbovírus. Ciclos: Ciclos biológicos: (esquematize os ciclos biológicos utilizando os hospedeiros abaixo). 13 4.4 ÁCAROS MESOSTIGMATAS DE IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA 4.4.1 Ordem: Mesostigmata 4.4.1.1 Subordem Monogynaspida Coorte: Gamasina (6000 espécies) Subcoorte Dermanyssiae Subordem: Gamasida Superfamília Dermanyssoidea (inclui a maioria das espécies que parasitam vertebrados) Características morfológicas: Estigmas entre o 2º e 3º ou 3º e 4º pares de patas Peritrema alongado, tubuliforme Presença de tritosterno Escudo dorsal alongado Placas ventrais escrerotizadas Família: Dermanyssidae Espécie: Dermanyssus gallinae Nome vulgar: piolhinho, piolho de galinha, pichilinga Hospedeiros: aves domésticas e silvestres Biologia Colônias em frestas, ninhos e sujeira Hábito noturno Oviposição: 02 dias após repasto – 02 a 08 ovos/fêmea Importância Diminui postura Morte de aves Irritação Distribuição geográfica: cosmopolita Ciclo biológico Ovo Larva Protoninfa Deutoninfa Adulto 7 dias 2 a 3d 1d 1 a 2d 1 a 2d 2d 14 Família: Macronyssidae Contorno oval Quelíceras alongadas e terminando em pinças Peritrema alongado Placa esternal com 2 ou 3 cerdas Ânus na metade anterior da placa anal Escudo dorsal estreito posteriormente Gênero: Ornithonyssus spp. Espécies: O. bursa (aves domésticas e silvestres) O. sylviarum (aves domésticas e silvestres) O. bacoti (roedores) Biologia Em aves concentram-se ao redor da cloaca, no ventre, bico e olhos. Ocasionalmente atacam o homem Não sobrevivem por longos períodos fora do hospedeiro O. sylviarum pode sobreviver até 06 semanas na ausência do hospedeiro. Presentes nos ninhos ou sobre as aves. Ciclo biológico semelhante a Dermanyssus sp. Gênero: Ophionyssus Espécie: O. natricis Apresenta dois escudos dorsais Parasito de cobras em cativeiro Localizados nas escamas e orifícios cefálicos de répteis Hematófagos, debilitam o animal levando à morte. Família: Halarachnidae Subfamília: Raillietilinae Gênero: Raillietia spp. Espécie: R. auris R. flechtmanni R. caprae Características morfológicas: Corpo de contorno oval com longas cerdas Dorso arqueado Aparelho bucal afilado Biologia Hospedeiros: ruminantes Localização: conduto auditivo Ciclo Biológico Ovo Larva Protoninfa Deutoninfa Adulto 15 Importância Alimenta-se de células epidérmicas e cerume Excesso de cerume, anorexia e emaciação Otorréia, otite externa e/ou média Congestão, hemorragias e supurações Transmissão de micoplasma Família: Macrochelidae Espécie: Macrocheles muscaedomesticae Características morfológicas: Garras e pré-tarso ausentes no primeiro par de patas Placa anal com padrão de rede característico Biologia Hospedeiro: Musca domestica Importância: Controle natural da população de moscas Família: Laelapidae Gênero: Laelaps spp. Espécies: L. echidninus L. nuttalli Morfologia: Ácaros grandes (>1mm); Escudo genitoventral com a margem posterior côncava, envolvendo a parte anterior do escudo anal. Hematófagos Parasitos de roedores Ocasionalmente causam dermatite no homem Reservatório de patógenos para roedores Família: Varroidae Gênero: Varroa spp. Varroa jacobsoni Ácaro marrom escuro, mais largos do que longos. Patas bem desenvolvidas com ventosas. Ectoparasitas de abelhas, alimentam-se dos fluidos corporais (hemolinfa) das abelhas-melíferas do género Apis Importância: causam danos diretos pela espoliação de hemolinfa e funcionam como veículos de propagação de vírus, como o oiflavirus (DWV) (que deforma as asas das abelha) e o IAPV (que causa parasilia das Abelhas), sendo apontado também como causa da “síndrome do Colapso das colônias de abelhas”. .Biologia: 16 4.5 ÁCAROS CAUSADORES DE SARNAS 4.5.1 Superordem Acariformes 4.5.1.1 Ordem: Trombidiformes Ordem: Sacorptiformes (Astigmata, Acaridida) Família: Sarcoptidae - Ausência de estigma respiratório - Patas curtas - Corpo pouco quitinizado, estriado e arredondado - Produtores de sarnas profundas - Machos sem ventosas genitais Sarcoptes scabiei Características morfológicas: - Corpo estriado e com escamas triangulares na face dorsal - Machos com ventosas nas patas I, II e IV - Fêmeas com ventosas nas patas I e II e cerdas longas nas patas III e IV - Gnatossoma cônico Biologia Hospedeiros: Suínos, bovinos, ovinos, caprinos, cães, eqüinos e homem. Alimentação: fluidos dos tecidos Ciclo evolutivo: Período de desenvolvimento: 17 a 21 dias Fêmea Ovo LarvaProtoninfa Deutoninfa Adulto Fêmeas sobrevivem até 8 semanas Sinais clínicos: - Borda da orelha geralmente acometida - Prurido intenso e vermelhidão - Altamente contagiosa - Papulas foliculares, vesiculares e posteriormente pústulas - Causam alopecia Importância: Hiperqueratose, crostas e alterações secundárias da pele Zoonose Mortal quando generalizada Notoedres cati Morfologia - Corpo com estrias concêntricas e escamas rombas Biologia - Hospedeiro: gato, coelhos e ratos - Ciclo biológico semelhante a Sarcoptes mas fêmeas formas ninhos. o Postura de aproximadamente 60 ovos durantes 3 a 4 semanas o Ciclo completa-se em aproximadamente 20 dias 17 Sinais clínicos: Infestação inicia-se pela região da cabeça Crostas nas orelhas face e pescoço. Espessamento da pele nas regiões afetadas Em coelhos a sarna atinge os lábios, volta dos olhos, ponta do nariz, região submaxilar e orelhas. Pode comprometer todo o corpo em casos avançados. Família: Knemidocoptidae Knemidocoptes spp. K. mutans (patas) K. gallinae ( corpo) K. pilae (face de periquitos) K. jamaicensis (patas de canários) Morfologia: Corpo circular, com escamas rombas na superfície dorsal Patas curtas e grossas Fêmeas sem ventosas nas patas Machos com ventosas em todas as patas Ciclo biológico Semelhante a Sarcoptes sp. Sintomatologia Clínica Espessamento da pele das pernas das aves Pernas deformadas e perda de dígitos ou falanges Prurido intenso Penas enfraquecidas e quebradiças, sendo retiradas pelas aves Perda da plumagem em regiões do corpo Família: Psoroptidae - Ácaros não escavadores - Corpo oval e alongado, estriado e sem espinhos dorsais - Patas longas - Machos com ventosas copulatórias e tubérculos abdominais. - Patas III e IV das fêmeas inseridas laterais ou ventralmente. Psoroptes spp. P. ovis (ovinos e bovinos) P. equi (eqüinos) P. cuniculi (eqüinos e coelhos) Morfologia: - 0,2 a 0,4mm - Peças bucais pontiagudas - Patas com pedicelo longo e trisegmentado - Patas I, II e IV na fêmea com ventosas - Patas I, II e III no macho com ventosas 18 - Tubérculos abdominais arredondados no macho - Escamas dorsais ausentes - Pata IV menor no macho Biologia Hospedeiros: Bovinos, ovinos, eqüinos e coelhos Alimentação: líquidos tissulares Ciclo evolutivo: (esquematize na figura ao lado) 10 dias (14 a 19 dias) Fêmeas depositam até 80 ovos Fêmea Ovo Larva Protoninfa Deutoninfa Adulto Sinais Clínicos - Inquietação (mordida e prurido no corpo) - Perda de lã - Perda de peso - Lesões crostosas Chorioptes bovis Morfologia: Peças bucais adaptadas para mastigação Pedicelo não segmentado Tubérculos abdominais truncados Ciclo evolutivo 3 a 4 semanas Ovo, larva, protoninfa, deutoninfa, adulto Hospedeiros: bovino, ovino, eqüino, coelhos Sintomatologia Clínica: Lesões na base da cauda, patas, períneo e úbere Prurido Lesão nas partes inferiores dos membros e parte ventral do abdome em ovinos Pele espessada 19 Otodectes cynotis Morfologia: Corpo oval e patas salientes Apódemas fechados adjacentes ao primeiro e segundo pares de patas Pedicelos não articulados Biologia: semelhante a Psoroptes spp. Importância Secreção ceruminosa e acastanhado no canal auditivo Balanço freqüente na cabeça e arranhadura na orelha Infecção bacterina no canal auditivo (exsudato). Nas figuras abaixo esquematize o ciclo de Chorioptes e Otodectes ORDEM: TROMBIDIFORMES SUBORDEM: ACTINEDIDA (PROSTIGMATA) FAMÍLIA: DEMODICIDAE 20 4.5.1.2 Ordem: Trombidiformes Subordem: Actinedida (Prostigmata) Gênero: Demodex Spp. Espécies: D. folliculorum (homem); D. canis; D. bovis; D. ovis, D. equis; D. caballi; D. cati; D. phylloides (suíno). Morfologia Pequenos e de aspecto vermiforme (100 a 400µm) Opistossoma alongado e com pseudo-segmentações Patas curtas e anteriores Quelíceras em forma de estilete Palpos tri-segmentados Abertura genital nas fêmeas entre as coxas IV ou após estas. Biologia Hospedeiro: mamíferos incluindo o homem Localização: folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas Monoxeno, permanente Ciclo biológico 18 a 24 dias Localização: folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas Fêmea deposita 20 a 24 ovos no folículo piloso Ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto Ciclo se completa em 18 a 24 dias No espaço abaixo esquematize o ciclo biológico Importância: Transmissão de fungos Sarna demodécica do cão ou “lepra dos cães” Transmitida por contato prolongado, geralmente durante a amamentação. 21 5. INSETOS DE IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS - 03 pares de patas - Corpo dividido em cabeça tórax e abdome - Presença de antenas Cabeça: - Peças bucais: mastigador, lambedor, picador-sugador. - Elementos: labro, mandíbulas, maxilas, hipofaringe, lábio inferior. - Olhos: simples (ocelos), composto (omátides) - Antenas (escapo, pedicelo, flagelo) Tórax: Pró-tórax Meso-tórax Meta-tórax - 03 pares de patas - 02 pares de asas (mesotórax, metatórax) Tergo ou noto (dorsal) Esterno (ventral) Pleuras (lateral) Abdome: - 11 segmentos - Modificações terminais formando a genitália Desenvolvimento: - Holometabólicos (metamorfose completa) - Hemimetabólicos (metamorfose incompleta) . Italiano: 1: labela; 2: labro inferior (labium); 3: palpo ; 4: labro superior (labrum); 5: area subgenal; 6: clipeo; 7: area fronto- orbital; 8: cerda fronto-orbitali; 9: cerda verticale esterna; 10: cerda verticale interna; 11: cerda postocellari; 12: ocelos; 13: cerda ocellari; 14: olho composto; 15: sutura frontal o sutura ptilineal; 16: antena; 17: arista; 18: vibrissa. Fonte: webs.lander.edu /.../ctenocephalides.html 22 5.2 ORDEM: PHTHIRAPTERA - Ectoparasitas obrigatórios - Corpo achatado dorsoventralmente - Ápteros - Hemimetabólicos - Olhos compostos pouco visíveis - Estigma do 2º ao 7º segmentos torácicos. Subordem: Amblycera - Cabeça mais larga que o tórax - Antenas escondidas em fossetas antenais e semelhantes nos dois sexos. - Palpos constituídos por 04 artículos Família: Menoponidae - 60 gêneros - Ectoparasitos de aves - Distribuição mundial Menopon gallinae (piolho da haste) Hospedeiros: galinha, perus, patos e galinha-de-angola Localização: - Penas das coxas e peito - Aves de terreiro Morfologia - Pequenos de coloração amarelo clara - Abdomem com uma fileira de cerdas dorsalmente em cada segmento - Tufo de cerdas no 3º segmento Importância: - Danifica as penas - Pouco patogênica - Pode se alimentar de sangue Menacanthus stramineus Morfologia: - Segmentos abdominais com 02 fileiras de cerdas dorsais - Fronte com processo espinhoso recurvado para trás Hospedeiros: - Galinhas, faisões, perus e excepcionalmente pombos. Localização: próximo à cloaca, sobre a pele do peito, embaixo das asas. Importância: - Pele inflamada e coberta de crostas escamosas (severa irritação) - Até mais de 35.000 indivíduospor ave - Perfura a base da penas e alimenta-se de sangue - Fissuras e microhemorragias próximo à cloaca Menopon gallinae Menacanthus stramineus 23 Família: Boopidae Heterodoxus spiniger Hospedeiro: cão, canguru - Cabeça com dois longos e robustos processos espinhosos dirigidos para trás - Tarso com duas garras - Corpo coberto por cerdas - Coloração amarelada Importância: - Dermatite e prurido - Hospedeiro intermediário de Dipylidium caninum e Dipetalonema reconditum Subordem: Ischnocera - Mandíbulas formam um ângulo reto em relação à cabeça - Cabeça mais larga que o tórax - Mesotórax e metatórax fusionados - Antenas filiformes e visíveis com 3 a 5 segmentos Família: Trichodectidae - Antenas triarticuladas - Tarso com uma garra - 21 gêneros (03 de importância) Damalinia spp. Espécies: D. ovis D. bovis D. caprae D. equi Morfologia: - Antenas semelhantes nos dois sexos - Cabeça mais larga do que longa - Região anterior arredondada - Placas pleurais em todos os metâmeros - Face dorsal da cabeça com numerosas setas - Metâmeros abdominais com placas laterais nítidas Importância: - Dermatite crônica - Irritação, prurido, escoriação e alopecia em infestações crônicas - Interrupção da alimentação em ovinos - Depreciação da lã em ovinos Trichodectes canis - Cabeça subquadrangular mais larga que longa - Fronte anterior arredondada - Macho com 1º artículo antenal dilatado - Fileira transversal de cerdas em todos os artículos abdominais - Corpo ligeiramente mais longo que largo e com ondulações laterais. Hospedeiro: caninos Localização: cabeça, pescoço e cauda, preso a base do pêlo Damalinia spp, 24 Felicola subrostratus - Abdome esbranquiçado - Cabeça mais longa que larga - Região pré-antenal triangular - Antenas iguais nos dois sexos - Placa tergal mediana em todos os metâmeros exceto no último Hospedeiros: Felinos Localização: Pele Importância: pouco patogênica, exceto em animais idosos ou com imunidade baixa. Família: Philopteridae - Antenas com 05 segmentos - Duas garras tarsais - Articulação da mandíbula no plano vertical Lipeurus caponis - Corpo alongado e estreito - Antena no macho com o primeiro segmento espessado - Último par de patas maior Goniodes spp. G. dissimilis G. gigas - Piolhos grandes, medindo 4,15mm de comprimento - Cabeça côncava posteriormente, com projeções angulares na margem posterior - Corpo largo e arredondado Hospedeiro: aves domésticas Importância: geralmente não causam grandes danos ao hospedeiro Chelopistes meleagridis Hospedeiro: peru doméstico Cabeça com lobos temporais expandidos, com longa cerda Importância - Inquietação - Prurido - Escarificação da pele - Debilidade e má aparência - Queda na postura Lipeurus sp. Goniodes spp. 25 Subordem: Anoplura Cabeça mais estreita que o tórax Aparelho bucal picador-sugador Antenas com 03 a 05 artículos Hemimetábolos Aparelho bucal: Lábio em forma de calha (ventral) Maxilas fusionadas (dorsal) Hipofaringe (canal salivar) Tórax: Metâmeros fusionados 01 par de estigmas por metâmero e 01 par de patas Tarso com 01 unha Abdômen: 09 metâmeros Estigmas nos 06 primeiros metâmeros Último metâmero no macho arredondado e na fêmea bifurcado Família: Haematopinidae Haematopinus spp. Espécies: H. suis – suínos H. eurysternus – Bovino – Base do chifre, cauda e pescoço H. asini – Eqüídeos H. quadripertusus – Bovino H. tuberculatus - Búfalo Morfologia - Piolhos grandes (4 a 6 mm) - Cabeça afilada anteriormente - Patas de tamanho semelhante, terminado em uma única garra forte e esporão tibial - Abdome com placas tergais e paratergais - Estigma em protuberâncias laterais Família: Linognathidae Linognathus spp. - 1º par de patas mais fino e com unhas mais delgadas - Abdome com placas ausentes ou tergais reduzidas - Estigmas grandes Espécies: L. vituli – Bovino – pescoço, barbela, espádua e períneo L. pedalis – Ovinos – pernas e pés L. setosus – caprinos/cão – tegumento Haematopinus spp. 26 Solenopotes capillatus - Cabeça sem saliência após antena - Estigmas em tubérculos fazem saliências laterais - Hospedeiro: bovino - Importante nos EUA e Austrália Ciclo Biológico de Piolhos Estágios: Ovo, três estágios ninfais e adultos Período: 04 a 06 semanas Não sobrevivem mais que 07 a 15 dias fora do hospedeiro Importância: - Irritação da pele - Prurido - Inquietação - Queda na produção de leite - Anemia - H. suis pode transmitir a peste suína - Escoiceamento e mordedura - Lã amarelada e reduzida Epidemiologia - Parasitas permanentes - Maior freqüência no outono e primavera - Menor freqüência no verão - Transmissão por contato direto, fômites, pasto, pocilgas e estábulos - Susceptibilidade: animais jovens Tratamento: - Tosquia em ovinos (diminui 30 a 50%) - Perda da pelagem de inverno (bovinos e equinos) diminui a infestação - Banhos de imersão e aspersão com acaricidas Profilaxia: - Mudança de pastagem após tratamento por 30 dias (ovinos) - Limpeza e aplicação de acaricidas em estábulos e pocilgas 27 5.2 ORDEM: SIPHONAPTERA Pulex irritans Ctenídeos ausentes Presença de cerda pré-ocular abaixo do olho e outra na região genal Hospedeiros: Homem (principal), cabra, suíno, ratos, cães e gatos Xenopsylla spp. X. cheopis X. braziliensis Hospedeiro: roedores domésticos e silvestres/ eventualmente o homem Região occipital com cerdas formando V Mesopleura espessada Esquematize o ciclo biológico de Ctenocephalides felis - Insetos com corpo comprimido lateralmente - Ápteros - Terceiro par de patas maior, adaptado para o salto - Antena em sulcos antenais - Olhos simples (ocelos) - Abdome dividido em 10segmentos os três últimos modificados - Fêmea possui espermateca visível - Macho com clásper Família: Pulicidae Três segmentos torácicos juntos mais largo que primeiro segmento abdominal Ctenocephalides spp. Ctenocephalides felis Ctenocephalides canis Hospedeiros: cães, gatos, bovinos, eqüinos Morfologia: Presença de Ctenídeos genais e pronotais 28 Família: Tungidae Três segmentos torácicos juntos mais estreitos que o primeiro segmento abdominal Esquematize o ciclo biológico de Tunga penetrans Importância dos Siphonapteros: Alergias Lesões causadas por Tunga ocasionam lesões diversas através da contaminação por fungos e bactérias Exanguinação, levando animais jovens a anemia Atuam como vetores biológicos de: Riquétsias: Ricketsia mooseri, agente do tifo murino, transmitida pelas fezes de pulga; Bartonella henselae (doença da arranhadura do gato) Bactérias: Yersinia pestis, agente da peste bubônica; Salmonella enteritidis e S. Typhimurium (Salmonelose) São Hospedeiros intermediários de: Protozoários (Trypanosoma lewisi de roedores) Cestódeos: Dypilidium caninum, Hymenolepis spp., Nematódeos: Diptelonema reconditum Tunga penetrans Menor espécie de pulga conhecida (1mm) Ctenídeos ausentes, peçasbucais com lacínias serrilhadas, cabeça angulosa na fronte. Fêmeas penetrantes, introduzem a cabeça na pele do hospedeiro, penetram e deixam apenas o ápice do abdome em comunicação com o exterior. Abdome desenvolve-se até o tamanho de uma ervilha (fisiogastria) Hospedeiros: homem, boi, cabra, carneiro, porco, cavalo, cão, gato, tatu. Biologia: Fêmea penetra na pele do hospedeiro, em 15 dias elimina os ovos, morre e são expulsas para o exterior. Os ovos são incubados em 02 a 04 dias, desenvolvem apenas 02 estágios larvais, pupa e adulto. O ciclo se completa em 23 a 28 dias. 29 5.3 ORDEM: HEMÍPTERA Mais de 80.000 espécies Subordem Homoptera: probóscida implantada na parte posterior da cabeça e asas em posição de telhado quando em repouso e (cigarrinha, cigarras, pulgões, etc.) Subordem Heteróptera: probóscida na parte anterior da cabeça e asas cruzadas sobre o abdome quando em repouso. Asas anteriores parcialmente coriácea. (Ex. Barbeiros e percevejos) - Aparelho bucal picador-sugador - Probóscida permanece dobrada ventralmente sob a cabeça e o tórax dos animais. - Presença de hemélitro (parte anterior da asa dura e coreácea) - Antenas com 3 a 5 segmentos - Medem de 0,5cm a 3,9cm - Hábitos alimentares o Fitófagos o Entomófagos o Hematófagos - Antenas com 04 artículos, inseridas em tubérculos - Olhos compostos - Protórax mais desenvolvido que meso e metatórax - 09 segmentos abdominais no macho e 10 na fêmea Família: Reduviidae (Barbeiros) Subfamília: Triatominae - Corpo e cabeça alongados - Olhos compostos e ocelos presentes - Tórax mais longo que a cabeça - Abdome com conexivo - Ectoparasitos obrigatórios temporários intermitentes Gênero: Triatoma sp. - Cabeça cilíndrica e alongada - Antenas inseridas no meio da região anteocular - Medem de 2,2 a 2,8 cm Gênero: Panstrongylus sp. - Cabeça curta - Antenas inseridas junto aos olhos - Medem de 2,9 a 3,2cm Gênero: Rhodnius sp. - Cabeça cilíndrica e alongada - Antenas inseridas na extremidade anterior da cabeça - Medem de 1,3 a 2,2cm IMPORTÂNCIA - Hematófagos - Transmissão da doença de Chagas 30 BIOLOGIA - Hospedeiro - Hábitos noturnos - Há espécies domiciliares, peridomiciliares e silvestres - Defecam após o hematofagismo Ciclo evolutivo Machos Fêmeas Família: Cimicidae - Corpo achatado dorsoventralmente - Asas atrofiadas - Olhos compostos - Hábitos noturnos - Habitat Cimex spp. – Percevejo de cama do homem C. lectularius: protórax quatro vezes mais largo do que alto C. hemipterus: protórax duas vezes mais largo do que alto Hospedeiros: Homem e eventualmente animais domésticos Ornithocoris toledoi - Cimicidae revestido de pelos - Pronoto mais largo na base - Rostro atingindo a coxa I - 3º e 4º artículos antenais mais delgados Hospedeiro: aves domésticas Ovo Adultos N1, N2, N3, N4, N5 180 a 300 dias 31 Ciclo Evolutivo de Cimicidae - 40 a 90 dias - Vivem 200 dias - Repasto para cada postura - Descanso de 7 a 10 dias entre posturas 32 5.4 ORDEM: DIPTERA Subordem: Nematocera - Vulgarmente conhecidos como mosquitos - Larva eucéfala - Pupa livre e móvel - Adulto emerge do pupário em fenda com formato de T - Dípteros primitivos - Antenas longas, filamentosas e multiarticuladas - Aparelho bucal picador-sugador - Balancins ou halteres bem visíveis - Fêmeas hematófaga, machos alimentam-se de frutas e néctar. Famílias: - Psychodidae - Culicidae - Simulidae - Ceratopogonidae Família: Simulidae Simulium spp. (Borrachudos, Piuns) Morfologia: Adultos medem 1 a 5 mm Tórax com corcova Asas largas e curtas Larvas cilíndricas, pretas, medindo 10 a 15mm, com escovas alimentares. Antenas curtas com 11 segmentos Biologia: Macho e fêmea alimentam-se de substâncias açucaradas Fêmea hematófaga Hospedeiros: bovino, ovino, eqüino, caprino, aves, homem, etc. Ciclo biológico: Ovo (150 a 600): 1 a 4 dias Larva (6 estágios): 01 a 2 semanas Pupa (casulo aderido a rocha, plantas): 2 dias a 4 semanas Adulto: voam até 200Km; atacam durante o dia, principalmente dias encobertos. Importância: Irritação e desconforto pelas picadas Dermatite Morte por toxinas na saliva (Síndrome hemorrágica de Altamira) Vetor de hemoparasitos a aves (Leucocytozoon spp.) Vetor do filarídeo Onchocerca spp. 33 Família: Ceratopogonidae Culicoides spp. (Mosquito Pólvora, maruins) Morfologia: 1,5 a 5mm Pernas curtas e robustas Antenas longas e filiformes (14 a 15 segmentos) Cabeça pequena, olhos proeminentes Asas curtas, largas e cobertas de pêlos Biologia Ovo: pequenos escuros e cilíndricos, depositados em locais úmidos como pântanos, vegetação em decomposição; 30 a 450 ovos; duração de 2 a 9 dias. Larvas: 4 estágios (7 meses) Pupa Adulto: voa até 4 Km, hábitos crepusculares ou noturnos (algumas espécies diurnas) Importância: Transmissão de arbovírus, Leucocytozoon spp. (aves), Haemoproteus nettiones (patos), Onchocerca spp. Desenvolvimento de hipersensibilidade em eqüinos Família: Culicidae Cerca de 3000 espécies Distribuição mundial Sub-Família: Anophelinae Anopheles spp. Chagasia spp. Sub-família: Culicinae Culex spp, Aedes spp. Haemagogus spp. Sabethes spp. Morfologia: Delgados e pequenos (2 a 10mm) Pernas longas Probóscida alongada Antenas plumosas no macho Anophelinae: palpos longos e retos, larvas não apresentam sifão respiratório, machos com último segmento do palpo dilatado. Culicinae: Palpo curto na fêmea, larvas com sifão respiratório, macho com palpo sem dilatação.. 34 BIOLOGIA: Anophelinae: Ovos em forma de bote com flutuadores (200 ovos) (2 a 3 dias) 4 estágios larvais ( 3 a 20 dias) Pupa (1 a 7 dias) Adulto: voa até 5 Km, hábito noturno e diurno, acasalamento 24 horas após emergência, sobrevive por 30 a 60 dias. Culicinae: Ovos em jangada (100 a 300 ovos) viáveis por mais de 3 anos Importância: Espoliação sanguínea Vetor de arboviroses (febre amarela, dengue, encefalites) Transmissão mecânica da peste suína Transmissão do vírus da varíola aviária Transmissão de Dirofilariose Transmissão de Plamodium spp. (malária) Fonte: lersaude.com.br 35 Família: Psichodidae + de 600 espécies nos trópicos e subtrópicos Sub-família: Phlebotominae (Mosquito palha, birigui, cangalhinha, asa-dura). Lutzomyia spp. Morfologia: Corpo estreito: 5mm Olhos escuros, patas longas e pilosas Tórax arqueado, coberto de pêlos longos Antenas com 16 segmentos (pilosas) Biologia: Ovo: 50 a 100 ovos em solo úmido, folha ou ao redor de raízes (6 a 17 dias) 4 estágios larvais (21 a 60 dias) Pupa (10 a 15 dias) Adulto: voam até 1,5Km, quando a velocidade do vento é baixa; hábitos noturnos ou crepusculares Ciclo completo: 30 a 100 dias. Importância: Vetor das leishmanioses Vetor da estomatite vesicular de bovinos e eqüinos36 Subordem: Brachycera Infraordem: Tabanomorpha Família: Tabanidae - Ectoparasitas obrigatórios temporários intermitentes - Aramadura bucal picadora-sugadora - Holometábolos - Mais de 4.200 espécies Subfamília: Tabaninae Tribu: Tabanini Escapo antenal inflado e projetado dorsalmente, geralmente mais largo que o flagelo. Olhos com duas faixas verdes. Tíbia posterior sem esporão apical. Subfamília: Chrysopsinae - Flagelo composto de um segmento basal e quatro a sete flagelômeros menores - Pequenas, antenas longas com terceiro artículo com primeiro anel tão longo quanto os 04 seguintes reunidos, asas coloridas e contrastantes, apresentando faixa preta transverso-mediana. Subfamília: Pangoninae Espécies grandes, com labelas largas, palpos tão longo quanto a largura da fronte. Antena geralmente dividida em oito flagelômeros aparentes. Antena de Pangonini 37 Biologia - Nutrição: machos- néctar; fêmeas – néctar, sangue. - Hábitos: silvestres, diurnos - Ciclo evolutivo 2 meses a 2 anos, dependendo da espécie e região geográfica. Ovos depositados em ambientes aquáticos ou subaquáticos Fêmeas mais ativas nos dias quentes, ensolarados e sem vento Predileção por gado de coloração preta 03 a 04 dias entre cada alimentação sanguínea Nove estágios larvais, que se desenvolvem geralmente em ambiente úmido Pupas em ambiente seco (2 semanas a 1 ano) Adultos sobrevivem um a dois meses Importância - Transmissão mecânica de Trypanosoma evansi - Transmissão mecânica da anemia infecciosa eqüina - Veiculação de ovos de Dermatobia hominis - Espoliação de sangue Profilaxia - Limpeza de cursos de água - Drenagem de campos alagadiços - Uso de inseticidas Infraordem: Muscomorpha (Cyclorrapha) Seção Aschyzia - Sutura ptilineal ausente Família: Syrphidae (sem interesse médico veterinário) Seção Schizophora - Sutura ptilineal presente e lúnula nítida Subseção Acalyptratae o Calípteros rudimentares ou ausentes o Subseção Calyptratae Calípteros desenvolvidos 2º artículo antenal com fenda Olhos grandes e compostos Três ocelos Cicatriz ptilineal (lúnula) Armadura bucal sem mandíbulas e maxilas 01 par de estigmas respiratórios no protórax Aparelho ovopositor na fêmea formado pelos 04 últimos segmentos abdominais Larvas vermiformes, ápodas, acéfalas e terrestres Larvas necrófagas, necrobiontófagas ou biontófagas 38 Família: Cuterebridae Gênero: Dermatobia sp. Espécie: D. hominis - Peças bucais atrofiadas - Arista plumosa na região dorsal - Cabeça e pernas amareladas - Abdome azul metálico recoberto por pêlos - Fêmea com ovopositor não visível - Abdome com reflexos - Larvas parasitas obrigatórios da pele de mamíferos Ciclo Evolutivo - Várias cópulas - Adulto sobrevive 12 dias Importância - Miíases cutâneas furunculosas - Depreciação do couro Figura disponível em http://www.icb.usp.br/~marcelcp/Imagens/musc32.jpg 39 Família: Oestridae Gênero: Oestrus Sp. Espécie: O. Ovis - Cabeça larga; antenas curtas; arista nua. - Calipteras grandes - Abdome com pelos longos e finos na face ventral e brilho prateado - Placas estigmáticas em forma de D com um orifício central Biologia: - Larvas nos seios frontais e seios maxilares de ovinos e caprinos: 25 a 35 dias, podendo durar 9 meses. Podem medir até 20mm - Pupa: 03 a 8 semanas - Adultos ativos nas horas mais quentes do dia, sobrevivem de 05 a 30 dias não se alimetam - Fêmeas depositam 25 ou mais larvas nos seios em cada postura Importância: - Secreção e exsudato seroso ou purulento - Sintomatologia nervosa (marcha cambaleante, vertigem, convulsões, etc.) Profilaxia: - Pulverização das paredes e chão dos estábulos com produtos inseticidas - Não existem medidas profiláticas eficazes Família: Gasterophilidae Gênero: Gasterophilus Sp. Espécies: G. Nasalis G. Intestinalis - Peças bucais atrofiadas - Arista nua - Calipteras reduzidas - Tórax piloso - Asas pequenas, claras e transparentes. - Larvas apresentando espinhos nos segmentos Localização: Duodeno, região pilórica Ciclo Evolutivo: - Fêmeas depositam 250 a 400 ovos durante a existência(região submandibular), adultos não se alimentam - L1 em galerias entre os dentes molares, onde muda para L2 - L2 é deglutida e muda para L3 no duodeno - L3 permanece 10 a 12 meses no duodeno - Pupa: 20 a 35 dias - 01 geração por ano 40 Importância: - Alterações digestivas - Cólica, palidez de mucosas - Perfuração do trato digestivo. Profilaxia - Eliminar ovos aderidos aos pêlos dos animais utilizando água a 50ºC - Estabular eqüinos durante as horas mais quentes do dia - Inseticidas por pulverização Família: Muscidae Subfamília: Muscinae Subfamília: Stomoxydinae Gênero: Stomoxys Sp. Espécie: S. Calcitrans - Arista plumosa dorsalmente - Probóscida pontiaguda - Palpos maxilares filiformes e curtos Ciclo Evolutivo - Adultos hematófagos - Ovipostura em terrenos arenosos e úmidos, detritos e lixos, 650 ovos - Larvas coprófagas - Ciclo em aproximadamente 30 dias Importância: - Transmissão da AIE - Hospedeiro intermediário de Habronema e Hymenolepis - Vetor mecânico do Bacillus antrachis e Anaplasma sp. - Veiculadores de ovos de Dermatobia. Profilaxia: - Proteção dos animais com capas e pantalonas - Pulverização das paredes dos estábulos - Drenagem de campos alagadiços - Cuidado com o lixo. Gênero: Haematobia Espécie: H. irritans - Palpos tão longos quanto a probóscida Localização: - Cabeça e dorso dos animais - Partes mais protegidas do sol nas horas mais quentes - Fêmeas nas partes inferiores do corpo Nutrição: - Machos e fêmeas hematófagos Ciclo Biológico - 10 a 15 dias - Larvas se desenvolvem no bolo fecal Importância: - Veiculação de ovos de Dermatobia sp. - Hematofagismo (+ de 200 moscas/animal) 41 Profilaxia: - Emprego sistemático de inseticidas - Brincos inseticidas - Ontophagus gasella - Higiene com desinfecção de veículos - Controle de trânsito de animais Família: Calliphoridae Gênero: Cochliomyia Espécies: C. Hominivorax (Mosca Da Bicheira) C. Macellaria - Colorido metálico azul ou verde - Peças bucais funcionais (sugadora) - Arista plumosa - Três faixas longitudinais escuras no mesonoto - Calipteras pilosas - Patas pretas - Larvas com troncos traqueais pigmentados Localização E Nutrição - Larvas biontófagas ( C. hominivorax) - Adultos alimentam-se de substâncias vegetais, excrementos, carnes, exsudato de feridas,etc. - Voam até 300Km Ciclo Evolutivo - Uma cópula - 2800 ovos - 350 ovos por postura - 21 a 23 dias - Adultos vivem 60 a 70 dias Importância - Dilaceração dos tecidos do hospedeiro - Peritonite, claudicação, cegueira, afecções dentárias, etc. - Morte por hemorragia, infecções secundárias. Cochliomyia hominivorax 42 6. PROTOZOÁRIOS DE IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 6.1 CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA REINO PROTISTA SUB-REINO: PROTOZOA 6.1.1 Filo: Sarcomastighophora Protozoários caracterizados pela presença de organelas de locomoção (flagelos, pseudópodes). Subfilo: MastigophoraLocomoção por flagelos, forma variável de acordo com o estádio evolutivo Família: Monocercomonadidae Um a cinco flagelos anteriores Histomonas spp Morfologia: Amebóide, forma redonda ou alongada, núcleo único e único flagelo fino. Hospedeiro: Peru, galinha, pavão, galinha d’angola, aves silvestre. Localização: ceco e fígado Ciclo evolutivo: ingestão de trofozoítos ceco sangue fígado Período de incubação: 15 a 21 dias Hospedeiro transportador: Heterakis gallinarum Importância: Mortalidade de 50 a 100% em perus Úlceras cecais, com inflamação, aderência e peritonite Família: Trichomonadidae - Quatro a seis flagelos - Flagelo posterior com membrana ondulante Tritrichomonas foetus Morfologia: Corpo piriforme (20X10m) Três flagelos anteriores e um posterior Membrana ondulante, núcleo ovóide e situado no terço anterior do corpo Extremidade anterior arredondada presença de axóstilo Hospedeiro: Bovinos Localização: Trato genital da fêmea e macho Ciclo evolutivo: Fêmeas (vagina) útero coito infecção do macho Importância Aborto no terço inicial da gestação 14 a 18d 43 Piometra, anestro, esterilidade nos casos mais graves Touros: balanite, orquite, epididimite, desinteresse pela cobertura das fêmeas em cio. Família: Hexamitidae Giardia spp. G. canis, G. bovis, G. cati, G. caprae, G. equi, G. duodenalis, G. lamblia Trofozoítos: flagelados (8 flagelos) , piriformes, binucleados, com disco adesivo Cistos: Quatro núcleos e dois discos suctores Hospedeiros: cães, gatos, bovinos, caprinos, eqüinos, animais silvestres, coelhos e o homem. Localização: Intestino delgado Transmissão: alimento ou água contaminados com cistos Importância: causam diarréia e cólicas intestinais Família: Trypanosomatidae Trypanosoma sp. SALIVARIA: T. brucei T. congolense T. vivax Identificação: T. brucei: T. congolensi T. vivax Ciclo evolutivo: - Núcleo central - Cinetoplasto subterminal - Flagelo livre - Cinetoplasto marginal - Extremidade posterior romba - Não há flagelo livre - Núcleo central - Flagelo curto - Cinetoplasto terminal - Extremidade posterior larga e arredondada. 2-3 sem. 44 Patogenia Esplenomegalia Dilatação linfóide Anemia Degeneração celular (cérebro/miocárdio) Morte: Insuficiência cardíaca congestiva Diagnóstico: Formas tripomastigotas no sangue Stercorária: Trypanosoma theileri Hospedeiro: bovinos Transmissão: Tabanídeos, Hipoboscídeos Patogenia: não patogênicos Trypanosoma cruzi Hospedeiros: Homem Transmissão: fezes de triatomíneos (barbeiros) Reservatórios: cão, gato, tatu, gambá Importância: Causador da doenças de Chagas Trypanosomas Transmitidos Mecanicamente Trypanosoma evansi T. equinum Morfologia: Corpo foliáceo Flagelo livre na região posterior para a anterior Presença de membrana ondulante. Possui um único estágio evolutivo (monomórfico) Hospedeiro: Eqüinos, caninos, suínos, bovinos, caprinos, felinos . Reservatório natural: capivara Vetores mecânicos: Tabanídeos, Stomoxys calcitrans e morcegos hematófagos. Ciclo evolutivo: Vetor Hospedeiro multiplicação no sangue parasitemia Período Pré-Patente: 4 a 10 dias Importância: Paresia e paraplegia (Mal das Cadeiras). Edema ventral Morte do animal por esgotamento em uma semana a seis meses do início da infecção. Trypanosoma equiperdum Morfologia: Semelhante a T. evansi mas com cinetoplasto visível. Hospedeiro: eqüino. Reservatório natural: Asno 45 Localização: trato urogenital Ciclo evolutivo: Transmissão pelo coito PPP: 06 dias a 12 semanas Curso: 06 meses a 02 anos Importância As fêmeas apresentam o úbere e a vulva inflamados com partes despigmentadas. Já os machos, ficam excitados e urinam com freqüência, apresentando o pênis inchado com regiões do ânus e órgãos genitais despigmentados. GÊNERO: Leishmania spp. Leishmaniose cutânea Leishmaniose cutâneo- mucosa Leishmaniose cutâneo- difusa Leishmaniose visceral americana L. braziliensis L. mexicana L. pifanoi L. amazonensis L. peruviana L. guyanensis L. panamensis L. venezuelensis L. braziliensis L. mexicana L. pifanoi L. amazonensis L. chagasi Morfologia: Promastigota – intestino do vetor Amastigota – macrófagos do hospedeiro vertebrado Hospedeiros: vertebrados, homem e cão, roedores silvestres, carnívoros silvestres, gambá. Vetor: Lutzomyia spp. ; Phlebotomus spp. Ciclo biológico Importância: Causa Leishmaniose visceral (calazar) e cutânea (ferida brava, botão do oriente, etc). Acomete milhões de pessoas anualmente A leishmaniose visceral causa febre, hepatoesplenomegalia, emagrecimento e pode levar a morte Os cães positivos para a leishmaniose visceral é recomendado eutanásia. Fagocitose por macrófagos Ruptura dos macrófagos e liberação de amastigotos Transformação em amastigotos Multiplicação em macrófagos Homem, cão Pele Inoculação no hospedeiro vetor Transformação em promastigotos no intestíno médio Multiplicação no intestíno médio 46 6.1.2 Filo: Apicomplexa - Possuem complexo apical (anel polar, roptrias, micronemas) - Flagelos e cílios ausentes, com exceção de microgametas de alguns grupos. - Geralmente formam cistos Subfilo: Sporozoa - Locomoção por deslizamento - Ciclo evolutivo intracelular - Reprodução sexuada e assexuada - Presença de complexo apical com anel polar 6.1.2.1 Classe: Coccidia - Parasita células epiteliais - Reprodução sexuada e assexuada - Locomoção por flexão e deslizamento Família: Eimeriidae - Ciclo evolutivo direto – monoxeno – feco-oral – PPP 07 dias - Esquizogonia e gametogonia nas células do hospedeiro - Esporogonia fora do corpo do hospedeiro Isospora spp. (Cystoisospora spp.) Isospora suis – suínos Cystoisospora canis e C. ohiensis – cão Cystoisospora felis e C. rivolta – gato Oocisto esporulado com dois esporocisto, cada um com 4 esporozoítos Roedeores podem atuar como reservatório PPP = 7 a 10 dias Importância: Enterite 47 Eimeria spp. HOSPEDEIRO ESPÉCIES Galinha E. tenella, E. necatrix, E. brunetti, E. máxima, E. mitis e E. Acervulina Perus E. meleagrimitis e E. adenoeides Gansos E. anseris, E. nocens e E. truncata (rim) Bovinos E. zuernii, E. bovis e E. alabamenis Ovinos E. crandalli, E. ovinoidalis e E. bakuensis Caprinos E. arloingi e E. ninakohlyakimovae Suínos E. debliecki Equinos E. leuckarti Coelhos E. flavescens, E. intestinalis e E. stiedae (fígado) Importância: - Destruição de enterócitos resulta em má absorção de alimentos - Lesões intestinais, diarréias - Hemorragias intestinais - Redução da área de absorção - Queda na produção 48 Família: Sarcocystidae Toxomplasma gondii Hospedeiro definitivo: felídeos Localização: intestino delgado Hospedeiro intermediário: qualquer mamífero ou aves. Localização: Tecidos extra-intestinais, incluindo músculos,fígado, pulmão e cérebro. Ciclo Biológico: Forma de transmissão: ingestão de oocisto ou ingestão de cisto em carne contaminada. Formas rápidas: taquizoítos Formas lentas: bradizoítos (presente nos cistos) Importância: Distúrbios neurológicos Aborto Mortalidade perinatal em cordeiros Sarcocystis spp. Hospedeiro definitivo: cão, gato, carnívoros silvestre e homem Localização: Intestino delgado (células epiteliais) Hospedeiro intermediário: Ruminantes, suínos e eqüinos Localização: Esquizontes nas células endoteliais, cistos na musculatura. Ciclo evolutivo: Período pré-patente nos carnívoros: 7 a 14 dias Período de eliminação dos esporocistos: 1 semana a vários meses Período desde a ingestão até o aparecimento de cisto no hosp. Intermediário: 2 a 12 meses. Importância: Morte do animal por hemorragias internas Aborto em ruminantes Mieloencefalite protozoária eqüina Cistos na musculatura que podem levar a condenação de carcaças Neospora caninum Hospedeiro definitivo: cão Hospedeiro intermediário: bovinos, ovinos, caprinos e eqüinos e caninos Transmissão: HD: ingestão de cistos com bradizoítos HI: ingestão de água e alimentos contaminados Transmissão congênita Ciclo: semelhante a Toxoplasma gondii Importância: Paralisia ascendente progressiva em cães (cistos no cérebro e medula) Aborto e defeito congênito em bovinos 49 Encefalite e miocardite em fetos abortados Ciclo de Toxoplasma gondii Ciclo Sarcocystis spp. 50 6.1.2.2 Classe: Piroplasmidia Ordem: Piroplasmida - Parasita de células sanguíneas - Têm carrapatos como vetores Família: Babesiidae Doença: babesiose, piroplasmose, tristeza parasitária, nutaliose GÊNEROS: Babesia spp. HI ESPÉCIES DE BABESIA SP. Bovinos B. bigemina, B. bovis. B. major, B. divegens Equino B. caballi, B. Equi Ovinos e caprinos B. motasi, B. ovis Suínos B. perroncitoi, B. trautmanni Cão B. canis, B. gibsoni Gato B. felis Hospedeiro definitivo: carrapatos CICLO EVOLUTIVO HOSPEDEIRO VERTEBRADO Trofozoíta nos eritrócitos Multiplicação por divisão binária ou esquizogonia Esporozoítos HOSPEDEIRO INVERTEBRADO Ingestão de hemácias contendo trofozoítas Multiplicação no intestino (sexuada) Vermículos (esporocineto) Hemocele, ovário, tubos de Malpighi, glândulas salivares 51 Período pré-patente: 8 a 15 dias Importância: - Anemia hemolítica - Febre - Hiperexcitabilidade, incoordenação - Morte 6.1.2.3 Classe: Haemosporidia Parasitam células sanguíneas e tecidos de répteis, aves e mamíferos Família: Plamodiidae Plasmodium spp P. falciparum, P. vivax , P. malarie e P. ovale – Homem P. knowlesi – primatas P. berghei – roedores P. justanucleale – aves domésticas P. gallinae- aves domésticas Ciclo biológico: 1ª fase – Esquizogonia nas células do sistema reticuloendotelial e monócito das víceras das aves e nas células hepáticas dos mamíferos. 2ª fase – hemácias circulantes do hospedeiro vertebrado, com liberação de merozoítos 3ª fase – reprodução sexuada : gametócitos nas hemácias do hospedeiro vertebrado e fecundação e esporogonia no mosquito. Fonte: Bousema T , Drakeley C Clin. Microbiol. Rev. 2011;24:377-410 52 Família: Haemoproteidae Todas as fases da esquizogonia em células fixas dos tecidos, apenas os gametócitos desenvolvem-se em glóbulos vermelhos. Haemoproteus spp. H. columbae: pombos H. lophortyx: codornas Vetores: Hipoboscideos Ciclo biológico: esporozoíto capilares pulmonares Trofozoítos esquizonte Fonte: http://cal.vet.upenn.edu/projects/parasit06/website/demos/lab2_demo.htm Período pré-eritrocitário: 14 a 28 dias Gametogonia no hospedeiro vertebrado: 4 dias Desenvolvimento no vetor: 10 a 12 dias Importância: Pode causar anemia, anorexia, pneumonia, hipertrofia de fígado e baço, mas geralmente é apatogênico. gametócito (eritrócitos) Merozoitos Hipoboscídeo (Esporogonia) 53 Família: Leucocytozoidae Leucocytozoon spp. L. simondi L. bonasae L. fringillarum Hospedeiros: aves domésticas e silvestres Vetor: Simulídeos Ciclo biológico: Oocisto: intestino do vetor Esporozoíto: inoculação no hospedeiro vertebrado Formação de esquizontes hepáticos: células do fígado (2º dia) Merozoítos liberados nos sinusóides e sangue circulante (5º dia) Megaloesquizonte: macrófagos do fígado, baço, pulmão, cérebro e intestino (2º dia) Merozoítos megaloesquizogônicos (12º a 13º dia) Gametócito: Hemácias e leucócitos (14º a 15º dia) Fonte: http://cal.vet.upenn.edu/projects/parasit06/website/demos/lab2_demo.htm Importância: Morte de animais, principalmente jovens Hepatomegalia, esplenomegalia Anemia e bloqueio capilar Congestão pulmonar. 54 6.1.2.4 Classe: Sporozoasida Família: Hepatozoidae Hepatozoon canis Local de parasitismo: leucócitos sanguíneos Hospedeiros: cães e gatos Vetor: Rhipicephalus sanguineus Ciclo Biológico 55 BIBLIOGRAFIA BORCHERT, A. Parasitologia Veterinária. Zaragoza: Acribia, 1975. BOWMAN, D. D. Parasitology for Veterinarians. 7. ed. United States of América, 1999. FLECHTMANN, C. H. W. Ácaros de importância Médico-Veterinária. São Paulo: Nobel, 1973. FORETY, W. J. Parasitologia Veterinária: Manual de Referência. São Paulo: Roca, 2005. FORTES, E. Parasitologia Veterinária. 3. ed. São Paulo: Cone, 1997. GEORGI, J. R. Parasitologia Veterinária. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. GUIMARÃES, J. H.; TUCCI, E. C.; BATTESTI, D. M.B. Ectoparasitos de importância veterinária, São Paulo: Plêiade, 2001. KRANTZ, G. W.; WALTER, D. E. Walter (Hrsg.): A Manual of Acarology. 3. ed., Texas Tech University Press, 2009 MARCONDES, C.B. Entomologia Médica e Veterinária. São Paulo: Atheneu, 2001. MONTEIRO, S. G. Parasitologia na Medicina Veterinária. São Paulo: Roca, 2010. PESSOA, S. B. & PESSOA, M. Parasitologia Medica 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978 REY, L. Parasitologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. SERRA-FREIRE, N. M.; MELLO, R. P. Entomologia e Acarologia. Rio de Janeiro: L.F. Livros, 2006. URQUHART, G. M. et al. Parasitologia Veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
Compartilhar