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Análise do Discurso
A Análise do Discurso, como seu próprio nome indica, não trata da língua, não trata da gramática, embora todas essas coisas lhe interessem. Ela trata do discurso, ou seja, da prática da linguagem: com o estudo do discurso observa-se o homem falando.
A AD visa à compreensão de como um objeto simbólico produz sentidos, como ele está investido de significância para e por sujeitos.
Benveniste, ao afirmar que “o locutor se apropria do aparelho formal da língua e enuncia sua posição de locutor por índices específicos”, dá relevo ao papel do sujeito falante no processo da enunciação e procura mostrar como acontece a inscrição desse sujeito nos enunciados que ele emite. Ao falar em posição do locutor, ele levanta a questão da relação que se estabelece entre o locutor, seu enunciado e o mundo; relação que estará no centro das reflexões da AD em que o enfoque da posição sócio-histórica dos enunciadores ocupa lugar primordial.
A AD foi definida, inicialmente,como o estudo linguístico das condições de produção dos enunciados.
Condições de produção: condições da enunciação (estrito)
 Contexto sócio-histórico, ideológico (amplo)
A AD considera ainda:
- o quadro das instituições em que o discurso é produzido;
- os movimentos históricos, sociais... que se cristalizam no discurso;
- as várias vozes do discurso ( polifonia)
Dois conceitos são nucleares na AD: ideologia e formação discursiva
Ideologia: sistema organizado de idéias ou representações das normas e regras sociais.
Formação discursiva: aquilo que se pode dizer dentro de uma formação ideológica dada.
EXERCÌCIOS:
Identifique as marcas do enunciador nos enunciados:
Texto 1
	Evidentemente, a divisão social do trabalho, associada aos direitos de propriedade e mediada pelo dinheiro, é uma maneira um tanto engenhosa de organizar a produção. Na medida em que cada indivíduo subordina sua existência à tarefa que lhe cabe nessa gigantesca organização social chamada sociedade capitalista, é de esperar que, “ no conjunto da obra”, esse arranjo pareça bastante funcional. Não há como negar que, excluindo todas as demais dimensões da vida humana, o capitalismo é um eficiente sistema produtor de mercadorias.(...)
 Marcelo Manzano, “Eu e o mundo”, Caros Amigos, nº 54, set. 2001 
Texto 2
	Ainda é cedo para garantir que a prioridade à área social apregoada pela campanha petista será transformada em realidade; afinal, o orçamento continua apertado. É certo, porém, que o Partido dos Trabalhadores é responsável pela elaboração de boa parte dos programas implementados em âmbito federal na era FHC, sobretudo os testados por administrações petistas, como o Renda Mínima e o Bolsa-Escola. Logo, parece sensato acreditar que a área social será o eixo do governo Lula. 
 “A prioridade no 1” Veja, nº 1726, 30 out. 2002, p. 58
Texto 3
	Há, obviamente, um espaço autônomo na política. A política faz-se com ética, e tem de se fazer com ética (...). Obviamente, o que não cabe nessa leitura é que se faça um discurso ético de um lado e, depois, se faça uma política por outro, que por vezes é extremamente pouco ética, digamos assim.
 (“O mundo resiste”, entrevista com Boaventura Sousa Santos, Caros Amigos, nº 78, set. 2003, p. 34).
 
Texto 4
	Nestes últimos dias Toninho andava tenso e irritado sem dizer por quê. Talvez fosse pelos problemas que enfrentava na região de Viracopos (...)
 “Quem matou Toninho do PT?”, Caros Amigos, nº 78, set. 2003, p.270
Textos para análise: 
1-A tinta de escrever
	A tinta de escrever é um líquido com que a gente suja os dedos quando vai fazer a lição.
	A gente podia fazer a lição com lápis, mas com lápis era muito fácil e por isso professora não deixa. Assim a gente tem que tomar muito cuidado porque com tinta o erro nunca mais sai e uma coisa que eu não sei é como um c vidrinho de tinta tão pequeno pode ter tanto erro de português.
Millôr Fernandes
2- Nudistas
	Certa amiga minha que numa praia da Noruega, de repente se viu dentro de um bando de gente nua, diz que o seu choque primeiro não foi o da vergonha, foi o do grotesco. As pelancas, os babados, os rins flácidos, os joelhos grossos. A velhota magra com seus ossinhos de frango assado, a quarentona de busto murchinho, o senhor ruivo de barriga redonda, braços e canelas tão finos e peludos que, se tivesse mais duas pernas, seria igual a uma aranha. A matrona obesa e seu esposo idem e o par de jovens rechonchudos, de mãos dadas, como dois porquinhos enamorados. A seca donzela machona, de coxas de cavalete, a falsa Vênus de cintura grossa, com o falso atleta de dorso enorme e pernas curtas. Da tribo toda, praticamente só se salvaram os adolescentes e as crianças.
 Raquel de Queirós
3- Caio Domingues & Associados Publicidade
Nós trabalhamos com idéias. As idéias não têm cheiro, mas algumas são percebidas de longe. As idéias não têm tamanho, mas algumas ocupam bibliotecas. As idéias não têm duração, mas algumas não morrem jamais. Nós trabalhamos com algumas idéias. Idéias que entrem por um ouvido e não saiam pelo outro. Idéias que acendam a imaginação. Idéias que sensibilizem as pessoas e logo se transformem em ações.
É um perigo trabalhar com idéias. Tem gente que morre de medo. Mas quando a idéia é boa, consistente e cheia de graça, a maioria gosta que se enrosca. E nós ficamos recompensados. Há anos que estamos nessa luta e quase não temos reclamações. Felizmente, enquanto houver homens, macacos e outros bichos na face da terra, haverá idéias. Melhor que uma boa idéia, só uma idéia melhor.
Texto : Severino, o novo herói
	Era uma vez, num charco que queria ser lagoa, uma bela figura humana apelidada de Sapo Barbudo. Como todo sapo, tinha um sonho: ser Príncipe. Tentou, tentou, tentou até conseguir, cercado de seus eternos amigos, os petês.
	Agradecido por ser Príncipe, seu primeiro ato foi visitar o Altar da Pátria Financeira e nele depositar sua dádiva: os mais altos juros do planeta. Afinal, ele sabia que o pessoal que habitava a parte de cima do charco, onde fica o altar, tinha medo dele, e era preciso comprá-los na linguagem que entendem.
	Mas alguns petês desconfiaram e criaram a banda Os Radicais, que não parava de cantar o hit “Eu Ainda Lembro o que Você Dizia no Verão Passado”. Foram expulsos.
	E foram substituídos por uma turminha brava: o pêéle, o pepe e o petebê. Tinham todos passado a vida brigando com os petês, mas Príncipe não liga para detalhes sórdidos.
	Um belo dia, escândalo no charco: a turma do petebê foi vista roubando o carteiro. “Investiguem tudo”, gritou a turma do Príncipe anterior, a mesma que gritava, quando mandava no charco, que “investigar é golpe”. Os petês, que antes gritavam “investiguem tudo”, passaram a cantar: “Investigar é golpe”.
	Aumenta a confusão quando um sapo troglodita grita: “Zé, sai daí”. Zé, esqueci de apresentar, é amigo do Príncipe desde que o Príncipe era sapo. E foi quem trouxe o sapo troglodita ao balaio dos petês, apesar de ter sido da tropa de choque de um Príncipe que os petês (e quase todo o charco) achavam indecoroso.
	Os petês e o Zé desqualificam o sapo a quem o Príncipe dera um cheque em branco, mas Zé obedece e sai. Consta que, para seu lugar, irão alguns da turma de pemedebê, que o Príncipe, quando sapo, acusara de roubar até o carrinho de pipoca do charco.
	Foi assim que o charco que queria ser lagoa continuou charco.

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